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1. FISIOLOGIA GENITAL MASCULINA Compreende a Espermatogênese, o desempenho sexual e a regulação dos hoormônios envolvidos. Na ESPERMATOGÊNESE ocorre a formação dos gametas masculinos, os espermatozóides. Eles são diferenciações sucessivas das espermatogônias que iniciam na puberdade (13 anos). Durante a vida sexual ativa, a espermatogênese ocorre nos túbulos seminíferos do Testículo devido a estimulação pelos hormônios Gonadotrópicos secretados pela AdenoHipófise. Esse fenômeno ocorre durante toda a vida do homem, ele sempre está fértil (não tem menopausa). Geralmente, o todo o ciclo de produção do gameta e armazenamento no epidídimo dura 74 dias (60 dias, em média). Com isso, os espermatozóides que foram ejaculados hoje foram produzidos a 2 meses atrás. Os hormônios diretamente envolvidos na espermatogênese são a Testosterona, o LH, o FSH, Estrógenos e GH. A Testosterona é secretada pelas células de LEYDIG e promove o crescimento e divisão celular. O LH estimula as células de Leydig a secretar testosterona, enquanto o FSH estimula as de SERTOLI para o processo de Espermiogênese ocorrer. Já os estrógenos são formados pela Sertoli a partir da Testosterona e ajudam na espermiogênese. Por fim, o GH (Hormônio do Crescimento) controla as funções metabólicas basais dos testículos, promovendo a divisão das espermatogônias. Os espermatozóides prontos são armazenados no Epidídimo e na parte inicial do Ducto Deferente e podem ficar ali por semanas. Sua motilidade é maior em ambientes alcalinos, como no Sêmen (líquidos glandulares básicos), por isso que sobrevive apenas 48h (dois dias) na Vagina. O aumento da temperatura aumenta o movimento do flagelo, mas também aumenta seu metabolismo, diminuindo sua meia vida. >> O SÊMEN O Sêmen é o líquido ejaculado durante a atividade sexual e contém 10% de espermatozóides e o restante de líquidos da Vesícula Seminal(maior parte), da Próstata e da Glândula Bulbouretral. Possui ph alcalino (7,5), aparência leitosa (devido ao líquido prostático) e consistência pegajosa igual muco (Vesículas seminais e bulbouretrais). A VESÍCULA SEMINAL secreta um líquido mucoso que contém frutose (nutritivo), ácido cítrico, prostaglandinas e fibrinogênio. Elas despejam o líquido no ducto ejaculatório após o espermatozoide passar, aumentando o volume do sêmen. As prostaglandinas reagem com o muco cervical e o destroi parcialmente para que o espermatozoide passe; também induz contrações peristálticas no sentido contrário (em direção aos óvulos) para ajudar a locomoção dos espermatozóides. A PRÓSTATA secreta um líquido leitoso (opaco, branco igual leite semidesnatado) com cálcio, citrato, fosfato, enzima de coagulação e pró-fibrinolisina. Possui ph alcalino que ajuda a neutraliar os conteúdos acidos do semen e a urina que restou na uretra. A enzima coaguladora reage com o fibrinogênio secretado pelas vesículas seminais e forma coágulos fracos de Fibrina para manter o sêmen aderido à parede do fundo da vagina. Depois de uns 15minutos o coágulo é dissolvido (ruptura da fibrina pela pró-fibrinolisina prostática), se tornando mais líquido e transparente, aumentando a motilidade dos espermatozóides. As GLÂNDULAS BULBOURETRAIS secretam um líquido mais viscoso para limpar a uretra peniana, neutralizando o resto de urina ali. É o líquido transparente que sai durante a excitação sexual masculina. Geralmente ejacula-se 3,5ml de sêmen durante o ato sexual e o número de espermatozoides em cada ml pde variar de 35 a 200 milhões. Quando está abaixo disso, pode ser que tenha Oligoespermia ou seja infértil. 2. O ATO SEXUAL MASCULINO O estímulo para o ato sexual masculino é mediado por sinais neuronais-sensoriais. A Glande do pênis é a parte do sistema genital masculino com mais neurônios sensoriais que mandam a SENSAÇÃO SEXUAL para o SNC. Esses sinais sexuais vão pelo N. Pudendo até o Plexo Sacral, ascendendo pela medula para áreas dispersas do cérebro. A estimulação de outras áreas genitais (Área do pudendo – Pudor) também levam sinais sensoriais para o plexo sacral, ascendendo até o cérebro. O enchimento das glândulas de líquido também estimulam o desejo sexual para que possa esvaziar. Os estímulos psíquicos são um dos mais importantes para o desejo sexual, ou seja, só pensar sobre sexo já é o bastante para despertar o impulso sexual. Isso ocorre durante as emissões noturnas na puberdade. CAXUMBA A Caxumba pode causar uma inflamação nos testículos (ORQUITE BILATERAL) que destrói o epitélio dos túbulos seminíferos, causando esterilidade. Os testículos inflamam por uma reação dos leucócitos ao vírus, causando edema. Com isso, aumenta a temperatura de um ou dos dois testículos, com destruição definitiva das células germinativas que produzem os espermatozóides e que são altamente sensíveis à temperaturas maiores que 36 - 37 Graus Celsius. Popularmente diz-se que a "caxumba desceu" quando afeta os testículos. FERTILIDADE MASCULINA X TEMPERATURA O aumento da temperatura degenera as células dos túbulos seminíferos, como as espermatogônias. O sacro escrotal permite uma diferença de temperatura de -2°C em relação ao corpo e é por causa da temperatura corporal que os espermatozóides morrem mais cedo no trato genital feminino. No caso do CRIPTOQUIRDISMO (não descida dos testículos), a localização abdominal faz com que os testículos fiquem à temperatura corporal, degenerando o epitélio seminífero e causando esterilidade. Obs: Os afrodisíacos agem irritando a mucosa da bexiga urinária e da uretra, isso gera uma pequena inflamação e a congestão de vasos (como ocorre com pequenas infecções urinárias). Com isso, o corpo quer colocar esse agente para fora, gerando desejo sexual. >> EREÇÃO PENIANA A ereção peniana (ereto, duro) é o primeiro efeito do estímulo sexual masculino, sendo proporcional ao estímulo (quanto mais estimulado, mais ereto). Causada pelos N. Pélvicos (PARASSIMPÁTICOS) localizados no pênis e em contato com a medula sacral. Há liberação de Ach, NO e Peptídeo Intestinal Vasoativo que dilatam as artérias do pênis para inchar o tecido erétil esponjoso e cavernoso. O fluxo sanguíneo arterial aumentado dilata as artérias, incha o pênis e comprimem as veias, diminuindo muito o retorno venoso e prendendo o sangue no pênis. Os nervos parassimpáticos também estimulam a lubrificação peniana pelas glândulas uretrais e bulbouretrais, preparando a uretra para uma possível ejaculação. >> EMISSÃO E EJACULAÇÃO – ORGASMO MASCULINO A emissão e a ejaculação são o clímax do ato sexual masculino, o auge. É desencadeada pelos centros reflexos da medula espinal quando o estímulo sexual fica muito forte, emitindo impulsos SIMPÁTICOS da medula lombar e sacral pelos N. Hipogástrico e Pélvicos. Inicia-se com a contração vigorosa do Canal Deferente, desde a cauda do epidídimo até a ampola. Os espermatozóides caem na uretra prostática junto com o líquido prostático e das vesículas seminais. A Uretra se contrai vigorosamente e vai empurrando o sêmen pela uretra interna do pênis. Enquanto o sêmen não saiu do pênis, o processo é Emissão. Ao sair, chama-se Ejaculação. A dilatação da uretra bulbar (+/-) desencadeia sinais sensoriais pelos nervos Pudendos para a medula sacral, gerando sensação de que está cheio, fazendo com que as glandulas percebam que já está bom de líquido. Esses sinais também promovem a contração dos músculos do períneo e da base do pênis que, associada com a contração da uretra, impulsiona o sêmen