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Distúrbios do Cálcio

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Distúrbios do cálcio: Hipocalcemia e Hipercalcemia 
Como sabemos, o Cálcio é o principal componente dos ossos e dos dentes. Cerca de 99% do cálcio está 
concentrado no sistema esquelético. 
 
As principais funções do Cálcio no nosso organismo são: 
1. Transmissão dos impulsos nervosos 
2. Regulação da contração e relaxamento muscular (inclusive pulmonar e cardíaco) 
3. Ativação de muitas reações químicas essenciais no organismo 
4. Participação na cascata de coagulação sanguínea 
 
Como podemos ver esse íon relaciona-se com diversos sistemas e funções do nosso organismo. E por isso, 
seu equilíbrio é tão importante para o funcionamento harmonioso do nosso corpo! 
 
Hormônios reguladores do cálcio 
O cálcio é absorvido a partir dos alimentos na presença de acidez gástrica normal e vitamina D e é excretado 
principalmente nas fezes e, parcialmente pela urina. 
 
O nível sérico de cálcio é controlado pelo hormônio paratireoidiano (PTH) e calcitonina. 
 
Quando o nível sérico de cálcio ionizado está baixo, as glândulas paratireoides secretam PTH, que aumenta a 
absorção de cálcio a partir do trato gastrintestinal e a reabsorção de cálcio a partir do túbulo renal, além de 
liberar o cálcio do osso. 
 
Quando o cálcio sérico aumenta de forma excessiva a tireoide secreta calcitonina, que inibe a reabsorção de 
cálcio. 
 
Você sabia que a hipocalcemia pode ser causada por deficiência de vitamina D, hipoparatireoidismo ou 
consumo tecidual do cálcio? E que a hipercalcemia geralmente está associada com o hiperparatireoidismo ou 
tumores malignos? 
 
E que muitos dos sinais e sintomas estão associados a alterações das descargas elétricas musculares? 
Os níveis séricos de cálcio são mantidos em torno de 8,5-10,5 mg/dl. 
Chamamos de Hipocalcemia ou Hipercalcemia os distúrbios relacionados a esse íon. 
 
HIPOCALCEMIA 
 
Hipocalcemia é definida como a concentração de Cálcio no soro, inferior a 8,5 mg/dl ou cálcio iônico menor 
que 1 mEq/l. 
 
É importante lembrar que diminuições da albumina abaixo de 4 mg/ dl podem diminuir os níveis séricos de cálcio sem 
alterar o cálcio ionizado. 
 
Causas da hipocalcemia 
 
Deficiência de vitamina D, como ocorre em: intestino curto, má absorção, desnutridos, cirróticos, 
doença renal crônica); 
Hipoparatireoidismo, como ocorre em: retirada da paratireoide, doenças auto-imunes, radiação; 
Consumo tecidual do cálcio, como ocorre em: metástase, pancreatite, neoplasias 
A pancreatite provoca clivagem de proteínas e lipídios. Acredita-se que os íons de cálcio se 
combinam com os ácidos graxos liberados pela lipólise, formando compostos, e assim diminui o 
cálcio iônico ocasionando hipocalcemia. 
 
Sinais e Sintomas da Hipocalcemia 
 
Dependem da rapidez da instalação do déficit e se correlacionam com a hipomagnesemia. Geralmente 
assintomática quando cálcio sérico total entre 7,0-7,5 mg/ dl. 
 
As manifestações clínicas estão associados a excitabilidade neuronal aumentada. 
São causadas pela descarga espontânea das fibras sensoriais e motoras nos nervos periféricos, que podem 
ocasionar: 
 
Sensação de formigamento nas extremidades dos dedos, ao redor da boca, nos pés 
Espasmos dos músculos dos membros e da face 
Sinais de Trousseau e Chvostek positivos 
Reflexos tendinosos profundos 
Mialgia 
Cãibras 
 
Podem ocorrer manifestações associadas ao aumento da irritabilidade do Sistema Nervoso Central: 
 
Irritabilidade, ansiedade 
convulsões 
Confusão, delírios, alucinações (psicose) 
 
Por alterar a excitabilidade das células cardíacas também podem ocasionar alterações do traçado do 
eletrocardiograma (ECG): 
 
Prolongamento do segmento ST 
Aumento do intervalo QT 
Ondas T invertidas 
 
Alterações do padrão respiratório devido a alteração na contração e relaxamento muscular: 
Dispneia 
Laringoespasmo 
Broncoespasmo 
 
Sinais e sintomas de hipocalcemia crônica: osteoporose, unhas e cabelos quebradiços, distúrbios da 
coagulação, sons intestinais hiperativos. 
 
