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Tutoria III Mikaelly Pinheiro – Medicina t8 Existem vários tipos de colite, em que cada sinal e sintoma depende do tipo da doença que está acometendo o paciente. Temos a colite pseudomembranosa, colagenosa, linfótica, neutropênica(tiflite), por desvio, por citomegalovírus, pancolite e retocolite ulcerativa. Achados gerais como dor abdominal constante ou recorrente, fezes com sangue e muco, calafrios, muitas evacuações, desidratação, aumento da flatulência, alternância entre diarreia e prisão de ventre e febre podem estar presentes da colite. Os sintomas incluem caracteristicamente diarréia, muito frequente com sangramento retal, e às vezes dor abdominal. A colite ulcerativa pode afetar apenas a parte inferior do cólon, reto e é, então, chamada de proctite ulcerativa. Se a doença afetar apenas o lado esquerdo do cólon, ela é chamada de colite distal ou limitada. Se ela envolver todo o cólon, é pancolite, ou colite universal ou hemicolite esquerda. As manifestações clínicas mais comuns são diarréia, sangramento retal, eliminação de muco nas fezes e dor abdominal. Deve-se sempre excluir causas infecciosas. O diagnóstico é estabelecido pela avaliação da história clínica, exame das fezes, exame endoscópico e achados histopatológicos. A colite pseudomembranosa ocorre principalmente em adultos como uma doença diarréica aguda ou crônica. A colite linfocítica caracteriza-se por diarreia aquosa crônica e um importante filtrado- epitelial de linfócitos. Os pacientes podem ter por dia de 3 a 20 evacuações, acompanhadas de fortes dores abdominais. A gravidade da doença é melhor avaliada pela intensidade dos sintomas e pode ser classificada pelos critérios estabelecidos por Truelove e Witts3, úteis na definição terapêutica. As agudizações são classificadas em três categorias: a) leve: menos de 3 evacuações por dia, com ou sem sangue, sem comprometimento sistêmico e com velocidade de sedimentação globular normal; b) moderada: mais de 4 evacuações por dia com mínimo comprometimento sistêmico; c) grave: mais de 6 evacuações por dia com sangue e com evidência de comprometimentos sistêmicos, tais como febre, taquicardia, anemia e velocidade de sedimentação globular acima de 30. Casos com suspeita de megacólon tóxico também devem ser considerados graves. Importante ressaltar que no caso de colite amebiana a manifestação ocorre como uma doença subaguda, com evolução de 1 a 4 semanas, com perda de peso associada e diarreia sanguinolenta ou com sangue detectado por pesquisa de sangue oculto nas fezes. Os sintomas apresentam variação, desde diarreia leve a quadro disenteriforme grave, com presença de sangue e muco nas fezes, além de tenesmo, que na sua forma mais grave pode resultar na chamada “colite amebiana fulminante”, podendo evoluir com necrose intestinal, perfuração e peritonite e eventualmente megacólon tóxico. A colite necrotizante aguda ocorre em 0,4 a 0,5 por cento dos pacientes e apresenta mortalidade de 40 por cento. Febre é referida em 10 a 40 por cento dos pacientes. Doença causada pelo protozoário Entamoeba histolytica. A maioria das infecções tem curso assintomático, mas pode causar quadros disenteriformes e manifestações extraintestinais como abscesso hepático. Ocorrem 40 a 50 milhões de casos anuais no mundo com cerca de 40.000 a 100.00 mortes/ano, principalmente em pacientes que desenvolveram quadros de abcessos hepáticos ou colite necrotizante. A maioria dos casos envolvem países em desenvolvimento, imigrantes, viajantes para países em desenvolvimento e homossexuais do sexo masculino. A infecção pelas E. dispar e E. moshkovskii são mais frequentes do que pela E. histolytica, mas apenas esta última apresenta manifestações clínicas. A aquisição da infecção é por água ou comida contaminada, com ingestão de cistos contaminados. Posteriormente, o parasita se transforma em trofozoíta e invade o epitélio intestinal e causa destruição tecidual. A