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casos penal 4

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SEMANA 4
A polícia de São Paulo procura um motoqueiro suspeito de matar uma adolescente, na capital. Tudo aconteceu porque o criminoso queria roubar o tênis do namorado dela. O crime aconteceu por volta das 20h de segunda-feira (14). Uma câmera de segurança gravou a aproximação de uma moto preta, em baixa velocidade na avenida Arraias do Araguaia, em Sapopemba. A polícia suspeita que o rapaz que aparece nas imagens, de capacete preto e blusa vermelha, procurava uma vítima pelo bairro - e encontrou assim que entrou na travessa Alessandro Tassoni. Era um casal que saiu de uma padaria caminhando e foi parado quase na porta de casa. O namorado contou à polícia que o ladrão desceu da moto, apontou uma arma para o casal e exigiu que ele entregasse o tênis. Quando o rapaz se abaixou para tirar o calçado dos pés, o motoqueiro fez um disparo que atingiu a cabeça da namorada, que estava ao lado. O bandido fugiu sem levar nada. Os namorados tinham saído de casa só para trocar dinheiro e já estavam voltando quando foram abordados. O rapaz contou aos policiais que tudo foi muito rápido e quando ele pediu calma, o ladrão atirou. Gabriela dos Santos, de 17 anos, foi socorrida pelos parentes. Chegou com vida ao pronto socorro, mas algumas horas depois os médicos constataram a morte cerebral da adolescente. A vizinhança passou o dia tentando acalmar a família da jovem. Revoltados, os amig os e os parentes não quiseram falar sobre o crime. Até agora ninguém foi preso. A polícia disse que o suspeito aparenta ter menos de 20 anos e cerca de um 1,80m de altura.
 Com base nos estudos realizados sobre os crimes em espécies e delitos hediondos, re sponda às questões formuladas: 
Qual a correta capitulação da conduta do motoqueiro? Ainda, o delito restou tentado ou consumado? Responda de forma objetiva e fundamentada.
R: No caso em análise, houve latrocínio consumado. O crime de latrocínio está previsto no art. 157, §3º, do Código Penal e consiste na fusão de dois delitos: roubo e homicídio. Embora no caso em tela o roubo não tenha sido consumado, a súmula 610 do Supremo Tribunal Federal traz que “há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração dos bens da vítima".
Caso o motoqueiro venha a ser preso e posteriormente condenado pelo delito praticado, sendo no curso do processo-crime descoberto que o mesmo é reincidente, qual será o prazo mínimo de cumprimento de pena para a progressão de regimes? Responda de forma objetiva e fundamentada.
R: Para reincidentes, a progressão de regime se dá após o cumprimento de 3/5 da pena, por se tratar de um crime hediondo. Apesar da disposição de que não há progressão de regime para crimes hediondos, ela é considerada inconstitucional.
Caso Semana 5:
ROMOALDO, padrasto de L.T, de 11 anos de idade, foi denunciado pelos vizinhos por ter submetido a criança a intenso sofrimento físico e mental com o fim de castigá-la ao agredi-la por diversas vezes com a utilização de seu cinto, pois esta estava brincando na sala de sua casa no momento em que ROMOALDO assistia ao jogo final do campeonato estadual de futebol e o barulho da brincadeira atrapalhava sua concentração no jogo. Dos fatos, ROMOALDO restou denunciado pelo delito de maus -tratos, previsto no art.136,§1º, do Código Penal. 
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os crimes em espécie e crimes hediondos e equiparados, responda de forma objetiva e fundamentada se a capitulação da conduta de ROMOALDO está correta.
R: A conduta de ROMOALDO não foi capitulada de forma correta. A vítima, que é criança, sofreu intenso sofrimento físico e mental, tendo o agente cometido o crime de TORTURA MAJORADA, tipo previsto pelo inciso II, artigo 1º, da Lei 9455/97 – Lei da Tortura -, c/c §4º, artigo 1º, do mesmo diploma legal. Sendo importante salientar que o crime de tortura é equiparado a crime hediondo, conforme previsto pelo art. 2º da Lei nº 8.072/90.
CASO SEMANA 6
LEONARDO foi surpreendido por policiais militares, na noite de sábado, 11 de janeiro de 2014, às 00h30min, próximo a um bar localizado na Asa Norte de Brasília, trazendo consigo uma porção de cocaína totalizando massa líquida de 26,45g. No carro em que ele estava foi encontrada a droga em um saco plástico e dinheiro. Dos fatos restou denunciado e condenado pelo delito de tráfico de drogas, previsto no art.33, caput, da Lei n.11343/2006. Em sede de apelação criminal suscitou sucessivamente: (i) atipicidade material da conduta pelo princípio da insignificância; (ii) desclassificação para o delito de porte de drogas para uso. 
Ante o exposto, sendo certo que no momento da abordagem, seus atos não poderiam qualificar sua conduta como sendo a de vendedor de drogas, analise a possibilidade de aplicação das teses defensivas. Responda de forma objetiva e fundamentada.
