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Universidade Paulista - Unip Departamento de Psicologia A síndrome do X frágil Professora: Abigail Disciplina: Genética Ana Morbach de M F Tavares de Lima - F018FD-0 Elaine Nunes de Oliveira - RA D974BD-1 Elisa Figueiredo Costa Galizia - RA N418FH - 6 Luana Martins Ribeiro Mrcondes- N444EB-0 Mônica Vicente Marinho Gerhardt - RA T8545J-1 Renata Silva Santiago - RA D97HGB - 4 Sérgio Brito Ruas - RA F12942 - São Paulo 2019 Sumário Apresentação……………………………….1 Introdução…………………………….……..2 O que é a Síndrome do X Frágil?..............3 Tratamento médico………………………....5 Tratamento psicológico…………………….6 Conclusão……………………….…………..12 Referências bibliográficas………………….15 1 Apresentação Trabalho realizado para a disciplina de Genética do segundo semestre do curso de Psicologia - Formação de psicólogo, da Universidade Paulista - Unip, unidade Pinheiros. Turma matutina Introdução Leste trabalho visa apresentar as principais características da deficiência genetica denominada Sindrobdo X Frágil (SFX). Além da descrição do processo de falhamento na repetição das bases nitrogenadas na constituição da proteína FMRP, presente no cromossomo X tanto em homens quanto em mulheres, buscaremos descrever os principais sintomas, sua incidência no número de nascimentos e principais formas de tratamento. Por fim, faremos um breve levantamento do estado da arte das pesquisas relacionadas a essa doenças e apontaremos algumas perspectivas. 2 O que é a síndrome do x frágil: A síndrome do x-frágil é uma mutação causada no braço maior do cromossomo x, essa síndrome é responsável pelo segundo maior número de deficiência intelectual de origem genética, ficando atrás da Síndrome de Down. (Revista Taipe, v.1, n.1, jan/jul, 2011. SÍNDROME DO X FRÁGIL: Relato de caso) Martin e Bell foram os primeiros a descrever a síndrome em 1943, após observarem um grande déficit intelectual em homens. (Jornal de Pediatria v.73, n.6, 1997. Síndrome do X frágil: relato de caso de dois irmãos) Hoje sabemos que a frequência desta mutação entre os sexos é manifestada com mais frequência entre homens sendo 1 a cada 4.000 a 6000 e para mulheres 1 a cada 8.000 a 9.000.( BRONONI, Decio; PEREZ, Ana B. A. Genética Médica; 1 edição 2013; SP) As características são mais evidentes nos homens, apresentando maior deficiência intelectual, baixo contato visual, aversão ao toque, orelhas grandes , face alongada, macro – orquidismo (testículos grandes) e outras características fenotípicas aleatórias. As mulheres não apresentam características físicas relevantes porém expressam leve deficiência intelectual, baixa interação social, e podem entrar na menopausa antes dos 40 devido a falência ovariana precoce (FOP). A síndrome é monogênica recessiva ligada ao cromossomo X, o que causa a mutação é um repetição excessiva do trinucleotideo CGG que está localizado na região do gene FMR1 (Fragile X-linked Mental Retardation Type 1). Existem diferentes níveis de expressão da SXF, o normal é ter de 6 a 55 repetições de CGG, de 55 a 200 a pessoa expressa uma pré mutação e para a expressão completa, é necessário mais de 200 repetições do trinucleotídeo CGG. Com esse número de repetições é causada a ausência da proteína FMRP( Fragile X-Mental Retardation Protrein), que é responsável pela expressão das características clínicas da SXF. (BUENO, Laryssa R; SCHAUREN, Juliana S; Testes genéticos no diagnóstico as Sindrome do X-Frágil; Revista Biociências, Biotecnologia e Saúde, n23 , jan-abr 2019.) 