para fora (ejaculação). Todo esse período de emissão + ejaculação é o orgasmo masculino. Depois disso, o pênis relaxa e toda a excitação sexual passa. O orgasmo masculino é muito intenso mas muito curto.3. HORMÔNIOS SEXUAIS MASCULINOS A Testosterona é o principal hormônio masculino, classificada como ANDROGÊNIOS (testosterona, di- hidrotestosterona e androstenediona). Apesar de ser o hormônio secretado em maior quantidade, quando a testosterona entra nas células alvo é convertida para a di- hidrotestoterona (mais ativa, igual T3 e T4). É sintetizada e secretada pelas células de Leydig (Células intersticiais do Testículo), que sofrem uma poda na infância, ou seja, são numerosas no RN e no homem após a puberdade (os dois estágios do pico de testosterona). Essas células não são facilmente destruídas pelo calor. As células de Leydig são estimuladas positivamente (+) pelo IGF-I, Endotelina e Inibina. O TGF, TNF, IL-1 e outras moléculas inibem essa célula. Com isso, a produção e secreção de Testosterona e Inibina pelas células de Leydig e Sertoli só acontece com a presença de outros hormônios, como o GH e o IGF-I. 3.1 FUNÇÕES DA TESTOSTERONA A Testosterona é responsável pelas características masculinas e está em maior quantidade no homem desde a vida fetal (HCG estimula os testículos na presença do crom. Y). A síntese desse hormônio aumenta na puberdade, com os estímulos do LH e FSH da AdenoHipófise, permanecendo mais ou menos no mesmo nível durante toda a vida. A testosterona influencia diretamente a descida dos testículos durante a vida intraútero, sendo administrada via exógena em casos de Criptoquirdia. Esse hormônio induz o crescimento dos órgãos genitais masculinos após a puberdade e também o aparecimento de caracteres sexuais secundários, como pelos pubianos, na linha alba do abdôme, no peito, na face etc. CALVÍCIE: A testosterona reduz o crescimento dos cabelos no topo da cabeça, deixando calvo (careca). A calvície é derivada de herança genética e da quantidade de hormôonios androgênios. VOZ: A testosterona hipertrofia a mucosa laríngea e alarga a laringe, deixando inicialmente a voz fina do adolescente homem e depois grossa como o de um adulto. A testosterona e outros androgênios aumentam a SÍNTESE PROTEICA (aumento do metabolismo corporal) e, consequentemente, promove o desenvolvimento muscular. É utilizada também para fins esportivos, como anabolizante. Em mulheres, o uso de androgênios sintéticos causa o aparecimento de caracteres masculinos. Também promove a deposição óssea e aumento dos estoques de cálcio, deixando os ossos fortes (pode ser usada para tratar osteoporose masculina). A Testosterona atua na diferenciação da célula-tronco, direcionando-a para a formação de fibras musculares. Age inibindo a diferenciação dessas células em tecido adiposo (slide cinza e confuso). Após entrar nas células alvo, esse hormônio age aumentando a formação de proteínas. As células-alvo mais afetadas pela testosterona são as células da Próstata. Nessas células alvo, a testosterona é convertida em sua forma ativa, a di-hidrotestosterona (DHT), pela enzima 5alfa-redutase, que migra para o núcleo e induz a transcrição e tradução gênica. Homens com níveis de testosterona aumentados, seja por causa fisiológica (tumores testiculares) ou exógena (uso de anabolizantes), podem ter aumento da agressividade. Machos castrados apresentam agressividade diminuída, ao passo de fêmeas que receberam suplementação de testosterona em doses suprafisiológicas possuem comportamento muito agressivo. 3.2 REGULAÇÃO PELOS HORMÔNIOS HIPOTALÂMICOS E HIPOFISÁRIOS O controle das funções sexuais masculinas e femininas é feito pelo hormônio GnRH (liberador de gonadotropina) do Hipotálamo. O GnRH estimula a Adenohipófise a liberar os hormônios GONADOTRÓPICOS FSH e LH. Os hormônios gonadotrópicos são secretados pelos gonadotropos na AdenoHipófise e possuem constituição Glicoproteica, ativando o AMPc nas células alvo. Durante a infância e a fase pré-púbere, o Hipotálamo não secreta quantidades ok de GnRH pois é constantemente inibido. Contudo, após a puberdade, essa inibição cessa – não se sabe como, apenas dos neurônios glutamaérgicos e do GABA, explicado no Sistema Feminino– e o nível de esteroides sexuais aumenta. Durante toda a vida esses hormônios vão estar em quantidades constantes, decaindo após os 50~60 anos (redução da função sexual masculina é o CLIMATÉRIO MASCULINO, cai testosterona). Os sintomas do climatério masculino são os mesmos que da menopausa feminina, sendo administrado Testosterona sintética ou outros androgenios. >> HORMÔNIO LUTEINIZANTE (LH) O LH é o primeiro estímulo para a síntese de testosterona, agindo principalmente nas células de Leydig (“láidigui”). A secreção de LH pela adenohipófise é CÍCLICA nos homens, possuindo pulsos ao longo do tempo (na mulher é só em alguns dias do ciclo menstrual). A quantidade de testosterona secretada aumenta proporcionalmente a quantidade de LH por pulso. As células de Leydig são escassas em crianças, mas após a adolescência, o aumento dos níveis de LH estimula essas células. A inibição da secreção de LH pela Hipófise Anterior é realizada por FEEDBACK NEGATIVO, ou seja, o aumento dos níveis de Testosterona suprime a secreção de LH. Isso ocorre por um efeito direto da testosterona no hipotálamo, inibindo a secreção de GnRH, que diminui LH e FSH. Com isso, os níveis de testosterona abaixam e voltam ao normal (a testosterona baixa também faz o contrário, estimula a secreção de LH). Obs: A Gonadotropina Coriônica (hCG) age igual ao LH, estimulando a secreção de testosterona pelas células de Leydig intraútero. Mas age estimulando a secreção desse hormônio pelos testículos apenas quando o feto é XY, pois tem que ter o testículo. >> HORMÔNIO FOLÍCULO-ESTIMULANTE (FSH) O FSH possui função diretamente relacionada com a espermatogênese. Após ser liberado pela AdenoHipófise, se liga aos receptores nas células de SERTOLI e estimulam seu crescimento. As células de Sertoli acabam secretando fatores espermatogênicos (que promovem a espermatogênese) que agem em conjunto com a Testosterona (parácrina, de Leydig) para que a espermatogênese realmente ocorra. O ciclo de secreção do FSH oscila muito pouco, a sua quantidade circulante demora mais para mudar em função do GnRH. Quando a produção de espermatozóides está baixa (oligoespermia), a quantidade de FSH secretado aumenta para suprir, ocorrendo um FEEDBACK NEGATIVO. Esse feedback inibitório ocorre por meio do hormônio INIBINA, também secretado pelas células de Sertoli. Ele inibe a secreção de FSH diretamente, e age +/- diminuindo GnRH. 3.3 PRÓSTATA A próstata é uma glândula exócrina masculina muito importante para a função sexual masculina. É pequena na infância e cresce com a Testosterona após a puberdade. Após os 50 anos, ela pode regredir de tamanho devido ao climatério masculino (baixa de testosterona). A Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) ou o Fibroadenoma Prostático Benigno pode ocorrer em muitos homens idosos e causar obstrução urinária (comprime a uretra). Isso ocorre por um crescimento anormal do tecido prostárico e não por distúrbios hormonais. O Câncer de Próstata é um dos mais comuns nos homens e atinge a zona periférica da próstata (parte em contato com o reto; possui muito tecido epitelial glandular). As células cancerosas sofrem superestimulação pela Testosterona, podendo crescer mais ainda. Como a falta de testosterona produzida pelos testículos inibe