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ANÁLISES CLÍNICAS III - RESUMO

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ANÁLISES CLÍNICAS III – HEMATOLOGIA CLÍNICA 
HEMATOPOESE 
O tecido sanguíneo é um tecido conjuntivo especializado. O sangue é uma suspensão de células: glóbulos vermelhos, 
brancos e partículas denominadas plaquetas em um líquido chamado plasma. 
Funções Gerais: 
 Transporte 
 Nutrição e eliminação de metabólitos. 
 Hormonal (glândulas endócrinas - Tireoide) 
 Transporte de metabólicos para eliminação no rim. 
 Regulação térmica. 
 Trocas gasosas (O2 e CO2). 
 Defesa imunológica (Leucócitos). 
 
PLASMA: 
O plasma é a parte líquida do sangue, de cor amarela, composto por água (~90%), proteínas, sais minerais, vitaminas, 
hormônios, nutrientes, gases, fatores de coagulação e excreções metabólicas; 
 
Proteínas (~8%): 
 
Albumina → pressão coloidosmótica e transporte (maior concentração); 
Globulinas → transporte e defesa; 
Complemento → defesa; 
Fibrinogênio/protrombina → coagulação; 
Enzimas → metabolismo; 
 
COMPOSIÇÃO CELULAR 
 
Hemácias ou Eritrócitos 
- São também conhecidas como glóbulos vermelhos; 
- São anucleadas (Não possuem núcleos) 
- É a unidade morfológica da série vermelha do sangue circulante; 
- Principal função: transporte de gases; 
- Em média tem 120 dias de vida → degradação no baço e fígado; 
 
Leucócitos (glóbulos brancos) 
Compõem as linhas de defesa do organismo; 
De acordo com as características de seu núcleo ou citoplasma são divididos em: 
GRANULÓCITOS: CITOPLASMA COM GRANULOS E POLIMORFONUCLEDOS // AGRANULÓCITOS: SEM GRANULOS NO 
CITOPLASMA E MONONUCLEAR 
 
 
Plaquetas ou Trombócitos 
- Não são células, são fragmentos celulares do citoplasma de uma célula chamada 
megacariocítica, que se fragmentam na medula óssea, são menores do que os 
eritrócitos e os leucócitos; 
- Fazem parte do sistema hemostático; 
- Quando os tecidos são lesados são ativadas, acumulando-se no local; 
- Aglomeram, formam um tampão que ajuda vedar o vaso sanguíneo danificado, na 
tentativa de interromper o sangramento; 
- Concomitantemente, liberam substâncias, como fosfolipídios, que atuam na cascata da coagulação; 
 
Hematopoese: processo de produção, diferenciação e maturação de células sanguíneas; 
 
Durante o desenvolvimento humano pode ser dividida em dois 
momentos: 
Fase Pré-natal: Primeiras semanas de vida embrionária: “ilhotas 
sanguíneas” na parede do saco vitelínico, desenvolvidas a partir 
de hemangioblastos; 
 
Fase Pós-natal: Medula óssea; 
 
Sexto mês: fígado e baço; 
Sétimo mês: medula óssea; 
 
MEDULA ÓSSEA 
Nicho hematopoiético → Tem sido definido como um espaço regulatório anatomicamente confinado capaz de 
governar o número e a determinação das células tronco hematopoiéticas (HSC); 
Dois grupamentos celulares contribuem para o nicho hematopoiético: células estromais e células hematopoiéticas. 
 
Células estromais: 
Adipócitos → reserva energética; 
Fibroblastos e Osteoblastos → fatores de crescimento e suporte; 
Células endoteliais → controle da passagem de células; 
Osteoclastos → remoção de células apoptóticas e partículas; 
 
Orgãos Hematopoiéticos 
- Medula óssea. 
- Timo. 
- Gânglio linfático 
- Baço 
- Rede de vasos linfáticos. 
 
CITOCINAS: Proteínas liberadas por várias células do 
organismo que afetam o comportamento de outras células 
que possuem receptores para essas moléculas; 
 
• Suas ações podem ser locais ou sistêmicas; 
• Podem agir na mesma célula que a produziu ou em 
outras; 
• Para agir, ligam-se a receptores específicos na membrana 
das células alvo. 
A expressão desses receptores também é regulada por outras citocinas; 
• A resposta à ação das citocinas ocorre como uma expressão de genes nas células-alvo, resultando na produção de 
novas moléculas, novas funções e até mesmo na proliferação destas células; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Eritropoese, estuda especificamente a célula tronco que se diferencia em um precursor mielóide, que 
estimulado pela eritropoetina se torna um eritrócito. 
2. A célula progenitora se diferencia em uma célula precursora mielóide, que vira um pró-eritoblasto com 
características específicas, uma alta relação núcleo citoplasma, onde o núcleo ocupa grande parte do 
citoplasma. 
3. O pró-eritoblasto se diferencia em um eritoblasto basófilo, pela característica básica da estrutura, um núcleo 
central com a cromatina desorganizada. 
4. A medida que a célula evolui ela se torna um eritroblasto policromático, com a cromatina organizada nas 
laterais. 
5. A célula vai diminuindo de tamanho e o núcleo reduzido, fica completamente condensado se formando um 
eritroblasto ortocromatófilo. 
6. Essa estrutura expulsa o núcleo, dando origem ao eritrócito. 
 
Entre o eritoblasto ortocromatófilo e o eritrócito, temos uma estrutura chamada reticulócitos que são eritrócitos 
imaturos. Em uma célula temos restos de RNA proveniente dos ribossomos em maior quantidade no citoplasma de 
uma célula. Depois que sai o núcleo tem uma precipitação quando se cora com azul de cresil brilhante ele cora o RNA 
e podemos visualizar uma célula sem o núcleo com diversos pontinhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEUCOPOESE GRANULÓCITOS 
É o processo de formação dos leucócitos. Está dividida em produção de leucócitos e as demais células. A diferença é o 
progenitor, que pode ser mielóide ou linfóide. 
Mielóide: basófilos, eosinófilos, neutrófilos e monócitos. 
Linfóide: Linfócito B, Linfócito T e Célula NK. 
Como essas células imaturas se comportam? 
1. Temos o mieloblasto que é a célula mais imatura, no interior da medula óssea. Ausente de grânulos. 
2. Quando começa a se diferenciar em Promielócito, no citoplasma começa a aparecer grânulos azurófilos 
secretados pelo complexo de Golgi. 
3. No processo de maturação o Promielocito se transforma em Mielócito que além do grânulo azurófilos 
começam a surgir, granulações específicas com uma coloração mais roseada que se dispersa por todo 
Mielócito. 
4. O Mielócito no processo de maturação se transforma em Metamielócito que começa a reduzir a estrutura do 
complexo, o núcleo começa a formar um formato de rim (grão de feijão) e existem menos granulos azurófilos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NEUTRÓFILOS. 
 
Tipo mais comum de leucócito encontrado no sangue (40-70%), em um adulto; 
Meia-vida no sangue periférico: 6,3 horas; 
Função: fagocitose e quimiotaxia 
 ↳ destruição dos microrganismos (bactérias); 
Quando se tem um aumento muito grande no sangue periférico dizemos que o 
paciente tem uma neutrofilia. 
Quando se tem uma baixa dizemos que tem uma neutropenia. 
Desvio à esquerda ou desvio nuclear à esquerda (DNE): número de bastões e células imaturas acima do valor de 
referência; Geralmente nas infecções bacterianas. 
 
 
EOSINÓFILOS 
- No sangue periférico são menos numerosos: 1-5%; 
- Concentram-se no tecido conjuntivo; 
- Núcleo bilobulado; 
Meia vida no sangue periférico: menos de 8hs; 
Defesa específica: fagocitam o complexos antígeno-anticorpo em processos parasitários e 
alérgicos; 
Vários grânulos com uma coloração mais alaranjada. 
São grânulos repletos de histamina, agente relacionado a resposta alérgica e parasitárias. 
 
BASÓFILOS 
- Menos 1% dos leucócitos (mais raros); 
- Núcleo volumoso com forma retorcida e irregular – aspecto da letra S; 
- Grandes grânulos citoplasmáticos, grosseiros, fortemente basofílicos (azul intenso) que 
encobrem o núcleo; 
- Grânulos metacromáticos contendo histamina, fatores quimiotáticos para eosinófilos 
(ECFA) e heparina; 
 
LEUCOPOESE AGRANULÓCITOSMONÓCITOS 
São células grandes em que o citoplasma é extremamente claro e ás vezes 
vaconizado, não tem uma forma predefinida, e núcleo não segue uma 
organização. A literatura descreve como tendo formato de ferradura ou 
feijão. 
- Citoplasma bem extenso, núcleo grande, mas não ocupa todo o espaço 
como vemos nos linfócitos. São as maiores células no sangue periférico. 
- Correspondem de 2-10% dos leucócitos, acima desse valor começa a se 
tratar com uma monocitose. 
- Citoplasma basófilo e com grânulos azurófilos finos; 
- Precursores dos macrófagos (tecido conjuntivo), uma celula que é capaz de 
sair da circulação sanguínea e migrar para o tecido. 
- Meia-vida no sangue periférico ~ 8,4 horas; 
- Papel importante na defesa contra microrganismos; 
 - Grande capacidade fagocítica; 
- Controlam ou processam os antígenos, proporcionando contato destes com os linfócitos; 
 
LINFÓCITOS 
No sangue periférico não deve existir Linfócito B, eles trabalham dentro do baço ou linfonodo liberando os anticorpos. 
 
Processo de maturação celular dos Linfócitos. 
 
Linfoblasto: Uma célula imatura, que tem característica bem basofílicos, bem azurócitos. 
Núcleo de contorno regular, forma arredondada ou oval; 
Cromatina pouco frouxa, sem grumos, homogeneamente distribuída e com nucléolos 
menos visíveis (1 a 2); 
Citoplasma de leve a moderadamente basofílico; 
 
 
 
Prolinfócito: Tem nucléolo evidente, geralmente central, uma região em anel no 
interior do núcleo, que são geralmente observados apenas nas células imaturas. Essas 
células não se encontram em estado normal em sangue periférico. 
 
