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Aula10-MucosasOrais

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Mucosa oral 
 
É a estrutura responsável pelo revestimento e proteção de toda a cavidade oral. 
Quando estamos com a boca fechada, separamos a cavidade em dois compartimentos 
(que são delimitados pelos arcos dentários): 
O espaço entre os dentes e bochecha e lábios é chamado de vestíbulo, e o espaço que está 
compreendido entre os arcos é chamado de cavidade oral propriamente dita. 
Independente da região e função de cada mucosa oral existe um par de estruturas que 
sempre estarão presentes: epitélio e lâmina própria (tecido conjuntivo). 
Quando comparamos a mucosa oral à pele, podemos observar algumas diferenças: na 
mucosa não há a presença de anexos cutâneos (folículos pilosos, glândulas sebáceas, 
etc.) e a mucosa reveste uma cavidade úmida. 
 
O epitélio das mucosas orais é derivado do ectoderma do 1º arco branquial – inicialmente 
como epitélio oral primitivo, e depois se diferenciando para assumir diferentes funções 
em regiões diferentes. 
Já a lâmina própria se origina de tecido ectomesenquimal também do 1º arco branquial. 
Possui grande vascularização e inervação. 
 
Estrutura 
 
Epitélio oral 
O epitélio oral é classificado como do tipo estratificado pavimentoso e sua principal célula 
é o queratinócito. Por ser pavimentoso, significa que o formato das células é achatado 
e estratificado significa que as células se agrupam em diversas camadas. 
As camadas são divididas de acordo com a ação proliferativa ou maturação das células: 
• Estrato basal: formado por até 3 camadas celulares, com alto poder de 
multiplicação. Tem a função de ser um estrato que produz novas células. 
• Estrato espinhoso: são células que migram do estrato basal em direção da 
superfície. Recebe o nome de espinhoso graças ao grande número de ligações 
entre as células. Quando a lâmina histológica é preparada, os queratinócitos 
aparentam ter espinhos. 
• Estrato granular: está acima do estrato espinhoso. São células maiores, porém 
mais achatadas, e estão cheias de grânulos de glicoproteínas e lipídios. O conteúdo 
dos grânulos ajuda a dar impermeabilidade para o epitélio. 
• Estrato córneo: camada mais superficial. São células ainda maiores e mais 
achatadas, a grande diferença está na ausência de grânulos, organelas e até 
mesmo do núcleo. Sobram apenas filamentos de citoqueratina. 
 
De acordo com as camadas que compõe o epitélio oral, ele pode ser dividido em 3 grupos. 
 
• Epitélio ortoqueratinizado: possui todas as camadas citadas acima, e apresenta um 
estrato córneo espesso. 
• Epitélio paraqueratinizado: as células do estrato córneo não estão totalmente 
queratinizadas e as células apresentam resquícios de núcleos. 
• Epitélio não-queratinizado: não existe nem o estrato granuloso nem o estrato 
córneo. Acima do estrato espinhoso as células vão se tornando achatadas 
progressivamente e apresentam poucos grânulos. Os estratos mais superficiais 
nesse tipo de epitélio são chamados de intermediário e superficial. 
 
*** outras células do epitélio oral 
Além dos queratinócitos alguns grupos celulares são encontrados no epitélio oral. As 
células com suas respectivas funções são: 
• Melanócito: produz melalina que confere cor escura ao epitélio. A função da 
melalina no epitélio oral ainda não é conhecida. 
• Células de Langerhans: são células do sistema de defesa, sua função é de 
apresentar antígenos para iniciar o processo de “combate a invasores”. 
• Células de Merckel: função não totalmente conhecida. Provavelmente tem um 
papel nas sensações de pressão mecânica. 
• Células sanguíneas: algumas células da série branca podem ser encontradas entre 
queratinócitos, mesmo em situações em que não há inflamação. 
 
Lâmina própria 
 
A lâmina própria é o tecido subjacente ao epitélio na mucosa oral. É composto por duas 
camadas: uma mais superficial (papilar) e outra mais profunda (reticular). 
Como todo tecido conjunto a lâmina própria possui células e matriz células. As células e 
suas funções são: 
• Fibroblastos: responsáveis por produzir a matriz extracelular da lâmina própria. 
• Macrófagos: células de defesa do organismo, que são responsáveis por fagocitar 
corpos estranhos e apresentar seus antígenos para outras células de defesa. 
• Mastócitos: outro grupo de células de defesa, sua função é de ativar o processo 
inflamatório para combater possíveis agressões. 
 