o crescimento do câncer, o tratamento pode ser feito com estrogenios sintéticos. >> ANTICONCEPÇÃO MASCULINA Os métodos permanentes são a Vasectomia, ou seja, o corte nos canais Deferentes. Há a camisinha masculina (Condom) quefunciona como uma barreira, obstrução, para os espermatozóides. Os métodos químicos são os Andrógenos, Progestágenos e anabolizantes, todos inibindo o LHRH e diminuindo os níveis de LH e FSH. 4. FISIOLOGIA GENITAL FEMININA DISFUNÇÃO ERÉTIL NO HOMEM Também pode ser chamada de “impotência sexual”, é a incapacidade do homem ter ereção ou manter uma rigidez suficiente para o ato sexual adequado. Pode estar envolvida com problemas psicológicos e traumas nos nervos parassimpáticos que inervam o pênis. Também pode ocorrer após a PROSTECTOMIA, baixos níveis de Testosterona e uso excessivo de substâncias (nicotina, alcool). Nos homens com mais de 40 anos isso é mais frequente devido a um problema vascular sistêmico, como hipertensão, diabetes e aterosclerose. Com isso, a vasodilatação dos vasos fica prejudicada, dificultando a ereção do pênis. A fisiologia genital feminina pode ser dividida em antes da gravidez, durante a gravidez, no parto e depois da gravidez. Em cada ciclo sexual menstrual, um óvulo (OVÓCITO II) é expelido para a tuba uterina e pode ou não ser fecundado. Durante a vida reprodutiva de uma mulher, 400 a 500 folículos primordiais se deselvolvem para poder expelir os seus óvulos, mas o resto que não expele se regenera (atrésicos). Na menopausa (fim da vida reprodutiva da mulher, queda de hormônios estrógenos), restam poucos folículos primordiais que não são viáveis. Os hormônios que participam da fisiologia dos órgãos sexuais femininos são o GnRH (hipotalâmico); o FSH e LH (hipofisários, em resposta ao GnRH); os hormônios ovarianos ESTROGÊNIO e PROGESTERONA. Estes últimos são secretados pelas gônadas femininas (Ovários) em resposta aos níveis de FSH e LH. Esses hormônios possuem níveis sanguíneos muito diferentes, que variam ao longo do ciclo menstrual. Os níveis de GnRH é um dos mais estáveis, enquanto as concentrações dos hipofisários e ovarianos mudam drasticamente. O GnRH é secretado em pulsos constantes, a cada 90 min, tal como ocorre nos homens. 4.1 CICLO OVARIANO MENSAL – HORMÔNIOS GONADOTRÓPICOS (LH + FSH) As mulheres possuem variações rítmicas mensais dos hormônios gonadotrópicos e ovarianos, alterando sua gônada e todo o seu corpo durante sua vida reprodutiva. Esse padrão rítmico é chamado Ciclo Sexual Mensal Feminino, ou Ciclo Menstrual. Dura +/- 28 dias, podendo ter no mínimo 20 e no máximo 45 dias. Em cada ciclo, um só óvulo é liberado de um ovário (se intercalam, cada mês um ovário que libera seu ovócito) que pode ou não ser fecundado. O endométrio (mucosa uterina) se espessa, se preparando para uma possível gravidez. A variação dos hormônios gonadotrópicos (FSH e LH) a cada mês ativa os ovários. Isso ocorre continuamente após a puberdade feminina (9 e 12anos), onde o aumento programado dos níveis de LH e FSH pela hipófise que iniciam o ciclo menstrual, causando a primeira menstruação – MENARCA. O FSH e LH se ligam a receptores específicos na membrana das células- alvo ovarianas, estimulando a secreção e o crescimento dessas células (via AMPc). As mudanças no padrão de secreção, crescimento e proliferação dos folículos ovarianos caracteriza um outro ciclo, o Ciclo Ovariano Mensal, atrelado ao ciclo menstrual, pois depende dele. Primeiro ocorre o crescimento do folículo ovariano – FASE FOLICULAR do Ciclo Ovariano. Os FOLÍCULOS PRIMORDIAIS (óvulo envolto em uma camada de Celulas Granulosas, existente desde o nascimento da mulher) começam a crescer, por aumento do volume do próprio óvulo. Depois há o crescimento das células granulosas, aparecendo mais camadas. Isso constitui os FOLÍCULOS PRIMÁRIOS. O aumento considerável de FSH (mais que de LH) no início do ciclo mensstrual mensal causa o crescimento rápido de 6 a 12 folículos primários por mês. Além das camadas de células granulosas, as células fusiformes do interstício ovariano também se rearranjam para formar uma nova camada de células, as Células da TECA(Theca). Há duas camadas da Teca, a Teca Interna – células parecidas com tecido epitelial e com as granulosas que secretam hormônio- e a Teca Externa – cápsula de tecido conjuntivo vascular que contém o folículo. As células da TECA INTERNA secretam hormônios sexuais esteroides femininos (hormônios ovarianos), como o ESTROGÊNIOS e a PROGESTERONA. Depois da fase proliferativa dos folículos, a quantidade de Estrogênio na gônada aumenta muito devido a secreção do LÍQUIDO FOLICULAR pelas células da Granulosa. Esse líquido acumula no folículo, formando o ANTRO. Devido ao aumento do Estrogênio, ocorre um crescimento mais acelerado dos folículos, passando para folículos vesiculares (enormes). Isso se dá pelo mecanismo de FEEDBACK POSITIVO (retroalimentação) do Estrogênio com o FSH. O estrogênio do líquido folicular aumenta o número de receptores para FSH nas células da Granulosa, aumentando a resposta do tecido ao FSH (Up- Regulation; aumento da sensibilidade). Além disso, esses hormônios agem conjuntamente para aumentar o número de receptores para LH também, para que além de FSH tenha LH estimulando o desenvolvimento folicular. Assim, grandes quantidades de Estrogênio, sensibilidade aumentada ao FSH e ao LH ativa por fim as células da Teca. Geralmente esse processo de amadurecimento e crescimento dos folículos primários demora 7 dias. Após esse período, um folículo começa a se desenvolver mais rápido, se preponderando em relação ao restante. Esse é o FOLÍCULO DOMINANTE naquele ciclo, ou seja, é o que vai ser ovulado nesse mês (Geralmente é o folículo maior, que já possui seu mecnaismo de feedback positivo próprio). O restante involuem, ficam atrésicos, até o próximo ciclo. Assim, num ovário possuem vários folículos em diversos estágios de maturação. O folículo escolhido no ciclo para ser ovulado fica com o diâmetro final de 1~1,5cm, sendo chamado de FOLÍCULO MADURO. Esse crescimento acentuado demora mais 7 dias para ocorrer. Assim, dentro de 14 dias do início do ciclo, temos um folículo maduro e ocorre a ovulação (meio de um ciclo hipotético de 28d). A parede externa do folículo sofre edema e uma parte se rompe, formando um bico para fora do ovário (ESTIGMA). O líquido folicular do antro vaza pelo estigma, que se rompe mais. Esse líquido viscoso arrasta óvulo com as camadas de células granulosas, agora chamada COROA RADIADA. O LH é super importante para ocorrer a ovulação, pois sem ele não ocorreria. O FSH não ajuda muito aqui, tem participação mais intensa no desenvolvimento dos folículos nas duas primeiras semanas do ciclo. Logo antes da ovulação, os níveis de LH aumentam muito (FSH aumenta um pouquinho), promovendo a dilatação do folículo e converte as células da Granulosa e da Teca em secretoras de Progesterona. Assim, 1 dia antes da ovulação os níveis de Estrogênio caem porque a teca mudou para progesterona, enquanto os níveis de Progesterona começam a subir. Depois de algumas horas, as células da Teca Externa libera enzimas proteolíticas que antes estavam contidas nos lisossomos, enfraquecendo a parede (surge o estigma) e degenerando, extravasando líquido. Ao mesmo tempo, ocorreu crescimento vascular ao redor e grande quantidade de prostaglandinas causam a vasodilatação ali, que promove a passagem de plasma para o folículo, causando edema e contribuindo para que ele se rompa. Após a