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19/08/2018 1 Curso de Nutrição Unidade São José DISCIPLINA FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA II Professora: Daniela Barbieri Hauschild 20 de agosto de 2018 Diabetes mellitus Plano Programático Conceito e classificações: diabetes tipo 1; diabetes tipo 2; epidemiologia Pâncreas e fisiopatologia: metabolismo de glicose, secreção de insulina, manifestações clínicas e complicações Diagnóstico: critérios para diagnósticos; acompanhamento e monitoramento para controle glicêmico Tratamento: medicamentos e insulina Manejo nutricional: necessidades nutricionais, terapia nutricional Próxima aula: prática de contagem de carboidrato Conceito e classificações – Pâncreas e fisiopatologia – Diagnóstico – Tratamento - Manejo Nutricional Conceito Diabetes mellitus (DM): distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia persistente, decorrente de deficiência na produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos os mecanismos, ocasionando complicações em longo prazo. Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 Defeitos de secreção Defeitos de ação Classificação etiológica • Tipo 1: Tipo 1A: deficiência de insulina por destruição autoimune das células β comprovada por exames laboratoriais; Tipo 1B: deficiência de insulina de natureza idiopática. • Tipo 2: perda progressiva de secreção insulínica combinada com resistência à insulina causada por uma interação de fatores genéticos e ambientais • Gestacional: hiperglicemia de graus variados diagnosticada durante a gestação, na ausência de critérios de DM prévio • Outros: formas menos comuns de DM cujos defeitos ou processos causadores podem ser identificados. Exemplos: uso de medicamentos, fibrose cística, ´secundário a infecções Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 1985: 30 milhões de adultos no mundo 1995: 135 milhões 2002: 173 milhões 2011: 366 milhões 2035: 592 milhões Epidemiologia Epidemiologia International Diabetes Federation - Diabetes Atlas - 8th Edition, 2017 Em 2015, estimativa de 8,8% da população mundial com 20 a 79 anos de idade (415 milhões de pessoas) vivia com diabetes. Pessoas com diabetes em todo o mundo e por região em 2017 e 2045 (20 a 79 anos) 19/08/2018 2 Palmas 2,7% Florianópolis 5,9% Fortaleza 7,3% Epidemiologia Epidemiologia International Diabetes Federation - Diabetes Atlas - 8th Edition, 2017 Os 10 principais países em número de adultos com diabetes (20 a 79 anos) e seus gastos com saúde, 2017 Os 10 principais países em número de crianças e adolescentes com diabetes 1 Epidemiologia International Diabetes Federation - Diabetes Atlas - 8th Edition, 2017 Os 10 principais países/territórios em número de adultos com diabetes (20 a 79 anos) em 2017 e perspectiva para 2045 Epidemiologia International Diabetes Federation - Diabetes Atlas - 8th Edition, 2017 Total gasto em saúde com pessoas com diabetes (20-79 anos) Crescimento e envelhecimento populacional Urbanização Crescente prevalência de obesidade e sedentarismo Maior sobrevida de pacientes com DM Epidemiologia Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 Fatores de risco Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 • Peso ao nascer: relação em formato de U - baixo peso ao nascer; peso de nascimento > 4 kg • Obesidade, hipertensão arterial e dislipidemia Intervenções no estilo de vida reduziram em 58% a incidência de diabetes em um período de 3 anos: Atingir e manter 7% de perda de peso Manter atividade física de 150 minutos/semana 19/08/2018 3 Pâncreas • Hormônio secretado pelas células β do pâncreas • Ações Hormônio da insulina Secreção de insulina Célula β do pâncreas GLUT 2, transportador especifico para a glicose do sangue para as células por difusão facilitada Glicose é metabolizada e produz ATP ATP fecha canais de potássio despolarização Abrem canais de cálcio cálcio intracelular provoca a secreção de insulina (exocitose) insulina é secretada no sangue e distribuída pela circulação Parassimpático Hormônios do TGI Estímulos: 1) Glicose plasmática 2) Parassimpático 