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Autor: Prof. Sílvio Olivo Colaboradores: Prof. Flávio Celso Müller Martin Prof. Fábio Gomes da Silva Profa. Rachel Niza Tópicos de Atuação Profissional Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 Professor conteudista: Sílvio Olivo Sílvio Olivo possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (1971), em Ciências Contábeis pela Universidade São Judas Tadeu (1980) e mestrado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1994). MBA em Administração Industrial pelo Instituto Mauá de Tecnologia e extensão em Planejamento (EAESP/FGV/SP). Possui experiência na área de Gestão Organizacional e de Projetos, Elaboração e Avaliação de Projetos, Qualidade, Modelos de Excelência em Gestão, Publicidade, Imagem Corporativa e demais assuntos correlatos. Atuou de 1992 até 2010 como voluntário do Prêmio Nacional da Qualidade, atuando como examinador sênior, relator e instrutor. Participa do Prêmio Paulista de Gestão desde 2004 e do Prêmio Nacional de Qualidade em Saneamento (PNQS) desde 2011. É professor de graduação e pós‑graduação dos cursos de Administração, Propaganda e Publicidade, Marketing, Qualidade, Processos Gerenciais e Economia. Coordena projetos na Empresa Jr. em IES de nível nacional. É líder da disciplina Tópicos de Atuação Profissional. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) O48t Olivo, Sílvio. Tópicos de atuação profissional / Sílvio Olivo. ‑ São Paulo: Editora Sol, 2015. 124 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXI, n. 2‑165/15, ISSN 1517‑9230. 1. Serviço social. 2. Atuação profissional. 3. Políticas sociais. I. Título. CDU 364 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Virgínia Bilatto Carla Moro Juliana Mendes Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 Sumário Tópicos de Atuação Profissional APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7 Unidade I 1 GESTÃO DE CARREIRA......................................................................................................................................9 1.1 Projeto de vida..........................................................................................................................................9 1.2 Realização profissional ....................................................................................................................... 14 2 O SER ADMINISTRADOR E OS DILEMAS DA CARREIRA ................................................................... 17 2.1 Perfil e oportunidades de trabalho ............................................................................................... 17 2.2 Escolha de carreira ............................................................................................................................... 21 2.3 Estágio ...................................................................................................................................................... 27 2.4 Empresa júnior ....................................................................................................................................... 29 2.5 Trainee ....................................................................................................................................................... 33 3 A CARREIRA E A TRANSIÇÃO PROFISSIONAL....................................................................................... 35 3.1 A carreira no setor público ............................................................................................................... 39 3.2 A carreira no setor privado ............................................................................................................... 45 3.3 A carreira no Terceiro Setor .............................................................................................................. 49 4 A CARREIRA COMO AUTÔNOMO, CONSULTOR E/OU EMPREENDEDOR ................................... 52 4.1 A carreira como autônomo .............................................................................................................. 52 4.2 A carreira como consultor ................................................................................................................ 56 4.3 A carreira como empreendedor ...................................................................................................... 67 Unidade II 5 EMPREGABILIDADE ........................................................................................................................................ 91 5.1 Currículo .................................................................................................................................................. 92 5.2 Ética ........................................................................................................................................................... 97 6 TETOS PROFISSIONAIS E MERCADO DE TRABALHO........................................................................... 98 6.1 Tetos profissionais ................................................................................................................................ 99 6.2 Mercado de trabalho .........................................................................................................................104 7 A ALAVANCAGEM DA CARREIRA E A TRANSIÇÃO PROFISSIONAL ............................................109 7.1 Counseling, mentoring e coaching .............................................................................................109 7.2 Pós‑graduação ....................................................................................................................................111 8 AUTOAVALIAÇÃO PROFISSIONAL ............................................................................................................112 7 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 APRESENTAÇÃO Esta disciplina discute a relação entre teoria e prática diante de casos concretos de atuação profissional dograduado em Administração de Empresas. Aborda também as atribuições legais e as modificações impostas pelo mercado de trabalho em função da globalização e da necessidade de inovação na organização. Mostra, inclusive, como o profissional dessa área deve dar continuidade ao processo de aprendizado, por meio da elaboração de um plano de carreira individual, constituindo‑se, assim, no objetivo final para o futuro administrador. A disciplina deverá criar condições para que os alunos possam adquirir e produzir os conhecimentos necessários para o desenvolvimento das seguintes competências, sabendo planejar a carreira e as transições profissionais para aproveitar‑se das oportunidades do mercado de trabalho: • pensamento sistêmico e estratégico; • orientação para as necessidades dos clientes; • consciência ética e social; • orientação para resultados; • comunicação e expressão; • senso crítico e capacidade de contextualização; • desenvolvimento pessoal; • trabalho em equipe; • capacidade de identificar, analisar e solucionar problemas; • habilidade de influenciar pessoas. INTRODUÇÃO A finalidade desta disciplina é ajudar o graduando que conclui o bacharelado em Administração de Empresas a refletir sobre alguns questionamentos comuns nesse período: e agora, o que vou fazer? Continuar estudando? É melhor fazer pós‑graduação stricto sensu ou lato sensu? Como melhorar no emprego? Como mudar de emprego? Qual a minha empregabilidade? Qual o meu projeto de vida? E várias outras questões. Um dos objetivos de qualquer profissional é ser bem‑sucedido profissionalmente, mas como atingir tal objetivo? 8 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 Para a maioria das pessoas, o sucesso profissional relaciona‑se com o exercício de uma atividade como empregado do setor privado, funcionário público, autônomo ou empresário que seja econômica e psicologicamente satisfatória, que proporcione uma contribuição para a sociedade e que sustente uma vida pessoal e familiar saudável. Atualmente, as mudanças fazem parte do dia a dia das organizações e das pessoas. A busca pela excelência permeia as estratégias organizacionais de todos os setores: privado, público e não governamental. Uma organização é estruturada como uma rede de informações, incentivando a virtualidade, ligada à sua força de trabalho e seus clientes, usuários e beneficiários, espalhados por localidades diversas. Os locais de trabalho foram, estão ou serão descentralizados. O lar adquire um novo sentido, com a sala de estar tendo um computador, notebook e/ou tablet para trabalho, lazer e educação. As pessoas serão envolvidas em projetos com início, meio e fim. Terminado um serviço, passarão para outro na mesma ou outra organização, e até mesmo em casa ou em escritórios de pequeno porte, em tempo parcial, temporário ou trabalho remoto. As organizações privadas, públicas e não governamentais (Terceiro Setor), na transformação para um regime virtual, eliminam postos de trabalho de baixo valor agregado e que não adicionam efetivamente valor à