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FISIOLOGIA GENITAL MASCULINO E FEMININO

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1. FISIOLOGIA GENITAL MASCULINA 
Compreende a Espermatogênese, o desempenho sexual e a regulação 
dos hoormônios envolvidos. Na ESPERMATOGÊNESE ocorre a 
formação dos gametas masculinos, os espermatozóides. Eles são 
diferenciações sucessivas das espermatogônias que iniciam na 
puberdade (13 anos). 
Durante a vida sexual ativa, a espermatogênese ocorre nos túbulos 
seminíferos do Testículo devido a estimulação pelos hormônios 
Gonadotrópicos secretados pela AdenoHipófise. Esse fenômeno 
ocorre durante toda a vida do homem, ele sempre está fértil (não tem 
menopausa). 
Geralmente, o todo o ciclo de produção do gameta e armazenamento 
no epidídimo dura 74 dias (60 dias, em média). Com isso, os 
espermatozóides que foram ejaculados hoje foram produzidos a 2 
meses atrás. 
Os hormônios diretamente envolvidos na espermatogênese são a 
Testosterona, o LH, o FSH, Estrógenos e GH. A Testosterona é 
secretada pelas células de LEYDIG e promove o crescimento e divisão 
celular. O LH estimula as células de Leydig a secretar testosterona, enquanto o FSH estimula as 
de SERTOLI para o processo de Espermiogênese ocorrer. Já os estrógenos são formados pela 
Sertoli a partir da Testosterona e ajudam na espermiogênese. Por fim, o GH (Hormônio do 
Crescimento) controla as funções metabólicas basais dos testículos, promovendo a divisão das 
espermatogônias. 
Os espermatozóides prontos são armazenados no Epidídimo e na parte inicial do Ducto 
Deferente e podem ficar ali por semanas. Sua motilidade é maior em ambientes alcalinos, como 
no Sêmen (líquidos glandulares básicos), por isso que sobrevive apenas 48h (dois dias) na 
Vagina. O aumento da temperatura aumenta o movimento do flagelo, mas também aumenta 
seu metabolismo, diminuindo sua meia vida. 
>> O SÊMEN 
O Sêmen é o líquido ejaculado durante a atividade sexual e contém 10% de espermatozóides e 
o restante de líquidos da Vesícula Seminal(maior parte), da Próstata e da Glândula Bulbouretral. 
Possui ph alcalino (7,5), aparência leitosa (devido ao líquido prostático) e consistência pegajosa 
igual muco (Vesículas seminais e bulbouretrais). 
A VESÍCULA SEMINAL secreta um líquido mucoso que contém frutose (nutritivo), ácido cítrico, 
prostaglandinas e fibrinogênio. Elas despejam o líquido no ducto ejaculatório após o 
espermatozoide passar, aumentando o volume do sêmen. As prostaglandinas reagem com o 
muco cervical e o destroi parcialmente para que o espermatozoide passe; também induz 
contrações peristálticas no sentido contrário (em direção aos óvulos) para ajudar a locomoção 
dos espermatozóides. 
A PRÓSTATA secreta um líquido leitoso (opaco, branco igual leite semidesnatado) com cálcio, 
citrato, fosfato, enzima de coagulação e pró-fibrinolisina. Possui ph alcalino que ajuda a 
neutraliar os conteúdos acidos do semen e a urina que restou na uretra. A enzima coaguladora 
reage com o fibrinogênio secretado pelas vesículas seminais e forma coágulos fracos de Fibrina 
para manter o sêmen aderido à parede do fundo da vagina. Depois de uns 15minutos o coágulo 
é dissolvido (ruptura da fibrina pela pró-fibrinolisina prostática), se tornando mais líquido e 
transparente, aumentando a motilidade dos espermatozóides. 
As GLÂNDULAS BULBOURETRAIS secretam um líquido mais viscoso para limpar a uretra 
peniana, neutralizando o resto de urina ali. É o líquido transparente que sai durante a excitação 
sexual masculina. 
Geralmente ejacula-se 3,5ml de sêmen durante o ato sexual e o número de espermatozoides 
em cada ml pde variar de 35 a 200 milhões. Quando está abaixo disso, pode ser que tenha 
Oligoespermia ou seja infértil. 
2. O ATO SEXUAL MASCULINO 
O estímulo para o ato sexual masculino é mediado por sinais neuronais-sensoriais. A Glande do 
pênis é a parte do sistema genital masculino com mais neurônios sensoriais que mandam a 
SENSAÇÃO SEXUAL para o SNC. Esses sinais sexuais vão pelo N. Pudendo até o Plexo Sacral, 
ascendendo pela medula para áreas dispersas do cérebro. A estimulação de outras áreas 
genitais (Área do pudendo – Pudor) também levam sinais sensoriais para o plexo sacral, 
ascendendo até o cérebro. O enchimento das glândulas de líquido também estimulam o desejo 
sexual para que possa esvaziar. 
Os estímulos psíquicos são um dos mais importantes para o desejo sexual, ou seja, só pensar 
sobre sexo já é o bastante para despertar o impulso sexual. Isso ocorre durante as emissões 
noturnas na puberdade. 
CAXUMBA 
A Caxumba pode causar uma inflamação nos testículos (ORQUITE BILATERAL) que destrói o epitélio 
dos túbulos seminíferos, causando esterilidade. Os testículos inflamam por uma reação dos leucócitos 
ao vírus, causando edema. Com isso, aumenta a temperatura de um ou dos dois testículos, com 
destruição definitiva das células germinativas que produzem os espermatozóides e que são altamente 
sensíveis à temperaturas maiores que 36 - 37 Graus Celsius. 
Popularmente diz-se que a "caxumba desceu" quando afeta os testículos. 
FERTILIDADE MASCULINA X TEMPERATURA 
O aumento da temperatura degenera as células dos túbulos seminíferos, como as espermatogônias. 
O sacro escrotal permite uma diferença de temperatura de -2°C em relação ao corpo e é por causa da 
temperatura corporal que os espermatozóides morrem mais cedo no trato genital feminino. 
No caso do CRIPTOQUIRDISMO (não descida dos testículos), a localização abdominal faz com que os 
testículos fiquem à temperatura corporal, degenerando o epitélio seminífero e causando esterilidade. 
Obs: Os afrodisíacos agem irritando a mucosa da bexiga urinária e da uretra, isso gera uma 
pequena inflamação e a congestão de vasos (como ocorre com pequenas infecções urinárias). 
Com isso, o corpo quer colocar esse agente para fora, gerando desejo sexual. 
>> EREÇÃO PENIANA 
A ereção peniana (ereto, duro) é o primeiro efeito do estímulo sexual masculino, sendo 
proporcional ao estímulo (quanto mais estimulado, mais ereto). Causada pelos N. Pélvicos 
(PARASSIMPÁTICOS) localizados no pênis e em contato com a medula sacral. Há liberação de 
Ach, NO e Peptídeo Intestinal Vasoativo que dilatam as artérias do pênis para inchar o tecido 
erétil esponjoso e cavernoso. O fluxo sanguíneo arterial aumentado dilata as artérias, incha o 
pênis e comprimem as veias, diminuindo muito o retorno venoso e prendendo o sangue no 
pênis. 
Os nervos parassimpáticos também estimulam a lubrificação peniana pelas glândulas uretrais e 
bulbouretrais, preparando a uretra para uma possível ejaculação. 
>> EMISSÃO E EJACULAÇÃO – ORGASMO MASCULINO 
A emissão e a ejaculação são o clímax do ato sexual masculino, o auge. É desencadeada pelos 
centros reflexos da medula espinal quando o estímulo sexual fica muito forte, emitindo 
impulsos SIMPÁTICOS da medula lombar e sacral pelos N. Hipogástrico e Pélvicos. 
Inicia-se com a contração vigorosa do Canal Deferente, desde a cauda do epidídimo até a 
ampola. Os espermatozóides caem na uretra prostática junto com o líquido prostático e das 
vesículas seminais. A Uretra se contrai vigorosamente e vai empurrando o sêmen pela uretra 
interna do pênis. Enquanto o sêmen não saiu do pênis, o processo é Emissão. Ao sair, chama-se 
Ejaculação. 
A dilatação da uretra bulbar (+/-) desencadeia sinais sensoriais pelos nervos Pudendos para a 
medula sacral, gerando sensação de que está cheio, fazendo com que as glandulas percebam 
que já está bom de líquido. Esses sinais também promovem a contração dos músculos do 
períneo e da base do pênis que, associada com a contração da uretra, impulsiona o sêmen para 
fora (ejaculação). Todo esse período de emissão + ejaculação é o orgasmo masculino. 
