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Aula Diabetes Mellitus

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19/08/2018
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Curso de Nutrição
Unidade São José
DISCIPLINA FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA II
Professora: Daniela Barbieri Hauschild
20 de agosto de 2018
Diabetes mellitus
Plano Programático
 Conceito e classificações: diabetes tipo 1; diabetes tipo 2;
epidemiologia
 Pâncreas e fisiopatologia: metabolismo de glicose, secreção de
insulina, manifestações clínicas e complicações
 Diagnóstico: critérios para diagnósticos; acompanhamento e
monitoramento para controle glicêmico
 Tratamento: medicamentos e insulina
 Manejo nutricional: necessidades nutricionais, terapia nutricional
 Próxima aula: prática de contagem de carboidrato
Conceito e classificações – Pâncreas e fisiopatologia – Diagnóstico – Tratamento - Manejo Nutricional
Conceito
Diabetes mellitus (DM): distúrbio metabólico caracterizado por
hiperglicemia persistente, decorrente de deficiência na
produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos os
mecanismos, ocasionando complicações em longo prazo.
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
Defeitos de secreção Defeitos de ação
Classificação etiológica
• Tipo 1:
 Tipo 1A: deficiência de insulina por destruição autoimune
das células β comprovada por exames laboratoriais;
 Tipo 1B: deficiência de insulina de natureza idiopática.
• Tipo 2: perda progressiva de secreção insulínica combinada
com resistência à insulina causada por uma interação de
fatores genéticos e ambientais
• Gestacional: hiperglicemia de graus variados diagnosticada
durante a gestação, na ausência de critérios de DM prévio
• Outros: formas menos comuns de DM cujos defeitos ou
processos causadores podem ser identificados. Exemplos: uso de
medicamentos, fibrose cística, ´secundário a infecções
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
1985: 30 
milhões 
de 
adultos 
no 
mundo
1995:
135 
milhões
2002:
173 
milhões
2011:
366 
milhões
2035:
592 
milhões
Epidemiologia Epidemiologia
International Diabetes Federation - Diabetes Atlas - 8th Edition, 2017
Em 2015, estimativa de 8,8% da população mundial com 20 a 
79 anos de idade (415 milhões de pessoas) vivia com diabetes.
Pessoas com diabetes em todo o mundo e por região em 2017 e 2045 (20 a 79 anos)
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Palmas
2,7%
Florianópolis
5,9%
Fortaleza
7,3%
Epidemiologia Epidemiologia
International Diabetes Federation - Diabetes Atlas - 8th Edition, 2017
Os 10 principais países em número de 
adultos com diabetes (20 a 79 anos) e 
seus gastos com saúde, 2017
Os 10 principais países em número de 
crianças e adolescentes com diabetes 1
Epidemiologia
International Diabetes Federation - Diabetes Atlas - 8th Edition, 2017
Os 10 principais países/territórios em número de adultos com diabetes 
(20 a 79 anos) em 2017 e perspectiva para 2045
Epidemiologia
International Diabetes Federation - Diabetes Atlas - 8th Edition, 2017
Total gasto em saúde com pessoas com diabetes (20-79 anos)
Crescimento e envelhecimento 
populacional 
Urbanização
Crescente prevalência de obesidade e 
sedentarismo
Maior sobrevida de pacientes com DM
Epidemiologia
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
Fatores de risco
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
• Peso ao nascer: relação em formato de U - baixo peso ao nascer;
peso de nascimento > 4 kg
• Obesidade, hipertensão arterial e dislipidemia
Intervenções no estilo de vida reduziram em 58% a
incidência de diabetes em um período de 3 anos:
 Atingir e manter 7% de perda de peso
 Manter atividade física de 150 minutos/semana