cadeia produtiva. Assim, as organizações estão adotando como práticas básicas: • qualidade, para garantir atratividade, confiabilidade e segurança nos seus produtos/serviços; • custo sob controle, com preços e tarifas justas, que cubram os custos e resultem em lucros ou superávits monetários; • inovação, com empenho permanente em criar e aperfeiçoar produtos/serviços; • velocidade na implantação de suas estratégias e desencadeamento de suas ações operacionais. As regras do jogo empresarial estão mudando e continuarão mudando, expondo outras facetas da vida de empregados, empresários, executivos, gerentes, consultores. Portanto, aflora a necessidade de buscar em suas atividades profissionais algo acima da excelência profissional. O sucesso passa a ser função de competência (saber fazer), de motivação (querer fazer) e de criatividade (fazer mais com menos). Toda a energia pessoal deverá ser direcionada para um foco único: a própria excelência na vida. 9 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL Unidade I 1 GESTÃO DE CARREIRA Nada existe de permanente, a não ser a mudança (Heráclito). Modificações ocorridas nas últimas décadas no trabalho reforçam a necessidade de um novo modelo de carreira, o que exige das pessoas atenção com o desenvolvimento de novos conhecimentos, habilidades e atitudes. De acordo com Dutra (2012), percebe‑se uma maior pressão do ambiente social, além daquela exercida pelas empresas, para que as pessoas se preocupem com o planejamento de suas carreiras. O autor alicerça tal postura, primeiramente, na variedade das oportunidades profissionais em função da globalização, das novas tecnologias, do achatamento das estruturas organizacionais e dos novos perfis de produtos e serviços, exigindo um profissional mais eclético. Dutra (2012) aponta para o predomínio da ideia de que cada vez mais o ser humano tem competência para gerir a sua própria carreira, e a exigência social de crescimento permanente, de maior autonomia profissional torna o ser humano mais competitivo até consigo mesmo. Logo, torna‑se importante que cada um saiba o que é carreira e, por isso, uma pesquisa da teoria apresentará alguns conceitos importantes que Dutra (2012) sintetiza como: • um conjunto de estágios e transições oriundos das pressões sobre a pessoa, advindas dela própria e do próprio ambiente; • resultado de um relacionamento entre o ser humano e a própria organização, considerando as perspectivas de ambos; • elemento de uma negociação de expectativas individuais e organizacionais. Essas observações levam a uma reflexão sobre “planejar ou ser planejado”, conduzindo o profissional a uma elaboração de um projeto de carreira que deve estar conciliado com um projeto de vida. 1.1 Projeto de vida Quem não sabe encontrar o caminho para seu ideal vive de um modo mais leviano e insolente que o homem sem ideal (Nietzsche). 10 Unidade I Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 Acredita‑se que as carreiras serão construídas por trajetórias descontínuas e caracterizadas por maior instabilidade; daí a necessidade de um projeto de vida, que deve ser continuamente ajustado aos novos cenários. Alguns modelos de projeto podem ser encontrados, mas neste livro‑texto a opção foi pelo modelo preconizado por Barduchi (2010), associado a um projeto de carreira. Para o planejamento do projeto, é preciso colocar tudo por escrito para permitir a prática do Plan, Do, Check, Learn (PDCL). “Projeto de vida e carreira é uma visualização antecipada da vida e da carreira que deseja” (BARDUCHI, 2010, p. 16). Passo um • Quem é você? • Quais são os seus valores? • Quais são os seus pontos fortes? • Quais são as suas oportunidades de melhoria? • Quais são as ameaças ao seu projeto? • Quanto do seu tempo você vive preso ao passado? • Quanto do seu tempo você dedica a pensar no futuro? • Quanto do seu tempo você dedica ao presente, materializando seus sonhos em projetos? Passo dois • Qual a sua razão de ser? • Qual a finalidade de sua vida, qual o significado dela? • Quais as suas metas (o que pretende ser e alcançar na sua vida)? Passo três Autoavaliação profissional (como fez para a sua vida pessoal, faça o mesmo para sua vida profissional, levantando as suas qualidades, interesses e potenciais para ocupar os vários espaços organizacionais). 11 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o- 31 /0 7/ 20 13 TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL Passo quatro Estabeleça seus objetivos de vida e seus objetivos de carreira, devidamente conciliados e detalhados em metas exequíveis, definindo o que pretende alcançar e em quanto tempo e como fazer em casa uma delas. Passo cinco Faça uma análise de quanto vai precisar de recursos monetários para realizar seus objetivos e como poderá obtê‑los. Passo seis Implemente o seu projeto de vida e de carreira, obtendo capacitação e convivência com experiências necessárias para poder aproveitar as oportunidades e alcançar as metas de vida e de carreira. Passo sete Analise tudo o que pode atrapalhar o seu projeto de vida e de carreira e coloque em prática ações preventivas. Passo oito Verifique, periodicamente, em que fase do projeto você está, estabelecendo um cronograma e se há necessidade de revisão. Assim, para a materialização de um projeto, alguns aspectos merecem análise e reflexão. A partir de um projeto é possível estabelecer e implementar estratégias para que objetivos e metas sejam alcançados, viabilizando a carreira e a vida pessoal. O projeto de vida e carreira tem como propósito o autoconhecimento, a materialização de sonhos por meio de metas exequíveis, além da possibilidade de compatibilizar valores pessoais e a realização como ser humano. Para isso, é importante o papel da educação que, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), está fundamentado em quatro pilares: • aprender a conhecer, ou seja, aprender a aprender; • aprender a fazer, mobilizar os conhecimentos para a resolução de problemas; • aprender a conviver, ou seja, relacionar‑se; • aprender a ser, ou seja, a via que integra os pilares anteriores. 12 Unidade I Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 Os pilares, desde que absorvidos, devem permitir a percepção das diferenças entre pessoas, grupos ou povos; o respeito e a valorização dessas diferenças e uma aprendizagem a partir delas. A quem compete refletir sobre tais assuntos? A resposta está no ser humano, integral, com várias dimensões, que, de acordo com Catanante (2002), podem ser simplificadas em quatro categorias: • social: conciliar ação com intenção; • emocional: tornar os relacionamentos consistentes; • racional: desenvolver a capacidade de tomar decisões assertivas; • espiritual: clarificar a razão de ser no mundo, na carreira e na vida. Quando falamos em projeto de vida e de carreira nos referimos ao ser humano, para o qual o aspecto organizacional é apenas um dos ambientes onde ele milita e exerce papéis. Assim, o ser humano é: • consciente, pois quando interfere nas condições de um ambiente deve agir com responsabilidade; • relacional, por estar sempre em processo de interação e dever atuar nos limites da ética; • eterno aprendiz, pois atua num cenário de mudanças e com necessidade de se ajustar às novas variáveis; • unicidade, por representar a integração das várias dimensões: social, emocional, racional e espiritual. Quem deve comandar o próprio destino, enfrentando desafios e aproveitando oportunidades, planejando e ajustando, quando necessário, o projeto de vida e carreira é o seu principal ator: o ser humano, alvo das ações estabelecidas por ele mesmo, pensando no presente e no futuro. A partir dessa definição de responsabilidade, cabe trabalhar os itens propostos para o projeto. • Razão de ser: o que uma pessoa quer fazer na vida e na profissão. • Objetivos: devem estar relacionados com a razão de ser. Atuam como guias para direcionar as ações para atingir resultados imediatos e mediatos. Devem ser claros, com começo, meio e fim, descritos utilizando verbos no infinitivo, por exemplo: fazer, comprar, viajar, elaborar, propor. A pessoa deve listá‑los em ordem decrescente de prioridade, anotando na frente de cada um o tempo previsto para a sua realização, o que precisa ser feito para que ele seja alcançado e com que recursos. • Crenças e valores: no que você acredita e como conciliar valores pessoais, familiares e profissionais. De acordo com Heath (2001), valor é tudo aquilo que a pessoa é capaz de sentir, pensar e agir pelos interesses próprios, dos outros e do ambiente. 