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Estudo de Práticas Veterinárias Ruminantes Contenção de Ruminantes Possuem hábitos gregários, portanto é sempre mais fácil manipulá-los em grupo. Respeitam distâncias de segurança que vão de 4,5 a 6 metros (Cuidado com as áreas cegas). Por que conter? Transporte, exames, tratamentos e atividades produtivas. Grau de contenção necessário reflete: Espécie, raça, uso, familiaridade do animal com o manejo, grau de invasividade e duração prevista do procedimento. Possíveis Complicações: Traumatismos, paralisias, distúrbios metabólicos, hipertermia e estresse emocional. Métodos de Contenção: Contenção Química Instalações: brete, tronco, tronco tombador, gaiolas de palpação, seringa e sweep tub. Procedimentos livres (manuais): encabrestamento, elevação de cauda, derrubamentos (método de Rueff, método Italiano0. Equipamentos: imobilização eletromagnética, formigas e argolas nasais. Exame Clínico Identificação (registro das características da espécie, raça, faixa etária, sexo, uso, procedência e qualquer outro fator que possa ser relevante ao caso) Anamnese (levantamento do histórico do caso e de outras informações através de informações fornecidas pelo proprietário) Histórico (levantamento dos antecedentes médicos do paciente independentemente de sua relação com o caso corrente) Exame Físico (estado geral, funções vitais, exame das mucosas, exame dos linfonodos e exame dos sistemas). Estado Geral: estado nutricional (peso), excitabilidade (apática, aumentada...), atitudes características (postura, comportamento, gregários/ solitários). Funções Vitais: Frequência Respiratória; Frequência Cardíaca; Frequência de movimentos ruminais e temperatura corporal (Auscultação pulmonar observação dos movimentos do tórax, auscultação da garganta zootécnica, auscultação cardíaca, auscultação dos movimentos ruminais, temperatura retal, exame das mucosas (rósea-clara e úmidas); Exame dos linfonodos: submandibular (terço médio da mandíbula), pré-parotídeo (base da orelha), pré-escapular (bordo cranial da escápula), pré-crural (próximo a articulação fêmro-tíbio-patelar) e retromamário (parte de trás do úbere). Equinos Métodos de contenção físicos-diretos: Abraço (potros), Cabresto e Laço; Abordar sempre pelo lado esquerdo, vocalizando em tom amigável ou oferecendo atrativos, se necessário cercar o animal no canto da baia ou piquete. Métodos de contenção física-auxiliares: torção de orelha, paletó ou prega da pele, mão de amigo, cachimbo, peias, tronco de contenção, boxe de contenção. Métodos de contenção química: tranquilizantes, sedativos. (Necessários para manipular animais agressivos ou em situações que necessitam intervenções dolorosas ou invasivas, não se deve utilizar este tipo de contenção quando se inicia o exame físico de um animal doente, para preservação dos parâmetros clínicos, escolher fármacos de acordo com o estado do animal e objetivo da contenção. Anamnese Problemas gastrointestinal: duração dos sintomas, apetites, excreções, controle parasitário, manejo alimentar, já foi tratado? como? Problemas locomotor: duração e período, relação com traumas ou esforço, casqueamento e ferrageamento, tipo de treinamento, piso das instalações e pista, já foi tratado? como? Problema respiratório: duração e período, presença de descarga nasal, tolerância ao exercício, programa de vacinações, viagens (transporte ou contatos com animais novos), já foi tratado? como? História clínica: passado (ocorrência prévia ao problema, ligada ou não à doença. Exemplo: comportamento, manejo, duração do problema, etc). presente (queixa principal, sintomas, apresentação (estática, progressiva e regressiva). Segunda opinião: manter ética (opinar sobre doenças e não sobre conduta veterinária), considerar todos diagnósticos prévios e tratamentos realizados, nunca criticar, contatar o colega veterinário para relatar a opinião sobre o caso). Exame clínico: mucosas (oral, oculares e genitais), TPC (Tempo de Preenchimento Capilar), frequência cardíaca e respiratória, movimentos intestinais, temperatura corpórea, estado geral e movimentação. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS (EQUINOS) Local: tópica, ocular e intraarticular – absorção lenta Enteral: oral e retal – absorção média Parenteral: subcutâneo, intramuscular e intravenosa – absorção rápida Oral - Vantagens: baixo custo (por não precisar de soluções não estéreis), fácil administração, poucos riscos na aplicação. - Desvantagens: absorção lenta, palatabilidade limitante, difícil aceitação pelo animal. Enteral - Sonda: do nariz ao estômago (nasogástrica); - Obrigatória em animais que apresentam cólica, equinos não vomitam, logo quando o estômago está se distendendo causando cólica, se não passar sonda ele se rompe; - Facilita a administração dos fármacos; - Segurança de que a quantidade certa de medicamento foi