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Ativação de Linfócitos

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AULA 08 ATIVAÇÃO DE LINFÓCITOS
Necessidade de dois sinais
Apresentação do antígeno pelo MHC
Sinal de ativação pelo coestimulador.
EVENTOS QUE SUCEDEM A ATIVAÇÃO
Secreção de IL-2, que atua no processo de expansão clonal,
Após a exapnsão clonal, o linfócito migra para o local de infecção
No local de infecção, os linfóctios são apresentados novamente ao antígeno, dessa vez precisando apenas da apresentação via MHC
Dependendo do tipo de infecção, haverá a ativação de um perfil diferente de linfócitos. Isso é feito de acordo com as citocinas presentes durante o processo de ativação e expansão clonal.
Existem vários perfis de linfócitos TCD4. Os principais são:
 TH1: voltado para o combate de bactérias e vírus, no intuito de formar resposta inflamatória 
 TH2: voltado ao combate de vermes, patógenos que cheguem ao organismo pela via intestinal. Gera uma resposta do tipo alérgica.
Lembrar que a principal função de um linfócito TCD4, independente do perfil, é a secreção de citocinas
PERFIL TH1 DE TCD4
A depender do tipo de infecção, uma citocina diferente é liberada
No caso mostrado, quando a CD fagocita um antígeno que é um vírus ou uma bactéria, ela consegue, por meio de um sinal (ainda não se sabe qual, nem de onde vem), identificar que se trata de um vírus ou bactéria
Quando, então, a CD chega no linfonodo, ela libera a IL-12 no momento em que apresenta o antígeno ao linfócito (libera IL-12 exclusivamente por se tratar de uma infecção ou bacterial ou viral)
A IL-12 provoca a alteração do perfil do linfócito, que passa a ser TH1 e a secretar citocinas específicas: TNF-a, IFN Y, IL-2 (objetivo de fornecer o melhor combate a vírus e bactérias, uma resposta muito mais inflamatória
TNF-a: ativação de macrófagos e células NK. Impasse: o macrófago, mesmo assim, fica ativado por pouco tempo. É ativado pelo TNF-a, age um pouco, e logo volta a ficar inativa.
IFN Y: age justamente nisso, dá uma impulsionada no macrófago, fazendo com que ele permaneça ativo por mais tempo. O macrófago, então, ira fagocitar mais. O IFN Y também, durante a ativação de linfócitos B, provoca a mudança de classe dos anticorpos de IgM para IgG do tipo 3, o que é importante pois a IgG 3 é ótima para opsonizar vírus e bactérias e promover a fixação do complemento
A IL-2 age como fator de crescimento para linfócitos T CD8, CD4 TH1 e células NK, propiciando maior repertório para combate da infecção.
PERFIL TH2 DE CD4
Acontece em infecções por vermes ou ingestão de bactérias patogênicas (perfil associado a patogenos do trato gastrointestinal)
A primeira linha de combate será o tecido do trato gastrointestinal. Células dendrídicas desse tecido vão capturar o patógeno e levar ao linfonodo, para apresentação.
Essa interação, dessa vez, faz com que o linfócito sofra ação da IL-4 (no outro caso era IL-12). Diferente do outro caso, nesse caso, a IL em questão não é produzida pela CD, a origem ainda é desconhecida
A IL-4 muda o perfil do linfócito, transformando-o em TH2, o quão produz principalmente: IL-4, IL-5, IL-13, adequadas para o combate desse tipo de infecção
IL-4: produzido para aumentar a ativação de linfócitos TCD4 TH2. Assim, o primeiro IL-4 tem origem desconhecida, mas os subseqüentes surgem a partir de TH2 ativado. (IL-4 é considerada um fator de crescimento). Também influencia linfócitos B, fazendo a mudança de classe de seus anticorpos para IgE, perfeito para combate de vermes.
IL-5: influencia os linfócitos B a produzirem IgA, um anticorpo de mucosa, eficiente no combate de bactérias via trato gastrointestinal. (De acordo com a infecção que estiver acontecendo, haverá uma ativação seletiva: ou de linfócitos helper TH2 que induzem a mudança de classe para IgE ou que induzem para IgA. Contudo, o mecanismo dessa seleção de produção maior de IL-4 ou IL-5 ainda não é conhecido 
IL-13: estimula a produção de muco pelo intestino, uma barreira física para a invasão de mais patógenos. 