 
 
 
Linfócito maduro: Um citoplasma bem azulado, bem basofílico, núcleo denso que geralmente preenche quase todo o 
citoplasma, existe uma alta relação de núcleo citoplasma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Segunda célula mais comum do sangue: 20-50%; 
- Núcleo redondo, escuro, cromatina densa e em grumos grosseiros; 
- Citoplasma pequeno e escasso, discreta basofilia (ribossomos), azul claro, pode 
conter poucos grânulos azurófilos; 
Função: Defesa imunológica; 
Linfócitos T: Produção inicial na MO e maturado no Timo – Linfócitos Maduros; 
Linfócitos B: Produção e maturação na MO e maturação rara em órgão secundário – 
Plasmócito (linfócito B em sangue periférico); 
Linfócitos NK: Produção e maturação na MO; 
 
 
Bem azulado, núcleo tende a ficar em uma das extremidades e de forma bem elíptica. 
Uma alta produção faz com que ele escape para para o sangue periférico. 
 
 
 
 
LINFÓCITOS B 
 São as únicas células capazes de produzir anticorpos; 
 Imunidade humoral: 
 Expressão de anticorpos de superfície; 
 Receptores que reconhecem antígenos; 
 Antígenos solúveis e antígenos na superfície de micróbios e outrascélulas; 
 Ativação celular; 
 Resposta imune humoral; 
 
LINFÓCITO T 
Imunidade Celular: Receptores reconhecem fragmentos de peptídeos de antígenos; 
Após ativação se diferenciam em duas classes principais: 
- Células que ativam outras células – TCD4+ (T helper) 
Estimulam células B a produzir anticorpos; 
Estimulam fagócitos a destruir micróbios fagocitados; 
 
- Células que matam células infectadas - T CD8+ (citotóxicos) 
Destroem células que abrigam micróbios intracelulares; 
GRANULÓCITOS 
 
São células imaturas da linhagem dos neutrófilos. Geralmente associados a processos infecciosos, principalmente nas 
infecções bacterianas, observamos um desvio a esquerda. 
 
 
 
 
 
Núcleo pelo menos trilobado, interligado a uma camada de cromatina. 
 
 
Grande quantidade de grânulos no citoplasma, da coloração alaranjada e geralmente de núcleo bilobado interligado 
por uma fina camada de cromatima. 
 
 
Células em menor quantidade no sangue periférico, granulócitos, e com grânulos de maior dimensão disperso sob o 
citoplasma tampando todo o núcleo. 
 
 
AGRANULÓCITOS 
 
Células de maior dimensão, citoplasma bem grande, cromatina do núcleo frouxa, ás vezes em formato de ferradura ou 
rim. 
 
 
Podemos ver uma evolução, geralmente quando são maduros e não ativados são pequenos, bem arredondados e o 
núcleo preenche todo o citoplasma, bem basofílico. A medida que essa célula ganha atividade, ela aumenta de 
tamanho, a cromatina se torna mais frouxa, citoplasma maior, pois o DNA precisa se “desenrolar” para transcrito e 
traduzido, o aumento da atividade leva a esse aumento. 
 
 
PLAQUETAS 
 
São oriundas do interior da medula óssea, progenitora dos Megacarioblasto, Megacariócito basófilo e Megacariócito 
acidófilo. Essas células no interior da medula sofre um processo de fragmentação do citoplasma, essa fragmentação da 
origem as plaquetas. Plaquetas são fragmentos desses Megacariócitos. 
 
 
 
HEMOGRAMA 
 
DEFINIÇÃO: 
O hemograma compreende a avaliação quantitativa e qualitativa dos elementos do sangue. 
 
Características: 
- Simplicidade técnica. 
- Baixo custo. 
- Métodos automáticos e manuais. 
- Agregam muitas informações clínicas. 
 
PODE SER DIVIDIDO EM 3 PARTES: 
Eritrograma: avalia a série celular vermelha do sangue; 
Leucograma: avalia a série celular branca do sangue; 
Plaquetograma: avalia a série plaquetária do sangue; 
 
ERITROGRAMA 
 
A análise da série vermelha é constituída por: 
 
PARÂMETROS QUANTITATIVOS: 
 
Hematimetria (HTM/RBC) – determinação do número de eritrócitos por mm³ → HTM x 106/ mm³; 
 
Se prepara uma diluição do sangue total, colocar nesse sistema e contar regiões específicas, tendo a possibilidade de 
determinar a quantidade de hemácias por mm³. 
Se trabalha com a Solução de Hayen, que é um líquido diluidor que lisa todas as outras estruturas que permite que só 
as hemácias se apresentem nessa suspensão. 
 
 Pipetar 4,0 mL da solução diluidora de eritrócitos para o tubo de hemólise; 
 Remover 0,02 mL (20 µL) da solução diluidora do tubo de hemólise e descartar; 
 Pipertar 0,02 mL (20 µL) do sangue (limpar cuidadosamente a parte externa da ponteira com papel 
absorvente). 
 Transferir a amostra para o tubo com o líquido diluidor (fazer a lavagem do interior da ponteira aspirando o 
líquido sucessivas vezes e expulsando a amostra) até que não fique nenhum resquício da amostra no interior 
da ponteira; 
 Homogeneizar suavemente o tubo; 
 Preencher a câmara de Neubauer e aguardar de 1 a 2 minutos; 
 Levar a câmara ao microscópio e proceder à contagem em aumento de 400x com condensador baixo; 
 A contagem deve ser realizada nos 5 quadrados (V) do quadrante central; 
* contar em formato de L 
 
Determinação do hematócrito (HTC) – proporção do volume ocupado pelos eritrócitos no volume total de sangue → 
expresso em percentual (%); 
 
 
 
 
 
 
 
 
Micrométodo: 
 Preencher um tubo capilar com sangue total; 
 Vedar uma das extremidades; 
 Centrifugar o tubo a 11.000 rpm durante 5 minutos; 
 A leitura é realizada em escala apropriada, ajustando o limite inferior do tubo à base da escala e o limite 
superior da camada plasmática à parte superior da escala; 
 O local de separação entre a fase celular e a plasmática determina o valor do hematócrito (a camada de 
leucócitos deve ser descontada); 
 
Dosagem de hemoglobina (Hb) → expresso em gramas por decilitros (g/dL); 
(Espectrofotômetro) 
 
Metodologia: Cianometahemoglobina. 
 
Dentro do grupamento heme da hemoglobina, existe uma molécula de Fe2+ que será oxidado pela presença do 
Ferricianeto de Potássio K4[Fe(CN)6] e passa de F2+ para F3+. Nesse estado dizemos que a hemoglobina está em estado 
de Metahemoglobina. Na sequência ela reage com Cianeto de Potássio (KCN) dando origem a 
Cianometahemoglobina,que possui uma coloração avermelhada, que é proporcional à concentração de Hemoglobina 
presente na amostra; 
Fe2+ + K4[Fe(CN)6] → Fe3+ + KCN → Cianometahemoglobina 
 
 Pipetar 5 mL da solução diluidora em um tubo de hemólise; 
 Homogeneizar a amostra de sangue total; 
 Adicionar 20 µL da amostra na solução diluidora; 
 Homogeneizar a diluição para haver hemólise total; 
 Aguardar 5 minutos à temperatura ambiente; 
 Realizar leitura no espectrofotômetro usando comprimento de onda de 540 nm; 
 
Valor de Referência para adultos: 
Masculino: 13,5 – 17,8 g/dL 
Feminino: 12,0 – 16,0 g/dL 
 
Além desses três parâmetros nós temos os índices hematimétricos, que são valores calculados a partir da 
hematimetria, do hematócrito e da dosagem de hemoglobina. 
Esses índices hematimétricos, vão permitir uma série de avaliações no eritrograma. 
 
 
Volume Globular Médio (VGM/VCM): Indica o volume médio dos eritrócitos (tamanho); 
 
VGM(fL) = [HTC (%) / HTM ( 106/mm3)] x 10 
 
Valor de Referência para adultos: 80-100 fL; 
Eritrócitos Microcíticos < 80 fL; 
Eritrócitos Normocíticos: 80 – 100 fL; 
Eritrócitos Macrocíticos > 100 fL 
 
 
Hemoglobina Globular Média (HGM/HCM): determina o peso médio de hemoglobina por eritrócito; 
 
HGM (pg) = [Hb (g/dl) / HTM (106/mm³)] x 10 
 
Valor de Referência para adultos: 27-33 pg; 
 
 
Concentração de Hemoglobina Globular Média (CHGM/CHCM): determina a concentração média de hemoglobina 
dos eritrócitos; 
 
CHGM (g/dl)= [Hb(g/dl) / HTC (%)] x 100 
 
Valor de Referência para adultos: 32-36 g/dl; 
 
 
 
Histograma – Gráfico que a avalia a distribuição 
de um conjunto de medidas; 
 
Distribuição das hemácias por volume (RDW) - 
representa a variabilidade dos eritrócitos em 
relação ao tamanho → medida da anisocitose; 
 
Valor de Referência: 11-14,5%; 
Em um gráfico normal, a gente tem uma distribuição padrão, a 
hemácia tem mais ou menos o mesmo tamanho, quando no 
sangue periférico começa a surgir hemácias de tamanhos distintos, 
o gráfico expande, ele aumenta a variação, aumenta a distância. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO QUALITATIVA 
 
Análise da morfologia eritrocitária: 
 Realizada em lâminas → distensões sanguíneas coradas; 
 Alterações de cor → Cromia; 
 Alterações de tamanho → Anisocitose; 
 Alterações de forma → Poiquilocitose; 
 
Avaliar 10 campos microscópicos (100x) em áreas diferentes da borda da lâmina; 
Os campos devem ser homogêneos – contendo 97 – 162 células; 
 
Quantificar as alterações eritrocitárias como: 
Discreta (+) 
Moderada (++) 
Intensa (+++) 
 
Análise da morfologia eritrocitária – alterações de tamanho e cor. 
 
Hemácias normocrômicas, são normais quanto a A hemácia não tem uma coloração normal, tem 
cor normocíticas são normais quanto o tamanho. Uma hipocromia e é menor, microcíticas. 
 