absorvida. - Intramuscular/ Intravenosa: Intramuscular é a mais usada, a agulha deve estar a 90º em relação à pele, intravenosa usada para maior volume quando a absorção deve ser muito rápida, a agulha deve estar à 45º em relação à pele. - Vantagens: Absorção/ distribuição rápida; - Desvantagens: exige precisão na técnica, maior custo (necessidade de equipamento e soluções estéreis), riscos durante a aplicação. Exemplos de Agulhas: 25X7 Verde; 40X10 Amarela; 27X5 Preta Agulhas Mais Utilizadas: - Intramusculares: 40X8, 40X10 e 40x12 - Intravenosas: 40x10, 40x12 e 40x16 - Depende do volume e viscosidade do fármaco. Catéter/ Acesso: - Não deve ficar mais do que 3 dias, - Administrações intravenosas repetidas podem requerer um cateter (exemplo 14g, 16g), - Como aplicar: precisão na execução, usar agulhas de menor calibre possível e escolher o melhor lugar para a aplicação do cateter. Intramuscular - Garupa (entre a tuberosidade coxal e a cauda) - Nádega (linha vertical entre o curvilhão e a tuberosidade coxal), - Maçã do peito (para poucos volumes, bom local para vacinas), - Tábua do pescoço (não pode administrar mais de 10ml, fica num triângulo, segue a coluna e a calha da jugular, é abaixo do ligamento nucal antes da paleta), - Quando há o comprometimento da jugular usar veia torácico externa (3 ou 4 dedos acima do codilho). Técnica de aplicação intramuscular: passar algodão com álcool no local, enfiar a agulha a 90°. Com a agulha enfiada colocar a seringa. Injetar o produto. Depois de tirar a seringa dar um beliscão para fechar o buraco. Técnica de aplicação intravenosa: passar algodão com álcool no local, fazer garrote para visualizar melhor a veia, enfiar a agulha a 45°. Com a agulha enfiada colocar a seringa. Retirar um pouco de sangue para ver se enfiou no local certo. Se sim injetar o produto. Depois de tirar a seringa dar um beliscão para fechar o buraco. Técnica de colocação do cateter: raspar o pelo do animal no local onde vai inserir o cateter, passar algodão com álcool, colocar o cateter, fechado, de cima para baixo. Tirar a tampa, inserir agulha ou macro gotas para administrar o medicamento e colar o cateter para ele não sair. Deixar no máximo 3 dias. Colheita do Material: - Importante para auxílio ao diagnóstico, - Disponibiliza amostras para exames, - Necessita de análise de laboratório competente, - Exemplo de amostra/ material: sangue, soro, swab (cotonetão) e biópsias, fezes e urina. Cuidados Importantes - Amostra significativa e adequada, - Processar a amostra (fixar, secar, centrifugar), - Armazenar corretamente (geladeira, fixada), - Enviar rapidamente ao laboratório - Identificar corretamente (tipo de material, nome, proprietário, idade, sexo, espécie, exame requerido, nome do veterinário responsável), Escolha do Tipo de Amostra: o exame requerido regra o tipo ou como deve ser colhida a amostra. - Fluídos e líquidos – aspiração por agulha, - Lesões cutâneas ou de mucosas – raspadas ou swab, - Materiais sólidos – extração, retirada, biópsia, Materiais estéreis devem ser colhidos com técnica estéril para evitar a contaminação. Em equinos administraa medicação com agulhas 40X10 e 40X12. Injeção arterial nunca deve ser feito no animal pois, vai direto para o Sistema Nervoso Central e o animal entra em choque. Toda punção venosa a agulha irá entrar a 45ºC e tenho que canular (colocar toda a parte metálica da agulha na veia) e direcionar a agulha no sentido para ter certeza que está na veia. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS (RUMINANTES) Vias Locais: tópica, ocular e antibiose – absorção lenta Tópica - Finalidade – Aplicar algum medicamento diretamente sob a pele, algumas mucosas ou casco para obter seus efeitos locais ou sua ação sistêmica após absorção pela pele. Ex.: - Brincos mosquicidas: (Repelir a ação de mosquitos ou moscas), - Banhos Carrapaticidas: (o animal fica recoberto com a solução carrapaticida), - Pulverização carrapaticida: (o animal é pulverizado por completo) - Pour on com sistema dosador – é uma solução mais oleosa (somente aplicada no dorso do animal e ao longo do tempo a medicação irá se espalhando no corpo). - Pedilúvio: específico para o animal pisar diretamente na solução (a base de zinco, formol) para o endurecimento do casco. Outro tipo de pedilúvio o animal fica parado na solução (preso no tronco). - Spray (tratamento tópico): ação repelente para miiase, bicheiras, mosquitos. Procedimentos Oftálmicos Finalidade – administrar medicação nos olhos - Material: colírios, pomadas oftálmicas, soluções ou outros medicamentos. - Complicações: atenção com possíveis traumas oculares. Ex. colírio de fluoresceína Antibiose (ANTIBIÓTICO TERAPIA INTRAVASCULAR REGIONAL) Finalidade: Administrar drogas intravasculares em determinadas regiões sem que estes tomem a circulação sanguínea como um todo através do garroteamento da região de