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0459 - Leitura e Produção de Texto
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O Brasil entrou no século XXI justificando o lugar comum do século passado: continua sendo um país de contrastes. Isso é o que revelam os números iniciais do Censo 2000, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No último ano da década passada, em comparação com o primeiro – 1991 –, muito mais brasileiros estavam estudando, tinham carros, eletrodomésticos, telefones, luz, água encanada, esgoto e coleta de lixo, e muito menos brasileiros morriam antes de completar um ano de vida. A mortalidade infantil caiu 38%: de 48 por mil nascimentos para 29,6. A queda foi maior do que os especialistas haviam projetado no início da década. Isso, a despeito de a maioria da população continuar vivendo com rendimentos franciscanos: pouco mais da metade dos 76,1 milhões de membros da população economicamente ativa ganhava até dois salários mínimos por mês (ou R$ 302,00 à data do recenseamento e R$ 400,00 hoje) e apenas 2,4% ganhavam mais de vinte salários mínimos, ou seja, R$ 4 000,00 – um salário relativamente modesto nas sociedades desenvolvidas. Por esse ângulo, pode-se dizer que o Brasil é um país igualitário: ostenta a dramática igualdade na pobreza. Os números agregados escondem que o consumo se distribui de forma acentuadamente desigual pelo território e entre os diversos grupos de renda. Enquanto no Sul e no Sudeste os domicílios com carro somam mais de 40%, no Norte e no Nordeste não chegam a 15%. De certo modo, quem pode consumir bens duráveis acaba consumindo por si e por quem não pode. O desequilíbrio regional e social do consumo acompanha, obviamente, a concentração da capacidade aquisitiva. Os dados que apontam para a intolerável persistência da igualdade na pobreza entre os brasileiros têm relação manifesta com o desempenho da economia. Se é verdade que, em matéria de expansão dos benefícios sociais e do acesso a bens indispensáveis no mundo contemporâneo, como o telefone, os anos 1990 foram uma década ganha, no que toca ao crescimento econômico foram uma década das mais medíocres, desde a transformação do País em sociedade industrial. Entre 1991 e 2000, o Brasil cresceu, em média, parcos 2,7% ao ano. Mesmo em 1994, o melhor ano do período, o Produto Interno Bruto (PIB) não chegou a 6% – muito abaixo dos picos registrados na década de 1970, a do ¨milagre brasileiro¨. É óbvio que a retomada do desenvolvimento é condição sine qua non para a elevação da renda do povo. (Adaptado de O Estado de S. Paulo, maio/2002).
De certo modo, quem pode consumir bens duráveis acaba consumindo por si e por quem não pode.
A afirmação acima aponta para:
Escolha uma:
a. A melhoria real do padrão de vida da população brasileira, registrando existência de consumo mesmo entre os mais pobres.
b. Um equilíbrio final da capacidade de consumo da população nas várias regiões brasileiras, igualando os resultados de cada uma delas.
c. Resultados estatísticos aparentemente otimistas, mas que deixam de mostrar dados pouco animadores da situação econômica e social da população brasileira.
d. O paradoxo que resulta dos dados do último censo, pois eles indicam o consumo de bens duráveis por uma população que não tem poder aquisitivo.
O trecho abaixo foi retirado da primeira parte de Os sertões, de Euclides da Cunha.
Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua.
Nesta, ao menos, o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a perspectiva das planuras francas.
Ao passo que a caatinga o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças, e desdobra-se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado: árvores sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, de flora agonizante...
 
A partir desse trecho, são feitas as seguintes afirmações:
I. No primeiro parágrafo, a passagem “que a de uma estepe nua” apresenta um anafórico que retoma “travessia”.
II. No segundo parágrafo, construído por paralelismo, há uma anafórico que retoma “estepe nua”.
III. No terceiro parágrafo, os dois-pontos anunciam uma justificativa para o aspecto desolado da caatinga. Ele é, portanto, um catafórico.
 
Pode-se dizer, com relação às afirmações acima, que:
Escolha uma:
a. Somente a I é correta
b. Todas são corretas.
c. Somente a I e a II são corretas
d. Somente a II é correta.
Observe o poema: 
 
"Nos primeiros meses do domínio nacional-socialista
Um trabalhador de uma pequena localidade na fronteira tcheca
Foi condenado à prisão por distribuir panfletos comunistas
Como um de seus cinco filhos havia já morrido de fome
Não agradava ao juiz enviá-lo para a cadeia por muito tempo
Perguntou-lhe então se ele não estava talvez
Apenas corrompido pela propaganda comunista
Não sei o que o senhor quer dizer, disse ele, mas meu filho
Foi corrompido pela fome"
BRENCHT, Berolt Apud FREIRE, Tereza. Dos escombros de Pagu. São Paulo: SENAC, 2008
 
 Em relação ao texto acima, é correto afirmar que:
Escolha uma:
a. Trata-se de um texto predominantemente descritivo, pois se constrói pela apresentação das características do trabalhador e do juiz.
b. Trata-se de um texto predominantemente dissertativo, pois apresenta argumentos referentes aos comunistas.
c. Trata-se de um texto predominantemente descritivo, pois apresenta acontecimentos vividos pelo juiz e pelo trabalhador num determinado período de tempo.
d. Trata-se de um texto predominantemente narrativo, pois apresenta acontecimentos vividos pelo juiz e pelo trabalhador num determinado período de tempo.
No ensino básico você deve ter estudado “formação de palavras”. Nesse campo de estudo das palavras de uma língua, aprendemos que composição é um dos processos pelos quais se formaram (e ainda se formam) as palavras. Por meio dele, combinamos dois ou mais radicais para formar uma nova palavra. É o caso de democracia, automóvel, beija-flor e de muitas outras.
Proposta: Combine os radicais das duas colunas, de modo a construir termos que signifiquem “medo exagerado de doença”; “método de escrever rapidamente”; “culto do eu”; “estudo das doenças dos órgãos sexuais masculinos” e “adivinhação do futuro pela leitura das linhas da mão”.
	1. ego
	[  ] fobia
	2. taqui 
	[  ] grafia
	3. andro
	[  ] latria
	4. quiro 
	[  ] logia
	5. noso 
	[  ] mancia
   
Escolha uma:
a. 4, 3, 1, 5 e 2
b. 2, 5, 3, 4 e 1
c. 5, 2, 1, 3 e 4
d. 3, 1, 4, 2 e 5
Com relação à coesão textual, é correto afirmar:
Escolha uma:
a. A coesão sequencial não é tão importante quanto a referencial, pois não retoma palavras ou expressões anteriormente usadas no texto.
b. A coesão referencial é a que possibilita a recuperação de termos de um texto, evitando repetições.
c. A coesão referencial é a que possibilita a relação adequada entre as diferentes partes de um texto (palavras, frases, orações, períodos, parágrafos).
d. O uso correto dos conectores e dos anafóricos garante, sempre, a coerência textual.

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