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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE FÍSICA Física Experimental 2 - 7233 DILATAÇÃO LINEAR ACADÊMICO(S) : RA: André Henrique Marcon 117396 Caio Kawamura Gonçalves 118006 Leonardo José C. Franchetti 117502 Rodrigo Costa Rocha 118127 PROFESSOR(A): Marlon Ivan Valerio Cuadros. MARINGÁ 2021 1. Resumo A princípio, neste relatório, foram utilizados os dados experimentais para calcular a temperatura em que a barra se encontrava em cada medida, e, utilizando essas medidas de temperatura, foi construído um gráfico , cujo coeficiente LΔ × T angular da reta resultante seria o valor do coeficiente de dilatação linear experimental do material que constitui a barra utilizada. Comparando esse valor experimental do coeficiente de dilatação com valores tabelados, foi possível concluir o material que constitui a barra. 2. Introdução Geral A dilatação de materiais quando acrescidos de temperatura é algo de conhecimento antigo na humanidade (mesmo que não de forma precisa). Desde o Império Romano até as civilizações Pré-Colombianas, estruturas de grande porte continham espaços de “segurança” que permitiam essa oscilação de volume sem causar danos à construção, mesmo que não se tenha indícios que estas civilizações tenham desenvolvido o cálculo da estimação precisa da variação. Em suma, toda dilatação seja volumétrica, seja de área, pode ser decomposta em dilatações lineares para seu estudo. No caso de materiais isotrópicos inclusive, cálculos superficiais e volumétricos assumem o mesmo coeficiente de deformação nas 3 dimensões. Atualmente o estudo na área de oscilações métricas por temperatura está muito mais refinado e é largamente utilizado na construção civil, seja na confecção de ferrovias, pontes, muros, peças e encaixes, entre outros campos. Visto que toda dilatação pode ser estudada como uma série de dilatações lineares, fomos trazidos ao presente tema. 3. Objetivos Determinar experimentalmente o coeficiente de dilatação linear de uma barra metálica e identificar de qual material a barra é feita. 4. Fundamentação teórica Há, em quase totalidade dos materiais, o comportamento de expansão quando submetidos ao aumento de temperatura, fato que se dá pelo aumento da distância molecular do material, visto que ,com o aumento da temperatura (energia interna), há uma maior movimentação dos grãos presentes no material. Para a elaboração desse relatório é necessário primeiramente o entendimento de certos conceitos previamente. O primeiro conceito a ser abordado é a propriedade de dilatação linear. Quando aquecido, um material expande suas dimensões em todos os eixos, mas para nosso estudo trabalharemos apenas em uma dimensão, por isso dita linear. Temos que para um processo de aquecimento gera a dilatação dada por: 𝛥L = 𝛼L0 𝛥T· (Equação 1) Onde 𝛼 representa o coeficiente de dilatação dado em (°C)-1, 𝛥L a variação da medida linear, L0 a medida inicial linear do material e 𝛥T a variação da temperatura no material (que para nosso caso será dada em °C). Isso nos permite calcular nosso comprimento final por Lf = L0 + 𝛥L (Equação 2) Para fins de nosso interesse experimental, podemos transformar a equação da variação em 𝛼 = 𝛥L / (L0 𝛥T)· (Equação 3) que nos permitirá realizar o cálculo do coeficiente. Exposto isso, seguiremos para nosso próximo conceito, o de resistência elétrica em metais, visto que o aferimento do termômetro utilizado no experimento utiliza desse conceito para seu aferimento. Temos que o processo de resistência elétrica em metais está intrinsecamente ligada à temperatura do condutor,crescendo de forma proporcional. Figura 01: resistência elétrica em função da temperatura Para nosso caso, um medidor de temperatura RTD, com um filamento de platina tem seu comportamento dado pela equação de Callendar-Van Dusen, sendo R = R0[1+aT+bT2+cT3(T-100)] (Equação 4) Porém, para casos de superiores a de 0°C e inferiores a 850°C (faixa que comporta os valores