capacidade de causar doença invasiva que possui o trofozoíta depende de fatores como secreção de proteases, lise de células-alvo por contato ou apoptose, formação de poros em membranas lipídicas, alteração de permeabilidade intestinal. Resumindo: Entamoeba histolytica, que através da secreção de proteinases é capaz0 de destruir o tecido hospedeiro, matando as células- alvo por contato e fagocitando eritrócitos. Dessa forma, os trofozoítos invadem a mucosa intestinal, provocando a colite amebiana colite amebiana caracteriza-se pela presença de úlceras discretas, separadas por regiões de mucosa colônica de aparência normal. O processo de invasão tecidual é iniciado pelo reconhecimento de moléculas do epitélio intestinal pelo parasito. Em seguida, no processo de adesão celular há formação de um espaço intercelular denominado foco de adesão, no qual ocorre a secreção de proteínas necessárias ao processo de invasão tecidual. Além das proteínas mais importantes relacionadas com o processo de invasão, como as cisteína-proteinases e as lectinas específicas, a proteína quinase C exerce importante função, tanto no processo de citólise quanto na adesão trofozoítica à superfície celular, favorecendo a liberação de maior quantidade de cisteína- proteinase no foco de adesão e maior dano à célula-alvo, onde desenvolve uma rápida resposta inflamatória aguda, com presença de leucócitos polimorfonucleares e macrófagos, podendo ocasionar ulcerações profundas em forma de frasco com pescoço estreito e uma base ampla. À medida que a lesão progride, a superfície mucosa sobrejacente é privada de fluxo sanguíneo, sendo, por fim, necrosada, com perfuração da parede intestinal e infecção sistêmica. Importante salientar que Mediadores químicos como histamina, prostaglandinas, leucotrienos, quininas e citocinas pró- inflamatórias induzem alteração intestinal, dificultando a absorção alimentar. Mesmo quando não existem danos macro ou microscópicos, há evidências de que a presença de células inflamatórias possa prejudicar o processo de absorção intestinal, levando o hospedeiro a crises diarreicas Ao final da doença, pode ocorrer a formação de tecido granulomatoso, caracterizado pela formação de novos vasos (angiogênese), indicando a cura da lesão. Não se sabe se esse processo de reparo ocorre espontaneamente ou é secundário à quimioterapia antiamebiana. Tratamento adequado, nos casos de amebíase invasiva, cura a lesão sem a formação de tecido de cicatrização. Os mecanismos desse processo de reparo ainda não são complemente entendidos. A doença de Crohn é uma doença inflamatória séria do trato gastrointestinal. Ela afeta predominantemente a parte inferior do intestino delgado (íleo) e intestino grosso (cólon), mas pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal. A doença de Crohn habitualmente causa diarréia, cólica abdominal, às vezes febre, e sangramento retal. Também pode ocorrer perda de apetite, e de peso subsequente. Os sintomas podem variar de leve à grave, mas em geral, as pessoas com doença de Crohn podem ter vida ativa e produtiva. A doença de Crohn é crônica. Não sabemos qual é a sua causa. A colite ulcerativa se diferencia da doença de Crohn por afeta apenas o cólon. A inflamação é máxima no reto e estende-se até o cólon de modo contínuo, sem nenhuma área de intestino normal poupada, enquanto a doença de Crohn, pode afetar qualquer áreado trato gastrointestinal, incluindo o intestino delgado, e pode haver áreas de intestino normal entre as áreas de intestino doente, as chamadas áreas “poupadas”. As infecções diferem-se da colite amebiana exatamente pelo ausente causador, a doença de Crohn (DC) e a retocolite ulcerativa (RU), ambas idiopáticas, porém relacionadas a uma resposta imunológica anormal à microbiota bacteriana da luz intestinal. Enquanto a colite amebiana é uma complicação de uma doença causada por protozoário. Colonoscopia serve: para analisar detalhadamente todo o intestino grosso e eventualmente