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Pâncreas
• Hormônio secretado 
pelas células β do 
pâncreas
• Ações
Hormônio da insulina
Secreção de insulina
Célula β do 
pâncreas
GLUT 2, transportador especifico para a glicose do 
sangue para as células por difusão facilitada
Glicose é metabolizada e produz ATP
ATP fecha canais de potássio  despolarização
Abrem canais de cálcio
cálcio intracelular provoca a secreção de insulina 
(exocitose)
insulina é secretada no sangue e distribuída pela 
circulação
Parassimpático
Hormônios 
do TGI
Estímulos:
1) Glicose
plasmática
2) Parassimpático
3) Hormônios do TGI
Homeostase glicêmicaEstímulo da secreção de insulina
70 a 99 mg/dl
β
α
Homeostase glicêmica Transportadores de Glicose - GLUT
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Jejuno
GLUT 5
Músculo, tecido adiposo, 
(INSULINO-DEPENDENTE)GLUT 4
Cérebro, rim, placenta, 
outrosGLUT 3
Células B do pâncreas 
(sensor de glicose para 
liberar insulina) e fígado
GLUT 2
Todos os tecidos inclusive 
cérebro e eritrócitosGLUT 1
TecidosTRANSPORTADOR
Transportadores de Glicose - GLUT Absorção celular de glicose
Insulina + receptor (IR)
Fosforilação em tirosina 
dos IRS
Ativação de outras 
proteínas
Translocação da proteína 
GLUT4 para membrana
IRS: substrato do receptor de insulina
Transporte de glicose 
Absorção celular de glicose Diabetes tipo 1
Deficiência de insulina por destruição autoimune das células β
Diabetes tipo 2
Perda progressiva de secreção insulínica combinada com 
resistência à insulina
• Resistência à insulina é definida como um resposta inadequada 
aos efeitos fisiológicos da insulina circulantes tecidos alvo, como 
músculo, fígado, tecido adiposo
Resistência à insulina
Fatores de Risco:
 Excesso de peso
 Consumo elevado de gorduras totais
 Gorduras saturadas
 Gorduras trans
 Baixo consumo de grãos e fibras alimentares
 Consumo elevado de calorias
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Resistência à insulina
glicose
Insulina
glicose
Insulina
glicose
Insulina
glicose
Insulina
Resistência à 
insulina
Hiperglicemia
Tríade Clássica
Polifagia (fome)
Poliúria (urina frequente)
Polidipsia (sede)
Manifestações clínicas
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Manifestações clínicas
Manifestações: no geral, decorrentes de hiperglicemia
Podem permanecer assintomáticos por um período:
• Poliúria: diurese osmótica
• Polidipsia: estímulo ao centro da sede devido a desidratação
• Polifagia: prejuízo da ação da insulina leva a alterações 
hipotalâmicas no centro da fome
• Fraqueza: catabolismo 
Consequências
A cada 30 segundos, 
parte de um membro 
inferior é amputado 
como consequência 
de diabetes.
Gestantes: maior
risco de obesidade,
diabetes, hipertensão
e doença renal nos
filhos
Prevalência de
doença renal crônica
é 10 x/maior em
diabéticos
Pessoas com
diabetes tem 2 a 3 x
mais chance de ter
doença
cardiovascular
1/3 dos diabéticos tem retinopatia e é a
principal causa de cegueira em adultos
Maior risco de doenças
periodontais
International Diabetes Federation - Diabetes Atlas - 8th Edition, 2017
Hipoglicemia
Cetoacidose
diabética
Hiperglicemia / 
Hiperosmolar
Crônicas
Microvascular:
Neuropatia
Retinopatia
Nefropatia
Macrovascular:
DCV
Agudas
Complicações
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
Metabolismo no jejum
Nelso; Cox (2014)
Hipoglicemia
Complicações agudas
HIPOGLICEMIA REATIVA (REBOTE) 
Após refeição rica em carboidratos, há consequente 
liberação excessiva de insulina estimulada pela 
refeição. 
EFEITO SOMOGYI 
(Hipoglicemia seguida por hiperglicemia de rebote)
Elevada secreção de hormônios contrarregulatórios ou 
por uso de dose excessiva de insulina exógena.