3 A dominância da síndrome no sexo masculino é causada pela definição do cromossomo: xy para homens e xx para mulheres. A presença de 2x no sexo feminino é compensatório quando um X é afetado, o outro diminuiu a presença de sintomas, pois o X saudável compensa a produção da proteína FMRP. Para o sexo masculino não há esta vantagem pois tem apenas 1x no cromossomo. (BUENO, Laryssa R; SCHAUREN, Juliana S; Testes genéticos no diagnóstico as Sindrome do X-Frágil; Revista Biociências, Biotecnologia e Saúde, n23 , jan-abr 2019.) Para o diagnóstico o paciente passa por uma check list obtendo uma pontuação sugestiva para o x-frágil ou não, dependendo do resultado indica-se testes laboratoriais para investigação, sendo eles: ● · Cariótipo: Considerado atualmente padrão ouro, consiste no estudo numérico e morfológico de cromossomos metafísicos, identifica anormalidades estruturais no sítio Frágil. ● · Southerm Blotting: Essa técnica é capaz de detectar a pré mutação e a mutação completa. O exame oferece resultados confiáveis tanto em homens quanto em mulheres. É possível identificar a quantidade de sequências repetidas com uma melhor exatidão; ● · RCP (Reação em Cadeia da Polimerase): Método in vitro utiliza-se amplificação de sequencia específicas para e separação de detecção dos alelos; ● · Sequenciamento: Utiliza-se molde se sequenciamento do DNA em cadeia técnica confiável para identificar a mutação em ambos os sexos; ● · MLPA (Multiplex Ligation Probe Amplification): A partir de uma amostra do DNA genômico possibilita a qualificação relativa de cópias gênicas. (SHNTORCH et al.,2012) 4 A indicação para a técnica mais adequada para cada paciente depende das características clinicas e avaliação do profissional responsável. Ainda com a variedade de testes laboratoriais no mercado as dificuldades econômicas impedem o uso rotineiro dos métodos. (BUENO, Laryssa R; SCHAUREN, Juliana S; Testes genéticos no diagnóstico as Sindrome do X-Frágil; Revista Biociências, Biotecnologia e Saúde, n23 , jan-abr 2019.) Tratamento médico Não há um tratamento já consolidado para da Síndrome Do X Frágil. O que existem são ensaios clínicos que buscam encontrar tratamentos satisfatórios, e o tratamento paliativo de sintomas. O problema em se estabelecer um tratamento adequado para a síndrome está em encontrar os mecanismos pelos quais SXF acaba por interferir no desenvolvimento normativo do cérebro e do comportamento; por esse motivo as pessoas que possuem a síndrome não dispõem de acesso a um tratamento específico. (DONALD BAILEY, p 12) Há variados estilos de aprendizagem e características comportamentais variadas dentro da SXF, o que sugere uma educação especial voltada para aqueles que possuem a síndrome, mas a realidade se enquadra em apenas um encaixe dessas pessoas em conjunto com outras que possuem quaisquer deficiências intelectuais. Vemos também, a frequência em que medicamentos são administrados para se controlar os sintomas que afloram em seu lado comportamental, como ansiedade, déficit de atenção e em diante, mas esses medicamentos controlam os sintomas sem resolver com mais profundidade o problema, ou seja, não é uma solução. (DONALD BAILEY, p 12) Apesar do que já fora dito, estudos feitos com animais mostraram que medicamentos dirigidos à base molecular do SXF podem melhorar consideravelmente, talvez até reverter, os sintomas da Síndrome (e.g., de Vrij et al., 2008). O que foi observado foi a melhoria da maioria dos sintomas da síndrome, 5 masnão uma eliminação completa, e os resultados variavam de paciente para paciente, não sendo possível estabelecer uma relação segura entre o tratamento farmacológico e a supressão dos sintomas (DONALD BAILEY, p 12) Portanto a SXF, assim como as outras deficiências genéticas, não possui um tratamento específico, uma vez que as terapias genéticas se encontram e fase bastante experimental, sem resultados consolidados e, muito menos, terapias estabelecidas comercialmente. O que existe é a possibilidade de se apaziguar alguns sintomas como o uso de medicamentos e terapias cognitivo comportamentais, visando uma melhor qualidade de vida para os portadores da síndrome. (Rev. SBPH vol.18 no.2 Rio de Janeiro dez. 2015) Tratamento psicológico As pessoas afetadas pela Síndrome do X Frágil (SXF) apresentam atraso no desenvolvimento, com características variáveis, de comprometimento intelectual, distúrbios de comportamento, problemas de aprendizado e na capacidade de comunicação. Os sintomas se