 
 
 
 
 
 
Hemácias normocrômicas e macrocíticas 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hipocromia 
 
O HGM é o índice que indica a hipocromia numericamente; Se ele tiver baixa, significa que tem pouca hemoglobina 
em cada hemácia. 
A descrição de hipocromia não está condicionada ao valor de HGM e sim a aparência das hemácias; 
O CHGM se correlaciona melhor com a hipocromia observada na hematoscopia; Quando tenho um CHGM baixo, 
provavelmente terá uma hipocromia. 
Hipocromia e policromatofilia devem ser quantificadas; 
 
Se conta 10 campos e divide por 10, faz uma média, se observa de 0 – 5 podemos 
considerar normal, de 6 - 15 hemácias hipocrômicas se considera uma hipocromia 
discreta. De 16 - 30 moderada, acima de 30 uma hipocromia intensa. 
A hipercromia pode ser vista, mas não deve ser relatada → Esferocitose; 
 
Quando o CHGM está muito alto significa que eu tenho uma Hipercromia? HGM >36 
Não, geralmente CHGM alto, está correlacionado com: hemólise, aglutininas, relação amostra anticoagulante 
insuficiente (coleta errada) (↓HTC); 
 
POLICROMATOFILIA 
 
Algumas hemácias estão muito coradas, significa que ela é uma hemácia imatura, ainda é um reticulócio, ainda não se 
transformou em uma hemácia. 
Quando eu vejo muitas hemácias com essa característica, é indicado que complemente o hemograma, fazendo uma 
análise de reticulócitos, com uma coloração de cresil brilhante para quantificar esses reticulócitos. 
Contar células policromáticas em dez campos microscópicos/10; 
 
Hematoscopia 
Normal: 0 – 1,5 
Discreta: 1,6 – 2,5 
Moderada: 2,6 – 3,5 
Intensa: > 3,6 
 
Reticulócitos 
Normal: 1,5 - 2,5 
Discreta: 2,6 - 4,0 
Moderada: 4,1 - 6,0 
Intensa: > 6,0 
ANISOCITOSE 
 
Podem ser dimensionadas pelo VGM e pelo RDW. Mas é preciso olhar na lâmina para ver de fato se existe essa 
alteração de tamanho. 
Contar células hipocrômicas em dez campos micro scópicos/10; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
POIQUILOCITOSE 
 
São as alterações de formas. Algumas alterações de formas, tem um significado clínico mais importante que outras. 
Para ser reportado em laudo, a poiquilocitose deve ser observada em pelo menos 2/3 dos campos microscópicos; 
As alterações de forma devem ser quantificadas individualmente e em conjunto; 
 
Discreta (+) → 1 - 5 
Moderada (++) → 6 - 15 
Intensa (+++) → > 15 
 
LEUCOGRAMA 
 
Leucometria global (WBC) - contagem do nº de leucócitos por mm³ de sangue; 
 
Método Manual - é realizado em câmara de Neubauer após a diluição do sangue total em líquido de Turke → lisa as 
hemácias deixando os leucócitos em suspensão; 
 
 Pipetar 400 µL do líquido de Turk 
em um tubo de hemólise; 
 Remover 20 µL da solução do tubo 
de hemólise e descartar; 
 Pipetar 20 µL do sangue (limpar 
cuidadosamente a parte externa da 
ponteira com papel absorvente); 
 Transferir a amostra para o tubo 
com o líquido diluidor (fazer a 
lavagem do interior da ponteira 
aspirando o líquido sucessivas 
vezes e expulsando a amostra até 
que não fique nenhum resquício da 
amostra no interior da ponteira); 
 Homogeneizar suavemente o tubo 
e aguardar 5 minutos; 
 Preencher a câmara de Neubauer e 
aguardar de 1 a 2 minutos; 
 Levar a câmara ao microscópio e proceder à contagem em aumento de 400x com condensador baixo; 
 A contagem deve ser realizada nos 4 quadrantes (W) laterais; 
 
 
Valor de Referência para adultos: 3.600-11.000/mm3; 
 
Leucometria específica - contagem diferencial → quantidades relativas dos diferentes tipos de leucócitos no sangue 
periférico; 
Realizada em distensões sanguíneas coradas → contar no mínimo 100 leucócitos classificando-os de acordo com a 
morfologia; 
 
São células imaturas da linhagem dos neutrófilos. Geralmente associados a processos infecciosos, principalmente nas 
infecções bacterianas, observamos um desvio a esquerda. 
 
 
 
 
 
Núcleo pelo menos trilobado, interligado a uma camada de cromatina. 
 
 
Grande quantidade de grânulos no citoplasma, da coloração alaranjada e geralmente de núcleo bilobado interligado 
por uma fina camada de cromatima. 
 
 
Células em menor quantidade no sangue periférico, granulócitos, e com grânulos de maior dimensão disperso sob o 
citoplasma tampando todo o núcleo. 
 
 
Células de maior dimensão, citoplasma bem grande, cromatina do núcleo frouxa, ás vezes em formato de ferradura ou 
rim. 
 
 
Podemos ver uma evolução, geralmente quando são maduros e não ativados são pequenos, bem arredondados e o 
núcleo preenche todo o citoplasma, bem basofílico. A medida que essa célula ganha atividade, ela aumenta de 
tamanho, a cromatina se torna mais frouxa, citoplasma maior, pois o DNA precisa se “desenrolar” para transcrito e 
traduzido, o aumento da atividade leva a esse aumento. 
 
 
 
 
 
 
Análise das alterações morfológicas dos leucócitos 
 
 
Anomalia dePelger – Huet: Uma alteração autossômica dominante que leva a 
mutação do impedimento da diferenciação dos Neutrófilos, eles não 
conseguem terminar o processo de lobulação. O Neutrófilo tem pelo menos 3 
lóbulos, nessa anomalia acontece uma ausência dessa lobulação, e eles ficam 
em formato de apenas dois lóbulos. Está associada a uma mutação no 
cromossomo 22. Quando em heterozigose ela não é sintomática. São menos 
efetivos, não conseguem fazer fagocitose. 
 
 
 
Inclusões na Sindrome de Chediak-Higashi: Doença hereditária recessiva, mais 
associado quando existe uma familiaridade entre os pais, mais relacionada a 
raça branca. Nessa síndrome nós observamos inclusões no interior dos 
neutrófilos e todos os leucócitos, correlacionada a disfunção da capacidade 
fagocítica da célula. Geralmente observado em pacientes albinos. 
Aumentando a possibilidade de ocorrer eventos infecciosos. 
 
 
Granulação Grosseira / Citotóxica: Está relacionada a células imaturas, os 
granulos são granulos de mucopolissacaris, eles ficam sempre hipercorados, 
hiperbasofílicos, bem azuis, com uma granulação grosseira. Ocorre quando não 
existe tempo o suficiente dessa célula no interior da medula óssea para ela se 
maturar. Em um quadro infeccioso, quando se precisa de uma resposta rápida, a 
medula produz muitos neutrófilos e liberando e vem de forma imatura, o que 
prejudica o funcionamento da célula. 
 
 
Corpúsculos de Döhle: Uma estrutura azulada na periferia do citoplasma, 
composto de RNA desnaturado. O retículo endoplasmático rugoso, se deposita 
em uma determinada região da célula, junto com este reticulo grande 
quantidade de grânulos de glicogênio, surgindo o Corpusculo de Döhle. Várias 
situações: Infecção, inflamação, gravidez, queimadura, agente citotóxicos, 
quimioterápicos. 
 
 
Vaculização Tóxica: Ela se mostra como estruturas circulares, hipocoradas, 
vazias, dentro do citoplasma da célua. Aparece tanto em neutrófilos quanto em 
monócitos, que são células fagocíticas. Há uma alteração que leva a uma 
aglutinação de todos os vaculos juntos com os granulos fagocitários, gerando 
essas "bolhas" espaços vazios. Prejudica a atividade fagocítica. 
 
Corpusculo de Barr: É uma estrutura que aparece ligada ao núcleo. Em um dos 
lóbulos do neutrófilo tem uma projeção em forma de raquete, que só é observado 
em neutrófilos proveniente de sangue feminino, pois está correlacionado com os 
cromossomos X condenssados. Não está relacionado com uma alteração 
patológica. 
 
 
Hipersegmentação: Alteração que gera uma hiperlobulação, onde os neutrófilos se 
apresentam com mais de 5 lóbulos. O surgimento dessa célula está relacionado ao 
tempo de vida estendido, que faz com que perca sua função, ou deficiência nutricional 
de ferro e vitamina B12. 
 
Linfócitos Reativos: Características de tamanho completamente mudadas, assim 
como a do citoplasma. Acontece quando a célula está em maior atividade. Em 
infecções, hipersensibilidades a drogas... 
 
 
 
 
 
PLAQUETOGRAMA 
Plaquetometria – contagem do nº de plaquetas por mm³ de sangue; 
Método Manual - é realizado em câmara de Neubauer após a diluição do sangue total em líquido diluidor de 
plaquetas; 
 
Valor de Referência para adultos: 140.000-400.000/mm3; 
Trombocitopenia < 140.000/mm³; 
Trombocitose > 600.000/mm³; 
 
 
 
 
ERRO DE 
COLETA 
 
 
 
 
ERITROCITOSES 
 
Definição: São os quadros hematológicos caracterizados pelo aumento do número de eritrócitos (hemácias); 
 Teremos uma hematimetria aumentada; 
 Teremos uma elevação do hematócrito; 
 Os índices hematimétricos estarão baixos; 
 As hemácias se apresentam mais esbranquiçadas, hipocrômicas. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS ERITROCITOSES 
 
Relativas: Massa de células vermelhas é normal e o volume de plasma é diminuído causando um aumento dessas 
hemácias em relação a quantidade de plasma; 
Ocorre em: diarréia, vômitos, queimaduras, febre, sepsis, cetoacidose diabética, etanol, Síndrome de Gainsbock 
(obesidade, HAS, fumante); Estados que leva a um processo de desidratação do paciente. 
 
Absolutas: Ocorrem devido ao aumento da massa de células vermelhas; 
 
ERITROCITOSES ABSOLUTAS 
 
Classificação: 
 
Primária 
 Congênita 
 - Mutação no EPO-R 
 Adquirida 
 - Policitemia Vera 
Secundária 
À Hipóxia (redução da concentração do oxigênio) 
Não Hipóxica 
 
Idiopática (Não se sabe de fato qual é o motivo) 
Secundária à hipóxia: Observamos uma redução da concentração de oxigênio circulante. Quando os rins, a supra renal 
observa que há uma redução dessa concentração nós vamos observar um aumento na produção de eritropoietina, 
com a finalidade de aumentar a produção de hemácias, na tentativa de compensar essa baixa de O2 circulante. 
 