Hipoglicemia
Complicações agudas
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• Utilização de lipídeos para o fornecimento de energia  AG 
corpos cetônicos
• Típica em pacientes com DM 1
• Alterações hidroeletrolíticas e metabólicas podem ter graus 
variados de repercussão sobre o SNC – leve sonolência, confusão 
mental, até coma profundo
• Corpos cetônicos são liberados na urina e no ar exalado  Hálito 
cetônico
Medicina, Ribeirão Preto, 36: 389-393, abr./dez.2003
Cetoacidose diabética
Complicações agudas
 Característica do DM 2
 Hiperglicemia e hiperosmolaridade acentuadas
 Desidratação grave – envolvimento do SNC
 Manifestações clínicas: alterações de consciência, crises
convulsivas e sintomas sugestivos de AVC
Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar (EHH)
Complicações agudas
Medicina, Ribeirão Preto, 36: 389-393, abr./dez. 2003
Perda de visão (retinopatias)
Nefropatia com evolução para Insuficiência Renal
Neuropatia periférica
Ulceração das extremidades
Neuropatia autônoma causando distúrbios 
gastrointestinais, gênito-urinário, 
cardiovasculares e disfunção sexual
Complicações crônicas Complicações crônicas
Por que ocorrem 
essas complicações, 
caso o DM não 
seja controlado?
A glicação de proteínas teciduais e 
plasmáticas mecanismos responsáveis 
pelas alterações e lesões teciduais causadas 
pela hiperglicemia crônica
Complicações crônicas Complicações crônicas
Produtos Finais da Glicação Avançada (AGEs)
Glicose Proteína
AGES Estágio final
Barbosa et al. (2008)
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Complicações crônicas
Produtos Finais da Glicação Avançada (AGEs)
• Hiperglicemia crônica acarreta na formação de produtos finais
de glicação avançada (AGEs) - moléculas que surgem a partir de
glicações e rearranjos entre carboidrato e proteína
promovendo modificação química, afetando a estrutura e
função
 Afeta função de proteína  principalmente de
meia-vida longa, como colágeno
 Efeito pro oxidante e inflamatório  aumenta
mais a geração de AGEs
Barbosa et al. (2008)
Complicações crônicas
Via dos polióis
TÓXICO
• Causa mais frequente de novos casos de cegueira no mundo
• Após 20 anos: 90% dos casos de DM 1 e 60% dos casos de DM 
2 possuem algum grau de retinopatia
• Mais de 90% da perda visual pode ser prevenida com medidas 
terapêuticas adequadas
 Lesão nos vasos da retina
 Estágios avançados  perda
gradual de microvasculatura
retiniana
Hemorragias, microaneurismas, 
neovascularização, fibrose
Complicações crônicas
Retinopatia Diabética
 20 a 30% dos pacientes com DM 1 e 2
podem desenvolver nefropatia
 3ª causa mais frequente de IRC, mais
comum no tipo 1 (30 a 40%)
 A nefropatia é detectável e há
evidências de insuficiência renal em 5
a 10 anos após o diagnóstico de DM
Complicações crônicas
Nefropatia Diabética
Podem ocorrer lesões glomerulares, vasculares renais ou 
pielonefrite.
A função renal é afetada, perdendo-se proteínas 
pela urina (proteinúria)
Complicações crônicas
Nefropatia Diabética
• Complicação crônica mais frequente e precoce, podendo atingir 
de 80 a 100% dos pacientes a longo prazo, entre 5 e 10 anos de 
doença
• Nervos motores, receptores sensoriais distais e nervos do SNA 
são afetados  perda da sensibilidade das extremidades
 Manifestações clínicas: perda de sensibilidade, dormência,
formigamento nas extremidades, alterações na função motora,
alterações no funcionamento GI, disfunção erétil, incontinência
urinária, fraqueza muscular, contrações musculares involuntárias,
etc
Complicações crônicas
Neuropatia Diabética
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 Pé diabético
◦ Lesão que ocorre nos pés do
diabético devido à neuropatia
diabética e/ou a doença vascular
periférica.
