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Aula 09
Direito Tributário p/ AFRFB - 2016 (com videoaulas)
Professor: Fábio Dutra
14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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AULA 09: Crédito Tributário e Lançamento; 
Modalidades de Lançamento e Hipóteses de 
Alteração 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Observações sobre a aula 01 
Crédito Tributário 02 
Lançamento 03 
Alteração do Lançamento 18 
Modalidades de Lançamento 31 
Lista das Questões Comentadas em Aula 47 
Gabarito das Questões Comentadas em Aula 61 
 
Observações sobre a Aula 
 Olá, amigo(a). Tudo bem? 
 Nesta aula, vamos estudar os temas “Crédito Tributário” e 
“Lançamento”, bem como os assuntos a eles relativos. 
 Será uma aula um pouco menor. Porém, como sempre fizemos no nosso 
curso, a aula está recheada de questões de alto nível, algumas elaboradas 
pelas ESAF no ano de 2014, relativas ao último concurso para AFRFB. 
 Nosso objetivo é fazer uma preparação forte, para chegar na prova com 
tranquilidade! 
 Vamos começar? 
 
 
 
 
 
 
 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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1 – CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 Você já ouviu falar repetidas vezes sobre o “crédito tributário” durante o 
nosso curso. Até o presente momento, você foi capaz de definir o que vem a 
ser crédito tributário? 
 Veremos isso a partir de agora! 
 O termo “crédito tributário” deve ser lembrado como crédito do Fisco e 
dívida do contribuinte. Logo, o Estado tem o direito ao recebimento do 
valor, e o contribuinte tem o dever de pagar o valor exigido pelo Fisco. 
 Ademais, deve-se destacar que o crédito tributário não se refere 
unicamente a tributo, mas também às dívidas decorrentes de multas 
tributárias. Isso se dá porque o crédito tributário decorre da obrigação 
tributária principal, e, como você já aprendeu em outra aula, esta tem por 
objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária (CTN, art. 113, 
§ 1º). 
 Nesse sentido, o art. 139 do CTN estabelece o seguinte: 
Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a 
mesma natureza desta. 
 É válido ressaltar que, embora o crédito tributário decorra da obrigação 
tributária, as circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão 
ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que 
excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu 
origem (CTN, art. 140). 
Observação: Por mais que você não entenda tudo o que foi dito, no 
momento, é importante que você guarde que as modificações no crédito 
tributário não afetam a obrigação tributária. 
 Assim, relembrando a linha do tempo que já estudamos, quando o fato 
gerador ocorre, surge a obrigação principal, consistente no dever de pagar 
tributo ou penalidade pecuniária (multa). Contudo, para que a dívida se 
torne exigível (guarde essa palavra), é necessário que a autoridade 
administrativa realize o lançamento. 
 
O lançamento confere liquidez (quanto ao valor) e 
certeza (quanto à existência) à obrigação tributária 
principal, além de torná-la exigível. 
 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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2 – LANÇAMENTO 
 Para explicarmos melhor o que vem a ser o lançamento, nada melhor do 
que transcrevermos o art. 142 do CTN: 
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa 
constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o 
procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do 
fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria 
tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o 
sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade 
cabível. 
 Com o surgimento da obrigação tributária, é necessário que alguém (a 
autoridade administrativa) com conhecimento da legislação aplicável defina o 
valor exato a ser pago de tributo ou multa, apurando a base de cálculo e 
aplicando sobre ela a alíquota vigente. Além disso, deve-se verificar quem é o 
sujeito passivo (contribuinte ou responsável) que possui o dever legal de pagar 
o montante devido. A esse procedimento, denominamos lançamento. 
 Para memorizar todo o procedimento de lançamento, guarde o seguinte 
mnemônico: 
 
 
 
 
 
 
 
 
A função do lançamento não é fazer nascer a dívida, mas 
sim torná-la exigível. 
 Embora o próprio art. 142 do CTN mencione que o lançamento é 
considerado um procedimento administrativo, o entendimento da doutrina 
é o de que se trata de um ato administrativo. 
V 
D 
C 
I 
P Propor aplicação da penalidade cabível (se for o caso) 
Determinar a matéria tributável 
Calcular o montante do tributo devido 
Identificar o sujeito passivo 
Verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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 Ao estudar Direito Administrativo, você verá que os atos administrativos 
possuem certos requisitos para que se tornem válidos. Além disso, há também 
determinadas características ou atributos típicos dos atos administrativos. Com 
base nos conceitos oriundos do Direito Administrativo, é possível concluir 
que de fato o lançamento é um ato administrativo. 
 Para enfrentar as provas de concurso público, o que você deve ter em 
mente é o seguinte: 
!!O lançamento é um procedimento administrativo (se a questão não fizer 
ressalvas); 
!!O lançamento é um ato administrativo, embora resulte de um 
procedimento, por possuir determinados requisitos de validade e 
características inerentes aos atos administrativos (se a questão se 
aprofundar na discussão, o que normalmente não ocorre). 
 Outro ponto de discussão seria a natureza do lançamento. 
Novamente, em vez de nos prolongarmos nos comentários, vou ensinar como 
o tema deve ser levado para a prova: o lançamento declara a obrigação 
tributária (verifica a ocorrência do fato gerador) já existente e constitui o 
crédito tributário (previsto no início do caput do art. 142). Portanto, pode-se 
dizer que o lançamento possui natureza jurídica mista. 
 
Lançamento = Natureza jurídica mista 
•! Declara obrigação tributária; e 
•! Constitui crédito tributário. 
 
 
Mais detalhes sobre a natureza declaratória e constitutiva do 
lançamento. 
No art. 142, caput, do CTN, o legislador estabelece que “compete 
privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo 
lançamento”. Com isso, fica bastante clara a natureza constitutiva do 
lançamento, operando efeitos ex nunc, criando direitos e deveres a partir 
de então, no âmbito da relação jurídico-tributária. 
Ainda no caput do art. 142, do CTN, é dito que o lançamento é um 
procedimento administrativo tendente a “verificar a ocorrência do fato 
gerador da obrigação correspondente”. Isso torna patente a natureza 
declaratória do lançamento, operando efeitos ex tunc, isto é, confirmando 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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a ocorrência de um fato gerador anterior. 
2.1 – Competência para lançar 
 O caput do art. 142, do CTN, apenas estabelece que compete 
privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo 
lançamento. Quem seria essa autoridade administrativa? Cabe ao legislador 
de cada ente federativo determinar. 
 
A rigor, a competência é exclusiva da autoridade 
determinada pelo legislador. 
Por conseguinte, não há possibilidade de delegação ou 
avocação. 
 
Observação: 
Delegação: Ocorre quando uma pessoa delega a outra o exercício de uma 
atribuição. 
Avocação: Ocorre quando o superior hierárquico exerce temporariamente a 
competência de um subordinado. 
 A título de exemplo, em relação aos tributos de competência da União, 
cabe privativamente ao Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil o 
lançamento. Nos Estados ou Municípios, cabe ao Auditor-Fiscal Estadual ou 
Municipal, ou denominação equivalente. 
 Como decorrência disso, nem mesmo o juiz tem competência para 
realizar o procedimento previsto no art. 142 do CTN, culminando no 
lançamento. 
 Por fim, cabe ressaltar que, de acordo com o par. único do art. 142, do 
CTN, a atividade administrativa do lançamento é vinculada e obrigatória, sob 
pena de responsabilidade funcional. Isso significa que não há 
discricionariedade por parte da autoridade competente quanto ao lançamento, 
em decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público, 
visto em nossa aula inicial. 
 Aliás, nós vimos, quando do estudo do conceito de tributo (CTN, art. 3º), 
que a atividade de cobrança é plenamente vinculada. Como o lançamento é 
o procedimento para tornar a obrigação exigível, a atividade de 
lançamento também é vinculada. 
2.2 – Legislação aplicável ao lançamento 
 Ao realizar o lançamento, a autoridade fiscal deve considerar a legislação 
material e a legislação formal. O que seria isso? 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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 A legislação material (ou legislação substantiva) diz respeito, 
obviamente, aos aspectos materiais do lançamento, ou seja, refere-se à 
estrutura da obrigação tributária. Como exemplo, podemos citar a lei que 
define os fatos geradores, as bases de cálculo e alíquotas, o sujeito passivo da 
obrigação (contribuintes e responsáveis) etc. De acordo com Aliomar Baleeiro1, 
a lei que discipline tais aspectos sobrevive para as situações jurídicas 
definitivamente constituídas ao tempo de sua vigência. 
 A legislação formal (ou legislação adjetiva), por seu turno, trata dos 
procedimentos, dos aspectos formais, a serem levados a cabo pela 
autoridade administrativa no momento do lançamento. Trata-se de disposições 
relativas ao Direito Processual Tributário. Assim como em outros ramos do 
direito, as normas processuais têm eficácia imediata. A título de exemplo, 
temos os poderes que possuem as autoridades lançadoras, os prazos para 
início e conclusão das atividades relativas ao lançamento, o modo de 
notificação ao contribuinte etc. 
 