PANORAMA GERAL DA ATIVAÇÃO DE LINFÓCITOS.
As células efetoras de TCD4 poderão ser principalmente TH1 ou TH2 
As células efetoras de TCD8 serão CTL
Em ambos os casos, também serão formadas células de memória, as quais, diferente das efetoras, não serão destruídas quando a infecção cessar.
LINFÓCITO ANÉRGICO
As células APC (apresentadores de antígeno = todas as nucleadas) expressam também antígenos do próprio corpo no MHC
Isso, contudo, não gera problema pois não existem linfócitos que reconheçam antígenos próprios, graças a TESTAGEM DE LINFÓCITOS que ocorre no Timo.
Contudo, porventura, se algo der errado e existir algum linfócito capaz de reconhecer um antígeno próprio, nenhuma resposta acontecerá também.
Isso porque, nos casos de MHC que expressa antígeno próprio, a APC não vai receber o estímulo para a expressão da molécula coestimuladora.
Sendo assim, apesar de existir o primeiro sinal (apresentação do antígeno pelo MHC ao TCR), não existe o segundo sinal (ligação da molécula coestimuladora ao CD-28)
Por fim, esse linfócito fica inativado, num estado chamado de ANERGIA.
A Molécula CD-40
Se encontra na APC
Se liga a outra molécula no linfócito, chamada de CD-40 ligante
A ligação entre as duas da um sinal para que a APC produza mais coestimulador, mais MHC, mais citocinas.
Isso possibilita a ativação de mais citocinas.
E Quando não é mais patógeno para combater?
Quando a resposta está terminando, o linfócito passa a expressar uma molécula chamada CTLA-4. 
O CTLA-4 se liga ao B7, a molécula coestimuladora presente na APC
Quando ele se liga ao B7, ele impede que o coestimulador se ligue ao CD28 no linfócito, inibindo o segundo sinal (do coestimualdor), fazendo com que o linfócito entre em anergia.
Além da inibição mecânica, mesmo que haja outra molécula de B7, a ligação do CTLA-4 na primeira molécula de B7 gera um sinal negativo, tanto para a outra ligação de B7 e CD28 quanto para a ligação entre o MHC e o TCR.
NO LUGAR DA INFECÇÃO
Depois de ativado, o linfócito expressa receptores que reconhecem quimiocinas que o direcionam para o local de infecção.
No local da infecção, basta o sinal do MHC, não há necessidade de coestimulador, para que o linfócito reconheça uma célula que está apresentando o antígeno.
A célula apresentando o antígeno para o TCD4 vai ser, provavelmente, um macrófago e/ou um linfócito B, e as conseqüências serão diferentes
Encontro do linfócito T CD4 ativo com um macrófago apresentando o antigeno
O linfócito T CD4 vai liberar citocinas que vão capacitar o macrófago a destruir o patógeno
Encontro do linfócito T CD4 ativo com um linfócito B apresentando o antígeno
O linfócito T CD4 libera citocinas que mudam o linfócito B para plasmócito
Essa modificação faz com que o linfócito B sofra:
Maturação de afinidade: a ligação entre o anticorpo e o antígeno fica mais específica, mais firme
Mudança da classe de anticorpos: os anticorpos produzidos deixam de ser IgM e passam a ser IgA, IgD, IgE ou IgG (isso vai depender do tipo de citocina que o linfócito T está liberando o que, por sua vez, depende do tipo de infecção (se é viral, fungica, bacterial, verme, etc) – Essa diferenciação existe pois cada Ig funciona melhor combatendo um tipo de patógeno.
Mudança de anticorpos: deixam de ser expressos apenas na membrana do linfócito B e passam a ser secretados pelo plasmócito.
ATIVAÇÃO DE LINFÓCITO B
O linfócito B virgem possui, em sua membrana, o IgM e o IgD, os únicos anticorpos de membrana. O IgD é o único anticorpo que não pode ser secretado.
Quando o linfócito é ativado, passa a secretar o IgM. 