◦ As úlceras não surgem
espontaneamente e sim
decorrentes de traumas,
complicando com as infecções e
as osteomielites, podendo levar à
amputação.
Complicações crônicas
Neuropatia Diabética
• Afeta artérias de grande e médio calibre (coronária, cerebrais, 
membros inferiores)
• Hiperglicemia  Concentrações de lipídios sanguíneos 
ATEROSCLEROSE
• Complicações:
• Hipertensão (HAS)
• Insuficiência cardíaca (IC) 
• Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
• Acidente Vascular cerebral (AVC)
• Gangrena
• Claudicação intermitente
Complicações crônicas
Complicações macrovasculares
Critérios para o diagnóstico
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018; ADA - American Diabetes Association
COMO SE DIAGNOSTICA O DIABETES?
Critérios para o diagnóstico
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018; ADA - American Diabetes Association
Metas de controle – adultos com DM
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
Auto monitoramento diário
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
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Marcadores de resistência à insulina
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
• Índice HOMA IR:
HOMA IR = [(glicemia em mmol/L) x (insulinemia em μU/mL)] / 22,5
ou
HOMA IR = [(glicemia em mg/dL) x (insulinemia em μU/mL)] / 405
• Marcadores de adiposidade central
• Circunferência da cintura
• Circunferência do pescoço
• Relação cintura quadril
Insulina
Insulina Medicamentos para DM2
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
Categorias Exemplos Efeitos adversos
↑ secreção de insulina Sulfonilureias
(glibenclamida, glipizida e 
glimepirida) e as glinidas
Ganho de peso e maior 
frequencia de hipoglicemia
Não aumentam secreção 
de insulina –
sensibilizadora periférica
Acarbose (inibidor da α-
glicosidase), metformina
(biguanida) e pioglitazona
(tiazolidinediona)
Retencao hidrica e ganho 
de peso; metformina -
deficiência de vitamina 
B12
↑ a secreção de insulina 
de maneira dependente 
da glicose, e promove a 
supressão do glucagon
gliptinas Dor articular
Promovem glicosúria (sem 
relação com a secreção de 
insulina)
inibidor do 
cotransportador de 
sodio/glicose
2 (SGLT2)
Não deve ser indicada em 
caso de insuficiência
renal moderada ou grave
Manejo nutricional - objetivos
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
Atender às necessidades nutricionais em todas
as fases da vida
Manutenção/obtenção de peso saudável
Metas de controle da glicemia
Controle dos níveis pressóricos e concentrações
séricos de lipídeos
Manejo nutricional
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
• Terapia Nutricional: é o tratamento de uma doença ou condição
por meio da mudança da ingestão de nutrientes ou de todo um
alimento
• Intervenção nutricional – após 3 a 6 meses  redução
significativa na HbA1c
• Abordagem: não somente prescritivo, mas deve considerar o
subjetivo
• Definida com base em avaliação e diagnóstico nutricional
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Prevenção ou retardo do diabetes mellitus tipo 2
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
• Objetivo: mudança de estilo de vida
 Perda de, em média, 7% do peso inicial ao longo de 6 meses,
ao ritmo de 0,5 a 1,0 kg/semana
 Déficit entre 500 e 1.000 calorias/dia em relação ao total
necessário para manter-se o peso
 Retirada preferencial das gorduras saturadas
• Cereais integrais, nozes, frutas vermelhas, iogurte, café e chá
está associada a risco reduzido de diabetes.
• Alto consumo de carnes vermelhas e bebidas açucaradas
relaciona-se a um risco aumentado de desenvolvimento de DM2.
Manejo nutricional
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
Qual deve ser a prescrição dietoterápica 
para pacientes com diabetes?