Congênita: 
 
* Anomalia na via de monitorização do oxigênio: 
Existe um sistema que monitora no sangue a concentração de oxigênio. Três grupos de genes sintetizam proteínas que 
reconhecem e controlam essa concentração: BVS, EGLN1 e EPAS1. Sò que no caso de uma anomalia dessa via, 
acontece uma perda do controle. O organismo muitas vezes tem uma concentração normal de O2, só que devido uma 
anomalia na expressão desses genes, que é uma mutação autossômica recessiva, o corpo entende que o O2 está baixo, 
levando os rins a estimularem a produção de eritropoietina, que aumenta e as hemácias serão produzidas com maior 
frequência. 
 mutações autossômicas recessivas nos genes BVS , EGLN1 e EPAS1; 
 produção aumentada de eritropoetina em condições similares a hipóxia; 
 
* Anomalia no grau de afinidade hemoglobina-oxigênia: 
 
 mutação autossômica dominante que interfere na afinidade entre a molécula de hemoglobina e o oxigênio; 
 a hemoglobina libera menos oxigênio aos tecidos; 
 estimula os rins a produzir eritropoetina; 
 
Adquirida - Patologias pulmonares como: 
 
 Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC); 
 Pneumopatia intersticial; 
 Doenças cardíacas; 
 Altitude elevada; 
 Intoxicação por monóxido de carbono: 
 Apnéia do sono; 
 Hipóxia renal causada por estenose da artéria renal; 
 
Secundária não hipóxica: Causada por estimulo fisiológico anormal de eritropoetina; 
 
 Uso de anabolizantes; 
 Tumores secretores de eritropoetina, câncer de células renais e carcinoma hepatocelular principalmente; 
 Nefropatias benignas, cisto renal, rim policístico; 
 
 
* Em geral, o nível de EPO é normal ou ligeiramente elevada quando ocasionado por hipóxia e marcadamente 
aumentado na presença de tumores que produzem EPO, que devem ser avaliados com os estudos de imagem 
apropriados; 
 
POLICITEMIA VERA (PV) 
A PV é uma doença mieloproliferativa definida como um defeito adquirido em uma célula progenitora hematopoiética 
que se manifesta com a produção excessiva de eritrócitos, hiperprodução de leucócitos e plaquetas. 
Além de observar uma hematimetria aumentada, observa-se uma leucometria global aumentada e uma plaquetomia 
aumentada. 
 
O termo policitemia significa o aumento das 3 linhagens celulares. 
 
A PV é uma doença relacionada a um gene muito específico, o JAK2 ele produz uma proteína da família das 
janoquinases, relacionadas ao processo de fosforilação, localizada no braço curto do cromossomo 9. Tem essa 
atividade dessa tirosinaquinase, relacionada ao processo de produção da eritropoietina. Existe uma célula no interior 
da medula que tem um receptor de eritropoietina, quando a eritropoeitina se liga a esse receptor para estimular a 
produção de hemácias, esse gene é ativado. A função desse gene, desencadeia seu processo, e essa proteina quinase 
que é produzida, tem a função de se ligar e desligar o sistema para impedir a hiperexpressão. 
Em um processo normal vai ser expresso a proteina JAK e estimular a expressão da quinase que é produzida e desliga o 
estímulo e para de produzir hemácias.Mas acontece uma mutação nessa região que altera essa atividade, em um 
posto específico do Exon14 vai acontecer uma troca de uma única base nitrogenada, a substituição de uma guanina 
por uma timina, que é suficiente para alterar um aminoácido na proteína, onde antes existia uma valina vai passar a 
existir uma fenilalamina, essa alteração acontece na posição 617, que é suficiente para impedir esse desligamento. 
Uma vez que essa proteína está altera ela não consegue estimular de forma ideal, a região JH1 não consegue ter seu 
efeito inibitório, fazendo com que a eritropoetina ligada ao receptor, continue ligada, mantendo o estímulo para a 
produção de hemácias, aumentando a produção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hiperviscosidade ou hipervolemia: 
 Diminuição do fluxo cerebral (zumbidos, tonturas, AVC); 
 ICC (Insuficiência Cardíaca Congestiva) - devido ao aumento do trabalho cardíaco; 
 Trombose; 
 
Alteração da função plaquetaria: 
 Trombose (trombocitose ou aumento da função da plaqueta); 
 Hemorragia (geralmente digestiva alta); 
 Trombose microvascular: dedos de mãos e pés; 
 
Aumento da renovação celular: 
 Gota úrica; 
 Prurido; 
 
EVOLUÇÃO CLÍNICA 
Fase assintomática: 
 baço aumentado; eritrocitose ou trombocitose isolada; 
 
Fase sintomática: 
 baço aumentado; eritrocitose; prurido; hemorragia outrombose; 
 
Fase inativa: 
 diminui a necessidade de flebotomia ou quimioterapia; 
 
Fase de metaplasia mieloide: 
 anemia; leucocitose; eritroblastos circulantes; plaquetopenia; 
 aumento da esplenomegalia; febre; perda de peso; 
 
Leucemia Aguda não linfoide; 
 
Achados Físicos: 
Plétora facial: pele roseada 
Esplenomegalia: Aumento tanto do baço quanto do 
fígado. 
Microvasos: principalmente na região ocular, podendo 
levar a cegueira. 
 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICO DA PV 
O diagnóstico requer a presença dos dois critérios maiores e um critério menor ou a presença do primeiro critério 
maior junto com dois critérios menores: 
 
Critério maior: 
 
1.Hemoglobina > 18,5 g/dL em homens, >16,5 g/dL em mulheres ou outra evidência de aumento de volume de células 
vermelhas*; 
 
2.Presença de JAK2V617F ou outra mutação funcionalmente similar, como a mutação JAK2 éxon 12; 
 
Critério menor: 
 
1.Biopsia da medula óssea mostrando hipercelularidade para a idade com panmielose (proliferação proeminente das 
séries eritróide, granulocítica e megacariocítica); 
 
2.Nível sérico de Eritropoetina abaixo do valor de normalidade; 
 
3.Formação in vitro de Colônia Eritróide Endógena; 
 
O quadro hematológico além das alterações citadas anteriormente ocorre microcitose com hipocromia e presença de 
dacriócitos. 
Série branca com leucocitose, neutrofilia, mielócitos, metamielócitos e basofilia; 
Plaquetas aumentadas. Em torno de 10% dos pacientes apresentam contagens acima de 1.000.000/mm3 . Muitas 
vezes no início pode ocorrer trombocitose isolada; 
 
 
HEMOGLOBINA 
 
Hemoglobina (Hb): molécula transportadora de oxigênio presente nas hemácias de vertebrados; 
Estrutura organizada em quatro cadeias polipeptídicas globínicas associadas a 4 anéis porfirínicos; 
Anéis porfirínicos (Heme): grupo prostético que contém Fe2+ capaz de se ligar ao O2;] 
Constituição de uma hemoglobina: 4 átomos de ferro, 4 aneis protoporfirinicos e 4 globolinas. 
 
GLOBINA 
Organizada em pares de cadeias polipeptídicas que apresentam em média 140 aminoácidos; 
No adulto, a hemoglobina contém duas cadeias α e duas cadeias β – HbA1α2β2 
 
Cadeia α: 141 AA e sequência terminadora formada por valina-leucina; 
Cadeia β: 146 AA e sequência terminadora formada por valina-histidinaleucina; 
 
Espacialmente as globinas formam um tetrâmero; 
 
SÍNTESE DA GLOBINA 
Nas células eritroides: 
 Cromossomo 16: 4 genes alfa (α); 
 Cromossomo 16: 2 genes zeta (ξ) – principalmente no período 
embrionário; 
 Cromossomo 11: 2 genes beta (β) 
 Cromossomo 11: 2 genes delta (δ); 
 Cromossomo 11: 4 genes gama (Υ); 
 Cromossomo 11: 2 genes epslon (ε); 
 
HEME 
Formado por um anel protoporfirínico contendo no centro um átomo de 
ferro; 
O heme liga se covalentemente as histidinas da cadeia globínica através do radical propil do anel pirrólico; 
O ferro também está ligado a globina através das histidinas proximais e distais; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SINTÉSE DE HEMOGLOBINA 
 Inicia-se a partir do eritroblasto basófilo e termina nos 
reticulócitos; 
 O processo de síntese é dependente de: Ferro, 
Protoporfirinas e Globinas; 
 Produção e degradação diária de 8g de hemoglobina; 
 A síntese das cadeias globínicas variam conforme a idade; 
 
Geralmente a produção é igual o processo de degradação, pois existe um processo de reaproveitamento. Ela exerce 
sua função, é destruída e suas estruturas são reaproveitadas, o ferro e os aminoácidos. O grupamento heme é 
jogado fora, mas mesmo assim possui uma função no processo de descarte. 
 
TIPOS DE HEMOGLOBINAS 
 
Hemoglobina Embrionária 
 Gower I: 2 zeta e 2 epslon 
 Gower II: 2 alfa e 2 epslon 
 Portland: 2 zeta e 2 gama 
 
Hemoglobina Fetal 
 Fetal: 2 alfa e 2 gama 
 
Hemoglobina no Adulto 
 HbA1: 2 alfa e 2 beta → 95 a 98% 
 HbA2: 2 alfa e 2 delta → 2 a 4% 
 HbF: 2 alfa e 2 gama → 0 a 2% 
 
Devido a diferente distribuição dos AA nas cadeias globínicas, estas podem ser identificadas pela diferença de carga 
elétrica por meio da técnica de eletroforese. 
 
