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Segurança Social e seu Impacto no Orçamento do Estado e no Bem Estar

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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
FACULDADE DE ECONOMIA
CONTABILIDADE E FINANÇAS
FINANÇAS PÚBLICAS
TEMA:
SEGURANÇA SOCIAL EM MOÇAMBIQUE E O SEU IMPACTO NO ORÇAMENTO DO ESTADO E BEM ESTAR
Grupo 8:
Alexandre Zunguze
Ali Afonso
Jaime Matsinhe
Lirato Bila
Merlyn Barros
Vânia Manuel
Docente: Nhabinde
Maputo,
26 de Outubro de 2019
RESUMO
Este trabalho tem como tema: Segurança Social em Moçambique e o seu Impacto no Orçamento do Estado e no Bem-estar foi pesquisado e escrito por um grupo de estudantes da faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane cujo objectivo principal é avaliar o impacto da segurança social em Moçambique no orçamento do estado e no bem-estar.
O motivo principal para a produção deste trabalho deveu-se ao facto de ser um requisito parcial de estrema importância para admissão da cadeira de Finanças Públicas.
A escolha deste tema não foi intencional, foi um desafio proposto pelo corpo de docentes de Finanças Públicas ao grupo. 
Este trabalho fundamenta-se na pesquisa e análise bibliográfica e documental, que assentou-se basicamente em artigos relacionados com a segurança social e orçamento do Estado, e no que diz respeito a pesquisa documental recorreu-se á algumas leis, manuais e regulamentos.
Para melhor compreensão fez-se um estudo de caso no INSS, recorrendo às entrevistas aos funcionários que estão directamente ligados a área da segurança social.
INTRODUÇÃO
Sendo que no mundo inteiro encontramos diferenças sociais na sociedade, isto é, nem todas as pessoas tem as mesmas condições sociais, e em caso de incidentes há os que sofrem mais as consequências devido a sua incapacidade de ter uma condição social estável, houve necessidade de se criar um Sistema de Segurança Social de modo a minimizar essa carência e garantir a assistência social ao cidadão.
E em Moçambique não foi diferente, existe um sistema de Segurança Social criado de modo a garantir que em casos de falta, ou incapacidade de trabalho o cidadão tenha uma assistência. Por meio deste trabalho abordaremos desde a evolução ao actual funcionamento do Sistema de Segurança Social em Moçambique, e quais os cidadãos que podem beneficiar-se dessa assistência, e o que é necessário para garantir que esse direito seja cumprido uma vez que o mesmo é salvaguardado pela lei mãe em Moçambique nos nºs 1 e 2 do artigo 95.
Definição do problema
A segurança social é criada pelo Estado e dirigida pelo INSS com o propósito de cobrir a necessidade duma protecção social apta a cobrir por prestações compensatórias as carências sociais. 
 Estas carências que antes cobertas pela piedade, caridade e solidariedade familiar, grupal, profissional, ou religiosa. Mas em parte oposta feita uma análise preliminar pelo grupo 8, quanto ao funcionamento dos serviços centrais do INSS, constatou-se que a segurança social em Moçambique é deficiente. Provocando assim um impacto não agradável no orçamento do Estado e no Bem-estar do cidadão.
Questão de Partida 
Será que a Segurança social em Moçambique tem um bom impacto no Orçamento do Estado e no bem-estar?
OBJECTIVOS 
Objectivo Geral
Avaliar o impacto da segurança social em Moçambique no orçamento do estado e no bem-estar.
Objectivos Específicos
Identificar os factores que de uma ou de outra maneira estão por detrás do impacto da segurança social em Moçambique no orçamento do estado e no bem-estar. 
Mostrar como é feito o Orçamento do estado em Moçambique;
Procurar perceber o verdadeiro impacto da segurança social;
Verificar as disparidades existentes entre a Segurança social e orçamento do estado moçambicano e as práticas que constam nas literaturas;
Trazer algumas sugestões que sirvam de suporte para solucionar o problema identificado.
Hipóteses
H0. A segurança social em Moçambique tem um impacto positivo no orçamento do estado e no bem-estar. 
H1. A segurança social em Moçambique tem um impacto negativo no orçamento do estado e no bem-estar.
