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Lei de Execução Penal

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Lei de Execução 
Penal 
para concursos
Rogério Sanches Cunha
DOUTRINA, JURISPRUDÊNCIA E 
QUESTÕES DE CONCURSOS
LEP
2018
7ª 
edição 
revista, 
atualizada 
e ampliada
13
EXECUÇÃO PENAL – 
LEI Nº 7.210, 
DE 11 DE JULHO DE 1984
`TÍTULO I – DO OBJETO E DA APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão cri-
minal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
Introdução – Os comentários ao artigo inaugural da LEP nos obrigam a relembrar que 
a pena, no Brasil, é polifuncional, isto é, tem tríplice finalidade: retributiva, preventiva 
(geral e especial) e reeducativa. Explica Flávio Monteiro de Barros (Direito Penal – Parte 
Geral, Ed. Saraiva, p. 435):
a) a prevenção geral (visa a sociedade) atua antes mesmo da prática de qualquer infração
penal, pois a simples cominação da pena conscientiza a coletividade do valor que o direito 
atribui ao bem jurídico tutelado.
b) a prevenção especial e o caráter retributivo atuam durante a imposição e execução
da pena.
c) finalmente, o caráter reeducativo atua somente na fase de execução. Nesse momento, o
escopo é não apenas efetivar as disposições da sentença (concretizar a punição e prevenção), 
mas, sobretudo, a ressocialização do condenado, isto é, reeducá-lo para que, no futuro, possa 
reingressar ao convívio social.
O art. 6º da Resolução 113 do CNJ, em cumprimento ao artigo 1º da Lei nº 7.210/84, 
determina: “o juízo da execução deverá, dentre as ações voltadas à integração social do con-
denado e do internado, e para que tenham acesso aos serviços sociais disponíveis, diligenciar 
para que sejam expedidos seus documentos pessoais, dentre os quais o CPF, que pode ser 
expedido de ofício, com base no artigo 11, V, da Instrução Normativa RFB nº 864, de 25 
de julho de 2008”.
A LEP também será aplicada (no que couber) às hipóteses de sentença absolutória im-
própria (execução das medidas de segurança). Não se aplica, porém, nos casos de medidas 
socioeducativas (resposta estatal aos atos infracionais), regradas pelo Estatuto da Criança e 
do Adolescente (ECA e Lei 12.594/12).
Penas 
(LEP)
Medida de 
segurança (LEP)
Medida 
socioeducativa (ECA e Lei 
12.594/12)
Em abstrato: prevenção geral 
(positiva e negativa) Essencialmente preventiva.
Responsabilização do adoles-
cente.
14
ART. 1º |LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984|
Penas 
(LEP)
Medida de 
segurança (LEP)
Medida 
socioeducativa (ECA e Lei 
12.594/12)
Em concreto:
Prevenção especial + retribuição
Não se nega, porém, seu caráter 
penoso, em especial na de natu-
reza detentiva
Integração social do adolescente 
+ garantia de seus direitos indi-
viduais e sociais
Em execução:
Concretização dos objetivos da 
sentença + ressocialização
Doença curável: objetiva a cura;
Doença incurável: deixá-lo apto 
a conviver em sociedade
Desaprovação da conduta social.
Pressupõe fato típico, ilícito, pra-
ticado por agente culpável
Pressupõe fato típico, ilícito, pra-
ticado por agente não imputável, 
porém perigoso (periculosidade)
Pressupõe fato típico, ilícito pra-
ticado por adolescente (jamais 
criança) em conflito com a Lei.
Princípios orientadores da execução penal:
a) Legalidade: Em vários dispositivos da LEP a legalidade é anunciada. No art. 2º, por
exemplo, “A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território 
Nacional, será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código 
de Processo Penal”. O art. 3º, por sua vez: “Ao condenado e ao internado serão assegurados 
todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei”.
b) Igualdade: “Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou
política” (art. 3º, parágrafo único, LEP). Assegura que na execução da pena não serão con-
cedidas restrições ou privilégios de modo indiscriminado, por origem social, política, de 
raça, cor, sexo etc.
c) Individualização da pena: “Os condenados serão classificados, segundo os seus antece-
dentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal” (art. 5º da LEP). 