13 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL Como definir valores? Por exemplo, escreva de quinze a vinte qualidades que considere importantes para o ser humano demonstrar em seu comportamento. Descritos os valores, o passo seguinte é colocá‑los em ordem do mais importante para o menos importante. Veja se a lista a seguir pode ajudá‑lo: Quadro 1 – Lista de valores Assertivo Flexível Automotivado Autônomo Trabalhador Habilidoso Consciente Perceptivo Confiante Cuidadoso Inteligente Honesto Comprometido Culto Comunicativo Organizado Competente Prático Competitivo Ponderado Integrado Respeitoso Cooperativo Responsável Criativo Compreensivo Curioso Autoconfiante Solidário Autocontrolado Ético Autodidata Depois de escolhidos os comportamentos mais adequados, tanto da lista apresentada como de outras pesquisas, e colocá‑los em ordem decrescente de importância, procure uma definição para cada comportamento. Quadro 2 – Conceituação dos valores Comportamento Definição Assertivo Fala e age sem hesitar. Consciente Percebe o que está acontecendo a sua volta. Comunicativo Dá e recebe informações precisas. Competitivo Gosta de atuar com rivalidade. Cooperativo Pode trabalhar com outros. Criativo Pensa em novas maneiras de fazer as coisas. Curioso Gosta de investigar, de imaginar as coisas. Solidário Sente como outros estão se sentindo. Ético Age de acordo com um código moral pessoal. Perceptivo Consciente da natureza interna de alguma coisa. Inteligente Capaz de pensar de forma complexa. Em relação à carreira, qual a visão do trabalho, da organização, da área onde atua? Quais os objetivos profissionais para os próximos um ou dois anos, cinco anos, próximos dez anos e até a aposentadoria? 14 Unidade I Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 No caso de estar trabalhando, os objetivos definidos podem ser exequíveis na organização atual, ou há a necessidade de partir para outra organização? Como fazer a transição profissional? Como alcançar cada um dos objetivos propostos? Quais os seus pontos fortes, oportunidades para melhoria, aspectos a serem desenvolvidos, recursos disponíveis? Em função do curso que está fazendo, quais funções pode exercer? 1.2 Realização profissional Um profissional, frequentemente, é contratado por suas competências técnicas e demitido pela falta de competências comportamentais (Rogério Leme). A necessidade de realização motiva as pessoas na busca por atividades desafiantes que, muitas vezes, consistem no controle de fatores externos adversos ou na necessidade de fazer que as coisas aconteçam. Para fazer acontecer, é preciso descobrir o que fazer e, nesse processo, como ser bem‑sucedido, orientando ações na direção certa, sabendo qual a importância da sua atividade, analisando o ambiente interno e o externo, identificando suas fragilidades e estabelecendo ações de redução e/ou inibição dessas fragilidades. Para a realização profissional, também há a necessidade de conseguir que os outros façam as coisas como e quando queremos, de adequar mudanças profissionais e de vida e de obter cooperação e ação. A vida pessoal e a profissional podem ser desdobradas em dimensões que são consideradas importantes e que devem ser alvode avaliação. Para auxiliar, sugerimos que você preencha a matriz a seguir, quantificando aquelas dimensões com menor pontuação que devem merecer uma atenção maior, identificando as causas que devem ser trabalhadas. Quadro 3 – Matriz de avaliação da vida pessoal e da profissional Dimensões Ruim(1) Regular (2) Bom (3) Ótimo (4) Total Financeira Saúde física Saúde mental Amizades Espiritualidade Família Profissional Lazer Relacionamento familiar Relacionamento profissional Total Adaptado de: Barduchi (2010). 15 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL Assim, em tempos de globalização, caracterizada por intensa competitividade, mudanças e incertezas, torna‑se importante que cada profissional elabore e mantenha sempre atualizado o seu projeto de carreira, como componente do seu projeto de vida. O projeto de carreira, além de procurar assegurar a sobrevivência do profissional, contribuirá para que ele atinja desenvolvimento e crescimento em sua carreira, impactando seu projeto de vida, garantindo sua empregabilidade e impedindo‑o de correr o risco não só de estagnação, mas também de ser excluído do mercado. Lembrete O responsável pela elaboração do projeto de carreira é o próprio profissional: apenas ele saberá os seus anseios, necessidades, objetivos, desejos e aonde espera chegar. O projeto da vida profissional deverá ser elaborado com muito cuidado, por isso é importante que se faça uma profunda autoanálise, uma ferramenta de significativa valia para o autoconhecimento e essencial para que ocorra o desenvolvimento e o crescimento. Elaborar um projeto de carreira implica a relação de pensar e repensar o passado, o presente, bem como o futuro, de forma prudente. É, ainda, um exercício do pensar e do repensar quanto ao profissional e à pessoa que se é e que se deseja ser. É preciso colocar no papel quais são os seus anseios, objetivos, metas, habilidades, competências, atitudes, comportamentos e conhecimentos. Faz‑se necessário identificar seus pontos fracos e fortes, quais estratégias traçar para transformar seus pontos fracos em fortes, crescer e refletir sobre as oportunidades e ameaças do mercado de trabalho, aplicando em caráter individual os conhecimentos adquiridos da Matriz SWOT. No projeto de carreira, é importante clarificar quais as providências cabíveis a serem implementadas para que o profissional concretize o seu projeto e alcance o retorno esperado. O projeto de carreira é um roteiro que irá contribuir para o desenvolvimento e a evolução do profissional, uma vez que terá suas metas descritas de forma clara e definida. Portanto, deverá ser monitorado sistematicamente, reformulado e atualizado; o profissional deverá ficar atento quanto às metas almejadas e persegui‑las sempre para obter êxito nas ações traçadas. Talvez, ao final de seu plano, o profissional perceba que, por exemplo, para alcançar o que espera, deverá mudar de departamento, de cargo e/ou até de empresa, tornando‑se necessário refazer seu currículo, o que viabilizaria a concretização de seu plano. A tarefa é árdua, pois não adianta o projeto ficar apenas no papel: obstáculos vão surgir, mas eles devem ser superados, persistir é preciso. Existem momentos na carreira em que as incertezas e 16 Unidade I Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 a estagnação tomam conta da rotina e fazem o profissional ter a sensação de estar regredindo ou completamente perdido em relação à carreira. Alguns sinais da estagnação são bem claros: o profissional perde a motivação, o mal‑estar é permanente, podendo ocasionar até doenças psicológicas, com sensíveis reações desfavoráveis ao organismo. Entretanto, surgirão momentos em que o seu projeto deixará de ser de carreira para ser de transição profissional. Quando o profissional olha para seus contemporâneos e analisa que aqueles que atuavam no mesmo nível e na mesma área estão sendo promovidos (ascensão vertical) ou atuando em funções com maior valor agregado e ele permanece no mesmo lugar, na mesma posição, é hora de repensar sua vida profissional. Numa época de virtualidade, o profissional tem de deixar de ser analógico, acabar com a acomodação. Não se podem esperar resultados favoráveis se o profissional continua executando as atividades da mesma maneira, sem refinamento ou inovação, sem melhora nas suas práticas profissionais. A experiência é fundamental para o profissional, mas a visão real do cenário e a adaptação às mudanças tornam‑se cruciais. Não adianta apenas saber fazer, é necessário querer fazer e com criatividade. É preciso agir e fazer por merecer, demonstrar dedicação, lealdade, comprometimento, proatividade e ser um profissional com resultados positivos e, de preferência, mensuráveis. Se a organização, entretanto, não propiciar o retorno esperado, é hora de mudar de time. Leia e reflita sobre algumas dicas para sair do marasmo: • aumente a sua visibilidade; • torne conhecidos os seus resultados; • estude caminhos para melhorar tecnicamente seu desempenho; • coloque‑se à disposição para fazer trabalho extra; • participe de treinamentos em sua área de atuação, com entusiasmo; • peça conselhos para seus colegas e chefes de como melhorar seu desempenho; • ajude os demais nas suas dificuldades pessoais; • melhore seu relacionamento interpessoal. 17 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL 2 O SER ADMINISTRADOR E OS DILEMAS DA CARREIRA 2.1 Perfil e oportunidades de trabalho Um gênio é uma pessoa de talento que faz toda a lição de casa (Thomas Edison). Atualmente, podem conseguir registro no Conselho de Administração (no Estado de São Paulo, o CRA/SP), tanto bacharéis como tecnólogos. O bacharel passa por um curso de quatro anos, e o tecnólogo, de dois anos. Qual a diferença? Uma consulta feita ao Conselho Federal de Administração informa que as duas modalidades de ensino são de graduação, todavia as bases legais são diferentes. Cabe ao bacharel em Administração atuar em todo o campo de conhecimento da Administração e ao tecnólogo atuar somente em uma determinada área do conhecimento, ou seja, seu exercício profissional está restrito à sua formação acadêmica. O graduado no curso de Administração pode exercer atividades como pareceres, relatórios, planos, projetos, arbitragens, laudos, assessoria em geral, cargos de liderança, pesquisas, estudos, análise, interpretação, planejamento, implantação, coordenação, controle e assunção de responsabilidade técnica dos trabalhos relacionados especificamente com sua área de formação ou profissionalização. O administrador é um dos profissionais mais versáteis da atualidade. Por versatilidade deve‑se entender a quantidade de funções que pode assumir ao longo da carreira profissional. Pode trabalhar em qualquer empresa, pública, privada ou própria, e em qualquer segmento da economia. O que cabe a esse profissional é gerir os processos existentes em cada setor em que atua. O profissional pode, ainda, trabalhar no processo produtivo de fábricas, em bancos, nas áreas de Contabilidade, Finanças, Marketing, Recursos Humanos, entre outras, e, muitas vezes, tem a função de lidar com o gerenciamento de material, pessoas, recursos financeiros e bens de capital. Em algumas áreas e funções, o administrador sofre a concorrência de profissionais de outras formações, como economistas, engenheiros, psicólogos e contadores. Veja a seguir algumas das áreas de atuação. 