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Habeas Data

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HABEAS DATA 
Corrigida pelo Prof. “Tício”, brasileiro, casado, engenheiro, na década de setenta, participou de movimentos políticos que faziam oposição ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi vigiado pelos Agentes Estatais e, em diversas ocasiões, preso para averiguações. Seus movimentos foram monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, organizados por Agentes Federais. Após longos anos, no ano de 2010, Tício requereu acesso à sua ficha de informações pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas as Instâncias Administrativas. Esse foi o último ato praticado pelo “Ministro de Estado da Defesa”, que lastreou seu ato decisório, na necessidade de preservação do sigilo das atividades do Estado, uma vez que os arquivos públicos do período desejado estão indisponíveis para “Todos Os Cidadãos”. “Tício”, inconformado, procura aconselhamentos com seu sobrinho “Caio”, Advogado, que propõe apresentar Ação Judicial para acessar os dados do seu tio.
Na qualidade de advogado contratado por Tício, redija a peça cabível ao tema, observando:
a) competência do Juízo;
b) legitimidade ativa e passiva;
c) fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados;
d) os requisitos formais da peça inaugural.
	Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Superior Tribunal de Justiça
(5 linhas, na na 6ª linha começa a escrever) 
Tício, brasileiro, casado, engenheiro, CPF…, RG…, endereço… endereço eletrônico..., vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por meio de seu advogado (procuração anexa), nos termos do artigo 287, do Código de Processo Civil, possuí endereço…, endereço eletrônico…, onde recebe intimações e avisos, impetrar
HABEAS DATA 
com fundamento no artigo, 5 inciso LXXII, alínea “a”, da Constituição Federal combinado com o artigo 7, inciso I, da lei 9.507/1997, em face do Ministro De Estado De Defesa, endereço…, endereço eletrônico…, vinculada a União, pessoa jurídica de direito público, CNPJ…, endereço…, endereço eletrônico… representada por…, pelos fatos e direitos a seguir expostos: 
1) Preliminares
A) Da Justiça Gratuita
Nos termos do artigo 21, da lei 9.507/1997 o Habeas Data é um remédio constitucional gratuito. Por essa razão, Excelência, deixa o impetrante de recolher as custas processuais, afinal de contas a gratuidade da justiça decorre da lei. 
B) Prioridade na Tramitação; 
Nos termos do artigo 19, da lei 9.507/1997 todo Habeas Data terá prioridade na tramitação, exceto em relação aos Habeas Corpus e aos Mandados de Segurança. Sendo assim, Excelência, tratando-se de Habeas Data requer desde já a prioridade de tramitação em relação a todos os processos.
C) Do Cabimento
Nos termos do artigo 7, inciso I, da lei 9.507/1997, será cabível Habeas Data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público. 
No caso apurado conforme restará demonstrado, Excelência, o impetrante Tício não pretente produzir prova por serem elas já pré constituídas por se tratar de assegurado conhecimento de informações relativas à sua pessoa, razão pela qual pode-se usar o Habeas Data.
Logo, o Habeas Data é a única ação cabível ao caso concreto.
D) Da Legitimidade das Partes
Tício é legitimado ativo para propor o presente Habeas Data haja vista que, o autor pleiteia em nome próprio seu direito, qual seja de receber acesso a informações personalíssimas próprias que estão sendo negadas pelo Orgão Público. 
A legitimidade passiva da autoridade coatora decorre do simpes fato que os pedidos do impetrante foram indeferidos pelo Ministro De Estado De Defesa, vinculado a União. 
2) Dos Fatos
Na década de setenta o impetrante participou de movimentos políticos que faziam oposição ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi vigiado pelos agentes estatais e, em diversas ocasiões, preso para averiguações. Além disso, seus movimentos foram monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, organizados por agentes federais.