Tratamento da Hipocalcemia 
 
A reposição de cálcio pode ser feita por via oral para casos crônicos, ou por via endovenosa nos casos 
agudos/ sintomáticos. 
 
Geralmente utiliza-se gluconato de cálcio, preferencialmente diluído em soro glicosado, pois o soro 
fisiológico aumenta excreção renal do íon. 
 
Tratamentos sugeridos: 
 
2 ampolas em 10 a 20 minutos 
Infusão contínua de 0,5 a 1,5 mg de cálcio por Kg por hora, durante 4 a 6 horas 
 
 
HIPERCALCEMIA 
 
Hipercalcemia é definida como a concentração de Cálcio no soro, superior a 11 mg/dl. Geralmente 
assintomática até 12 mg/dl 
 
Causas da hipercalcemia 
 
As causas principais da hipercalcemia são tumores malignos e hiperparatireoidismo. 
 
Os tumores malignos podem produzir hiperparatireoidismo por diversos mecanismos. E a hipercalcemia 
associado ao hiperparatireoidismo é ocasionada pela secreção excessiva de PTH que provoca liberação 
aumentada de cálcio a partir dos ossos, além de aumentar a reabsorção renal e intestinal de cálcio. 
 
Não é comum, mas pode ocorrer hipercalcemia secundária a imobilidade devido a perda do mineral ósseo. 
Esses casos geralmente são relacionados com fraturas graves ou lesão da medula espinal. 
 
A hipercalcemia também pode ser secundária a doença renal crônica devido ao aumento a reabsorção renal. 
 
Sinais e Sintomas da Hipercalcemia 
As manifestações clínicas mais comuns da hipercalcemia são: 
Anorexia 
Náuseas e êmese 
Dor abdominal e constipação 
Fraqueza muscular 
Letargia 
 
Essas manifestações estão associadas a redução da excitabilidade neuromuscular, porque o excesso de cálcio 
suprime a atividade na junção mioneural. Ou seja, ocorrem devido a redução do tônus nos músculos liso e 
estriado. 
 
O excesso de cálcio também pode ocasionar uma disfunção tubular resultando em micção excessiva 
(poliúria) e consequente sede excessiva (polidipsia); 
 
Em casos graves pode ocorrer úlcera peptídica porque a hipercalcemia aumenta a secreção de ácido e 
pepsina no estômago. 
 
Tratamento da Hipercalcemia 
 
A terapia inicial constitui-se em hidratação vigorosa para diluir o cálcio. Usualmente realizada com cloreto 
de sódio 0,9%, que além de diluir o cálcio, inibe a reabsorção tubular, aumentando excreção na urina. 
 
Diuréticos como furosemida podem ser associados a hidratação endovenosa para aumentar a excreção de 
cálcio. 
 
Opções para tratamento medicamentoso: 
 
Calcitonina: aumenta a reabsorção óssea e aumenta a excreção de cálcio na urina. Dose usual: 4-12 
unidades via muscular a cada 12h por 2 ou 3 dias; 
 
Pamidronato: é um bifosfonado usado para aumentar a reabsorção óssea vigorosamente. Dose usual: 
90 mg EV em 15 minutos. 
 
 
Cuidados de Enfermagem nos distúrbios do Cálcio 
 
A reposição deve ser lenta, pois pode ocasionar assistolia! 
O acesso venoso periférico deve ser frequentemente observado quanto aos sinais flogísticos, o 
extravasamento de gluconato de cálcio pode ocasionar celulite ou necrose; 
 
Recomenda-se manter o repouso no leito durante a infusão de gluconato de cálcio, pois pode ocasionar 
hipotensão postural. Nas primeiras horas é indicado manter monitor multiparamétrico; 
 
O padrão respiratório deve ser avaliado devido ao risco de broncoespasmo; 
 
Em acesso periférico não deve ser administrado gluconato de cálcio simultaneamente com fosfatos ou 
bicarbonatos, pois pode haver precipitação! Ou seja, as duas soluções não podem ”correr” ao mesmo 
tempo no mesmo acesso periférico. 
 
Obs: Se for cateter central duplo lúmen podem ser administradas simultaneamente pois as soluções não se 
encontrarão.

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