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Rafaella Garcia Bothrel – Acadêmica de Medicina 
FAMINAS-BH 
Professor: Argos Soares de Matos Filho 
ASSEPSIA E ANTISSEPSIA 
Histórico: 
 Até meados do século XIX: não existia ideia de contaminação, infecções e cuidados que 
devem ser realizados, como atualmente; 
 Era da cirurgia asséptica: instrumental esterilizado, técnicas de prevenção de infecções. 
Inácio Felipe Semmelweiss: 
 Considerado um dos pioneiros da antissepsia e da prevenção das infecções hospitalares – 
reparou que o número de óbitos na enfermaria dos cirurgiões obstetras era maior do que o 
número de óbitos em enfermarias com partos realizados por parteiras. Além do mais, 
reparou que as pacientes mortas na enfermaria dos cirurgiões apresentavam secreções nas 
feridas operatórias; 
 Partículas cadavéricas: concluiu que era preciso lavar as mãos ao sair dos laboratórios de 
anatomia para atender as pacientes ginecológicas e, dessa forma, observou-se uma redução 
do número de óbitos na enfermaria dos cirurgiões obstetras; 
 Secreções de organismos vivos: secreções transmitidas de pacientes para outros 
pacientes = necessidade de lavar as mãos ao mudar de pacientes, além da troca de roupa 
por roupas limpas antes da realização de outras cirurgias. 
Louis Pauster (1822-1895): 
 Teoria germinal das doenças infecciosas. 
Joseph Lister (1869): 
 Descobriu o ácido carbólico (fenol), utilizado para lavagem dos materiais cirúrgicos = reduziu 
a taxa de mortalidade operatória. 
Willian Stweart Halsted (1852-1922): 
 Introduziu o uso de luvas cirúrgicas – incialmente indicou o uso para uma enfermeira de sua 
equipe que possuía alergia à solução utilizada para desinfetar mãos e braços antes de 
procedimentos cirúrgicos – popularização do uso de luvas cirúrgicas. 
Atualmente: infecções da ferida operatória e nosocomiais: 
 Morbidade e mortalidade; 
 Contaminação cruzada. 
Introdução: 
Os procedimentos médicos, intra e extra-hospitalares, e principalmente as intervenções cirúrgicas, 
exigem precauções quanto ao risco de transmissão de infecções, pois essas causam um grave 
problema de saúde pública que gera alto custo social e econômico. 
Infecção: penetração, desenvolvimento e multiplicação de um MO no organismo animal, que pode 
resultar em consequências variadas, geralmente nocivas importante ter consciência sobre a real 
possibilidade de transmissão de infecções e conhecer as várias medidas para evitá-las. 
 Infecções intrínsecas: flora normal, simbiose = relação parasitária, mudança de 
localização do MO. Exemplo: desequilíbrio na flora intestinal causando gastroenterite; 
 Infecções extrínsecas: fontes externas de contaminação, diretas ou indiretas. 
Os processos anti-infecciosos são agrupados nos seguintes níveis: limpeza, descontaminação, 
assepsia ou desinfecção, esterilização e antissepsia. 
Limpeza: remoção da sujeira e dos detritos. É um procedimento básico que quase sempre 
antecede todos os métodos anti-infecciosos, sendo realizada por métodos manuais, mecânicos 
(basicamente com água e detergentes) e enzimáticos. 
Descontaminação: realizada por métodos físicos e/ou enzimáticos. Em alguns casos, antecede a 
limpeza de objetos e materiais contaminados por sangue, pus e secreções, deixando-os livres de 
agentes contaminantes e destruindo os MO patogênicos na forma vegetativa gera segurança 
para o pessoal técnico envolvido. 
Assepsia ou desinfecção: processo de destruição de MO patogênicos na forma vegetativa, 
presentes em superfícies inertes, mediante a aplicação de agentes químicos e físicos. 
 Ausência de infecção. Conjunto de processos que visam evitar a presença de germes 
patogênicos em um ambiente desprovido dos mesmos; 
 É feita nos equipamentos e objetos inanimados = feita nos instrumentais cirúrgicos, no 
campo cirúrgico, no capote, nas luvas etc. Não é possível fazer assepsia na barriga do 
paciente, por exemplo; 
 Feita com desinfetantes: substâncias altamente tóxicas para todos os tipos de células, 
sendo sua efetividade determinada pelas condições em que atuam (maior ou menor 
concentração, tempo de exposição, pH, temperatura, natureza do MO e presença de matéria 
orgânica); 
 Os princípios ativos usados como desinfetantes são: aldeídos, compostos fenólicos, 
compostos quaternários de amônia, iodo e álcool. 