Em 2010 Tício requereu acesso à sua ficha de informações pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas as instâncias administrativas. Esse foi o último ato praticado pelo Ministro de Estado da Defesa, que lastreou seu ato decisório, na necessidade de preservação do sigilo das atividades do Estado, o que claramente viola a intimidade e vida privada do impetrante e fundamenta a propositura do presente Habeas Data.
3) Do Direito
	De acordo com o artigo 5, inciso XIV e XXXIII, da Constituição Federal é assegurado a todos o acesso à informação ou, direito a receber dos órgãos públicos informação de seu interesse particular. Ressavaldas as hipóteses necessárias para assegurar a segurança nacional. 
O acesso pretendido é somente dos dados pessoais do impetrante, não houve e não há pedido para acesso de dados de terceiras pessoas constante dos arquivos públicos do período desejado. Resta patente que o ato denegatório no fornecimento de informações do impetrante, inclusive com o esgotamento da via administrativa, se mostra ilegal e abusivo, já que é contrário aos dispositivos constitucionais que garantem o direito de acesso à informação de dados do impetrante. 
Deste modo, na medida em que o impetrante teve seu pedido indeferido, outra alternativa não resta senão valer-se do presente remédio heroico, a fim de garantir o acesso às informações desejadas.
Ademais, o artigo 37, da Constituição Federal, assenta que Administração Pública obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Dessa forma, resta claro, que houve desrespeito aos dispositivos constitucionais ora elencados, pois ainda que haja ressalva do sigilo imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, não se pode confundir a preservação das atividades do Estado, com o direito, também, constitucional de ter-se acesso, somente, às suas informações pessoais, de interesse claramente particular. O sigilo estaria preservado e o respeito à Lei também, pois o acesso pretendido é somente dos dados pessoais do impetrante, não houve e não há pedido para acesso de dados de terceiras pessoas constante dos arquivos públicos do período desejado.
Resta patente que o ato denegatório no fornecimento de informações do impetrante, inclusive com o esgotamento da via administrativa, se mostra ilegal e abusivo, já que é contrário aos dispositivos constitucionais que garantem o direito de acesso à informação de dados do impetrante. Deste modo, na medida em que o impetrante teve seu pedido indeferido, outra alternativa não resta senão valer-se do presente remédio heroico, a fim de garantir o acesso às informações desejadas.
	De acordo com o artigo 5, inciso XIV e XXXIII, da Constituição Federal é assegurado a todos o acesso à informação ou, direito a receber dos órgãos públicos informação de seu interesse particular. Ressavaldas as hipóteses necessárias para assegurar a segurança nacional. 
O caso concreto, Excelências, percebam que o impetrante só requereu ao Ministro de Estado de Defesa informações relativas a sua pessoa eis que, na década 70 participou de movimentos políticos que faziam oposição ao governo militar, período em que o Brasil não era democrático. Para a infelicidade do impetrante a Autoridade Coatora vem negando as informações. 
Por essa razão, sendo um Direito Fundamental garantido, não temos dúvidas que o presente deve ser considerado procedente para que a autoridade coatora seja obrigada a prestar as informações desejadas pelo impetrante. 
Vale ainda ressaltar que o artigo 37, caput, da Contituição Federal elenca o princípio da legalidade na administração pública. Em conjunto, tem-se o artigo 5, inciso II, da Constituição Federal que também exercita o princípio da lealidade e o da publicidade. 
No caso concreto observa-se, Excelências, que o impetrante vem
tentando obter informações pessoais ao órgão público e, a autoridade coatora vem negando de forma injustificada já que, não há motivação idônea ao sigilo de tais informação não trazendo nenhum risco para a segurança do Estado. 
Deve ser imediatamente conhecida a ilegalidade dos seus atos. 
Requer-se novamente que a autoridade coatora seja obrigada a apresentar todas as informações necessárias. 
Por derradeiro, o artigo 24, §1°, da lei 12.527/2011, mais conhecida como lei de acesso a informação fala que, ainda que essas informações sejam sigilosos esse sigilo acaba após um período que no caso concreto se resta confirmado. 