Aspectos materiais = Compõem a estrutura da 
obrigação tributária 
Aspectos formais = Relacionados aos procedimentos 
do lançamento 
 Essa distinção deve ser feita, pois o CTN estabeleceu critérios 
diferenciados para aplicação de cada uma. Vamos, então, ver quais foram os 
critérios definidos pelo legislador. 
2.2.1 – Legislação aplicável em relação aos aspectos materiais 
 Vimos que, além de constituir o crédito tributário, o lançamento tem 
natureza declaratória, ou seja, declara a existência da obrigação tributária. 
Logo, quando a autoridade administrativa vai realizar o lançamento de 
determinado tributo, deve levar em consideração a legislação substantiva 
que se deve aplicar é a que estava em vigor na data da ocorrência do 
fato gerador (quando surgiu a obrigação tributária): 
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato 
gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que 
posteriormente modificada ou revogada. 
 Com isso, podemos dizer que o lançamento possui efeitos ex tunc, ou 
seja, efeitos retroativos. 
 
1
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Observação: Lembre-se de que quando a lei já tenha sido revogada (não 
esteja mais vigente), ainda assim, neste caso específico, pode produzir 
efeitos futuros, fato que se denomina ultratividade da lei tributária. 
 Por exemplo, imagine que tenha ocorrido no mês de Janeiro de 2014 o 
fato gerador de um imposto, cuja alíquota era de 20%. No mês de março, uma 
nova lei alterou a alíquota do imposto para 30%. Digamos que em Janeiro de 
2015, a autoridade administrativa realizou o lançamento. Qual será a alíquota 
aplicada? Certamente, será 20% (alíquota vigente na data de ocorrência do 
fato gerador). 
 Perceba que a alíquota de 30% somente será aplicada aos fatos 
geradores que surgirem a partir do momento em que a lei que a 
alterou começar a produzir efeitos (não se confunde com a data de 
vigência, em respeito aos princípios da anterioridade e noventena). Logo, 
pode-se concluir que a legislação substantiva somente se aplica a fatos 
geradores futuros. 
 
Não confunda: 
A legislação material somente se aplica aos fatos 
geradores futuros, pois ela deve estar vigente e 
produzindo efeitos no momento da ocorrência do fato 
gerador. Cumpre-se, assim, o princípio da 
irretroatividade tributária. 
Sob outra ótica, quando for realizado o lançamento, 
deve-se levar em consideração a legislação material 
vigente na data do fato gerador, ainda que já tenha sido 
revogada. 
 Cabe destacar que, de acordo com o § 2º do próprio art. 144, não se 
aplica o que acabamos de ver aos impostos lançados por períodos certos de 
tempo (IPVA e IPTU, por exemplo), desde que a lei fixe expressamente a 
data em que o fato gerador se considera ocorrido. 
 Vamos entender o que o legislador quis dizer com isso. O que vimos até 
agora foi que o lançamento deve utilizar como base a legislação vigente na 
data da ocorrência do fato gerador, correto? 
 Em relação aos impostos lançados por períodos certos de tempo, isso 
não se aplica se a lei fixar a data em que o fato gerador se considera ocorrido. 
Na prática, a situação não muda muito, já que, quando a lei fixar um momento 
em que o imposto se considera ocorrido, aplica-se a legislação que estiver em 
vigor nesse momento. 
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 A título de exemplo, se o fato gerador do IPVA ocorre no dia 1º de 
Janeiro de cada ano, aplica-se ao lançamento a legislação que estiver em vigor 
nessa data. 
 Assim, na essência, a regra do § 2º do art. 144 não é uma exceção, mas 
deve ser memorizada para fins de prova! 
2.2.2 – Legislação aplicável em relação aos aspectos formais 
 Além dos aspectos materiais,no momento do lançamento a autoridade 
deve respeitar regras formais. Para entender qual será a legislação aplicável 
em cada caso, vamos ver o que o legislador estabeleceu no § 1º do art. 144: 
§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à 
ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos 
critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os 
poderes de investigação das autoridades administrativas, ou 
outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, 
neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade 
tributária a terceiros. 
 Como já foi explicado, os aspectos formais dizem respeito aos 
procedimentos, não se relacionando com a estrutura da obrigação 
tributária. Por esse motivo, o legislador optou pela aplicação das regras 
formais vigentes na data do lançamento, ainda que tenham sido 
alteradas após a ocorrência do fato gerador. 
 Na redação desse parágrafo, percebe-se que os aspectos procedimentais 
estão relacionados a procedimentos de fiscalização, poderes de investigação e 
até mesmo maiores garantias e privilégios ao crédito tributário. 
Observação: 
Garantias do crédito tributário: tornam mais efetiva a atividade de 
cobrança dos tributos. 
 
Privilégios do crédito tributário: regras que outorgam prioridade de 
pagamento aos tributos, em detrimento de outras dívidas, quando há 
pluralidade de credores contra o devedor. 
 
•! Nós estudaremos em momento oportuno as garantias e privilégios do 
crédito tributário. 
 Novamente, vamos analisar a situação sobre outra ótica: se a autoridade 
administrativa deve aplicar a legislação formal em vigor no momento do 
lançamento, como este ocorre em data posterior ao fato gerador, pode-se 
dizer que a legislação alcança fatos geradores passados (anteriores a 
ela), mas que estão sendo objeto de apuração pela autoridade fiscal no 
momento do lançamento. 
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 Imagine, como ocorrido exemplo anterior, que no mês de Janeiro de 
2014 ocorra o fato gerador de um imposto. A legislação que regulava os 
procedimentos formais a serem adotados pela autoridade administrativa era a 
Lei “A”. Em Julho de 2014, a Lei “B” revogou a Lei “A”, alterando os 
procedimentos aplicáveis ao lançamento do referido imposto. Aí eu te 
pergunto: qual lei deve ser aplicada ao lançamento, realizado em Janeiro de 
2015? Certamente, é a Lei “B”. 
 Veja que no momento do lançamento a autoridade fiscal aplicou a 
legislação em vigor nessa data (em obediência ao § 1º do art. 144). 
Analisando a situação sob outro ângulo, você será capaz de perceber também 
que a Lei “B” atingiu fatos geradores passados, em cujo momento estava em 
vigor outra legislação formal (A Lei “A”). Entendido? 
 
Não confunda! 
A legislação formal se aplica aos fatos geradores 
passados, pois o que importa é a legislação vigente na 
data do lançamento (pode ter havido alteração após o 
fato gerador). 
 Contudo, há uma exceção: não pode ser aplicada a legislação que 
posteriormente à data da ocorrência do fato gerador da obrigação tenha 
atribuído responsabilidade tributária a terceiros. 
 Vamos entender a lógica dessa exceção. Nós aprendemos que o sujeito 
passivo da obrigação tributária é um aspecto material a ser levado em 
consideração no momento do lançamento. Sendo assim, não faz sentido 
inserir no pólo passivo da obrigação uma pessoa que, na data da 
ocorrência do fato gerador, não era obrigada a cumpri-la. Entendido? 
2.3 - Taxa de câmbio aplicável ao lançamento 
 Deve ser ressaltado também que, em alguns casos, o valor da base de 
cálculo do tributo é expresso em moeda estrangeira. Isso é comum nos 
tributos aduaneiros, sobretudo no imposto de importação. 
 Como a taxa de câmbio se altera diariamente, é necessário saber, no 
momento de realizar o lançamento, qual a taxa de câmbio a ser utilizada. 
 Como a taxa de câmbio influencia no valor do tributo devido (um aspecto 
material), o legislador do CTN optou por manter a mesma lógica da legislação 
relativa aos aspectos materiais: a data de ocorrência do fato gerador, 
lembrando que isso foi determinado “salvo disposição de lei em contrário”, 
conforme preceitua o art. 143 do CTN: 
 Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor 
 tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-
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 se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da 
 ocorrência do fato gerador da obrigação. 
 Vamos esquematizar isso de forma bastante simples: 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 01 – ESAF/AFRFB/2012 
 
Embora obrigação e crédito sejam, no direito privado, dois aspectos da mesma 
relação, o direito tributário houve por bem distingui-los: a obrigação como um 
primeiro momento na relação tributária, de conteúdo e sujeito passivo ainda 
não determinados e formalmente identificados; o crédito como um segundo 
momento na mesma relação, que surge com o lançamento. 
 
