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Cap I – Noções de Economia, Custo, Lucro e Regime de Capitalização Simples Profº Msc, Antônio Carlos da F. Sarquis profsarquis@terra.com.br Cel: 995710989 CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ECONOMIA DA ENGENHARIA CUSTO E LUCRO NO PROCESSO DA PRODUÇÃO CUSTOS E LUCRO NO PROCESSO DE PRODUÇÃO • CÁLCULO PRÁTICO DO CUSTO, RECEITA E LUCRO C = CF + CV (CF=CUSTO FIXO e CV=CUSTO VARIÁVEL) L = R – C L = R – (CF + CV) (L = LUCRO e R = RECEITA) R = Qp (Receita = quantidade vendida x preço de venda unitário) CV = QCVu (quantidade produzida x custo variável unitário) Então: L = Qp – (CF + QCVu) = Qp – CF – QCVu L+CF = Q(p – CVu) Q= CF+ L/p – Cvu • EQUAÇÃO DO PONTO DE EQUILÍBRIO (Break – Even – Point) No ponto de equilíbrio o lucro = zero Qe = CF/p - CVu (R = C) Qe = Quantidade de equilíbrio CUSTO E LUCRO CV CF R R$ R$ R$ Q Q Q R$ Q CUSTO TOTAL Qe Re BPE Estudo Gráfico de Receitas e Quantidades: CUSTO E LUCRO R$ Q CV CF R Custo total Re Rt T Qe Qt A receita de equilíbrio (Receita a partir da qual a empresa não terá prejuízo) será dada em função da quantidade de equilíbrio. Determine a equação da Receita de equilíbrio Re. A Margem de segurança (MS) é o quanto a empresa trabalha acima do ponto de equilíbrio e pode ser expressa em unidades físicas (quantidades), em valor monetário ($$$$) ou em (%). Determine a Margem de segurança de uma empresa em cada uma das modalidades acima. CUSTO E LUCRO * CUSTO E LUCRO Voltando ao exemplo da fábrica de camisas: Preço de comercialização = R$7,00 CF=100,00 CV=2q R=7q C = CV + CF = 2q + 100 L = R – C = 7q – (2q + 100) L = 5q - 100 MARGEM DE SEGURANÇA (MS) A Margem de Segurança determina o lucro da Organização em um dado momento dos seus processos produtivos, pois ela indica o quanto a empresa opera acima (lucro) ou abaixo do ponto de equilíbrio (prejuízo) ALGEBRICAMENTE: Em unidades físicas: MS = Qt – Qe Em unidades monetárias: MS = Rt – Re Em percentual: MS = (Qt-Qe/Qe) x 100% MS = (Rt-Re/Re) x 100% MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO (MG) MG = P (Preço unitário de venda) – CVu (Custo variável unitário) Exemplo: Produto 1 Produto 2 P = $ 10,00 P = $ 1000,00 Cvu = $ 8,00 Cvu = $ 998,00 Mg = $ 2,00 p/unidade Mg = $ 2,00 p/unidade Os produtos, aparentemente possuem o mesmo desempenho em termos da MG, então, qualquer conclusão pode ser precipitada, caso não comparemos a MG unitária com algum parâmetro que nos permita distinguir situações aparentemente iguais; no caso a comparação será com o preço unitário; CUSTO E LUCRO A MG para toda a produção será dada por: MgxQ = (p-Cvu)xQ MgQ = PQ – CVuQ Mg total = Rt – CVt LUCRO EM FUNÇÃO DA MG: Lt = Rt-Ct Lt = pQ – (CV + CF) Lt – pQ – CVuQ – CF Lt = Q(p-Cvu) – CF, então Lt = QMg – CF (L = MS x MG) CUSTO E LUCRO CUSTO E LUCRO NO PROCESSO DA PRODUÇÃO CONCEITOS DE ECONOMIA Conceito de Economia Deriva do grego: “aquele que administra o lar”. Economia é uma ciência social que estuda como os indivíduos e a sociedade decidem utilizar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre os grupos da sociedade, com a finalidade de satisfazer as necessidades humanas. A ciência que estuda a escassez. A ciência que estuda o uso dos recursos escassos na produção de bens alternativos. O Estudo da forma pela qual a sociedade administra seus recursos escassos. CAP I – NOÇÕES DE ECONOMIA e REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES Por que razão o homem criou as empresas? A resposta a essa pergunta pode ser encontrada na história de Robinson Crusoé, normalmente, citada nos livros de ensinamentos básicos de economia, mostra-nos a essência consumista do ser humano. Em seus primeiros dias, na condição de náufrago em uma ilha deserta, todo seu tempo era destinado basicamente para obtenção de alimentos