Em síntese, a pena será individualizada conforme a personalidade e antecedentes do agente, 
bem como o tipo de delito por ele praticado (item 26 da Exposição de Motivos da LEP).
d) Princípio da jurisdicionalidade: o processo de execução será conduzido por um
juiz de direito, como estabelecido no art. 2º: “A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da 
Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida...”. A natureza jurisdicional da 
execução se extrai, ainda, da simples leitura do art. 194: “O procedimento correspondente 
às situações previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo-se perante o Juízo da execução”.
ATENÇÃO: a lei reserva à autoridade administrativa a decisão sobre pontos secundários da 
execução da pena, tais como: horário de sol, cela do preso, alimentação etc. Mesmo nesses casos, 
resguarda-se sempre o acesso do prejudicado ao judiciário.
e) Outros dispositivos constitucionais relevantes na aplicação da LEP, relacionados
com a humanidade da pena: artigo 1º, inciso III – dignidade da pessoa humana; artigo 
5º, incisos “XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de 
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido” (princípio 
da intranscendência da pena); “XLVII – não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de 
15
|LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984| ART. 1º
guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; e) cruéis”; “XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, 
de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado”; “XLIX – é assegurado aos 
presos o respeito à integridade física e moral”; “L – às presidiárias serão asseguradas condições 
para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação”.
ATENÇÃO: o Supremo Tribunal Federal decidiu que é lícito ao Poder Judiciário impor à Adminis-
tração Pública obrigação de fazer, consistente na promoção de medidas ou na execução de obras 
emergenciais em estabelecimentos prisionais para dar efetividade ao postulado da dignidade da 
pessoa humana e assegurar aos detentos o respeito à sua integridade física e moral, nos termos 
do que preceitua o art. 5º, XLIX, da CF, não sendo oponível à decisão o argumento da reserva do 
possível nem o princípio da separação dos poderes. O (des)respeito aos princípios que regem a 
execução penal é tema recorrente nos Superiores Tribunais. Ganhou especial destaque recente 
decisão do STF (ADPF 347) onde os ministros entenderam ter configurado o chamado “estado de 
coisas inconstitucional” no sistema penitenciário brasileiro. Denominado pela Corte Constitucional 
da Colômbia, o “estado de coisas inconstitucional” ocorre quando presente violação generalizada e 
sistêmica de direitos fundamentais, inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades 
públicas em modificar a conjuntura, transgressões a exigir a atuação não apenas de um órgão, mas 
sim de uma pluralidade de autoridades.
1. ENUNCIADOS DE SÚMULAS DE JURISPRUDÊNCIA
 ` STF – Súmula vinculante nº 35
A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada ma-
terial e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério 
Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de 
inquérito policial.
2. INFORMATIVOS DE JURISPRUDÊNCIA
 ` STF – 794 – Obras emergenciais em presídios: reserva do possívele separação de poderes – 1
É lícito ao Poder Judiciário impor à Administração Pública obrigação de fazer, consistente na pro-
moção de medidas ou na execução de obras emergenciais em estabelecimentos prisionais para dar 
efetividade ao postulado da dignidade da pessoa humana e assegurar aos detentos o respeito à sua 
integridade física e moral, nos termos do que preceitua o art. 5º, XLIX, da CF, não sendo oponível à 
decisão o argumento da reserva do possível nem o princípio da separação dos poderes. RE 592581/
RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 13.8.2015. (RE-592581)
 ` STF – 798 – Sistema carcerário: estado de coisas inconstitucional e violação a direito fundamental.