3) Hormônios do TGI Homeostase glicêmicaEstímulo da secreção de insulina 70 a 99 mg/dl β α Homeostase glicêmica Transportadores de Glicose - GLUT 19/08/2018 4 Jejuno GLUT 5 Músculo, tecido adiposo, (INSULINO-DEPENDENTE)GLUT 4 Cérebro, rim, placenta, outrosGLUT 3 Células B do pâncreas (sensor de glicose para liberar insulina) e fígado GLUT 2 Todos os tecidos inclusive cérebro e eritrócitosGLUT 1 TecidosTRANSPORTADOR Transportadores de Glicose - GLUT Absorção celular de glicose Insulina + receptor (IR) Fosforilação em tirosina dos IRS Ativação de outras proteínas Translocação da proteína GLUT4 para membrana IRS: substrato do receptor de insulina Transporte de glicose Absorção celular de glicose Diabetes tipo 1 Deficiência de insulina por destruição autoimune das células β Diabetes tipo 2 Perda progressiva de secreção insulínica combinada com resistência à insulina • Resistência à insulina é definida como um resposta inadequada aos efeitos fisiológicos da insulina circulantes tecidos alvo, como músculo, fígado, tecido adiposo Resistência à insulina Fatores de Risco: Excesso de peso Consumo elevado de gorduras totais Gorduras saturadas Gorduras trans Baixo consumo de grãos e fibras alimentares Consumo elevado de calorias 19/08/2018 5 Resistência à insulina glicose Insulina glicose Insulina glicose Insulina glicose Insulina Resistência à insulina Hiperglicemia Tríade Clássica Polifagia (fome) Poliúria (urina frequente) Polidipsia (sede) Manifestações clínicas 19/08/2018 6 Manifestações clínicas Manifestações: no geral, decorrentes de hiperglicemia Podem permanecer assintomáticos por um período: • Poliúria: diurese osmótica • Polidipsia: estímulo ao centro da sede devido a desidratação • Polifagia: prejuízo da ação da insulina leva a alterações hipotalâmicas no centro da fome • Fraqueza: catabolismo Consequências A cada 30 segundos, parte de um membro inferior é amputado como consequência de diabetes. Gestantes: maior risco de obesidade, diabetes, hipertensão e doença renal nos filhos Prevalência de doença renal crônica é 10 x/maior em diabéticos Pessoas com diabetes tem 2 a 3 x mais chance de ter doença cardiovascular 1/3 dos diabéticos tem retinopatia e é a principal causa de cegueira em adultos Maior risco de doenças periodontais International Diabetes Federation - Diabetes Atlas - 8th Edition, 2017 Hipoglicemia Cetoacidose diabética Hiperglicemia / Hiperosmolar Crônicas Microvascular: Neuropatia Retinopatia Nefropatia Macrovascular: DCV Agudas Complicações Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 Metabolismo no jejum Nelso; Cox (2014) Hipoglicemia Complicações agudas HIPOGLICEMIA REATIVA (REBOTE) Após refeição rica em carboidratos, há consequente liberação excessiva de insulina estimulada pela refeição. EFEITO SOMOGYI (Hipoglicemia seguida por hiperglicemia de rebote) Elevada secreção de hormônios contrarregulatórios ou por uso de dose excessiva de insulina exógena. Hipoglicemia Complicações agudas 19/08/2018 7 • Utilização de lipídeos para o fornecimento de energia AG corpos cetônicos • Típica em pacientes com DM 1 • Alterações hidroeletrolíticas e metabólicas podem ter graus variados de repercussão sobre o SNC – leve sonolência, confusão mental, até coma profundo • Corpos cetônicos são liberados na urina e no ar exalado Hálito cetônico Medicina, Ribeirão Preto, 36: 389-393, abr./dez.2003 Cetoacidose diabética Complicações agudas Característica do DM 2 Hiperglicemia e hiperosmolaridade acentuadas Desidratação grave – envolvimento do SNC Manifestações clínicas: alterações de consciência, crises convulsivas e sintomas sugestivos de AVC Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar (EHH) Complicações agudas Medicina, Ribeirão Preto, 36: 389-393, abr./dez. 2003 Perda de visão (retinopatias) Nefropatia com evolução para Insuficiência Renal Neuropatia periférica Ulceração das extremidades Neuropatia autônoma causando distúrbios gastrointestinais, gênito-urinário, cardiovasculares e disfunção sexual Complicações crônicas Complicações crônicas Por que ocorrem essas complicações, caso o DM não seja