para seu consumo. Provavelmente, alimentava-se de peixes apanhados com suas próprias mãos. Ao querer mudar essa rotina, sacrificou parte desse tempo, e também de sua própria alimentação, para desenvolver um mecanismo mais sofisticado para a sua pescaria, talvez uma lança ou uma rede de pesca. A partir de então, obtinha recursos excedentes aos que necessitava para seu consumo imediato, gerando assim uma reserva que caracterizamos como uma poupança, ou seja , uma garantia para o consumo do dia de amanhã. Em sua nova rotina, sobrava-lhe tempo para se dedicar ao lazer. Foi quando se deu conta da necessidade de uma moradia e sacrificando parte do tempo destinado a seu lazer, construiu uma cabana que lhe satisfazia não apenas o dia de amanhã, mas também para os dias depois de amanhã. Caracterizamos, assim, o conceito de investimentos, ou seja, uma garantia do consumo para o depois de amanhã. Investimento, pois, representa um potencial de consumos presentes e futuros. Por que razão o homem criou as empresas? CAP I – NOÇÕES DE ECONOMIA e REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES Como podemos gerar riqueza? Podemos produzir riqueza alugando bens que possuímos a quem pagar por isso. Venda de bens não é um meio de produzir riqueza pois isso apenas a transforma. A única possibilidade de venda produzir riqueza é quando o produto vendido não se esgotar. CAP I – NOÇÕES DE ECONOMIA e REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES Quais são os fatores de produção capazes de gerar riqueza? O valor dessa riqueza é determinado pela oferta e pela procura CAP I – NOÇÕES DE ECONOMIA e REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES As operações do Sistema Financeiro Nacional podem ser realizadas por meio de quatro grandes segmentos: Mercado cambial Mercado monetário Mercado de crédito CAP I – NOÇÕES DE ECONOMIA e REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES Mercado Financeiro Cambial Monetário Crédito Valores Mobiliários Transforma-ção de moeda estrangeira em moeda nacional e vice-versa A vista e a curto prazo Controle da liquidez bancária A vista, curto e curtíssimo prazo Financiamentos: Capital Giro Capital Fixo Habitação Rural Consumo Prazos curto, médio e aleatórios Financiamentos: Capital Giro Capital Fixo Underwriting Ações Debêntures Prazos curto, médio, longo e indeterminado CAP I – NOÇÕES DE ECONOMIA e REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES Dinheiro Tempo RETORNO TEMPO OU LIQUIDEZ RISCO CAP I – NOÇÕES DE ECONOMIA e REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES CAP I – NOÇÕES DE ECONOMIA e REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES REVISÃO DE CONCEITOS DE MATEMÁTICA RAZÃO, PROPORÇÃO, GRANDEZAS PROPORCIONAIS RAZÃO: Dados dois números a e b, com b diferente de zero, chamamos de razão de a para b, ou simplesmente razão entre a e b, nessa ordem, ao quociente a/b. a=antecendente e b=consequente Exemplo: Em 2007 uma fábrica lucrou R$ 300.000,00 com a venda de um produto e em 2008 lucrou R$ 450.000,00. 450.000,00/300.000,00 = 1,5, significa que a fábrica lucrou em 2008, 1,5 vezes em relação a 2007. PROPORÇÃO: Duas razões a/b e c/d, com b e d diferentes de zero, a sentença de igualdade a/b = c/d; chamamos de proporção. Em toda proporção: a.d = b.c; ou seja; o produto dos extremos é igual ao produto dos meios. Exemplo: Retornemos a fábrica do exemplo anterior: 2007 – 300.000,00 2008 – 450.000,00 2009 – 600.000,00 2010 – 900.000,00 450.000,00/300.000,00 = 900.000,00/600.000,00 = 1,5 RAZÃO, PROPORÇÃO, GRANDEZAS PROPORCIONAIS RAZÃO, PROPORÇÃO, GRANDEZAS PROPORCIONAIS GRANDEZAS DIRETAMENTE PROPORCIONAIS: Quando uma aumenta ou diminui, a outra aumenta ou diminui na mesma proporção. X = quantidade de bolsas vendidas Y = preço de venda de uma bolsa Perdi2 kg no último mês. Eu