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Cessão de contrato e cessão de posição contratual Esta modalidade de transmissão de obrigação consiste em mais que uma cessão de crédito ou uma cessão de débito, pois transfere se créditos e débitos. Não está presente na lei. É uma criação da doutrina na qual o cedente transfere a sua posição contratual a um terceiro que irá substituí-lo na relação jurídica originária. Ex: locação, promessa de compra e venda, financiamento, empreitada. Exige-se sempre a ANUÊNCIA DA OUTRA PARTE, o consentimento do cedido. Ocorre sempre em contratos bilaterais. Teoria majoritária explicativa: Teoria Unitária, segundo a qual “a transferência da posição contratual se dá como um todo, de forma global”, assim, não se transfere crédito ou débito, mas sim todo o contrato. Imaginemos um empresário que realizou um contrato para aquisição de determinados bens essenciais para o funcionamento de sua atividade. Caso decida vender o estabelecimento, o adquirente terá todo interesse de ser o cessionário do contrato de fornecimento de bens, assumindo todos os direitos e obrigações a ele inerentes. Nada impede que, tempos depois, promova o cessionário uma nova cessão da posição contratual. Não há nada de incomum neste exemplo. Pelo contrário, cuida-se de situação corriqueira que evita a proliferação de contratos à medida que novos personagens apareçam. Bem anota SILVIO RODRIGUES que a vantagem prática de cessão do contrato é evidente, pois “ao querer alguém transferir a outrem seus créditos e débitos oriundos de uma convenção, teria, em rigor, de desfazer com o seu co-contratante o primeiro negócio, e conseguir com que aquele o refizesse com o terceiro interessado”. “a cessão de contrato, ou melhor, a cessão de posições contratuais, consiste na transferência da inteira posição ativa e passiva do conjunto de direitos e obrigações de que é titular uma pessoa, derivados de um contrato bilateral já ultimado, mas de execução ainda não concluída”. Assim, o compromissário comprador, por exemplo, cede a outrem não só o direito à futura aquisição do imóvel mas também a obrigação de pagar todas as prestações da dívida. Ceder o contrato significa, por conseguinte, ceder para terceiro a posição jurídica de um dos contraentes no contrato bilateral. A cessão do contrato ou da posição contratual envolve três personagens: a) o cedente (que transfere a sua posição contratual); b) o cessionário (que adquire a posição transmitida ou cedida); e c) o cedido (o outro contraente, que consente na cessão feita pelo cedente). A finalidade da cessão, que tem natureza contratual, é, pois, transferir a terceiro a inteira posição de um dos contraentes em outro contrato, de natureza bilateral. O contrato em que figurava a posição transferida, objeto da cessão, denomina-se contrato-base. A cessão do contrato é considerada a transmissão da posição contratual do cedente, global ou unitariamente considerada. Necessidade de concordância do cedido: como a cessão da posição contratual engloba não só a transmissão de créditos mas também a transferência de dívidas para uma outra pessoa, ou seja, como ela implica, concomitantemente, uma cessão de crédito e uma cessão de débito, tem importância para o outro contratante cedido a pessoa do cessionário, que passa a ser seu devedor. Por essa razão, será indispensável a concordância do cedido para a eficácia do negócio em relação a ele. O consentimento do contraente cedido pode ser dado previamente, antes da cessão, no próprio instrumento em que se celebra o negócio-base ou posteriormente, como ratificação da cessão. Em outros casos, a própria lei autoriza tal cessão, que se processa, então, sem a interveniência do cedido. Necessidade de que o contrato-base seja bilateral: o contrato-base transferido há de ter natureza bilateral, isto é, deve gerar obrigações recíprocas, pois, se for unilateral, a hipótese será de cessão de crédito ou de débito. A cessão da posição contratual pode efetuar-se com ou sem liberação do cedente perante o contraente cedido. A liberação do cedente é a consequência normal do negócio realizado, não se tornando necessária, para que ela ocorra, referência expressa nesse sentido no contrato. Basta o consentimento do contraente cedido quanto à cessão do contrato, sem qualquer ressalva concernente às obrigações, quer tenha sido manifestado ao tempo da cessão, quer no próprio instrumento do contrato-base. A anuência pode, pois, ser externada: ao tempo do negócio da