Mais tarde, quando sofre a ação do linfócito T, sofre a mudança de isotipo do anticorpo
Diferente do que ocorre no linfócito T, que se reconhece antígenos protéicos, o linfócito B possui duas ativações diferentes, uma para antígenos protéicos e outra para não protéicos.
Antígeno protéico: a ativação e reconhecimento do antígeno pelo linfócito B depende obrigatoriamente da participação do linfócito T. Por isso, o antígeno chamado de TIMO DEPENDENTEAntígeno não protéico (sacarídeos, lipídeos, ácidos nucléicos...): esses antígenos podem ser reconhecidos diretamente pelo linfócito B, são antígenos TIMO INDEPENDENTES. 
POR QUE EXISTEM ESSAS DUAS FORMAS DISTINTAS DE ATIVAÇÃO?
Primeiramente, é preciso entender que, assim como acontece com o linfócito T, o linfócito B precisa de DOIS sinais para reconhecer o antígeno.
O primeiro sinal é dado pela ligação entre anticorpoSSSSS e antígenO
 
PRIMEIRO SINAL (1 no desenho)
Principio da Ligação Cruzada: para que haja a identificação do antígeno pelo linfócito B, é necessário que haja mais de um anticorpo de membrana reconhecendo o MESMO antígeno
Se existe mais de um anticorpo do linfócito reconhecendo o mesmo antígeno, significa que o antígeno possui epitopos idênticos, pois os anticorpos de um mesmo linfócito são sempre idênticos e capazes de reconhecer um único tipo de epítopo
Essa condição (ter epítopos idênticos) não é encontrada em antígeno que são peptídeos, mas apenas em lipídeos, ac. Nucléicos, sacarídeos (antígenos timo dependetes)
SEGUNDO SINAL (2 no desenho)
É um receptor que se ligou a um epitopo diferente do antígeno (diferente do que o anticorpo de ligou)
Esse receptor pode ser um TLR (receptor TOLL), um receptor do Sistema Complemento
A imagem mostra o linfócito B identificando o antígeno
A estrutura grande, em rosa, é um anticorpo. Na imagem mostra só 
uma anticorpo
 de membrana se ligando a um 
epitopo
, mas presume-se (e é necessário) que existam mais desses anticorpos se ligando a um 
epítopo
 idêntico (só não foi mostrado na imagem)
A outra ligação (segundo sinal), nesse caso, é feita por um fragmento do Complemento (C3d), que se liga a um 
epitopo
 do antígeno e é também reconhecido por um receptor do linfócito B
Mesma coisa que a outra imagem
Única diferença é que, nesse caso, o segundo sinal é por meio de um TLR (receptor TOLL)
!!!! Nos casos em que o antígeno é protéico, não existem epítopos iguais, assim não é possível que mais de um anticorpo se ligue a ele. Sendo assim, é por isso que há a necessidade de ajuda de um linfócito T.
ATIVAÇÃO DO LINFÓCITO B POR ANTÍGENO PROTEICO
O linfócito B fagocita ao antígeno, processa-o pela via endocítica
O linfócito B apresenta o antígeno ao linfócito T CD4 pelo MHC II. (primeiro sinal de ativação)
 
O segundo sinal é a ligação do CD40 ao CD40 Ligante (CD40L)
Associado a isso, o linfócito TCD4 libera citocinas que alteram a classe do anticorpo a ser secretado
RESUMINHO
Antígeno não peptídico (lipideo, sacarídeo ou ácido nulcéico)
Timo independente
Sem necessidade de linfócito T
Primeiro sinal: ligação de anticorpoS a epitopoS iguais de UM antígenO
Segundo sinal: ligação de OUTRO epítopo do MESMO antígeno a um receptor do linfócito B (TOLL ou Complemento)
Antígeno peptídico
Tipo dependente
Necessário linfócito T
Primeiro sinal: ligação MHC classe II ao TCR
Segundo sinal: ligação CD40-CD40L
OBS: as respostas a antígenos não peptídicos são mais POBRES, pois se não há participação do linfócito T CD4, apenas IgM será secretada (não haverá mudança de isotipo do anticorpo)
As respostas a antígenos peptídicas são mais RICAS, pois há alteração do IgM para um Ig que seja mais específico e mais eficaz à infecção em questão.

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