Relevância do tema 
A necessidade da realização desta pesquisa justifica-se por várias razoes:
A primeira por ser um requisito parcial para a conclusão da cadeira de Finanças Públicas na faculdade de economia da Universidade Eduardo Mondlane.
A relevância prática reside no facto de os resultados a serem alcançados pela pesquisa poderem servir de ponto de partida para a formulação de políticas e estratégias para o melhoramento da situação da segurança social e o seu impacto no orçamento e bem-estar. 
A opção pelo INSS reside nas seguintes razões:
Ser uma instituição pública e única a lhe dar com a segurança social e bem-estar do cidadão;
Pretender ser um garante da sobrevivência das famílias em casos de ocorrência de eventos adversos.
Metodologia
Para a concretização dos objectivos deste trabalho utilizou-se como metodologia tanto a pesquisa bibliográfica e documental, assim como um estudo de caso no INSS. Notando-se que em Moçambique há uma escassez de estudos que particularmente debruçam sobre aspetos ligados a segurança social e o seu impacto no orçamento do estado, esta pesquisa bibliográfica assentou-se também em artigos técnicos e científicos estrangeiros relacionados com esta matéria.
O método de pesquisa utilizado neste presente trabalho foi o método hipotético - dedutivo.
A técnica de pesquisa adoptada neste trabalho foi a seguinte:
MÉTODO NÃO EXPERIMENTAL
Segundo (Couto, 2011) Método não experimental é um método onde as variáveis de interesse do estudo que são observadas ou mesuradas ocorrem naturalmente.
O presente estudo foi desenvolvido sem nenhuma intervenção dos pesquisadores, fez-se pesquisa de levantamento bibliográfico, onde parte dos funcionários do INSS foi entrevistada pelos pesquisadores e outra respondeu questionários, fez-se também a consulta de artigos científicos e algumas explanações ou definições de conceitos importantes utilizados durante a pesquisa deste estudo, e por outro lado foi feita a pesquisa na internet como forma de conhecer as actuais abordagens acerca do mesmo assunto.
No decorrer da pesquisa foram colhidos dados da Segurança social no INSS recorrendo-se às técnicas padronizadas de colheita de dados, tais como: entrevista, administração de questionários, observação sistemática (durante o período de colheita de dados), com o objectivo de determinar o grau de correlação entre a segurança social e o orçamento do Estado.
Estrutura do trabalho
O presente trabalho foi abordado em quatro (4) capítulos, nomeadamente:
No primeiro capítulo, trata-se da introdução, apresentação do tema, problema do tema em estudo, hipóteses, objectivos do tema, a relevância do tema, a metodologia utilizada ao longo do trabalho e a estrutura do trabalho.
No segundo capítulo, é feita a revisão de literatura, onde são apresentados os conceitos de segurança social, orçamento do estado, bem-estar e desenvolvimentos de alguns temas e conceitos relacionados com o tema em estudo.
No terceiro capítulo, apresenta-se o estudo de caso, no qual se aborda a questão do impacto da segurança social Moçambique no orçamento do estado e no bem-estar. O quarto e último capítulo deste trabalho trata das conclusões e recomendações.
Revisão de literatura 
Orçamento do Estado
Origem 
 À ideia do orçamento estão ligados os princípios da protecção das liberdades e garantias dos cidadãos contra a hipertrofia do Estado, nos nossos dias, e das necessidades dos monarcas. Embora não com a configuração de hoje já no século XVI aos monarcas era imposta uma audição às Cortes. 
 Na Inglaterra (séc. XVII), na França (Revolução Francesa - início em 1789) e nos Estados Unidos (após 1787 – proclamação da Constituição), consolida-se o princípio de autorização
Financeira (fixação de despesas públicas e repartição dos impostos) pelo Parlamento, embora o primeiro orçamento da Europa se considere criado no exercício de 18151816, no século XIX. 
Conceito 
 Em qualquer gestão, individual, privada ou pública, é condiçãoessencial para a realização de qualquer despesa, ter receita, realidades interligadas, no caso de entes públicos, à satisfação de necessidades colectivas. 
O Estado tem que prever as despesas em função das necessidades a satisfazer e com base nelas, programar as receitas a cobrar. 