Antissepsia: método de resultado transitório, permitindo que em tecidos vivos, principalmente na 
pele, no limite de sua tolerância, os MO presentes no momento da cirurgia sejam eliminados ou 
mortos e os vírus inativados. Busca reduzir drasticamente o número de MO presentes na superfície 
do corpo. 
 Destruição de micróbios. Conjunto de procedimentos empregados na antissepsia que visam 
eliminar a flora transitória e reduzir a permanente; 
 Feita em seres animados e inanimados = pode ser feita, por exemplo, na barriga do 
paciente e nas mãos, além do chão da sala cirúrgica. 
Esterilização: processo de destruição de todas as formas de vida microbiana, ou seja, 
bactérias nas formas vegetativa e esporulada, fungos e vírus, mediante a aplicação de agentes 
químicos e físicos. Deve ser precedida de lavagem e enxague do artigo para remoção de detritos. 
 Agentes físicos: calor, radiação ionizante e filtração; 
 Agentes químicos nas forma líquidas e gasosas. 
Degermação: diminuição do número de MO, patogênicos ou não, após a escovação da pele com 
água e sabão. 
Fumigação: dispersão, sob a forma de partículas, de agentes desinfetantes como gases, líquidos 
ou sólidos. 
 
 
Assepsia – escolha do desinfetante: 
Escolha do desinfetante: várias características são importantes na escolha do desinfetante mais 
adequado, ou seja, o mesmo deve possuir: 
 Amplo espectro de ação antimicrobiana; inativar rapidamente os MO; não ser corrosivo para 
metais; não danificar equipamentos ou acessórios de borracha/plástico; não diminuir a vida 
média dos equipamentos óticos; não ser irritante para pele e mucosas; ter baixa toxicidade; 
tolerar pequenas variações de temperatura e pH; ter ação residual sobre superfícies; ser de 
fácil uso; ser inodoro ou ter odor agradável; ter baixo custo; ser compatível com sabões e 
detergentes. 
Cuidados técnicos: após a escolha do desinfetante mais adequado, alguns cuidados devem ser 
observados: 
 Contato entre o agente químico e o MO: o contato necessário ocorre quando há 
submersão total do material limpo no agente químico; 
 Tempo ou período de exposição: duração do tempo que o material necessita permanecer 
em contato efetivo com o agente químico para que ocorra destruição microbiana; 
 Enxague, secagem e armazenamento. 
Antissepsia – escolha do antisséptico: 
Escolha do antisséptico: os antissépticos devem satisfazer os seguintes requisitos: 
 Possuir amplo espectro de ação antimicrobiana; apresentar ação rápida; ter efeito residual 
cumulativo; não ser absorvido sistemicamente; não causar hipersensibilidade; não provocar 
outros efeitos indesejáveis (sequidão, irritação, fissuras); possuir odor agradável ou ausente; 
ter baixo custo; 
 Os princípios ativos aplicados como antissépticos são as soluções alcoólicas, os iodóforos 
e a clorexidina. 
Outros conceitos: 
 Cirurgia limpa: risco de contaminação e infecção baixo – realizadas em tecidos estéreis ou 
de fácil descontaminação; 
 Cirurgia potencialmente contaminada: existe risco de infecção, mas se tomadas todas as 
medidas de assepsia e antissepsia o risco é baixo – realizadas em tecidos de difícil 
descontaminação, na ausência de supuração local, com penetração nos tratos digestórios, 
respiratório ou urinário, sem contaminação significativa; 
 Cirurgia contaminada: realizadas em tecidos recentemente traumatizados e abertos, de 
difícil descontaminação; 
 Cirurgia infectada: além do contato com os germes, já houve colonização – realizadas em 
tecidos comsupuração local, tecidos necróticos, feridas traumáticas sujas. 