Individualizada
Educação nutricional
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
• Voltada para autogestão - orientar o autogerenciamento;
promover a colaboração ativa
• Inserção em programas de educação nutricional – desde o
diagnóstico
Estratégias: atividades em
grupo, oficinas e palestras
Educação 
nutricional
Composição do plano alimentar
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
Balanço energético
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
Pacientes com sobrepeso/obesidade e/ou risco de desenvolver
diabetes
Perda de peso SUSTENTADA de 5% a 7% do peso corporal
↑ Atividade física↓ 500 a 700 kcal/dia
Recomendações gerais
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
• Fracionamento: 5 a 6 refeições – 3 principais e 3 lanches
• Controle das porções e escolhas alimentaressaudáveis
• Variedade de alimentos:
 Ingestão de legumes, leguminosas, frutas e cereais integrais,
carnes magras, aves e peixes, ovos, leite e derivados
preferencialmente desnatados
• Hipoglicemia: Complicação aguda mais frequente na DM1
 Leve (50 a 70 mg/dL) – pode ser tratada com 15 g de
carboidratos  150 mL de suco/refrigerante
 Graves (< 50 mg/dL) – 30 g de carboidrato mel, açúcar
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Hipoglicemia
Principais causas
• Erro na administração de
insulina
• Pular refeição
• Excesso de exercício
• Ingestão de álcool sem
alimento
• Vômitos e diarreia
Hipoglicemia
Macronutrientes
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
• Carboidrato: não há evidências para proporção específica
OMS: não recomenda < 130 g/dia
Índice glicêmico: resposta glicêmica de vários alimentos - ↓ IG
podem apresentar benefício no controle da glicemia
• Proteína: caso função renal esteja preservada - similar a
população 1 a 1,5 g/kg, 15 a 20% VET
• Lipídeos: meta inconclusiva e deve ser individualizada
• ADA (2017) – ômega 3 (EPA e EDHA), e oleaginosas 
prevenção de doenças cardiovasculares
Carboidratos
Dietas com baixo teor de carboidrato
X
Dieta com baixo teor de gordura
Carboidratos
Dieta com baixo teor de gordura (<30% de lipídeo)
• Gordura = mais energia
• Gordura saturada: associada a dislipidemia,
doença cardiovascular e complicações
Dieta com baixo teor de carboidrato (<40% de carboidrato)
• Carboidrato = maior glicemia
• Excesso de carboidrato´: convertido em
gordura (lipogênese de novo no fígado)
van Zuuren et al. (2018)
Macronutrientes
36 estudos incluídos e 2161 participantes
HbA1c: melhora com dieta “low carb”, porém após 2 anos a 
diferença reduziu  dificuldade de seguimento
Glicemia de jejum: reduziu em maior grau com dieta “low carb” 
entre 8 e 26 semanas; após 2 anos não houve diferença
LDL, IMC, circunferência abdominal: não houve diferença
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Dieta mediterrânea
Incluídos: 10 estudos que avaliaram 5 padrões de dieta
Dieta mediterrânea: melhora da glicemia de jejum, Hb1Ac, 
perda de peso, circunferência abdominal e nos marcadores 
cardiovasculares
Dieta mediterrânea
• Padrão alimentar saudável caracterizado, principalmente, por:
• Elevado consumo de hortaliças verdes e amarelas, frutas, frutos secos,
azeite de oliva, leguminosas (grão de bico e lentilha), oleaginosas
(amêndoas e nozes), iogurte e peixe
• Vinho com moderação
• Reduzida em carne vermelha, carne processada, carboidratos
refinados e produtos com elevado teor de gordura
• Pobre em ácidos graxos saturada, rica em fibras e ácidos graxos
monoinsaturados
Dieta mediterrânea
Índice Glicêmico (IG)
Avalia a velocidade que aumenta a glicemia 
quanto mais rápido, maior será a descarga de insulina
Carga Glicêmica (CG)
Relaciona o IG com a porção de alimento que é 
ingerido (IG é calculado para 50g de alimento). É 
mais indicado para ser utilizado  nem todo 
alimento de alto IG apresenta também alta CG
Alto IG
≥ 70
Médio IG
56 - 69
Baixo IG
≤ 55
Alta CG
≥ 20
Média CG
11 - 19
Baixa CG
≤ 10
Macronutrientes
Macronutrientes Fibras
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
• Fibras dietéticas podem atenuar a resposta à insulina
• Fibra solúvel: aveia, feijões, cevada – auxilia no
retardo do esvaziamento gástrico e controle
glicêmico pós prandial
• 30 a 50 g/dia
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Fibras
• The American Diabetes Association (ADA): controle na ingestão
de carboidrato para controle glicêmico
• Resultados na literatura: conflitantes
• Falta padronização nas nomenclatura: high x low carb
Conclusão: É difícil definir a quantidade ideal de carboidrato, e
pode ser necessário uma terapêutica individualizada para a
ingestão de carboidratos, considerando os índice glicêmico e carga
glicêmica e fibra alimentar.