FUNÇÃO DA HEMOGLOBINA 
Responsável pelo transporte de oxigênio e gás carbônico; 
 
CO2 + H2O → H2CO3 → H+ + HCO3- 
 
Hemoglobina Oxigenada ou Oxihemoglobina (Oxigênio ligado) 
Hemoglobina Desoxigenada ou Desoxihemoglobina (quando não tem nada ligado a ela) 
Hemoglobina Reduzida ou Protonada: Hb H+ 
Carbaminohemoglobina: HbCO2 (ligada com o CO2) 
Hemoglobina Glicosilada (ligada a uma molécula de glicose) 
HEMOGLOBINA 
A afinidade da hemoglobina pelo O2 depende da temperatura, pH, pressão de O2 e concentração de 2,3 
Difosfoglicerato (2,3 DPG); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A hemácia tem que sair do pulmão como 
Oxihemoglobina. Ela tem que chegar no 
tecido repleta de hemoglobina carregada de 
oxigênio. Ela libera o oxigênio, esse oxigênio 
por diferença de pressão de oxigênio, como 
no vaso arterial existe mais oxigênio, tem 
uma maior pressão, no tecido como existe 
pouco oxigênio, tem uma menor pressão do 
oxigênio, logo quando ele é liberado ele vai 
para o tecido. Nessa troca de gradiente, uma 
vez que vai o oxigênio, isso significa que a 
pressão de CO2 está reduzida no sangue e 
alta no tecido, forçando ele a sair do tecido e 
ir para a corrente sanguínea. Parte do CO2 
fica dissolvida no plasma, parte dele reage 
com a água formando o ácido carbônico, depois formando o bicarbonato. Esse aumento de bicarbonato gera o 
aumento de H+ que se liga a proteínas e disperso e fica ali. Na hemácia, o CO2 que entra se associa a uma 
hemoglobina livre, formando uma carboaminohemoglobina, parte do CoO2 que entra também sofre essa mesma 
reação, gerando bicarbonato que vai ser externalizado, e o próton formado se liga ao resto da hemoglobina que não 
se ligou ao CO2, formando assim uma hemoglobina reduzida. Neste momento temos no interior esse tipo de 
Desoxihemoglobina, isso mediado sempre por essa molécula de 2,3 DPG é a estrutura que vai coordenar a alteração 
da concentração. 
 
 
Agora esta hemácia está repleta de 
hemoglobinas, carboaminohemoglobinas ou 
hemoglobinas plotonadas ela tem que voltar 
para o pulmão para liberar o CO2. O alvéolo 
pulmonar tem uma maior pressão de oxigênio 
e o vaso uma menor pressão, isso força com 
que o oxigênio saia do alvéolo e vá para o 
interior da hemácia. A pressão de CO2 é maior 
no vaso forçando com que o CO2 vai para o 
interior do alvéolo. Teremos a ligação do O2 + a 
hemoglobina plotonada formandoOxihemoglobina, e vou precisar desfazer a 
carboaminohemoglobina para liberar o CO2 
pro tecido, a hemoglobina será de novo oxigenada formando um grande aporte de Oxihemoglobina. 
 
 
 
Carboxihemoglobina: HbCO 
Complexo hemoglobina-monóxido de carbono → incapaz de transportar oxigênio; 
O organismo forma continuamente uma pequena quantidade de CO que mantém a concentração de 1% de HbCO no 
sangue; 
A afinidade da Hb pelo CO é 200 a 250 vezes maior do que pelo O2. São necessários níveis elevados de pO2 para 
deslocar o CO da hemoglobina; 
Indivíduos com valores >20% sofrem cefaléia e existe uma sensação progressiva de fadiga, confusão e desorientação. 
Valores de HbCO ≈ 60% → pode ser mortal; 
 
Metahemoglobina 
 
A metehemoglobina é produzida quando o ferro na forma ferrosa (Fe2+) na hemoglobina se oxida para formar o ferro 
na forma férrica (Fe3+). O oxigênio não é transportado pela metahemoglobina; 
Continuamente se formam pequenas quantidades de metahemoglobina, mas o organismo tem uma enzima 
(metahemoglobina redutase) que a mantém em uma percentagem <1%. 
A metahemoglobinemia pode ser hereditária ou adquirida. 
 
Sulfahemoglobina: SHb 
Modificação rara da molécula de hemoglobina causada pela união de enxofre (S) a porção heme da molécula; 
O enxofre não se une no mesmo lugar que o oxigênio, mas impede o transporte do oxigênio; 
É encontrada no uso de alguns fármacos; 
 
HEMOGLOBINAS VARIANTES 
Produzidas por alterações na expressão gênica das cadeias globulínicas → produzem quadros de hemoglobinopatias; 
 
Alterações na cadeia beta: 
HbC: substituição do ácido glutâmico pela lisina na posição 6; 
HbS: substituição do ácido glutâmico pela valina na posição 6; 
HbD: substituição do ácido glutâmico pela glutamina na posição 121; 
HbE: substituição do ácido glutâmico pela lisina na posição 26; 
 
Alterações na cadeia alfa: 
HbM: substituição do histidina pela tirosina na posição 58; 
HbO: substituição do ácido glutâmico pela lisina na posição 116; 
HbG (Philadelphia): substituição do aspargina pela lisina na posição 68; 
 
DEGRADAÇÃO DA HEMOGLOBINAS 
 
 Após 120 dias a hemácia é retirada da circulação – Macrófagos; 
 A porção globínica é metabolizada e os AA são reaproveitados; 
 O heme é clivado, convertido a convertido a pigmentos biliares e excretado por via urinária e fecal; 
 O ferro é reutilizado; 
 
 
ANEMIAS 
 
CONSIDERAÇÕES GERAIS 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde a anemia é caracterizada pelas alterações quantitativas e qualitativas 
da hemoglobina circulante; 
 
Alterações quantitativas: 
 
Em adultos do sexo masculino → hemoglobina < 13 g/dL (HTC abaixo de 39%); 
Em mulheres adultas → hemoglobina < 12 g/dL (HTC abaixo de 36%); 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO 
 
Sistema morfológico 
 Anemias normocíticas (VGM de 80-100 fL) 
 Anemias microcíticas ( VGM abaixo de 80 fL) 
 Anemias macrocíticas (VGM acima de 100 fL) 
 
 
 
 
Anemia Hiporregenerativa: Ela não força a medula ossea a produzir muitas células. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anemia Hiperregenerativa: Forçam a medula a trabalhar muito, surgindo célular imaturas no sangue periférico, como 
os reticulócitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISTÚRBIOS GENÉTICOS DA MOLÉCULA DE HEMOGLOBINA 
 Talassemia; 
 Anemia falciforme (Hb SS); 
 Persistência Hereditária da Hemoglobina Fetal (PHHF); 
 
 
 
Hemoglobina no Adulto 
 HbA1: 2 alfa e 2 beta → 95 a 98% 
 HbA2: 2 alfa e 2 delta → 2 a 4% 
 HbF: 2 alfa e 2 gama → 0 a 2% 
 
Cromossomo 16: 4 genes α (em cada cromossomo temos 2 genes totalizando 4) 
Cromossomo 11: 2 genes β (em cada cromossomo temos 1 gene totalizando 2) 
Sistema Etiológico 
 
Falta de Produção 
 Hiporregenerativa 
Perda de Hemácias 
 
Excesso de Destruição Hiperregenerativa 
 
Hiporregenerativa: Nesses casos a medula não está hiperproduzindo células, não observo eritrócitos imaturos no 
sangue periférico. 
Hiperregenerativa: O baço sequestra hemácias e destrói muito rápido, a medula para tentar compensar a 
destruição, passa a hiperproduzir, isso faz com que células imaturas escapem para o sangue periférico. 
 
Sistema morfológico 
 Anemias normocíticas (VGM de 80-100 fL) 
 Anemias microcíticas ( VGM abaixo de 80 fL) 
 Anemias macrocíticas (VGM acima de 100 fL) 
 
 
Talassemia (Microcítica, Hipocrômica, Sinais de hemólise) 
 
Na Talassemia tem sinais de hemólise, as hemácias estão sendo destruídas, quanto ao sistema etiológico seria por 
excesso de destruição, ela é Hiperregenerativa, logo observamos no sangue periférico, células imaturas. 
 
Grupo heterogêneo de anemias hereditárias → deficiência na síntese de cadeias globínicas; 
Pode ser descrita como uma síntese incorreta dessa cadeia globulínica. 
 
Se ela é uma alteração genética, ela tem alteração em um dos cromossomos: 
 
Se ela atinge o cromossomo 16: Talassemia α 
Se ela atinge o cromossomo 11: Talassemia β 
 
Talassemia α → deleção gênica, perde um dos genes. 
Talassemia β → mutações gênicas, mutação pontual (deleção de nucleotídeo, inserção ou translocação) 
 
Em ambas as situações - alteração da hemoglobina formada, perdendo sua função, forçando a uma hemólise. 
No geral são microcíticas e hipocrômica, com sinais de hemólise. 
 
Classificação segundo o ponto de vista clínico: 
 
a) Portadores assintomáticos: tem o patrimônio genético, mas não manifestam a doença; 
 
b) Portadores sintomáticos não doentes: tem o patrimônio genético que produzem algumas alterações 
hematológicas, com discreta manifestação; 
 
c) Portadores sintomáticos doentes: genes para a talassemia estão parcialmente ou totalmente afetados, produzindo 
alterações clínicas e hematológicas variáveis de moderadas a graves; 
 
Os genes que controlam a síntese da cadeia alfa são em número de 4, localizados no cromossomo 16; 
 
 
Talassemia α Silenciosa 
 α - / α α α α / - α 
 - α / α α α α / α - 
 
O portador perde um único gene α, três genes funcionais para a cadeia α (α -/ α α ou - α / α α; α α /- α ou α α / α -); 
• São assintomáticos e não anêmicos; 
• Ao nascimento apresentam até 2% de hemoglobina Bart’s ( Hbγ4 quatro cadeias gama) e não tem hemoglobina H 
(Hbβ4 quatro cadeias beta). 
 Hemograma normal; 
 
 
Talassemia α Menor 
 - α / α - αα / - - 
 α - / α - - - / αα 
 
Paciente apresenta duas deleções: 
 trans α -/ α - ou - α /- α; 
 cis --/ α α ou α α /--; 
 
 Existe quantidade de hemoglobina A1 produzida para o paciente não apresentar anemia ou esta ser discreta; 
 Discreta micrositose ou não 
 Hipocromia 
 Poiquilocitose 
 Se aparecer a anemia, ela será discreta. 
 Começa a aumentar o valor da HbH de 2 a 5% 
 
 
Doença da HbH α - / - - - - / - α 
 
Talassemia alfa com três deleções (α -/- - ou - α /-- ; --/ α - ou --/- α); 
 Também chamada de talassemia alfa intermediária; 
 Sintomáticos: anemia hemolítica crônica associada a esplenomegalia. A anemia agrava em quadros associados 
a gravidez, infecções e após uso de drogas oxidantes; 
 
 VCM e HCM microcitose / hipocrômicas 
 Poquilocitose 
 Anemia: Grave 
 Quadro hemolítico crônico que leva o aumento do fígado e baço: Esplenomegalia e Hepatomegalia. 
 Aumenta drásticamente o nível da HbH podendo chegar a 2 - 40%, já que a HbA1 dele está deficiente, assim 
como a HbA2. 
 