controlado? A glicação de proteínas teciduais e plasmáticas mecanismos responsáveis pelas alterações e lesões teciduais causadas pela hiperglicemia crônica Complicações crônicas Complicações crônicas Produtos Finais da Glicação Avançada (AGEs) Glicose Proteína AGES Estágio final Barbosa et al. (2008) 19/08/2018 8 Complicações crônicas Produtos Finais da Glicação Avançada (AGEs) • Hiperglicemia crônica acarreta na formação de produtos finais de glicação avançada (AGEs) - moléculas que surgem a partir de glicações e rearranjos entre carboidrato e proteína promovendo modificação química, afetando a estrutura e função Afeta função de proteína principalmente de meia-vida longa, como colágeno Efeito pro oxidante e inflamatório aumenta mais a geração de AGEs Barbosa et al. (2008) Complicações crônicas Via dos polióis TÓXICO • Causa mais frequente de novos casos de cegueira no mundo • Após 20 anos: 90% dos casos de DM 1 e 60% dos casos de DM 2 possuem algum grau de retinopatia • Mais de 90% da perda visual pode ser prevenida com medidas terapêuticas adequadas Lesão nos vasos da retina Estágios avançados perda gradual de microvasculatura retiniana Hemorragias, microaneurismas, neovascularização, fibrose Complicações crônicas Retinopatia Diabética 20 a 30% dos pacientes com DM 1 e 2 podem desenvolver nefropatia 3ª causa mais frequente de IRC, mais comum no tipo 1 (30 a 40%) A nefropatia é detectável e há evidências de insuficiência renal em 5 a 10 anos após o diagnóstico de DM Complicações crônicas Nefropatia Diabética Podem ocorrer lesões glomerulares, vasculares renais ou pielonefrite. A função renal é afetada, perdendo-se proteínas pela urina (proteinúria) Complicações crônicas Nefropatia Diabética • Complicação crônica mais frequente e precoce, podendo atingir de 80 a 100% dos pacientes a longo prazo, entre 5 e 10 anos de doença • Nervos motores, receptores sensoriais distais e nervos do SNA são afetados perda da sensibilidade das extremidades Manifestações clínicas: perda de sensibilidade, dormência, formigamento nas extremidades, alterações na função motora, alterações no funcionamento GI, disfunção erétil, incontinência urinária, fraqueza muscular, contrações musculares involuntárias, etc Complicações crônicas Neuropatia Diabética 19/08/2018 9 Pé diabético ◦ Lesão que ocorre nos pés do diabético devido à neuropatia diabética e/ou a doença vascular periférica. ◦ As úlceras não surgem espontaneamente e sim decorrentes de traumas, complicando com as infecções e as osteomielites, podendo levar à amputação. Complicações crônicas Neuropatia Diabética • Afeta artérias de grande e médio calibre (coronária, cerebrais, membros inferiores) • Hiperglicemia Concentrações de lipídios sanguíneos ATEROSCLEROSE • Complicações: • Hipertensão (HAS) • Insuficiência cardíaca (IC) • Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) • Acidente Vascular cerebral (AVC) • Gangrena • Claudicação intermitente Complicações crônicas Complicações macrovasculares Critérios para o diagnóstico Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018; ADA - American Diabetes Association COMO SE DIAGNOSTICA O DIABETES? Critérios para o diagnóstico Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018; ADA - American Diabetes Association Metas de controle – adultos com DM Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 Auto monitoramento diário Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 19/08/2018 10 Marcadores de resistência à insulina Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 • Índice HOMA IR: HOMA IR = [(glicemia em mmol/L) x (insulinemia em μU/mL)] / 22,5 ou HOMA IR = [(glicemia em mg/dL) x (insulinemia em μU/mL)] / 405 • Marcadores de adiposidade central • Circunferência da cintura • Circunferência do pescoço • Relação cintura quadril Insulina Insulina Medicamentos para DM2 Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 Categorias Exemplos Efeitos adversos ↑ secreção de insulina Sulfonilureias (glibenclamida, glipizida e glimepirida) e as glinidas Ganho de peso e maior frequencia de hipoglicemia Não