manifestam mais severamente nos homens, e costumam surgir pela primeira vez entre os 18 meses e os três anos de idade. A SXF é uma condição genética, sem cura e de diagnóstico complexo, que envolve análise de DNA em amostras de sangue. Constata-se um frequente desconhecimento dessa causa de comprometimento intelectual, tanto por parte de profissionais da área da saúde como da educação e, consequentemente, por parte da população em geral. Depois da Síndrome de Down, a SXF é a segunda síndrome genética que mais afeta crianças. No entanto, apesar de ser alteração genética bastante comum, é pouco conhecida e diagnosticada no Brasil e no mundo, já que sua investigação, comprovação e descrição científicas são recentes. Não existe cura para a Síndrome do X-Frágil, porém, estudos indicam ser a causa hereditária mais comum de deficiência intelectual e a causa genética mais frequente de autismo. Como a SXF apresenta muitos sintomas e sinais diferenciados, acaba dificultando a definição do quadro clínico de pessoas acometidas por ela. Por essa razão, muitos são diagnosticados com Autismo, TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção / Hiperatividade), Síndrome de Asperger entre 6 outros, sem que seja feita a análise genética necessária para se constatar a SXF em si.. Por enquanto, não existe nenhum tratamento que possa suprir a falta da proteína decorrente da síndrome. No entanto, intervenções de atendimentos especializados podem minimizar os sintomas. Uma intervenção precoce, que inclua uma equipe multidisciplinar composta por pediatra, neurologista, psiquiatra, fonoaudiólogo, psicoterapeuta, pedagogo, terapia de integração sensorial ocupacional, planos educacionais individualizados e intervenções comportamentais, entre outros, pode ajudar crianças com SXF a maximizar suas capacidades/habilidades. As áreas de atendimento especializado que devem compor a equipe de tratamento são definidas de acordo com cada indivíduo, uma vez que os sintomas variam, e devem ser revistas ao longo de seu desenvolvimento. De acordo com o psicólogo Gustavo Marcelino Siquara: O tratamento com equipe multidisciplinar é fundamental e esperado. É importante a estimulação com terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos para uma melhor compensação dos déficits, aumento da funcionalidade da criança e da qualidade de vida. A criança precisará entrar em um programa de educação especial a partir de uma avaliação específica, para identificar as potencialidades e os prejuízos apresentados por ela. As terapêuticas visam uma melhor adaptação, independência, produtividade e qualidade de vida para as pessoas que apresentam essa síndrome. ( entrevista à revista eletrônica isaude (12/10/2016) Convém reforçar que essas medidas de suporte para minimizar a síndrome surtem maior efeito quanto mais cedo forem instituídas, de modo que a criança possa desenvolver todo o seu potencial e crescer num ambiente inclusivo. Este deve ser clínico e citológico. Muitas dessas crianças têm boas possibilidades terapêuticas, daí a importância do diagnóstico correto, ainda no começo da vida. Não há meios de impedir a falha no cromossomo X, e a consequente mutação genética. Contudo, por se tratar de uma doença com um padrão peculiar de herança, é possível identificar de forma relativamente simples os portadores da pré-mutação, que podem vir a ter descendentes com a doença. Assim, sobretudo para os casais com história familiar de distúrbios que envolvem atraso no desenvolvimento mental, pode ser interessante investigar essa condição e, caso seja necessário, realizar um aconselhamento genético. 