 
Hidropsia Fetal - - / - - 
 
 Deleção total dos genes. 
 Talassemia alfa com genótipo (- -/- -); 
 Causa a Hidropsia fetal → forma mais grave e incompatível com a 
vida; 
 
 VCM e HCM microcitose / hipocrômicas 
 Eritoblastos (eritrócitos imaturos) no sangue periférico. 
 Policitose (observa-se codócitos) 
 Anemia: Grave 
 Quadrohemolítico crônico que leva o aumento do fígado e baço: 
Esplenomegalia e Hepatomegalia. 
 Hemoglobina drásticamente reduzida < 7,0 
 Hb Bart's 80 - 100% 
 HbH 20% 
 Fatal 
 
Encontramos: 
Hb Bart’s: γ4 
HbH: Hbβ2 
 
TALASSEMIA BETA 
Os genes que controlam a síntese da cadeia beta são em número de 2, localizados no cromossomo 11; 
Gene β = produção normal da cadeia beta; 
 
 
Talassemia beta mínima (beta silencioso): 
Sem alterações clínicas e hematológicas; 
Gene β silencioso = produção pouco diminuída da cadeia beta; 
 
Talassemia beta menor (β +/ β; β °/ β): 
 
Pode acontecer de duas formas: 
Gene β+ = Produção de cadeia β modificada, aquele gene sofreu uma mutação que pode ser uma deleção, inserção 
etc. Que a torna menos funcional ou infuncional; 
Gene Gene β0 = Quando existe a supressão de um desses genes, ele não funciona, ele produz a proteína, mas ela é 
infuncional. 
 
 Produção parcial, apenas um dos genes produz uma cadeia β efetiva. 
 Leva a uma anemia. 
 Pode ser discreta. 
 Hemoglobina acima de 10,0 g/dL 
 Microcítica e Hipocrômica (discreta), codócitos, ponteado basófilo; 
 Reticulócitos em torno de 2-5%, devido a hemólise. 
 Hemoglobina A2 em torno de 1,2 a 8% 
 Hemoglobina F fica em torno de 1-3% 
 Seu quadro pode ser confundido com anemia ferropriva. 
 
Talassemia beta intermediária (β + / β +) 
Temos os dois genes com mutações, codificam cadeias globinicas β defeituosas. 
 
 Anemia leve (alguns pacientes com anemia mais intensa com esplenomegalia); 
 Hemoglobina 7-10g/dL; 
 Hemácias microcítica e hipocromica (intensa); 
 Presença de codócitos, ponteados basófilos e eritroblastos; 
 Reticulócitos em torno de 3-10 %, mais grave. Também observamos eritoblastos. 
 Aumento elevado da hemoglobina A2 (até 10%) 
 Hemoglobina F varia entre 30-100%. 
 Aumento da fragilidade osmótica globular, a concentração interna de Fe do eritrócito vai estar alterada, a 
concentração interna de Fe muda o fluxo da bomba de sódio-potássio, levando a lise da célula, pois se entra 
mais sódio, junto com ele entra a água, inchando a célula e destruindo. 
 
Talassemia maior ou homozigota (βo / βo e βo / β+) 
Ou os dois genes são infuncionais: βo / βo 
Ou um gene infuncional e o outro mutado: βo / β+ 
 
Não existe produção dessa cadeia, então não teremos HbA1 
Forma mais grave - anemia de Cooley ou anemia do Mediterrâneo; 
 Anemia hemolítica acentuada, com microcitose e hipocromia; 
 Causada pelo excesso de destruição: Hiperregenerativa 
 Muitos codócitos 
 Intensas anormalidades eritrocitárias; 
 Presença de eritroblastos na circulação; 
 Aumento da Hemoglobina F (20% a 98%); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 Hemograma (complementado com a análise criteriosa da extensão sanguínea); 
 Eletroforese da hemoglobina (pesquisa de hemoglobina típicas); 
 Dosagem da Hemoglobina A2; 
 Contagem de reticulócitos; 
 Curva de fragilidade osmótica dos eritrócitos (teste da resistência osmótica a 0,36% em NaCl); 
 Estudo com biologia molecular; 
 
Encontramos: 
HbA2α2Δ2 
HbFα2γ2 
 
ANEMIA FALCIFORME (HbSS) 
Hemoglobinopatia hereditária onde uma cadeia anormal de hemoglobina é produzida, devido a substituição de um 
único aminoácido da cadeia β da hemoglobina; 
 
É caracterizada pela hemólise acelerada e pela presença de hemácias em foice → ocorre em condições de baixa 
tensão de oxigênio; 
A forma mais comum e grave da doença é a homozigótica SS, que é denominada anemia falciforme ou drepanocitose 
(HbSS); 
 
 Substituição de Glutamato por uma Valina. 
 Anemia Crônica. 
 Crise Vaso Oclusiva. 
 
Padrão de hereditariedade da Hemoglobina 
Os genótipos da doença falciforme mais comuns em nosso meio são: 
 
Hb SS, Hb SC, Hb Sß+tal, Hb Sß0 tal e Hb SDPunjab. 
 
Todas essas doenças têm manifestações clínicas semelhantes, porém com graus variados de gravidade; 
Ingram (1956) determinou a sequência deste peptídeo e mostrou que a HbS contém Valina ao invés de Glutamato 
nas posições 6 da cadeia beta; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico Laboratorial: 
• Anemia: Hb < 8,0 g/dl – normocítica, normocrômica, hiperregenerativa 
com reticulócitos no sangue periférico. 
• Leucocitose com neutrofilia; 
• Plaquetopenia em alguns casos pelo sequestro esplênico; 
• Esfregaço sanguíneo: anisocitose, policromatofilia (drepanócitos, 
codócitos), eritroblastos; 
• Hemácias com corpúsculo de Howell-Jolly; 
• Reticulocitose; 
• Hiperbilirrubinemia indireta; 
• LDH aumentada; 
 
Eletroforese de hemoglobina: 
Pacientes com anemia falciforme (homozigotas) apresentam cerca de 2 a 20% de Hb F, 2 a 4% de Hb A2 e 76 a 96% 
de Hb S; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Achados clínicos e laboratoriais na Anemia Falciforme: 
 
 
 
 
 
TRAÇO FALCIFORME 
A heterozigose para hemoglobina S define uma situação relativamente comum, mas clinicamente benigna em que o 
indivíduo apresenta na eletroforese de hemoglobina as hemoglobinas A e S (indivíduo AS, heterozigoto). 
 
• O traço falciforme não é uma doença. Significa que a pessoa herdou de seus pais a hemoglobina (A) e (S); 
• É importante saber: filhos de duas pessoas com traço falciforme podem nascer com anemia falciforme, daí a 
importância de fazer exames; 
 
• 25% normal (AA) 
• 50% traço falciforme (AS) 
• 25% de anemia falciforme ( SS ) 
 
ANEMIAS MICROCÍTICAS (Falta de produção das hemácias): 
 Anemia ferropriva; 
 Anemia de Doença Crônica; 
 Anemia Sideroblástica; 
 
ANEMIA FERROPRIVA 
Carência de ferro é a deficiência nutricional mais comum; 
Meio bilhão de pessoas com deficiência de ferro no mundo; 
A anemia é uma manifestação tardia da carência de ferro; 
 
Causas de ferropenia: 
 Dieta inadequada; 
 Diminuição da absorção (doenças intéricas, alteração da mucosa da própria célula do intestino); 
 Aumento das necessidades (gravidez) 
 Perda crônica de sangue; 
 
Metabolismo do Ferro 
Nós obtemos ferro principalmente pela dieta, na nossa dieta temos duas origens de ferro, o que vem do grupamento 
heme (carne) e tem o ferro não hemico (das leguminosas). O processo de internalização do ferro que vem do 
grupamento heme, ocorre através de um transportador que se liga ao grupamento heme e internaliza esse 
grupamento no Enterócito. Ela quebra o anel Protoporfilínico e solta esse ferro desse anel, e joga o ferro para o 
citoplasma dessa célula, em seu estado ferroso (F2+). 
O que vem de origem não hemica, precisa primeiro ser reduzido, ele está na forma Fe3+ e precisa passar para a forma 
Fe2+. Tem uma citocromo que faz esse processo de oxidação, e isso acontece na presenta de Ácido Ascornico 
(vitamina C), ele é o aceptor de elétrons, o F3+ perde um elétron e recebe o Ácido Ascorbo. Como Fe2+ a gente tem 
um transportador de metais que internaliza o Fe2+. 
 
Nesse processo o Fe2+ fica disponível no interior da célula e tem dois caminhos: 
 
Guardado na célula: Ferritina (formada por uma parte proteica chamada de apoferritina e várias moléculas de Fe3+ 
para ele se ligar ele precisa voltar ao estado férrico). 
 
Externalizado: Liberado através Ferroportina (ele precisa sair também em formato Fe3+) 
 
O Fe3+ circula aclopado a uma molécula de transferrina, que carreia esse ferro. 
 
Fe2+ : Ferroso 
Fe3+ : Férrico 
Ferritina: ApoFerritina + Fe3+ 
Transferrina: Proteína transportadora de Fe. 
A Transferrina tem 3 sitios de ligações para ferro, normalmente já tem um ferro ligado a ela, fica com dois sítios 
livres. O ferro precisa chegar dentro da medula óssea. E é a transferrinaque transporta o ferro. 
O transporte de Ferro diz sobre a Capacidade Total de ligação do ferro. 
Quanto maior a concentração de transferrina, maior a capacidade de ligação ao ferro, pois terei mais sítios livres 
terei. 
Não é comum dosar transferrina, se faz um cálculo indireto: CTLF x 0,7. 
TIBC/CTLF: Capacidade total de ligação de Fe. 
IST: Índice de Saturação de Transferrina. 
Quanto da Tranferrina existente no soro está ocupado. É medido por: 
 
IST 
= 
 [ FeSerico] x 100 
CTFL 
 
Isso me diz o quanto de Transferrina está ocupada. 
Se existem 10 Transferrinas, sendo 5 ocupadas. O Índice de saturação é de 50% 
 
Em uma anemia Ferropriva, tem pouca quantidade de ferro, logo teremo várias transferrinas livres. Isso aumenta a 
capacidade de ligação, teremos uma capacidade maior. 
Por isso se torna muito importante dosar além do ferro, dosar a Ferritina e a CTLF. 
A Transferrina vai transportar o Fe até a medula. 
Perda crônica de sangue, leva a uma perda de ferro. Ex: Parasitismo, Ciclo Mestrual, etc. 
 