pesava 230 kg, mas perdi 2 kg no mês passado. Meu filho pesava 8 kg, mas perdeu 2 kg no mês passado. PORCENTAGEM Ações da Eletrobrás tiveram alta de R$ 0,52. Um lote de 1000 ações da Eletrobrás custava R$ 36,60, mas ontem tiveram alta de R$ 0,52. Um lote de 1000 ações da Eletrobrás custava R$ 0,41, mas ontem tiveram alta de R$ 0,52. PORCENTAGEM Dólar subiu R$ 0,25. O dólar estava cotado em R$ 2,00 mas ontem subiu R$ 0,25. O dólar estava cotado em R$ 285,97 mas ontem subiu R$ 0,25. PORCENTAGEM Porcentagem é a fração (ou parte) de um valor ou quantidade, que se determina pela quantidade correspondente a cada 100. As porcentagens fazem parte do nosso dia-a-dia. Os casos de dengue reduziram 35% neste ano. A gasolina vai ter um aumento de 8%. A inflação de 2009 não deve ser superior a 10%. PORCENTAGEM Por que utilizamos tanto os percentuais? Porque os percentuais transmitem mais facilmente as relações aritméticas nos negócios, estatísticas e notícias. O número de casos de dengue reduziu de 327 em 2003 para 258 em 2004. Dos 7 500 funcionários da Usiminas, 5 851 são casados. OU Em 2004 o número de casos de dengue reduziu 21% chegando a 258 casos. 78% dos 7 500 funcionários da Usiminas são casados. PORCENTAGEM O conceito de porcentagem surge quando relacionamos duas grandezas, sendo a linguagem preferencial na discussão de aumentos e descontos. PORCENTAGEM Frações x Percentuais 5% = 5/100 = 1/20 = 0,05 20% = 20/100 = 1/5 = 0,2 80% = 80/100 = 4/5 = 0,8 100% = 100/100 = 1 = 1 200% = 200/100 = 2/1 = 2 Existem três formas de se expressar uma porcentagem Percentual Fracionária Decimal Frações x Percentuais Como calcular 20% de 130? 20% = 20/100 = 1/5 = 0,2 Multiplicamos 130 por 20/100 Multiplicamos 130 por 1/5 Multiplicamos 130 por 0,2 obtendo 26 Calcular uma determinada porcentagem de um valor. Frações x Percentuais De percentual para decimal: andamos com a vírgula duas casas para a esquerda. Ex: 25,5% = 0,255 De decimal para percentual: andamos com a vírgula duas casas para a direita. Ex: 0,385 = 38,5% Na aplicação das fórmulas para resolução dos problemas da Matemática Comercial e Financeira utilizamos as porcentagens escritas na forma decimal. Como transformar percentuais para decimais e vice-versa? Frações x Percentuais Exemplos : Percentual Decimal 32,56% 5% 1,25% 225% 65,35 % 7,6% 0,52% 362,5% Frações x Percentuais p = C . i Ex : Quanto é 32,5% de 220? p = C . i p = 220 . 0,325 p = 71,5 Problema Básico Para calcular o valor de p (parte do todo), devemos multiplicar C (o todo) por i (taxa percentual), sendo i expressa em notação fracionária ou decimal: Exercícios 1) João, no primeiro trecho de sua caminhada, percorreu 12% de uma estrada. Ao concluir o segundo trecho, correspondente a 1200 metros, o percentual percorrido passou a ser 16% da estrada. Determine a extensão da estrada. 2) Um autor recebe 10% de direitos autorais de um livro que é vendido por R$ 75,00. Para que o autor ganhe R$ 11.730,00 determine o número de livros que deve ser vendido. Exercícios 3) Para a estréia de um espetáculo foram emitidos 1800 ingressos, dos quais 60% foram vendidos até a véspera do dia de sua realização por um preço unitário de R$ 45,00. Considerando que todos os ingressos emitidos serão vendidos, por quanto cada ingresso deverá ser vendido no dia do espetáculo para que a arrecadação total, com a venda dos ingressos, seja de R$ 88.200,00? Aumento percentual: Valor final = Valor inicial + aumento Valor final = C + C . i Valor final = C (1 + i ) Aumentos e Descontos Como vimos p = C . i pode ser o aumento ou o desconto percentual. Logo, o valor final poderá ter recebido um acréscimo ou uma redução. Desconto percentual: Valor final = Valor inicial - desconto Valor final = C - C . i Valor final = C (1 - i ) PORCENTAGEM Solução: Valor Final = Valor inicial + aumento Valor final = C + C . i Valor final = C (1+ i) Valor final = 18,25 (1 + 0,05) Valor final = 18,25 . 