7 Existem medicamentos que podem ajudar a melhorar o comportamento e os problemas de atenção; medicamentos estimulantes, antidepressivos, estabilizantes do humor, anticonvulsivantes e ansiolíticos, por exemplo, podem ser benéficos para algumas crianças, úteis para aliviar os sintomas adversos da síndrome. A prescrição de doses maciças de ácido fólico não trouxe os benefícios esperados. Sua indicação deve ficar a cargo do médico, que acompanha a evolução do paciente. Alguns sintomas mais acentuados como ansiedade, agressividade e depressão (que não podem ser interpretados isoladamente como sendo sintomas específicos da síndrome) podem ser tratados com medicação apropriada. Um dos problemas que o médico enfrenta é o de encontrar-se com os pais que trazem seu filho para consulta, com problemas de atenção, problemas de conduta, hipercinesia ou falta de tônus muscular. A pergunta que fazem ao médico, e que é motivo de preocupação, é saber o que tem o seu filho e qual é o seu prognóstico. Frequentemente a resposta é que a criança está amadurecendo bem; tudo é questão de tempo. Enquanto isso, a criança costuma ser medicada, recebe apoio psicológico ou algum tipo de estimulação, mas o tempo passa e a criança não melhora. O pior é que, além de uma falta de progresso, os pais se deparam com o fato de que não sabem o diagnóstico de seu filho. Isto faz crescer a, justificada, angústia familiar. Com o decorrer do tempo se nota déficit intelectual, sobretudo com o ingresso na escola. Esta situação torna-se cada vez mais grave e chegando a ser crônica, gerando uma conduta familiar, com um grande sentimento de frustração. O diagnóstico de uma doença grave gera dúvidas e questionamentos tanto para o paciente como para a família. Quando este diagnóstico envolve uma doença rara, a falta informação pode dificultar ainda mais o início do tratamento. À família, cabe o papel fundamental da estimulação e da inclusão da criança portadora de X frágil. Para tal, é possível contar com o apoio de entidades criadas por outros núcleos familiares com a intenção de dividir suas experiências. Durante o 4º Encontro Paranaense sobre a Síndrome do X Frágil e Autismo, realizado no dia 5 de outubro na Associação Médica do Paraná, foram abordados temas relacionados ao diagnóstico, ao comportamento e ao tratamento da Síndrome do X Frágil, como também do Autismo,uma das condições correlatas. Esse evento, que teve como objetivo levar ao público o conhecimento sobre a síndrome e, consequentemente, atingir mais famílias que lidam com pacientes X Frágil, foi uma grande oportunidade dos familiares e profissionais trocarem experiências e conhecerem a respeito dos estudos que estão em andamento não apenas no Brasil como no mundo todo. Segundo a americana, Randi Hagerman, médica, autora de diversos livros a respeito das condições dos pacientes X Frágil, e responsável pelo desenvolvimento de um centro de pesquisa e tratamento de X frágil de renome mundial, o Instituto MIND, da Universidade da Califórnia, “o mundo vive um momento empolgante no 8 que diz respeito aos novos estudos sobre tratamento direcionado a Síndrome do X Frágil (...) e há alguns resultados iniciais desses estudos, incluindo o tratamento com metformina e canabidiol. Hoje os tratamentos são a base de Metformina, CBD, sertralina e outros ainda que estão em testes como o AFQ056 para crianças pequenas e o gaboxadol”. Muitos experimentos terapêuticos e socio-educacionais têm sido realizados com êxito, auxiliando o indivíduo a conquistar um convívio familiar, escolar e social. A origem genética da síndrome sugere-nos uma abordagem genética como terapêutica, no entanto outras hipóteses continuam em estudo em diferentes laboratórios de investigação. A experimentação terapêutica centra-se em estudos de biologia básica para entender a fisiopatologia, assim como para afinar a restituição proteica, a reativação do gene FMR1, a regulação transcricional, a neuroproteção e a regulação da atividade neuronal, a intervenção nutricional, a regulação da neurotransmissão, assim como a melhoria da sinapse. Embora não haja uma causa específica para esta doença, o tratamento dos sintomas observados nos doentes caminha para uma intervenção integrada, onde os distintos tipos de intervenções são levados a profundas pesquisas feitas por uma equipe específica especializada e coordenada. Todas estas características