Por essa razão ainda que a autoridade pudesse me negar a fornecer a tais informação durante 15 dias, tal período já se passou a muito tempo.
	Conforme já narrado, o impetrante teve seu pedido indeferido em todas as instâncias administrativas, conforme documentação anexa, comprovando o requesito essencial para impetração da presente ação, de acordo com o artigo 8, §único, inciso I, da lei 9.507/97 e da Súmula 2, do Superior Tribunal de Justiça. 
1ª paragrafo: Base Constitucional que fundamenta a peça; - O artigo 5, inciso LXXII, da Constituição Federal, dispõe que o Habeas Data é o remédio constitucional responsavel pela defesa em juizo dos dados pessoais que se pretendte reconher ou retificar. 
2ª paragrafo: Base Infraconstitucional que fundamenta a peça; - A referida ação também encontra fundamento na lei 9.507/97, que ampliou as hipóteses de cabimento da ação, permitindo que o remédio constitucional seja utilizado para complementação de dados pessoais, de acordo com o artigo 7, inciso III. 
3ª paragrafo: Dir. Material envolvido; - O direito a informação sobre dados pessoais é consagrado pelo texto constitucional no artigo 5, inciso XXXIII, como um direito fundamental. 
Alem disso, conforme previsão no artigo 5, inciso X, da Constituição Federal, são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado, inclusive, o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. 
Competência para julgamento; - A competência para julgamento do Habeas Data é fixada de acordo com a autoridade coatora. Sendo assim, por força do artigo 105, inciso I, alínea “b”, da lei 9.507/97 e do artigo 20, inciso I, alínea “b”, da lei 9.507/97, tendo em vista que, no caso, a autoridade coatora é Ministro de Estado de Defesa, o foro competente para julgamento da ação é o STJ. 
Legitimidade da parte autora; - Também é importante resssaltar que o impetrante é o titular do dado pessoal que se pretende conhecer por meio desta, o que esta em harmônia com a natureza personalíssima da ação. 
Procedimento; - Ademais, insta ressaltar que os processos de Habeas Data terão prioridade na tramitação, exceto sobre Habeas Corpus e Mandado de Segurança, haja vista o procedimento que rege o instituto, previsto no artigo 19, da lei 9.507/97.
Por fim, destaca-se a gratuidade genuína da ação constitucional, na forma do artigo 5, inciso LXXVII, da Constituição Federal. 
5) Do Pedido
Diante do exposto, requer as Vossas Excelências que:
a) A presente Ação seja julgada totalmente procedente concendedo-se o Habeas Data ao impetrante nos termos do artigo 13, inciso I, da lei 9.507/1997 para que a autoridade coatora seja obrigada a apresentar as informações do impetrante constante em registros ou bancos de dados públicos, por ser medida de justiça. 
b) Seja notificada a autoridade coatora para assim sendo prestar esclarecimentos, nos termos do art. 9, da lei 9.507/1997; 
c) Seja dada ciência ao Orgão de Representação da pessoa jurídica que a autoridade coatora se encontra vinculada;
d) Nos termos do artigo 12, lei 9.507/1997 seja intimado o Ministério Público para prestar esclarecimento, no prazo de cinco dias;
e) O deferimento dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do artigo 21, da lei 9.507/97 deixando o impetrante de recolher as custas haja vista que a ação é gratuita, em virtude de lei;
f) O deferimento do benefício da prioridade de tramitação, nos termos do artigo 19, da lei 9.507/97 requer novamente a prioridade na tramitação;
6) Do Fechamento
Requerer a juntada das provas pré constituídas, nos termos do artigo 8, §único, da lei 9.507/97. 
Nos termos do artigo 334, §4°, inciso III, do Código de Processo Civil o requerente não deseja audiência de conciliação. 
Da-se a causa o valor de R$… para fins fiscais. 
Nestes termos 
Pede deferimento 
Local e Data…
Advogado
OAB...

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