expulsão do óvulo e do líquido folicular, as células da Granulosa e da Teca Interna que ficou no folículo crescem e acumulam gotículas lipídicas que as deixam amarelas (LUTEINIZAÇÃO). Essas células são chamadas agora de células Luteínicas e todo o resto do folículo formado por essas células é chamado de CORPOLÚTEO. Dá início a FASE LÚTEA do Ciclo Ovariano. A Luteinização só ocorre devido ao LH secretado pela Hipófise e é tão dependente dele que o nome do LH é Hormônio Luteinizante, que promove a luteinização. Por sua vez, Lúteo significa amarelo, a cor dos folículos cheios de hormônios esteroides. As células da granulosa que agora formam o corpo lúteo começam a secretar PROGESTERONA em grandes quantidades (secreta um pouco de estrogênio). Já as células tecais secretam os androgênios Androstenediona e TESTOSTERONA que são convertidos em ESTROGÊNIOS pela Enzima Aromatase presente nas células Granulosas. O Corpo Lúteo atinge 1,5cm em 7 ou 8 dias após a ovulação. Depois de 12 dias da ovulação, caso não tenha ocorrido fecundação, ele involui e perde a coloração amarelada, virando o CORPUS ALBICANS. Depois, esse corpus albicans é substituído por tecido conjuntivo que forma a cicatriz visível nos ovários, marcando cada ovulação. A involução do corpo lúteo se dá por 2 fatores: Quantidade de estrogênio secretado pelo corpo lúteo que age diminuindo os níveis de FSH e LH pela hipófise (FEEDBACK NEGATIVO) + hormônio INIBINA secretado pelas células luteínicas. O hormônio Inibina (igual ao das células de Sertoli) inibe a secreção de FSH pela hipófise, decaindo muito os níveis de FSH e LH. Caso não ocorra fecundação, não há o hCG para manter o corpo lúteo na falta de LH, então ele se degenera. Isso ocorre 2 dias antes de começar a menstruação (12d da ovulação) e, devido à queda dos níveis de estrogênio, progesterona e inibida pelo corpo lúteo, o Feedback negativo na hipófise anterior cessa e os níveis de FSH e LH aumentam denovo. Com isso, a queda da progesterona e estrogênio deixa de manter o endométrio espesso, causando a menstruação; enquanto os níveis de LH e FSH aumentados novamente dão início a um novo ciclo ovariano. Caso ocorra a fecundação, a PLACENTA secreta um hormônio chamado Gonadotropina Coriônica (hCG) que é igual ao LH, mantendo o corpo lúteo pelos 2 a 4 meses iniciais. OBS: Período fértil é 4~5 dias antes da ovulação (período máximo de sobrevida do espermatozoide no trato feminino) até algumas horas depois. 4.2 HORMÔNIOS OVARIANOS – ESTROGÊNIO E PROGESTERONA Estrogênios e progestinas são os dois tipos de hormônios sexuais ovarianos presentes na mulher. O Estradiol é o mais importante dos Estrogênios, enquanto a Progesterona, das Progestinas. O primeiro atua na proliferação/crescimento das células alvo, geralmente envolvidas com os caracteres sexuais secundários. A progesterona atua no endométrio, preparando-o para a gravidez, e nas mamas, estimulando o desenvolvimento da parte secretora das glândulas mamárias. Os estrogênios e progestinas são esteroides derivados do colesterol sanguíneo, sendo que a síntese desses hormônios se parece muito com a síntese de DHEAS pela Adrenal. Primeiro tem se o colesterol originando sempre hormônio masculino (Pregnelonona) para depois formar o feminino (Progesterona) e, a partir desse formar o masculino novamente (Testosterona). Depois pode converter a testosterona para outro hormônio feminino, os estrogênios. Durante a fase folicular do ciclo ovariano, todos os androgênios e progesterona se convertendo em estrogênios pela enzima aromatase das células da Granulosa. Na fase lútea, mais progesterona é produzida e não dá para converter tudo, então os níveis aumentam. >> ESTROGÊNIO E ESTRADIOL Os estrogênios são secretados pelos ovários (e um pouco pelo córtex da adrenal) e quando há gravidez, a placenta também secreta. Os estrogênios mais importantes são o beta-estradiol, a Estrona e o Estriol, sendo que o principal e o mais ativo é o beta- Estradiol. A função básica dos estrogênios é causar PROLIFERAÇÃO CELULAR e crescimento dos tecidos dos órgãos sexuais e reprodutivos. Na puberdade, os níveis de estrógenos aumentam e os órgãos sexuais femininos internos aumentam muito de tamanho. Há modificação da Vulva por deposição de gordura no Monte Pubiano e nos grandes lábios. O epitélio da vagina se modifica, ficando estratificado e mais resistente ao tato e infecções (prepara para o início do ato sexual). O estrogênio promove a proliferação do estroma endometrial e o desenvolvimento das glândulas endometriais após a puberdade. Proliferam as células da tuba uterina e os tecidos glandulares, além de intensificar a motilidade dos cílios. Nas mamas, promovem o desenvolvimento do estroma mamário, dos ductos e depositam gordura ali. Os alvéolos mamários não se desenvolvem sob ação do estrogênio, apenas durante a gravidez com a Progesterona e a Prolactina. Estimulam o crescimento ósseo (Deposição óssea) por estimular a OPG (osteoprotegerina), fazendo com que o crescimento em altura do adolescente aumente muito após a puberdade. Devido a isso, com a queda de Estrogênio da menopausa, as mulheres ficam muito mais susceptíveis à OSTEOPOROSE e à fraturas. Outra importante função dos estrogênios é o aumento do metabolismo corpóreo, com termogênese e redisposição de tecido adiposo. A termogênese realizada pelo ESTROGÊNIO e pela PROGESTERONA é a causa do aumento da temperatura (2,7°C) logo antes da ovulação, pois há um aumento do estrógeno. A redisposição de tecido adiposo molda o corpo da mulher, colocando mais nas coxas, quadril e glúteos (por isso temos mais gordura percentual que os homens). PELOS: Os estrogênios não são os responsáveis pela disposição dos pelos nas genitais etc, mas sim os Androgênios secretados em maior quantidade após a puberdade pela Adrenal. >> PROGESTINAS E PROGESTERONA As progestinas mais importantes são a 17-alfa-hidroxiprogesterona e a Progesterona, sendo essa última a principal. A progesterona é secretada pelo Corpo lúteo e pela Placenta. A Progesterona prepara o útero para uma possível gravidez, fazendo com que as glândulas endometriais se hipertrofiem e a mucosa uterina fique espessa. Ela é um POTENTE RELAXADR MUSCULAR, relaxando todos os músculos lisos do corpo e, principalmente, do útero. Isso diminui a frequência e intensidade das contrações uterinas normais para impedir um abortamento, só caindo no final da gestação para que ocorra o parto. Devido a esse relaxamento total dos músculos do corpo, os vasos também relaxam (vasodilatação periférica) e o plasma sai para o interstício, causando EDEMA em todo o corpo, mas principalmente nas pernas, pés, mamas. Nas mamas, a progesterona atua no desenvolvimento dos lóbulos e alvéolos mamários, fazendo com que elas sejam capazes de secretar leite, mas só irão fazer quando estimuladas pela Prolactina. 