Comentário: Realmente, apenas com o lançamento (segundo momento) é 
que se identifica formalmente o sujeito passivo da obrigação tributária 
(primeiro momento). Lembre-se de que no mnemônico VDCIP, a letra “I” 
representa o ato de identificar o sujeito passivo da relação jurídico-tributária. 
Questão correta. 
 
Questão 02 – ESAF/ATRFB/2009 
 
Por meio do lançamento, constitui-se o crédito tributário, apontando o 
montante devido correspondente à obrigação tributária principal, que abrange 
o tributo, mas não abrange eventuais penalidades pecuniárias pelo 
descumprimento da obrigação tributária. 
 
Comentário: O lançamento é o ato pelo qual se constitui o crédito tributário, 
relativo à obrigação principal, que pode ter por objeto tanto o pagamento de 
tributo como de penalidades pecuniárias (multas). Questão errada. 
Legislação vigente na data do fato gerador Aspectos Materiais 
Aspectos Formais Legislação vigente na data do lançamento 
Taxa de Câmbio Data do fato gerador 
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Questão 03 – ESAF/SEFAZ-CE/2007 
 
A fim de constituir um crédito tributário e declarar a obrigação tributária ao 
contribuinte, o Fisco necessita efetuar o respectivo lançamento. 
 
Comentário: Como já foi visto durante a aula, o lançamento tem natureza 
jurídica mista, isto é, declara a obrigação tributária e constitui o crédito 
tributário. Questão correta. 
 
Questão 04 – ESAF/SEFAZ-RN/2005 
 
É vedada a aplicação ao lançamento da legislação que, posteriormente à 
ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha ampliado os poderes de 
investigação das autoridades administrativas. 
 
Comentário: Aplica-se a legislação formal vigente na data do lançamento. 
Considera-se como legislação formal aquela que disponha sobre os poderes de 
investigação das autoridades administrativas. Questão errada. 
 
Questão 05 – ESAF/Procurador-Fortaleza/2002 
 
O lançamento de crédito tributário reporta-se à data de ocorrência do fato 
gerador da obrigação tributária e rege-se pela lei então vigente, ainda que 
posteriormente modificada ou revogada, exceto em relaçãoaos impostos 
lançados por períodos certos de tempo, desde que, nesse caso, a respectiva lei 
fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido. 
 
Comentário: A questão está perfeita. O examinador cobrou tanto o caput do 
art. 144, como o seu § 2°. Questão correta. 
 
Questão 06 – ESAF/TRF/2002 
 
O lançamento é regido pela legislação vigente à época da ocorrência do fato 
gerador, não lhe sendo aplicável a legislação posterior. 
 
Comentário: A questão está correta apenas em relação à legislação material. 
No tocando aos aspectos formais, deve-se levar em consideração a legislação 
em vigor na data do lançamento. Portanto, a questão está errada. 
 
Questão 07 – ESAF/AFRF/2005 
 
O lançamento é uma atividade vinculada e obrigatória, sob pena de 
responsabilidade funcional. 
 
14769456328
14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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Comentário: De acordo com o par. Único do art. 142, do CTN, a atividade 
administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de 
responsabilidade funcional. Questão correta. 
 
Questão 08 – ESAF/Advogado-IRB/2004 
 
É permitido que autoridade judiciária realize lançamento de crédito tributário, 
na hipótese de concluir que o contribuinte deixou de recolher tributo devido à 
Fazenda Pública. 
 
Comentário: O lançamento é atividade privativa da autoridade administrativa, 
não podendo esta ser substituída pela autoridade judiciária. Questão errada. 
 
Questão 09 – ESAF/Procurador-Fortaleza/2002 
 
O lançamento de crédito tributário tem natureza jurídica declaratória da 
obrigação tributária preexistente. 
 
Comentário: O lançamento tem natureza jurídica mista: declara a obrigação 
tributária e constitui o crédito tributário. Questão correta. 
 
Questão 10 – FD /INÉDITA/2015 
 
A legislação material somente se aplica aos fatos geradores futuros. 
 
Comentário: Vamos entender o que a questão quer dizer. O caput do art. 
144, do CTN, determina que o lançamento reporta-se à data da ocorrência do 
fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que 
posteriormente modificada ou revogada. Ou seja, a lei já deve estar vigente 
quando ocorrer o fato gerador. Logo, ao iniciar sua vigência, a legislação 
material (e é a ela que o caput do art. 144 se refere, como já vimos) somente 
se aplica aos fatos geradores futuros. Questão correta. 
 
Questão 11 – FD /INÉDITA/2015 
 
A legislação formal alcança fatos geradores passados. 
 
Comentário: Nós vimos que se aplica ao lançamento a legislação formal que, 
nos termos do § 1º, do art. 144, do CTN, esteja vigente nessa data. Logo, 
pode-se dizer que a legislação formal alcança fatos geradores passados, que 
venham a ser lançado futuramente, a partir da vigência da legislação. Questão 
correta. 
 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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Questão 12 – FGV/AFRE-RJ/2010 
 
Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato 
gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou 
processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades 
administrativas ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, 
exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária 
a terceiros. 
 
Comentário: Conforme estudamos, os aspectos formais dizem respeito aos 
procedimentos, não se relacionando com a estrutura da obrigação tributária. 
Por esse motivo, o legislador optou pela aplicação das regras formais vigentes 
na data do lançamento, ainda que tenham sido alteradas após a ocorrência do 
fato gerador. Questão correta. 
 
Questão 13 – FGV/AFRE-RJ/2011 
 
A respeito do lançamento, é correto afirmar que por força de previsão legal, a 
autoridade administrativa tem o poder de delegar o lançamento tributário às 
entidades da administração pública indireta que sejam pessoas jurídicas de 
direito público. Nesse caso, são aplicáveis as disposições do CTN referentes à 
constituição do crédito tributário, que inclui, entre outras, a responsabilidade 
funcional do servidor público pelas informações prestadas ao fisco. 
 
Comentário: O caput do art. 142 assevera que compete privativamente à 
autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento. 
Sendo assim, o lançamento não é uma atividade que pode ser objeto de 
delegação. Questão errada. 
 
Questão 14 – FGV/AFRE-RJ/2011 
 
A respeito do lançamento, é correto afirmar que se reporta à data de 
ocorrência do fato gerador e é regido pela lei então vigente, exceto se esta for 
posteriormente modificada ou revogada. Nesse caso, por força do princípio da 
supremacia do interesse público, ainda que a lei nova venha a prejudicar o 
contribuinte ou responsável pelo pagamento do tributo, ela será aplicável de 
imediato se entrar em vigor entre a data de ocorrência do fato gerador e a 
data do lançamento. 
 
Comentário: O art. 144 do CTN preceitua que o lançamento reporta-se à data 
da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, 
ainda que posteriormente modificada ou revogada. Questão errada. 
 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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Questão 15 – FGV/CGE-MA-Auditor/2014 
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Quanto ao lançamento, analise as afirmativas a seguir. 
 
I. É declaratório da obrigação tributária e constitutivo do crédito tributário. 
II. Pode ser revisto pela autoridade tributária, desde que haja erro de direito. 
III. É constitutivo da obrigação tributária e declaratório do crédito tributário. 
IV. É revisto de ofício pela autoridade administrativa quando determinado em 
lei. 
Assinale: 
a) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
b) se somente as afirmativas I e IV estiverem corretas. 
c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
e) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas. 
 
Comentário: 
 
Item I: O lançamento possui natureza jurídica mista, ou seja, declara a 
obrigação tributária e constitui o crédito tributário. Item correto. 
 
Item II: De acordo com o art. 146 do CTN, o lançamento não pode ser revisto 
por ter havido erro de direito. Item errado. 
 