A matriz extracelular da lâmina própria é composta basicamente por fibras colágenas e 
pode ser organizada de maneiras diferentes, de acordo com a região da cavidade oral. 
 
Diferentes tipos de mucosa, de acordo com a região. 
 
Mucosa de revestimento 
Composta principalmente por epitélio não-queratinizado. Regiões em que há a 
necessidade de maior movimentação e/ou associadas a músculos da mastigação ou de 
expressão facial: 
• Lábios e bochechas: a mucosa labial e jugal são contínuas, isto significa que não 
existe um limite onde termina a mucosa do lábio e onde começa a mucosa da 
bochecha e vice-versa. A região de vermelhão do lábio representa a transição 
entre mucosa e pele, e por isso, apresenta características intermediárias às duas. 
o Características: lisa, rosa-pálido, espessura de 600 µm, o epitélio se renova 
a cada 10-12 dias, possui fibras elásticas (necessárias para a 
movimentação) e fibras colágenas ligam a mucosa a músculos. 
• Processos alveolares: reveste o fundo de sulco, conectando a mucosa labial/jugal à 
mucosa gengival (periodonto de proteção). Possui grande mobilidade graças à 
função de alguns grupos musculares. 
o Características: lisa, brilhante, rosa avermelhada, com bastante fibras 
elásticas (mobilidade) e espessura de 270 µm. 
• Palato mole: o palato mole é delimitado anteriormente pelo palato duro e 
continua para posterior como mucosa do trato respiratório. 
o Características: lisa, brilhante, rosa intenso, com bastante fibras elásticas 
(mobilidade) e espessura de 280 µm. 
• Assoalho de boca (abaixo da língua): recobra o fundo de sulco lingual, ligando a 
mucosa gengival à porção ventral da língua. 
o Características: lisa, brilhante, rosa intenso, pouca espessura (180 µm). 
Essa espessura, associada a espaços entre os queratinócitos faz com que 
essa mucosa seja mais permeável (uso de medicamentos sublinguais). 
• Ventre a língua (porção “inferior” da língua): muito parecida com a mucosa do 
assoalho da boca, porém, tem poucas fibras elásticas e se relaciona com os 
músculos da língua. 
 
Mucosa especializada 
Ocupa o dorso da língua (parte superior). Tipo de mucosa com estruturas epiteliais e 
nervosas específicas, sendo responsável pela gustação dos alimentos. Como é exposto 
ao atrito com alimentos durante a mastigação, também apresenta camada córnea. 
A estrutura que garante a capacidade do paladar são as papilas gustativas. São 4 os tipos 
de papilas: filiformes, fungiformes, valadas e foliadas. Porém apenas as papilas com 
presença de botões gustativos irão “perceber” o gosto dos alimentos. 
 
• Papila filiforme: mais numerosas e ocupam maior parte do dorso da língua. Tem 
formato de folha de grama e tem epitélio ortoqueratinizado. Apresentam boa 
sensibilidade ao toque por isso são boas na percepção de pequenas estruturas nos 
alimentos. Não possuem botões gustativos, portanto não são capazes de auxiliar 
no paladar. 
• Papila fungiforme: aparecem entre as papilas filiformes, por todo dorso da língua. 
Aparecem na língua como pequenas bolinhas avermelhadas. Possuem formato de 
cogumelo e epitélio paraqueratinizado, onde se encontram alguns botões 
gustativos e fibras nervosas (função gustativa). 
• Papilas valadas (ou circunvaladas): estão dispostas no dorso da língua, mas na 
região posterior, formando um V. São rodeadas porum profundo sulco e chegam a 
ter 2 mm a 3 mm de diâmetro. Na porção superior o epitélio é ortoqueratinizado e 
não possui botões gustativos, já na parede do sulco o epitélio é paraqueratinizado 
e com diversos botões gustativos. A lâmina própria apresenta também ramos 
nervosos. 
• Papilas foliadas: localizadas na borda lateral da língua. Possui epitélio não 
queratinizado com diversos botões gustativos 
 
 
Mucosa mastigatória 
Em geral é composta por epitélio ortoqueratinizado e aparece em regiões que sofrem com 
contato físico com os alimentos. Basicamente se localiza como mucosa do palato duro 
e mucosa gengival (periodonto de proteção). 
 