4.3 CICLO ENDOMETRIAL MENSAL E MENSTRUAÇÃO Junto com o ciclo ovariano temos o ciclo endometrial que compreende a proliferação do endométrio, o desenvolvimento da atividade secretória das glândulas endometriais e, caso não ocorra fecundação, a descamação desse endométrio (menstruação). Antes da ovulação, ou seja, nos primeiros 11 dias do ciclo menstrual, ocorre a FASE PROLIFERATIVA (ESTROGÊNICA). Os estrogênios atuam na proliferação das células do estroma e do epitélio do endométrio, pois foram lesadas pela menstruação anterior. Após 4-7 dias do início da menstruação, todo o endométrio é recuperado. A proliferação dessas células aumenta a espessura do endométrio, junto com o crescimento das glândulas endometriais e de vasos sanguíneos. Essas GLÂNDULAS ENDOMETRIAIS secretam um muco viscoso que forma uma linha que guia os espermatozoides desde o óstio do colo uterino até o corpo do útero. Após a ovulação, por 12 dias temos a FASE SECRETORA (PROGESTACIONAL) sendo seu ponto auge 7 dias depois da ovulação. A progesterona e o estrogenio são secretadosem grande quantidade pelo corpo lúteo, causando aumento do endométrio, inchaço (edema) e estimulam muito a capacidade de secreção. As glândulas aumentam de tamanho e acumulam secreção, enquanto os vasos ficam mais tortuosos. Essa secreção é chamada de “leite uterino” e nutre o embrião após a nidação. Caso não ocorra fecundação, o corpo lúteo involui e os níveis de estrogênio e progesterona caem, deixando de manter as glândulas endometriais e o estroma. O endométrio involui e ocorre vasoconstrição devido às PROSTAGLANDINAS agindo ali. A perda de oxigênio e nutrientes necrosa o tecido e ocorre descamação do endométrio. O acúmulo de material no útero desencadeia as contrações uterinas (cólicas) para expulsar pelo cérvice. A menstruação não coagula porque tem fibrinolisina para facilitar a saída pelo óstio. AMENORRÉIA: Ciclos anovulatórios. HIPOMENORRÉIA: Fluxo Escasso. MENORRAGIA: Fluxo Abundante. METRORRAGIA: Fluxo entre os ciclos. Obs: Mesmo com a principal barreira rompida (o epitélio), é muito difícil ter infecções uterinas durante a menstruação devido à grande quantidade de Leucócitos juntos com o sangue, para que elimine o patógeno antes de adentrar no endométrio, protegendo-o (LEUCORREIA). 4.4 PUBERDADE, MENARCA E MENOPAUSA A Puberdade é o início da vida adulta, medeada por diversas mudanças hormonais que dão início à primeira menstruação na mulher (MENARCA – primeiro ciclo, não necessariamente regulares). Os hormônios gonadotrópicos (FSH e LH) são secretados cada vez em maiores quantidades desde os 8 anos, sendo que atingem o pico mais ou menos entre 11 e 16 anos. Na puberdade/adolescência, ocorre transformações biopsicosociais mediadas por controle hormonal. Há aumento da estatura, desenvolvimento sexual, maturação do esqueleto e desenvolvimento dentário. Na infância, os neurônios GABA inibem a secreção de GnRH, não havendo secreção de hormônios gonadotrópicos. Essa fase é chamada PAUSA PREPUBERAL – JUVENIL (inibição intrínseca do SNC). O que culmina na liberação alta de GnRH pelo hipotálamo é a ativação dos neurônios Glutamaérgicos e a inibição dos Neurônios Gabaérgicos. Os GABAÉRGICOS (GABA) são inibidos por diversas substâncias, como o Neuropeptídeo Y (NPY), NO, Noradrenérgicos, fatores neurotróficos etc. Já os neurônios GLUTAMAÉRGICOS (neurotransmissor GLUTAMATO) são bloqueados pelos gaba, mas como os gaba estão inibidos agora, os Glutamaérgicos podem estimular o Hipotálamo a secretar GnRH (secreta FSH e LH). >> DESNUTRIÇÃO E MENARCA: Nos casos de desnutrição, não há nutrientes necessários para a síntese de GnRH, LH e FSH, pois prioriza-se a sobrevivência. Assim, a menarca e a puberdade é tardia. >> MENOPAUSA: É quando acaba a vida reprodutiva da mulher, ou seja, quando os níveis de Estrogênio e Progesterona caem a quase zero. Ocorre dentre 40-50 anos, primeiro ficando irregular e depois parando de menstruar. A causa da menopausa é o esgotamento dos Ovários, pois restam poucos/nenhum folículos primordiais. Como tem pouco, pouco Estrogênio e Progesterona são secretados, diminuindo a inibição do LH e FSH. Assim, os níveis de LH e FSH após a menopausa aumentam muito. A perda de estrogênios causa mudanças no corpo da mulher, diminuindo a deposição óssea (causa Osteoporose), surge um calor/rubor extremo, sensações de dispneia (“prender a respiração”), irritabilidade, fadiga, ansiedade etc. Quando os sintomas são muito fortes tem que repor estrogênio. A menor lubrificação da vulva e da vagina após a menopausa decorre da diminuição do estrogênio também. 5. ATO SEXUAL FEMININO A estimulação sexual feminina depende da estimulação física dos órgãos sexuais e do estímulo psíquico. Ao contrário dos homens, o fator psíquico pesa bem mais nas mulheres, variando conforme o estágio do ciclo menstrual. O pico do desejo sexual feminino está no meio do ciclo, pois na época da OVULAÇÃO há aumento dos níveis do hormônio ESTRÓGENO. Evolutivamente isso é muito importante, pois transar nessa época aumenta muito as chances de fecundação e, portanto, perpetuação da espécie. O aumento da libido feminina na época da menstruação não ocorre devido aos níveis hormonais, mas sim porque a mucosa vaginal está mais sensível e irrigada, aumentando a estimulação sexual local. O principal local para o estímulo sexual na mulher é a Glande do clitóris, sendo transmitida pelo N. Pudendo. Há ereção também do Bulbo do Vestíbulo para que a vulva não reverta para o interior da vagina no momento do ato. A lubrificação feminina advém do muco das GLÂNDULAS DE BARTHOLIN e por pequenas glândulas do epitélio da vagina. A maior parte da lubrificação necessária para o ato sexual vem das glândulas dos órgãos sexuais femininos que são alcançados por meio do Estrógeno. Essa lubrificação pode ser tão grande que é confundida com uma “EJACULAÇÃO FEMININA”. No ORGASMO FEMININO os músculos perineais se contraem, junto com os da vagina, útero e tubas uterinas, facilitando o encontro dos espermatozóides com o óvulo. Essas contrações são intesificadas mais ainda pela OCITOCINA liberada pela Neurohipófise durante o ato. O orgasmo feminino é mais longo que o masculino, contraindo todos os músculos do corpo. 6. MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS E CASTRAÇÃO Existem mais métodos contraceptivos para as mulheres do que para os homens porque é mais fácil bloquear a ovulação sem interferir muito na libido feminina. Como métodos permanentes temos a Esterilização por Laqueadura, ou seja, o ligamento das tubas uterinas. Os métodos de barreira são a Camisinha feminina, o diafragma e o DIU de cobre. Os métodos químicos são os hormônios contraceptivos que bloqueiam a ovulação, existente em forma de pílulas, DIU Mirena, adesivo, implante intradérmico, anel vaginal, espermicida, injetável (mensal e trimestral) etc. >> PÍLULA ANTICONCEPCIONAL: A pílula contém hormônios ovarianos em alta quantidade para inibir o pico de LH e, consequentemente, inibir a ovulação. Os hormônios são sintéticos para dificultar a degradação pelo fígado. Pode ter pílulas só de Progesterona ou de ambos (Progesterona + Estrógenos). As pílulas só de ESTRÓGENOS são muito ruins porque estimulam muito a proliferação celular, causando câncer de colo de útero. As pílulas com AMBOS os hormônios ovarianos são as melhores e mais indicadas, pois a Progesterona inibe bem a ovulação e dá uma segurada no efeito proliferativo do estrógeno. É importante ter estrógeno na pílula para a deposição óssea (ossos fortes), diminuição da TPM, termogênese, proporcionar libido etc. As pílulas com apenas PROGESTERONA são +/-, indicadas para o período de adaptação inicial (amamentação), pois bloqueia efetivamente a ovulação, mas não possui os efeitos benéficos do estrógeno. >> CASTRAÇÃO A castração é a retirada das gônadas, sejam os testículos em homens (Orquidectomia) ou os ovários em mulheres (Ovarectomia). Podem-se castrar e não repor hormônio sexual, castrar e repor hormônios ou ainda castrar e colocar a gônada em outro local (enxertos). Na castração sem hormônios (Castração química nos homens), as gônadas que restaram e os órgãos reprodutores ficam atrofiados. Na castração com hormônios, as gônadas que restaram e os outros órgãos ficam normais/hipertrofiadas. Na castração com enxerto, as gônadas funcionam normalmente secretando hormônio, mas não há fertilidade. Assim, os órgãos sexuais ficam normais/hipertrofiados. 