Diagnóstico Laboratorial 
Hemograma: 
 Hematoscopia – microcitose, hipocromia, 
anisocitose, poiquilocitose, hemácias em alvo; 
 Índices hematimétricos – diminuição do VCM, 
HCM e CHCM; 
 Coeficiente de variação do volume das hemácias 
(RDW) – aumentado (>15%); 
 Leucograma normal; 
 Contagem de plaquetas – normal ou elevada; 
 
ANEMIA DE DOENÇA CRÔNICA 
A anemia de doença crônica (ADC) é uma síndrome clínica que se caracteriza pelo desenvolvimento de anemia em 
pacientes que exibem doenças infecciosas crônicas, inflamatórias ou neoplásicas; 
 
ADC é a causa mais frequente de anemia em pacientes hospitalizados, principalmente na faixa etária superior a 65 
anos. 
 Infecções Crônicas 
 Infecções Inflamatórias 
 Neoplasias 
 
É a segunda causa mais comum de anemia após a anemia ferropriva; 
 
Patogênese: 
• Distúrbio do metabolismo do ferro; 
• Diminuição da sobrevida da hemácia (aumento da lise, não muito comum). 
• Resposta medular inadequada; 
 
Uma série de IL e Citossinas, principalmente L6 e Interferon Gama vão agir nesse evento. 
Dentro do estímulo infamatório, linfócitos T produzem L6 e InterferonGama. Que tem séries de reação, a primeira 
delas sob o rim. 
O rim produz eritropoitina, elas inibem a produção de eritropoitina, com eritropoitina baixa a medula não produz 
hemácias, tendo uma baixa de hemácias circulantes. Como temos hemácias mais velhas circulantes o sistema 
fagocíticos, vão fagocitar as hemácias mais rápido, reduzindo a hematimetria, quando a hemácia é fagocitada ela 
desmonta o grupamento heme, ela reaproveita o ferro e o anel de propoporfilina é quebrado para gera bilirrubina. O 
Fe não sai do macrófogo nessa situação, pois o evento inflamatório estimula a produção de Hepicidina, que bloqueia 
a Ferroportina. Então o ferro fica retido no interior na célula e diminui o Fe livre no sangue. Logo o Fe não chega na 
medula óssea. Então a ferritina fica aumentada na célula. Quando avaliamos a CTLF vai estar baixa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Características Laboratoriais: 
 
• Anemia: 
– Hemoglobina: 9 a 12 g/dl (raramente Hb < 8 g/dl); 
– Hematócrito: 25 a 40%; 
• Normocítica / Normocrômica: 70%, Hipocrômica: 50%; 
• Hiporregenerativa. 
• Microcítica: 30% (raramente VCM < 72 fL); 
• Discreta anisocitose e poiquilocitose; 
• Reticulócito normal ou pouco aumentado; 
ANEMIA SIDEROBLÁSTICA 
Grupo heterogêneo de doenças que resultam da síntese 
alterada do componente heme da molécula de 
hemoglobina; 
O ferro não consegue ser metabolizado para formar uma 
molécula de Hb. Acontece uma precipitação do ferro, e 
quando ele é precipitado, observamos a formação do anel 
sideroblástico. 
 
 Caracteriza-se por anemia moderada a grave, com 
níveis de Hb variando entre 4-10 d/dL; 
 Eritrócitose, alteração microcíticos e 
hipocrômicos - frequentemente observa-se um 
dimorfismo eritrocitário (normoc/normoc com 
microcitico e hipocrômico); 
 Podem ser: hereditárias e adquiridas; 
 Medula óssea 15% de sideroblasto em anel; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEMIAS MACROCÍTICAS 
 
Anemias Megaloblásticas 
 
Anemia de desenvolvimento nuclear anormal: deficiência de vitamina B12 e Ácido Fólico; 
As anemias megaloblásticas ocorrem por uma alteração na síntese de DNA, que se caracteriza por um estado em que 
a divisão nuclear se torna lenta; 
 
Esta anormalidade nada mais é do que uma assincronia da maturação do núcleo em relação ao citoplasma, as células 
se preparam para uma divisão que não ocorre e, como resultado, acabam se tornando maiores; 
Uma pessoa que tem uma Anemia Megaloblástica esperamos que ela tenha VGM aumentado, acima de 100 fL. 
Tanto a vitamina B12 quanto o Ácido Fólico são essenciais para a ação da Timidilato Sintetase, que vai criar a base 
nitrogenada da timina, sem timina não existe DNA, logo essa replicação do DNA. Essa deficiência leva a uma carência 
de todas as células, e o paciente vai vir a desenvolver uma Pancitopenia, uma redução de todas as 3 séries, terá uma 
redução no número de hemácias, leucócitos e plaquetas. 
 
Diagnóstico Laboratorial 
 
 Clínica: típica da anemia; 
 Hemograma: pancitopenia; 
 Esfregaço do sangue periférico: 
neutrófilos com núcleos 
hipersegmentados (que possuem 
mais de 5 núcleos), hemácias 
com volume aumentado 
(macrocíticas) causando 
alteração no RDW; 
 B12 < 200 pg/ml – DEFICIÊNCIA 
DE B12; 
 Folato < 2 ng/ml – DEFICIÊNCIA 
DE FOLATO; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEMIAS NORMOCÍTICAS 
Não alteram o valor de VGM, os principais casos estão associados a hemorragias agudas. A perda de sangue leva o 
paciente a desenvolver um quadro anêmico, mas sem acometimento que altere o metabolismo das hemácias. 
 
Anemia Aplástica: 
Está associada ao defeito na célula precursora, que tem sua atividade reduzida, uma alteração no interior da medula. 
A célula precursora mielóide que dá origem aos eritrócitos, vai estar alterada, não terá sua biossíntese normal, então 
a condição da hematoipoese para formação das células está alterada. 
Alguns casos essas alterações atingem células específicas ou todas as células. 
É caracterizada por pancitopenia com medula óssea hipocelular, por redução dos precursores medulares; 
Pode ocorrer aplasia de apenas uma série hematopoiética, principalmente nas aplasias congênitas; 
 
CAUSAS ADQUIRIDAS 
 
 Idiopática (causas mais comuns) 
 
 Infecção viral: 
 Mononucleose infecciosa; 
 Hepatite viral; 
 
 Medicação 
 Quimioterapia para câncer; 
 Butazonas; 
 Anti-inflamatórios; 
 Aspirina; 
 Antibióticos (cloranfenciol e sulfonamidas); 
 Antitireoidianos; 
 
 Imunológicas 
 Fasceiiti eosinofilica 
 Hipoglobulimenia 
 
 Toxinas 
 Radiações 
 Inseticidas 
 Benzeno 
 
CAUSAS CONGÊNITAS 
 
São raras e ocorrem em portadores das seguintes patologias: 
 Disqueratose congênita 
 Anemia de Fanconi 
 Anemia de Diamond-Blackfan 
 Anemia aplástica familial 
 Síndrome de Swachman-Diamond 
 
Características Laboratoriais 
 Pancitopenia 
 A anemia é do tipo normocítico/normocrômica 
 Medula óssea hipocelular, com aumento do conteúdo gorduroso; 
 
ANEMIAS HEMOLÍTICAS 
As anemias hemolíticas compreendem situações patológicas em que a sobrevida dos eritrócitos está 
acentuadamente diminuída, e a medula óssea não é capaz de fazer a compensação mesmo aumentando a sua 
produção. Devido a destruição exarcebada é classificada de acordo com a Etiologia como Hiperregenerativa. 
 
CONSEQUÊNCIA NO ACRÉSCIMO DA QUANTIDADE DE ERITRÓCITOS DESTRUÍDOS: 
 
 Aumento do catabolismo do heme: elevação da bilirrubina indireta; 
 icterícia; aumento da excreção de urobilinogênio; 
Cálculos biliares (deposição dos depósitos podem ocasionar na formação de cristais); 
 Espleno e hepatomegalia; 
 
MECANISMOS DA HEMÓLISE 
 
Hemólise extra-vascular 
Acontece preferencialmente no sistema fagocítico mononuclear. Ocorrem primariamente no baço, fígado, e medula 
óssea. 
 
Hemólise intra-vascular 
Traumas, ação do complemento, entre outras situações podem gerar uma lesão grave nos eritrócitos, levando a sua 
destruição intra-vascular. Neste caso a hemoglobina é liberada na circulação (hemoglobinemia) e eventualmente 
perdida pela urina (hemoglobinúria); 
 
A diferença entre a Hemólise extra-vascular e a intra-vascular é a presença de hemoglobinúria, na Hemólise Intra-
vascular encontramos hemoglobinúria, na extra não. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEUCEMIAS 
 
NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS 
 
Leucemias 
 Leucemia Linfoblástica Aguda – LLA 
 Leucemia Mieloblástica Aguda – LMA 
 Leucemia Linfoide Crônica – LLC 
 Leucemia Mieloide Crônica - LMC 
 
Linfomas 
 Linfoma de Hodkin - LH 
 Linfoma não-Hodkin – LNH 
 Linfoma de Burkitt - LB 
 
Síndrome Mielodisplásica 
Mieloma Múltiplo 
Leucemias: São alterações nas células sanguíneas. 
As Leucemias vão se dividir em quadros crônicos e agudos e estarão associadas as 
linhagens de células acometidas. Ou ela vai ser associada uma linha linfoide ou 
mielóide. 
 
 Leucemia Linfoide Aguda (LLA) 
 Leucemia Linfoide Crônica (LLC) 
 Leucemia Mielóide Aguda (LMA) 
 Leucemia Mielóide Crônica (LMC) 
 
Proliferação de uma determinada célula neoplásica, no interior da medula óssea, 
uma célula de origem hematopoéticas oriundas de um mesmo clone; 
Células passam a ocupar toda MO impedindo a proliferação de seus elementos 
normais; 
Saem da MO e invadem o sangue periférico atingindo outros órgãos: 
 Baço; 
 Fígado; 
 SNC (em casos severos); 
No esfregaço sanguíneo visualizamos células imaturas. 
 