Depois disso, o pênis relaxa e toda a excitação sexual passa. O orgasmo masculino é muito 
intenso mas muito curto.3. HORMÔNIOS SEXUAIS MASCULINOS 
A Testosterona é o principal hormônio masculino, 
classificada como ANDROGÊNIOS (testosterona, di-
hidrotestosterona e androstenediona). Apesar de ser o 
hormônio secretado em maior quantidade, quando a 
testosterona entra nas células alvo é convertida para a di-
hidrotestoterona (mais ativa, igual T3 e T4). 
É sintetizada e secretada pelas células de Leydig (Células 
intersticiais do Testículo), que sofrem uma poda na 
infância, ou seja, são numerosas no RN e no homem após 
a puberdade (os dois estágios do pico de testosterona). 
Essas células não são facilmente destruídas pelo calor. 
As células de Leydig são estimuladas 
positivamente (+) pelo IGF-I, Endotelina e 
Inibina. O TGF, TNF, IL-1 e outras 
moléculas inibem essa célula. Com isso, a 
produção e secreção de Testosterona e 
Inibina pelas células de Leydig e Sertoli só 
acontece com a presença de outros 
hormônios, como o GH e o IGF-I. 
3.1 FUNÇÕES DA TESTOSTERONA 
A Testosterona é responsável pelas 
características masculinas e está em maior 
quantidade no homem desde a vida fetal 
(HCG estimula os testículos na presença do 
crom. Y). A síntese desse hormônio 
aumenta na puberdade, com os estímulos 
do LH e FSH da AdenoHipófise, permanecendo mais ou menos no mesmo nível durante toda a 
vida. 
A testosterona influencia diretamente a descida dos testículos durante a vida intraútero, sendo 
administrada via exógena em casos de Criptoquirdia. 
Esse hormônio induz o crescimento dos órgãos genitais masculinos após a puberdade e também 
o aparecimento de caracteres sexuais secundários, como pelos pubianos, na linha alba do 
abdôme, no peito, na face etc. 
CALVÍCIE: A testosterona reduz o crescimento dos cabelos no topo da cabeça, deixando calvo 
(careca). A calvície é derivada de herança genética e da quantidade de hormôonios androgênios. 
VOZ: A testosterona hipertrofia a mucosa laríngea e alarga a laringe, deixando inicialmente a 
voz fina do adolescente homem e depois grossa como o de um adulto. 
 
A testosterona e outros androgênios aumentam a SÍNTESE PROTEICA (aumento do metabolismo 
corporal) e, consequentemente, promove o desenvolvimento muscular. É utilizada também 
para fins esportivos, como anabolizante. Em mulheres, o uso de androgênios sintéticos causa o 
aparecimento de caracteres masculinos. Também promove a deposição óssea e aumento dos 
estoques de cálcio, deixando os ossos fortes (pode ser usada para tratar osteoporose 
masculina). 
A Testosterona atua na diferenciação da 
célula-tronco, direcionando-a para a 
formação de fibras musculares. Age 
inibindo a diferenciação dessas células em 
tecido adiposo (slide cinza e confuso). 
Após entrar nas células alvo, esse 
hormônio age aumentando a formação de 
proteínas. As células-alvo mais afetadas 
pela testosterona são as células da 
Próstata. Nessas células alvo, a 
testosterona é convertida em sua forma 
ativa, a di-hidrotestosterona (DHT), pela 
enzima 5alfa-redutase, que migra para o 
núcleo e induz a transcrição e tradução 
gênica. 
Homens com níveis de testosterona aumentados, seja por causa 
fisiológica (tumores testiculares) ou exógena (uso de 
anabolizantes), podem ter aumento da agressividade. Machos 
castrados apresentam agressividade diminuída, ao passo de 
fêmeas que receberam suplementação de testosterona em doses 
suprafisiológicas possuem comportamento muito agressivo. 
3.2 REGULAÇÃO PELOS HORMÔNIOS HIPOTALÂMICOS E HIPOFISÁRIOS 
O controle das funções sexuais masculinas e femininas é feito pelo hormônio GnRH (liberador 
de gonadotropina) do Hipotálamo. O GnRH estimula a Adenohipófise a liberar os hormônios 
GONADOTRÓPICOS FSH e LH. 
Os hormônios gonadotrópicos são secretados pelos gonadotropos na AdenoHipófise e possuem 
constituição Glicoproteica, ativando o AMPc nas células alvo. 
Durante a infância e a fase pré-púbere, o Hipotálamo não secreta quantidades ok de GnRH pois 
é constantemente inibido. Contudo, após a puberdade, essa inibição cessa – não se sabe como, 
apenas dos neurônios glutamaérgicos e do GABA, explicado no Sistema Feminino– e o nível de 
esteroides sexuais aumenta. Durante toda a vida esses hormônios vão estar em quantidades 
constantes, decaindo após os 50~60 anos (redução da função sexual masculina é o CLIMATÉRIO 
MASCULINO, cai testosterona). Os sintomas do climatério masculino são os mesmos que da 
menopausa feminina, sendo administrado Testosterona sintética ou outros androgenios. 
>> HORMÔNIO LUTEINIZANTE (LH) 
O LH é o primeiro estímulo para a síntese de 
testosterona, agindo principalmente nas células 
de Leydig (“láidigui”). A secreção de LH pela 
adenohipófise é CÍCLICA nos homens, possuindo 
pulsos ao longo do tempo (na mulher é só em 
alguns dias do ciclo menstrual). A quantidade de 
testosterona secretada aumenta 
proporcionalmente a quantidade de LH por pulso. 
As células de Leydig são escassas em crianças, mas 
após a adolescência, o aumento dos níveis de LH 
estimula essas células. 
A inibição da secreção de LH pela Hipófise Anterior 
é realizada por FEEDBACK NEGATIVO, ou seja, o 
aumento dos níveis de Testosterona suprime a 
secreção de LH. Isso ocorre por um efeito direto 
da testosterona no hipotálamo, inibindo a 
secreção de GnRH, que diminui LH e FSH. Com isso, 
os níveis de testosterona abaixam e voltam ao 
normal (a testosterona baixa também faz o 
contrário, estimula a secreção de LH). 
Obs: A Gonadotropina Coriônica (hCG) age igual 
ao LH, estimulando a secreção de testosterona 
pelas células de Leydig intraútero. Mas age 
estimulando a secreção desse hormônio pelos 
testículos apenas quando o feto é XY, pois tem que 
ter o testículo. 
 
 
 
>> HORMÔNIO FOLÍCULO-ESTIMULANTE (FSH) 
O FSH possui função diretamente relacionada com a espermatogênese. Após ser liberado pela 
AdenoHipófise, se liga aos receptores nas células de SERTOLI e estimulam seu crescimento. As 
células de Sertoli acabam secretando fatores espermatogênicos (que promovem a 
espermatogênese) que agem em conjunto com a Testosterona (parácrina, de Leydig) para que 
a espermatogênese realmente ocorra. 
O ciclo de secreção do FSH oscila muito pouco, a sua quantidade circulante demora mais para 
mudar em função do GnRH. 
Quando a produção de espermatozóides está baixa (oligoespermia), a quantidade de FSH 
secretado aumenta para suprir, ocorrendo um FEEDBACK NEGATIVO. Esse feedback inibitório 
ocorre por meio do hormônio INIBINA, também secretado pelas células de Sertoli. Ele inibe a 
secreção de FSH diretamente, e age +/- diminuindo GnRH. 
3.3 PRÓSTATA 
A próstata é uma glândula exócrina masculina muito importante para a função sexual masculina. 
É pequena na infância e cresce com a Testosterona após a puberdade. Após os 50 anos, ela pode 
regredir de tamanho devido ao climatério masculino (baixa de testosterona). 
A Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) ou o Fibroadenoma Prostático Benigno pode ocorrer em 
muitos homens idosos e causar obstrução urinária (comprime a uretra). Isso ocorre por um 
crescimento anormal do tecido prostárico e não por distúrbios hormonais. 
O Câncer de Próstata é um dos mais comuns nos homens e atinge a zona periférica da próstata 
(parte em contato com o reto; possui muito tecido epitelial glandular). As células cancerosas 
sofrem superestimulação pela Testosterona, podendo crescer mais ainda. Como a falta de 
testosterona produzida pelos testículos inibe o crescimento do câncer, o tratamento pode ser 
feito com estrogenios sintéticos. 