interesse. Aumentar a difusão deste ATB na região de interesse. - Complicações: Cuidado com drogas irritantes e aumento exagerado da pressão intravascular (dependendo da quantidade de medicação que for introduzida a veia rompe e para que isto não aconteça retira-se sangue da veia para aplicação total da medicação). Exemplo: 15ml de sangue retirado e 10ml de medicação aplicada (antibiose). Via enteral: oral, retal, intra-ruminal Oral - Finalidade: Administração de medicamentos por via oral, anti-helmínticos (verminose) e outros. - Material: Balling Gun, seringas dosadoras, espéculo de frick, sondas gástricas e drenchs. - Vantagens: pode administrar grande quantidade volume e baixo custo (não são necessárias soluções estéreis). - Desvantagens: - dificuldades correlacionadas a palatabilidade do fármaco, proporcionais as complicações (tomar cuidado para não ferir a boca do animal). - Complicações: - Substâncias que precisam ter ações sistêmicas podem diluir-se no rúmen e perder ou ter seu efeito retardado, a droga administrada pode exercer efeito nocivo aos microrganismos ruminais, traumas na mucosa oral, faringe ou esôfago e risco de falsa via (pneumonia por aspiração) SOB SEDAÇÃO COM XILAZINA HÁ PERDA TEMPORÁRIA DO REFLEXO DE DEGLUTIÇÃO!!! - Balling Gun (pistola dosadora) - Espéculo de Frick ou abre-boca para passagem de sonda ororuminal (sonda de silicone grossa passada com tubo de metal ou madeira). Para saber se a sonda está no rúmen uma pessoa assopra e a outra ausculta o rúmen (burburinhos). - Aplicação intra-ruminal – seringa longa, espessa e resistente para perfurar o rúmen e não obstruir a seringa. - Aplicação retal – pode fazer algum tipo de enema para dissolver as fezes (ex.: solução de glicerina). Via parenteral: subcutânea, intramuscular, intravenosa, subconjuntival, intra-vaginal e intra-mamária. Via Subcutânea Finalidade: para absorção lenta e contínua. Material: material para antissepsia, seringa e agulha. Complicações: possível aplicação IM, infecções iatrogências (feito pelo próprio aplicador) – agulha infectada. Desvantagens: maiores custos, ter necessidade de mais técnica de aplicação, necessidade de material estéril. Via Intramuscular Finalidade: para absorção e distribuição rápidas. Material: antissepsia (algodão e álcool), seringa e agulha. Complicações: possível aplicação IV, infecções iatrogênicas, miosites- se tiver alguma aplicação repetitiva irrita o músculo. Desvantagens: maior custo e necessidade de mais técnica de aplicação, necessidade de material estéril. Onde posso aplicar a medicação no bovino: Intramuscular e Subcutânea – tábua do pescoço. B – Intramuscular: garupa e posterior da coxa Pequenos ruminantes: Intramuscular: região do peito, tábua do pescoço e posterior da coxa Subcutânea: axila e tábua do pescoço Técnica de Aplicação IM É mais fácil sem estar peiado. Agulha calibrosa perpendicular e introduz a agulha e afasta-se do animal quando o mesmo se acalma volta e coloca a seringa e aplica a medicação. Por que em bovinos não põe a seringa com a agulha junto? Porque a pele é muito grossa e o movimento mais rápido é menos doloroso (por isto somente com a agulha primeiro). Para parar de sair sangue quando retirada seringa e agulha beliscar o local. Via Intravenosa Finalidade: administrar medicamentos para absorção rápida. Material: seringa, agulha e material antissepsia. Vantagem: grandes volumes podem ser lentamente administrados, efeito rápido, podem ser administradas (diluídas) soluções tidas como irritantes fora dos vasos sanguíneos. Desvantagens: proporcionais às complicações, necessidades de material estéril, maiores custos e necessidade de mais técnica para aplicação. Complicações: punção arterial, injeção extravascular, hematomas, flebites e infecções iatrogênicas Artéria – sangue jorra Veia – sangue pinga Área de tricotomia para acesso à veia jugular. Aplicação IV – a mais utilizada em ruminantes é a jugular. Administração de fluidoterapia em bovino através do cateter colocado na veia auricular – pode colocar uma tala de madeira ou plástica e aplica a medicação. Via Subconjuntival Finalidade: absorção rápida. Material: seringa de insulina e agulha. Complicações: atenção com possíveis traumas oculares. Dispositivos Intra-vaginais (É mais utilizado para reprodução) Finalidade: administrar medicamentos por meio da absorção da mucosa vaginal. Material: dispositivo intra-vaginal. Complicações: infecções iatrogênicas e traumas no aparelho reprodutor da fêmea. Aplicações Intra-Mamárias (Para efeito preventivo de alguma infecção) Finalidade: administrar medicamentos no interior da glândula mamária via canal do teto. Realizar na mama que está acometida com mastite (somente no quarto acometido). Material: bisnagas intra-mamárias ou sonda mamária. Complicações: atenção com possíveis infecções iatrogênicas.
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