7. FISIOLOGIA DA GRAVIDEZ No meio do ciclo ovariano, o Folículo Maduro contém algumas células granulosas (Corona Radiada) e um Ovócito Primário (Oócito) que, após a ovulação e antes da fecundação,completa a meiose e se torna OVÓCITO SECUNDÁRIO, caindo na tuba uterina. A tuba uterina é revestida internamente por epitélio ciliado com cílios que batem para a cavidade uterina e músculos que impulsionam o óvulo (estrogênio estimula). Os espermatozoides nadam até a ampola das tubas uterinas e se encontra com o gameta feminino por meio da motilidade dos flagelos e por moléculas químicas (QUIMIOTAXIA). Eles tem que penetrar primeira na corona radiada (células da Granulosa), na zona pelúcida e depois na membrana do ovócito II. A reação entre os receptores do gameta masculino com o feminino provoca alterações em ambas as células. Os Eventos são: Motilidade > Quimiotaxia > Binding Primário > Reação Acrossomal > Binding Secundário > Fusão dos núcleos. O Binding primário é a reação da membrana do espermatozóide com a Zona pelúcida, enquanto o Binding secundário é a reação com a membrana plasmática do ovócito. No binding secundário, as proteínas ZP3 e P4 da membrana do espermatozoide se ligam aos receptores A, B e C na membrana do ovócito. Gera-se uma DESPOLARIZAÇÃO DA MEMBRANA e uma sinalização downstream em ambas as células que ativa segundos mensageiros. O IP3 auxilia na saída de CÁLCIO do retículo endoplasmático e do meio extracelular (Canais de Cálcio sensíveis à voltagem que se abrem). O DAG e a PKC promovem síintese de lipídeos de membrana que, juntos com o cálcio intracelular promovem a fusão da membrana do espermatozoide com a do ovócito. Os núcleos se fusionam e começam as divisões celulares (mórula, blastocisto...). Depois de 3-5 dias o óvulo está na cavidade uterina em forma de Blastocisto. O “leite uterino” nutre essas células que, após 1-2dias se implantam na parede do útero (NIDAÇÃO). Esse processo resulta das células trofoblásticas que se ligam em proteínas do tipo integrinas e secretam enzimas proteolíticas que digerem o endométrio uterino e fixa o blastocisto dentro da Decídua (Estroma). A PROGESTERONA secretada pelo CORPO LÚTEO inicialmente estimula as glândulas endometriais a secretarem líquidos nutritivos para manter o embrião (NUTRIÇÃO TROFOBLÁSTICA). Os Trofoblastos são células gigantes muito importantes, atuando de forma parácrina e endócrina. Os efeitos parácrinos são, dentre outros: secreção de Enzimas proteolíticas; promove a decidualização; Atua na angiogênese; dilata as artérias espiraladas; diminui a atividade imune. No corpo, os trofoblastos atuam promovendo o comportamento materno, a proliferação/diferenciação das glândulas mamárias, secreta HCG para manutenção do corpo lúteo e dos níveis de Progesterona, proliferação das células beta-pancreáticas, eritropoiese e promove a adaptação do sistema imune ao DNA nao próprio do embrião. O HCG (Gonadotropina Coriônica) secretado pelo TROFOBLASTO sustenta a secreção do endométrio, inibe a contração do miométrio, contrai o colo uterino e inibe a dilatação deste. A ânsia e náuseas comuns no início da gravidez são decorrentes da alta secreção de estrogênios pelos ovários (HCG estimula muito) e também por reação do corpo ao HCG alto. Caso o bebê seja XY, o hCG também age estimulando o desenvolvimento dos testículos. Após 1 semana da implantação, a placenta começa a surgir mas só após 7 semanas que é capaz de nutrir o embrião e o faz até o nascimento (NUTRIÇÃO PLACENTÁRIA). Depois de 7 semanas o corpo lúteo involui e surge o corpo albicans pois a placenta já é capaz de produzir grandes quantidades de Progesterona e Estrógenos. >> PLACENTA A placenta proporciona a difusão de nutrientes e oxigênio, e também é responsável pela excreta do feto. É um órgão transitório da mulher mas que faz muitas coisas. As células sinciciais trofoblásticas da placenta secretam quantidades altas de ESTROGÊNIOS e PROGESTINAS durante toda a gravidez. Nos primeiros meses, a membrana placentária é espessa e, portanto, com pouca permeabilidade (trocas dificultadas). Com o avançar da gestação, a membrana afina e a permeabilidade aumenta. A Placenta tem uma função importante relacionada com o Colesterol e com a Síntese de hormônios esteroides. A Glândula Adrenal materna secreta os hormônios DHEAS (androgênios) que se difundem para a placenta com o colesterol plasmático. O COLESTEROL do sangue materno participa de uma via de síntese de Progesterona na Placenta, que é utilizada para manter o endométrio (substitui o corpo lúteo). O DHEAS (andrógenos) secretado pela Adrenal Materna e pela Adrenal do feto se difunde para a placenta e participa da via de síntese de TESTOSTERONA e ESTRADIOL/ESTRIOL, importantes para o desenvolvimento fetal e para a continuação da gravidez. Deficiência na enzima placentária que converte testosterona em estradiol acarreta em virilização da mãe e do feto, mesmo que este seja do sexo feminino. A difusão de nutrientes da mãe para o feto através da placenta é rápida ou lenta, dependendo da molécula. A glicose é difundida rapidamente por meio de receptores GLUT e é a principal forma de obtenção de energia para o feto (no final da gravidez ele usa mais glicose que a mãe). Os aminoácidos essenciais são difundidos rapidamente, enquanto os naturais são mais lentos. Glutamina e Aspartato não passam pela placenta. Os ácidos graxos dependem do gradiente. Alguns medicamentos e substâncias nocivas podem atravessar a placenta, interagindo com o feto. Podem agir como teratógenos e propiciar uma malformação congênita. Os ESTROGÊNIOS altíssimos durante a gravidez permitem o aumento do útero, o desenvolvimento das glândulas mamárias, aumento da vulva materna e relaxam os músculos pélvicos (e deixam as articulações elásticas, bem maleáveis, dá pra jogar uma perna pro alto, colocar no ombro). Esse relaxamento da pelve facilita o parto. A PROGESTERONA promove a decidualização correta, é um relaxante muscular que impede a contração do útero para que o feto não seja expulso, aumenta a secreção das glândulas da tuba uterina e do útero, ajuda no desenvolvimento das mamas. A SOMATOMAMOTROPINA CORIÔNICA HUMANA (Lactogênio placentario humano - hLP) ajuda no desenvolvimento das mamas e diminui a sensibilidade materna à Insulina. A menor sensibilidade à INSULINA pela mãe faz com que mais glicose fique no sangue materno (diminui utilização de glicose pelo corpo da mãe) para que seja oferecida ao feto. Com isso, o feto usa mais glicose que a mãe para o seu desenvolvimento. Essa diminuição da sensibilidade à insulina e o aumento da glicose plasmática pode gerar Diabetes Gestacional. 