>> ANTICONCEPÇÃO MASCULINA 
Os métodos permanentes são a Vasectomia, ou seja, o corte nos canais Deferentes. Há a 
camisinha masculina (Condom) quefunciona como uma barreira, obstrução, para os 
espermatozóides. Os métodos químicos são os Andrógenos, Progestágenos e anabolizantes, 
todos inibindo o LHRH e diminuindo os níveis de LH e FSH. 
4. FISIOLOGIA GENITAL FEMININA 
DISFUNÇÃO ERÉTIL NO HOMEM 
Também pode ser chamada de “impotência sexual”, é a incapacidade do homem ter ereção 
ou manter uma rigidez suficiente para o ato sexual adequado. Pode estar envolvida com 
problemas psicológicos e traumas nos nervos parassimpáticos que inervam o pênis. 
Também pode ocorrer após a PROSTECTOMIA, baixos níveis de Testosterona e uso 
excessivo de substâncias (nicotina, alcool). 
Nos homens com mais de 40 anos isso é mais frequente devido a um problema vascular 
sistêmico, como hipertensão, diabetes e aterosclerose. Com isso, a vasodilatação dos vasos 
fica prejudicada, dificultando a ereção do pênis. 
A fisiologia genital feminina pode ser dividida em antes da gravidez, durante a gravidez, no parto 
e depois da gravidez. Em cada ciclo sexual menstrual, um óvulo (OVÓCITO II) é expelido para a 
tuba uterina e pode ou não ser fecundado. Durante a vida reprodutiva de uma mulher, 400 a 
500 folículos primordiais se deselvolvem para poder expelir os seus óvulos, mas o resto que não 
expele se regenera (atrésicos). Na menopausa (fim da vida reprodutiva da mulher, queda de 
hormônios estrógenos), restam poucos folículos primordiais que não são viáveis. 
Os hormônios que participam da fisiologia dos órgãos 
sexuais femininos são o GnRH (hipotalâmico); o FSH e LH 
(hipofisários, em resposta ao GnRH); os hormônios 
ovarianos ESTROGÊNIO e PROGESTERONA. Estes últimos 
são secretados pelas gônadas femininas (Ovários) em 
resposta aos níveis de FSH e LH. 
Esses hormônios possuem níveis sanguíneos muito 
diferentes, que variam ao longo do ciclo menstrual. Os 
níveis de GnRH é um dos mais estáveis, enquanto as 
concentrações dos hipofisários e ovarianos mudam 
drasticamente. O GnRH é secretado em pulsos 
constantes, a cada 90 min, tal como ocorre nos homens. 
4.1 CICLO OVARIANO MENSAL – HORMÔNIOS GONADOTRÓPICOS (LH + FSH) 
As mulheres possuem variações rítmicas mensais dos hormônios gonadotrópicos e ovarianos, 
alterando sua gônada e todo o seu corpo durante sua vida reprodutiva. Esse padrão rítmico é 
chamado Ciclo Sexual Mensal Feminino, ou Ciclo Menstrual. Dura +/- 28 dias, podendo ter no 
mínimo 20 e no máximo 45 dias. Em cada ciclo, um só óvulo é liberado de um ovário (se 
intercalam, cada mês um ovário que libera seu ovócito) que pode ou não ser fecundado. O 
endométrio (mucosa uterina) se espessa, se preparando para uma possível gravidez. 
A variação dos hormônios gonadotrópicos (FSH e LH) a cada mês ativa os ovários. Isso ocorre 
continuamente após a puberdade feminina (9 e 12anos), onde o aumento programado dos 
níveis de LH e FSH pela hipófise que 
iniciam o ciclo menstrual, causando a 
primeira menstruação – MENARCA. 
O FSH e LH se ligam a receptores 
específicos na membrana das células-
alvo ovarianas, estimulando a 
secreção e o crescimento dessas 
células (via AMPc). As mudanças no 
padrão de secreção, crescimento e 
proliferação dos folículos ovarianos 
caracteriza um outro ciclo, o Ciclo 
Ovariano Mensal, atrelado ao ciclo 
menstrual, pois depende dele. 
Primeiro ocorre o crescimento do 
folículo ovariano – FASE FOLICULAR 
do Ciclo Ovariano. Os FOLÍCULOS 
PRIMORDIAIS (óvulo envolto em uma 
camada de Celulas Granulosas, existente desde o nascimento da mulher) começam a crescer, 
por aumento do volume do próprio óvulo. Depois há o crescimento das células granulosas, 
aparecendo mais camadas. Isso constitui os FOLÍCULOS PRIMÁRIOS. 
O aumento considerável de FSH (mais que de LH) no início do ciclo mensstrual mensal causa o 
crescimento rápido de 6 a 12 folículos primários por mês. Além das camadas de células 
granulosas, as células fusiformes do interstício ovariano também se rearranjam para formar uma 
nova camada de células, as Células da TECA(Theca). Há duas camadas da Teca, a Teca Interna 
– células parecidas com tecido epitelial e com as granulosas que secretam hormônio- e a Teca 
Externa – cápsula de tecido conjuntivo vascular que contém o folículo. 
As células da TECA INTERNA secretam hormônios sexuais esteroides femininos (hormônios 
ovarianos), como o ESTROGÊNIOS e a PROGESTERONA. Depois da fase proliferativa dos 
folículos, a quantidade de Estrogênio na gônada aumenta muito devido a secreção do LÍQUIDO 
FOLICULAR pelas células da Granulosa. Esse líquido acumula no folículo, formando o ANTRO. 
Devido ao aumento do Estrogênio, ocorre um crescimento mais acelerado dos folículos, 
passando para folículos vesiculares (enormes). Isso se dá pelo mecanismo de FEEDBACK 
POSITIVO (retroalimentação) do Estrogênio com o FSH. O estrogênio do líquido folicular 
aumenta o número de receptores para FSH nas células da Granulosa, aumentando a resposta 
do tecido ao FSH (Up- Regulation; aumento da sensibilidade). Além disso, esses hormônios agem 
conjuntamente para aumentar o número de receptores para LH também, para que além de FSH 
tenha LH estimulando o desenvolvimento folicular. Assim, grandes quantidades de Estrogênio, 
sensibilidade aumentada ao FSH e ao LH ativa por fim as células da Teca. 
Geralmente esse processo de amadurecimento e crescimento dos folículos primários demora 7 
dias. Após esse período, um folículo começa a se desenvolver mais rápido, se preponderando 
em relação ao restante. Esse é o FOLÍCULO DOMINANTE naquele ciclo, ou seja, é o que vai ser 
ovulado nesse mês (Geralmente é o folículo maior, que já possui seu mecnaismo de feedback 
positivo próprio). O restante involuem, ficam atrésicos, até o próximo ciclo. Assim, num ovário 
possuem vários folículos em diversos estágios de maturação. 
O folículo escolhido no ciclo 
para ser ovulado fica com o 
diâmetro final de 1~1,5cm, 
sendo chamado de 
FOLÍCULO MADURO. Esse 
crescimento acentuado 
demora mais 7 dias para 
ocorrer. Assim, dentro de 14 
dias do início do ciclo, temos 
um folículo maduro e ocorre 
a ovulação (meio de um 
ciclo hipotético de 28d). 
A parede externa do folículo 
sofre edema e uma parte se 
rompe, formando um bico para fora do ovário (ESTIGMA). O líquido folicular do antro vaza pelo 
estigma, que se rompe mais. Esse líquido viscoso arrasta óvulo com as camadas de células 
granulosas, agora chamada COROA RADIADA. 
O LH é super importante para ocorrer a ovulação, pois sem ele não 
ocorreria. O FSH não ajuda muito aqui, tem participação mais 
intensa no desenvolvimento dos folículos nas duas primeiras 
semanas do ciclo. 
Logo antes da ovulação, os níveis de LH aumentam muito (FSH 
aumenta um pouquinho), promovendo a dilatação do folículo e 
converte as células da Granulosa e da Teca em secretoras de 
Progesterona. Assim, 1 dia antes da ovulação os níveis de 
Estrogênio caem porque a teca mudou para progesterona, 
enquanto os níveis de Progesterona começam a subir. 
Depois de algumas horas, as células da Teca Externa libera enzimas 
proteolíticas que antes estavam contidas nos lisossomos, 
enfraquecendo a parede (surge o estigma) e degenerando, 
extravasando líquido. Ao mesmo tempo, ocorreu crescimento 
vascular ao redor e grande quantidade de prostaglandinas causam 
a vasodilatação ali, que promove a passagem de plasma para o 
folículo, causando edema e contribuindo para que ele se rompa. 
