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DA DESCARACTERIZAÇÃO DO VINCULO EMPREGATICIO REPRESENTANTE COMERCIAL

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DA DESCARACTERIZAÇÃO DO VÍNCULO – REPRESENTANTE COMERCIAL.
01/08/2005 a 29/01/2016 – Celebrado contrato de representação com a empresa J. Flores Representações Comerciais Ltda., constituída pelo autor.
Art. 3º - Considera-se empregado, toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.
Sendo empregado toda pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Ao afirmar que o empregado deverá sempre ser uma pessoa física, o legislador se posiciona deixando claro não ser possível o estabelecimento de vínculo empregatício entre uma pessoa jurídica e o empregador.
Sobre a subordinação, entre esta e a expectativa de resultados do tomador para com o prestador de serviço, a linha é tênue. Não obstante existam em ambas as modalidades indícios de pessoalidade, de não eventualidade e de onerosidade na relação contratual, o requisito da subordinação é fundamental para descaracterizar ou não a condição de representante comercial, pois este detém autonomia na direção de seu trabalho. 
A mera subordinação estrutural, assim entendida a prestação de serviços que se agrega à atividade empresarial, sem que o prestador receba ordens diretas ou indiretas do tomador de serviços, mesmo que esta atividade venha a integrar a organização empresarial, por si só não tem o condão de configurar o vínculo empregatício.
A JURISPRUDÊNCIA PACÍFICA
VÍNCULO DE EMPREGO. INEXISTÊNCIA. REPRESENTANTE COMERCIAL. ATIVIDADE AUTÔNOMA. Não se reconhece o vínculo empregatício quando demonstrado nos autos que o autor atuou como representante comercial da empresa, laborando sem subordinação jurídica, elemento definidor para diferenciar a relação de emprego da representação comercial.
(TRT-12 - RO: 00010686720145120023 SC 0001068-67.2014.5.12.0023, Relator: JOSE ERNESTO MANZI, SECRETARIA DA 3A TURMA, Data de Publicação: 11/09/2015)
AGRAVO. VÍNCULO DE EMPREGO. REPRESENTAÇÃO COMERCIAL AUTÔNOMO. NÃO PROVIMENTO. Inviável o reconhecimento de ofensa aos artigos 2º e 3º da CLT quando consignado no acórdão regional que a reclamante atuava como representante comercial, em que inexistia subordinação jurídica e, portanto, sem relação de emprego com a reclamada. Agravo a que se nega provimento.
(TST - Ag-AIRR: 3318500142008509 3318500-14.2008.5.09.0008, Relator: Guilherme Augusto Caputo Bastos, Data de Julgamento: 06/11/2013, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT 14/11/2013)
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL. AUSÊNCIA DE SUBORDINAÇÃO. VÍNCULO DE EMPREGO. INEXISTÊNCIA. É tênue a distinção entre o trabalho desenvolvido pelo representante comercial autônomo, disciplinado pela Lei nº 4.886/65, e aquele desempenhado pelo empregado vendedor. Nesses casos, o traço distintivo costuma ser a subordinação jurídica. Isso porque, em ambos os casos, a atividade é desenvolvida com pessoalidade, de forma habitual e mediante contraprestação pecuniária. Se os elementos constantes dos autos não evidenciam o traço da subordinação jurídica, ou, ainda, de qualquer outro dos requisitos estabelecidos no art. 3º da CLT, impõe-se indeferir o pedido de reconhecimento do vínculo empregatício.
(TRT-12 - RO: 00015467520145120023 SC 0001546-75.2014.5.12.0023, Relator: GISELE PEREIRA ALEXANDRINO, SECRETARIA DA 3A TURMA, Data de Publicação: 11/03/2016).
RELAÇÃO DE EMPREGO. REPRESENTANTE COMERCIAL. CARACTERIZAÇÃO. Em se tratando de representação comercial, a linha divisória da relação celetista há de se basear prioritariamente na sujeição hierárquica, não presente no trabalho autônomo. No caso, tendo a ré admitido a prestação de serviços, atraiu para si o ônus da prova, qual seja, a ocorrência de contrato de representação comercial. Sendo irrefutável a prova quanto ao fato de o labor prestado não se subsumir à forma estipulada pelo art. 3º da CLT, especialmente em face da inexistência da subordinação jurídica na relação havida entre autor e ré, não é reconhecível vínculo trabalhista.
(TRT-12 - RO: 00045043120135120003 SC 0004504-31.2013.5.12.0003, Relator: LIGIA MARIA TEIXEIRA GOUVEA, SECRETARIA DA 3A TURMA, Data de Publicação: 18/02/2016)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. VÍNCULO DE EMPREGO. REPRESENTAÇÃO COMERCIAL. NÃO CONFIGURAÇÃO. ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO. SÚMULA 126/TST. DECISÃO DENEGATÓRIA. MANUTENÇÃO. O contrato de representação comercial, também denominado contrato de representação mercantil, refere-se a uma relação jurídica não empregatícia, caracterizada pela autonomia do representante comercial ou agente e distribuidor perante o representado ou proponente. Portanto, a primeira diferença que afasta tal tipo legal mercantil dos arts. 2º e 3º, -caput-, e 442 da CLT é o elemento autonomia, em contraponto ao elemento subordinação. A relação mercantil/civil é necessariamente autônoma, ao passo que é necessariamente subordinada a relação trabalhista de emprego. Ao lado da autonomia (importando, pois, na ausência de subordinação), o contrato de representação mercantil tende também a caracterizar-se pela impessoalidade da figura do representante ou agente (que pode agenciar os negócios através de prepostos por ele credenciados). A análise dos elementos configuradores da relação de emprego pressupõe o exame de elementos fático-jurídicos. Na hipótese dos autos, a egrégia Corte Regional, a partir da análise do conjunto fático-probatório dos autos, constatou que a Reclamada não logrou demonstrar a presença dos requisitos da representação comercial excludentes da relação de emprego, tendo ficado comprovado na verdade, os elementos fático-jurídicos do vínculo empregatício (pessoalidade na prestação dos serviços, ausência de eventualidade, onerosidade e subordinação jurídica). Para divergir dessas conclusões, seria necessário o revolvimento de fatos e provas, o que é defeso nesta sede recursal, nos termos da Súmula 126/TST. Desse modo, não há como assegurar o processamento do recurso de revista quando o agravo de instrumento interposto não desconstitui os fundamentos da decisão denegatória que, assim, subsiste por seus próprios fundamentos. Agravo de instrumento desprovido.
(TST - AIRR: 1836720125050007, Relator: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 18/12/2013, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 31/01/2014)

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