trazem novos pontos de vista para o tratamento da síndrome e abrem novas janelas para entendermos a fisiopatologia desta frequente doença hereditária. O modelo de intervenção integrada parece ser, atualmente, a melhor forma para reduzir ou evitar as manifestações associadas tão frequentemente à síndrome. Uma das hipóteses, é que o paciente tenha sofrido de um determinado grau de anoxia (falta de oxigênio) ao nascer, ou nasceu envolto no cordão umbilical. Sem dúvida, as lesões produzidas por anoxia ou por traumatismos mecânicos podem ter um papel importante, e até mesmo decisivo, no atraso da maturação que a criança apresenta. No entanto, estes problemas no parto podem ser consequência do estado do feto antes do nascimento, e não a causa dos problemas que originam a consulta. Em muitas ocasiões as crianças são tratadas com antiepiléticos. Estes são usados como tratamento da doença original, que não é diagnosticada corretamente. Além disso, se a criança tem um cromossomo X frágil, os anticonvulsivos pioram o quadro porque diminuem os níveis de ácido fólico; é por isso que, na dúvida, é conveniente fazer um estudo cromossômico para descartar a fragilidade do cromossomo X. A matéria publicada no Jornal Estado de Minas (24/07/2017) apresenta o Nutlin-3, medicamento em desenvolvimento para o câncer de olho (Retinoblastoma), que apresentou efeitos benéficos também para a Síndrome do X Frágil. De acordo com os dados de um estudo realizado com animais, o medicamento demonstrou ser capaz de reverter a mutação genética que causa a Síndrome, melhorando a capacidade de memória dos animais, possibilitando-os de lembrarem-se de objetos 9 e cheiros anteriores, o que normalmente não é possível para os portadores da Síndrome do X Frágil. As pesquisas em relação à síndrome encontram-se em fase inicial. Deste modo, ainda que os resultados possam apontar efeitos potencialmente benéficos para a população, é preciso avançar nas pesquisas a fim de comprovar, ou não, tais resultados e tornar o produto disponível. Dada a etapa básica das pesquisas, não há uma definição quanto à indicação do medicamento também para este fim no futuro. Em humanos, que possivelmente estão recebendo o medicamento como parte dos testes de desenvolvimento para o câncer, os resultados ainda não são conclusivos, não sendo possível prever os potenciais riscos ou danos da intervenção dessa medicação. Em 2015 foram lançados 12 Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), organizados pelo Ministério da Saúde e destinados a pacientes com doenças raras, para melhorar sua qualidade de vida. Esses protocolos ajudam tanto a família como os profissionais envolvidos no tratamento, pois o SXF tem uma incidência alta, mas nem todos conhecem a fundo a doença. Para os médicos, em especial, esses protocolos são importantes pois, dessa forma, vão colaborar muito pra a difusão das informações sobre a Síndrome. Todos os protocolos estão organizados dentro da Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, lançada em 2014. As publicações têm como base os conceitos das Redes de Atenção à Saúde, que contam com sistemas logísticos e de apoio necessários para garantir a oferta de ações de promoção, detecção precoce, diagnóstico, tratamentos e cuidados paliativos e integral no SUS. Os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas orientam médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e demais profissionais de saúde para a realização do diagnóstico, tratamento e reabilitação dos pacientes. Eles têm o objetivo de reduzir a mortalidade e contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes de doenças raras, com a incorporação de novas tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS). Cerca de 60 especialistas brasileiros foram consultados para a elaboração dos protocolos. O documento, colocado em consulta pública, recebeu 834 contribuições, sendo que mais de 90% foram de pacientes, familiares, amigos ou associações de