presentes no experimento), podemos contar com a parte da equação que foi inicialmente desenvolvida por Callendar, que não continha o termo “cT3(T-100)”. Ao analisarmos só a parte linear da equação, visto que é observável que a variação de resistência elétrica em metais se mostra realmente expressiva em uma dimensão, retiramos também o termo bT2 (já que b é assumido por 0), obtendo assim a expressão R = R0 (1+𝛿T) Onde 𝛿 é o coeficiente de temperatura da platina, dada por 3,85 * 10-3 (°C)-1 e R0 = 100,01 𝛀 para nosso termômetro. Logo, como no aferimento da temperatura teremos variações em ohms (𝛀), modificamos e equação para 1+𝛿T = R/R0 T = [(R/R0) - 1] / 𝛿 (Equação 5) T = [(R/100,01) - 1] / (3,85 10-3)· Para ser utilizada no decorrer do experimento e termos o valor em medidas de temperatura (no nosso caso, em °C). 5. Desenvolvimento Experimental 5.1. Materiais Utilizados Dilatômetro linear, fonte de tensão DC, multímetro e trena. 5.2. Montagem Experimental Posicione o tubo metálico até que ele entre em contato com o relógio comparador, soltando o parafuso presente na parte superior do suporte, e posteriormente aperte-o com cuidado para não amassar a barra. Em seguida, zere o relógio comparador, girando a parte superior externa dele. Após isso, meça o comprimento inicial da barra e anote o valor. Posteriormente, configure o multímetro para a escala de resistência elétrica (Ω), assegure-se que todos os cabos estejam devidamente conectados, e anote o valor de resistência fornecido pelo multímetro relativo à temperatura ambiente. Seguidamente, conecte o fio do tubo metálico à fonte de tensão DC e, com o relógio comparador zerado, aumente a tensão da fonte até atingir 10 V. Por fim, monitore o multímetro até que ele atinja 112 Ω e, quando chegar nesse valor, anote a dilatação apresentada pelo relógio comparador. Proceda da mesma forma para os seguintes valores de resistência elétrica ditados pelo manual de laboratório. 5.3. Dados Experimentais A partir do vídeo do experimento, pode-se retirar os seguintes dados: Tabela 1: Valores de voltagem, resistência elétrica e variação do comprimento da barra de cada medida. 5.4. Interpretação dos Resultados Com os valores das resistências, contidas na Tabela 1, é possível calcular a temperatura da barra envolvida, relacionando com a devida variação de comprimento da mesma. Para isso, utiliza-se a equação 5: 1)T = δ 1 · ( R R0 − Feito os cálculos para cada resistência ( ), tem-se a seguinte tabela: R Medida V(V) Resistência R (Ω) ΔL (μm) 1 11,1 110 0 2 10,8 112 30 3 11,2 114 70 4 15,9 116 110 5 15,9 117 135 6 16,1 118 160 7 16,3 120 200 8 21,6 122 260 9 21,6 124 300 10 21,6 126 345 11 21,6 128 400 12 25,6 130 445 13 25,6 132 490 Lo = (54,62土0,05) cm Tabela 2: Variação do comprimento e temperatura Com esses dados é possível construir um Gráfico х :L Δ T Medidas ΔL (µm) T (°C) 1 0 25,95 2 30 31,14 3 70 36,33 4 110 41,53 5 135 44,13 6 160 46,72 7 200 51,92 8 260 57,11 9 300 62,31 10 345 67,50 11 400 72,69 12 445 77,89 13 490 83,08 Gráfico 1: Variação do comprimento em função da temperatura Colocado os Pontos envolvidos no experimento e fazendoseu ajuste linear, observa-se um comportamento linear do tipo , em que é o seu ax b y = + a coeficiente angular, enquanto é o coeficiente linear da reta, o qual, para este b experimento, será desconsiderado, uma vez que está envolvido com os erros existentes no experimento, ficando . Substituindo pelas grandezas físicas do ax y = experimento, tem-se L a ΔT Δ = A título de precauções quanto às unidades envolvidas, foi encontrada a seguinte unidade de medida para a constante ( ):a ; L a ΔT Δ = ⇒ a] µm .℃ ] [ = [ ℃ ] [ µm ] = [ −1 10µ = −6 como ,segundo o gráfico, então, 3a ≃ 8 8 m .℃ µ −1 L 8, 3 ΔT Δ = 8 · Desse modo, é possível estabelecer uma relação de igualdade com a Equação 1, que é dada por: L ΔT Δ = α · L0 · Logo, 8, 3 α · L0 = 8 Sabendo que , assim, isolando o coeficiente de dilatação 54, 2 , 1 cm L0 = 6 ± 0 0 linear ( ):α α = 54,62 cm 8,83 µm .