Prebióticos e probióticos
• Os prebióticos e, especialmente, os probióticos são alternativas
terapêuticas muito promissoras paraa prevenção e o tratamento
do diabetes e da síndrome metabólica.
• É preciso padronizar:
 Prebióticos: substâncias mais eficazes e as suas doses
 Probióticos: cepas de microrganismos e as suas doses
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
Aumenta a sensibilidade periférica à 
insulina.
Aumenta a captação e utilização da 
glicose pelas células.
Ômega 3
Resultados ainda contraditórios
Ômega 3
Efeito da suplementação de n-3PUFAs sobre perfil lipídico,
parâmetros inflamatórios, pressão arterial e índices de controle
glicêmico – diabetes 2
- Incluídos: 45 estudos - 2674 pessoas
- Conclusão: suplementação produz efeitos hipolipemiantes
favoráveis, redução nos níveis de citocinas pró-inflamatórias e
melhora na glicemia
Ômega 3
O objetivo deste estudo foi comparar o efeito anti-
hiperlipidêmico dos suplementos de ácidos graxos ômega-3 com
peixe fresco.
Métodos: 106 pacientes com hiperlipidemia foram
randomizados: um grupo recebeu 2 g / dia de ômega-3 cápsulas
por um período de 8 semanas e o outro grupo recebeu uma
média de 250 g de peixe duas vezes por semana pelo mesmo
período de tempo
Ômega 3
Conclusão: consumo de peixe demonstrou resultados
superiores a suplementação com cápsula
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Fitoterapia e suplementos nutricionais
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
• Não existe nenhuma evidência que justifique a utilização de
qualquer tipo de fitoterápico para o tratamento do DM.
• Pode-se afirmar que as evidências científicas disponíveis até o
momento não permitem a elaboração de recomendações
formais para o uso de suplementos alimentares na prevenção e
tratamento do DM
Canela
• Utilização da canela tem sido sugerida para melhor controle
glicêmico
• Revisão com 11 estudos:
• Período: de 4 a 16 semanas
• Dose: 120 a 6000mg/dia
• Resultados: redução modesta nas concentrações de glicose em
jejum e na Hb1Ac
• Conclusão: canela, em conjunto com hipoglicemiantes orais e
modificações de estilo de vida, tem modesto efeito na glicemia
Costello et al. (2016)
Erva mate
• Planta nativa da região sul do
continente americano
• Folhas são secas, trituradas e, então, é
feito uma infusão de chá
• Erva-mate (Ilex paraguariensis), rica em
compostos polifenólicos
• As pesquisas evidenciam potencial
antioxidante nessa erva: melhoria do
perfil lipídico e hepático, além da
possível eficácia no tratamento da
obesidade
• Há poucos estudos em humanos para a
comprovação de tal evidência
Fagundes et al. (2015)
Erva mate
Intervenção: 330 mL de chá de mate tostado 3 vezes ao dia e/ou 
recebeu orientação nutricional durante 60 dias
Conclusão: Chá mate melhorou o controle glicêmico e o perfil
lipídico de indivíduos com DM2, e o consumo de chás combinado
com intervenção nutricional foi altamente eficaz na diminuição dos
parâmetros lipídicos de indivíduos pré-diabéticos, o que pode
reduzir o risco de desenvolver doença coronariana.