• Mucosa do palato duro: recobre toda a região anterior do palato (palato duro), é 
do tipo ortoqueratinizado com grande estrato córneo, sofre atrito com alimentos 
durante todo o ato mastigatório. 
o Características: cerca de 320 µm de espessura, coloração rosa-pálido e não 
apresenta fibras elásticas (pouca mobilidade). Apresenta grupos de fibras 
colágenas que se aderem ao periósteo do palato duro. 
 
Periodonto de proteção 
 
Basicamente composto pela gengiva – tecido mucoso. 
O tecido é dividido clinicamente em 3 partes: 
• Gengiva marginal ou gengiva livre; 
• Gengiva interdentária ou papilar; 
• Gengiva inserida. 
 
A gengiva livre ou marginal forma um colar de tecido em volta do elemento dentário. Ela 
se localiza nas faces livres dos dentes (isto é, nas regiões em que o dente não está em 
contato com outro dente). As faces livres normalmente são a face vestibular e a face 
palatina/lingual, porém se um dente não possuir um “vizinho” sua face proximal 
voltada ao espaço desdentado também terá gengiva marginal. 
O formato da gengiva livre é triangular, e possui duas vertentes: 
• A vertente interna é voltada para o dente e é composta pelo epitélio juncional e 
epitélio sulcular; 
• A vertente externa se estende desde o ápice (ponta do triângulo) até a gengiva 
inserida. Sua característica não será detalhada pois é muito parecida com a da 
gengiva inserida – epitélio pavimentoso estratificado paraqueratinizado. 
 
Epitélio juncional: Estrutura específica da gengiva livre que se liga ao dente. Essa junção 
pode ocorrer em esmalte, cemento, dentina ou até em materiais restauradores. Em 
dentes jovens e saudáveis, o limite apical desse epitélio é na junção amelocementária. 
A posição do epitélio juncional pode influenciar o metabolismo ósseo, por isso, quando 
ocorre migração do epitélio em direção apical, pode aparecer uma degradação óssea, 
sendo um dos sinais da doença periodontal. 
 
Epitélio sulcular e sulco gengival 
O sulco gengival é uma fenda entre o dente e a gengiva livre. Não há união entre epitélio 
sulcular e dente, e essa fenda (sulco) é preenchida por um líquido (fluido crevicular). 
O fluido crevicular é composto por líquido intersticial e algumas células epiteliais e de 
defesa que descamaram. 
 
Gengiva interdental 
A gengiva livre que se localiza na região entre um dente e outro é chamada de gengiva ou 
papila interdental. A gengiva interdental é composta pelas mesmas estruturas que a 
gengiva livre. 
A principal diferença da porção interdental é o formato, chamado de COL (formato de sela 
– elevações na vestibular e palatina/lingual e depressão na região central) e que possui 
epitélio sulcular dos dois lados (mesial de um dente e distal de outro). 
 
Gengiva inserida 
A gengiva inserida recobre o processo alveolar tanto por vestibular quanto por 
lingual/palatina. 
• Por estar firmemente aderida ao osso, se apresenta com aspecto de casca de 
laranja (as depressões são as regiões que estão “grudadas” ao osso). 
• Sua coloração é geralmente rosa (será mais escura com a presença maior de 
melanina). 
• 200 µm a 300 µm de espessura e normalmente é paraqueratinizada. 
• Não apresenta fibras elásticas e muitas fibras colágenas se aderem ao periósteo do 
osso alveolar. 
 
Lâmina própria da mucosa gengival 
Como a grande maioria dos tecidos conjuntivos, a lâmina própria gengival apresenta rica 
vascularização e inervação. A principal diferença para o tecido conjuntivo gengival é a 
presença de grupos de fibras colágenas que conectam diferentes estruturas. 
• Fibras dentogengivais: ligam o cemento à lâmina própria da gengiva – de maneira 
divergente. 
• Fibras dentoperiostais: ligam o cemento à crista alveolar – não confundir com o 
ligamento periodontal – essas fibras dão a volta e se ligam ao osso voltado para a 
gengiva e não para o dente. 
• Fibras alveologengivais: ligam a crista alveolar à lâmina própria da gengiva. 
• Fibras circulares: ficam apenas dentro da lâmina própria e contornam o dente. 
• Fibras interpapilares: atravessam a papila interdental, indo da região vestibular 
para a palatina/lingual. 
• Fibras transeptais: ligam o cemento de um dente ao cemento do dente vizinho, 
pela região interproximal.

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