Após a expulsão do óvulo e do líquido folicular, as células da Granulosa e da Teca Interna que 
ficou no folículo crescem e acumulam gotículas lipídicas que as deixam amarelas 
(LUTEINIZAÇÃO). Essas células são chamadas agora de células Luteínicas e todo o resto do 
folículo formado por essas células é chamado de CORPOLÚTEO. Dá início a FASE LÚTEA do Ciclo 
Ovariano. 
A Luteinização só ocorre devido ao LH secretado pela Hipófise e é tão dependente dele que o 
nome do LH é Hormônio Luteinizante, que promove a luteinização. Por sua vez, Lúteo significa 
amarelo, a cor dos folículos cheios de hormônios esteroides. 
As células da granulosa que agora formam o corpo lúteo começam a secretar PROGESTERONA 
em grandes quantidades (secreta um pouco de estrogênio). Já as células tecais secretam os 
androgênios Androstenediona e TESTOSTERONA que são convertidos em ESTROGÊNIOS pela 
Enzima Aromatase presente nas células Granulosas. 
O Corpo Lúteo atinge 1,5cm em 7 ou 8 dias após a ovulação. Depois de 12 dias da ovulação, caso 
não tenha ocorrido fecundação, ele involui e perde a coloração amarelada, virando o CORPUS 
ALBICANS. Depois, esse corpus albicans é substituído por tecido conjuntivo que forma a cicatriz 
visível nos ovários, marcando cada ovulação. 
A involução do corpo lúteo se dá por 2 
fatores: Quantidade de estrogênio 
secretado pelo corpo lúteo que age 
diminuindo os níveis de FSH e LH pela 
hipófise (FEEDBACK NEGATIVO) + hormônio 
INIBINA secretado pelas células luteínicas. 
O hormônio Inibina (igual ao das células de 
Sertoli) inibe a secreção de FSH pela 
hipófise, decaindo muito os níveis de FSH e 
LH. Caso não ocorra fecundação, não há o 
hCG para manter o corpo lúteo na falta de 
LH, então ele se degenera. 
Isso ocorre 2 dias antes de começar a 
menstruação (12d da ovulação) e, devido à queda dos níveis de estrogênio, progesterona e 
inibida pelo corpo lúteo, o Feedback negativo na hipófise anterior cessa e os níveis de FSH e LH 
aumentam denovo. Com isso, a queda da progesterona e estrogênio deixa de manter o 
endométrio espesso, causando a menstruação; enquanto os níveis de LH e FSH aumentados 
novamente dão início a um novo ciclo ovariano. 
Caso ocorra a fecundação, a PLACENTA secreta um hormônio chamado Gonadotropina 
Coriônica (hCG) que é igual ao LH, mantendo o corpo lúteo pelos 2 a 4 meses iniciais. 
OBS: Período fértil é 4~5 dias antes da ovulação (período máximo de sobrevida do 
espermatozoide no trato feminino) até algumas horas depois. 
4.2 HORMÔNIOS OVARIANOS – ESTROGÊNIO E 
PROGESTERONA 
Estrogênios e progestinas são os dois tipos de 
hormônios sexuais ovarianos presentes na mulher. O 
Estradiol é o mais importante dos Estrogênios, 
enquanto a Progesterona, das Progestinas. O primeiro 
atua na proliferação/crescimento das células alvo, 
geralmente envolvidas com os caracteres sexuais 
secundários. A progesterona atua no endométrio, 
preparando-o para a gravidez, e nas mamas, 
estimulando o desenvolvimento da parte secretora 
das glândulas mamárias. 
Os estrogênios e progestinas são esteroides derivados 
do colesterol sanguíneo, sendo que a síntese desses 
hormônios se parece muito com a síntese de DHEAS 
pela Adrenal. Primeiro tem se o colesterol originando sempre hormônio masculino 
(Pregnelonona) para depois formar o feminino (Progesterona) e, a partir desse formar o 
masculino novamente (Testosterona). Depois pode converter a testosterona para outro 
hormônio feminino, os estrogênios. 
Durante a fase folicular do ciclo ovariano, todos os androgênios e progesterona se convertendo 
em estrogênios pela enzima aromatase das células da Granulosa. Na fase lútea, mais 
progesterona é produzida e não dá para converter tudo, então os níveis aumentam. 
>> ESTROGÊNIO E ESTRADIOL 
Os estrogênios são secretados pelos ovários (e um pouco pelo córtex da adrenal) e quando há 
gravidez, a placenta também secreta. Os estrogênios mais importantes são o beta-estradiol, a 
Estrona e o Estriol, sendo que o principal e o mais ativo é o beta- Estradiol. 
A função básica dos estrogênios é causar PROLIFERAÇÃO CELULAR e crescimento dos tecidos 
dos órgãos sexuais e reprodutivos. Na puberdade, os níveis de estrógenos aumentam e os 
órgãos sexuais femininos internos aumentam muito de tamanho. Há modificação da Vulva por 
deposição de gordura no Monte Pubiano e nos grandes lábios. O epitélio da vagina se modifica, 
ficando estratificado e mais resistente ao tato e infecções (prepara para o início do ato sexual). 
O estrogênio promove a proliferação do estroma endometrial e o desenvolvimento das 
glândulas endometriais após a puberdade. Proliferam as células da tuba uterina e os tecidos 
glandulares, além de intensificar a motilidade dos cílios. Nas mamas, promovem o 
desenvolvimento do estroma mamário, dos ductos e depositam gordura ali. Os alvéolos 
mamários não se desenvolvem sob ação do estrogênio, apenas durante a gravidez com a 
Progesterona e a Prolactina. 
Estimulam o crescimento ósseo (Deposição óssea) por estimular a OPG (osteoprotegerina), 
fazendo com que o crescimento em altura do adolescente aumente muito após a puberdade. 
Devido a isso, com a queda de Estrogênio da menopausa, as mulheres ficam muito mais 
susceptíveis à OSTEOPOROSE e à fraturas. 
Outra importante função dos estrogênios é o aumento do metabolismo corpóreo, com 
termogênese e redisposição de tecido adiposo. A termogênese realizada pelo ESTROGÊNIO e 
pela PROGESTERONA é a causa do aumento da temperatura (2,7°C) logo antes da ovulação, pois 
há um aumento do estrógeno. A redisposição de tecido adiposo molda o corpo da mulher, 
colocando mais nas coxas, quadril e glúteos (por isso temos mais gordura percentual que os 
homens). 
PELOS: Os estrogênios não são os responsáveis pela disposição dos pelos nas genitais etc, mas 
sim os Androgênios secretados em maior quantidade após a puberdade pela Adrenal. 
>> PROGESTINAS E PROGESTERONA 
As progestinas mais importantes são a 17-alfa-hidroxiprogesterona e a Progesterona, sendo 
essa última a principal. A progesterona é secretada pelo Corpo lúteo e pela Placenta. 
A Progesterona prepara o útero para uma possível gravidez, fazendo com que as glândulas 
endometriais se hipertrofiem e a mucosa uterina fique espessa. Ela é um POTENTE RELAXADR 
MUSCULAR, relaxando todos os músculos lisos do corpo e, principalmente, do útero. Isso 
diminui a frequência e intensidade das contrações uterinas normais para impedir um 
abortamento, só caindo no final da gestação para que ocorra o parto. 
Devido a esse relaxamento total dos músculos do corpo, os vasos também relaxam 
(vasodilatação periférica) e o plasma sai para o interstício, causando EDEMA em todo o corpo, 
mas principalmente nas pernas, pés, mamas. 
Nas mamas, a progesterona atua no desenvolvimento dos lóbulos e alvéolos mamários, fazendo 
com que elas sejam capazes de secretar leite, mas só irão fazer quando estimuladas pela 
Prolactina. 
4.3 CICLO ENDOMETRIAL MENSAL E MENSTRUAÇÃO 
Junto com o ciclo ovariano temos o ciclo endometrial que compreende a proliferação do 
endométrio, o desenvolvimento da atividade secretória das glândulas endometriais e, caso não 
ocorra fecundação, a descamação desse endométrio (menstruação). 
Antes da ovulação, ou seja, nos primeiros 
11 dias do ciclo menstrual, ocorre a FASE 
PROLIFERATIVA (ESTROGÊNICA). Os 
estrogênios atuam na proliferação das 
células do estroma e do epitélio do 
endométrio, pois foram lesadas pela 
menstruação anterior. Após 4-7 dias do 
início da menstruação, todo o endométrio é 
recuperado. 