aumentam secreção de insulina – sensibilizadora periférica Acarbose (inibidor da α- glicosidase), metformina (biguanida) e pioglitazona (tiazolidinediona) Retencao hidrica e ganho de peso; metformina - deficiência de vitamina B12 ↑ a secreção de insulina de maneira dependente da glicose, e promove a supressão do glucagon gliptinas Dor articular Promovem glicosúria (sem relação com a secreção de insulina) inibidor do cotransportador de sodio/glicose 2 (SGLT2) Não deve ser indicada em caso de insuficiência renal moderada ou grave Manejo nutricional - objetivos Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 Atender às necessidades nutricionais em todas as fases da vida Manutenção/obtenção de peso saudável Metas de controle da glicemia Controle dos níveis pressóricos e concentrações séricos de lipídeos Manejo nutricional Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 • Terapia Nutricional: é o tratamento de uma doença ou condição por meio da mudança da ingestão de nutrientes ou de todo um alimento • Intervenção nutricional – após 3 a 6 meses redução significativa na HbA1c • Abordagem: não somente prescritivo, mas deve considerar o subjetivo • Definida com base em avaliação e diagnóstico nutricional 19/08/2018 11 Prevenção ou retardo do diabetes mellitus tipo 2 Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 • Objetivo: mudança de estilo de vida Perda de, em média, 7% do peso inicial ao longo de 6 meses, ao ritmo de 0,5 a 1,0 kg/semana Déficit entre 500 e 1.000 calorias/dia em relação ao total necessário para manter-se o peso Retirada preferencial das gorduras saturadas • Cereais integrais, nozes, frutas vermelhas, iogurte, café e chá está associada a risco reduzido de diabetes. • Alto consumo de carnes vermelhas e bebidas açucaradas relaciona-se a um risco aumentado de desenvolvimento de DM2. Manejo nutricional Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 Qual deve ser a prescrição dietoterápica para pacientes com diabetes? Individualizada Educação nutricional Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 • Voltada para autogestão - orientar o autogerenciamento; promover a colaboração ativa • Inserção em programas de educação nutricional – desde o diagnóstico Estratégias: atividades em grupo, oficinas e palestras Educação nutricional Composição do plano alimentar Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 Balanço energético Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 Pacientes com sobrepeso/obesidade e/ou risco de desenvolver diabetes Perda de peso SUSTENTADA de 5% a 7% do peso corporal ↑ Atividade física↓ 500 a 700 kcal/dia Recomendações gerais Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 • Fracionamento: 5 a 6 refeições – 3 principais e 3 lanches • Controle das porções e escolhas alimentaressaudáveis • Variedade de alimentos: Ingestão de legumes, leguminosas, frutas e cereais integrais, carnes magras, aves e peixes, ovos, leite e derivados preferencialmente desnatados • Hipoglicemia: Complicação aguda mais frequente na DM1 Leve (50 a 70 mg/dL) – pode ser tratada com 15 g de carboidratos 150 mL de suco/refrigerante Graves (< 50 mg/dL) – 30 g de carboidrato mel, açúcar 19/08/2018 12 Hipoglicemia Principais causas • Erro na administração de insulina • Pular refeição • Excesso de exercício • Ingestão de álcool sem alimento • Vômitos e diarreia Hipoglicemia Macronutrientes Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 • Carboidrato: não há evidências para proporção específica OMS: não recomenda < 130 g/dia Índice glicêmico: resposta glicêmica de vários alimentos - ↓ IG podem apresentar benefício no controle da glicemia • Proteína: caso função renal esteja preservada - similar a população 1 a 1,5 g/kg, 15 a 20% VET • Lipídeos: meta inconclusiva e deve ser individualizada • ADA (2017) – ômega 3 (EPA e EDHA), e oleaginosas prevenção de doenças cardiovasculares Carboidratos Dietas com baixo teor de carboidrato X Dieta com baixo teor de gordura Carboidratos Dieta com baixo teor de gordura (<30% de lipídeo) • Gordura = mais energia • Gordura saturada: associada a dislipidemia, doença cardiovascular e complicações Dieta com baixo teor de carboidrato (<40% de carboidrato) • Carboidrato = maior glicemia • Excesso de carboidrato´: convertido em gordura (lipogênese de novo no fígado) van Zuuren et al. (2018) Macronutrientes 36 estudos incluídos e 2161 participantes HbA1c: melhora com dieta “low carb”, porém após 2 anos a diferença reduziu dificuldade de seguimento Glicemia de jejum: reduziu em maior grau com dieta “low carb” entre 8 e 26 semanas; após 2 anos não houve diferença LDL, IMC, circunferência abdominal: não houve diferença 19/08/2018 13 Dieta mediterrânea Incluídos: 10 estudos que avaliaram 5 padrões de dieta Dieta mediterrânea: melhora da glicemia de jejum, Hb1Ac, perda de peso, circunferência abdominal e nos marcadores cardiovasculares Dieta mediterrânea • Padrão alimentar saudável caracterizado, principalmente, por: • Elevado consumo de hortaliças verdes e amarelas, frutas, frutos secos, azeite de oliva, leguminosas (grão de bico e lentilha), oleaginosas (amêndoas e nozes), iogurte e peixe • Vinho com moderação • Reduzida em carne vermelha, carne processada, carboidratos refinados e produtos com elevado teor de gordura • Pobre em ácidos graxos saturada, rica em fibras e ácidos graxos monoinsaturados Dieta mediterrânea Índice Glicêmico (IG) Avalia a velocidade que aumenta a glicemia quanto mais rápido, maior será a descarga de insulina Carga Glicêmica (CG) Relaciona o IG com a porção de alimento que é ingerido (IG é calculado para 50g de alimento). É mais indicado para ser utilizado nem todo alimento de alto IG apresenta também alta CG Alto IG ≥ 70 Médio IG 56 - 69 Baixo IG ≤ 55 Alta CG ≥ 20 Média CG 11 - 19 Baixa CG ≤ 10 Macronutrientes Macronutrientes Fibras Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 • Fibras dietéticas podem atenuar a resposta à insulina • Fibra solúvel: aveia, feijões, cevada – auxilia no retardo do esvaziamento gástrico e controle glicêmico pós prandial • 30 a 50 g/dia 19/08/2018 14 Fibras • The American Diabetes Association (ADA): controle na ingestão de carboidrato para controle glicêmico • Resultados na literatura: conflitantes • Falta padronização nas nomenclatura: high x low carb Conclusão: É difícil definir a quantidade ideal de carboidrato, e pode ser necessário uma terapêutica individualizada para a ingestão de carboidratos, considerando os índice glicêmico e carga glicêmica e fibra alimentar. Prebióticos e probióticos • Os prebióticos e, especialmente, os probióticos são alternativas terapêuticas muito promissoras paraa prevenção e o tratamento do diabetes e da síndrome metabólica. • É preciso padronizar: Prebióticos: substâncias mais eficazes e as suas doses Probióticos: cepas de microrganismos e as suas doses Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 Aumenta a sensibilidade periférica à insulina. Aumenta a captação e utilização da glicose pelas células. Ômega 3 Resultados ainda contraditórios Ômega 3 Efeito da suplementação de n-3PUFAs sobre perfil lipídico, parâmetros inflamatórios, pressão arterial e índices de controle glicêmico – diabetes 2 - Incluídos: 45 estudos - 2674 pessoas - Conclusão: suplementação produz efeitos hipolipemiantes favoráveis, redução nos níveis de citocinas pró-inflamatórias e melhora na glicemia Ômega 3 O objetivo deste estudo foi comparar o efeito anti- hiperlipidêmico dos suplementos de ácidos graxos ômega-3 com peixe fresco. Métodos: 106 pacientes com hiperlipidemia foram randomizados: um grupo recebeu 2 g / dia de ômega-3 cápsulas por um período de 8 semanas e o outro grupo recebeu uma média de 250 g de peixe duas vezes por semana pelo mesmo período de tempo Ômega 3 Conclusão: consumo de peixe demonstrou resultados superiores a suplementação com cápsula 19/08/2018 15 Fitoterapia e suplementos nutricionais Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 • Não existe nenhuma evidência que justifique a utilização de qualquer tipo de fitoterápico para o tratamento do DM. • Pode-se afirmar que as evidências científicas disponíveis até o momento não permitem a elaboração