pacientes. (http://www.blog.saude.gov.br/index.php? option=com_content&view=article&id=35651&catid=564&Itemid= 101, publicado em 24/06/2015) Há uma pesquisa realizada pela PUC-PR, coordenada pelo professor Roberto Herai, referente à SXF, a qual deve resultar em informações que ajudem a personalizar cada vez mais os tratamentos dos pacientes com X Frágil. Segundo Herai, “Hoje, no Brasil, temos muitos estudos que tratam apenas da parte 10 comportamental e da inclusão social dos pacientes acometidos pela síndrome, mas uma grande dificuldade que temos é acertar a medicação caso a caso e muitos pacientes nem precisam ser medicados.” Essa pesquisa tem parceria como Projeto Eu Digo X, localizado em Curitiba (PR), cuja proposta é a conscientização sobre a SXF, que tem sido a esperança de muitas famílias que buscam uma resposta para o problema. . Para mapear a síndrome no Paraná, e em outros estados do Brasil, eauxiliar famílias desde o diagnóstico até o tratamento, o Projeto criou um cadastro nacional, que conta hoje com o registro de 380 pacientes. A partir de ações de captação de recursos, o Eu Digo X também já beneficiou 18 famílias com exames de diagnóstico da Síndrome do X Frágil. Há mais de 15 anos o Dr. Le June utilizou o ácido fólico para tentar reverter a síndrome. Está prática baseou-se no fato de que o ponto frágil é dependente do ácido fólico. Isto significa que em presença desta substância era possível observar in vitro, que baixava a percentagem de células com o ponto frágil. Acreditou-se que também era possível reverter alguns aspectos do quadro clínico, mas isto não ocorreu. O que se conseguiu nesta experiência foi diminuir a percentagem de pontos frágeis visíveis no microscópio óptico. Na atualidade, as possibilidades terapêuticas destes pacientes mudaram de uma maneira substancial. Focalizando o problema adequadamente, aparecem mudanças de intelecto, na expressão e na atenção. Na maioria dos pacientes, esta melhoria se nota em poucos meses. Parecem mais adultos, falam melhor e prestam mais atenção, sentem-se partícipes e não só um apêndice do grupo familiar. Por outro lado, a família e os amigos, ao observarem sua melhoria agem de forma normal, e isto faz com que eles se sintam muito melhor. Ao contrário da atitude anterior que, sem perceberem em muitos os casos, deixavam-no de lado. Atualmente diversos centros de pesquisa investigam as causas e possíveis soluções para a Síndrome do X Frágil: na área biomédica, a terapia genética estuda a possibilidade de inserir no cromossomo X um gene perfeito, substituindo o gene FMR 1 alterado; na terapia de reposição, a proteína FMRP viria de uma fonte externa capaz de aliviar alguns dos sentidos cognitivos e comportamentais; estudos recentes buscam a possibilidade de reativar o gene FMR 1; a psicofarmacologia focaliza o uso de medicamentos mais específicos para atenuar ou eliminar os sintomas da síndrome, como distúrbios intelectos, comportamentais e emocionais. Terapias especiais e estratégias de ensino podem ajudar as pessoas afetadas a melhorar o seu desempenho, facilitando a conquista da independência que lhe for possível. Educadores e terapeutas devem minimizar estímulos que não sejam tão importantes naquele momento; dividir as atividades em blocos de acordo com seu tempo de atenção; reduzir a necessidade de contato visual e informar a criança sobre mudanças na sua rotina. A dificuldade em lidar com estímulos excessivos pode levar a comportamentos inadequados como agitar as mãos, fala 11 repetitiva e irritação, mesmo em situações em que suas habilidades cognitivas são suficientes para um bom desempenho. O uso do computador – a informática e às multimídia – tem sido muito eficiente para realizar atividades educativas, tanto na área da linguagem como no raciocínio: tem a vantagem de apresentar inúmeras vezes a atividade desejada, pode ser adaptado para facilitar a estimulação visual (gráfica/animada), não requer a constante interação com outra pessoa, e possibilita ir além da proposta inicial quando