7.1 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NA GRAVIDEZ O aumento da carga metabólica faz com que muitas coisas no corpo da mãe mude. Em geral, os órgãos ficam sobrecarregados. O SISTEMA ENDÓCRINO materno fica estimulado, pois a placenta secreta hormônios que estimulam glândulas endócrinas: aumento da secreção de Progesterona, Estrogenos, Somatomamotrofina Coriônica, Hormônio tireotrófico coriônico, Hormônio Adrenocorticotrófico Coriônico, Hormônio liberador de TSH, Citocinas, Somatostatina, Endorfina etc. Contudo, os níveis de FSH e LH ficam suprimidos devido aos altos níveis de Progesterona e Estrogenos. Os glicocorticoides, ADH e Aldosterona estão altos durante a gestação, reabsorvendo muito sódio e podendo elevar mais que o normal a pressão arterial materna, causando Hipertensão Induzida pela Gravidez. Os hormônios tireoidianos podem se elevar tanto que causam hipertireoidismo gestacional. O útero aumenta de tamanho (hipertrofia do miometro e hiperplasia do tecido conectivo) e chega até o processo Xifoide. O colo uterino fica mais elástico e vascularizado. As mamas aumentam de tamanho, há proliferação dos ductos e lóbulosdas glândulas mamárias e escurecimento da aréola (ao redor do mamilo). O METABOLISMO MATERNO aumenta muito, com alto consumo de oxigênio e de nutrientes. A mãe adota um comportamento de busca de comida, os desejos comuns durante a gestação é um modo de buscar o alimento que o feto necessita (com os nutrientes que ele está precisando nesse momento). Há predominância da Lipogênese, Glicogenogênese e Síntese Proteica para criar um estoque no corpo da mãe. À medida que o feto necessita de ácidos graxos, glicose e aminoácidos as vias catabólicas surgem (Lipólise, Glicogenólise, Proteólise). Os hormônios maternos que regulam isso são os tireoidianos e interleucinas. Durante a gestação é fisiológico haver um ganho de peso, de 11 a 15kg. Isso se dá pelo crescimento do feto, que nasce com cerca de 3,4kg, crescimento da placenta (650g), do líquido amniótico (800ml), do peso do útero (970g – músculo), das glândulas mamárias (405g) etc. A retenção de líquido é devido à Progesterona. No SISTEMA NERVOSO ocorre maior ativação do córtex pré-frontal (tomada de decisões), maior proliferação doss Oligodendrócitos, neurogênese do prosencéfalo olfatório (associado ao comportamento) e redução do tamanho/volume cerebral (devido ao acúmulo de líquidos – leve edema cerebral causado pela progesterona). No SISTEMA IMUNE há involução do timo, hiperplasia dos nódulos linfáticos uterinos, ativação dos monócitos e granulócitos, supressão do estado pró-inflamatório etc. O FÍGADO materno aumenta de tamanho devido à sobrecarga metabólica, o volume da vesícula biliar também aumenta mas seu esvaziamento é mais rápido. No início da gestação tem-se uma maior sensibilidade à Insulina pela mãe e, consequentemente, ativação das vias de síntese (formação de Glicogênio). Já no final da gravidez tem-se alta resistência periférica à Insulina, o que causa o aumento de glicose disponível para o feto no sangue. O TGI materno relaxa, diminuindo a motilidade, mas aumentando a absorção dos nutrientes. Os ossos aumentam suas trabéculas (espaços), ficando mais frágeis no final da gestação por intensa reabsorção óssea para captação de cálcio e entregar para o feto ( PTH alto). O SISTEMA RESPIRATÓRIO se vasculariza mais, causando edema. Pela elevação do diafragma devido ao útero gravídico, a respiração fica mais difícil, diminuindo o volume inspirado (respira com ajuda dos m. Intercostais e não do abdôme). O consumo de oxigênio aumenta muito, principalmente pelo trabalho do músculo cardíaco e dos rins maternos. Há uma hipertrofia fisiológica do músculo do ventrículo esquerdo do coração devido ao maior débito cardíaco. Na gestação, o músculo estriado cardíaco prefere usar ácidos graxos, deixando glicose disponível para o feto. Aumento da frequencia cardíaca, do volume sistólico e redução da resistência periférica arteriolar devido à vasodilatação promovida pela Progesterona. Há aumento do volume de sangue, das plaquetas e da eritropoiese. Há aumento da reabsorção de sódio pelos Rins devido à Renina-Angiotensina (Estrógeno, simpático e hCG +) e à Aldosterona (Progesterona e prostaglandinas +). Esse aumento do Na reabsorvido aumenta o volume sanguíneo e, consequentemente, o trabalho do coração. O SISTEMA RENAL é o mais sobrecarregado, sendo a gestação muito mais complicada e problemática para uma mulher com apenas 1 Rim ou com Transplante renal. Devido à alta PA, há aumento do fluxo sanguíneo para o rin, aumento do tamanho (dilatação da Pelve e cálices), aumento da taxa de FG, do Sistema Renina-Angiotensina, Aumento da retenção de água e eletrólitos. O ADH também está alto, aumentando a sensação de sede. Os hormônios que atuam sobrecarregando os rins são a ALDOSTERONA, ADH e ESTROGÊNIOS. No PÂNCREAS, ocorre hiperplasia/hipertrofia das células beta e, consequentemente, aumento de Insulina secretada. Na primeira metade da gravidez há tendência à hipoglicemia (na mãe) porque a sensibilidade à insulina está alta, mas toda a glicose é incorporada pela célula e transofrmada em glicogênio e tecido adiposo. Na segunda metade da gestação há tendência à Hiperglicemia devido à resistencia periférica à insulina, fazendo com que a concentração plasmática de glicose aumente muito (o feto consome muita glicose nesse momento – diminui reserva de adiposos na mãe). Nessa segunda metade os hormônios que influenciam isso são: Somatomamotropina Placentária (hPL), Cortisol, Progesterona e Estrógenos. A resistência à Insulina (menor sensibilidade) no final da gravidez pode ser tão alta que causa a Diabetes Gestacional. A hiperglicemia materna é transmitida ao feto na forma de HIPERINSULINEMIA FETAL, ou seja, a enorme quantidade de glicose disponível para ele faz com que o pâncreas dele produza muita Insulina para captá-la. Os bebês nascem macrossômicos (grandes) e podem morrer logo após o parto por hipoglicemia muito baixa. Essa hipoglicemia ocorre porque o bebê estava acostumado com altos níveis de glicose sempre e produzia muita insulina, mas quando nasce ele não tem mais tanta glicosemas a insulina continua alta, então toda a glicose do sangue dele vai para as células, diminuindo a concentração plasmática 8. PARTO As mudanças hormonais do final da gestação junto com as mudanças mecânicas (espaço fica pequeno) desencadeiam a maior excitabilidade uterina (contrações vigorosas). Como exemplo hormonal tem-se o maior nível de ESTROGÊNIOS em relação a Progesterona no final da gravidez, que inibia a contração. Os estrogênios aumentam a contração do útero, junto com a Ocitocina, que aumenta no fim da gravidez. A OCITOCINA é liberada por distensão mecânica da musculatura uterina (feto empurra) que ativa os neurônios hipotalâmicos a secretarem ocitocina na neurohipófise. Ela não permite que o parto aconteça, mas sim acelera a frequência e intensidade das contrações uterinas. A distensão e irritação do colo uterino também promove maior contração uterina, por isso que o ato sexual horas pode acelerar o trabalho de parto. Isso acontece também por liberar Ocitocina. O trabalho de parto (início das contrações fortíssimas) é um modelo de FEEDBACK POSITIVO. O bebê fica muito grande para a cavidade uterina e começa a empurrar o útero, pois não está mais confortável. O útero distende e contrai mais ainda, apertando o bebê (Reflexo local). O bebê chuta mais ainda e quando a distensão do útero alcança um limiar ele manda sinais para o hipotálamo, liberando ocitocina e contraindo mais forte. Devido à disposição dos feixes musculares, a contração do útero é do fundo em direção ao colo, empurrando o bebê para o colo e distendendo mais ainda. Isso recomeça o ciclo, com a intensidade das contrações aumentando Exponencialmente e só param com a expulsão do bebê. O bebê empurra por sentir que o espaço está menor, o aporte de O2 e dos nutrientes também. Assim, há aumento do CORTISOL FETAL que aumenta o estresse intrauterino (Adrenal Fetal). Após o aparecimento