Item III: Na verdade, o lançamento declara a obrigação tributária e constitui 
o crédito tributário. Item errado. 
 
Item IV: Conforme prevê o art. 149, I, do CTN, o lançamento é revisto de 
ofício quando a lei assim o determine. Item correto. 
 
Gabarito: Letra B 
 
Questão 16 – CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011 
 
O lançamento tributário rege-se pela lei vigente na data da ocorrência do fato 
gerador, ainda que ao tempo da constituição do crédito tal lei haja sido 
revogada. 
 
Comentário: De acordo com o caput do art. 144 do CTN, o lançamento 
reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei 
então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Questão 
correta. 
 
 
 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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Questão 17 – CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011 
 
Em regra, caso o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, a 
conversão em moeda nacional deverá ser feita ao câmbio do dia do efetivo 
pagamento do tributo. 
 
Comentário: A conversão deve ser feita com base na taxa de câmbio da data 
do fato gerador da obrigação tributária. Questão errada. 
 
Questão 18 – CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011 
 
O crédito tributário surge com a ocorrência do fato gerador do tributo. 
 
Comentário: Na verdade, é a obrigação tributária que surge com a ocorrência 
do fato gerador do tributo. O crédito tributário é constituído pelo lançamento. 
Questão errada. 
 
Questão 19 – CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011 
 
O lançamento é o procedimento administrativo por meio do qual se apura a 
certeza e a liquidez do crédito tributário, que constitui o devedor em mora. 
 
Comentário: O lançamento é o procedimento administrativo tendente a 
verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar 
a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito 
passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível (VDCIP). 
O lançamento não apura a certeza e liquidez do crédito tributário, até porque 
antes do lançamento o crédito tributário nem mesmo existe. Trata-se de 
procedimento que tem por objetivo constituir o crédito tributário, conferindo 
certeza e liquidez à obrigação tributária. Questão errada. 
Questão 20 – FCC/AFR-SP/2009 
 
Da verificação de que o lançamento é o procedimento administrativo destinado 
a constituir o crédito tributário e que o lançamento reporta-se à data da 
ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda 
que posteriormente modificada ou revogada, é possível identificar o 
cumprimento do princípio constitucional da: 
a) irretroatividade tributária. 
b) anterioridade anual. 
c) anterioridade nonagesimal. 
d) isonomia tributária. 
e) capacidade contributiva. 
 
14769456328
14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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Comentário: Imagine que na data da ocorrência do fato gerador a alíquota de 
determinado tributo seja de 10% e que no dia do lançamento seja de 20%. Se 
a alíquota de 20% fosse utilizada no lançamento, diríamos que a lei 
responsável pela majoração foi aplicada a fatos geradores anteriores à sua 
vigência. Veja que o caput do art. 144 reforça o princípio da irretroatividade. 
Portanto, a alternativa correta é a Letra A. 
 
Questão 21 – CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012 
 
O lançamento do crédito reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da 
obrigação e rege-se pela lei vigente, salvo se esta for posteriormente 
modificada ou revogada. 
 
Comentário: De acordo com o caput do art. 144, do CTN, O lançamento do 
crédito reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se 
pela lei vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Questão 
errada. 
 
Questão 22 – CESPE/JUIZ-TJ-BA/2012 
 
No caso de, após a ocorrência do fato gerador, advir lei que amplie os poderes 
de investigação das autoridades administrativas, o lançamento será regido pela 
lei que estiver em vigor na data 
a) do pagamento do tributo. 
b) da inscrição da dívida na repartição administrativa competente. 
c) da ocorrência do fato gerador. 
d) da cobrança do tributo. 
e) da feitura do lançamento. 
 
Comentário: Aprendemos que, em relação aos aspectos formais, aplica-se a 
legislação vigente na data do lançamento. Portanto, a alternativa correta é a 
Letra E. 
 
Questão 23 – CESPE/PROMOTOR-MP-PI/2012 
 
Considere que determinado crédito tributário tenha sido anulado por vício da 
notificação de lançamento. Nesse caso, a obrigação tributária, por estar 
vinculada ao referido crédito fiscal, é automaticamente declarada nula. 
 
Comentário: Nos termos do art. 140 do CTN, as circunstâncias que venham 
modificar o crédito tributário não afetam a obrigação tributária que lhe deu 
origem. Portanto, a questão está errada. 
 
 
 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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Questão 24 – FCC/DPE-SP/2009 
 
A taxa cambial do dia do lançamento será a utilizada na conversão para a 
moeda nacional, nos casos em que o valor tributário estiver expresso em 
moeda estrangeira. 
 
Comentário: Utiliza-se a taxa de câmbio da data da ocorrência do fato 
gerador da obrigação, quando o valor tributário estiver expresso em moeda 
estrangeira. Questão errada. 
 
Questão 25 – CESPE/PROMOTOR-MP-RN/2009 
 
O lançamento é atividade administrativa vinculada e discricionária. 
 
Comentário: Ora, ou a atividade é vinculada ou é discricionária. No caso do 
lançamento, trata-se de atividade vinculada e obrigatória, sob pena de 
responsabilidade funcional. Questão errada. 
 
Questão 26 – CESPE/PROMOTOR-MP-RN/2009 
 
O lançamento é regido por lei vigente na data da ocorrência do fato gerador da 
obrigação, mesmo que outra lei posterior imponha penalidade menos severa 
ao fato. 
 
Comentário: Em se tratando de penalidades, a legislação mais benéfica 
aplica-se ao fato gerador, mesmo que este tenha ocorrido em momento 
anterior à sua vigência, produzindo efeitos retroativos. Questão errada. 
 
Questão 27 – CESPE/PROMOTOR-MP-PI/2012 
 
Compete privativamente à autoridade administrativa a constituição do crédito 
tributário pela concretização da hipótese descrita em lei, o que dá origem à 
obrigação tributária. 
Comentário: A questão “enrolou” as palavras. O correto é dizer que compete 
privativamente à autoridade administrativa a constituição do crédito tributário 
por meio do lançamento. Questão errada. 
 
Questão 28 – CESPE/DPU/2010 
 
À autoridade tributária competente cabe declarar a existência do crédito 
tributário pelo lançamento, ocasião em que deve verificar a ocorrência do fato 
gerador da obrigação tributária, calcular o montante do tributo devido e 
identificar o sujeito passivo. Eventual proposição de aplicação de penalidade 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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pecuniária deve ser objeto de ato administrativo próprio, pois não se trata de 
tributo. 
 
Comentário: Há dois erros na questão. A autoridade declara a existência 
da obrigação tributária e constitui o crédito tributário. Além disso, no 
procedimento do lançamento, se for o caso, cabe a autoridade administrativa 
propor a aplicação da penalidade cabível. Questão errada. 
 
Questão 29 – CESPE/PROMOTOR-MP-ES/2010 
 
Se uma nova lei for publicada após a ocorrência do fato gerador de imposto 
não lançado por período certo de tempo, ampliando os poderes de investigação 
das autoridades administrativas, o lançamento será regido pela lei em vigor na 
data 
a) mais favorável ao sujeito passivo. 
b) de pagamento do tributo. 
c) da feitura do lançamento. 
d) da ocorrência do fato gerador. 
e) da cobrança do tributo. 
 
Comentário: A questão trata da legislação formal. O examinador tentou 
confundir o candidato, tentando inserir a informação de que o tributo é lançado 
“por período certo de tempo”. De qualquer modo, a legislação formal a ser 
aplicada ao lançamento é a que estiver em vigor na data deste. Portanto, a 
respostaé a Letra C. 
 
3 – ALTERAÇÃO DO LANÇAMENTO 
 Após a conclusão do lançamento, para que este possa produzir efeitos 
em relação ao sujeito passivo, é necessário que haja a notificação do 
lançamento. Trata-se de comunicação oficial feita ao devedor por meio de 
notificação de lançamento ou mesmo por carnê de cobrança. 
 Ao ser notificado, o contribuinte terá duas opções: quitar a obrigação 
ou impugnar o lançamento contra ele realizado. Obviamente, ele terá um 
prazo para agir diante da notificação. Portanto, antes de o contribuinte ser 
notificado da existência do crédito tributário, o lançamento não produz 
qualquer efeito (contagem do prazo para impugnação, por exemplo). 
 É por esse motivo que, antes da comunicação oficial, a autoridade 
administrativa pode alterar o lançamento para corrigir informações ou 
valores, já que o contribuinte ainda não foi informado da dívida tributária. 
Podemos dizer, então, que nesse período o lançamento é revisível. 
 