O Plenário concluiu o julgamento de medida cautelar em arguição de descumprimento de preceito 
fundamental em que discutida a configuração do chamado “estado de coisas inconstitucional” re-
lativamente ao sistema penitenciário brasileiro. Nessa mesma ação também se debate a adoção de 
providências estruturais com objetivo de sanar as lesões a preceitos fundamentais sofridas pelos 
presos em decorrência de ações e omissões dos Poderes da União, dos Estados-Membros e do Distrito 
Federal. No caso, alegava-se estar configurado o denominado, pela Corte Constitucional da Colômbia, 
“estado de coisas inconstitucional”, diante da seguinte situação: violação generalizada e sistêmica de 
direitos fundamentais; inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades públicas em 
modificar a conjuntura; transgressões a exigir a atuação não apenas de um órgão, mas sim de uma 
pluralidade de autoridades. O Plenário anotou que no sistema prisional brasileiro ocorreria violação 
generalizada de direitos fundamentais dos presos no tocante à dignidade, higidez física e integridade 
psíquica. As penas privativas de liberdade aplicadas nos presídios converter-se-iam em penas cruéis e 
desumanas. Nesse contexto, diversos dispositivos constitucionais (artigos 1º, III, 5º, III, XLVII, e, XLVIII, 
16
ART. 1º |LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984|
XLIX, LXXIV, e 6º), normas internacionais reconhecedoras dos direitos dos presos (o Pacto Internacio-
nal dos Direitos Civis e Políticos, a Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos e Penas Cruéis, 
Desumanos e Degradantes e a Convenção Americana de Direitos Humanos) e normas infraconstitu-
cionais como a LEP e a LC 79/1994, que criara o Funpen, teriam sido transgredidas. Em relação ao 
Funpen, os recursos estariam sendo contingenciados pela União, o que impediria a formulação de 
novas políticas públicas ou a melhoria das existentes e contribuiria para o agravamento do quadro. 
Destacou que a forte violação dos direitos fundamentais dos presos repercutiria além das respectivas 
situações subjetivas e produziria mais violência contra a própria sociedade. Os cárceres brasileiros, 
além de não servirem à ressocialização dos presos, fomentariam o aumento da criminalidade, pois 
transformariam pequenos delinquentes em “monstros do crime”. A prova da ineficiência do sistema 
como política de segurança pública estaria nas altas taxas de reincidência. E o reincidente passaria a 
cometer crimes ainda mais graves. Consignou que a situação seria assustadora: dentro dos presídios, 
violações sistemáticas de direitos humanos; fora deles, aumento da criminalidade e da insegurança 
social. Registrou que a responsabilidade por essa situação não poderia ser atribuída a um único e 
exclusivo poder, mas aos três — Legislativo, Executivo e Judiciário —, e não só os da União, como 
também os dos Estados-Membros e do Distrito Federal. Ponderou que haveria problemas tanto de 
formulação e implementação de políticas públicas, quanto de interpretação e aplicação da lei penal. 
Além disso, faltaria coordenação institucional. A ausência de medidas legislativas, administrativas e 
orçamentárias eficazes representaria falha estrutural a gerar tanto a ofensa reiterada dos direitos, 
quanto a perpetuação e o agravamento da situação. O Poder Judiciário também seria responsável, já 
que aproximadamente 41% dos presos estariam sob custódia provisória e pesquisas demonstrariam 
que, quando julgados, a maioria alcançaria a absolvição ou a condenação a penas alternativas. Ade-
mais, a manutenção de elevado número de presos para além do tempo de pena fixado evidenciaria 
a inadequada assistência judiciária. A violação de direitos fundamentais alcançaria a transgressão à 
dignidade da pessoa humana e ao próprio mínimo existencial e justificaria a atuação mais assertiva 
do STF. Assim, caberia à Corte o papel de retirar os demais poderes da inércia, catalisar os debates 
e novas políticas públicas, coordenar as ações e monitorar os resultados. A intervenção judicial seria 
reclamada ante a incapacidade demonstrada pelas instituições legislativas e administrativas. Todavia, 
não se autorizaria o STF a substituir-se ao Legislativo e ao Executivo na consecução de tarefas pró-