das contrações uterinas fortes, os sinais de dor vão para a medula espinal que provoca um reflexo que contrai os músculos abdominais. Essa contração ajuda a empurrar mais ainda o bebê e pode ser voluntária, mas não é necessária para o parto. A dor do parto é decorrente da hipóxia do músculo uterino quando ele contrai, pois comprime tanto os vasos que ele fica sem oxigênio. A dor mais forte durante o parto é quando o bebê tem que passar pelo óstio do colo uterino e pela parte final da vagina, pois ali possui muito mais nervos sensoriais. PRÉ-ECLÂMPSIA E ECLÂMPSIA É o aumento rápido da PA nos últimos meses da gravidez. Todas mulheres possuem um aumento da PA, mas se for muito rápido é chamado depré-eclâmpsia. Pode ser causada pela alta reabsorção de sódio e água pelos rins, pela obesidade durante a gestação, muito edema e hipertensão prévia. Na pré-eclâmpsia, as arteríolas espiraladas são se desenvolvem direito e o aporte de oxigênio e nutrientes para a placenta fica dificultado (Angiogênese ruim). Isso faz com que a placenta libere substâncias vasoconstritoras que aumentam a PA e ofereça maior aporte sanguíneo a ela. A Eclâmpsia é o extremo da pré, tem espasmos vasculares por todo o corpo, convulsões maternas, pode levar ao coma, redução da função cardiovascular e hepática. Ocorre logo antes do parto e após ele a maioria morre. Tem que usar vasodilatadores fortes e cesárea de emergência. Depois que o bebê saiu (ele roda loucamente, vamos ver certinho em GO) ocorre a separação e expulsão da placenta. Essa parte tem que ter muito cuidado, especialmente com as placentas prévias e com descolamento, pois pode ocasionar morte materna e/ou fetal. Normalmente ocorre sangramento durante a expulsão da placenta, pois as artérias espiradas são rompidas, mas cerca de 400ml apenas. A hemorragia deve parar por contração vigorosa do útero, que comprime as artérias. 9. LACTAÇÃO As mamas começam a se desenvolver após a puberdade, mas apenas chegam ao estágio de ductos (porção condutora). Devido à maior concentração de estrogênio durante a gravidez, a porção glandular das mamas conseguem se desenvolver. Os ductos se ramificam, o estroma e o tecido adiposo aumentam. A Progesterona também é importante aqui, ela é necessária para o desenvolvimento completo do sistema Lóbul-alveolar das mamas. O Estrogênio faz com que os ductos se ramifiquem, mas a porção secretora só se desenvolve totalmente com a progesterona. A Prolactina aumenta desde o 5° mês de gestação e age estimulando a produção de leite pelos lóbulos mamários. Junto com a Somatomamotropina Coriônica, esse hormônio promove a produção de leite mas só há a secreção do leite formado se tiver Ocitocina. O leite que sai alguns dias depois do nascimento é o colostro. Depois do parto, os níveis de prolactina voltam ao estado basal, mas ocorrem picos quando há o estímulo dos mecanorreceptores através da sucção do mamilo. Se o estímulo parar (parar de amamentar ou não ter mais prolactina), a produção de leite para em 1 semana. Se o estímulo continuar, a produção de leite continua por anos (enquanto tiver estímulo). Geralmente a mãe que está amamentando após o parto não retorna com os seus ciclos menstruais normais. Isso pode ocorrer por estímulo da sucção estimular a secreção de prolactina no hipotálamo e interferir na secreção de outros hormônios, como o FSH e LH. O leite materno humano possui concentrações muito diferentes do leite de outros animais, como o de vaca. Em relação a esse, tem muito mais Lactose e menos proteínas. Grande parte dos nutrientes da mãe são sugados para a formação do leite, sendo o momento em que as mães geralmente emagrecem o que engordaram na gravidez (se não continuarem comendo igual antes). Anticorpos (IgA) e vários leucócitos são transmitidos para o bebê pela amamentação, assim como a característica da dieta da mãe (se come mais vegetais do que fast food) e modulam epigeneticamente a vida adulta do filho. Obs¹: O ciclo de sucção também ativa arco reflexos importantes para o bebê como a maturação do trato gastrointestinal. Obs²: O aumento da temperatura aumenta a produção de leite (depois que toma banho quente aumenta a quantidade secretada). 10. FISIOLOGIA FETAL O sistema endócrino fetal começa seu desenvolvimento logo no primeiro mês. Na 4ª semana começa a evaginação ectodérmica do teto da boca para formar a adenohipófise e se inicia a formação do pâncreas. Na 8ª semana (2 meses) São identificados hormônios adenohipofisários e as células alfa e beta pancreática surgem. No quarto mês a tireoide já está na posição adulta (acima da Traquéia) e no quinto tem início da atividade endócrina sistêmica. Por fim, no oitavo mês a Glândula Adrenal Fetal começa a ter uma atividade maior, secretando glicocorticoides. A adrenal secreta muito cortisol no final da gestação, permitindo que o parto aconteça. O ambiente uterino modula epigeneticamente a vida adulta do indivíduo. O estado de nutrição materno durante a gestação influencia diretamente nas características do RN e também da infância e vida adulta. Uma obesidade materna ou desnutrição pode levar a uma obesidade da prole no futuro. Os hormônios que agem sobre o feto no ambiente intraútero e os que são produzidos por ele são os Hormônios Placentários, o Sistema endócrino fetal, os hormônios e os metabólitos fetais. Os hormônios placentários são Estrógenos, progestágenos, hormônios polipeptídeos e fatores de crescimento. O sistema endócrino fetal é único e é extremamente importante para o crescimento e desenvolvimento do bebê, compreendendo os hormônios do córtex da Adrenal e da hipófise intermediária. Os hormônios e metabólitos fetais são os neuropeptídeos ectópicos, a vasotocina, a calcitonina e a corticosterona. O sistema endócrino fetal tem que se adaptar a diversas situações, como na interação Adreno-Placentária, no controle testicular do XY, no metabolismo hídrico e de neuropeptídeos, no transporte de cálcio placentário e da paratireoide fetal, as respostas das catecolaminas e ADH à hipóxia, e adaptações ao ambiente extrauterino por meio do cortisol e catecolaminas. Nem todos os hormônios maternos conseguem atravessar a placenta, sendo que dentre os mais importantes, os hormônios tireoidianos, a ocitocina, a vasopressina (ADH) e a calcitonina maternos não conseguem. O Glucagon, a corticotropina, a Insulina e o PTH maternos também não passam pela placenta. A principal Glândula do feto/RN é a ADRENAL, pois secreta DHEAS e Cortisol, utilizados na síntese de estrógenos pela placenta e no desenvolvimento fetal e indução do parto (respectivamente). O cortisol e as catecolaminas (medula) também são os responsáveis pela sobrevivência e adaptação do feto logo após o nascimento, causando mudanças fisiológicas no sistema cardiovascular, no sistema respiratório, no tecido adiposo, no metabolismo celular e na glicemia. A INSULINA FETAL está alta no feto até a primeira metade da gestação, ficando estável até o parto. O Pâncreas inicia seu desenvolvimento na quarta semana de gestação, sendo que as células da ilhota são nas 8-9 semanas. A Insulina é importante para a regulação do crescimento e para a captação de glicose (principalmente num feto a termo). Bebês com hiperinsulinemia tem como principal característica uma macrossomia, são muito grandes. Os hormônios tireoidianos são importantes para a plasticidade neural e para a contração muscular, ajudando em todo o desenvolvimento do bebê.
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