houver interesse. Conclusão A partir do levantamento realizado sobre a Síndrome do X frágil, concluímos que: ● a síndrome é monogênica recessiva, ligada ao cromossomo X. O que causa uma mutação genética e a repetição excessiva do trinucleotídeo CGG, que está localizado na região do gene FMR1. ● A síndrome pode ter apresentação variada e sintomas mais ou menos severos, de acordo com a quantidade de repetições do CGG. Um humano normal tem de 6 a 55 repetições; de 55 a 200 a pessoa expressa uma pré mutação, assintomática, mas transmissível para a geração futura. Acima de 200 repetições ocorre a deficiência sintomática denominada Síndrome do X Frágil. ● A doença tem manifestação de 1 sintomático entre 4000 e 6000 nascimentos, para homens, 1 para cada 8.000 a 9.000 mulheres, e costuma manifestar os primeiros sintomas evidentes entre os 18 meses e os três anos de idade. ● Não existe cura, e estudos indicam ser a causa hereditária mais comum de deficiência intelectual e a causa genética mais frequente de autismo. Além de ser a segunda doença genética mais comum, ficam atrás apenas da Síndrome de Down. ● Por se tratar de uma doença com um padrão peculiar de herança, é possível identificar de forma relativamente simples os portadores da pré-mutação, que podem vir a ter descendentes com a doença. Assim, sobretudo para os casais com história familiar de distúrbios que envolvem atraso no desenvolvimento mental, pode ser interessante investigar essa condição e, se detectada a pré-condição, realizar um aconselhamento genético. ● A origem genética da síndrome sugere, a princípio, uma abordagem terapêutica genética. Além disso, experimentação terapêutica centra-se em estudos biológicos para compreender a fisiopatologia, assim como para realizar a restituição proteica, bem como a busca pela reativação do gene 12 FMR1. A regulação transcricional, a neuroproteção e a regulação da atividade neuronal, a intervenção nutricional, a regulação da neurotransmissão, assim como a melhoria da sinapse, também são objetos de estudos que visam o tratamento. ● Atualmente, diversos centros de pesquisa investigam as causas e possíveis soluções para a Síndrome do X Frágil: na área Biomédica, a terapia genética estuda a possibilidade de inserir no cromossomo X um gene perfeito, substituindo o gene FMR 1 deficiente; na Terapia de Reposição, a proteína FMRP viria de uma fonte externa, e seria capaz de aliviar alguns dos sintomas cognitivos e comportamentais; Há estudos avaliando a possibilidade de reativar o gene FMR 1; a Psicofarmacologia focaliza o uso de medicamentos mais específicos para atenuar ou eliminar os sintomas da síndrome, como distúrbios intelectuais, comportamentais e emocionais. ● Nutlin-3, medicamento em desenvolvimento para o câncer de olho (Retinoblastoma), apresentou efeitos benéficos também para a Síndrome do X Frágil. De acordo com os dados de um estudo realizado com animais, o medicamento demonstrou ser capaz de reverter a mutação genética que causa a Síndrome, melhorando a capacidade de memória dos animais, possibilitando-os de lembrarem-se de objetos e cheiros anteriores, o que normalmente não é possível para os portadores da Síndrome do X Frágil. Entretanto o tratamento da síndrome com leste medicamento ainda está em fase inicial e fora dos protocolos de atendimento clínico. ● Apesar de não haver consenso quanto ao tratamento farmacológico, a comunidade científica concorda que o melhor tratamento para os portadores da deficiência do X frágil, atualmente,l é o acompanhamento, o mais precoce possível, por equipe multidisciplinar composta por profissionais da área da saúde e educação, com habilidades específicas para amenizar os sintomas apresentados pelo paciente, e estimular o seu desenvolvimento máximo dentro de suas capacidades. Condição que pode evoluir com o tratamento, o que leva à necessidade constante de reavaliação do quadro do paciente e readequação da equipe profissional de acompanhamento terapêutico. ● O uso do computador – a