18 Unidade IRe vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 Quadro 4 – Áreas de atuação para o administrador Administração rural Agência de viagens Análise de negócios Assistência social Auditoria Atendimento ao consumidor Bancos Consultoria em agronegócios Comércio Comércio exterior Contabilidade Controladoria Cotação de produtos e moedas Desenvolvimento organizacional Economia agroindustrial e Economia ambiental Ensino Médio e Superior (magistério) Empreendedorismo Gestão escolar Gestão hospitalar Logística Marketing Pesquisa de mercado Pesquisa econômica Projetos Planejamento estratégico Promoção de eventos Recursos humanos Setor financeiro Setor hoteleiro Setor público Terceiro Setor Apesar de uma sombra de crise mundial, com impactos na economia do país, o mercado de trabalho é bastante amplo e comporta variados caminhos, que podem ser traçados de acordo com o perfil de cada profissional. Com o avanço econômico, há a retomada de criação de novas vagas, especialmente nas áreas administrativas. Previsões demonstram que há uma tendência, inclusive de empresas familiares brasileiras, a contratar mais pessoas da área administrativa, exatamente porque estes profissionais, normalmente, são dotados de visão estratégica para os negócios, algo extremamente precioso em qualquer organização da atualidade. Pesquisa nacional do Sistema CFA/Cras, feita em 2011, com resultados divulgados em 2012, permite a extração de dados importantes sobre o perfil do administrador. Participaram da pesquisa 17.982 administradores e, em termos de distribuição estadual, destacam‑se: • São Paulo: 18,6% • Distrito Federal: 5,8% • Amazonas: 2,5% As administradoras representam 35% da amostra. Em relação ao registro em carteira profissional, têm‑se 78,5% da amostra, considerando‑se o setor privado. 19 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL Quanto às áreas de atuação: • Administração Geral (incluindo Planejamento Estratégico): 28,8% • Administração Financeira: 13,3% • Recursos Humanos: 9,5% • Vendas: 7,3% • Produção: 6,1% • Gestão de Processos: 6,2% • Contábil (auditoria e controladoria): 5,2% • Logística: 5,0% • Gestão de Projetos: 4,2% • Tecnologia da Informação: 2,4% • Demais: 12,0% Em relação aos cargos exercidos, 21,8% são gerentes, 19,1% são analistas, 9,5% atuam como coordenadores e 49,6% em outros cargos. Quanto à avaliação pelos empregadores, 37% consideram os administradores muito bons e 42% bons. Em relação aos motivos para a escolha dessa profissão, tem‑se: • formação generalista e abrangente: 25,4% • existência de amplo mercado de trabalho: 21,3% • vocação: 18,4% • diversidade das alternativas das especializações: 8,4% • abrir negócio próprio: 5,8% • demais: 20,7% A imagem percebida do administrador é a de um profissional que atua com visão sistêmica da organização pelos conhecimentos específicos, competências, habilidades e atitudes, o que permite formar, liderar e motivar equipes de trabalho e articular as várias áreas de uma organização. 20 Unidade I Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 Em relação aos conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA) do administrador em termos de respostas múltiplas, constam: • administração de pessoas/equipes: 66% • administração estratégica: 62% • administração financeira e orçamentária: 58% • visão ampla, profunda e articulada do conjunto de áreas de conhecimentos: 54% • administração de vendas e marketing: 43% • administração de sistemas de informação: 28% Quanto às competências do administrador, também de respostas múltiplas, aparecem: • identificar problemas, formular e implantar decisões: 73% • ser capaz de enfrentar desafios e solucionar conflitos: 68% • desenvolvimento de raciocínio lógico, crítico e analítico sobre a realidade social: 61% • assumir o processo decisório das ações de planejamento, organização, direção e controle: 61% • desenvolver e socializar o conhecimento alcançado no ambiente de trabalho: 50% • elaborar e interpretar cenários: 49% Em relação às habilidades, merecem destaque: a capacidade de se relacionar e exercer liderança, a visão do todo com capacidade de adaptação à mudança e exercício da criatividade e a inovação, agregando novas técnicas aos processos. Quanto às atitudes, priorizam‑se o comportamento ético, o comprometimento e o profissionalismo. Como áreas promissoras para a contratação de administradores nos próximos cinco anos, em respostas múltiplas, encontram‑se: • consultoria empresarial: 51,2% • serviços: 49,1% • administração hospitalar e serviços de saúde: 35,4% • administração pública direta: 34,3% • administração indireta: 36,2% 21 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL • hotelaria e turismo: 36,2% • instituições financeiras: 30,1% • industrial: 33,0% • Terceiro Setor: 23,6% • ensino: 24,8% • agronegócio: 29,6% • comércio varejista: 25,8% • comércio atacadista: 20,1% De acordo com a pesquisa, a remuneração mensal do administrador situa‑se entre 3,1 e 10 salários mínimos (43,37%), com a média aproximada de 9,75 salários mínimos. O setor privado ainda é o que mais emprega administradores de empresas (58%). Para concluir, a carreira do administrador de empresas é bastante versátil, podendo este atuar em organizações públicas e privadas, de forma autônoma como profissional liberal, como empresário, intraempreendedor e em vários setores da economia. 2.2 Escolha de carreira A diferença entre um chefe e um líder: o chefe diz vai, o líder, vamos (E. M. Kelly). Recorrendo novamente à análise feita por Dutra (2012), impactos no nível de desenvolvimento das carreiras estão ocorrendo nos países desenvolvidos, com o aumento da longevidade e a redução da oferta de emprego; esses impactos, que já chegaram ao Brasil, têm gerado conflitos peculiares sobre a carreira. • Como conciliar dedicação à carreira e dedicação à família? • Como conciliar o papel de mãe e o papel de profissional? • Como conciliar a vida de casal e as necessidades dos filhos? • Como resolver os conflitos de interesse no caminho profissional do casal? • Como conciliar a permanência na carreira e as necessidades socioeconômicas? As decisões pertinentes também são afetadas pelo momento de vida por que a pessoa está passando. Assim, planejar e desenvolver a carreira relaciona‑se com o momento de vida, que deve ser considerado na definição das estratégias para conciliar vida pessoal com vida profissional. 22 Unidade I Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 Outra variável que deve ser analisada no projeto de carreira são as chamadas âncoras de carreira, que se referem às preferências profissionais estudadas por Schein em 1978, de acordo com livro publicado no Brasil em 1996. Essas preferências são a capacidade que as pessoas têm quanto à autopercepção das habilidades, necessidades e valores, dando origem às denominadas âncoras, nada mais que elementos da realidade de cada um que acabam definindo as preferências por determinada ocupação, carreira, empresa ou oportunidade. Com base na autopercepção, Shein (1996) definiu oito âncoras de carreira. A partir delas, Derr (1986) estudou as diferentes preferências no interior das organizações,classificando as orientações aplicadas pelas pessoas nas respectivas carreiras. Assim, estabeleceu cinco categorias. Numa comparação entre as propostas de Shein (1996) e Derr (1986), têm‑se: • Âncora competência gerencial equivalente à categoria ter sucesso. • Âncoras competência técnica ou funcional e segurança e estabilidade têm como equivalente as categorias sentir‑se seguro e obter equilíbrio. • Âncoras estilo de vida integrado e autonomia e independência têm como equivalente a categoria sentir‑se livre. • Âncoras desafio constante e parte da criatividade têm como equivalente a categoria sentir‑se desafiado. • Âncoras criatividade (parcial) e senso de serviço e dedicação à causa não tem equivalente em nenhuma categoria. Observação Para a escolha da carreira é importante um conhecimento maior sobre as âncoras da carreira e as categorias apresentadas. Âncoras da carreira • Âncora um: competência gerencial Compreende as pessoas que têm como propósito ocupar posições gerenciais. Precisam ter competência interpessoal para convencer, gerir, liderar, controlar e alcançar os objetivos e metas organizacionais de forma efetiva. Possuem competência analítica para identificar e solucionar problemas em situações de incerteza e informações parciais e assimétricas. Devem ter também estabilidade emocional para atuar em situações críticas interpessoais ou emocionais, em vez de sentirem‑se derrotadas, suportando um nível elevado de responsabilidade, e competência para utilizar a autoridade, sem ficarem temerosas ou culpadas. 