Edulcorantes
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
Não são essenciais, mas podem 
favorecer o convívio social e 
flexibilidade
Aprovados pela ANVISA:
sorbitol, manitol, isomaltitol, maltitol, sacarina, ciclamato,
aspartame, estévia, acessulfame-K, sucralose, neotame,
taumatina, lactitol, xilitol e eritritol.
Terapia Nutricional Enteral
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
E no paciente hospitalizado, sem se alimentar via oral?
Indicações: similares aos demais pacientes
Evitar a hiperalimentação: 25 a 35 kcal/kg
Formula enteral padrão: polimérica
Infusão contínua lenta
Podem se beneficiar de fórmulas 
específicas 33 a 40% de CHO e fibras
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Terapia Nutricional Enteral
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018
E no paciente hospitalizado, sem se alimentar via oral?
Gastroparesia: frequente em DM
Sintomas:distensão abdominal, náuseas 
e vômitos
Conduta: 
- Dieta isosmolar
- infusão lenta (20mL/hora) e aumento 
de 10 a 20 mL a cada 2 horas
- Posição: nasojejunal cuidado com 
gastroparesia acomete todo TGI e 
pode desencadear diarreia
Contagem de carboidrato
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018; Manual de Contagem de Carboidratos, 2016
• É uma estratégia nutricional que oferece à pessoa com diabetes
maior flexibilidade em sua alimentação, de acordo com seu
estilo de vida
• O objetivo maior é encontrar o equilíbrio entre a glicemia, a
quantidade de carboidratos ingerida e a quantidade de insulina
necessária
Contexto de alimentação saudável
Contagem de carboidrato
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018; Manual de Contagem de Carboidratos, 2016
• Carboidratos: totalmente convertidos em glicose, em um
período de 15 a 2 horas
• Proteínas: 35 a 60% são convertidos a glicose em um período de
3 a 4 horas
• Lista de equivalentes ou contagem de gramas
Como 
fazer???
Contagem de carboidrato
• A quantidade de insulina poderá ser ajustada de acordo com o
que a pessoa deseja comer
• Indispensável para o sucesso da terapêutica:
 Acompanhamento com um médico endocrinologista;
 Acompanhamento com nutricionista;
Motivação do portador de DM e da equipe;
 Anotar todos os alimentos consumidos e as quantidades (em
medida caseira)
 Saber ler e escrever, e ter noção de medidas caseiras;
Medir a glicemia mais vezes, em diferentes horários
Contagem de carboidrato
• Métodos:
Lista de equivalentes
Contagem em gramas de carboidratos
Contagem de carboidrato
Lista de equivalente:
• Os alimentos são agrupados de tal forma que cada porção de
alimento escolhido pelo paciente corresponde a 15g de
carboidratos, classificando-os em categorias (grupo de
alimentos) e porções de uso habitual de nossa realidade
• São estimuladas trocas no mesmo grupo
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Contagem de carboidrato
Contagem em gramas:
• Somar os gramas de carboidrato de cada alimento por refeição,
obtendo-se informações em tabelas e rótulos dos alimentos
• Incentivo a alimentação saudável deve ser reforçado nas trocas
de alimentos.
A escolha do método deve levar em conta a necessidade da 
pessoa com diabetes!!!