A proliferação dessas células aumenta a 
espessura do endométrio, junto com o 
crescimento das glândulas endometriais e de vasos sanguíneos. Essas GLÂNDULAS 
ENDOMETRIAIS secretam um muco viscoso que forma uma linha que guia os espermatozoides 
desde o óstio do colo uterino até o corpo do útero. 
Após a ovulação, por 12 dias temos a FASE SECRETORA (PROGESTACIONAL) sendo seu ponto 
auge 7 dias depois da ovulação. A progesterona e o estrogenio são secretadosem grande 
quantidade pelo corpo lúteo, causando aumento do endométrio, inchaço (edema) e estimulam 
muito a capacidade de secreção. As glândulas aumentam de tamanho e acumulam secreção, 
enquanto os vasos ficam mais tortuosos. Essa secreção é chamada de “leite uterino” e nutre o 
embrião após a nidação. 
Caso não ocorra fecundação, o corpo lúteo involui e os níveis de estrogênio e progesterona 
caem, deixando de manter as glândulas endometriais e o estroma. O endométrio involui e 
ocorre vasoconstrição devido às PROSTAGLANDINAS agindo ali. A perda de oxigênio e 
nutrientes necrosa o tecido e ocorre descamação do endométrio. O acúmulo de material no 
útero desencadeia as contrações uterinas (cólicas) para expulsar pelo cérvice. A menstruação 
não coagula porque tem fibrinolisina para facilitar a saída pelo óstio. 
AMENORRÉIA: Ciclos anovulatórios. 
HIPOMENORRÉIA: Fluxo Escasso. 
MENORRAGIA: Fluxo Abundante. 
METRORRAGIA: Fluxo entre os ciclos. 
 
Obs: Mesmo com a principal barreira rompida (o epitélio), é muito difícil ter infecções uterinas 
durante a menstruação devido à grande quantidade de Leucócitos juntos com o sangue, para 
que elimine o patógeno antes de adentrar no endométrio, protegendo-o (LEUCORREIA). 
4.4 PUBERDADE, MENARCA E MENOPAUSA 
A Puberdade é o início da vida adulta, medeada por 
diversas mudanças hormonais que dão início à 
primeira menstruação na mulher (MENARCA – 
primeiro ciclo, não necessariamente regulares). Os 
hormônios gonadotrópicos (FSH e LH) são 
secretados cada vez em maiores quantidades desde 
os 8 anos, sendo que atingem o pico mais ou menos 
entre 11 e 16 anos. 
Na puberdade/adolescência, ocorre 
transformações biopsicosociais mediadas por 
controle hormonal. Há aumento da estatura, 
desenvolvimento sexual, maturação do esqueleto e 
desenvolvimento dentário. 
Na infância, os neurônios GABA inibem a secreção 
de GnRH, não havendo secreção de hormônios gonadotrópicos. Essa fase é chamada PAUSA 
PREPUBERAL – JUVENIL (inibição intrínseca do SNC). O que culmina na liberação alta de GnRH 
pelo hipotálamo é a ativação dos neurônios Glutamaérgicos e a inibição dos Neurônios 
Gabaérgicos. Os GABAÉRGICOS (GABA) são inibidos por diversas substâncias, como o 
Neuropeptídeo Y (NPY), NO, Noradrenérgicos, fatores neurotróficos etc. Já os neurônios 
GLUTAMAÉRGICOS (neurotransmissor GLUTAMATO) são bloqueados pelos gaba, mas como os 
gaba estão inibidos agora, os Glutamaérgicos podem estimular o Hipotálamo a secretar GnRH 
(secreta FSH e LH). 
>> DESNUTRIÇÃO E MENARCA: Nos casos de desnutrição, não há nutrientes necessários para a 
síntese de GnRH, LH e FSH, pois prioriza-se a sobrevivência. Assim, a menarca e a puberdade é 
tardia. 
>> MENOPAUSA: É quando acaba a vida reprodutiva da mulher, ou seja, quando os níveis de 
Estrogênio e Progesterona caem a quase zero. Ocorre dentre 40-50 anos, primeiro ficando 
irregular e depois parando de menstruar. 
A causa da menopausa é o esgotamento dos Ovários, pois restam poucos/nenhum folículos 
primordiais. Como tem pouco, pouco Estrogênio e Progesterona são secretados, diminuindo a 
inibição do LH e FSH. Assim, os níveis de LH e FSH após a menopausa aumentam muito. 
A perda de estrogênios causa mudanças no corpo da mulher, diminuindo a deposição óssea 
(causa Osteoporose), surge um calor/rubor extremo, sensações de dispneia (“prender a 
respiração”), irritabilidade, fadiga, ansiedade etc. Quando os sintomas são muito fortes tem que 
repor estrogênio. A menor lubrificação da vulva e da vagina após a menopausa decorre da 
diminuição do estrogênio também. 
 
 
5. ATO SEXUAL FEMININO 
A estimulação sexual feminina depende da estimulação física dos órgãos sexuais e do estímulo 
psíquico. Ao contrário dos homens, o fator psíquico pesa bem mais nas mulheres, variando 
conforme o estágio do ciclo menstrual. 
O pico do desejo sexual feminino está no meio do ciclo, pois na época da OVULAÇÃO há 
aumento dos níveis do hormônio ESTRÓGENO. Evolutivamente isso é muito importante, pois 
transar nessa época aumenta muito as chances de fecundação e, portanto, perpetuação da 
espécie. O aumento da libido feminina na época da menstruação não ocorre devido aos níveis 
hormonais, mas sim porque a mucosa vaginal está mais sensível e irrigada, aumentando a 
estimulação sexual local. 
O principal local para o estímulo sexual na mulher é a Glande do clitóris, sendo transmitida pelo 
N. Pudendo. Há ereção também do Bulbo do Vestíbulo para que a vulva não reverta para o 
interior da vagina no momento do ato. 
A lubrificação feminina advém do muco das GLÂNDULAS DE BARTHOLIN e por pequenas 
glândulas do epitélio da vagina. A maior parte da lubrificação necessária para o ato sexual vem 
das glândulas dos órgãos sexuais femininos que são alcançados por meio do Estrógeno. Essa 
lubrificação pode ser tão grande que é confundida com uma “EJACULAÇÃO FEMININA”. 
No ORGASMO FEMININO os músculos perineais se contraem, junto com os da vagina, útero e 
tubas uterinas, facilitando o encontro dos espermatozóides com o óvulo. Essas contrações são 
intesificadas mais ainda pela OCITOCINA liberada pela Neurohipófise durante o ato. O orgasmo 
feminino é mais longo que o masculino, contraindo todos os músculos do corpo. 
6. MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS E CASTRAÇÃO 
Existem mais métodos contraceptivos para as mulheres do que para os homens porque é mais 
fácil bloquear a ovulação sem interferir muito na libido feminina. Como métodos permanentes 
temos a Esterilização por Laqueadura, ou seja, o ligamento das tubas uterinas. Os métodos de 
barreira são a Camisinha feminina, o diafragma e o DIU de cobre. Os métodos químicos são os 
hormônios contraceptivos que bloqueiam a ovulação, existente em forma de pílulas, DIU 
Mirena, adesivo, implante intradérmico, anel 
vaginal, espermicida, injetável (mensal e 
trimestral) etc. 
>> PÍLULA ANTICONCEPCIONAL: A pílula 
contém hormônios ovarianos em alta 
quantidade para inibir o pico de LH e, 
consequentemente, inibir a ovulação. Os 
hormônios são sintéticos para dificultar a 
degradação pelo fígado. Pode ter pílulas só de 
Progesterona ou de ambos (Progesterona + 
Estrógenos). 
As pílulas só de ESTRÓGENOS são muito ruins 
porque estimulam muito a proliferação 
celular, causando câncer de colo de útero. As 
pílulas com AMBOS os hormônios ovarianos 
são as melhores e mais indicadas, pois a 
Progesterona inibe bem a ovulação e dá uma 
segurada no efeito proliferativo do estrógeno. 
É importante ter estrógeno na pílula para a deposição óssea (ossos fortes), diminuição da TPM, 
termogênese, proporcionar libido etc. As pílulas com apenas PROGESTERONA são +/-, indicadas 
para o período de adaptação inicial (amamentação), pois bloqueia efetivamente a ovulação, 
mas não possui os efeitos benéficos do estrógeno. 