23 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL As pessoas enquadradas nesta âncora preferem posições gerenciais e, quando ocupam posições gerenciais de áreas mais especializadas, tendem a atuar mais pelas condições gerenciais em vez de privilegiar condições técnicas ou funcionais. • Âncora dois: competência técnica ou funcional Abrange as pessoas que têm consciência de sua preferência por uma área especializada e só aceitam posições gerenciais dentro das suas áreas de competência técnica ou funcional. Não têm interesse em promoções horizontais, apenas verticais, procurando ocupar cargos de maior senioridade na área de atuação ou posições de consultores e assessores internos, podendo atuar em tais condições como profissionais externos autônomos. • Âncora três: segurança e estabilidade Determinadas pessoas preferem carreiras em organizações que proporcionem segurança e estabilidade. Aceitam, normalmente, as definições de carreira propostas pelo empregador. Buscam organizações com horizonte profissional de longo prazo, programas adequados de benefícios e de previdência e segurança no trabalho. As pessoas desta âncora, com talentos técnicos e funcionais, tendem a ficar em suas áreas de competência, buscando posições de chefia ou técnicos seniores. • Âncora quatro: criatividade Enquadram‑se neste grupo pessoas que têm como preferência criar algo próprio, materializando um novo produto, serviço ou negócio. São empreendedores, buscam a autonomia, são competitivas, com habilidades para exercer seus talentos e construir fortunas. Possuem perfil empreendedor e quando atuam em organização podem assumir o papel de intraempreendedor ou empreendedor corporativo. • Âncora cinco: autonomia e independência Neste grupo, as pessoas procuram maximizar os espaços organizacionais oferecidos pelas organizações para alavancar suas competências técnicas e funcionais, ou buscam carreiras que possibilitam mais autonomia e independência, como professores universitários, consultores empresariais, profissionais de comunicação, entre outros. Almejam altos salários, status e liberdade, procuram desenvolver sua própria identidade profissional e correlacionar os resultados de seu trabalho a seu próprio trabalho. • Âncora seis: senso de serviço e dedicação à causa Classificam‑se neste grupo pessoas que buscam carreiras baseadas na vontade de influenciar o mundo em determinada direção. Procuram profissões que auxiliem outras pessoas, como enfermagem, medicina, serviço social, fisioterapia, entre outras. Isso não significa que todos os profissionais que exercem suas atividades optam por esta âncora, muitas vezes podem ter preferência por outras âncoras. 24 Unidade I Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 Podem atuar no Terceiro Setor e não têm, a princípio, lealdade com a organização, e sim com seus valores pessoais. Preferem uma remuneração justa, mas o dinheiro não é o seu valor central. • Âncora sete: desafio constante As pessoas deste grupo buscam desafios e consideram o sucesso como vencer barreiras impossíveis, resolver problemas sem solução aparente ou derrotar oponentes impossíveis. Para elas, a área de trabalho, o porte e o tipo de organização, o sistema de remuneração e promoção e formas de reconhecimento são dependentes de a atividade oferecer ou não desafios. • Âncora oito: estilo de vida integrado Enquadram‑se neste grupo as pessoas que procuram alto nível de integração entre suas necessidades individuais, familiares e de carreira. Ambicionam maior flexibilidade em seu emprego, valorizando mais as atitudes da empresa do que programas específicos. Categorias de preferências • Ter sucesso Relaciona‑se com pessoas preocupadas em atingir o topo das organizações ou posições de status elevadas. Predominam as seguintes características: – conhecer a organização; – colocar o trabalho em primeiro lugar; – possuir metas de carreira com capacidade de movimentar‑se na busca de melhores oportunidades; – ter um padrinho que ajude a alavancar a carreira; – identificar as melhores posições para alavancar sua carreira. • Sentir‑se seguro Abrange as pessoas que procuram reconhecimento, segurança no trabalho e respeito, buscando permanecer numa única organização. Têm como principais características: – procurar a organização adequada, em busca de um plano de carreira de longo prazo e segurança no trabalho; 25 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – buscar entender a cultura da organização e ajustar‑se a ela, no sentido que parte das organizações reconhecerem a competência, a conformidade, a confiabilidade, a lealdade e a afeição; – colocar as necessidades da organização em primeiro lugar, em detrimento de outros atores; – tentar, de forma permanente, participar como membro de círculos restritos da organização, atuando eticamente e não competindo com os demais membros; – procurar colocar‑se de forma segura dentro das organizações, com a ocupação de cargos livres de risco e de certa forma confortáveis, sem a necessidade de um posicionamento político e de assunção de riscos. • Sentir‑se livre Compreende as pessoas que buscam o máximo de liberdade e controle sobre os processos de sua responsabilidade. Possuem como características: – conseguir liberdade em suas atribuições, não gostam de ser comandadas e normalmente procuram trabalhar por conta própria; – dominar os processos de trabalho; – reunir, controlar e manipular informações restritas, com sua principal moeda de troca, a informação; – ampliar o seu círculo de contatos, porque é importante o reconhecimento além das organizações, no sentido de construir uma reputação regional, nacional e até internacional; • Sentir‑se desafiado Apreciam motivação e desafios, com oportunidade de risco elevado. As características são: – buscar de forma contínua trabalhos desafiadores para aplicar suas habilidades e ampliá‑las, não apreciamrotinas, buscam enfrentar situações inéditas, resolver problemas organizacionais/ técnicos e estão sempre dispostos a expandir seus conhecimentos; – desenvolver habilidades de convencimento, buscando fazer que ideias inviáveis sejam aceitas por terceiros como viáveis; – estar sempre de prontidão para um novo desafio. 26 Unidade I Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 • Obter equilíbrio As pessoas aqui classificadas têm como características: – procurar de forma permanente equilibrar obrigações do trabalho, relações sociais e autodesenvolvimento; – buscar tornar o trabalho interessante e concomitantemente pouco absorvente; – buscar organizações e ocupações que validem os seus vários interesses, e não estão dispostos a negociar um possível desequilíbrio nas suas características. A partir de agora, o aluno deve buscar analisar o que foi apresentado e priorizar as âncoras preferidas e as categorias prediletas, utilizando as matrizes a seguir, classificando em ordem de prioridade suas preferências. Atribuir, em ordem decrescente, notas de um (o preferido) até oito. Quadro 5 – Âncoras de carreira (-) preferido (+) preferido Âncoras/Priorização 8 7 6 5 4 3 2 1 Total Competência gerencial Competência técnica/funcional Segurança e estabilidade Criatividade Autonomia e independência Senso de serviço e dedicação à causa Desafio constante Estilo de vida integrado Total Quadro 6 – Categorias de preferências (-) preferido (+) preferido Categorias/Priorização 8 7 6 5 4 3 2 1 Total Ter sucesso Sentir‑se seguro Sentir‑se livre Sentir‑se desafiado Obter equilíbrio Total 27 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL Após fazer as escolhas, trabalhe com as prioritárias, comparando as duas proposições; reflita sobre o que você prefere, levando em consideração o seu projeto. Gestação Um rumo e um destino fazem a diferença em qualquer situação (Amir Klink). Se você está terminando o curso superior, como viabilizar a vida profissional? Na fase inicial, você pode ser estagiário, consultor júnior de uma empresa ou trainee. Veremos a seguir cada uma dessas possibilidades. 