1,05 = 19,16 Resposta : A ação passou a valer R$ 19,16 Exemplo 1 Uma ação cujo valor era R$ 18,25 subiu 5%. Qual é o novo valor dessa ação? PORCENTAGEM Solução: Valor final = Valor inicial - desconto Valor final = C - C . i Valor final = C ( 1 - i ) Valor final = 18,25 (1 - 0,05) Valor final = 18,25 . 0,95 = 17,34 Resposta : A ação passou a valer R$ 17,34 Exemplo 2 Uma ação cujo valor era R$ 18,25 desvalorizou em 5%. Qual é o novo valor dessa ação? PORCENTAGEM Exemplo 3: Um computador custa R$ 2.500,00. Seu preço sofreu um aumento de 30%, devido à elevação dos custos de seus componentes. Como a loja não consegue vender um computador devido ao reajuste, fez uma promoção dando 30% de desconto em seu preço. Determine o novo preço de venda. Preço com aumento = 2 500 . (1 + 0,3) = R$ 3.250,00 Preço com desconto = 3 250 . (1 – 0,3) = R$ 2.275,00 => Preço original = R$ 2.500,00 Preço final = R$ 2.275,00 Preço final é diferente do preço original ! POR QUÊ? Exemplo 4: Se uma ação da bolsa de valores cair 10% em uma semana e subir 10% na próxima semana, o seu preço sofre alteração? Valor inicial = x Valor após queda de 10% = x . (1 - 0,1) = 0,9 . x Valor após a alta de 10% = 0,9 . x . (1 + 0,1) = 0,99 . x Supondo um valor inicial de R$ 1.000,00 o valor final da ação seria de R$ 990,00. A: 32/400 → 32/400 = X/100 → X = 8% B: 42/600 → 42/600 = X/100 → X = 7% O País A teve uma taxa de crescimento do PIB, maior que a do País B. As razões de denominador 100, são chamadas de razões centesimais, taxas percentuais ou simplesmente porcentagens PORCENTAGEM VARIAÇÃO PERCENTUAL Suponhamos que no início do mês, o preço de um determinado produto seja R$ 20,00 e, no final do mês o preço tenha aumentado para R$ 21,00. O aumento foi de R$ 1,00. A razão entre o aumento e o valor inicial, é chamada de variação percentual do preço entre as datas consideradas. J = 1/20 = 0,05 = 5% Generalizando: J = (Vt – V0))/V0 = (Vt/V0) – 1 Onde: V0 = Valor na data inicial Vt = Valor numa data futura J>0 – Taxa percentual de crescimento J<0 – Taxa percentual de decrescimento (Valor absoluto) PORCENTAGEM VARIAÇÕES PERCENTUAIS SUCESSIVAS Considerando os instantes de tempo 0, t1, t2, t3,.....,tn-1,tn, com 0<t1<t2<t3<.......<tn De 0 – t1 → J1 De t1 – t2 → J2 De t2 – t3 → J3 De tn-1 – tn → Jn Chamaremos J1, J2, J3,......,Jn de variações percentuais sucessivas 0 t1 t2 t3 tn-1 tn J1 Jn J3 J2 PORCENTAGEM VARIAÇÕES PERCENTUAIS ACUMULADAS Se indicarmos por V0, V1, V2, V3,.......,Vn os valores das grandezas nas datas 0, t1, t2, t3,......,tn-1, tn, poderemos escrever: J1 = (V1/V0) – 1 → V1 = V0(1+J1) J2 = (V2/V1) – 1 → V2 = V1(1+J2) = V0(1+J1)(1+J2) J3 = (V3/V2) – 1 → V3 = V2(1+J3) = V0(1+J1)(1+J2)(1+J3) Assim, concluímos que: Vn = V0(1+J1)(1+J2)(1+J3).......(1+Jn) A Variação percentual entre as datas 0 e tn damos o nome de Variação percentual acumulada, também conhecida como Jac e expressa por: Jac = (Vn/V0) – 1 , substituindo o numerador temos: PORCENTAGEM Jac = (Vn/V0) – 1 , substituindo o numerador temos: Jac = {V0(1+J1)(1+J2)........(1+Jn)/V0} – 1 Jac = {(1+J1)(1+J2)(1+J3)........(1+Jn)} – 1 Exemplo 5: Uma mercadoria de R$ 120,00 sofre um aumento de 10% em um mês e de mais 15% no próximo mês. Qual será o preço final da mercadoria? De quanto será o aumento total sobre o preço original? Atenção: não é 25% !!! Preço inicial = R$ 120,00 Preço após 1o Aumento = 120 . (1 + 0,10) Preçoapós 1o Aumento = 132 Preço final (após 2o aumento) = 132 . (1 + 0,15) Preço final = R$ 151,80 Valor final = Valor inicial (1 + i) 151,80 = 120 (1 + i) 1 + i = 151,80 / 120 1 + i = 1,265 => i = 0,265 = 26,5% (aumento total) MATEMÁTICA COMERCIAL É a disciplina que estuda as operações correntes do comércio. Ex: Análise de custo de aquisição de mercadorias, fixação de preços de venda, determinação de margens de lucro, negociação de descontos. Lucro em função do preço de custo Toda mercadoria possui : Preço de Custo PC Preço de Venda PV Lucro L PV = PC + L Exemplos : 1) Se o preço de custo de um determinado produto é R$ 120,00 e ele é revendido por R$ 150,00, determine: a) o lucro obtido na venda do produto. b) o lucro percentual. 