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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA Resenha Crítica de Caso Mauricio Menezes Santos Trabalho da disciplina Governança Corporativa e Excelência Empresarial Tutor: Prof. Ricardo Barbosa da Silveira Salvador 2019 2 Estudo de Caso ESCANDÂLO DA CONTABILIDADE DA TOSHIBA: COMO A GOVERNANÇA CORPORATIVA FALHOU Referência: MISAWA, Mitsuru. Escândalo da Contabilidade da Toshiba: Como a Governança Corporativa Falhou. Harvard Business School. Acesso em 02/11/2019. O estudo de caso trata sobre os fatos ocorridos na contabilidade da empresa Toshiba, em 2015 o escândalo veio à tona devido a uma auditoria interna que mostrou irregularidades nas contas da empresa e que seus lucros haviam sido inflacionados. Tudo começou quando a própria Toshiba começou as investigações das práticas contábeis da empresa, resultando na demissão do seu executivo-chefe, do seu presidente e de outros oito membros adicionais do conselho. Com a posse de um novo presidente a empresa criou um comitê de terceiros para realizar uma auditoria detalhada das rotinas contábeis do grupo. Os resultados mostraram que a Toshiba havia sobreavaliado os seus lucros por cerca de sete anos gerando uma perda líquida acumulada em mais de 151,8 bilhões de ienes. Após realizarem uma análise mais detalhada destas perdas chegou-se à informação de que grande parte destas eram referentes as linhas de produtos de computadores pessoais e de bens de consumo duráveis. Essas perdas se deram através de uma mudança estratégica que alterou a participação na produção de bens de consumo duráveis da empresa no exterior no final dos anos 2000, a estratégia não deu certo devido ao iene ter perdido valor em relação as demais moedas. Porém, a concorrência do mercado de computadores também interferiu para essas perdas operacionais que representou um declínio de 54,6 bilhões de ienes em relação ao ano anterior. A empresa estava sendo sustentada pelo seu segmento de semicondutores que estava prosperando devido ao crescimento das vendas de memórias flash de smartphone. 3 A auditoria realizada na Toshiba mostrou que além de aumentar os lucros a empresa também realizou várias amortizações. Estas ações ocorreram devido ao fato dos executivos terem sido submetidos a uma grande pressão após o desastre de Fukushima em 2011 que trouxe grande impacto a unidade nuclear da Toshiba, na época a administração da empresa estabeleceu metas agressivas em diversos setores buscando compensar as perdas, porém isso levou os executivos a aumentarem os valores para criar um impressão que as metas estavam sendo atingidas. A cultura corporativa de Toshiba evidenciava um ambiente de grande pressão corporativa além de metas difíceis de serem atingidas, esses aspectos em conjunto com a cultura descendente da organização gerou a expectativa de que os funcionários deveriam mostrar lealdade aos seus superiores, o que resultou em uma conduta contábil ilegal. Entretanto, os erros da empresa não dizem respeito apenas a falta de governança corporativa e aos fracos controles internos, mas, também, são resultados de uma equipe de gerenciamento corporativo irresponsável. As irregularidades apresentadas ao invés de se limitarem ao setor de infraestrutura onde foram encontradas as primeiras falhas na maioria dos setores da empresa. A abrangência que essas irregularidades tomaram desencorajou os funcionários a questionar os seus superiores, onde manipular os números de ganhos e a inflação tornou-se algo tão coerente que era praticamente impossível algum funcionário questionar esta prática ilegal. O único jeito para resolver esta situação foi reestruturar completamente a equipe de gerenciamento. Considerada a percursora na governança corporativa, a Toshiba começou o seu processo de reforma no ano de 1990 e em 1998 criou um sistema com uma estrutura de governança de comitê que transformou o gerenciamento da organização. Este sistema aumentou a autoridade dos membros do conselho externo além da forte fiscalização externa que deveria ser um exemplo avançado de governança corporativa. No entanto em 2008, a empresa liderada pelos seus executivos deu início aos esforços para alcançar maiores lucros acima das considerações estipuladas, infelizmente esta conduta não foi impedida pelos controles de governança corporativa, embora os membros dos conselhos tenham 4 sido privados do verdadeiro desempenho da empresa, estas perdas também passaram despercebidas pelos membros externos do conselho. Estas práticas fraudulentas mostraram as imperfeições do modelo de governança da Toshiba sendo considerado nada mais que um modelo ilusório. Em setembro de 2015, o Diretor Executivo Representante, presidente e CEO da Toshiba, Masashi Muromachi, emitiu uma desculpa pública aos sócios e acionistas da organização, prometendo que a empresa retornaria aos princípios em que a organização havia sido originalmente formada e que a diretoria trataria a vida humana, segurança e conformidade como as maiores prioridades na próxima reestruturação. O presidente também falou sobre a demora da empresa em publicar os resultados financeiros e se comprometeu a repor os resultados financeiros para os últimos exercícios fiscais e que todas as informações contábeis seriam informadas as autoridades responsáveis.