2.3 Estágio O estágio é uma das mais eficientes formas de auxiliar o graduando na sua carreira, pois proporciona a complementação profissional e o coloca em contato direto com a realidade da vida profissional, com o ambiente real de trabalho e com os mais diversos problemas técnico‑funcionais na sua área de formação. No estágio, o aspecto humano‑social é aperfeiçoado, em face do contato com problemas sociais e culturais que se apresentam no ambiente de trabalho. Lembrete Quanto ao aspecto legal, o estágio supervisionado representa a complementação curricular obrigatória. A função principal do estágio é a de possibilitar sua integração ao mundo do trabalho e sua futura profissão. Ele permite ao estagiário uma checagem da sua escolha profissional, uma revisão que pode ser feita em contato direto com as atividades permanentes da profissão escolhida. Nesse aspecto, o estágio benfeito, que propicia ao futuro administrador executar tarefas que desenvolvem condições para atuar na função que virá a exercer, é fator decisivo para o aprimoramento do profissional do futuro. O compromisso da universidade e das organizações para a formação de bons profissionais passa, também, por orientação adequada, contribuindo diretamente com o aluno e com a sociedade. Podem ocorrer duas situações de estágio: • sem vínculo empregatício; • com vínculo empregatício. 28 Unidade I Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 O encaminhamento de alunos para estágio, tanto para o realizado concomitantemente à fase universitária quanto para o realizado após a conclusão da fase acadêmica, tem as seguintes condicionantes: • a universidade não tem obrigatoriedade na obtenção de vagas de estágio; contudo, efetivará entendimento junto às organizações concedentes de estágio ou às instituições existentes que atuam na integração entre estudante e organizações (exemplo, CIEE) visando facilitar o encaminhamento de alunos para o estágio; • atendidas as condições gerais estabelecidas pela universidade e devidamente autorizado, o aluno poderá obter vaga de estágio; • havendo oferta de vagas pelas organizações concedentes, serão encaminhados os alunos que apresentarem melhores condições de adaptação ao perfil por elas requerido, com base nas informações obtidas junto aos docentes e por meio de cadastramento de estagiários; • a aceitação do estagiário pela organização concedente dependerá de processo de seleção de seu exclusivo critério. Cabe aqui uma pergunta: de que forma o estágio contribui para a formação do profissional? As situações de sala de aula e de campo de estágio necessitam ser planejadas e executadas com rigor para que o futuro profissional vivencie todas as etapas que possibilitem conhecer o campo em que irá atuar. O estágio tem se configurado, muitas vezes, como porta de entrada para o primeiro emprego. Daí a importância de trabalhar da mesma forma apresentada no projeto de carreira e, em tal situação, o estágio configura‑se como um subprojeto do projeto maior (projeto de vida, incluído o de carreira). O estágio também tem o propósito de avaliar a real condição do universitário, pertinente à aptidão e ao desenvolvimento da profissão. O estagiário deve ter a oportunidade de se desenvolver profissionalmente, aplicando suas habilidades, aprendendo a analisar as situações e propondo mudanças no contexto empresarial. Deverá, ainda, oferecer ao aluno a participação em situações reais, nas quais terá a oportunidade de desenvolver um trabalho relacionado com sua profissão de administrador de empresas. A articulação entre teoria e prática busca contribuir na formação de administradores habilitados para desempenhar as mais diversas funções impostas pelo mercado. Estagiar significa complementar o processo ensino‑aprendizagem, permitindo adotar soluções para as deficiências individuais e incentivar a busca pelo desenvolvimento profissional, despertando o potencial individual e propiciando o surgimento de novas gerações de profissionais empreendedores capazes de adotar métodos e processos inovadores. O estágio permite ao graduando em Administração a oportunidade de testar, na prática, os conhecimentos adquiridos em sala de aula. 29 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL Uma parte das organizações, entretanto, contribui para o insucesso do estágio ao alocar os estagiários às tarefas repetitivas, sem muitas chances de aprender o que é pertinente à área de interesse e à área do futuro profissional, deixando também de possibilitar ao aluno o acesso profissional a outros setores da organização. O estágio tornou‑se uma opção para muitas organizações por ser considerado provedor de mão de obra barata, desvirtuando seu objetivo e fazendo que o futuro administrador desempenhe funções inerentes a um funcionário, sendo‑lhe atribuída tal responsabilidade. Assim, torna‑se uma vantagem para as organizações por não terem encargos sociais a recolher. O contato com a prática das organizações possibilita a percepção do estagiário na sua futura realidade profissional, providenciando‑lhe um contato prévio com o que se espera que interaja e modifique para o bem das organizações. A próxima pergunta é: onde estagiar? Existem várias possibilidades,como: • cadastrar‑se em entidades que fazem o elo entre as organizações e o meio acadêmico, como CIEE (<www.ciee.org.br>); • consultar sites de empresas onde há um espaço para quem quer trabalhar nelas; • cadastrar‑se em empresas de recrutamento e seleção; • pesquisar cadernos de empregos nos principais jornais, normalmente nas edições de fim de semana; • consultar os murais nas instituições de ensino superior; • pesquisar, valer‑se da network, das redes sociais. 2.4 Empresa júnior Com base em informações obtidas junto à empresa júnior da UNIP (JUNIP), apresentaremos informações sobre uma empresa júnior, na qual o futuro administrador pode vivenciar o papel de consultor júnior e até fazer a direção da empresa. Empresa júnior (EJ) é uma associação civil sem fins lucrativos e com fins educacionais, formada, exclusivamente, por alunos do ensino superior. Ela presta serviços e desenvolve projetos para empresas, entidades e sociedade nas suas áreas de atuação, sob a supervisão de professores e profissionais especializados. Esse tipo de empresa deve ser ligado a um ou mais cursos de graduação. A gestão de uma EJ é feita pelos próprios alunos. 30 Unidade I Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 A empresa júnior não constitui em si uma pessoa jurídica específica. No Brasil, de forma associada, entende‑se que a EJ estaria mais próxima de uma organização da sociedade civil de interesse público, mas precisaria de CNPJ (inscrição na esfera federal), bem como de inscrição na prefeitura local e no sindicato de empregadores. O objetivo primeiro dessas empresas é promover a melhor experiência de mercado aos alunos graduandos na instituição à qual são vinculadas. Por esse objetivo entende‑se fomentar o crescimento pessoal e profissional do aluno‑membro, por meio do oferecimento de serviços de qualidade e de baixo custo ao mercado. Dessa forma, as EJs contribuem para o desenvolvimento do empreendedorismo em sua região. Em alta escala, o Movimento das Empresas Juniores (MEJ) contribui com uma importante parcela no desenvolvimento empresarial e econômico do país. As EJs se enquadram no Terceiro Setor da economia, pois fazem parte do setor privado (portanto, não são do primeiro setor) e não têm por fim último o lucro (excluindo‑se do segundo setor). Dessa forma, acabam por ter reduzidos custos operacionais e de tributação, podendo oferecer serviços de qualidade a um custo baixo. Elas atendem principalmente ao mercado das micro e pequenas empresas, que costumeiramente não têm acesso à consultoria sênior e enfrentam grandes dificuldades na gestão. A fim de garantir um excelente aprendizado, todo o trabalho executado pode ter o acompanhamento e a orientação de um professor da respectiva área do conhecimento, visto que esses trabalhos são prestados como consultoria a todo tipo de empresas, embora o mercado maior seja o das micro e pequenas empresas. Lembrete Ex‑alunos que passaram por empresas juniores contam com diferencial de conhecer o mercado, ter experiência de trabalho, conhecer a prática empreendedora e desenvolvimento de suas habilidades empresariais. O Movimento Empresa Júnior (MEJ) iniciou‑se em 1967, na França, com o objetivo mais circunscrito de realizar estudos de mercado ou enquetes comerciais nas empresas. Rapidamente a ideia se difundiu no meio acadêmico francês, resultando na criação da Confederação Nacional das Empresas Juniores, em 1969. Na década de 1980, o modelo francês consolidou‑se e começou a se difundir internacionalmente, sendo levado para Suíça, Bélgica, Espanha, EUA e Brasil. Em 1986, havia 99 empresas juniores, 15 mil estudantes envolvidos, 3 mil estudos realizados e um faturamento anual da ordem de 40 milhões de francos. As atividades das empresas, depois de alguns anos, atingiram um crescimento de 50% ao ano, um resultado extraordinário. 