2) Uma pessoa comprou um computador por R$ 4.000,00 e deseja vende-lo para obter um lucro de 20% sobre a compra, determine o preço de venda do computador? 3) Um investidor comprou um terreno e o revendeu, por R$ 18.750,00 lucrando 25% . Determine o preço de custo? Lucro em função do preço de custo Lucro em função do preço de custo (mark-up) Mark-up É o índice aplicado sobre o preço de custo de um bem ou de um serviço para a formação do preço de venda. Finalidades: Cobrir impostos incidentes sobre a receita de venda Cobrir gastos variáveis sobre as vendas Cobrir financiamentos das vendas Cobrir despesas administrativas fixas Cobrir custos indiretos de produção fixos Proporcionar lucro na venda do produto Lucro em função do preço de custo Lembrando da relação: Preço de Venda = Preço de Custo + Lucro Se o lucro será definido como um percentual (mark-up) do preço de custo, então : Preço de Venda = Preço de Custo + % do Preço de Custo Mark-up = Pr. Venda - Pr. Custo = Lucro . Pr. Custo Pr. Custo Lucro em função do preço de venda Também podemos determinar o preço de venda a partir do lucro desejado sobre esse preço de venda, e nesse caso estamos calculando a Margem. É muito utilizado porque identifica quanto se está ganhando em relação a qualquer faturamento. Lucro em função do preço de venda Lembrando da relação : Preço de Venda = Preço de Custo + Lucro Se o lucro será definido como um percentual (margem) do Preço de Venda, então : Preço de Venda = Preço de Custo + % do Preço de Venda Margem = Pr. Venda - Pr. Custo = Lucro . Pr. Venda Pr. Venda Mark-up e Margem - Exercícios e Exemplos Práticos Exemplo 1: Se o preço de custo de um determinado produto é R$ 120,00 e ele é revendido por R$ 150,00, determine a “margem” e o “mark-up” obtido na venda do produto. Lucro = PV - PC = 150 - 120 L = R$ 30,00 Margem = L / PV Margem = 30/150 Margem = 0,20 = 20% Mark-up = L / PC Mark-up = 30/120 Mark-up = 0,25 = 25% Exemplo 2: Se o preço de custo de um determinado produto é R$ 25,00 e ele é revendido com um “mark-up” de 18%, determine o preço obtido na venda do produto e margem obtida. Mark-up = L / PC L = Mark-up * PC = 0,18 * 25 Lucro = R$ 4,50 PV = PC + L PV = 25 + 4,5 PV = R$ 29,50 Margem = L / PV = 4,5 / 29,50 Margem = 0,1525 = 15,25% Exemplo 3: Se o preço de venda de um determinado produto é R$ 150,00 e ele é revendido com uma margem de 27% determine o preço de custo do produto e o “mark-up” obtido. Margem = L / PV L = Margem * PV = 0,27 * 150 Lucro = R$ 40,5 PV = PC + L PC = PV - L PC = 150 - 40,5 PC = R$ 109,50 Mark-up = L / PC = 40,5 / 109,5 Mark-up = 0,3699 = 37% Exemplo 4: Se o preço de custo de um determinado produto é R$ 125,00 e ele é revendido com uma margem de 8%, determine o preço de venda do produto. Margem = L / PV Margem = (PV - PC) / PV 0,08 = (PV - 125) / PV 0,08 * PV = PV -125 0,92 * PV = 125 PV = 125 / 0,92 = R$ 135,87 REGRA DE SOCIEDADE A regra de sociedade deve ser entendida como sendo um grupo de pessoas físicas ou jurídicas que reúnem um capital para ser aplicado por um determinado tempo, em uma atividade comercial, podendo ocorrer lucros e prejuízos. Existem 3 casos possíveis de formação de sociedade: CAPITAIS IGUAIS E TEMPOS DIFERENTES CAPITAIS DIFERENTES E TEMPOS IGUAIS CAPITAIS DIFERENTES E TEMPOS DIFERENTES CAPITAIS IGUAIS E TEMPOS DIFERENTES Três pessoas construíram uma sociedade, sendo que o primeiro permaneceu 4 meses, o segundo 3 meses e o terceiro 8 meses. Quanto ganhou cada um se a sociedade teve um lucro de R$ 15.000,00. Solução: O lucro ou prejuízo da sociedade será dividido em partes diretamente proporcionais ao tempo de permanência do sócio. Sejam x, y e z as variáveis que representam, respectivamente, os sócios que permaneceram durante a sociedade com os seguintes tempos: 4, 3 e 8 meses. 