Antibioticoprofilaxia: feita 30 minutos antes da cirurgia ou no momento da anestesia. Dura no 
máximo 48 horas. Quando a cirurgia é muito extensa é dado um repique de ATB. Após 48 horas 
da cirurgia, é considerado antibioticoterapia. Em cirurgias potencialmente contaminadas deve-se 
fazer antibioticoprofilaxia. Em casos de cirurgias infectadas é feito antibioticoterapia (uso de doses 
terapêuticas). 
Quando usar antibioticoprofilaxia, sendo a chance de contaminação baixa? Em casos de 
pacientes imunodeprimidos (quimioterápicos, em uso crônico de corticoide, HIV positivos), cirurgias 
para colocação de prótese (inclusive cirurgia plástica: prótese de mama) e para colocação de telas 
em casos de hérnias. 
 A melhor forma de prevenir infecções não é utilizar ATB, mas sim realizar assepsia e 
antissepsia de forma adequada. 
Então, na prática, o que deve ser feito para reduzir a contaminação e infecções em cirurgias? 
Um conjunto de procedimentos que envolva o doente, a equipe cirúrgica e ambiente cirúrgico. 
 Deve-se, o quanto possível, manter livre de germes o doente, a equipe cirúrgica e o 
ambiente! 
Cuidados com o doente: 
 Fatores predisponentes à infecções: idade (principalmente extremos de idade: sistema 
imunológico mais incompetente), alterações metabólicas e de nutrição (diabetes, obesidade, 
subnutrição, uso prolongado de esteroides); 
 Duração da hospitalização e da operação: quanto maior a duração da hospitalização, 
maior é a exposição à bactérias hospitalares; quanto maior a duração da operação, maior é 
o tempo que o paciente permanece aberto e exposto ao ambiente, além de maior resposta 
endócrino-metabólica ao trauma e maior desequilíbrio metabólico; 
 Utilização de drenos e sondas: usados apenas quando realmente necessário. Sonda 
vesical de demora, por exemplo, é uma porta de entrada para infecções urinárias. Drenos 
são usados em casos de infecções localizadas (em casos de infecções generalizadas não é 
justificável o uso de drenos); 
 Tamanho da incisão: quanto maior, maior é a exposição do paciente; 
 Véspera da cirurgia – preparo do paciente: banho (cuidados especiais com cabeça, axilas 
e genitais: flora mais rica) – contraindicado no dia da operação (deve ser tomado na noite 
anterior da cirurgia, não no mesmo dia) –, trocar roupa de cama e pessoal (pijama) na noite 
anterior, tricotomia (cirurgia em local com muito pelo: remoção dos pelos na sala de cirurgia 
ou na sala de preparo; aparelho de tricotomia; evitar cortes e arranhões, ou seja, evitar 
raspar, apenas cortar/tonsura); 
 Recomenda-se que o paciente entre na sala operatória sem as roupas e lençóis que saíram 
do quarto ou enfermaria: paciente deve entrar com a roupa do bloco cirúrgico; 
Cuidados com a equipe cirúrgica: 
 Toda a equipe cirúrgica deve estar: hígida, livre de infecções localizadas ou sistêmicas, 
livre de lesões abertas ou em atividade; 
 A equipe cirúrgica deve realizar os cuidados necessários: técnicas de antissepsia e vestuário 
adequado. Deve criar um ambiente limpo em torno do paciente que está sendo operado para 
minimizar o risco de contaminação e infecção; 
 Técnicas de assepsia: minimiza os risco de contaminação e infecções; 
 O banho deve ser tomado de preferência na noite anterior; 
 Existe uma sala de preparo, onde as roupas devem ser deixadas e substituídas pela roupa 
do bloco cirúrgico. 
LAVAR E ESCOVAR AS MÃOS, VESTIR AVENTAL E CALÇAR LUVAS – PARAMENTAÇÃO 
CIRÚRGICA 
Vestuário cirúrgico 
Paramentos limpos: são aqueles submetidos apenas a processo de lavagem e desinfecção, não 
sendo obrigatória sua esterilização. Utilizados por todos os membros da equipe cirúrgica, 
inclusive os que não entram em contato diretamente com a ferida cirúrgica (ex: anestesiologista, 
enfermeiras, circulantes da sala). São constituídos pelas roupas do centro cirúrgico, gorros, 
máscaras, óculos protetores e botas. 