31 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL O processo de internacionalização ocorreu em 1986, e hoje existem empresas juniores espalhadas por todo o mundo: Portugal, Espanha, Itália, Inglaterra, Eslovênia, Suíça, Alemanha, Holanda, entre outros. Observação A Europa conta hoje com uma Associação Europeia de Empresas Juniores (Junior Association for Development in Europe – JADE) e confederações nacionais em todos os países. O Brasil tem uma entidade que reúne empresas juniores de todo o país (Brasil Júnior <www.brasiljunior.org.br>) e no Estado de São Paulo a entidade associativa é a FEJESP (<www.fejesp.org.br>) A Brasil Júnior (BJ) é a Confederação Brasileira de Empresas Juniores e compartilha com todos os empresários juniores o objetivo de tornar o MEJ um movimento reconhecido pelos diversos atores da sociedade, uma vez que contribui para o desenvolvimento do país por meio da formação de profissionais diferenciados. Ela é constuída atualmente por 14 federações, representando 13 estados e o Distrito Federal. As principais finalidades de uma empresa júnior são: • proporcionar ao graduando aplicação prática de conhecimentos teóricos, relativos à área de formação profissional específica; • desenvolver o espírito crítico, analítico, criativo, empreendedor, inclusive de empreendedor corporativo; • intensificar o relacionamento empresa/escola; • facilitar o ingresso de futuros profissionais no mercado, colocando‑os em contato direto com o mercado de trabalho; • contribuir com a sociedade, com a prestação de serviços, proporcionando ao micro, pequeno e médio empresário, especialmente, um trabalho de qualidade a preços acessíveis; • mais recentemente empresas juniores vêm prestando serviços de consultoria para prefeituras de municípios de pequeno porte, para órgãos governamentais e para organizações não governamentais; • valorizar a instituição de ensino de modo geral no mercado de trabalho. 32 Unidade I Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 A empresa júnior tem a natureza de uma empresa real, com diretoria executiva, conselho de administração, estatuto e regimentos próprios, gestão autônoma em relação à direção da faculdade, centro acadêmico ou qualquer outra entidade acadêmica. Seus clientes principais são: • graduando: sua missão é buscar o desenvolvimento pessoal, profissional e acadêmico com a prestação de serviços de qualidade. Uma empresa júnior complementa a formação acadêmica de um estudante em vários aspectos, pois proporciona a ele experiências como: – gestão de uma organização; – organização do trabalho em equipe; – delegação de responsabilidades; – participação efetiva em reuniões de trabalho; – negociação com clientes, patrocinadores, fornecedores, parceiros; – exercícios de atividades financeiras e contábeis de uma organização; – decisões sobre políticas de imagem e prospecção de negócios; – contato direto com problemas e situações da realidade empresarial; – organização, promoção e participação em eventos de capacitação e desenvolvimento. • micro, pequenas e médias empresas: as empresas juniores tornam acessíveis os serviços de consultoria a este segmento, uma vez que o custo de um projeto é bem inferior ao de uma empresa de consultoria de grande porte, já que se utilizam exclusivamente de estudantes. A qualidade do serviço é garantida pela orientação dos professores das escolas onde essas empresas estão estabelecidas, ou ainda pelo auxílio de profissionais da área. • instituição de ensino: as instituições de ensino superior que contam com empresas juniores, além da possibilidade de oferecer uma oportunidade diferenciada de desenvolvimentopara o aluno, são favorecidas pela divulgação que o trabalho da empresa júnior garante ao seu nome. A Consultoria UNIP Júnior – JUNIP foi criada no segundo semestre de 2004, por graduandos do curso de Administração, mas aberta aos alunos de outros cursos da universidade. A JUNIP, para facilitar a participação dos alunos tanto de Administração como de outros cursos, atua de forma regional (atualmente, nos campi de Alphaville, Araraquara, Assis, Brasília, Campinas, Limeira, Santos, São José dos Campos, São José do Rio Pardo, São José do Rio Preto e Sorocaba). 33 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL Saiba mais É possível obter outras informações sobre a JUNIP pelo e‑mail: <junipparaiso@gmail.com> Participar de uma empresa júnior é como um estágio, mas sem sair da universidade. A participação do graduando ocorre nos horários em que ele não está nas aulas ou trabalhando. A diretoria executiva é eleita pelos próprios graduandos que participam das empresas. O participante, denominado de consultor júnior, pode gerir projetos, liderar uma equipe, ter contato direto com empresários e professores. Muitas empresas juniores realizam processo seletivo semestral, buscando pessoas dispostas a aprender. Dados extraoficiais afirmam que o país tem, atualmente, mais de 1.200 empresas desse tipo, e elas têm como clientes em torno de 90% de empresários proprietários de micro e pequenas empresas. 2.5 Trainee Trainee significa em treinamento e é um termo de origem inglesa. É um cargo hierárquico em uma empresa; geralmente, é a evolução do estágio, cargo ocupado pelo profissional que está no último ano de faculdade ou pelo recém‑formado. Para poder fazer algumas observações restritivas ou impulsionadoras, recorremos a uma matéria da Camila Pati, publicada na revista Exame, em 25 de abril de 2013. Na maioria das empresas, o trainee está em treinamento para assumir posteriormente um cargo de gerente ou coordenador. Na prática, o profissional passa por diversos setores da empresa para entender como eles funcionam, além de passar por todos os tipos de treinamentos, cursos, palestras etc. Os programas de trainees, normalmente, exigem que os candidatos tenham até dois anos de formado em um curso de graduação, e o programa todo costuma ter duração de um a três anos, com carteira assinada. O trainee tem geralmente um salário maior, comparado com outros funcionários, além de diversos benefícios. Os programas de trainees preparam os graduados para ocupar cargos superiores, liderar equipes e são bastante valorizados, em função da rigorosidade do processo seletivo e do número elevado de participantes no processo. Os programas mais concorridos são os da Gerdau, Unilever, Ambev, Natura, Procter & Gamble e várias outras. As organizações que, normalmente, promovem esse tipo de programa são multinacionais e outras grandes empresas que estejam dispostas a investir tempo e dinheiro em novos talentos. 34 Unidade I Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 No passado eram importantes os programas da GE para a área financeira e os da IBM para as áreas de sistemas, marketing ou vendas. Um programa de trainees, se bem‑aproveitado, pode ser o momento ideal para decolar a carreira. Entretanto, participar de um programa incompatível com o perfil do graduado pode ser uma experiência nada prazerosa. Assim, não adianta o graduado candidatar‑se a inúmeros programas sem critério de escolha, sem adequação ao seu perfil. Muitas vezes a pessoa é atraída por cartazes, anúncios e outras formas de divulgação sem conhecer a empresa. É importante levantar algumas informações: o que ela faz? Qual o posicionamento empresarial? Qual a importância do programa de trainees dentro da empresa? Quantos trainees foram efetivados nos últimos anos? Qual a relevância do programa para as empresas? As respostas para essas perguntas exigem pesquisa, busca de informações, procura de reportagens e artigos sobre a empresa e até mesmo conversar com ex‑trainees para ajudá‑lo no processo de escolha. Lembrete O importante é lembrar que tudo na vida pessoal, na carreira e em tais programas é de responsabilidade do graduando ou já graduado. O propósito principal de qualquer programa de trainees é desenvolver o candidato e prepará‑lo para assumir funções de maior destaque dentro de uma organização. É interessante verificar quais os desafios propostos, ou seja, qual o aprendizado informal que será oferecido. Outra questão é a de adaptação aos valores da empresa. O candidato precisa levar em conta se o projeto de trainee está compatível com o seu projeto de vida, com seu projeto de carreira. Uma preocupação é o perfil do candidato, o seu CHA (conhecimentos, habilidades e atitudes) e a comparação com o perfil desejado pela empresa. O candidato deve levar em consideração o seu projeto de carreira, se ele está alinhado com o ritmo de evolução na organização. O profissional interessado deve ser persistente, comprometido, sem esmorecimento e continuar na luta por um amanhã melhor. Exemplo de aplicação Releia o texto e responda às seguintes questões: 1. Como avalia a conceituação de sucesso profissional em termos pessoais? 35 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL 2. Quais as principais competências do administrador de empresas de acordo com os resultados da Pesquisa do Conselho Federal de Administração? 3. O que diferencia o tecnólogo do bacharel em Administração de Empresas? 4. Resuma as cinco categorias de preferências profissionais defendidas por Derr. 5. Entre no site <http://www.poderdavida.com.br/testes/106‑ancoras‑da‑carreira.html> e faça o teste, tabule e identifique as âncoras de carreira para as quais tem mais predisposição. 6. Qual a importância do estágio para a formação do administrador de empresas? 7. Como descobrir oportunidades de estágio? 