2. CAPITAIS DIFERENTES E TEMPOS IGUAIS Solução O lucro ou prejuízo será dividido pelos sócios em partes diretamente proporcionais aos capitais aplicados pelos sócios a, b, c e d, são as partes do lucro que caberá a cada sócio Quatro pessoas formaram uma sociedade com os seguintes capitais: o 1º com R$ 6000,00, o 2º com R$ 4000,00 e o 3º com R$ 5000,00 e o 4º com R$ 6000,00. No fim de certo tempo a sociedade apresentou um lucro de R$ 84000,00. Quanto coíbe a cada sócio? 3.CAPITAIS DIFERENTES E TEMPOS DIFERENTES Neste caso, o lucro será dividido pelos sócios em partes diretamente proporcionais aos produtos do tempo pelo capital aplicado de cada sócio Uma empresa teve um lucro de R$ 72000,00. O primeiro sócio empregou R$ 2000,00 durante 6 meses, o segundo com R$ 5000,00 por 1 ano e o terceiro com R$ 4000,00 durante 1 ano e 6 meses. Qual foi o lucro de cada sócio? Solução: As variáveis a, b e c representam a parte do lucro de cada sócio: MATEMÁTICA FINANCEIRA REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES Pergunta inicial Se um amigo lhe pedisse $ 100,00 para lhe pagar os mesmos $ 100,00 daqui a um ano, o que você acharia ? CAP I – NOÇÕES DE ECONOMIA e REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES Valor do dinheiro no tempo Com certeza, por melhor que fosse seu amigo, a proposta não seria vista com bons olhos!!! Alguns pontos vêm a mente: Será que ele vai me pagar? Será o poder de compra dos $ 100,00 daqui a um ano o mesmo? Se eu permanecesse com os $ 100,00, poderia aplicá-los na poupança e ganhar rendimentos? CAP I – NOÇÕES DE ECONOMIA e REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES Princípio básico CAP I – NOÇÕES DE ECONOMIA e REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES Componentes do custo do $ Os pontos questionados remetem ao custo do dinheiro. Ao transportar $ no tempo, existe um custo que pode ser decomposto em: inflação risco de crédito taxa real de juros CAP I – NOÇÕES DE ECONOMIA e REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES Regra básica Assim, existe uma regra básica da matemática financeira que deverá ser sempre respeitada: CAP I – NOÇÕES DE ECONOMIA e REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES Diagrama de Fluxo de Caixa Também denominado DFC Consiste em uma representação gráfica da movimentação de $ no tempo Seus elementos principais são: Escala horizontal: tempo ou período de capitalização Seta para cima: entrada de caixa Seta para baixo: saída de caixa CAP I – NOÇÕES DE ECONOMIA e REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES Exemplo de DFC Juros Simples Objetivos: apresentar os conceitos de juros simples proporcionalidade de taxas operações com equivalência de capitais descontos com juros simples CAP I – NOÇÕES DE ECONOMIA e REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES Juros Simples Pré-requisito básico!!! Juro e Consumo • Existe juro porque os recursos são escassos. • As pessoas têm preferência temporal: preferem consumir a poupar. • O prêmio para quem poupa é o juro. CAP I – NOÇÕES DE ECONOMIA e REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES Juro e Capital • O Capital também é escasso. • O Juro é a remuneração pelo uso do capital. • O Juro é a remuneração pelo custo do crédito.CAP I – NOÇÕES DE ECONOMIA e REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES Conceito de Juros Os fatores de produção considerados em economia tem