cessão, quando o credor, após conhecer a pessoa do cessionário, concorda em que ele assuma os direitos e deveres do cedente; previamente, em cláusula contratual expressa; ou, ainda, mediante a cláusula à ordem. Embora o fato não seja comum, pode o contraente cedido dar o seu consentimento à cessão, mas sem liberação do cedente. Neste caso, embora o cessionário assuma a responsabilidade pelas obrigações resultantes do contrato, o cedente continua vinculado ao negócio não apenas como garante de seu cumprimento mas também, em regra, como principal pagador. Conceito: consiste na transferência da inteira posição ativa e passiva do conjunto de direitos e obrigações de que é titular uma pessoa, derivados de um contrato bilateral já ultimado, mas de execução ainda não concluída. Personagens: a cessão do contrato envolve três personagens: a) o cedente (que transfere a sua posição contratual); b) o cessionário (que adquire a posição transmitida ou cedida); e c) o cedido (o outro contraente, que consente na cessão feita pelo cedente). Características: a) vantagem prática: permite que uma pessoa transfira a outrem seus créditos e débitos oriundos de uma avença, sem ter de desfazer, de comum acordo com o contratante, o primeiro negócio e sem ter de convencê-lo a refazer o contrato com o terceiro interessado; b) exige concordância do cedido; c) o contrato-base transferido há de ter natureza bilateral; d) não se confunde com o contrato derivado ou subcontrato, porque neste o contraente mantém a sua posição contratual, limitando-se a criar um novo contrato da mesma natureza com terceiro; e) distingue-se, também, da sub-rogação legal do contrato, pois esta nasce diretamente da lei, sem necessidade do consentimento do contraente cedido; f) igualmente difere da novação, porque, enquanto nesta se dá ou a transmissão dos direitos (novação subjetiva ativa) ou a transmissão das obrigações (novação subjetiva passiva), na cessão do contrato ocorre a transferência dos direitos e obrigações do cedente ao cessionário. Efeitos entre o cedente e o contraente cedido: a cessão da posição contratual pode efetuar-se com ou sem liberação do cedente perante o contraente cedido. Não havendo a liberação do cedente, estabelece-se um vínculo de solidariedade entre este e o cessionário Efeitos entre o cedente e o cessionário: para o cedente, ocorre a perda dos créditos e das expectativas integrados na posição contratual cedida, bem como a exoneração dos deveres e obrigações nela compreendidos. Efeitos entre o cessionário e o contraente cedido: dá-se a substituição do cedente pelo cessionário na relação contratual com o cedido. O subcontrato, ou também chamado de contrato derivado], é o contrato que alguém celebra com terceiro, utilizando-se da posição que lhe foi conferida em um outro contrato]. “Uma parte assume, na relação que estabelece com um terceiro, a posição que deriva de um contrato em curso denominado contrato-base”. Em outras palavras, o contratante estabelece uma nova relação contratual com terceiro que tem por objeto a transferência de direitos e obrigações (totais ou parciais) que aquele é titular em virtude da posição contratual que ocupa no contrato principal. Um contrato (subcontrato) deriva do outro (contrato-primário) e ambos coexistem, funcionando o contratante como elo, posto que titulariza simultaneamente duas relações contratuais. “Ao contrato-base se junta um novo contrato que tem por objeto posições jurídicas que derivam do primeiro.”] O subcontrato nasce e permanece vinculado aocontrato-básico não constituindo figura autônoma. E é exatamente à esta simultaneidade de contratos, que a cessão da posição contratual se distância. Enquanto que na cessão o cedente demite-se da posição de contratante que passa a ser ocupada pelo cessionário, no subcontrato, “aquele que o gera mantém a sua anterior posição contratual e limita-se a constituir, à custa dela, outra, dela dependente” Exemplos típicos e freqüentes nas relações civis e comerciais é o contrato de sublocação de imóveis, a sub-empreitada, o subcontrato, o sub-comodato, o refinanciamento], sub-fretamento, sub-penhor, etc. Na cessão, a responsabilidade é transferida pela contratada original para a cessionária, parcial ou totalmente. Na subcontratação, a responsabilidade permanece com a contratada original. Uma outra relação jurídica, derivada (ou seja, um novo contrato), passa a existir, entre contratada e subcontratada.
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