8. Como a empresa júnior pode contribuir para o desenvolvimento da carreira do administrador de empresas? 9. Como um programa de trainee pode contribuir para a decolagem da carreira de um administrador de empresas? 10. Qual a finalidade principal de um programa de trainee para uma organização? 3 A CARREIRA E A TRANSIÇÃO PROFISSIONAL [...] partir do que é conhecido é o meio mais rápido para chegar aonde não se conhece (Isócrates, 400 a.C.). Em eventos realizados em São Paulo pela HSM Group, dois professores de Harvard apresentaram algumas tendências para este milênio. O professor John P. Kotter acompanhou, no período de vinte anos, a carreira de uma turma de 115 ex‑alunos da Harvard Business School: suas opções, alternativas, metas, sucessos e fracassos, concluindo com as seguintes tendências para os próximos anos: • as carreiras tradicionais, viabilizadas pelas grandes corporações, não mais conduzem ao sucesso profissional; • a globalização ampliou e continua ampliando os mercados e, assim, gerando novas oportunidades. Já a professora Rosabeth Moss afirmou: • o sucesso só chegará às organizações de qualquer porte se os seus produtos ou serviços atenderem a padrões de classe mundial e puderem competir no mercado global; 36 Unidade I Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 • as grandes oportunidades estão se deslocando das grandes corporações, muitas vezes templos de burocracia, para micro e pequenas empresas ou unidades de negócio empreendedoras e afastando‑se da gestão profissional de atividadesde manufatura para empresas prestadoras de serviços, inclusive franquias; • as pessoas buscam padrões pessoais elevados e têm uma forte vontade de vencer, mostrando‑se dispostas a aprender ao longo do tempo, num processo de aprendizado contínuo. Essas tendências trazidas pela globalização já estão presentes no Brasil, com seus efeitos favoráveis ou, às vezes, traumáticos. Viver o presente pensando apenas no sucesso do passado está sendo descartado como filosofia de sustentação da vida, em face das profundas alterações nas relações de emprego e dos impactos socioeconômicos nos negócios e nas carreiras profissionais. Observação Não basta ter uma boa formação acadêmica e não evoluir. O momento é de aprendizado permanente, de busca contínua de capacitação profissional que facilite a transição profissional e/ou possibilite montar o próprio negócio ou, ainda, desenvolver uma carreira solo, num mundo em que o emprego tradicional está se reduzindo. As novas regras de diferencial organizacional expõem as outras facetas da vida dos executivos, gerentes e empresários, como seres humanos normais que convivem com os mesmos problemas comuns de qualquer cidadão e que necessitam buscar em suas atividades algo acima da própria excelência organizacional, a própria excelência da vida. Para o Brasil do terceiro milênio, é necessário que o empreender seja como o empreender corporativo, como dono de negócio próprio ou carreira solo. A educação passa, assim, a ser importante, numa cruzada em que as autoridades federais, estaduais e municipais, os políticos nos três níveis, os empresários, os pais, os trabalhadores e os docentes tenham o mesmo desafio. É necessário que crianças, adolescentes e adultos tenham como objetivo de vida a iniciativa para o aprendizado contínuo e para o empreender, aproveitando as oportunidades. Quando se aborda a excelência da vida, privilegiam‑se não apenas a saúde e o bem‑estar físico e mental, mas também: • a segurança financeira; • o relacionamento com outras pessoas; • as atividades sociais, comunitárias, cívicas e voluntárias; 37 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL • a participação política; • o desenvolvimento individual e intelectual; • o lazer pessoal e social. Assim, a excelência de vida tem a ver com: • identificar as próprias necessidades, expectativas, anseios e preferências; • tomar decisões importantes para a vida pessoal e familiar; • poder decidir sobre o cotidiano; • manter um bom relacionamento e boas amizades; • participar de forma ativa da vida comunitária e social, no que se refere a ajudar a minimizar ou resolver os problemas sociais; • viver, trabalhar e divertir‑se em ambientes seguros e saudáveis; • ter independência; • poder ser criativo; • ter estabilidade em todos os sentidos; • viver em segurança; • habitar com conforto; • ter uma boa saúde; • ter acesso a cuidados médicos básicos; • poder exercer direitos e deveres; • não ser vítima de abusos, negligência e mazelas; • ser tratado com dignidade; • conseguir alcançar metas individuais; • estar satisfeito consigo mesmo. 38 Unidade I Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 Ainda abordando o tema Tendência, a revista Veja, de 23 de maio de 2012, publicou uma reportagem sobre quem é o profissional que toda grande organização contrataria imediatamente e a qualquer preço, segundo entrevistas feitas com setenta líderes de mercado. Observamos que as características principais desse profissional são: • atuar na área de infraestrutura, construção pesada e construção civil; • pós‑graduação em Finanças, em função das sucessivas crises pelas quais as organizações vêm passando e da necessidade de conquistar novos mercados, com uma gestão centrada na área de atuação, no orçamento, nos preços e na concorrência; • ter estudado ou trabalhado fora do país, em virtude de melhor capacidade de adaptação a novas situações e mudanças intempestivas; • ter cursado uma pós‑graduação em Gestão de Projetos, visto que ela habilita o profissional para auxiliar no crescimento da organização, possibilitando que ele coordene investimentos em novos produtos ou em novas unidades, além de expansão da configuração atual; • conhecer o idioma pátrio, o inglês, o castelhano e noções de mandarim, porque, depois da China, o Brasil é hoje um país com maior potencial de recebimento de recursos externos em projetos a serem executados no país; • ter ao menos experiência de dez anos de atuação no mercado, porque as últimas crises não deixam espaço para iniciantes; • estar disposto a residir em locais distantes dos grandes centros, porque os negócios no Brasil têm crescido além dos principais centros urbanos e as organizações necessitam de profissionais capazes de prospectar novos mercados e liderar a abertura de novas filiais. Na realização da sondagem, percebeu‑se que o bom profissional domina plenamente a sua e outras áreas de atuação em termos de conhecimentos de áreas. Nossa época é do profissional “combo”, por exemplo, do agrônomo que entende de biotecnologia, do engenheiro naval com conhecimentos em petróleo e pós‑graduação em gestão de pessoas, do administrador especialista em tecnologia digital. O mundo organizacional está descartando os profissionais analógicos, substituindo‑os pelos profissionais digitais. Ouvidas várias organizações, há necessidade de profissionais que: • tenham domínio da cadeia operacional na área de energia elétrica, desde a geração, transmissão e distribuição, o denominado “especialista antiapagão”; 39 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 31 /0 7/ 20 13 TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL • possam atuar nas áreas de extração mineral e industrial, especializados em meio ambiente e segurança no trabalho, chamados de “politicamente corretos”; • possam atuar no setor financeiro com especialização em tecnologia digital, para colaborarem na transição das operações físicas para transações remotas (internet ou celular). Especializações em gestão de riscos e conflitos são bem‑vindas. Nada mais do que a procura pelo “profissional digital”; • tenham qualificação sob medida; • atuem na área de logística, com pós‑graduação em planejamento de transporte, capazes de criar mapas de distribuição eficientes e econômicos para transporte de produtos; são os chamados “peritos em leva e traz”; • atuem como administradores com especialização em e‑commerce ou comércio on‑line, para realizar mudanças estruturais em empresas e definir novos modelos de negócios, chamados de “vendedores conectados”; • atuem como profissionais do setor de Tecnologia da Informação, por exemplo, no setor de telefonia, capazes de criar aplicativos pertinentes. São bem‑vindos profissionais com pós‑graduação em Finanças, para desenvolver ideias para aplicativos na área financeira. Se a opção for pela carreira de empregado, será necessário que os profissionais conheçam as oportunidades de contratação nas esferas pública, privada e Terceiro Setor. 3.1 A carreira no setor público Engraçado, costumam dizer que eu tenho sorte. Só eu sei que quanto mais eu me preparo mais sorte eu tenho (Anthony Robbins). Neste livro‑texto, o setor público é considerado como oportunidade de emprego na Administração direta (por exemplo, no Ministério da Fazenda), nas esferas federal, estadual e municipal e nos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Também são consideradas do setor público a empresa pública (exemplo, Correios) e a empresa estatal (como a Petrobrás) nas três
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