remuneração diferenciada. Ao trabalho se remunera com o salário, à terra com o aluguel, à capacidade administrativa com o lucro, à técnica com o 'royalty' e ao capital com os juros. CAP I – NOÇÕES DE ECONOMIA e REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES Conceito de Juros Portanto, os juros são o preço do capital. Sob o ponto de vista do tomador, é o preço a ser pago pela oportunidade de dispor de um capital ao longo de um tempo. Sob o ponto de vista do emprestador, é o prêmio pela troca de uma satisfação presente por outra futura. CAP I – NOÇÕES DE ECONOMIA e REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES Conceito de Juros No nosso cotidiano, estamos sempre vivenciando situações que envolvem juros: as compras a prazo, o cheque especial, o cartão de crédito, o atraso no pagamento de mensalidades. Estas situações envolvem sempre um segundo fator, o Tempo: as mercadorias adquiridas serão pagas em determinados prazos, o cartão de crédito em um certo dia e as mensalidades terão acréscimo de juros se pagas após certa data. CAP I – NOÇÕES DE ECONOMIA e REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES CÁLCULO DO JURO - Ao valor aplicado; - Ao tempo de aplicação. JURO SIMPLES • A remuneração pelo capital inicial (o principal) é diretamente proporcional: • FÓRMULA BÁSICA: J = P . i . n onde: J = Juro P = Capital inicial (Principal) i = Taxa de Juros (na forma unitária) n = prazo de aplicação (na mesma unidade que a taxa) Exemplo Suponhamos que se tome emprestada a quantia de $1.000,00 pelo prazo de 2 anos e à taxa de 10% a.a. Qual será o valor a ser pago como juro ? Resolução: Capital Inicial (P) = 1.000,00 Taxa de juros (i) = 10% a.a. Número de períodos (n) = 2 anos Trabalhando com a taxa de juros na forma unitária, te- mos o juro do primeiro ano como sendo: J1 = 1.000,00 X 0,10 X 1 = $ 100,00 No segundo ano, teremos: J2 = 1.000,00 X 0,10 X 1 = $ 100,00 O juro total será a soma do juro devido no primeiro ano (J1) mais o juro devido no segundo ano (J2) J = J1 + J2 J = 100,00 + 100,00 = $ 200,00 Ou então, podemos resolver o problema diretamente: J = 1.000,00 X 0,10 X 1 + 1.000,00 X 0,10 X 1 J = 1.000,00 X 0,10 X 2 J = $ 200,00 Exemplo JURO SIMPLES • Variações da fórmula básica. J = P.i.n MONTANTE JURO SIMPLES • Montante é a soma do juro mais o capital aplicado. M = P + J onde: P= principal n= prazo de aplicação i = taxa de juros M = P(1 + in) Exemplo Qual é o montante de um capital de $ 1.000,00 aplicado à taxa de 10 % a.a. pelo prazo de 2 anos ? Resolução: Capital Inicial (P) = 1.000,00 Taxa de juros (i) = 0,10 a.a. Número de períodos (n) = 2 anos E sendo: M = P(1+in) Substituindo-se os valores, tem-se: M = 1.000(1+0,10 x 2) M = 1.000(1+0,20) M = 1.000 x 1,20 M = $ 1.200,00 Exemplo É possível resolver o problema, seguindo-se a definição dada por montante: a) Calculando o juro devido: J = Pin J = 1.000,00 x 0,10 x 2 = $200,00 b) Somando-se o juro com o principal: M = P + J M = 1.000,00 + 2000,00 = $1.200,00 MONTANTE M = P(1 + in) JURO SIMPLES TAXA PROPORCIONAL JURO SIMPLES A taxa i1 (referida ao período n1) é proporcional à taxa i2 (referida ao período n2) se: i1.n2 = i2.n1 Ou, do mesmo modo, se: Ou ainda: TAXA EQUIVALENTE Duas taxas de juros são equivalentes se: • aplicadas ao mesmo capital; • pelo mesmo intervalo de tempo. => Ambas produzem o mesmo juro. No regime de juros simples, as taxas de juros proporcionais são igualmente equivalentes. Exemplo Seja um capital de $ 10.000,00 que pode ser aplicado alternativa- mente à taxa de 2% a.m. ou de 24% a.a. Supondo um prazo de aplicação de 2 anos, verificar se as taxas são equivalentes. Aplicando o principal à taxa de 2% a.m. e pelo prazo de 2 anos, teremos o juro de: J1 = 10.000,00 x 0,02 x 24 = $ 4.800,00 Aplicando o mesmo principal à taxa de 24% a.a. por 2 anos, teremos