prias. O Tribunal deveria superar bloqueios políticos e institucionais sem afastar esses poderes dos 
processos de formulação e implementação das soluções necessárias. Deveria agir em diálogo com os 
outros poderes e com a sociedade. Não lhe incumbira, no entanto, definir o conteúdo próprio dessas 
políticas, os detalhes dos meios a serem empregados. Em vez de desprezar as capacidades institucionais 
dos outros poderes, deveria coordená-las, a fim de afastar o estado de inércia e deficiência estatal 
permanente. Não se trataria de substituição aos demais poderes, e sim de oferecimento de incentivos, 
parâmetros e objetivos indispensáveis à atuação de cada qual, deixando-lhes o estabelecimento das 
minúcias para se alcançar o equilíbrio entre respostas efetivas às violações de direitos e as limitações 
institucionais reveladas. ADPF 347 MC/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 9.9.2015. (ADPF-347)
 ` STF – 640 – “Habeas corpus” e direito de detento a visitas
É cabível “habeas corpus” para apreciar toda e qualquer medida que possa, em tese, acarretar constran-
gimento à liberdade de locomoção ou, ainda, agravar as restrições a esse direito. Esse o entendimento 
da Turma ao deferir “habeas corpus” para assegurar a detento em estabelecimento prisional o direito 
de receber visitas de seus filhos e enteados. HC 107701, Rel. Min. Gilmar Mendes, 13.9.2011. 2ª T.
3. QUESTÕES DE CONCURSOS
01. (Defensoria Pública – SP – 2013 – FCC) Sobre a relação entre o sistema penal brasileiro contemporâneo
e a Constituição Federal, é correto afirmar que:
a) o princípio constitucional da humanidade das penas encontra ampla efetividade no Brasil, diante da 
adequação concreta das condições de aprisionamento aos tratados internacionais de direitos humanos.
b) o princípio constitucional da legalidade restringe-se à tipificação de condutas como crimes, não 
abarcando as faltas disciplinares em execução penal.
17
|LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984| ART. 2º
c) o estereótipo do criminoso não contribui para o processo de criminalização, pois violaria o princípio 
constitucional da não discriminação.
d) a seletividade do sistema penal brasileiro, por ser um problema conjuntural, poderia ser resolvida
com a aplicação do princípio da igualdade nas ações policiais.
e) o princípio constitucional da intranscendência da pena não é capaz de impedir a estigmatização e 
práticas violadoras de direitos humanos de familiares de pessoas presas.
02. (Agente Penitenciário – CESPE – 2009 – SEJUS-ES) Em relação à Lei de Execução Penal (LEP), julgue
o item a seguir.
O objetivo da execução penal é efetivar as disposições de decisão criminal condenatória, 
ainda que não definitiva, de forma a proporcionar condições para a integração social do 
condenado, do internado e do menor infrator. 
GAB 1 E 2 ERRADO
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território 
Nacional, será exercida, no processo de execução,na conformidade desta Lei e do Código de 
Processo Penal.
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela 
Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.
Jurisdição – Todo condenado ficará sujeito à jurisdição comum, isto é, jurisdição ordi-
nária (federal ou estadual).
ATENÇÃO: compete ao Juízo das Execuções penais do Estado a execução das penas impostas 
a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos 
sujeitos à administração estadual (STJ – súmula 192), e, no mesmo espírito, ao juiz federal da 
execução criminal compete a execução da pena dos condenados que estiverem cumprindo pena 
em presídios federais, mesmo que condenados pela Justiça Estadual, Militar ou Eleitoral (art. 4º, 
parágrafo 1º e art. 6º da Lei 11.671/08).
O presente dispositivo anuncia o princípio da legalidade na execução penal: a execução 
das sanções penais “não pode ficar submetida ao poder de arbítrio do diretor, dos funcio-
nários e dos carcereiros das instituições penitenciárias, como se a intervenção do juiz, do 
Ministério Público e de outros órgãos fosse algo de alheio aos costumes e aos hábitos do 
estabelecimento” (René Ariel Dotti: “Problemas atuais da execução penal”. RT 563/286).
A Lei 7.210/84, por ser especial, atua como norma primária, ficando a aplicação das 
regras do CPP na dependência de lacuna na Lei de Execução Penal.
