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1 CISTOS ODONTOGÊNICOS GENERALIDADE ► São originados do epitélio odontogênico ► Possuem as seguintes estruturas: ► O revestimento epitelial é a alma do cisto. ► De acordo com sua origem são subclassificações em cistos de desenvolvimento e inflamatórios. o C. Inflamatórios: Possuem origem conhecida, pois são originados de inflamações. o C. de Desenvolvimento: não possuem origem conhecida e mas não parecem ser resultantes de um processo inflamatório. 1. CISTO DENTÍGERO (CISTO FOLICULAR) CD ► Ocorre em dentes retidos intraóssea. ► Causa reabsorção óssea. ► Origina-se da separação do folículo da coroa de um dente incluso( não erupcionado). ► È o mais comum de cistos odontogênicos de desenvolvimento, tendo prevalência de 20% de todos os cistos maxilares. ► O Cd se localiza na superfície da coroa do dente na junção esmalte-cemento. ► Patogenia desconhecida, mas acredita-se que se originou do acúmulo de líquidos do epitélio reduzido do esmalte e a coroa do dente. ► Alguns podem ter origem inflamatória. Caracteristicas clínicas e radiográficas: ► Com prevalência em 3° molares inf. ► Com menor frequência em 3° molares sup., caninos sup. e pré- molares inf. ► Raramente envolve dentes decíduos. ► Pode ocorrer associações com odontomas (tipo de tumor benigno) e dentes supranumerários. ► Acomete todas as idades, mas possuem prevalência entre 10 a 30 anos em homens e pessoas brancas. ► Os CD podem ser pequenos e grandes, os pequenos são assintomáticos e os grandes em imagens radiográficas podem ser confundidos com ceratocistos odontogênicos e ameloblastomas. ► São descobertos em exames radiográficos, com Área radiolúcida ou lesão radiotransparente unilocular associada a coroa de um dente incluso (sugestivo mas não conclusivo). ► Em radiografias essa região radiotransparente possui margem bem definida, quando este limite está mal definido pode indicar um cisto infectado. ► Os CD, tanto macroscopicamente como histopatologicamente apresentam processos uniloculares e quase nunca multiloculares. ► As relações cistos-coroas em radiografias possuem variação: Newany Santos-Odonto 102 Patologia Bucal-1° unidade Livro: NEVILLE 2 o Central: é a mais comum e o mesmo circunda a coroa do dente, deixando-o “dentro” do cisto. o Lateral: cresce lateralmente ao longo da superfície radicular e circunda parcialmente a coroa. o Circunferencial: envolve todo o dente, da coroa até a raiz. ► Pode ocorrer deslocamento do dente envolvido por distâncias consideráveis do dente. ► Pode ocorrer reabsorção radicular dos dentes adjacentes. ► Para a lesão ser considerada como um cisto dentígero, alguns investigadores acreditam que o espaço radiolúcido que envolve a coroa do dente deve ser de aproximadamente 3 a 4 mm de diâmetro. ► Apenas o exame radiográfico não é o suficiente para o diagnóstico do CD, pois tanto o ceratocisto odontogênico como ameloblastomas uniloculares possuem as mesmas características radiográficas. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS: ► Varia se o cisto está inflamado ou não. ► No cisto dentígero não inflamado, a cápsula de tecido conjuntivo fibroso está arranjada frouxamente e contém substância fundamental amorfa composta por glicosaminoglicanos. ► Pequenas ilhas e cordões de restos epiteliais odontogênicos de aspecto inativo. ► . Esses restos podem ser numerosos e, algumas vezes, os patologistas que não são familiarizados com as lesões da boca interpretam erroneamente esse achado como um ameloblastoma. ► O revestimento epitelial consiste em duas a quatro camadas de células achatadas não ceratinizadas. ► Interface entre o epitélio e o tecido conjuntivo é plana. ► No cisto dentígero inflamado (é mais comum) ► A cápsula fibrosa é mais colagenizada, com um ► infiltrado inflamatório crônico variável. ► O revestimento epitelial pode apresentar hiperplasia. ► Uma superfície ceratinizada pode ser observada. ► Células colunares ciliadas estão presentes. ► Pode ocorrer a presença de células mucosas do revestimento epitelial. ► Pequenos ninhos de células sebáceas podem ser notados raramente dentro da parede cística. ► Acredita-se que esses elementos mucosos, ciliados e sebáceos representem a multipotencialidade do revestimento epitelial odontogênico em um cisto dentígero. ► O exame macroscópico da parede de um cisto dentígero pode revelar uma ou muitas áreas de espessamento na superfície do lúmen. ► Pode ser difícil distinguir um pequeno cisto dentígero de um simples folículo dentário normal. 