Contagem de carboidrato
 Exemplo de paciente com DM2
1. Calcula-se o VET = 1.800kcal;
2. Consideram-se 60% de CHO = 270g de CHO a serem
distribuídos no dia todo;
3. De acordo com a anamnese, define-se a quantidade de
carboidrato/refeição
Exemplo: café da manhã
Contagem de carboidrato
 Exemplo de paciente com DM2
1. Calcula-se o VET = 1.800kcal;
2. Consideram-se 60% de CHO = 270g de CHO a serem
distribuídos no dia todo;
3. De acordo com a anamnese, define-se a quantidade de
carboidrato/refeição
4. Importante estimular a ingestão das mesmas quantidades de
CHO por refeição, sempre nos mesmos horários
 Exemplo de paciente com DM1 utilizando insulina ultra-rápida
 Doses de insulina para cobrir os gramas de carboidrato são
denominadas “bolus” de alimentação
 Adultos: 1UI de insulina rápida ou ultra-rápida cobre 15g ou
uma substituição de carboidrato
 Crianças e adolescentes, a relação é de 01 unidade de insulina
para 20-30g de carboidrato
Contagem de carboidrato
 Exemplo de paciente com DM1 utilizando insulina ultra-rápida
Contagem de carboidrato
• 65 gramas de carboidratos serão consumidos
• Se 1 unidade de insulina cobre 15 g
• Para 65 gramas serão necessárias 4,3 unidades de
insulina (arredonda para 4UI)
Contagem de carboidrato
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018; Manual de Contagem de Carboidratos, 2016
Alimentos livres:
• São aqueles que possuem menos de 5g CHO e menos de 20Kcal
por porção
• Não tem efeito significativo nos níveis de glicose e não
precisam ser contados no plano alimentar
• Exemplos: Adoçantes
 Água mineral
 Café ou chá com adoçante
 Chicletes diet
 Gelatina diet
 Refrigerante diet/light
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Contagem de carboidrato
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018; Manual de Contagem de Carboidratos, 2016
Contagem de carboidrato
Sociedade Brasileira de Diabetes 2017/2018; Manual de Contagem de Carboidratos, 2016
https://www.diabetes.org.br/publico/images/manual-de-contagem-de-
carboidrato2016.pdf
http://www.saudedireta.com.br/docsupload/1340368495246_manual_oficial_contag
em_carboidratos_2009.pdf
Contagem de carboidrato
Aplicativo de celular
Perguntas norteadoras.....
Qual diferença entre diabetes tipo 1 e tipo 2?
Como pode ser feito o diagnostico de diabetes?
Qual a importância da hemoglobina glicada no monitoramento de
pacientes com diabetes?
Quais as principais complicações agudas e crônicas associadas ao
diabetes?
Quais as principais recomendações nutricionais para indivíduos com
diabetes?
Contagem de carboidrato
PRÁTICA: trazer calculadora, lista de 
equivalentes impressa e se possível, 
tabela de medidas caseiras
danielahauschild@yahoo.com.br
OBRIGADA!
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19
• Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes Sociedade Brasileira de Diabetes 
2017-2018.
• Sociedade Brasileira de Diabetes. MANUAL DE CONTAGEM DE CARBOIDRATOS 
PARA PESSOAS COM DIABETES, 2016.
• Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes. Manual Oficial 
de Contagem de Carboidratos para as Pessoas com Diabetes, 2009.
• International Diabetes Federatrion. IDF DIABETES ATLAS Eighth edition, 2017.
• NELSON, D.L.; COX, M.M. Lehninger Princípios de Bioquímica. 4ª ed, 2014.
• BARBOSA, H.H.P. et al. Papel dos Produtos Finais da Glicação Avançada (AGEs) 
no Desencadeamento das Complicações Vasculares do Diabetes. Arq Bras
Endocrinol Metab 2008;52/6.
• COSTELLO, R.B. et al. Do Cinnamon Supplements Have a Role in Glycemic 
Control in Type 2 Diabetes – A Narrative Review? J Acad Nutr Diet. 2016 
November ; 116(11): 1794–1802
• FAGUNDES, A. et al. Ilex paraguariensis: compostos bioativos e propriedades 
nutricionais na saúde. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e 
Emagrecimento, São Paulo. v.9. n.53. p.213-222. Set./Out. 2015.
Contagem de carboidrato

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