Por força do art. 2º, parágrafo único, a LEP aplica-se também ao preso provisório e ao 
condenado pela Justiça Eleitoral, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição 
ordinária (impedindo, assim, tratamento discriminatório de presos ou internados submetidos 
a jurisdições diversas).
Os presos que estiverem recolhidos em estabelecimento penal militar, devido à omissão 
da Lei castrense, também serão submetidos aos preceitos desta Lei. Nesse sentido: STF, HC 
104174/RJ – RIO DE JANEIRO, julgado em 29/03/2011 e STJ, HC 215.765-RS, Rel. Min. 
Gilson Dipp, julgado em 8/11/2011.
18
ART. 2º |LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984|
Logo, sabendo que estão assegurados aos presos cautelares (prisão temporária e preven-
tiva, abrangendo, por óbvio, os condenados provisórios) os mesmos direitos dos condenados 
definitivos (no que couber), conclui-se ser possível execução penal provisória (antecipando-se 
benefícios de execução penal) na hipótese de condenado em 1º grau, preso, aguardando 
julgamento do seu recurso. Nesse sentido, temos não apenas as Súmulas 716 e 717, ambas 
do STF, mas, em especial, a Resolução 113 do CNJ, que disciplina o procedimento.
Explica Renato Marcão:
“A execução provisória pressupõe, nesses termos, o encarceramento cautelar de-
corrente da prisão preventiva e a existência de sentença penal condenatória, sem 
trânsito em julgado definitivo.
Assim, não havendo recurso do Ministério Público, do assistente de acusação ou do 
querelante, restando somente o da defesa, a execução pode ser iniciada em caráter 
provisório” (Curso de Execução Penal, Ed. Saraiva, p. 37).
Percebam que a hipótese acima trabalha com o condenado em 1º grau que se encontra 
preso. E no caso do réu condenado em 2º grau, mas que aguarda solto o julgamento de 
recursos constitucionais (especial e extraordinário)?
No julgamento das ADCs 43 e 44, o STF, modificando orientação antes firmada, 
considerou possível o início da execução da pena após o recurso em segunda instância. 
Antes, no HC 84.078/MG, o tribunal havia considerado impossível que se executasse a 
pena antes do trânsito em julgado da sentença condenatória e estabeleceu a possibilidade de 
encarceramento apenas se verificada a necessidade de que isso ocorresse por meio de cautelar 
(prisão preventiva). À época, asseverou o tribunal, para além do princípio da presunção de 
inocência, que “A ampla defesa, não se pode visualizar de modo restrito. Engloba todas as 
fases processuais, inclusive as recursais de natureza extraordinária. Por isso a execução da 
sentença após o julgamento do recurso de apelação significa, também, restrição do direito 
de defesa, caracterizando desequilíbrio entre a pretensão estatal de aplicar a pena e o direito, 
do acusado, de elidir essa pretensão”.
No novo julgamento, considerou-se que a prisão após a apreciação de recurso pela segunda 
instância não desobedece a postulados constitucionais – nem mesmo ao da presunção de 
inocência – porque, a essa altura, o agente teve plena oportunidade de se defender por meio 
do devido processo legal desde a primeira instância. Uma vez julgada a apelação e estabelecida 
a condenação (situação que gera inclusive a suspensão dos direitos políticos em virtude das 
disposições da LC nº 135/2010), exaure-se a possibilidade de discutir o fato e a prova, razão 
pela qual a presunção se inverte. Não é possível, após o pronunciamento do órgão colegia-
do, que o princípio da presunção de inocência seja utilizado como instrumento para obstar 
indefinidamente a execução penal. Considerou-se, ainda, a respeito da possibilidade de que 
haja equívoco inclusive no julgamento de segunda instância, que há as medidas cautelares e 
o habeas corpus, expedientes aptos a fazer cessar eventual constrangimento ilegal.