3 TRATAMENTO: ► Enucleação (Retirada) do cisto e dente não erupcionado. Se a erupção do dente envolvido for considerada possível, o dente pode ser deixado e ocorre a remoção parcial da cápsula cística. ► *(Pode ser que os pacientes necessitem de tratamento ortodôntico para auxiliar a erupção). PROGNÓSTICO: é excelente, e raramente nota-se recidiva após a remoção completa. Pode-se ocorre transformação neoplásica para um ameloblastoma. 2. CISTO DE ERUPÇÃO (HEMATOMA DE ERUPÇÃO) CE ► Localização periférica( extraóssea) em tecidos periféricos e moles. ► O cisto se desenvolve como resultado da separação do folículo dentário da coroa de um ► dente em erupção que já está posicionado nos tecidos moles que recobrem o osso alveolar. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS : ► O CE surge como um aumento de volume de consistência mole, frequentemente translúcido, na mucosa gengival que recobre a coroa de um dente decíduo ou permanente em erupção. ► A maioria acomete crianças com menos de 10 anos. ► Pode correr em qualquer dente em erupção, ► Mais frequente principalmente incisivos decíduos e 1º M. ► O trauma em sua superfície pode resultar em cor azul a marromarroxeada ► Tumefação mole translúcida na mucosa gengival que recobre um dente em erupção CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS: ► Epitélio de revestimento bucal ► Lâmina própria com infiltrado inflamatório ► Fina camada de epitélio escamoso não ► ceratinizado revestindo o cisto TRATAMENTO E PROGNÓSTICO: Pode não haver necessidade de tratamento. ► O CE se rompe espontaneamente, permitindo a erupção do dente. ► Se isso não acontecer, então a simples excisão do teto do cisto geralmente permite a rápida erupção do dente. 3.CERATOCISTO ODONTOGÊNICO CO ► Devido as suas características histopatológicas e comportamentos clínicos específicos necessita-se de maior atenção. ► É intraósseo e pode alcançar grandes tamanhos. ► Tem origem dos Origem: remanescentes da lâmina dentária. ► Possui comportamento biológico e crescimento diferente dos demais cistos odontogênicos. ** (acredita-se que o cisto dentígero e o cisto radicular continuam a crescer como consequência do aumento da pressão osmótica dentro do lúmen cística) ► Seu crescimento pode estar relacionado a fatores desconhecidos advindas tanto do epitélio ou a atividade enzimática na parede do próprio cisto. 4 ► É responsável por 3% a 11% de todos os cistos odontogênicos. ► Há um impasse sobre o sua nomenclatura, pois alguns estudiosos o chamam de tumor odontogênico ceratocístico comparando-o com neoplasias benignas. CARACTERÍSTICAS CLÍNICASE RADIOGRÁFICAS: ► Ampla faixa etária. ( infância velhice) ► Preferência por homens. ► 60% dos casos é diagnosticado em pessoas de 10 a 40 anos. ► De 60 a 80% dos casos ocorre na região posterior da mandíbula. ► CO pequenos geralmente são assintomáticos descobertos em radiografias. ► CO grandes podem estar associados a dor edema e drenagem, mas alguns extremamente grandes podem ser assintomáticos. ► Seu crescimento é ântero-posterior dentro ca cavidade medular do osso sem causar expansão óssea óbvia ► Muitos CO podem estar associados a Sindrome de Associação com síndrome de Gorlin síndrome do carcinoma nevóide basocelular. ► Radiograficamente: ► Com área radiolúcida e margens bem definida. ► Radiotransparência multi ou unilocular ► Um dente não erupcionado está envolvido na lesão em 25% a 40% dos casos. ► Ocorre pouca reabsorção radicular dos dentes adjacentes. ► Exames radiográficos não podem ser usados unicamente como diagnostico pelo mesmo ser confundido com o cisto dentígero, residual. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS ► Seu diagnostico baseia-se nas características histopatológicas ► Revestimento epitelial escamoso estratificado ► uniforme (espessura de 6 a 8 células) ► Camada superficial paraceratinizada corrugada ► Camada basal plana, com células colunares ou cuboidais em paliçada e núcleos hipercromáticos ► Cápsula fibrosa fina e friável. ► Pequenos cistos, cordões ou ilhas satélites de epitélio odontogênico podem ser observados na cápsula fibrosa. ► camada basal hipercromática e em paliçada, que é tão característica dos verdadeiros CO. TRATAMENTO: ► Para o diagnóstico definitivo é indispensável a confirmação histopatológica. ► Tratado pela enucleação e curetagem (ato de esvaziar uma cavidade). ► Possui alta taxa de recidivas e pode esta associado a fragmentos deixados durante a cirurgia ou novos cistos que se desenvolveram da lâmina dentaria na área do cisto original. ► 5% a 61% a taxa de recidivas. ► O tratamento pode ser através da osteotomia periférica na cavidade óssea sendo feita com uma broca com o intuito de reduzir a frequência de recidivas e injeção intraluminal. PROGNÓSTICO: é bom, mas possui risco de evolução p/ neoplasia. 