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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE TECNOLOGIA Curso de Engenharia Ambiental EB402 B – Fenômenos de Transporte Prof. Dr. Marcela Cravo Ferreira Experimento de Reynolds Beatriz Kavashita 194725 Limeira, Setembro de 2019 SUMÁRIO 1. Introdução …………………………………………………………………………..2 2. Objetivo ………………………………………………………………....………….4 3. Metodologia ……………………………………………………………………….. 4 4. Resultados e discussões ……………….………………………………………. 4 5. Conclusão …………………………………………………………………………..7 6. Referências bibliográficas ……………………………………………………….7 1 1. INTRODUÇÃO 1.1 Fundamentação teórica Em 1833, o experimento de Reynolds foi realizado e consiste em visualizar o tipo de escoamento a partir de um filamento de tinta injetado na corrente de água em um tubo transparente, possibilitando a observação do comportamento do filete e, assim, comprova a existência de dois tipos de escoamento, laminar e turbulento, que são observados em problemas práticos de escoamento em tubos e são fundamentalmente regidos por leis diferentes (GILES, 1978; ROTT, 1990). O escoamento laminar baseia-se no deslocamento retilíneo das partículas do fluido em camadas individuais, sem que haja troca de massa entre elas e é regido pela lei que relaciona a tensão de cisalhamento ao produto da viscosidade do fluido pelo gradiente velocidade, sendo eliminada qualquer tendência às condições de turbulência devido a dominância da viscosidade. A ocorrência desse tipo de escoamento não é comum na prática, sendo observado em situações como em uma corrente de água originada a partir de uma torneira pouco aberta (BRUNETTI, 2008; GILES, 1978). Enquanto que o escoamento turbulento refere-se ao deslocamento macroscopicamente caótico e aleatório em diversas escalas espaciais, gerado a partir de uma velocidade com componentes transversais ao movimento geral do conjunto do fluido, não sendo possível reproduzir fisicamente dois fluidos com o mesmo padrão de escoamento turbulento. Porém, apesar das flutuações de velocidade em diferentes pontos do fluido, ao adotar a média das velocidades em relação ao tempo em cada ponto do fluido é possível considerar o escoamento turbulento permanente. (BRUNETTI, 2008; MATIOLLI, 2013). O momento exato de transição de movimento laminar para turbulento é difícil de ser caracterizado, sendo adotada a existência de um escoamento de transição. A partir disso, Reynolds considerou possível verificar o tipo de escoamento em tubulações a partir do número adimensional nomeado número de Reynolds, em que valores inferiores a 2000 caracterizam um fluxo laminar, entre 2000 e 2400 caracterizam um fluxo de transição, e acima de 2400 referem-se a um fluxo turbulento (BRUNETTI, 2008). Os regimes característicos de cada tipo de escoamento estão esquematizados na Figura 1.1. 2 Figura 1.1: Caráter visual de cada tipo de escoamento. O número de Reynolds varia conforme a velocidade média do escoamento e é dado por: Em que: Re: Número de Reynolds (Adimensional) ρ: Massa Específica da água (kg/m³) v: Velocidade (m/s) D: Diâmetro do tubo (m) μ: Viscosidade Dinâmica do fluido (N.s/m²) A fim de realizar o cálculo da velocidade, é importante realizar os cálculos da vazão, dado por: v Q = * A Em que: Q: Vazão (m³/s) V: Volume (m³) Δt: Variação de Tempo (s) v: Velocidade (m/s) A: Área do Tubo (m²) 3 2. OBJETIVO Diferenciar as características dos diferentes fluxos de escoamento de um fluido (laminar, transição e turbulento) a partir de uma análise visual e determinar o número de Reynolds (Re) do escoamento de água em um tubo de seção circular. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Materiais ● Balde; ● Caixa d’água; ● Cano; ● Corante azul de metileno; ● Cronômetro; ● Proveta J. Prolab 500 mL; 3.2 Métodos Primeiramente, foi realizada a verificação do tanque contendo água a fim de confirmar que ele estava cheio. Em seguida, verificou-se a presença de bolhas dentro do tubo de seção circular a fim de eliminá-las com a abertura da válvula controladora de vazão. Com isso, foi coletado o diâmetro do tubo transparente a fim de realizar os cálculos. Para realizar a análise visual do tipo de regime de escoamento, abre-se a válvula controladora em uma vazão bem baixa para iniciar a fluidez da água e insere-se o corante no tubo transparente. Com o uso da proveta e do cronômetro, conta-se o tempo e o volume de água necessário a fim de calcular a vazão do sistema. Realiza-se três testes para cada tipo de escoamento, identificando cada tipo de vazão visualmente com auxílio do corante. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 Resultados Na tabela 4.1 estão contidos os resultados experimentais e os números de Reynolds da determinação de cada tipo de escoamento. 