 Roupas do centro cirúrgico: substituem as vestes comuns que as pessoas trajam no dia-
a-dia e devem ser utilizadas apenas para o fim que se propõem (proibido o uso delas fora 
do centro cirúrgico). Constituídas de duas peças (jaleco e calça) ou peça inteiriça (macacão). 
Não devem conter abertura inferior, para prevenir contaminação; 
 Gorros (toucas): confeccionados com tecido resistente reutilizável ou material descartável. 
Devem possuir tamanho suficiente para cobrir todo o cabelo. Impedem que microrganismos 
aderidos ao couro cabeludo caiam sobre os aventais (capotes) e campo operatório; 
 Máscaras: funcionam como um filtro, pois permitem a passagem do ar inspirado e impedem 
a disseminação de bactérias nasobucofaríngeas contidas nos perdigotos do ar expirado. 
Confeccionadas de material reutilizável (ex: tecido de algodão) ou descartável (ex: 
polipropileno; poliéster). O tamanho deve ser suficiente para cobrir toda a boca e o nariz. 
Deve ser trocada entre uma cirurgia e outra ou mesmo durante as cirurgias mais prolongadas 
(umidade prejudica sua filtração). OBS: máscara do tipo elmo – cobre toda a cabeça, 
deixando somente a região dos olhos descoberta (pouco utilizada); 
 Óculos: devem ser produzidos a partir de material transparente, leve e que não embace. 
Protege o cirurgião e as demais pessoas diretamente envolvidas com o paciente e impede 
a contaminação da conjuntiva por microrganismos em aspersão e por aqueles veiculados 
pelo sangue e secreções corpóreas durante a cirurgia; 
 Botas (propés): protetores colocados sobre os calçados comuns e impedem que 
microrganismos aderidos à sua superfície cheguem ao campo cirúrgico. Uso controverso. 
Geralmente confeccionados com tecido de algodão resistente, malha ou material sintético 
descartável (ex: polipropileno; poliéster). Uso restrito ao centro cirúrgico. 
Paramentos assépticos: são aqueles que necessitam ser submetidos a um processo prévio de 
esterilização, pois estarão em contato direto com a ferida cirúrgica. Utilizados pelo cirurgião, seus 
auxiliares diretos e pelo instrumentador. São constituídos pelos aventais cirúrgicos, opas e 
luvas. 
 Aventais (capotes cirúrgicos): confeccionados com tecido resistente (ex: algodão – 
reutilizáveis após lavagem comum e esterilização) ou material sintético descartável. Criam 
uma barreira que impede a passagem de microrganismos das áreas contaminadas do 
cirurgião para as regiões estéreis. São dobrados ao avesso, com as mangas para dentro, o 
que facilita sua manipulação, diminuindo a chance de contaminação de sua face externa, 
durante a paramentação; 
 Opas (avental posterior): não possui mangas e é vestida após o avental cirúrgico, com as 
mãos já enluvadas. Servem de proteção para o dorso do cirurgião e devem ser vestidas com 
ajuda de outro membro da equipe, já paramentado, inclusive com luvas. Geralmente possui 
duas fitas compridas de cada lado, o que permite sua fixação, por amarração, ao corpo, 
recobrindo parcialmente o avental clássico (nós na parte anterior do corpo); 
 Luvas: são feitas geralmente de látex e acondicionadas aos pares, com os punhos dobrados 
para fora, contendo talco ou outro material lubrificante em seu interior, para facilitar o 
enluvamento. Criam uma barreira entre as mãos do cirurgião e o campo operatório. 
Cuidados com as mãos 
As mãos são consideradas um dos maiores veiculadores de infecções nosocomiais, por isso, 
a redução da flora bacteriana, nas mãos do cirurgião e de sua equipe, é considerada de primordial 
importância. A pele normal é habitada por populações bacterianas distintas: flora residente e 
transitória. 
 Flora residente: constituída por MO que se multiplicam na superfície cutânea, porém 
permanecendo em equilíbrio = flora relativamente estável e de difícil remoção, pois está 
fortemente aderida à superfície cutânea e aos anexos da pele; 
 Flora transitória:composta por uma grande variedade de espécies e número de MO, 
geralmente adquiridos por contato, sendo mais abundantes nas áreas de maior exposição 
do corpo, principalmente as mãos = removida com relativa facilidade, por meio da lavagem 
e antissepsia das mãos. 