Há, pois, que fazer o cálculo antecipado das despesas e das receitas. 
 Esta é a noção do orçamento, que deve ser entendido como “um documento no qual estão previstas as receitas a arrecadar e fixadas as despesas a efectuar, num determinado ano económico, visando a prossecução da política financeira do Estado”. 
 Desta definição identificam-se três elementos, tais como: a previsão, o tempo e a autorização. 
O orçamento é uma autorização de realizar determinadas despesas até ao valor fixado e de cobrar certas receitas nos valores estimados para o que se espera a máxima eficiência na cobrança para que sejam, no mínimo, iguais às orçadas. 
O orçamento é um instrumento de controlo ao Executivo, e à Administração que vêm os seus poderes de decisão financeira limitados. 
 O orçamento, como instrumento de determinação dos montantes a despender com o funcionamento dos serviços, define prioridades e constitui o quadro geral básico de toda a actividade financeira do Estado. 
 Aqui chegados, vê-se que em bom rigor o orçamento do Estado é e deve ser mais do que a definição atrás exposta esclarece. Vale a pena, pois, avançar por uma que julgamos mais completa: 
 “O Orçamento do Estado é uma previsão, em regra anual, que fixa as despesas a realizar pelo Estado, as receitas para a sua cobertura e incorpora a autorização e os limites do exercício dos poderes financeiros pela Administração”. 
 Tipos de orçamentos
Na abordagem do orçamento podemos falar de três tipos de orçamento: o orçamento de exercício, o orçamento de gerência e o orçamento de tesouraria. 
Será de exercício se as receitas e despesas são inscritas no orçamento atendendo ao momento em que a obrigação e/ou direito nascem. 
 Será de gerência aquele orçamento que inscreve aqueles dois instrumentos financeiros – receitas e despesas, no momento em que devem ser cumpridas as obrigações ou exercidos os direitos correspectivos. Mais facilmente, no orçamento de gerência uma despesa trianual de 9000 contos terá inscrito em cada um dos três exercícios de sua execução 3000 contos. Num orçamento de exercício os 9000 contos seriam inscritos no primeiro exercício da execução da despesa. Mais compreensivelmente, podemos dizer que quando a previsão das receitas e despesas é relativa à sua fase terminal de cobranças e pagamentos, estamos perante o orçamento de gerência. 
 Estamos no de exercício quando a previsão de receitas e despesas é na sua fase inicial de créditos e dívidas[1: Esta definição inspirada na do Professor (Franco, 1997)(ob. cit., p. 336) e Pereira de Sousa (ob. cit., p. 86) parece-nos mais compacta e mais completa. 117 Cfr. TEIXEIRA RIBEIRO, ob. Cit., p. 53.]
O orçamento de tesouraria é o que permite programar os pagamentos e recebimentos e pode estar presente quer num orçamento de gerência, quer no de exercício. 
O orçamento de exercício é de mais difícil execução mas para efeitos de função política é o mais recomendável, facilitando a responsabilização dos governos pelos orçamentos que lhes são imputáveis. 
 Funções do Orçamento 
 No orçamento podemos identificar os seguintes três elementos:
Elemento económico: o orçamento fixa as despesas a realizar e antecipa as receitas a arrecadar num determinado período de tempo
Elemento político: a lei orçamental autoriza a realização de certas despesas e a cobrança de certas receitas 
Elemento jurídico: o orçamento delimita a cobrança de receitas aos meios previstos e limita os gastos às rubricas previstas.
De forma resumida pode se dizer que “Sem a autorização parlamentar (política) e a fiscalização das despesas (jurídica), dificilmente se alcançará uma boa administração financeira (económica)”.[2: Ver (MINED, 2011)]
Segurança Social
A probabilidade de verificação de eventos danosos aos membros da colectividade, risco social – acompanhada da redução da capacidade de cobrir a sua subsistência cria a necessidade duma protecção social apta a cobrir por prestações compensatórias as carências sociais. 
 Estas carências, antes cobertas pela piedade, caridade e solidariedade familiar, grupal, profissional, classista ou religiosa hoje passaram a ser cobertas por mútuos de seguros e por montepios (associações de confrarias) e mais recentemente, numa conceção universalista assistencialista e laborista. 