4 Os valores de Reynolds utilizados como referência para determinar o tipo de escoamento foram: Re< 2000 = Escoamento Laminar 2000<Re<4000 = Escoamento de Transição Re>4000 = Escoamento Turbulento Tabela 4.1: Valores experimentais. Determinação 1° 2° 3° Volume (m³) 1,75*10^-4 4,000*10^-4 4,150*10^-4 Tempo (s) 25,82 10,65 2,98 Vazão (m³/s) 6,778*10^-6 3,756*10^-5 1,393*10^-4 Diâmetro do Tubo (m) 2,400*10^-2 2,400*10^-2 2,400*10^-2 Área do Tubo (m) 4,524*10^-4 4,524*10^-4 4,524*10^-4 Velocidade (m/s) 1,498*10^-2 8,302*10^-2 3,079*10^-1 Viscosidade dinâmica do fluido (N.s/m²) 1,003*10^-3 1,003*10^-3 1,003*10^-3 Massa Específica da Água (kg/m³) 1,000*10^3 1,000*10^3 1,000*10^3 Número de Reynolds 358,445 1986,520 7367,497 Tipo de escoamento Laminar Laminar Turbulento Com a identificação do tipo de escoamento, é possível calcular as velocidades máximas respectivas de cada condição de vazão utilizando as equações 4.1 e 4.2. Equação 4.1: Velocidade Máxima para escoamento laminar max V med V = × 2 Equação 4.2: Velocidade Máxima para escoamento turbulento max V med 60 9) V = × ( ÷ 4 5 max 1, 98 0 0, 300V = 4 * 1 −2 × 2 = 0 max 8, 02 0 0, 660V = 3 * 1 −2 × 2 = 1 max 3, 79 0 60 9) 0, 770V = 0 * 1 −1 × ( ÷ 4 = 3 Visualmente, o escoamento 2 apresentou uma trajetória de corante com característico de regime de transição, apesar do seu número de Reynolds indicar escoamento laminar. 4.2 Questões a) O objetivo do experimento foi atingido? Apesar de visualmente ter sido possível identificar os três tipos de escoamento, ao determinar o tipo de escoamento de transição, a partir das equações citadas na fundamentação teórica, chegou-se a um número de Reynolds abaixo de 2000, ou seja, fora da faixa de fluxo de transição. b) Comente sobre a qualidade experimental dos resultados obtidos pelo grupo. O que seu grupo poderia ter feito para melhorá-los? A qualidade não foi ótima, sendo necessário usar instrumentos com maior precisão, como cronômetro calibrado e proveta com menor erro associado, e maior cuidado do observador ao apertar o cronômetro para ser mais preciso, além de buscar realizar o experimento nas condições semelhantes às dos valores teóricos. c) Caso o número de Reynolds calculado tenha sido diferente daquele observado, discuta o porquê. Possivelmente o número de Reynolds calculado para escoamento de transição não está contido na faixa esperada devido a erros sistemáticos instrumentais e observacionais (PRESTON; DIETZ, 1991), além do experimento ter sido possivelmente realizado em condições diferentes às dos valoresteóricos. d) Para as configurações do experimento, quais as velocidades mínimas para atender a condição laminar e turbulenta? Os valores condizentes aos escoamentos laminar e turbulento para as faixas de Reynolds são, respectivamente, e ., 79 0 m/s 4 1 * 1 −5 , 72 0 m/s1 6 * 1 −1 6 = 000 1000 , 0 , 03 04 = * v * 2 4 * 1 −2 ÷ 1 0 * 1 −3 , 72 0 m/sv = 1 6 * 1 −1 = 000 , 0 , 03 01 = 1 * v * 2 4 * 1 −2 ÷ 1 0 * 1 −3 , 79 0 m/sv = 4 1 * 1 −5 e) Em quanto tempo a proveta de 250 ml será preenchida de forma a garantir as condições mínimas para os regimes laminar e turbulento? Para encher a proveta de 250 mL atendendo as condições mínimas para os regimes laminar e turbulento, ou seja, utilizando os valores de velocidades mínimas, é necessário para escoamento turbulento 3,306 s e para laminar 13888,890 s. 1, 72 0 4, 24 0 7, 63 0 m³/sQ = 6 * 1 −1 * 5 * 1 −4 = 5 * 1 −5 , 0 , 63 0 , 06 st = 2 5 * 1 −4 ÷ 7 5 * 1 −5 = 3 3 , 79 0 , 24 0 1, 00 0 m³/sQ = 4 1 * 1 −5 * 4 5 * 1 −4 = 8 * 1 −8 2, 0 , 00 0 13888, 90 st = 5 * 1 −4 ÷ 1 8 * 1 −8 = 8 5. CONCLUSÃO Visualmente, a partir do experimento foi possível realizar a identificação e diferenciação de cada tipo de escoamento. Com os cálculos, foi possível analisar a importância de coletar dados confiáveis a fim de obter valores precisos de Reynolds, pois o meio e a análise do observador são fatores que influenciam a coleta de dados. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRUNETTI, F. Mecânica dos Fluidos. 2 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. cap. 3, p. 68-69. ISBN 978-85-7605-182-4. GILES, R. Mecânica dos Fluidos e Hidráulica. 1 ed. São Paulo: Editora McGraw Hill, 1978. cap. 7, p. 143-145. ISBN 100-02-4135-161-8. MATTIOLI, F. The Reynolds Experiment. Department of Physics, University of Bologna, Bologna, 2013. Disponível em: <http://www.fluiddynamics.it/Elements/Turb.pdf>. Acesso em: 7 set. 2019. 7 PRESTON, D. W.; DIETZ, E. R. The Art of Experimental Physic. 1. ed. Nova Iorque: John Wiley & Sons, 1991. p. 8. ISBN 9780471847489. Disponível em: <http://wwwp.fc.unesp.br/~jhdsilva/Tipos_de_Erros_Experimentais.pdf>. Acesso em: 14 set. 2019. ROTT, N. Note on the history of the Reynolds number. Vol. 22:1-12. Department of Aeronautics and Astronautics, Stanford University, Stanford, California, 1990. Disponível em: <http://sites.poli.usp.br/d/pme2330/arquivos/mat_complementar/Rott_1990.pdf>. Acesso em: 7 set. 2019. 8
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