um juro igual a: J2 = 10.000,00 x 0,24 x 2 = $ 4.800,00 Constatamos que o juro será gerado é igual nas duas hipóteses e, nestas condições, concluímos que a taxa de 2% a.m. é equivalente à taxa de 24% a.a. PERÍODOS NÃO-INTEIROS Quando o prazo de aplicação não é um número in- teiro de períodos a que se refere a taxa de juros, faz-se o seguinte: I) Calcula-se o juro correspondente à parte inteira de pe- ríodos. II) Calcula-se a taxa proporcional à fração de período que resta e o juro correspondente. O juro total é a soma do juro referente à parte in- teira com o juro da parte fracionária. Exemplo Qual o juro e qual o montante de um capital de $ 1.000,00 que é aplicado à taxa de juros simples de 12% ao semestre, pelo prazo de 5 anos e 9 meses ? Resolução: Sabemos que em 5 anos e 9 meses existem: 5 x 2 semestres = 10 semestres 9 meses = 1 semestre e 3 meses Ou seja, em 5 anos e 9 meses temos 11 semestres e 3 meses. a) Cálculo do juro: 1ª etapa: J1 = 1.000,00 x 0,12 x 11 = $ 1.320,00 Exemplo J = 1.000,00 x 0,12 x 11,5 = 1.380,00 b) Montante: O montante é: M = P + J M = 1.000,00 + 1.380,00 N = $ 2.380,00 Evidentemente poderíamos obter o mesmo resultado ra- ciocinando por etapas para obter o montante. JURO EXATO Juro Exato é aquele em que: • o período a que se refere a taxa está expresso em dias. • é adotada a convenção do ano civil. JURO COMERCIAL Juro comercial é aquele em que: • o período a que se refere a taxa está expresso em dias. • é adotada a convenção do ano comercial: Um empréstimo foi feito a juros simples de um mesmo credor, nas seguintes condições: P1 = $1.000,00, i1 = 7% a.m, n1 = 4m P2 = $ 1.500,00, i2 = 4% a.m, n2 = 8m P3 = $ 2.000,00, i3 = 10% a.m, n3 = 2m Decide-se, então, substituir os prazos de vencimento de todas as dívidas por um prazo único, de modo que não hajam prejuízos para ambas as partes (credor e emprestador) J1, J2 e J3 são os Juros correspondentes a cada um dos empréstimos e Jt ó Juro total, onde Jt = J1+J2+J3 PRAZO MÉDIO (nm) CONTINUAÇÃO: J1 = P1i1n1 = 1.000,00x0,07x4 = $280,00 J2 = P2i2n2 = 1500,00x0,04x8 = $480,00 J3 = P3i3n3 = 2.000,00x0,1x2 = $400,00 Jt = $1.160,00 P1=$1000,00, i1=7%a.m, nm = 1000x0,07xnm = 70nm P2=$1500,00, i2=4%a.m, nm = 1500x0,04xnm = 60nm P3=$2.000,00, i3=10%a.m, nm = 2000x0,1xnm = 200nm Assim, 1160 = 70nm+60nm+200nm nm=3,5 meses PRAZO MÉDIO (nm) PRAZO MÉDIO (nm) Generalizando; nm = (P1i1n1+P2i2n2+..............+Pninnn) /(P1i1+P2i2+.....+Pnin) Considerando o exemplo anterior, teremos: P1 = $1.000,00, im, n1 = 4m = 1000ximx4 P2 = $ 1.500,00, im, n2 = 8m = 1500ximx8 P3 = $ 2.000,00, im, n3 = 2m = 2000ximx2 O Juro total continua o mesmo, ou seja $1.160,00, daí teremos: 4000im+12000im+4000im = 1160 im = 0,058 = 5,8% a.m. Generalizando: im = (P1i1n1+P2i2n2+........+Pninnn) / (P1n1+P2n2+.......+Pnnn) TAXA MÉDIA(im) CAPITAL MÉDIO(Pm) Considerando o exemplo anterior, teremos: Pm, i1 = 7% a.m, n1 = 4m = Pmx0,07x4=0,28Pm Pm, i2 = 4% a.m, n2 = 8m = Pmx0,04x8=0,32Pm Pm, i3 = 10% a.m, n3 = 2m = Pmx0,1x2=0,2Pm O Juro total continua o mesmo, ou seja $1.160,00, daí teremos: 0,28Pm+0,32Pm+0,20Pm = 1160 Pm = $1450,00 Generalizando: Pm = (P1i1n1+P2i2n2+........+Pninnn) / (i1n1+i2n2+.......+innn) EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS A JUROS SIMPLES No regime de juros simples, dois conjuntos de capitais são equivalentes numa determinada data focal (data de referência), se forem equivalentes na data “zero”. Eles deverão produzir na data “zero” o mesmo montante, conforme abaixo: 0 1 2 3 4 5 6 2000 25007 8 Conjunto Y 0 1 2 3 4 5 6 X 7 8 Conjunto X X EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS A JUROS SIMPLES M = P(1 + in) P = M / (1 + in) A equivalência se dará da seguinte forma: * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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