Antissepsia: tem como objetivo remover a sujeira e a oleosidade da pele, eliminar a flora 
transitória e diminuir a residente. Feita pelo emprego de processos físicos e químicos. 
Realizada por intermédio da escovação das mãos e antebraços, utilizando-se escova ou 
esponja esterilizadas, de preferência descartáveis. 
A técnica de escovação deve ser metódica e padronizada, quer seja pelo tempo de duração (5 
a 10 minutos) ou pelo número de movimentos. Quando associada a um agente que atue sobre os 
MO, além de promover redução significativa da população bacteriana, produz efeito residual na 
pele (inibe o crescimento bacteriano por algumas horas). 
 Sempre deve ser realizada no sentido distal para proximal! 
Substâncias mais utilizadas na antissepsia: solução de polivinil-pirrolidona-iodo a 10% (PVP-I), 
solução de clorexidina a 4%, solução de triclosana a 2% e hexaclorofeno. 
Escovação das mãos e antebraço: deve ser padronizada como se segue: 
1- Unhas sem esmalte e bem aparadas; 
2- Profissional deve estar portando os paramentos 
limpos do centro cirúrgico; 
3- Ausência de adornos, como relógios, pulseiras, 
alianças, anéis etc.; 
4- Enxaguadura das mãos, antebraços e cotovelos 
com água corrente e substância antisséptica; 
5- Remoção da sujeira sob as unhas com escova 
mais resistente ou palito metálico, seguida de 
nova enxaguadura em água corrente; 
6- Retirada da escova estéril de seu invólucro eu 
em seguida deve ser embebida em solução 
antisséptica; 
7- Manutenção das mãos elevadas em relação aos 
cotovelos e longe do corpo; 
8- Escovação geral e rápida de ambas as mãos; 
9- Escovação simétrica e centrípeta, com movimentos vigorosos, mas sem ferir a pele, sempre 
de distal para proximal: mãos (não esquecer dos espaços interdigitais), antebraços e 
cotovelos, alternando entre direita e esquerda; 
10- Enxaguadura das mãos e antebraços, após desprezar a escova, em água corrente, com a 
mão podendo tocar apenas a outra mão, mas nunca o punho ou o antebraço, e muito menos 
o cotovelo, devendo as mãos e os antebraços serem mantidos sempre elevados, em direção 
vertical. 
Enxugamento das mãos e antebraços: feito com compressa estéril, acondicionada em pacote 
individual ou juntamente com o capote cirúrgico. 
1- Manutenção das mãos, após a escovação, sempre em um plano superior ao dos cotovelos; 
2- Abertura, geralmente pela enfermagem, do pacote onde está acondicionada a compressa, 
habitualmente dobrada ao meio por duas vezes; 
3- Realização de movimentos compressivos, sem fricção, entre as palmas e regiões dorsais de 
ambas as mãos e dedos, com as respectivas faces externas da compressa dobrada em 4; 
4- Enxugamento do punho e do antebraço, por movimentos helicoidais e sempre progressivos 
em direção ao cotovelo, com a compressa apoiada na mão oposta; 
5- Desdobramento da compressa ao meio, pela preensão de suas bordas, seguido de 
dobragem ao contrário, o que expõe 2 faces ainda estéreis; 
6- Enxugamento do outro punho e antebraço, com a compressa agora apoiada sobre a mão 
oposta, e por esta manejada, por movimentos helicoidais e sempre progressivos em direção 
ao cotovelo; 
7- Desprezo da compressa em recipiente próprio. 
 
Paramentação cirúrgica: 
A paramentação cirúrgica consiste no ato de vestir os paramentos estéreis, com o objetivo de 
participar do ato operatório. Ao iniciá-la, o profissional já deve estar utilizando macacão/jaleco e 
calça do centro cirúrgico, gorro, máscara, óculos protetores e botas, e mãos adequadamente 
escovadas e enxutas. 
Com a ajuda da enfermagem ou da circulante da sala cirúrgica, o cirurgião e sua equipe devem 
vestir o avental cirúrgico. Em seguida, calçam-se as luvas. Após, coloca-se a opa, que é utilizada 
apenas em um pequeno número de cirurgias, com o auxílio de um membro da equipe, 
completamente paramentado. É importante salientar que a opa é desnecessária na paramentação 
para a realização da grande maioria dos procedimentos cirúrgicos. 
