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Cessão de contrato ou cessão da posição contratual

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ATIVIDADE DE DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
4. Cessão de contrato ou cessão da posição contratual
4.1 Noções gerais
Não está presente no Código Civil de 2002, apenas por meio da doutrina a cessão de
contrato ou cessão da posição contratual apareceu, vista como uma terceira forma de se
transmitir a obrigação. A cessão de contrato pode ser definida como um ajuste intermediário
de posições daqueles que integram a relação obrigacional de determinado contrato, assim,
outra pessoa passa a ocupar a posição e se sujeitar a todos os ônus oriundos da obrigação
original. Existe uma diferença entre as outras duas vertentes de transmissão: a cessão de
crédito é uma substituição do devedor, mantendo as posições do devedor, sem alteração; a
assunção da dívida já se refere a substituição do credor, mas não sobre alteração no conteúdo.
A cessão do contrato, ao contrário das demais relações, é a mais complexa. Apresenta
um modelo autônomo, não se limita a ser uma soma da cessão de crédito e assunção da
dívida. A cessão de contrato possui uma natureza jurídica unitária, visto que os poderes
formam um complexo unitário entre créditos e débitos. O fato característico está na
substituição das partes por um terceiro, recebendo todas as obrigações da relação original.
Além disso, por não estar presente no ordenamento jurídico no CC/02, para suprir a lacuna
legislativa, usa-se de forma analógica as mesmas regras da cessão de crédito e assunção da
divindade, além de outras regras espalhadas pelo ordenamento. Assim, a cessão de contrato
deve ser vista como um contrato atípico e celebrado obedecendo às regras do negócio jurídico
e as normas gerais.
Tendo em vista que a cessão do contrato está na transferência de um contrato-base,
verifica-se suma finalidade considerando o princípio da operabilidade. Por tal princípio, a
operabilidade visa o processo de substituição por um terceiro a fim de evitar a produção de
muitos contratos para que uma operação seja concretizada. Além disso, pode ser celebrado
tanto no momento de execução como durante.
4.2 Requisitos
Os requisitos para a cessão de contrato são dois: a) a cessão de contrato está restrita
apenas aos contratos bilaterais com obrigações recíprocas. As obrigações de natureza de
infungibilidade e impossibilidade de realização por terceiros não permite a transmissão. Da
mesma forma, não permite a transmissão nos casos em que o cessionário não é legitimo para
o contrato base, por exemplo, compra e venda entre incapaz; b) para ocorrer a cessão de
contrato é necessário que haja tanto a intenção obrigatória quando o consentimento do cedido.
Em relação ao contrato-base e a relação de cessão de contrato alguns pontos merecem
destaque, quando o contrato-base é invalidado a cessão de contrato se torna nula, no entanto, a
nulidade da cessão de contrato não causa a invalidade do contrato-base.
Quanto a validade e efeito da cessão de contrato, é importante entender que para a
validade da cessão de contrato não há necessidade de formalidades, basta o princípio do
consensualismo. No entanto, para produzir efeitos em terceiros, se utiliza do art. 288 do
CC/02 por meio de analogia e determina a necessidade da celebração por instrumento público
ou particular. Cabe destacar que o não cumprimento não causa invalidade da cessão, apenas
não produz efeitos contra terceiros. Por fim, alerta para o fato de não haver cessão de contrato
quando já está prevista norma que impõe a transmissão sem consentimento, isso porque não
há a necessidade de as partes originais intervirem.
4.3 Efeitos
No caso dos efeitos, existem três possibilidades: a) em relações entre cedente e
cessionário – toda posição do cedente passa a ser transferida para o cessionário, excluído
aqueles direitos e deveres próprios da pessoa, o cedente apenas garante a posição contratual
exatamente como ela está no momento da cessão; b) nas relações entre cedente e cedido – o
cedente fica desvinculado do cedido, visto que a sua posição será transferida para o
cessionário; c) nas relações entre cessionário e o cedido – o cessionário fica completamente
na posição do cedente, sua relação passa a ser com o cedido, fica vinculado quanto as
obrigações e deveres que antes era do cedido e do cedente.
4.4 Distinção com outros modelos jurídicos
Devido ao fato de a cessão de contrato ter muita similaridade com outras situações no
direito, é importante entender suas distinções, especialmente quanto aos contratos com pessoa
a declarar. Tanto na cessão de contrato como nos contratos com pessoa a declarar está
presente a ação no final do contrato de um dos contratantes indicar alguém que irá adquirir
tais direitos e obrigações.
No contrato com a pessoa a declarar aquela pessoa escolhida assume completamente o
lugar de quem a nomeou, como se o originário nem sequer tivesse existido. Diferentemente,
na cessão de contrato, ocorre uma transformação da relação já existente, entrando em uma
relação já existente no lugar do outro.
Além dessa distinção é possível diferenciar a cessão de contrato do subcontrato, no
subcontrato ocorre o estabelecimento de um outro contrato, com uma terceira pessoa, oriundo
das forças estabelecidas pelo contrato original. A diferença com a cessão de contrato está no
fato de que na cessão de contrato o cedente sai da obrigação e de sua posição, enquanto no
subcontrato a pessoa se mantém em sua posição do contrato original e apenas cria uma outra
relação contratual derivada da original.
Uma terceira distinção se faz quanto a novação subjetiva, na novação a relação
originária é finalizada por outra relação e as posições jurídicas são modificadas. Já na cessão
contratual a relação obrigacional é a mesma e a pessoa ocupara a mesma posição daquela que
foi substituída.
Por fim, uma última distinção necessária encontra-se no resseguro. No caso do
resseguro ocorre a transferência de um risco, passando de uma seguradora para uma
resseguradora. No entanto, ao contrário da cessão de contrato, não há uma desvinculação do
vínculo entre seguradora e resseguradora, apenas dividem o risco existente conforme
estipulado.

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