A segurança social, entre nós o Instituto Nacional de Segurança Social, é uma manifestação de descentralização financeira.
A entidade gestora do sistema de segurança social é o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).
A Segurança Social é um sistema que pretende assegurar direitos básicos dos cidadãos e a igualdade de oportunidades, bem como, promover o bem-estar e a coesão social para todos os cidadãos moçambicanos ou estrangeiros que exerçam actividade profissional ou residam no território nacional, para o efeito vigora a lei nº5/89, de 18 de Setembro.
Principais ramos da Segurança Social
O regime de segurança social compreende os seguintes ramos, segundo elucidam as alíneas a), b) e c) do nº 1 do artigo 05 da Lei 05/89 de 18 de Setembro:
O ramo de doença; 
O ramo de pensões de velhice, invalidez e sobrevivência;
O ramo de subsídio por morte.
No entanto, desde a sua criação o sistema preconiza o alargamento do âmbito
material, assim que as condições socioeconómicas o permitirem.
Procedimentos e Documentos
Para a inscrição do trabalhador é necessário o seguinte, conforme elucida o artigo nº 03 das NAPRLSS, aprovadas pelo Decreto 45/90 de 09 de Maio:
O trabalhador preencha um boletim de identificação de modelo adotado pelo Instituto Nacional de Segurança Social, devendo anexar o BI, Cédula pessoal ou Certidão de Nascimento;
A entidade empregadora envie o boletim ao Instituto Nacional de Segurança Social, no prazo de 15 dias a contar da data do início da actividade, devendo juntar a Licença de actividade ou autorização de realização da actividade e o BR ou Certidão de Escritura pública.
Importância da Segurança Social
A Segurança Social tem um papel essencial na coesão da sociedade;
Na concretização dos valores da solidariedade laboral e da solidariedade entre gerações;
Na salvaguarda do rendimento das pessoas, protegendo-as face aos riscos laborais e sociais;
Na proteção da maternidade e da paternidade;
Na diminuição da pobreza e da exclusão social.
Os problemas financeiros do sistema não se resolvem cortando direitos, como vem acontecendo, mas sim, com uma política que assegure o crescimento económico e estimule a produção nacional
Uma política que valorize o trabalho e os trabalhadores, realize e aprofunde os valores da solidariedade e da coesão social, que aposte num modelo de desenvolvimento orientado para produções de elevado valor acrescentado e na qualidade do emprego, na revogação das normas gravosas da legislação laboral e na dinamização da contratação coletiva, numa justa distribuição do rendimento, nomeadamente, na melhoria dos salários, incluindo o Salário Mínimo Nacional.
Níveis de Segurança Social
Segurança Social Básica;
Segurança Social Obrigatória;
Segurança Social Complementar.
Segurança Social Básica
A segurança social básica abrange os cidadãos nacionais incapacitados para o trabalho, sem meios próprios para satisfazer as suas necessidades básicas.
Segurança Social Obrigatória
É a que se destina aos trabalhadores assalariados ou por conta própria e suas famílias, com o objectivo de protegê-los, nas situações de falta ou diminuição da capacidade para o trabalho, maternidade, velhice e morte.
Segurança Social Complementar
A Segurança Social Complementar abrange, com carácter facultativo, as pessoas inscritas no sistema de segurança social obrigatória.
Metodologia de Pesquisa
Para a concretização dos objectivos deste trabalho utilizou-secomo metodologia tanto a pesquisa bibliográfica e documental, assim como um estudo de caso no INSS. Notando-se que em Moçambique há uma escassez de estudos que particularmente debruçam sobre aspetos ligados a Segurança Social em Moçambique e o seu Impacto no Orçamento do Esta e bem-estar, esta pesquisa bibliográfica assentou-se também em artigos técnicos e científicos estrangeiros relacionados com esta matéria.
O método de pesquisa utilizado neste presente trabalho foi o método hipotético - dedutivo.
A técnica de pesquisa adoptada neste trabalho foi a seguinte:
Primeiro, para elaboração deste trabalho efectuou-se uma pesquisa bibliográfica, através da consulta de manuais que abordam assuntos ligados à pesquisa deste estudo, e por outro lado foi feita a pesquisa na internet como forma de conhecer as actuais abordagens acerca do assunto. 