informática e às multimídia – tem sido muito festejado pela comunidade científica, pelo sucesso na realização de atividades educativas para portadores de necessidades especiais, tanto na área da linguagem como no raciocínio. Comdestaque para a vantagem de apresentar, inúmeras vezes, a fácil adaptação da atividade desejada, para a adequação às necessidades de cada paciente, além de não requer constante interação com outras pessoas, situação muito estressante para alguns portadores de Autismo e de SXF, entre outras condições. E ainda, permitir ao paciente que interaja com a máquina, que através de tecnologias de inteligência artificial (aprendizado de máquina), pode permitir a continuidade, com aumento de dificuldade e intensidade da tarefa, para além da proposta 13 inicial, sem a interferência humana. O que garante que a evolução do tratamento possa ser contínua a evolução do paciente, de seus interesses e habilidades. ● Em 2015 foram lançados 12 Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), organizados pelo Ministério da Saúde e destinados a pacientes com doenças raras, para melhorar sua qualidade de vida, dentre elas a SXF.. Estes protocolos visam orientar os profissionais e os familiares envolvidos no tratamento de doenças raras, além da divulgação de sintomas, exames diagnósticos e tratamentos para o conhecimento do público geral. Todos os protocolos estão organizados dentro da Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, lançada em 2014 pelo Governo Federal. ● A inclusão social, o diagnóstico precoce, o esclarecimento social sobre a doença, e o apoio às famílias de e pacientes portadores da SXF, é o caminho para a desmistificação da doença mental, da criação das melhores condições de tratamento, além da garantia da melhora na qualidade de vida de todos os atingidos por essa síndrome, bem como de seus familiares e amigos. 14 Referências SOUSA VARELA, Andréa; LUCE MADEIRA, Manoel; LÍVIA TOURINHO MOURETTO, Maria. Síndrome do cromossomo X frágil: uma possível articulação entre psicanálise e genética médica? Pepsic, Revista da SBPH, 2015. Disponível em- http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582015000200 004>. Acesso em 10 de out. de 2019. BUENO, Laryssa R; SCHAUREN, Juliana S; Testes genéticos no diagnóstico as Sindrome do X-Frágil; Revista Biociências, Biotecnologia e Saúde, n23 , jan-abr 2019. FRANCO, V (org). Síndrome de x frágil, pessoas, contextos & percursos. Edições Aloeiro, Évora Disponível em- http://dspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/9926/1/livro_sxf.pdf Acessado em outubro de 2019 https://www.fleury.com.br/manual-de-doencas/sindrome-do-x-fragil https://www.neurologia.com/articulo/2001353/por https://www.eudigox.com.br/sindrome-do-x-fragil/prevencao-e-tratamento/ https://monografias.brasilescola.uol.com.br/biologia/sindrome-x-fragil.htm https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/sindrome-do-x-fragil/ https://muitossomosraros.com.br/doencas-raras/geneticas/erros-inatos-do-metabolis mo/sindrome-do-x-fragil/ https://www.isaude.com.br/noticias/detalhe/noticia/entenda-o-que-e-a-sindrom e-do-x-fragil/ - Publicada em 12/10/2016 às 00h00. Atualizada em 18/10/2016 às 18h33 – Gustavo Marcelino Siquara 15 http://www.ccates.org.br/mediadoctor/2017/07/24/remedio-experimental-para-cancer -reverte-deficiencia-intelectual-causada-por-sindrome-do-x-fragil/ - 24/jul/2017 https://www.bonde.com.br/saude/corpo-e-mente/evento-apresenta-novos-tratamento s-para-a-sindrome-do-x-fragil-504462.html - 01/out/2019 http://www.blog.saude.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3565 1&catid=564&Itemid=101 - Publicado: Quarta, 24 de Junho de 2015, 08h53, Última atualização: 23/06/15, 18h54. https://www.eudigox.com.br/noticias/pesquisa-iniciada-no-parana-trara-avancos-par a-pacientes-com-sindrome-do-x-fragil/ http://www.bengalalegal.com/xfragil – Publicado em 18/09/2007 – Associação X Frágil do Brasil (AXFRA) 16
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