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PRÁTICA SIMULADA V - AULA 5 - HABEAS CORPUS

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PRÁTICA SIMULADA V
CASO CONRETO – AULA 5
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO
{10 LINHAS}
ADVOGADO, OAB Nº, com escritório (endereço completo), para fins do Artigo 77, inciso V, do Código de Processo Civil (CPC), em favor da paciente MATILDE, nacionalidade, estado civil, profissão, identidade, CPF, domiciliada no Rio de Janeiro, impetrar:
HABEAS CORPUS
contra ato ilegal praticado pelo JUIZ DE DIREITO DA 10ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, pelos fatos e fundamentos a seguir:
I – FATOS
A paciente está sendo executada por seus filhos, Jane e Gilson, menores, com treze e seis anos, respectivamente, representados por seu pai, Gildo. 
A execução trata de alimentos, onde a paciente foi citada para pagar a quantia de R$5.000,00 (cinco mil reais), referente aos últimos 5 meses impagos dos alimentos fixados em sentença de juízo da mesma Vara de Família.
Diante da real impossibilidade da executada em adimplir sua dívida por estar desempregada há um ano, o magistrado decretou a prisão da mesma, pelo prazo de sessenta dias.
II - FUNDAMENTOS 
O CPC traz em seu artigo 528, parágrafo 7º o seguinte:
“Art. 528 - No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
§ 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.”
Sendo assim, não cabe a prisão da paciente pelos 5 meses inadimplidos.
Resta ainda, entendimento sumulado sobre o assunto no Superior Tribunal de Justiça:
SÚMULA 309 - STJ
“O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.”
A Constituição Brasileira dispõe em seu artigo 5, inciso LXVIII, sobre o cabimento do Habeas Corpus, fazendo-se entender que o presente é cabível para garantir o direito de ir e vir da paciente, juntamente com o Código de Processo Penal (CPP), conforme segue:
“Art. 5 - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;”
“Art. 647, CPP - Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.”
II.A – DA LIMINAR
Não resta dúvida quanto ao fumus bon iuri diante da inadequação procedimental do ato em que decretou a prisão da paciente por inadimplemento de 5 meses de alimentos.
O periculum in mora resta evidenciado no que toca à liberdade da paciente, sendo inconstitucional a privação do seu direito de ir e vir. 
III – DOS PEDIDOS
Pelo exposto requer:
Que seja concedida liminar para que Vossa Excelência determine o salvo conduto da paciente;
Que seja notificada a autoridade coatora para, no prazo de 10 dias, prestas informações;
A intimação do Ministério Público;
Que seja julgado procedente o pedido para determinar em definitivo o salvo conduto da paciente;
IV – PROVAS
Segue em anexo decisão de decretação da prisão da paciente.
P. deferimento
Local e data
Advogado
OAB

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