A partir do estudo de caso nos serviços centrais do INSS, é aplicado o método hipotético-dedutivo. Este método parte do princípio de que não existe explicação sobre o fenómeno em questão, limitando-se a formular hipóteses que poderão ser confirmadas ou refutadas. Tratando-se de uma pesquisa qualitativa, para garantir a representatividade não se baseou no critério quantitativo.
O método de análise aptado para o tratamento da informação recolhida foi análise de conteúdo. Segundo Bardin, este método é o conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objectivos de descrição do conteúdo das mensagens que permitem a inferência de conhecimentos relativos as condições de receção destas mensagens.
APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS
Este capitulo tem por objectivo apresentar a tabulação, organização, interpretação e análise dos dados coletados no decorrer da pesquisa. A fim de responder ao objectivo proposto, separam-se os resultados em tabelas e gráficos.
Nesta etapa foi utilizado o software Excel, planilha eletrónica da Microsoft, visando agrupar e obter medidas estatísticas e gráficos que serão apresentados na seguinte secção.
	Ano
	PIB (%)
	Segurança Social (%)
	2009
	6.30
	16.50
	2010
	6.70
	9.00
	2011
	7.20
	7.30
	2012
	7.40
	7.60
	2013
	7.70
	7,9
	2014
	8.00
	6.50
	2015
	6.60
	14.80
	2016
	4.50
	3.00
	2017
	3.70
	2.90
	2018
	4.10
	4.50
	2019
	4.70
	4.50
Quadro 1: Segurança social em Moçambique de 2009 a 2019
Quadro 1: Segurança social em Moçambique de 2009 a 2019Quadro 1: Segurança social em Moçambique de 2009 a 2019
Os Dados acima mostram efectivamente a parte do PIB que corresponde às despesas com a Administração Pública e Segurança Social. Os dados referentes a Segurança Social referem se a prestações sociais (pensões de reforma, subsídios de desemprego, rendimento mínimo entre outras), com função de contribuir para o Bem Estar Social.
Por causa das várias funções da Segurança Social, é responsabilidade do Estado garantir a provisão e redistribuição de rendimento e vários serviços públicos para o benefício social, e crescimento económico. Sendo esta, constituinte da Despesa Pública segundo uma classificação funcional da Despesa tem uma influência no Orçamento do Estado dado que envolve actividades realizadas pelo sector público para a provisão do bem estar. No que assenta às funções da Segurança Social tomamos como exemplo, algumas prioridades do sector público em Moçambique:[3: Tendo em conta a definição do bem estar segundo (Rawls, 1971)][4: Para mais informação vide (Conselho de Ministros, 2011)]
Aumentar da cobertura e o impacto dos Programas de Acção Social Directa, contribuindo para a segurança económica e nutricional dos grupos mais vulneráveis;
Aumentar a eficiência operacional e a transparência do sector, através do desenvolvimento de melhores sistemas operacionais e de maior coordenação e harmonização entre as várias componentes;
Garantir o acesso dos grupos mais vulneráveis a serviços de assistência complementares;
Desenvolver e implementar mecanismos de promoção do acesso dos mais vulneráveis ao sistema de educação e de saúde, através da componente de Acção Social Escolar e Acção Social Saúde;
Desenho e operacionalização de um Programa Nacional de Acção Social Produtiva em resposta à insegurança alimentar crónica e à vulnerabilidade face aos choques climáticos, à variação de preços e à sazonabilidade na produção agrícola;
Aumentar o acesso e uso dos serviços de abastecimento de água potável e saneamento seguro nas zonas rurais e urbanas/peri-urbanas;
Assegurar a mobilidade dos utentes urbanos garantindo a acessibilidade ao transporte, minimizando distâncias e tempo de viagem e de espera nos terminais e nas paragens;
Expansão dos serviços de energia para saúde e educação.