Em resumo:
a) réu preso provisoriamente sem condenação: aplica-se a LEP no que couber (em especial,
para assegurar-lhe direitos e impor deveres de comportamento)
19
|LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984| ART. 2º
b) réu preso, condenado em 1o. grau, mas aguarda julgamento de recurso em 2a. instância:
aplica-se a LEP para antecipar benefícios (como progressão de regime etc.).
ATENÇÃO: nos termos da Súmula 716 do STF, admite-se a progressão de regime de cumprimen-
to da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito 
em julgado da sentença condenatória.
c) réu solto, condenado em 1o. grau, mas a pena ainda não foi confirmada em pelo
Tribunal: não se aplica a LEP
d) réu solto, condenado em 2o. grau, mas aguarda julgamento de recursos constitucionais:
deve ser preso, iniciando a execução (provisória) da pena.
A quem compete decidir sobre pedidos formulados pelo réu em sede de execução 
provisória?
Apesar de haver corrente no sentido de ser o juiz da condenação, entendemos que a 
Resolução 113 do CNJ, no seu art. 8º, acompanhou entendimento diverso, determinando: 
“Tratando-se de réu preso por sentença condenatória recorrível, será expedida guia de reco-
lhimento provisória da pena privativa de liberdade, ainda que pendente recurso sem efeito 
suspensivo, devendo, nesse caso, o juízo da execução definir o agendamento dos benefícios 
cabíveis”.
1. INFORMATIVOS DE JURISPRUDÊNCIA
` STF – 875 - Execução provisória da pena
O Plenário admite atualmente a execução provisória da pena a partir de condenação 
em segundo grau. Mencionou que até este momento há três decisões do Plenário: uma, em 
“habeas corpus”; uma medida cautelar; e outra, em Plenário Virtual, no sentido dessa possibilidade. (HC 
139391/RN, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 
29.8.2017.)
 ` STF – 842 – Execução provisória da pena e trânsito em julgado
Em conclusão de julgamento, o Plenário, por maioria, indeferiu medida cautelar em ações declarató-
rias de constitucionalidade e conferiu interpretação conforme à Constituição ao art. 283 do Código 
de Processo Penal (CPP) (“Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por 
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença 
condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de 
prisão temporária ou prisão preventiva”). Dessa forma, permitiu a execução provisória da pena após 
a decisão condenatória de segundo grau e antes do trânsito em julgado. OTribunal assentou que a 
execução provisória de acórdão penal condenatório proferido em grau de apelação, ainda que sujeito 
a recurso especial ou extraordinário, não compromete o princípio constitucional da presunção de 
inocência afirmado pelo art. 5º, LVII, da Constituição Federal (CF). Esse entendimento não contrasta 
com o texto do art. 283 do CPP.
` STJ – 597 - Condenação em segunda instância. Execução provisória da pena. Ausência de esgota-
mento da instância ordinária. Ilegalidade.
A possibilidade de execução provisória da pena foi recentemente confirmada pelo Supremo Tribunal 
Federal, por ocasião do julgamento das medidas cautelares nas ADCs 43 e 44. Em outras palavras, 
está autorizada a execução provisória da pena após o julgamento em segunda instância, ressalvadas 
as hipóteses em que seja possível a superação do entendimento pela existência de 
flagrante ilega-lidade, seja por meio da concessão de habeas corpus ou atribuindo-se 
efeito suspensivo a eventual recurso especial ou extraordinário. Contudo, no presente writ, verificou-
se que ainda não se encerrou 
20
ART. 3º |LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984|
a jurisdição em segunda instância, haja vista que o processo foi baixado à primeira instância para 
intimação da Defensoria Pública Estadual. Diante desse contexto, na hipótese, não se mostra possí-
vel, portanto, a execução provisória da pena, tal como já consignado pelo Supremo Tribunal Federal, 
sendo manifestamente ilegal a determinação de imediata expedição de mandado de prisão 
pelo Tribunal de origem. (HC 371.870-SP, Rel. Min. Felix Fischer, por unanimidade, julgado em 
13/12/2016, DJe 1/2/2017.)