R: O entendimento que prevalece é pela não aplicabilidade do princípio da insignificância haja vista que é um crime de perigo abstrato e que tem como bem jurídico tutelado a saúde pública . Portanto a conduta ultrapassa a esfera pessoal e atinge toda a coletividade , em face da própria potencialidade ofensiva em delito de porte de drogas
Caso 7
Astolfo, nascido em 15 de março de 1940, sem qualquer envolvimento pretérito com o aparato judicial, no dia 22 de março de 2014, estava em sua casa, um barraco na comunidade conhecida como Favela da Zebra, localizada em Goiânia/GO, quando foi visitado pelo chefe do tráfico da comunidade, conhecido pelo vulgo de Russo. Russo, que estava armado, exigiu que Astolfo transportasse 50 g de cocaína para outro traficante, que o aguardaria em um Posto de Gasolina, sob pena de Astolfo ser exp ulso de sua residência e não mais poder morar na Favela da Zebra. Astolfo, então, se viu obrigado a aceitar a determinação, mas quando estava em seu automóvel, na direção do Posto de Gasolina, foi abordado por policiais militares, sendo a droga encontrada e apreendida. Astolfo foi denunciado perante o juízo competente pela prática do crime previsto no Art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06. Em que pese tenha sido preso em flagrante, foi concedida liberdade provisória ao agente, respondendo ele ao processo em liberdade. Astolfo, em suas alegações finais, confirmou que fazia o transporte da droga, mas alegou que somente agiu dessa forma porque foi obrigado pelo chefe do tráfico local a adotar tal conduta, ainda destacando que residia há mais de 50 anos na comunidade da Favela da Zebra e que, se fosse de lá expulso, não teria outro lugar para morar, pois sequer possuía familiares e amigos fora do local. (XX Exame OAB Unificado. PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL Aplicada em 18/09/2016. MODIFICADA). Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os delitos previstos na Lei n.11343/2006, responda de forma objetiva e fundamentada às seguintes questões: 
A partir da premissa de que Astolfo é primário e não possui antecedentes, apresente as possíveis teses defensivas. 
R: Sofreu coação moral irresistível, o que exclui a sua culpabilidade no elemento inexigibilidade de conduta diversa, devendo ele ser absolvido com base no artigo 386 Inc. VI do CPP. Subsidiariamente poderá suscitar a sua primariedade, seus bons antecedentes, que não se dedica a atividades criminosas e que não integra qualquer organização criminosa para ter sua pena reduzida com base no §4º do art. 33 da lei 11343/06.
b) À conduta de Astolfo aplicam-se os institutos repressores da lei de crimes hediondos?
R: O entendimento atual do STF é que o traficante privilegiado não pratica conduta equiparada a hediondo, sendo inclusive cancelada a súmula 512 do STJ.
Uma vez condenado, será possível a substituição de pena privativa de liberdade?
R: É possível a conversão da PPL em PRD segundo o STF no crime de tráfico,desde que preenchidos os requisitos do art 44 do cp, porque o STF declarou a inconstitucionalidade da vedação da conversão da PPL em PRD prevista no art 44 da lei 13343/06 , que teve a sua execução suspensa pela resolução n5 do senado publicado 15/02/2012.CASO 8
A Justiça condenou a 16 anos de prisão um dos integrantes de uma organização criminosa preso com drogas e uma escopeta em Fortaleza. O acusado foi condenado pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e posse ilegal de arma de fogo. O juiz Ernani Pires Paula Pessoa Júnior, titular da 1ª Vara de Delitos de Tráfico de Drogas de Fortaleza, estabeleceu o cumprimento da sentença inicialmente em regime fechado. O magistrado negou ainda o direito de recorrer em liberd ade. “A gravidade dos crimes imputados ao réu e a quantidade dos entorpecentes apreendidos, de patente nocividade à saúde pública, justificam a segregação antecipada do mesmo, a fim de evitar novos atentados à ordem pública e a aplicação da lei penal, em caso de confirmação desta condenação”, destacou o juiz. Segundo os autos do processo, Mayandreson Araújo Albuquerque foi preso em flagrante no dia 18 de abril de 2016 no Bairro Granja Lisboa. Policiais militares notaram uma movimentação suspeita em frente a uma residência e abordaram o réu. Com ele foi apreendido 116.650 gramas de maconha, 910 gramas de crack, uma escopeta calibre 12, munição e uma balança digital. Em depoimento, o acusado confessou ser responsável por receber, guardar e distribuir no Ceará os entorpecentes que eram trazidos do estado da Paraíba. Habeas corpus negado: A Justiça do Ceará também negou habeas corpus para Marcos Aurélio de Sousa, acusado de corrupção de menores, posse de arma de fogo, tráfico de entorpecentes, associação ao tráfico. Ele é apontado pela polícia com integrante de uma outra organização criminosa com atuação no Ceará e em outros estados brasileiros. O acusado foi preso junto com outros 31 suspeitos em um sítio localizado no parque Tijuca, em Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza. No momento da operação, ele estava em uma moto à frente da residência. A prisão foi realizada por policiais civis que estavam investigando, há vários meses, a existência e atuação da organização criminosa no Ceará. Ante o exposto, com base nos estudos realizados responda de forma objetiva e fundamentada às seguintes questões:
 a) Diferencie as condutas de organização criminosa, associação criminosa e associação criminosa para fins de tráfico de drogas. 
R: Organização Criminosa : Prevista na lei 12.8 50/2013.Necessita d e pel o penos de 4 ou mais pessoas, estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, co m objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, m ediante a pr ática de inf rações penais (crimes e contravenções penais) cujas penas máx imas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transacional.
 Associação criminosa: Prevista no art. 288,CP . É uma infração de m édio potencial ofensivo. Conduta: pune-se a associação de 3 ou mais pessoas para o fim específico de cometer c rimes, de acordo com Mirabete, o a gente que integra mais d e uma associação criminosa, viola diversas vezes a lei, caracterizando concurso material de delitos. 
Associação criminosa para fins de tráfico de drogas: previsão legal no art. 35 da lei 11.343/06: Associar 2 ou mais pessoas para o fim de, reiteradamente ou não, traficar (prática do art. 33 caput, § 1º e 34 da lei 11.343/06).
Identifique a correta capitulação das condutas de Mayandreson Araújo Albuquerque.
R: Aplica-se a l ei d e drogas pelo principio da especialidade, ainda que haja uma estrutura organizada com 4 ou mais pessoas, irá se aplicar o art. 35 da lei de drogas;

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