>> CASTRAÇÃO 
A castração é a retirada das gônadas, sejam os testículos em homens (Orquidectomia) ou os 
ovários em mulheres (Ovarectomia). Podem-se castrar e não repor hormônio sexual, castrar e 
repor hormônios ou ainda castrar e colocar a 
gônada em outro local (enxertos). 
Na castração sem hormônios (Castração 
química nos homens), as gônadas que 
restaram e os órgãos reprodutores ficam 
atrofiados. Na castração com hormônios, as 
gônadas que restaram e os outros órgãos ficam 
normais/hipertrofiadas. Na castração com 
enxerto, as gônadas funcionam normalmente 
secretando hormônio, mas não há fertilidade. 
Assim, os órgãos sexuais ficam 
normais/hipertrofiados. 
7. FISIOLOGIA DA GRAVIDEZ 
No meio do ciclo ovariano, o Folículo Maduro 
contém algumas células granulosas (Corona 
Radiada) e um Ovócito Primário (Oócito) que, 
após a ovulação e antes da fecundação,completa a meiose e se torna OVÓCITO 
SECUNDÁRIO, caindo na tuba uterina. A tuba 
uterina é revestida internamente por epitélio ciliado 
com cílios que batem para a cavidade uterina e 
músculos que impulsionam o óvulo (estrogênio 
estimula). 
Os espermatozoides nadam até a ampola das tubas 
uterinas e se encontra com o gameta feminino por 
meio da motilidade dos flagelos e por moléculas 
químicas (QUIMIOTAXIA). Eles tem que penetrar 
primeira na corona radiada (células da Granulosa), na 
zona pelúcida e depois na membrana do ovócito II. A 
reação entre os receptores do gameta masculino com 
o feminino provoca alterações em ambas as células. 
Os Eventos são: Motilidade > Quimiotaxia > Binding 
Primário > Reação Acrossomal > Binding Secundário > 
Fusão dos núcleos. O Binding primário é a reação da membrana do espermatozóide com a Zona 
pelúcida, enquanto o Binding secundário é a reação com a membrana plasmática do ovócito. 
No binding secundário, as proteínas ZP3 e P4 da membrana do espermatozoide se ligam aos 
receptores A, B e C na membrana do ovócito. Gera-se uma DESPOLARIZAÇÃO DA MEMBRANA 
e uma sinalização downstream em ambas as células que ativa segundos mensageiros. O IP3 
auxilia na saída de CÁLCIO do retículo endoplasmático e do meio extracelular (Canais de Cálcio 
sensíveis à voltagem que se abrem). O DAG e a PKC promovem síintese de lipídeos de 
membrana que, juntos com o cálcio intracelular promovem a fusão da membrana do 
espermatozoide com a do ovócito. Os núcleos se fusionam e começam as divisões celulares 
(mórula, blastocisto...). 
Depois de 3-5 dias o óvulo está na cavidade uterina em forma de Blastocisto. O “leite uterino” 
nutre essas células que, após 1-2dias se implantam na parede do útero (NIDAÇÃO). Esse 
processo resulta das células trofoblásticas que se ligam em proteínas do tipo integrinas e 
secretam enzimas proteolíticas que digerem o endométrio uterino e fixa o blastocisto dentro da 
Decídua (Estroma). 
A PROGESTERONA secretada pelo CORPO LÚTEO inicialmente estimula as glândulas 
endometriais a secretarem líquidos nutritivos para manter o embrião (NUTRIÇÃO 
TROFOBLÁSTICA). Os Trofoblastos são células gigantes muito importantes, atuando de forma 
parácrina e endócrina. Os efeitos parácrinos são, dentre outros: secreção de Enzimas 
proteolíticas; promove a decidualização; Atua na angiogênese; dilata as artérias espiraladas; 
diminui a atividade imune. 
No corpo, os trofoblastos atuam promovendo o comportamento materno, a 
proliferação/diferenciação das glândulas mamárias, secreta HCG para manutenção do corpo 
lúteo e dos níveis de Progesterona, proliferação das células beta-pancreáticas, eritropoiese e 
promove a adaptação do sistema imune ao DNA nao próprio do embrião. 
O HCG (Gonadotropina Coriônica) secretado pelo TROFOBLASTO sustenta a secreção do 
endométrio, inibe a contração do miométrio, contrai o colo uterino e inibe a dilatação deste. A 
ânsia e náuseas comuns no início da gravidez são decorrentes da alta secreção de estrogênios 
pelos ovários (HCG estimula muito) e também por reação do corpo ao HCG alto. Caso o bebê 
seja XY, o hCG também age estimulando o desenvolvimento dos testículos. 
Após 1 semana da implantação, a placenta começa a surgir mas só após 7 semanas que é capaz 
de nutrir o embrião e o faz até o nascimento (NUTRIÇÃO PLACENTÁRIA). Depois de 7 semanas 
o corpo lúteo involui e surge o corpo albicans pois a placenta já é capaz de produzir grandes 
quantidades de Progesterona e Estrógenos. 
 
>> PLACENTA 
A placenta proporciona a difusão de nutrientes e oxigênio, e também é responsável pela excreta 
do feto. É um órgão transitório da mulher mas que faz muitas coisas. As células sinciciais 
trofoblásticas da placenta secretam quantidades altas de ESTROGÊNIOS e PROGESTINAS 
durante toda a gravidez. 
Nos primeiros meses, a membrana placentária é espessa e, portanto, com pouca 
permeabilidade (trocas dificultadas). Com o avançar da gestação, a membrana afina e a 
permeabilidade aumenta. 
A Placenta tem uma função importante relacionada com o Colesterol e com a Síntese de 
hormônios esteroides. A Glândula Adrenal materna secreta os hormônios DHEAS (androgênios) 
que se difundem para a placenta com o colesterol plasmático. O COLESTEROL do sangue 
materno participa de uma via de síntese de Progesterona na Placenta, que é utilizada para 
manter o endométrio (substitui o corpo lúteo). 
O DHEAS (andrógenos) secretado pela Adrenal Materna e pela Adrenal do feto se difunde para 
a placenta e participa da via de síntese de TESTOSTERONA e ESTRADIOL/ESTRIOL, importantes 
para o desenvolvimento fetal e para a continuação da gravidez. Deficiência na enzima 
placentária que converte testosterona em estradiol acarreta em virilização da mãe e do feto, 
mesmo que este seja do sexo feminino. 
A difusão de nutrientes da mãe 
para o feto através da placenta é 
rápida ou lenta, dependendo da 
molécula. A glicose é difundida 
rapidamente por meio de 
receptores GLUT e é a principal 
forma de obtenção de energia para 
o feto (no final da gravidez ele usa 
mais glicose que a mãe). Os 
aminoácidos essenciais são 
difundidos rapidamente, enquanto 
os naturais são mais lentos. 
Glutamina e Aspartato não passam 
pela placenta. Os ácidos graxos 
dependem do gradiente. 
Alguns medicamentos e 
substâncias nocivas podem 
atravessar a placenta, interagindo 
com o feto. Podem agir como 
teratógenos e propiciar uma 
malformação congênita. 
Os ESTROGÊNIOS altíssimos durante a gravidez permitem o aumento do útero, o 
desenvolvimento das glândulas mamárias, aumento da vulva materna e relaxam os músculos 
pélvicos (e deixam as articulações elásticas, bem maleáveis, dá pra jogar uma perna pro alto, 
colocar no ombro). Esse relaxamento da pelve facilita o parto. 
A PROGESTERONA promove a decidualização correta, é um relaxante muscular que impede a 
contração do útero para que o feto não seja expulso, aumenta a secreção das glândulas da tuba 
uterina e do útero, ajuda no desenvolvimento das mamas. 
A SOMATOMAMOTROPINA CORIÔNICA HUMANA (Lactogênio placentario humano - hLP) ajuda 
no desenvolvimento das mamas e diminui a sensibilidade materna à Insulina. A menor 
sensibilidade à INSULINA pela mãe faz com que mais glicose fique no sangue materno (diminui 
utilização de glicose pelo corpo da mãe) para que seja oferecida ao feto. Com isso, o feto usa 
mais glicose que a mãe para o seu desenvolvimento. Essa diminuição da sensibilidade à insulina 
e o aumento da glicose plasmática pode gerar Diabetes Gestacional. 
7.1 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NA GRAVIDEZ 
O aumento da carga metabólica faz com que muitas coisas no corpo da mãe mude. Em geral, os 
órgãos ficam sobrecarregados. 