14769456328
14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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Até a notificação, a revisibilidade do lançamento é 
absoluta. 
 Com a notificação, a situação muda totalmente. A partir deste 
momento, a regra é a vedação da alteração do lançamento efetuado. 
Dizemos, neste caso, que o lançamento é presumidamente definitivo. 
 Contudo, tal presunção é relativa, já que o art. 145 do CTN, seguindo 
a lógica do que acabamos de ver, previu situações excepcionais que permitem 
a alteração do lançamento regularmente notificado. Senão, vejamos: 
Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só 
pode ser alterado em virtude de: 
I - impugnação do sujeito passivo; 
II - recurso de ofício; 
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos 
previstos no artigo 149. 
 Vamos estudar cada uma dessas hipóteses de alteração do lançamento. 
Antes disso, seria interessante que você entendesse a seguinte dica de prova: 
DICA DE PROVA: Fique atento quando a questão mencionar o lançamento, 
afirmando que é definitivo. Ele é apenas presumidamente definitivo, pois 
pode ser alterado nas hipóteses do art. 145 do CTN. Como consequência, o 
crédito tributário também não está definitivamente constituído com o 
lançamento. 
3.1 – Impugnação do sujeito passivo (Art. 145, I) 
 Acabamos de estudar que, após ser notificado do lançamento efetuado, o 
sujeito passivo tem basicamente duas opções: pagar ou impugnar o 
lançamento. 
 Quando o sujeito passivo não concorda com o lançamento realizado, tem 
o direito de contestar, dentro de determinado prazo fixado na legislação 
tributária de cada ente, o lançamento por meio da impugnação. Instaura-
se, então, a fase litigiosa (ou contenciosa) do lançamento. 
 Se a decisão administrativa proferida for desfavorável ao sujeito passivo, 
tem ele a oportunidade de pagar e desistir do processo ou recorrer de forma 
voluntária ao órgão de segunda instância (recurso voluntário). 
14769456328
14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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Observação: Ainda que obtenha decisão desfavorável na esfera 
administrativa, o contribuinte sempre pode se socorrer no âmbito do Poder 
Judiciário. 
 Veja que o art. 145 do CTN apenas citou a impugnação. Contudo, como 
acaba de se analisar, o sujeito passivo pode obter a alteração do 
lançamento tanto na impugnação como no recurso voluntário. 
 Para tornar a explicação mais clara, entenda que a impugnação se 
refere à contestação do lançamento efetuado e o recurso ocorre quando a 
decisão da autoridade julgadora é atacada. 
 
Deve-se destacar que, ao impugnar o lançamento ou ao 
oferecer o recurso voluntário, é possível que o valor do 
crédito tributário seja alterado, inclusive para 
maior, se for detectado erro no lançamento. 
3.2 – Recurso de ofício (Art. 145, II) 
 Se a decisão administrativa proferida na primeira instância for 
desfavorável ao Fisco, fica sujeita ao recurso de ofício. Isso significa que o 
processo é encaminhado ao órgão de segunda instância para novo julgamento. 
 Nessa instância, o julgamento pode ser a favor do sujeito passivo 
novamente (em desfavor da Fazenda Pública) ou a favor do Fisco, hipótese 
em que ocorre alteração do lançamento. 
 
Observação: O recurso de ofício também pode vir em prova com a 
denominação reexame necessário, remessa necessária ou duplo grau 
obrigatório. 
3.3 – Iniciativa de ofício da autoridade fiscal (Art. 145, III) 
 As duas formas de alteração do lançamento estudadas acima decorrem 
da manifestação do sujeito passivo. A que vamos estudar neste tópico diz 
respeito à atuação da própria autoridade administrativa que efetuou o 
lançamento ou seu superior hierárquico. 
 Essa modalidade de alteração do lançamento está fundada no princípio 
da legalidade, segundo o qual a Administração Pública deve tomar as 
medidas necessárias para o fiel cumprimento da lei. Assim, se for 
constatada alguma ilegalidade no lançamento, a autoridade administrativa 
deve promover a alteração a fim de corrigi-lo, independentemente de 
provocação do sujeito passivo. 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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 Nesse caso, deve ser ressaltado que a alteração ocorre de ofício. Isso 
significa que, caso se faça necessário, em cumprimento ao art. 145, III, a 
autoridade deve promover o lançamento de ofício. 
Observação: Nós já vimos em outra aula que existem três modalidades de 
lançamento, sendo a de ofício uma delas. Nesta aula, estudaremos todas 
elas detalhadamente. 
 Portanto, sempre que ocorrer alguma das situações previstas no art. 149 
do CTN, a autoridade deve fazer a alteração do lançamento de ofício, 
mesmo que o tributo tenha sido originariamente lançado por meio de outra 
modalidade de lançamento. 
 
Todo tributo pode ser lançado de ofício, caso ocorra 
alguma das hipóteses do art. 149 do CTN. 
 Destaque-se que tais alterações somente podem ser efetuadas, 
enquanto não estiver extinto o direito da Fazenda Pública pela 
decadência. 
 Por fim, uma dica para guardar as hipóteses previstas no art. 149 é, 
além de fazer reiteradas leituras como recomendado na aula inicial do curso, 
entender que quase todas as hipóteses representam algum vício no 
lançamento. A exceção é o inciso I, que estabelece a alteração quando a lei 
determinar. 
 Para facilitar a memorização, lembre-se das palavras-chave descritas a 
seguir (só irá funcionar se você ler a lei): 
•! Quando a lei determinar (óbvio); 
•! Quando a declaração for entregue fora do prazo ou na forma prevista na 
legislação; 
•! Deixar de atender pedido de esclarecimento da autoridade administrativa; 
•! Falsidade, erro, inexatidão ou omissão; 
•! Ação ou omissão que resulte em penalidade pecuniária (multas); 
•! Dolo, fraude ou simulação; 
•! Fato não conhecido ou não provado; 
•! Fraude ou falta funcional da autoridade lançadora. 
Observação: O lançamento de multas é realizado pela lavratura de 
auto de infração, uma das formas de lançamento de ofício (art. 149, 
VI). Fique ligado, pois a questão da prova pode se referir à constituição do 
crédito tributário, citando o auto de infração. 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza!∀#∃∀%&∋(#∀)∗%+#∀&∋,−#−∋./0/123456∋
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 Agora é com você! Leia o art. 149 e veja como tudo ficou mais fácil de 
ser compreendido e armazenado na memória. 
 Esquematizando: 
 
 
 
 
3.4 – Alteração do Lançamento decorrente de erro de direito e erro de 
fato 
 Vejamos, inicialmente, o que diz o art. 146 do CTN: 
Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de 
decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela 
autoridade administrativa no exercício do lançamento somente 
pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, 
quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. 
 Quando o legislador fala em “critérios jurídicos” adotados pela autoridade 
no lançamento, está se referindo à interpretação da legislação tributária 
aos casos concretos. 
 A interpretação de determinada norma pode ser alterada com o decorrer 
do tempo, já que a tecnologia, a sociedade e a economia, por exemplo, são 
fatores que se alteram, podendo resultar em outro modo de entender a lei 
tributária. Essa modificação nos critérios jurídicos é denominada erro de 
direito. 
 O dispositivo em análise tem por objetivo proteger a alteração do 
lançamento efetuado, com base em erro de direito, prestigiando a boa-fé do 
contribuinte que, ao fazer acontecer o fato gerador, tinha por base a 
interpretação anterior da lei tributária. 
 Portanto, as alterações nos critérios jurídicos, ou melhor, na 
interpretação da lei só pode ser feita, em relação ao mesmo sujeito passivo, 
quanto aos fatos geradores que vierem a ocorrer após a mudança na 
interpretação. 
 