5 4. CISTO ODONTOGÊNICO ORTOCERATINIZADO ► Cisto odontogênico que tem um limitante epitelial ► Ortoceratinizado ► Não possio tipo clinico de cisto, apenas microscopicamente com a presença de ortoceratinizado no revestimento epitelial. ► Representa certa de 7 a 17% dos cistos ceratinizados dos ossos gnáticos. ► Os paraceratinizados são mais comuns. ASPECTOS CLÍNICOS: ► Ocorre mais em jovens e adultos. ► Mais frequente na mandíbula posterior ► Não apresenta características clínicas e radiográficas que o definem, são constantemente confundidos com os cistos dentígero. ► Frequente em 3° molares não erupcionados. CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS: ► Radiotransparência uni ou multilocular ► Associação com dente incluso (2/3 dos casos) CARACTERÍSTICAS HISTOLÓGICAS: ► •Epitélio escamoso estratificado relativamente fino, com superfície ortoceratinizada ► Grânulos de cerato-hialina são evidentes. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO: ► A enucleação seguida de curetagem é o tratamento usual. para os cistos odontogênicos ortoceratinizados e baixa tendência a recidivas. ► Não estão associados a síndrome dita no ceratocísto odontogênico. **(Alguns escassos estudos relatam que cistos com ortoceratina possuem maior tendência p/ uma transformação maligna). 5. CISTO GENGIVAL DO RECÉM-NASCIDO ► É extraósseo. ► Origem – remanescentes da lâmina dentária ► Descrito em metade de todos os recém- nascidos. ► Desaparecem espontaneamente por meio de uma ruptura da cavidade oral. ► Encontrado na linha média palatina. ► CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS ► Pequenos cistos superficiais contendo ceratina Semelhanças com: Pérolas de Epstein/Nódulos de ► Bohn (cistos palatinos do recém-nascido) ► O rebordo alveolar superior é mais comumente acometido do que o inferior. 6 CARACTERÍSTICAS HISTOLÓGICAS ► Limitante epitelial fino e plano, com superfície Paraceratinizada. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO ► Não possui tratamento pelo fato de se romperem espontanealmente não sendo observados após os 3 meses 6. CISTO GENGIVAL DO ADULTO ► Origem – restos de Serres ► É extraósseo ( periférico) ► Possui semelhança com o cisto periodontal lateral. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS ► Idade – 5ª e 6ª décadas ► Localização – Região de C e PM inf (60-75%) ► Tumefação indolor ► Localizados na gengiva vestibular ou na mucosa alveolar. ► Reabsorção superficial “em taça” do osso alveolar. ► Se tiver aunsencia de grande quantidade de osso pode-se dizer que é um cisto periodontal lateral. ► São de cor azulada ou cinza azulada. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS ► Epitélio fino e plano, com ou sem placas localizadas que contêm células claras. ► Ninhos de células claras ricas em glicogênio podem circundar o tecido conjuntivo. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO: ► O cisto gengival do adulto responde bem à simples excisãocirúrgica. O prognóstico é excelente. 7.CISTO PERIODONTAL LATERAL ► É um tipo incomum de cisto odontogênico do desenvolvimento que ocorre tipicamente ao longo da superfície radicular lateral de um dente. ► Localização intraóssea, sendo raro. ► Origem: restos da lâmina dental ASPETOS CLÍNICOS : ► É responsável por menos de 2% ► Idade – entre 5ª e 7ª décadas ► Localização – IL, C, PM inf (75-80% dos ► casos) ► Assintomático CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS ► Área radiolúcida, bem circunscrita, lateralmente à raiz de um dente ► Imagem radiográfica semelhante a outros cistos Ex. ceratocisto odontogênico, cisto radicular, Cisto paradentário ► A lesão pode apresentar um aspecto policístico; tais exemplos foram denominados cistos odontogênicos botrioides sendo uma evolução do Cisto periodontal lateral. 7 TRATAMENTO E PROGNÓSTICO ► A enucleação do cisto. Geralmente, isso pode ser atingido sem danos aos dentes adjacentes. A recidiva não é comum. GENGIVAL DO ADULTO PERIODONTAL LATERAL GENGIVAL DO RECÉM-NASCIDO ODONTOGÊNICO ORTOCERATINIZADO CERATOCISTO ODONTOGÊNICO ERUPÇÃO DENTÍGERO CISTOS “Jesus olhou para eles e respondeu: "Para o homem é impossível, mas para Deus todas as coisas são possíveis". Mateus 19:26