O SISTEMA ENDÓCRINO materno fica estimulado, pois a placenta secreta hormônios que 
estimulam glândulas endócrinas: aumento da secreção de Progesterona, Estrogenos, 
Somatomamotrofina Coriônica, Hormônio tireotrófico coriônico, Hormônio 
Adrenocorticotrófico Coriônico, Hormônio liberador de TSH, Citocinas, Somatostatina, 
Endorfina etc. 
Contudo, os níveis de FSH e LH ficam suprimidos devido aos altos níveis de Progesterona e 
Estrogenos. Os glicocorticoides, ADH e Aldosterona estão altos durante a gestação, 
reabsorvendo muito sódio e podendo elevar mais que o normal a pressão arterial materna, 
causando Hipertensão Induzida pela Gravidez. Os hormônios tireoidianos podem se elevar 
tanto que causam hipertireoidismo gestacional. 
O útero aumenta de tamanho (hipertrofia do miometro e hiperplasia do tecido conectivo) e 
chega até o processo Xifoide. O colo uterino fica mais elástico e vascularizado. As mamas 
aumentam de tamanho, há proliferação dos ductos e lóbulosdas glândulas mamárias e 
escurecimento da aréola (ao redor do mamilo). 
O METABOLISMO MATERNO aumenta muito, com alto consumo de oxigênio e de nutrientes. A 
mãe adota um comportamento de busca de comida, os desejos comuns durante a gestação é 
um modo de buscar o alimento que o feto necessita (com os nutrientes que ele está precisando 
nesse momento). 
Há predominância da Lipogênese, Glicogenogênese e Síntese Proteica para criar um estoque no 
corpo da mãe. À medida que o feto necessita de ácidos graxos, glicose e aminoácidos as vias 
catabólicas surgem (Lipólise, Glicogenólise, Proteólise). Os hormônios maternos que regulam 
isso são os tireoidianos e interleucinas. 
Durante a gestação é fisiológico haver um ganho de peso, de 11 a 15kg. Isso se dá pelo 
crescimento do feto, que nasce com cerca de 3,4kg, crescimento da placenta (650g), do líquido 
amniótico (800ml), do peso do útero (970g – músculo), das glândulas mamárias (405g) etc. A 
retenção de líquido é devido à Progesterona. 
No SISTEMA NERVOSO ocorre maior ativação do córtex pré-frontal (tomada de decisões), maior 
proliferação doss Oligodendrócitos, neurogênese do prosencéfalo olfatório (associado ao 
comportamento) e redução do tamanho/volume cerebral (devido ao acúmulo de líquidos – leve 
edema cerebral causado pela progesterona). 
No SISTEMA IMUNE há involução do timo, hiperplasia dos nódulos linfáticos uterinos, ativação 
dos monócitos e granulócitos, supressão do estado pró-inflamatório etc. 
O FÍGADO materno aumenta de tamanho devido à sobrecarga metabólica, o volume da vesícula 
biliar também aumenta mas seu esvaziamento é mais rápido. No início da gestação tem-se uma 
maior sensibilidade à Insulina pela mãe e, consequentemente, ativação das vias de síntese 
(formação de Glicogênio). Já no final da gravidez tem-se alta resistência periférica à Insulina, o 
que causa o aumento de glicose disponível para o feto no sangue. 
O TGI materno relaxa, diminuindo a motilidade, mas aumentando a absorção dos nutrientes. Os 
ossos aumentam suas trabéculas (espaços), ficando mais frágeis no final da gestação por intensa 
reabsorção óssea para captação de cálcio e entregar para o feto ( PTH alto). 
O SISTEMA RESPIRATÓRIO se vasculariza mais, causando edema. Pela elevação do diafragma 
devido ao útero gravídico, a respiração fica mais difícil, diminuindo o volume inspirado (respira 
com ajuda dos m. Intercostais e não do abdôme). O consumo de oxigênio aumenta muito, 
principalmente pelo trabalho do músculo cardíaco e dos rins maternos. 
Há uma hipertrofia fisiológica do músculo do ventrículo esquerdo do coração devido ao maior 
débito cardíaco. Na gestação, o músculo estriado cardíaco prefere usar ácidos graxos, deixando 
glicose disponível para o feto. Aumento da frequencia cardíaca, do volume sistólico e redução 
da resistência periférica arteriolar devido à 
vasodilatação promovida pela Progesterona. Há 
aumento do volume de sangue, das plaquetas e da 
eritropoiese. 
Há aumento da reabsorção de sódio pelos Rins 
devido à Renina-Angiotensina (Estrógeno, 
simpático e hCG +) e à Aldosterona (Progesterona 
e prostaglandinas +). Esse aumento do Na 
reabsorvido aumenta o volume sanguíneo e, 
consequentemente, o trabalho do coração. 
O SISTEMA RENAL é o mais sobrecarregado, sendo 
a gestação muito mais complicada e problemática 
para uma mulher com apenas 1 Rim ou com 
Transplante renal. Devido à alta PA, há aumento do fluxo sanguíneo para o rin, aumento do 
tamanho (dilatação da Pelve e cálices), aumento da taxa de FG, do Sistema Renina-Angiotensina, 
Aumento da retenção de água e eletrólitos. O ADH também está alto, aumentando a sensação 
de sede. Os hormônios que atuam sobrecarregando os rins são a ALDOSTERONA, ADH e 
ESTROGÊNIOS. 
No PÂNCREAS, ocorre hiperplasia/hipertrofia das 
células beta e, consequentemente, aumento de 
Insulina secretada. Na primeira metade da gravidez 
há tendência à hipoglicemia (na mãe) porque a 
sensibilidade à insulina está alta, mas toda a 
glicose é incorporada pela célula e transofrmada 
em glicogênio e tecido adiposo. 
Na segunda metade da gestação há tendência à 
Hiperglicemia devido à resistencia periférica à 
insulina, fazendo com que a concentração 
plasmática de glicose aumente muito (o feto 
consome muita glicose nesse momento – diminui 
reserva de adiposos na mãe). Nessa segunda 
metade os hormônios que influenciam isso são: Somatomamotropina Placentária (hPL), Cortisol, 
Progesterona e Estrógenos. 
A resistência à Insulina (menor sensibilidade) no final da gravidez pode ser tão alta que causa a 
Diabetes Gestacional. A hiperglicemia materna é transmitida ao feto na forma de 
HIPERINSULINEMIA FETAL, ou seja, a enorme quantidade de glicose disponível para ele faz com 
que o pâncreas dele produza muita Insulina para captá-la. Os bebês nascem macrossômicos 
(grandes) e podem morrer logo após o parto por hipoglicemia muito baixa. Essa hipoglicemia 
ocorre porque o bebê estava acostumado com altos níveis de glicose sempre e produzia muita 
insulina, mas quando nasce ele não tem mais tanta glicosemas a insulina continua alta, então 
toda a glicose do sangue dele vai para as células, diminuindo a concentração plasmática 
8. PARTO 
As mudanças hormonais do final da gestação junto com as mudanças mecânicas (espaço fica 
pequeno) desencadeiam a maior excitabilidade uterina (contrações vigorosas). Como exemplo 
hormonal tem-se o maior nível de ESTROGÊNIOS em relação a Progesterona no final da gravidez, 
que inibia a contração. Os estrogênios aumentam a contração do útero, junto com a Ocitocina, 
que aumenta no fim da gravidez. 
A OCITOCINA é liberada por distensão mecânica da musculatura 
uterina (feto empurra) que ativa os neurônios hipotalâmicos a 
secretarem ocitocina na neurohipófise. Ela não permite que o 
parto aconteça, mas sim acelera a frequência e intensidade das 
contrações uterinas. 
A distensão e irritação do colo uterino também promove maior 
contração uterina, por isso que o ato sexual horas pode acelerar 
o trabalho de parto. Isso acontece também por liberar Ocitocina. 
O trabalho de parto (início das contrações fortíssimas) é um 
modelo de FEEDBACK POSITIVO. O bebê fica muito grande para 
a cavidade uterina e começa a empurrar o útero, pois não está 
mais confortável. O útero distende e contrai mais ainda, 
apertando o bebê (Reflexo local). O bebê chuta mais ainda e 
quando a distensão do útero alcança um limiar ele manda sinais 
para o hipotálamo, liberando ocitocina e contraindo mais forte. 
Devido à disposição dos feixes musculares, a contração do útero 
é do fundo em direção ao colo, empurrando o bebê para o colo e distendendo mais ainda. Isso 
recomeça o ciclo, com a intensidade das contrações aumentando Exponencialmente e só param 
com a expulsão do bebê. 