Alteração de lançamento 
notificado 
Impugnação do sujeito passivo 
Recurso de ofício 
Iniciativa de ofício (CTN, art. 149) 
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A mudança nos critérios jurídicos possui efeitos ex nunc, 
aplicando-se apenas aos fatos geradores futuros. 
 Com efeito, o art. 146, do CTN, tem como objetivo reforçar a 
imodificabilidade do lançamento que já foi regularmente notificado ao sujeito 
passivo. Trata-se de decorrência do princípio da segurança jurídica, 
assegurando ao sujeito passivo a estabilidade das relações jurídicas já 
constituídas. 
Da mesma forma, o referido dispositivo impede que determinado 
sujeito passivo, que tenha se submetido a lançamento realizado com base no 
critério jurídico “X”, seja sujeito passivo de outro lançamento posterior, 
realizado com base no critério jurídico “Y”, quando este lançamento tenha 
como objeto fato gerador anterior à introdução do critério “Y”. 
 
O marco temporal para aplicabilidade do novo critério 
jurídico é a data da sua introdução. 
Dito isso, o candidato deve memorizar que não cabe alteração de 
lançamento com base em erro de direito. Ora, se a alteração dos critérios 
jurídicos só pode alcançar fato gerador praticado pelo mesmo sujeito passivo 
posterior a essa alteração, é evidente que não alcançará fatos anteriores que 
já foram, inclusive, objeto de lançamento. 
 Vejamos o entendimento do STJ sobre o assunto: 
TRIBUTÁRIO - IMPORTAÇÃO - REVISÃO DE LANÇAMENTO POR ERRO DE 
DIREITO - SÚMULA 227/TFR. 
1. Em havendo na declaração do contribuinte erro de direito não 
detectado pelo Fisco, que a aceita integralmente, a mudança de 
entendimento constitui-se em alteração de critério vedada pelo CTN. 
2. Só a falsidade, o erro ou a omissão são capazes de provocar a 
revisão do lançamento com a conseqüente autuação do contribuinte. 
(STJ, REsp 171.119/SP, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, 
Julgamento em 07/08/2001) 
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 Por outro lado, o “erro de fato”, quando ocorrido, deve ser 
indubitavelmente alterado, com base no art. 149 do CTN, respeitando, é 
claro, o prazo decadencial, conforme a regra previsto no par. único do 
mesmo artigo. 
 O erro de fato ocorre quando algum fato relevante deixa de ser levado 
em consideração no momento do lançamento ou mesmo quando as 
informações tomadas como base para o lançamento não correspondem à 
realidade. Como exemplo, imagine que o IPVA referente a um carro foi 
calculado sobre uma base de cálculo incorreta. Nesse caso, o lançamento deve 
ser alterado de ofício com base no art. 149, VIII, do CTN. 
 
Questão 30 – ESAF/ATRFB/2012 
 
Se o lançamento não foi notificado ao sujeito passivo, pode ser livremente 
alterado pela autoridade. 
 
Comentário: Antes da comunicação oficial, a autoridade administrativa pode 
alterar o lançamento para corrigir informações ou valores, já que o 
contribuinte ainda não foi informado da dívida tributária. Podemos dizer, 
então, que nesse período o lançamento é revisível. Questão correta. 
 
Questão 31 – ESAF/ATRFB/2012 
 
A alteração de entendimento (modificação dos critérios jurídicos adotados pela 
autoridade administrativa) no exercício do lançamento pode ser efetivada, em 
relação aos outros contribuintes, quanto a fato gerador ocorrido anteriormente 
à sua introdução. 
 
Comentário: Essa modificação nos critérios jurídicos é denominada erro de 
direito. Aqui está uma boa “pegadinha” da ESAF. O candidato fica focado na 
palavra “anteriormente” e pensa que está errado. Contudo, a banca diz “em 
relação a outros contribuintes”, o que afasta por completo a aplicação da 
vedação prevista no art. 146 do CTN. Na dúvida, releia o dispositivo, antes de 
partir para a próxima questão. Questão correta. 
 
 
 
 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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Questão 32 – ESAF/ATRFB/2009 
 
O tributo, por força do CTN, é lançado mediante atividade administrativa 
plenamente vinculada, não sendo admissíveis impugnações de qualquer 
natureza. 
 
Comentário: Realmente, a atividade administrativa de lançamento é 
plenamente vinculada. Contudo, admitem-se impugnações, conforme prevê o 
CTN. Questão errada. 
 
Questão 33 – ESAF/Auditor-TCE-PR/2002 
 
Em consonância com o CTN, NÃO se admite alteração do lançamento de 
crédito tributário, regularmente notificado ao sujeito passivo da obrigação 
tributária, entre outras hipóteses, em virtude de iniciativa de ofício da 
autoridade administrativa, em face de posterior modificação introduzida, de 
ofício ou em consequência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios 
jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento. 
 
Comentário: Lembre-se que a modificação dos critérios jurídicos adotados 
pela autoridade administrativa só pode ser aplicada em relação aos fatos 
geradores ocorridos após tal modificação. Trata-se do erro de direito. Sendo 
assim, não cabe alteração de lançamento já efetuado com base nessa 
justificativa. Questão correta. 
 
Questão 34 – ESAF/SEFAZ-MG/2005 
 
O lançamento pode ser revisto de ofício, mesmo se efetuado em qualquer 
modalidade. 
 
Comentário: O lançamento pode ser revisto de ofício nas situações previstas 
no art. 149 do CTN, mesmo se efetuado emoutra modalidade. Questão 
correta. 
 
Questão 35 – ESAF/TTN/1998 
 
O lançamento somente pode ser efetuado de ofício quando se comprove ação 
ou omissão do sujeito passivo que dê lugar à aplicação de penalidade 
pecuniária. 
 
Comentário: A questão apresenta uma situação em que o tributo é lançado 
de ofício. Contudo, essa é a apenas uma de várias outros casos elencados no 
art. 149 do CTN. Questão errada. 
 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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Questão 36 – ESAF/PGDF/2007 
 
O auto de infração caracteriza autêntico lançamento tributário, uma vez que 
atende aos requisitos básicos previstos na legislação tributária, contendo o fato 
gerador da obrigação correspondente, a determinação da matéria tributável, o 
cálculo do montante do tributo devido, a identificação do sujeito passivo e a 
cominação da penalidade cabível. 
Comentário: O auto de infração é uma das formas de lançamento tributário, 
resultando na constituição de multa tributária (penalidade pecuniária). Questão 
correta. 
 
Questão 37 – ESAF/SEFAZ-CE/2007 
 
O auto de infração, regularmente notificado ao sujeito passivo, só pode ser 
alterado por iniciativa da autoridade administrativa em hipóteses 
taxativamente previstas pelo art. 149 do CTN. Entre as hipóteses constitui 
exemplos deste tipo de situação: Quando se comprove falsidade, erro ou 
omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como 
sendo de declaração obrigatória. 
 
Comentário: De fato, o lançamento só pode ser alterado pela iniciativa de 
ofício nos casos previstos no art. 149 do CTN. O exemplo dado se refere ao 
inciso IV do referido artigo. Questão correta. 
 
Questão 38 – ESAF/SEFAZ-CE/2007 
 
O auto de infração, regularmente notificado ao sujeito passivo, só pode ser 
alterado por iniciativa da autoridade administrativa em hipóteses 
taxativamente previstas pelo art. 149 do CTN. Entre as hipóteses constitui 
exemplos deste tipo de situação: Quando se comprove que o sujeito passivo, 
ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação. 
 
Comentário: De fato, o lançamento só pode ser alterado pela iniciativa de 
ofício nos casos previstos no art. 149 do CTN. O exemplo dado se refere ao 
inciso VII do referido artigo. Questão correta. 
 
Questão 39 – ESAF/GEFAZ/2005 
 
Com a lavratura de auto de infração, considera-se definitivamente constituído 
o crédito tributário. 
 
Comentário: Com a lavratura do auto de infração, o contribuinte ainda tem o 
direito de impugnar o lançamento realizado. Por esse motivo, não se pode 
alegar que o crédito tributário está definitivamente constituído. Questão 
errada. 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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Questão 40 – ESAF/GEFAZ/2005 
 
Com a lavratura de auto de infração, considera-se constituído o crédito 
tributário. 
 
Comentário: Com a lavratura do auto de infração, o lançamento está 
realizado e o crédito tributário, constituído. Embora ainda haja possibilidade de 
alteração, não se nega que o crédito já foi constituído. Questão correta. 
 