de recomendações formais para o uso de suplementos alimentares na prevenção e tratamento do DM Canela • Utilização da canela tem sido sugerida para melhor controle glicêmico • Revisão com 11 estudos: • Período: de 4 a 16 semanas • Dose: 120 a 6000mg/dia • Resultados: redução modesta nas concentrações de glicose em jejum e na Hb1Ac • Conclusão: canela, em conjunto com hipoglicemiantes orais e modificações de estilo de vida, tem modesto efeito na glicemia Costello et al. (2016) Erva mate • Planta nativa da região sul do continente americano • Folhas são secas, trituradas e, então, é feito uma infusão de chá • Erva-mate (Ilex paraguariensis), rica em compostos polifenólicos • As pesquisas evidenciam potencial antioxidante nessa erva: melhoria do perfil lipídico e hepático, além da possível eficácia no tratamento da obesidade • Há poucos estudos em humanos para a comprovação de tal evidência Fagundes et al. (2015) Erva mate Intervenção: 330 mL de chá de mate tostado 3 vezes ao dia e/ou recebeu orientação nutricional durante 60 dias Conclusão: Chá mate melhorou o controle glicêmico e o perfil lipídico de indivíduos com DM2, e o consumo de chás combinado com intervenção nutricional foi altamente eficaz na diminuição dos parâmetros lipídicos de indivíduos pré-diabéticos, o que pode reduzir o risco de desenvolver doença coronariana. Edulcorantes Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 Não são essenciais, mas podem favorecer o convívio social e flexibilidade Aprovados pela ANVISA: sorbitol, manitol, isomaltitol, maltitol, sacarina, ciclamato, aspartame, estévia, acessulfame-K, sucralose, neotame, taumatina, lactitol, xilitol e eritritol. Terapia Nutricional Enteral Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 E no paciente hospitalizado, sem se alimentar via oral? Indicações: similares aos demais pacientes Evitar a hiperalimentação: 25 a 35 kcal/kg Formula enteral padrão: polimérica Infusão contínua lenta Podem se beneficiar de fórmulas específicas 33 a 40% de CHO e fibras 19/08/2018 16 Terapia Nutricional Enteral Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018 E no paciente hospitalizado, sem se alimentar via oral? Gastroparesia: frequente em DM Sintomas:distensão abdominal, náuseas e vômitos Conduta: - Dieta isosmolar - infusão lenta (20mL/hora) e aumento de 10 a 20 mL a cada 2 horas - Posição: nasojejunal cuidado com gastroparesia acomete todo TGI e pode desencadear diarreia Contagem de carboidrato Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018; Manual de Contagem de Carboidratos, 2016 • É uma estratégia nutricional que oferece à pessoa com diabetes maior flexibilidade em sua alimentação, de acordo com seu estilo de vida • O objetivo maior é encontrar o equilíbrio entre a glicemia, a quantidade de carboidratos ingerida e a quantidade de insulina necessária Contexto de alimentação saudável Contagem de carboidrato Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018; Manual de Contagem de Carboidratos, 2016 • Carboidratos: totalmente convertidos em glicose, em um período de 15 a 2 horas • Proteínas: 35 a 60% são convertidos a glicose em um período de 3 a 4 horas • Lista de equivalentes ou contagem de gramas Como fazer??? Contagem de carboidrato • A quantidade de insulina poderá ser ajustada de acordo com o que a pessoa deseja comer • Indispensável para o sucesso da terapêutica: Acompanhamento com um médico endocrinologista; Acompanhamento com nutricionista; Motivação do portador de DM e da equipe; Anotar todos os alimentos consumidos e as quantidades (em medida caseira) Saber ler e escrever, e ter noção de medidas caseiras; Medir a glicemia mais vezes, em diferentes horários Contagem de carboidrato • Métodos: Lista de equivalentes Contagem em gramas de carboidratos Contagem de carboidrato Lista de equivalente: • Os alimentos são agrupados de tal forma que cada porção de alimento escolhido pelo paciente corresponde a 15g de carboidratos, classificando-os em categorias (grupo de alimentos) e porções de uso habitual de nossa realidade • São estimuladas trocas no mesmo grupo 