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Contéudo de processo civil 3- parte de recursos- slides

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TEORIA GERAL DOS RECURSOS
Continuação (parte II)
EFEITOS DOS RECURSOS 
- IMPEDIMENTO AO TRÂNSITO EM JULGADO
- EFEITO SUSPENSIVO
- EFEITO DEVOLUTIVO
- EFEITO REGRESSIVO OU DE RETRATAÇÃO
- EFEITO EXPANSIVO SUBJETIVO
IMPEDIMENTO AO TRÂNSITO EM JULGADO
A interposição do recurso impede o trânsito em julgado da decisão. O recurso prolonga o estado de litispendência, agora em nova instância (Didier). 
Obs: Mesmo o recurso inadmissível (que resta “negativo” no filtro processual do juízo de admissibilidade) produz o efeito de impedir o trânsito em julgado, com a exceção dos casos de intempestividade ou de manifesto descabimento. 
EFEITO SUSPENSIVO
A interposição do recurso prolonga o estado de ineficácia em que se encontrava a decisão; com o recurso os efeitos dessa decisão não se produzem.
Em razão do efeito suspensivo a decisão permanece “ineficaz”, ou seja, tem sua executoriedade suspensa ou adiada.
Não sendo apresentado o recurso, ocorre o trânsito em julgado, e, com isso, a decisão judicial está apta a produzir todos os seus efeitos, dentro os quais, a executoriedade. 
No sistema recursal brasileiro, todo o recurso pode ter efeito suspensivo.
Entretanto, a regra é que os recursos não possuam tal efeito. Há exceções, como no caso da apelação, em que a regra para esse recurso em específico, é a atribuição do efeito suspensivo.
Art. 995, CPC. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso. 
P.ú. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso. 
Art. 1.012, CPC. A apelação terá efeito suspensivo.
 § 1º. Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: (...)
EFEITO DEVOLUTIVO
O efeito devolutivo é comum a todos os recursos. É da essência do recurso provocar o reexame da decisão – é isso que caracteriza a devolução (Didier).
Em termos práticos, o efeito devolutivo se materializa na devolução (aqui entendido no sentido de reexame da decisão) do julgado para a análise do Tribunal competente.
Art. 1.013, CPC. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
 
EFEITO REGRESSIVO OU DE RETRATAÇÃO
O efeito em tela é aquele que autoriza o próprio órgão prolator da decisão (a quo) rever a decisão recorrida. 
Ocorre a partir do denominado juízo de retratação. Abaixo segue algumas situações previstas em Lei, em que pode haver o efeito ora estudado: 
 - Apelação contra sentença que indefere a petição inicial (art. 331, CPC);
 - Apelação que extingue processo sem resolução de mérito (art. 485, § 7º, CPC);
 - Apelação contra sentença de improcedência liminar do pedido (art. 332, § 3º, CPC);
 - Apelação no ECA (art. 198, VII, ECA);
 - Agravo de instrumento (art. 1.018, § 1º, CPC);
 - Agravo interno (art. 1.021, § 2º, CPC);
 - Recurso especial e extraordinário repetitivos (art. 1.040, II, CPC). 
Efeito expansivo subjetivo
Em regra, a interposição do recurso produz efeitos apenas para o recorrente (princípio da personalidade do recurso). 
Todavia, há situações que o recurso interposto por apenas uma das partes, pode beneficiar a outra parte que não recorreu.
Ex: “A” e “B” movem ação contra “C”. Em um cenário de improcedência dos pedidos formulados por “A” e “B”, se apenas “A” recorrer, como regra, se o tribunal der provimento ao seu recurso, apenas esse será beneficiado. Entretanto, se estiver presente o efeito expansivo subjetivo, mesmo que “B” não tenha recorrido, será beneficiado com a decisão favorável obtida por meio do recurso de “A”.
Segue abaixo alguns exemplos de situações previstas em lei em que é possível a atribuição do efeito expansivo subjetivo:
A) O recurso apresentado por um dos litisconsortes, a todos aproveita, salvo quando distinto ou opostos seus interesses. Tal regra, a princípio, aplica-se apenas ao litisconsórcio unitário, portanto, não se aplica ao litisconsórcio simples. (art. 1.005, CPC). 
B) O recurso apresentado por um dos devedores solidários, aproveita aos demais, desde que as defesas opostas ao credor sejam comuns (Pú, art. 1.005, CPC). 
C) O recurso apresentado pelo assistente simples é eficaz em relação ao assistido (art. 121, Pú, CPC). 
PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA REFORMATIO IN PEJUS
Pelo princípio em análise a parte que recorre de uma decisão não pode ter a sua situação agravada, ou seja, ou melhora ou mantém a decisão anterior. 
É a proibição da reforma para pior em desfavor da parte recorrente. 
Ex: Pedro Picanha ingressa com ação de indenização contra a empresa Boi na Brasa, pleiteando a sua condenação em R$ 10.000,00. O juiz em sentença, dá parcial procedência condenando o réu ao pagamento de indenização no valor de R$ 5.000,00. Caso apenas o autor recorra da decisão, o tribunal não pode piorar a sua situação, ou seja, não pode baixar o valor da indenização fixada em sentença.
É importante ponderar que o princípio da reformatio in pejus não impede que o recorrente tenha sua situação “agravada” pela majoração dos honorários advocatícios decorrentes do recurso interposto e desprovido. 
Art. 85, CPC. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. (...) 
§ 11º. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos § § 2º a 6º, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos § § 2 º e 3º para a fase de conhecimento. 
PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE DOS RECURSOS
Art 994 CPC. São cabíveis os seguintes recursos:
I- apelação;
II- agravo de instrumento;
III- agravo interno;
IV- embargos de declaração;
V- recurso ordinário;
VI- recurso especial;
VII- recurso extraordinário;
VIII- agravo em recurso especial ou extraordinário;
IX- embargos de divergência.
Foi abolido do atual CPC:
- Agravo retido;
- Embargos infringentes.

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