Para o alcance desses objectivos, é previsto anualmente uma parte da despesa do Orçamento do Estado para cobrir as despesas referentes a Segurança Social. Por exemplo, para os anos de 2018 e 2019, temos os seguintes dados:[5: Ver (Ministério das Finanças, 2019)]
	Ano
	OE - Despesa
	Segurança Social
	%
	2018
	302928143.63
	7560269.43
	2.496%
	2019
	340414739.16
	8156633.08
	2.396%
Quadro 2: Despesas do Orçamento para a Segurança Social
No que refere a esses dados, resulta na preocupação do governo aumentar e melhorar os níveis de eficiência e eficácia da administração pública, através do incremento da provisão de serviços públicos, sobretudo nos sectores da Educação, Saúde, Justiça e Legalidade, Segurança e Ordem Públicas, e da Administração Financeira do Estado e ainda em resultado da despesa com implementação da Política Salarial incluindo o subsídio de localização e implantação das Assembleias Provinciais. Para 2019 a afectação de recursos está voltada para:
Realização de eleições gerais;
Prosseguimento de acções de expansão da rede de infra-estruturas económicas prioritárias, com enfoque para os sectores da indústria, energia, turismo e melhoria da qualidade e do acesso aos serviços sociais básicos, com destaque para a saúde (construção de hospitais distritais), educação, justiça;
Construção e expansão de infra-estruturas agrárias e assistência aos produtores com o objectivo de garantir a segurança alimentar e nutricional;
Incremento da provisão e do acesso à habitação, transportes e comunicação e melhoria dos sistemas de abastecimento de água;
Promoção da cadeia de valor dos produtos primários nacionais, com vista a impulsionar a integração do conteúdo local;
Aumento das transferências e da abrangência dos programas de protecção social; e
Prosseguimento da construção, manutenção e reabilitação das vias de acesso para o transporte de pessoas e bens.
Manutenção de emergência da Estrada N1;
Construção de infra-estruturas de água e saneamento;
Edificação de infra-estruturas do sector da Saúde.
Conclusão
Como dito antes, a Segurança Social é da responsabilidade do Estado e é gerida pelo Orgão da Administração Central, o Bem Estar Social proveniente desta segurança social depende de como o Estado faz a afectação dos recursos e como faz a redistribuição do rendimento de tal forma que a economia cresça.
Apesar dos dados mostrarem um grande avanço acerca da Segurança Social, na práctica a situação não é bem assim dado que muita populaçao moçambicana é de baixa renda e vive da produção própria. Como diz o Critério de Rawls “o bem estar social mede se através da melhoria de pessoas mais pobres”, ou seja para que haja desenvolvimento é necessário que a economia seja descentralizada, abrangido todo país, diferentemente do que está acontecendo agora de o desenvolvimento estar apenas a volta das zonas urbanas.
Essa tal melhoramento referido por Rawls pode ser alcançado tendo em consideração o tipo de Estado e a forma como esse Estado faz a Provisão dos Bens e Serviços. Para o caso de Moçambique, deve se pensar numa política capaz de tornar o sistema fiscal eficiente para a posterior ser aplicado uma execução eficiente da despesa pública.
Recomendações
Há muito a serfeito para que haja melhoi do bem estar social. Uma das primeiras coisas seria a descentralização económia para que todos os cidadãos moçambicanos possam beneficiar dos vários projectos criados pelo Estado com a intenção de melhor a vida.
Essa descentralização pode ser alcançada se todos tiverem a mesma causa de lutar por um Moçambique melhor e próspero,se houver eficiência nas decisões tomadas no parlamento refere a melhoria das condições de vida. Um exemplo de ineficiência é o caso do aumento de qualidade dos serviços de transporte colectivo quando se afirmou que os transportes semi-colectivos vulgo myloves,seriam proibidos de transportar pessoas sem que o Governo fizesse o estudo da quantidade ópima dos transportes necessários para melhorar as condições de vida.
Como recomendação, o Estado deve:
Analisar a viabilidade de várias propostos discutidas no parlamento;
Tornar a conhecer os objectivos da aplicação de várias políticas sociais para evitar situações de discórdias entre a População e o Estado;
Criar uma eficiente redistribuição de rendimento através de uma dotação das contribuições sociais (rendimento) de forma que os indivíduos beneficiários melhorem suas condições de vida;
Melhorar a eficácia administrativa da Segurança Social;
Criar uma relação entre as políticas sociais regionais e a segurança social para que a resdistribuição seja eficiente e abranja a todos.

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