2. QUESTÕES DE CONCURSOS
01. (Defensor Público – MA – 2015 – FCC) A autonomia da execução penal implica a compreensão de que
a) há uma feição jurisdicional da execução da pena e plenitude das garantias constitucionais penais e
processuais penais.
b) há um caráter misto de regras administrativas e jurisdicionais e aplicação mitigada das regras cons-
titucionais.
c) os incidentes de execução são impulsionados somente pela defesa técnica. (D) há distinção das ativida-
des da administração penitenciária e da função jurisdicional ressalvado o procedimento administrativo
que apura falta.
e) o título executivo delimita o alcance e os limites da execução em processo em que não há alteração 
fática.
02. (Procurador da República – MPF – 2014) ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
a) Não obstante evidente conexão entre crimes de competência da Justiça Federal e contravenções
penais, compete à Justiça Estadual julgar acusado da contravenção penal, devendo haver desmem-
bramento da persecução penal;
b) Pessoa condenada na Justiça Estadual é transferida de presídio estadual para presídio federal. A
competência para a execução penal permanece na Justiça Estadual;
c) A competência para julgamento de crimes ambientais é, em regra, da Justiça Federal, com exceção
daqueles cometidos em terras indígenas;
d) Segundo a Lei nº 9.613/98, os crimes de lavagem de capitais não têm persecução penal na Justiça
Estadual.
03. (IDECAN/2017 – SEJUC-RN – Agente Penitenciário) Segundo a Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984
– Lei de Execução Penal, é INCORRETO afirmar que:
a) O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução da 
pena e da medida de segurança.
b) A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e propor-
cionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
c) A Lei de Execuções Penais não aplicar-se-á ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral 
ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.
d) Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou 
pela lei. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.
GAB 1 A 2 A 3 C
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela 
sentença ou pela lei.
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.
Direitos do executado – Embora todos os direitos dos condenados e dos internados 
continuem assegurados (art. 5º, inciso XLIX e art. 38 do CP) alguns deles, obviamente, 
21
|LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984| ART. 3º
sofrem restrições após a sentença penal condenatória, como por exemplo, a perda temporária 
da liberdade.
Suspensão dos direitos políticos – Questão interessante, no entanto, diz respeito à 
suspensão dos direitos políticos, conforme estabelece a CF (art. 15): “É vedada a cassação 
de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: (...) III – condenação 
criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos”.
Prevalece que a condenação definitiva, não importando crime, quantidade ou tipo de 
pena, suspende a capacidade ativa do reeducando enquanto durarem os seus efeitos. Nesse 
sentido, aliás, o art. 18 da Resolução 113 do CNJ: “O juiz do processo de conhecimento 
expedirá ofícios ao Tribunal Regional Eleitoral com jurisdição sobre o domicílio eleitoral do 
apenado para os fins do artigo 15, inciso III, da Constituição Federal”.
Entretanto, o STF admitiu que “possui repercussão geral a controvérsia sobre a suspen-
são de direitos políticos, versada no artigo 15, inciso III, da Constituição Federal, no caso 
de substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos”. (RE 601182 RG, 
Relator: Min. MARCO AURÉLIO, j 03/03/2011), causa pendente de julgamento.
Quanto ao preso provisório, em prestígio ao princípio da presunção de inocência (ou de 
não culpa), poderá este votar e ser votado, devendo o Estado adotar as medidas cabíveis para 
que sejam instaladas seções nos estabelecimentos coletivos (Lei 4737/65, art. 136). Impedir 
o condenado provisório de votar não fere apenas os seus direitos, mas também o direito da
população a ter eleições livres. Tanto é que em julho de 2016 a Bulgária foi condenada pela 
Corte Europeia de Direitos Humanos por ter impedido todo condenado preso de votar. 
Porém, embora seja esse o entendimento da Corte, o Reino Unido, em junho de 2016, des-
respeitou (pela segunda vez) a jurisprudência e não deixou nenhum preso votar.