o final do intestino delgado. A Colonoscopia permite coleta de biópsias e procedimentos terapêuticos. A conoscopia virtual é de certa forma similar à convencional, só que é feita com um pouco mais de sofisticação. Na verdade, as imagens são obtidas através de uma tomografia computadorizada ou de uma ressonância magnética. Ou seja, não há necessidade de introduzir nada no seu corpo, porém não permite a realização de biópsias ou de polipectomias. De maneira geral, este exame não é feito em quem tem Doença de Crohn ou Retocolite, pois seu objetivo é pesquisar lesões específicas, como pólipos e pequenos tumores”. Ultrassonografia de abdome para avaliar lesões intra-abdominais, abscessos e espessamento de alças intestinais. pesquisa de anticorpos contra citoplasma de neutrófilos (ANCA) e contra epitopos oligomanosídicos (ASCA). Quando o exame de ANCA se mostra alterado o paciente tem maiores chances de ter retocolite; se o mesmo acontecer no exame de ASCA, o paciente é, com maior probabilidade, portador da doença de Crohn. ASCA IgA / IgG São os marcadores mais específicos para doença de Crohn, mas são pouco sensíveis. Nem todos os portadores de Crohn são positivos para eles, mas quando o resultado do teste é positivo é muito provável que seja mesmo Crohn. ANCA Utilizado para definir colite ulcerativa. Nos casos de Crohn, quando positivo, pressupõe um comportamento da doença similar ao que ocorre na colite ulcerativa. Hemograma é importante para análise de inflamação. Coprocultura é o exame bacteriológico das fezes. Em caso de colite amebiana é importante para detectar cistos e/ou trofozoítos no material fecal. A microscopia de preparações fecais coradas pelo lugol para pesquisa de cistos é a ferramenta mais usada no diagnóstico da amebíase. Fármacos, controle alimentar e cirurgia são as estratégias de tratamento, dependendo de cada caso. A cirurgia não tem finalidade curativa, devendo ser indicada quando houver complicações ou sintomas graves. Todas as infecções por E. histolytica têm indicação de tratamento, mesmo em pacientes assintomáticos, devido ao risco de desenvolvimento de doença invasiva. No caso de colites invasivas, o metronidazol é o agente de escolha em dose de 500 a 750 mg/dia por via oral três vezes ao dia, sendo que um curso de dez dias costuma ser suficiente, sendo associado a um agente intraluminal como a paromomicina, para eliminar os cistos intraluminais. Pacientes assintomáticos com E. histolytica ( E. e não dispar / E. moshkovskii ) devem ser tratados apenas com um agente intraluminal isolado. Alternativas ao metronidazol incluem tinidazol, ornidazol e nitazoxanida. A dose de paromicina, por sua vez, é de 25-30 mg/ kg por dia, via oral, em três doses por sete dias, existem outras opções como a etofamida. O tratamento levando em consideração a alimentação é de extrema importante para os diversos tipos de colites O exame do toque retal é extremamente importante para prevenção e diagnóstico de doenças da próstata. O toque retal pode evidenciar nódulo ou ulceração essa cavidade. O exame supracitado auxilia no direcionamento do tratamento além de evitar agravações de doenças se for feito no período correto. No entanto, mesmo sendo de conhecimento público a importância do exame de toque retal, ele ainda continua um tabu, o que torna dificultosa a atividade médica de prevenção e tratamento em referida área. Muitos pacientes se negam a realizar o exame por questões de medo, vergonha e preconceito. Diante disso, cabe aos exames complementares a à anamnese uma melhor conclusão do caso clínico em casos que o paciente recusa-se a realizar o exame de toque retal. Associação Brasileira de Colite ulcerativa e doença de Crohn- https://abcd.org.br/sobre-a-colite-ulcerativa/ Acesso em: 18 de setembro de 2019 SANDER, Gilherme, et.al, -Protocolo Clínico e Diretrizes terapêuticas Retocolite Ulcerativa, nº 861, de 04 de novembro de 2002. 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