19/08/2018 17 Contagem de carboidrato Contagem em gramas: • Somar os gramas de carboidrato de cada alimento por refeição, obtendo-se informações em tabelas e rótulos dos alimentos • Incentivo a alimentação saudável deve ser reforçado nas trocas de alimentos. A escolha do método deve levar em conta a necessidade da pessoa com diabetes!!! Contagem de carboidrato Exemplo de paciente com DM2 1. Calcula-se o VET = 1.800kcal; 2. Consideram-se 60% de CHO = 270g de CHO a serem distribuídos no dia todo; 3. De acordo com a anamnese, define-se a quantidade de carboidrato/refeição Exemplo: café da manhã Contagem de carboidrato Exemplo de paciente com DM2 1. Calcula-se o VET = 1.800kcal; 2. Consideram-se 60% de CHO = 270g de CHO a serem distribuídos no dia todo; 3. De acordo com a anamnese, define-se a quantidade de carboidrato/refeição 4. Importante estimular a ingestão das mesmas quantidades de CHO por refeição, sempre nos mesmos horários Exemplo de paciente com DM1 utilizando insulina ultra-rápida Doses de insulina para cobrir os gramas de carboidrato são denominadas “bolus” de alimentação Adultos: 1UI de insulina rápida ou ultra-rápida cobre 15g ou uma substituição de carboidrato Crianças e adolescentes, a relação é de 01 unidade de insulina para 20-30g de carboidrato Contagem de carboidrato Exemplo de paciente com DM1 utilizando insulina ultra-rápida Contagem de carboidrato • 65 gramas de carboidratos serão consumidos • Se 1 unidade de insulina cobre 15 g • Para 65 gramas serão necessárias 4,3 unidades de insulina (arredonda para 4UI) Contagem de carboidrato Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018; Manual de Contagem de Carboidratos, 2016 Alimentos livres: • São aqueles que possuem menos de 5g CHO e menos de 20Kcal por porção • Não tem efeito significativo nos níveis de glicose e não precisam ser contados no plano alimentar • Exemplos: Adoçantes Água mineral Café ou chá com adoçante Chicletes diet Gelatina diet Refrigerante diet/light 19/08/2018 18 Contagem de carboidrato Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018; Manual de Contagem de Carboidratos, 2016 Contagem de carboidrato Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018; Manual de Contagem de Carboidratos, 2016 https://www.diabetes.org.br/publico/images/manual-de-contagem-de- carboidrato2016.pdf http://www.saudedireta.com.br/docsupload/1340368495246_manual_oficial_contag em_carboidratos_2009.pdf Contagem de carboidrato Aplicativo de celular Perguntas norteadoras..... Qual diferença entre diabetes tipo 1 e tipo 2? Como pode ser feito o diagnostico de diabetes? Qual a importância da hemoglobina glicada no monitoramento de pacientes com diabetes? Quais as principais complicações agudas e crônicas associadas ao diabetes? Quais as principais recomendações nutricionais para indivíduos com diabetes? Contagem de carboidrato PRÁTICA: trazer calculadora, lista de equivalentes impressa e se possível, tabela de medidas caseiras danielahauschild@yahoo.com.br OBRIGADA! 19/08/2018 19 • Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018. • Sociedade Brasileira de Diabetes. MANUAL DE CONTAGEM DE CARBOIDRATOS PARA PESSOAS COM DIABETES, 2016. • Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes. Manual Oficial de Contagem de Carboidratos para as Pessoas com Diabetes, 2009. • International Diabetes Federatrion. IDF DIABETES ATLAS Eighth edition, 2017. • NELSON, D.L.; COX, M.M. Lehninger Princípios de Bioquímica. 4ª ed, 2014. • BARBOSA, H.H.P. et al. Papel dos Produtos Finais da Glicação Avançada (AGEs) no Desencadeamento das Complicações Vasculares do Diabetes. Arq Bras Endocrinol Metab 2008;52/6. • COSTELLO, R.B. et al. Do Cinnamon Supplements Have a Role in Glycemic Control in Type 2 Diabetes – A Narrative Review? J Acad Nutr Diet. 2016 November ; 116(11): 1794–1802 • FAGUNDES, A. et al. Ilex paraguariensis: compostos bioativos e propriedades nutricionais na saúde. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo. v.9. n.53. p.213-222. Set./Out. 2015. Contagem de carboidrato
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