℃−1 = 54,62·10 m−2 8,83·10 m· ℃−6 −1 , 5 0 = 1 6 · 1 −5 ℃−1 α ∴ ≃ 6, 0 1 2 · 1 −6 ℃−1 Obtido o valor experimental do coeficiente de dilatação linear, comparando com a literatura científica, o material do tubo utilizado no experimento se aproxima do Aço Inox, o qual possui .17 0 ℃α = · 1 −6 −1 6. Análise dos Resultados Nesta seção deste experimento, convém discutir sobre o principal resultado obtido: o coeficiente de dilatação linear da barra. Após todos os dados retirados do experimento, todos os cálculos realizados, chegou-se a um valor para o coeficiente de dilatação linear: α ≃ 6, 0 1 2 · 1 −6 ℃−1 E dessa forma foi possível concluir que o material do tubo é o Aço Inox, como apresentado anteriormente. Contudo, é interessante determinar o grau de proximidade entre o resultado obtido experimentalmente e o resultado teórico, ou verdadeiro. Essa determinação pode ser feita através do cálculo do Desvio Percentual, dado por: (Equação 6)% D = . 100%( α )| experimental| ( α − α )| teórico experimental| % D = . 100%( 16,2·10 )| −6 | ( 17·10 − 16,2·10 )| −6 −6| ∴ % , % D ≃ 4 9 O simples fato deste valor ser diferente de zero confirma a ideia de que qualquer experimentação está sujeita a erros, por mais precisa e cuidadosa que ela seja feita. Ou seja, não existe prática científica que não contenha erros, por mais insignificantes que estes sejam para o resultado final. Nesta experiência em específico, a partir da observação dos procedimentos realizados, pode-se afirmar que as fontes mais prováveis de erros são: ● Instrumentos utilizados (relógio comparador, multímetro) levemente descalibrados; ● Paralaxe na obtenção dos dados: a câmera sobre o relógio comparador está levemente angulada, e o aluno que retirou os resultados do vídeo pode ter se equivocado quanto ao valor real medido pelo relógio comparador; ● O experimentador pode não ter se atentado ao fato de que o relógio comparador é um instrumento extremamente sensível, se apoiando na mesa durante o processo ou lidando com o relógio de forma incorreta; ● No momento em que o relógio comparador estava marcando 121,59 Ω, o aparelho falhou e só voltou ao estado normal quando marcava 122,82 Ω, ou seja, a medida 8 da Tabela 1 foi realizada de forma aproximada, gerando mais erros. Além disso, é interessante destacar o fato de que as prováveis origens de erros expostas estão todas presentes na fase inicial do experimento (obtenção de dados). Sabe-se, da Teoria de Erros, que quanto mais cálculos realizados, mais estes erros se propagam e mais significativamente influenciam o resultado final. Dessa forma, os erros iniciais destacados, mesmo que parecessem insignificantes à primeira vista, foram capazes de atrapalhar o resultado do experimento. Todavia, com o Desvio Percentual de 4,9%, apesar da influência dos erros exposta acima, pode-se afirmar que os resultados obtidos (e o experimento como um todo) são consideravelmente confiáveis. 7. Conclusão Retomando os objetivos iniciais de determinar o coeficiente de dilatação linear da barra, identificando seu material, pode-se afirmar que o experimento permitiu com que ambos fossem alcançados. Assim, apesar de todos os erros discutidos, alcançou-se um valor bem próximo do real, sendo relativamente fácil determinar que a barra é feita, de acordo com os resultados, de aço inoxidável. Dessa forma, pode-se concluir que a prática, como um todo, cumpriu com sua finalidade e teve, por isso, êxito. 8. Referências RUCKERT, CASSIUS O. F. T – Ensaios Mecânicos dos Materiais D. Halliday, R. Resnick, J. Walker – Fundamentos de Física – Vol.2, LTC Editora, 10a Edição, (2016). H. Young, R. Freedman – Termodinâmica e ondas – Vol.2, PEdB Editora, 12a Edição, (2008). “Variação de Resistência com Temperatura”. Cepa USP, São Paulo. Seção Eletrodinâmica. Disponível em: <http://www.cepa.if.usp.br/e-fisica/eletricidade/basico/cap06/cap06_15.htm> . Acesso em: 06 de Março de 2021
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