Porque uma determinada célula acaba se tornando uma célula neoplásica? 
 
 Ativação de genes específicos que estimulam a proliferação celular e bloqueiam a apoptose; 
 Inibição de genes que levam a diferenciação de células hematopoéticas, a célula não morre e não evolui 
(afuncional); 
 Dominância clonal; 
 Insuficiência da medula óssea na produção de células normais; 
 Infiltração das células neoplásicas em órgãos e tecidos; 
 Imunodeficiência e efeito dos produtos das células tumorais; 
 
ETIOLOGIA DAS LEUCEMIAS 
 
 Mutações genéticas pontuais, causada por um ou mais fatores em indivíduos suscetíveis; 
 Translocações e deleções cromossômicas estruturais; 
 Genética (Síndrome de Down, mutação cromossômica numérica); 
 Exposição à Radiação ionizante; 
 Agentes químicos (cloranfenicol, fenilbutazona); 
 Vírus (Epstein-Baar, HTLV...); 
 Doenças hematológicas prévias; 
 
LEUCEMIAS AGUDAS 
 
 
 
Leucemia Linfoblástica Aguda – LLA Blastos na MO e no 
sangue periférico; Leucemia Mieloblástica Aguda – LMA 
 
LEUCEMIAS CRÔNICAS 
Aumento do número 
de células maduras 
no sangue periférico; 
 
Leucemia Linfoide Crônica – LLC 
Leucemia Mielóide Crônica - LMC 
 
 
Como diferenciar Leucemia aguda de Leucemia crônica? 
Na Leucemia Aguda temos blastos (células imaturas) na MO e no sangue periférico. 
Na Leucemia Crônica temos um aumento no número de células maduras no sangue periférico. 
 
LEUCEMIAS AGUDAS 
 
Predomínio de células blásticas da série mieloide, linfoide e monocítica pela 
deficiência na maturação celular; 
Medula hiperplásica com aumento do número de blastos; 
 
 Anemia normocítica e normocrômica; 
 Granulocitopenia com febre e infecção; 
 Plaquetopenia com púrpuras e hemorragias; 
 Esplenomegalia e linfadenopatia; 
 Dores ósseas; 
 Leucostase. 
 
DIAGNÓSTICO CLÍNICO GERAL 
 Fraqueza; 
 Palidez progressiva; 
 Hemorragias; 
 Infecções; 
 Adenomegalia, esplenomegalia e hepatomegalia; 
 Estados compressivos do mediastino pela proliferação e crescimento do tecido linfoide; 
 Possibilidade de infiltração testicular e SNC; 
 
Infiltração das células leucêmicas no SNC (neuroleucemia) podem causar sintomas semelhantes aos da 
meningite: 
 Cefaléia; 
 Tontura; 
 Náusea; 
 Perturbação visual; 
 Paralisia dos nervos cranianos; 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL GERAL 
Hemograma: 
 Anemia, neutropenia e trombocitopenia; 
 Presença de mais de 20% de blastos dentre os leucócitos; 
 
Mielograma (Punção da medula e análise em lâmina): 
 Infiltração de blastos superior a 30% - FAB; 
 Infiltração de blastos superior a 20% - OMS; 
 
Tipo citológico: 
 Identificação através de coloração citoquímica para diferenciação de 
mieloblastos e linfoblastos; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como diferenciar LMA de LLA através de uma lâmina corada? 
Preciso escolher pelo menos duas colorações diferentes. Posso usar Ácido Periódico de Schiff (PAS) pois só irá dar 
positivo para LLA e Sudan Black só irá dar positivo para LMA. 
 
Imunofenotipagem: 
Demonstra que as origens das células leucêmicas podem estar direcionadas para células mais indiferenciadas, 
explicando desta forma o comprometimento de eritroblastos e megacarioblastos; 
– Podemos encontrar marcadores como CD7 (Linf.) e CD 13 
(mieloide); 
– Complementa o mielograma; 
– Identifica a linhagem celular; 
– Identifica o estágio de maturação; 
 
 Doença primariamente da infância; 
 Pico de incidência entre 0 a 9 anos; 
 Caracterizada por crescimento de tecido linfoide, infiltração 
no SNC e testículos; 
 Podem ser geradas por translocações entre o cromossomo 8 
e 14, por infecções virais (HTLV-1) e 
 alterações como Anemia de Fanconi, Síndrome de Down e 
Bloom; 
 
Cromossomo Philadelphia 
Por volta dos 45 anos, temos um quadro muito específica, que é a alteração do cromossomo Philadelphia, que é a 
translocação entre o cromossomo 9 e 22. Quando acontece em uma célula progenitora linfoide, pode levar na idade 
adulta ao desenvolvimento de uma LLA, quando acontece na série mielóide pode levar a uma LMC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 
Hemograma: ↑Blastos no sangue periférico, global normal ou ↑↓, anemia normocrômica e normocítica, 
plaquetopenia; 
Mielograma: substituição das células normais pelas células leucêmicas – superior a 30%; 
 
Provas citoquímicas: 
 Negativos para Peroxidase e Sudan Black 
 Apresentam PAS e marcador nuclear TdT positivo 
 Fosfatase alcalina dos Neutrófilos (NAP) é normal 
 
LEUCEMIAS MIELOIDES AGUDAS 
 
 Maior incidência em adultos jovens; 
 Cansaço na quase totalidade dos pacientes; 
 Dor óssea ou articular em até 20% dos pacientes; 
 Febre sem infecção em 20% dos casos; 
 Mais da metade dos pacientes apresentam perda de peso; 
 Manifestações hemorrágicas em mais de 50% dos casos; 
 A infecção é uma intercorrência frequente; 
 A sobrevida é de cerca de 50% independente da forma de tratamento, QT ou 
 TMO; 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
Hemograma: ↑Blastos no sangue periférico, global normal ou ↑↓, anemia normocrômica e normocítica, 
macroplaquetas, mieloblastos com Bastonete de Auer; 
 
Mielograma: substituição das células normais pelas células mieloblásticas – superior a 25%; 
 
Provas citoquímicas: 
– Positivos para Peroxidase e Sudan Black; 
– Apresentam PAS (exceto M6) marcador nuclear TdT negativos; 
– Fosfatase alcalina dos Neutrófilos (NAP) é baixa; 
 
Doenças Mieloproliferativas Crônicas (OMS) 
 
JAK 2 – Policetemia Vera (PV) 
 
 Tem incidência de 1 a 2 casos cada 100 mil indivíduos; 
 Predominante em adultos entre 40 e 60 anos de idade; 
 Afeta ambosos sexos, com predominância no sexo masculino; 
 
Sinais clínicos: 
Fadiga, fraqueza, perda do apetite, febre, perda de peso, sudorese noturna, aumento do baço e/ou fígado, infecções 
frequentes, sangramento, púrpuras; 
Aumento expressivo de células não funcionais. 
 
Exames laboratoriais: 
Hemograma completo, aspirado e biópsia da medula óssea, pesquisa do cromossomo Philadelphia; 
 
Para o diagnóstico genético os testes atualmente disponíveis são: 
Citogenética padrão, hibridização in situ por fluorescência (FISH), reação de cadeia de polimerase (PCR) e 
através de análise por Nothern e Southern blot; 
 
 
 
Quadro Clínico e Achados Laboratoriais: 
 A esplenomegalia ocorre em 50 a 80% dos casos; 
 Anemia em cerca de 50%; 
 Grandes leucocitoses (>100.000/mm3) em 50 a 70% dos pacientes; 
 Um achado possível é plaquetose (>600.000/mm3); 
 
Cabe sempre a realização de uma investigação para LMC em pacientes suspeitos de trombocitemia essencial; 
A contagem diferencial de leucócitos mostra escalonamento com desvio à esquerda desde neutrófilos maduros até 
mieloblastos; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico final é feito pela pesquisa do cromossomo Ph pela análise 
do cariótipo, preferencialmente em amostra de medula óssea; 
O evento genético responsável pela LMC consiste numa translocação 
recíproca t(9;22) nas células tronco hematopoéticas. 
Cerca de 95% dos casos de LMC tem a translocação entre os 
cromossomos 9 e 22 que resulta no cromossomo Philadelphia (Ph). A 
detecção citogenética desta translocação identifica a LMC típica. Essa 
translocação leva a uma alteração da funcionalidade de proliferação 
dessas células, isso vai desencadear esse processo que leva uma alteração 
da aderência dessa célula, que não ficam aderidas são liberadas. Há uma 
supressão no poder de ativação, ficando inativa, e inibição do apoptose 
dessas células gerando uma discrasia hematológica. 
 
 
 
LEUCEMIA LINFOIDE CRÔNICA - LLC 
 
 Proliferação das células linfoides maduras, mas imunoincompetentes; 
 Quadro clínico mais benigno; 
 Pode ser assintomática; 
 Evolução lenta; 
 Raras formas blásticas; 
 Células mais resistentes a morte celular; 
 Espleno e Hepatomegalia; 
 50% está relacionada a trissomia do 12 com produção do oncogene 
KRas; 
 Translocações e inversões envolvendo cromossomo 11 e 14 
 Deleções do cromossomo 3 
 Tipo T relacionada com HTLV-I (Leucemia de célula T do adulto - flower cells) 
Presença de linfócitos na forma de flor. 
 Outros tipos; 
 
 
Hemograma: 
 Leucócitos aumentados: 30 a 200.000/mm3 
 Aumento no número de linfócitos 
 Raros pró-linfóctos ou linfoblastos 
 Presença de restos nucleares – fragilidade mecânica – Manchas Grümpecht (Linfócitos destruídos) 
 Anemia 
 Trombocitopenia e granulocitopenia 
 
Mielograma: 
 Infiltração medular de linfócitos – 40% das células 
 Pode apresentar edema intersticial, necrose e hemorragias 
 
Teste de Coombs positivo em 20% dos pacientes devido a presença de autoanticorpos (IgG anti-hemácias); 
 
TIPOS: 
 
PROLINFOCÍTICA 
Onde tem um aumento dos pró-linfócitos no sangue periférico. 
 
TRICOLEUCEMIA 
Linfócitos aparecem como estruturas parecidas com cabelos. 
 
SÍNDROME DE SEZARY 
 Linfócito cerebriforme; 
 Evolui a partir de uma infecção fúngica.

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