ATENÇÃO: Nos termos da Lei Complementar 135/10, são inelegíveis os que forem condenados 
em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação 
até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, pelos crimes: 1. contra 
a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público; 2. contra o 
patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula 
a falência; 3. contra o meio ambiente e a saúde pública; 4. eleitorais, para os quais a lei comine 
pena privativa de liberdade; 5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à 
perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública; 6. de lavagem ou ocultação de 
bens, direitos e valores; 7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo 
e hediondos; 8. de redução à condição análoga à de escravo; 9. contra a vida e a dignidade sexual; 
e 10. praticados por organização criminosa (Lei 12.850/13) ou quadrilha ou bando (associação 
criminosa, art. 288 do CP).
Outros direitos – Inúmeras questões envolvendo direitos do preso pululam diariamente 
nos tribunais brasileiros e estrangeiros. A obrigatoriedade de raspar a barba ao entrar no 
estabelecimento penal, por exemplo, gera discussões que extrapolam nosso território. Juízes 
brasileiros entendem que raspar a barba não somente é legal como recomendável, já que 
evita doenças e ajuda a impedir a proliferação de pragas. Porém, uma das Câmaras da Cor-
te Europeia de DireitosHumanos, em junho de 2016, atendeu ao apelo de um condenado 
22
ART. 4º |LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984|
na Lituânia e considerou arbitrário proibir um preso de deixar a barba crescer, pois não há 
motivos razoáveis que justifiquem tamanha interferência na individualidade das pessoas.
Por fim, o parágrafo único do artigo em comento reforça preceitos garantidos constitu-
cionalmente: art. 3º, IV, art. 4º, VIII, e art. 5º, XLII, todos da Carta Magna.
Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução da 
pena e da medida de segurança.
Ressocialização e a participação da comunidade – É de suma importância a coopera-
ção da comunidade no que toca a execução da sanção penal (pena e medida de segurança), 
importância essa ressaltada no artigo 25 da Exposição de Motivos da Lei de Execução Penal:
“Muito além da passividade ou da ausência de reação quanto às vítimas mortas ou trau-
matizadas, a comunidade participa ativamente do procedimento da execução, quer através 
de um Conselho, quer através das pessoas jurídicas ou naturais que assistem ou fiscalizam 
não somente as reações penais em meios fechados (penas privativas da liberdade e medida 
de segurança detentiva) como também em meio livre (pena de multa e penas restritivas de 
direitos)”.
Para o auxílio da execução da pena e medida de segurança, a LEP prevê dois importantes 
órgãos (setores de participação): Patronato (vide arts. 78 e 79) e Conselho da Comunidade 
(vide arts. 80 e 81), ambos estudados mais adiante.
`TÍTULO II – DO CONDENADO E DO INTERNADO
`CAPÍTULO I – DA CLASSIFICAÇÃO
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, 
para orientar a individualização da execução penal.
Classificação dos condenados – A individualização da pena está expressamente prevista 
no art. 5º, XLVI, da Constituição da República. Como bem observa Mirabete (Execução 
Penal, Ed. Atlas, p. 48), “é uma das chamadas garantias repressivas, constituindo postulado 
básico de justiça. Pode ser ela determinada no plano legislativo, quando se estabelecem e 
se disciplinam as sanções cabíveis nas varias espécies delituosas (individualização in abs-
tracto), no plano judicial consagrada no emprego do prudente arbítrio e descrição do juiz, 
e no momento executório, processada no período de cumprimento da pena e que abrange 
medidas judiciais e administrativas, ligadas ao regime penitenciário, à suspensão da pena, 
ao livramento condicional etc.”.
Seguindo esse espírito, o art. 5º determina que os condenados serão classificados segundo 
os seus antecedentes e personalidade, buscando, desse modo, separar os presos primários dos 
reincidentes, os condenados por crimes graves dos condenados por delitos menos graves etc.
a) antecedentes: retratam o “histórico de vida” criminal do reeducando.
b) personalidade: envolve uma estrutura complexa de fatores que determinam as formas
de comportamento da pessoa do executado. Conforme lição de Guilherme de Souza Nucci, 
“é um conjunto somatopsíquico (ou psicossomático) no qual se integra um componente

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