O bebê empurra por sentir que o espaço está menor, o aporte de O2 e dos nutrientes também. 
Assim, há aumento do CORTISOL FETAL que aumenta o estresse intrauterino (Adrenal Fetal). 
Após o aparecimento das contrações uterinas fortes, os sinais de dor vão para a medula espinal 
que provoca um reflexo que contrai os músculos abdominais. Essa contração ajuda a empurrar 
mais ainda o bebê e pode ser voluntária, mas não é necessária para o parto. A dor do parto é 
decorrente da hipóxia do músculo uterino quando ele contrai, pois comprime tanto os vasos 
que ele fica sem oxigênio. 
A dor mais forte durante o parto é quando o bebê tem que passar pelo óstio do colo uterino e 
pela parte final da vagina, pois ali possui muito mais nervos sensoriais. 
PRÉ-ECLÂMPSIA E ECLÂMPSIA 
É o aumento rápido da PA nos últimos meses da gravidez. Todas mulheres possuem um aumento da PA, mas 
se for muito rápido é chamado depré-eclâmpsia. Pode ser causada pela alta reabsorção de sódio e água pelos 
rins, pela obesidade durante a gestação, muito edema e hipertensão prévia. 
Na pré-eclâmpsia, as arteríolas espiraladas são se desenvolvem direito e o aporte de oxigênio e nutrientes 
para a placenta fica dificultado (Angiogênese ruim). Isso faz com que a placenta libere substâncias 
vasoconstritoras que aumentam a PA e ofereça maior aporte sanguíneo a ela. 
A Eclâmpsia é o extremo da pré, tem espasmos vasculares por todo o corpo, convulsões maternas, pode levar 
ao coma, redução da função cardiovascular e hepática. Ocorre logo antes do parto e após ele a maioria morre. 
Tem que usar vasodilatadores fortes e cesárea de emergência. 
Depois que o bebê saiu (ele roda 
loucamente, vamos ver certinho em GO) 
ocorre a separação e expulsão da placenta. 
Essa parte tem que ter muito cuidado, 
especialmente com as placentas prévias e 
com descolamento, pois pode ocasionar 
morte materna e/ou fetal. Normalmente 
ocorre sangramento durante a expulsão da 
placenta, pois as artérias espiradas são 
rompidas, mas cerca de 400ml apenas. A 
hemorragia deve parar por contração 
vigorosa do útero, que comprime as 
artérias. 
9. LACTAÇÃO 
As mamas começam a se desenvolver após 
a puberdade, mas apenas chegam ao 
estágio de ductos (porção condutora). 
Devido à maior concentração de 
estrogênio durante a gravidez, a porção 
glandular das mamas conseguem se 
desenvolver. Os ductos se ramificam, o 
estroma e o tecido adiposo aumentam. 
A Progesterona também é importante 
aqui, ela é necessária para o 
desenvolvimento completo do sistema 
Lóbul-alveolar das mamas. O Estrogênio faz com que os ductos se 
ramifiquem, mas a porção secretora só se desenvolve totalmente com a 
progesterona. 
A Prolactina aumenta desde o 5° mês de gestação e age estimulando a 
produção de leite pelos lóbulos mamários. Junto com a 
Somatomamotropina Coriônica, esse hormônio promove a produção de 
leite mas só há a secreção do leite formado se tiver Ocitocina. O leite 
que sai alguns dias depois do nascimento é o colostro. 
Depois do parto, os níveis de prolactina voltam ao estado basal, mas 
ocorrem picos quando há o estímulo dos mecanorreceptores através da 
sucção do mamilo. Se o estímulo parar (parar de amamentar ou não ter 
mais prolactina), a produção de leite para em 1 semana. Se o estímulo 
continuar, a produção de leite continua por anos (enquanto tiver 
estímulo). 
Geralmente a mãe que está amamentando após o parto não retorna 
com os seus ciclos menstruais normais. Isso pode ocorrer por estímulo 
da sucção estimular a secreção de prolactina no hipotálamo e interferir 
na secreção de outros hormônios, como o FSH e LH. 
O leite materno humano possui concentrações 
muito diferentes do leite de outros animais, como o 
de vaca. Em relação a esse, tem muito mais Lactose 
e menos proteínas. Grande parte dos nutrientes da 
mãe são sugados para a formação do leite, sendo o 
momento em que as mães geralmente emagrecem 
o que engordaram na gravidez (se não continuarem 
comendo igual antes). 
Anticorpos (IgA) e vários leucócitos são 
transmitidos para o bebê pela amamentação, assim 
como a característica da dieta da mãe (se come 
mais vegetais do que fast food) e modulam epigeneticamente a vida adulta do filho. 
Obs¹: O ciclo de sucção também ativa arco reflexos importantes para o bebê como a maturação 
do trato gastrointestinal. 
Obs²: O aumento da temperatura aumenta a produção de leite (depois que toma banho quente 
aumenta a quantidade secretada). 
10. FISIOLOGIA FETAL 
O sistema endócrino fetal começa seu desenvolvimento logo no primeiro mês. Na 4ª semana 
começa a evaginação ectodérmica do teto da boca para formar a adenohipófise e se inicia a 
formação do pâncreas. Na 8ª semana (2 meses) São identificados hormônios adenohipofisários 
e as células alfa e beta pancreática surgem. 
No quarto mês a tireoide já está na posição adulta (acima da Traquéia) e no quinto tem início 
da atividade endócrina sistêmica. Por fim, no oitavo mês a Glândula Adrenal Fetal começa a ter 
uma atividade maior, secretando glicocorticoides. A adrenal secreta muito cortisol no final da 
gestação, permitindo que o parto aconteça. 
O ambiente uterino modula epigeneticamente a vida adulta do indivíduo. O estado de nutrição 
materno durante a gestação influencia diretamente nas características do RN e também da 
infância e vida adulta. Uma obesidade materna ou desnutrição pode levar a uma obesidade da 
prole no futuro. 
Os hormônios que agem sobre o feto no ambiente intraútero e os que são produzidos por ele 
são os Hormônios Placentários, o Sistema endócrino fetal, os hormônios e os metabólitos fetais. 
Os hormônios placentários são Estrógenos, progestágenos, hormônios polipeptídeos e fatores 
de crescimento. O sistema endócrino fetal é único e é extremamente importante para o 
crescimento e desenvolvimento do bebê, compreendendo os hormônios do córtex da Adrenal 
e da hipófise intermediária. Os hormônios e metabólitos 
fetais são os neuropeptídeos ectópicos, a vasotocina, a 
calcitonina e a corticosterona. 
O sistema endócrino fetal tem que se adaptar a diversas 
situações, como na interação Adreno-Placentária, no 
controle testicular do XY, no metabolismo hídrico e de 
neuropeptídeos, no transporte de cálcio placentário e da 
paratireoide fetal, as respostas das catecolaminas e ADH 
à hipóxia, e adaptações ao ambiente extrauterino por 
meio do cortisol e catecolaminas. 
Nem todos os hormônios maternos conseguem 
atravessar a placenta, sendo que dentre os mais 
importantes, os hormônios tireoidianos, a ocitocina, a 
vasopressina (ADH) e a calcitonina maternos não conseguem. O Glucagon, a corticotropina, a 
Insulina e o PTH maternos também não passam pela placenta. 
A principal Glândula do feto/RN é a ADRENAL, pois secreta DHEAS e Cortisol, utilizados na 
síntese de estrógenos pela placenta e no desenvolvimento fetal e indução do parto 
(respectivamente). O cortisol e as catecolaminas (medula) também são os responsáveis pela 
sobrevivência e adaptação do feto logo após o nascimento, causando mudanças fisiológicas no 
sistema cardiovascular, no sistema respiratório, no tecido adiposo, no metabolismo celular e na 
glicemia. 
A INSULINA FETAL está alta no feto até a 
primeira metade da gestação, ficando estável 
até o parto. O Pâncreas inicia seu 
desenvolvimento na quarta semana de 
gestação, sendo que as células da ilhota são nas 
8-9 semanas. A Insulina é importante para a 
regulação do crescimento e para a captação de 
glicose (principalmente num feto a termo). 
Bebês com hiperinsulinemia tem como 
principal característica uma macrossomia, são 
muito grandes. 
Os hormônios tireoidianos são importantes 
para a plasticidade neural e para a contração 
muscular, ajudando em todo o 
desenvolvimento do bebê.

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