Questão 41 – FGV/SEAD-AP-Auditor/2010 
 
Em relação à revisão do lançamento regularmente notificado ao contribuinte, 
não é correto afirmar que: 
a) é possível quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a 
qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração 
obrigatória 
b) é possível nas hipóteses de erro de fato e desde que iniciada enquanto não 
extinto o direito da Fazenda Pública promover o lançamento. 
c) pode se dar em razão de impugnação do sujeito passivo. 
d) pode ser feita a qualquer tempo, sempre que caracterizado erro de direito. 
e) é cabível quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em 
benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação. 
 
Comentário: Preste atenção, pois o que se pede é a alternativa errada, ok? 
Vamos comentar cada uma delas: 
 
Alternativa A: Conforme prevê o art. 149, IV, do CTN, trata-se de hipótese de 
que permite a realização de lançamento ou revisão de ofício. Item correto. 
 
Alternativa B: O erro de fato, quando ocorrido, deve ser alterado, com base 
no art. 149 do CTN, respeitando, é claro, o prazo decadencial, conforme a 
regra prevista no par. único do mesmo artigo. Item correto. 
 
Alternativa C: A impugnação do sujeito passivo, nos termos do art. 145, I, do 
CTN, é uma das hipóteses que justificam a alteração de lançamento 
regularmente notificado ao contribuinte. Item correto. 
 
Alternativa D: De acordo com o art. 146, do CTN, não é possível alterar o 
lançamento efetuado, com base em erro de direito. Item errado. 
 
Alternativa E: De fato, cabe lançamento de ofício na hipótese aventada, nos 
termos do art. 149, VII, do CTN. Item correto. 
 
Gabarito: Letra D 
 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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Questão 42 – FGV/AFRE-RJ/2010 
!
O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo pode ser alterado a 
qualquer tempo em virtude da caracterização de erro de direito. 
 
Comentário: Não se admite alteração de lançamento com base em erro de 
direito. É o que se depreende da redação do art. 146 do CTN. Questão errada. 
 
 
Questão 43 – CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011 
 
Notificado regularmente o lançamento ao sujeito passivo tributário, a 
autoridade administrativa não pode mais alterá-lo de ofício. 
 
Comentário: Conforme previsão no art. 145, III, a autoridade administrativa 
pode alterar o lançamento regularmente notificado, nos casos previstos no art. 
149 do CTN. Questão errada. 
 
Questão 44 – CESPE/PROMOTOR-MP-RN/2009 
 
O fisco, ao exercer o seu poder de polícia, encontrou empresa que sonegava 
tributos, o que propiciou a lavratura de auto de infração contra a empresa e a 
cobrança dos tributos devidos e das penalidades relativas aos fatos 
constatados, sendo o auto entregue imediatamente na empresa. A 
circunstância descrita constituiu o crédito tributário. 
 
Comentário: Exatamente. Nós vimos que o auto de infração é uma das 
formas de lançamento de ofício. Logo, há constituição do crédito tributário. 
Questão correta. 
 
Questão 45 – CESPE/PROMOTOR-MP-RN/2009 
 
O lançamento se torna eficaz, via de regra, com a notificação do sujeito 
passivo da obrigação tributária. 
 
Comentário: Nós vimos que o lançamento só produz efeitos (torna-se eficaz) 
após a notificação do sujeito passivo. Questão correta. 
 
Questão 46 – CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃO/2013 
 
A ausência de notificação ao contribuinte acerca do ato de lançamento do 
crédito tributário a ele concernente não implica, necessariamente, nulidade do 
lançamento e da execução fiscal nele fundada. 
 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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Comentário: Antes da notificação ao contribuinte, o lançamento não possui 
qualquer efeito, sendo nula qualquer execução fundada em lançamento 
pendente de notificação. Questão errada. 
 
Questão 47 – CESPE/JUIZ-TJ-PA/2012O lançamento não pode ser objeto de revisão. 
 
Comentário: O lançamento ainda não notificado pode ser revisado, sem 
restrições. No entanto, a partir da notificação ao sujeito passivo, o lançamento 
só pode ser alterado nos casos previstos no art. 145, I, II e III, do CTN. 
Questão errada. 
 
Questão 48 – CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012 
 
O lançamento não poderá ser revisto de ofício pela autoridade administrativa 
caso a declaração não seja prestada por quem de direito, no prazo e na forma 
da legislação tributária. 
 
Comentário: De acordo com o art. 145, III, do CTN, o lançamento é revisto 
de ofício pela autoridade administrativa, nos casos previstos no art. 149. Nós 
vimos que o fato de a declaração não ser entregue no prazo e na forma (preste 
atenção nessas palavras-chave) faz com que o lançamento seja revisto de 
ofício. Questão errada. 
 
Questão 49 – CESPE/JUIZ-TJ-CE/2012 
 
De acordo com o posicionamento do STJ, é irregular a notificação do 
contribuinte no processo administrativo-tributário quando não houver previsão 
de prazo para a correspondente impugnação, hipótese que caracteriza ofensa 
ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa, acarretando a 
nulidade do lançamento do crédito tributário. 
 
Comentário: Após a regular notificação ao contribuinte, este possui direito à 
impugnação do lançamento, por expressa disposição no art. 145, I, do CTN. 
Caso a notificação não contenha prazo para que o contribuinte venha 
impugnação, certamente é irregular. Questão correta. 
 
Questão 50 – CESPE/PROMOTOR-MP-RN/2009 
 
A alteração de critério jurídico adotado pelo fisco autoriza a revisão de 
lançamento já realizado. 
 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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Comentário: Trata-se do erro de direito. A alteração dos critérios jurídicos 
adotados pelo fisco só podem produzir efeito em relação a fatos geradores 
ocorridos após a alteração. Questão errada. 
 
Questão 51 – CESPE/Procurador-Alagoas/2009 
 
O lançamento de obrigação tributária regularmente notificado ao sujeito 
passivo pode ser alterado em virtude de impugnação do sujeito ativo. 
 
Comentário: Cuidado com a pegadinha. O lançamento pode ser alterado em 
virtude de impugnação do sujeito passivo, e não do ativo. Questão errada. 
 
Questão 52 – CESPE/Procurador-Alagoas/2009 
 
O lançamento de obrigação tributária regularmente notificado ao sujeito 
passivo pode ser alterado em virtude de impugnação de terceiro interessado. 
 
Comentário: A impugnação deve ser feita pelo sujeito passivo da obrigação 
tributária. Questão errada. 
 
Questão 53 – FCC/ISS-SP/2007 
 
O lançamento efetuado e devidamente notificado ao sujeito passivo poderá ser 
alterado em virtude de livre iniciativa da autoridade administrativa, com base 
em seu poder discricionário, enquanto não extinto o direito do sujeito passivo. 
 
Comentário: O lançamento efetuado e devidamente notificado ao sujeito 
passivo poderá ser alterado por iniciativa de ofício da autoridade 
administrativa, apenas nos casos previstos no art. 149 do CTN. Sendo assim, 
não há qualquer discricionariedade. Questão errada. 
 
Questão 54 – FGV/AFRE-RJ/2011 
 
A respeito do lançamento, é correto afirmar que quando o lançamento é 
regularmente notificado ao sujeito passivo, ele só pode ser alterado pela 
impugnação do sujeito passivo, por recurso de ofício, ou por iniciativa de ofício 
da autoridade administrativa, nos casos previstos expressamente no CTN. Não 
se pode esquecer que a revisão do lançamento somente pode ser iniciada 
enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública. 
 
Comentário: A questão está perfeita. Vale lembrar que a revisão do 
lançamento, conforme disposto no par. único do art. 149, do CTN, só pode ser 
feita enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública. Questão correta. 
 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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Questão 55 – CESPE/Procurador-Ipojuca-PE/2009 
 
Na hipótese de se comprovar ação ou omissão de contribuinte que esteja 
sujeita à aplicação de multa, é lícito que o lançamento seja efetuado e revisto 
de ofício. 
 
Comentário: De acordo com o art. 149, VI, quando se comprove ação ou 
omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à 
aplicação de multa, o lançamento deve ser efetuado e revisto de ofício. Questão 
correta. 
 
Questão 56– FCC/AFR-SP/2009 
 
O lançamento de ofício é cabível para aquele tributo cujo anterior lançamento 
por homologação tiver sido comprovadamente feito com omissão ou 
inexatidão, por parte de pessoa legalmente obrigada. 
 
Comentário: O lançamento deve ser efetuado e revisto de ofício quando se 
comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada a 
realizar o pagamento antecipado na sistemática do lançamento por 
homologação (art. 149, V, c/c art. 150, caput). Questão correta. 
 
Questão 57 – FCC/Auditor-TCE-AL/2008 
 
O lançamento pode ser efetuado e revisto de ofício quando se comprove que o 
sujeito passivo agiu com dolo, fraude ou simulação. 
 
Comentário: O lançamento deve ser efetuado e revisto de ofício quando se 
comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com 
dolo, fraude ou simulação. Questão correta. 
4 – MODALIDADES DE LANÇAMENTO 
 Já sabemos que existem três, e apenas três, modalidades de 
lançamento. São elas: de ofício, por declaração e por homologação. 
 No CTN, eles foram disciplinados nos seguintes dispositivos: 
•! Lançamento de ofício: Art. 149 
•! Lançamento por declaração: Art. 147 
•! Lançamento por homologação: Art. 150 
•! 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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É a lei quem determina a modalidade de lançamento 
pela qual o tributo será lançado. 
 Vamos estudar cada uma delas a seguir. Vamos lá! 
4.1 – Lançamento de ofício 
 No lançamento de ofício, o fisco possui dados suficientes para realizar o 
lançamento sem a participação do contribuinte. Assim, todo aquele 
procedimento (VDCIP) que compõe o lançamento é realizado pela autoridade 
administrativa. 
Observação: O lançamento de ofício também é denominado ex officio ou 
direto. 
 O art. 149 do CTN estabelece as situações que justificam a realização do 
lançamento ou sua revisão. Vimos isso quando estudamos as formas de 
alteração do lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo. 
 Pela leitura do art. 149 do CTN, nota-se que, mesmo quando o 
lançamento inicial tenha sido efetuado por outra modalidade (por declaração 
ou por homologação), pode haver revisão de ofício. Portanto, vale frisar que 
todo tributo, havendo alguma das irregularidades previstas no art. 
149, pode vir a ser lançado de ofício. 
 O que pode suscitar dúvida é que você estudou que alguns impostos 
estão sujeitos ao lançamento de ofício, mesmo não havendo irregularidade. 
Isso é feito com base no art. 149, I, segundo o qual o lançamento é 
efetuado de ofício quando a lei determinar. 
 Como naquele momento nós vimos apenas os impostos que são lançados 
de ofício, vamos ampliar o nosso rol de exemplos. São lançados de ofício, entre 
outros, os seguintes tributos: 
•! IPTU; 
•! IPVA; 
•! Taxas;•! Contribuição de Melhoria; 
•! Contribuições Corporativas (de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas); 
•! Contribuição de Iluminação Pública. 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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Não há nenhuma norma geral que determine quais os 
tributos que devem ser lançados de ofício. O art. 149, I, 
permite que a lei de cada ente federativo venha 
definir se será ou não de ofício. 
4.2 – Lançamento por declaração 
 Na sistemática do lançamento por declaração (ou misto), o sujeito 
passivo atua mais intensamente, auxiliando a autoridade administrativa 
com as informações necessárias para efetuar o lançamento. 
 Nessa modalidade lançamento, o contribuinte fica obrigado a prestar 
declaração com informações sobre a matéria de fato (valor, data de 
ocorrência do fato gerador, informações pessoais etc.). Com base nas 
informações fornecidas pelo contribuinte, a autoridade providencia o 
lançamento, notificando-o para pagamento. 
 
A entrega de declaração constitui típica obrigação 
acessória. 
 Um aspecto pertinente a essa modalidade de lançamento é a retificação 
da declaração, quando provocada pelo próprio declarante. Vamos ver o que o 
CTN estabelece sobre o assunto: 
Art. 147: 
 (...) 
§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, 
quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível 
mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de 
notificado o lançamento. 
§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão 
retificados de ofício pela autoridade administrativa a que 
competir a revisão daquela. 
 Portanto, prestada a declaração pelo sujeito passivo, só pode ser feita 
alteração, com o intuito de reduzir ou excluir tributo, antes da notificação. 
Além disso, o contribuinte deve provar que a declaração realmente 
continha erros. 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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Observação: Veja que para aumentar tributo (embora isso seja difícil de 
ocorrer na prática) não há tal restrição. 
 Caso a declaração contenha erros, e o contribuinte não consiga 
retificá-la por já ter sido notificado, poderá apresentar impugnação, 
conforme estudamos no art. 145, I, do CTN. 
 Pode acontecer também de a autoridade administrativa, ao analisar a 
declaração prestada pelo contribuinte, detectar erros. Nesse caso, a retificação 
ocorrerá de ofício, com base no § 2º do art. 147, do CTN. 
 Por fim, como exemplo de lançamento por declaração temos o ITBI. 
4.2.1 – A técnica do arbitramento 
 O art. 148 do CTN prevê a possibilidade de se realizar o lançamento por 
arbitramento nas seguintes hipóteses: 
Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em 
consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos 
jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, 
arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou 
não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os 
documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente 
obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação 
contraditória, administrativa ou judicial. 
 Portanto, sempre que o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou 
atos jurídicos fornecidos pelo contribuinte por meio das declarações não 
merecerem ou forem omissos, a autoridade administrativa deverá realizar 
o arbitramento. 
 Um exemplo prático seria o de um contribuinte que adquire imóvel de 
luxo, por um preço de R$ 2.000.000,00, declarando ao fisco que a operação foi 
de R$ 100.000,00, para escapar da tributação do ITBI. O fisco, ao detectar que 
a declaração do sujeito passivo não merece fé, arbitrará o valor mais próximo 
da realidade. 
 
O arbitramento não é considerado como uma modalidade 
de lançamento, mas sim como técnica para definição 
da base de cálculo. 
 Uma das maneiras de efetuar o arbitramento é por meio das pautas 
fiscais, sendo esta semelhante a uma tabela dos valores aproximados dos 
produtos, utilizada para definir a base de cálculo do tributo. 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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 Contudo, o uso da pauta fiscal é restrito às hipóteses previstas no art. 
148 do CTN, não podendo ser utilizada como presunção absoluta de 
valor, ou seja, quando for possível apurar o valor real da base de cálculo, isso 
deve ser feito. 
 Nesse sentido, como já foi citado em outra aula, o STJ já decidiu o 
seguinte: 
Súmula STJ 431 - É ilegal a cobrança de ICMS com base no valor da 
mercadoria submetido ao regime de pauta fiscal. 
 Na verdade, o que o STJ considerou ilegal foi o uso indiscriminado dessa 
técnica para apuração da base de cálculo do ICMS. 
DICA DE PROVA: Se uma questão transcrever a Súmula 431 do STJ, você 
pode considerar correta, sem pestanejar. 
 Deve ser destacado, em tempo, que o lançamento por arbitramento 
não possui natureza punitiva, embora seja utilizado em situações em que o 
contribuinte seja inidôneo ou omisso. 
 Por fim, não cometa o equívoco de imaginar que o imposto de renda das 
pessoas físicas (IRPF) é lançado por declaração, pelo fato de haver aquela 
famosa declaração a ser entregue à Receita Federal. 
 Repare a diferença: no lançamento por declaração, o contribuinte presta 
as informações e aguarda o lançamento da autoridade fiscal bem como a 
notificação para pagamento. Por outro lado, no caso do IRPF, o contribuinte 
prepara a declaração, antecipa o pagamento sem prévio exame da autoridade 
administrativa, e esta apenas faz a posterior conferência, homologando o 
procedimento. Trata-se, pois, de lançamento por homologação, estudado 
no tópico a seguir. 
 
No lançamento por declaração, a atividade do 
contribuinte consiste em informar a autoridade. 
No lançamento por homologação, a atividade do 
contribuinte consiste em antecipar o pagamento. 
4.3 – Lançamento por homologação 
 O lançamento por homologação, também denominado 
“autolançamento” tem como característica intrínseca a intensa atuação do 
sujeito passivo no procedimento. Vejamos o que diz o caput do art. 150: 
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14769456328 - Catarina Rafaela Heloisa Souza
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Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos 
tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de 
antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade 
administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, 
tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo 
obrigado, expressamente a homologa. 
 Como já foi visto, no lançamento por homologação o sujeito passivo 
antecipa o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, sendo 
que esta, ao conferir a exatidão dos valores recolhidos, realiza a 
homologação do pagamento. 
 
Ainda que o contribuinte participe intensamente desse 
procedimento, guarde que o lançamento por 
homologação continua sendo privativo

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