Vestir o avental cirúrgico e a opa: 
1- Abertura do pacote estéril contendo o avental cirúrgico, sobre uma mesa auxiliar, pela 
enfermagem ou pela circulante da sala; 
2- Preensão, pelo cirurgião, do avental, de preferência com as pontas dos dedos, à altura de 
sua gola, seguida de sua retirada, por elevação e para fora da mesa, por meio de movimento 
firme e preciso, para que as dobraduras se desfaçam; 
3- Preensão do avental pela parte interna dos ombros, seguida pela elevação dos membros 
superiores e introdução de cada membro pelo interior da respectiva manga do avental; 
4- Tração do avental pela enfermagem/circulante da sala, que o segura pela parte interna e 
alta, de ambas as mangas, para seu perfeito ajuste ao corpo do cirurgião; 
5- Preensão, pela enfermagem ou circulante, das fitas ou cordões de amarração. Para facilitar 
o ato, o cirurgião pode inclinar-se levemente para a frente e/ou para o lado; 
6- Fechamento do avental, pela enfermagem ou circulante, por meio de nós entre as fitas ou 
cordões; 
7- Retirada da opa do pacote estéril, quando necessária, por sua elevação e afastamento da 
mesa auxiliar, por um membro da equipe já devidamente paramentado, que a acomodará 
às costas do cirurgião, que a fixará ao seu corpo dando nós entre as suas fitas, na frente. 
OBS: dar nós em fitas/cordões de aventais ou opas significa que o primeiro nó é o usual e que o 
segundo consiste em um laço, para que possam ser desfeitos com facilidade, ao se retirarem esses 
paramentos. 
 
Calçar luvas: 
As luvas podem ser calçadas por um dos dois seguintes métodos: (1) fechado: as luvas são 
manejadas com as mãos protegidas pelas mangas do capote – método mais seguro para pessoas 
pouco experientes –, e (2) aberto: após a acomodação do capote, os dedos das mãos desnudas 
tocam apenas a face evertida dos punhos das luvas. Será descrito, a seguir, o método aberto para 
se calçar luvas (eficaz, simples e universalmente utilizado): 
1- Preensão das duas luvas, com os punhos propositadamente evertidos, tomando-se cada 
uma delas com os dedos da mão que a calçará, tocando-se apenas na parte evertida; 
2- Introdução da mão de domínio no interior de sua luva correspondente, com a parte evertida 
da luva sendo tracionada, e a seguir ajustada, sobre o punho do avental, não havendo 
problema, até aqui, se o punho da luva permanecer parcialmente evertido; 
3- Introdução dos dedos da mão calçada por dentro do punho evertido da luva da mão ainda 
desnuda e introdução da mão desnuda no interior da luva, sendo tracionada e ajustada aos 
dedos e à mão, com auxílio da outra mão; 
4- Desdobramento da parte evertida do punho da luva calçada por último, sobre o punho do 
capote, devendo este ficar completamente coberto; 
5- Término do ajustamento das luvas, com auxílio da mão oposta. 
 
Retirada dos paramentos cirúrgicos: 
Terminada a operação, o capote e as luvas devem ser retirados com cuidado, para que suas 
superfícies contaminadas não toquem as áreas expostas do cirurgião. 
 
1- Soltura, pela enfermagem/circulante, dos nós das fitas/cordões que amarram o avental ao 
corpo; 
2- Preensão, pelo cirurgião, com cada uma de suas mãos enluvadas, uma por vez, do avental, 
à altura do ombro oposto, puxando-o para fora do corpo, o que permite descobrir até os 
antebraços, inclusive; 
3- Preensão, pelo cirurgião, com cada uma das mãos, da luva oposta, pela face externa do 
punho, tracionando-a e retirando-a completamente, com ela devendo permanecer segura 
pelas pontas dos dedos da mão ainda enluvada; 
4- Introdução do dedo polegar da mão desnuda, entrea pele do punho e a face interna da luva 
remanescente, tracionando-a e retirando-a, de maneira a cobrir a outra luva, removida 
anteriormente, o que permite a exposição somente das faces internas das luvas; 
5- Desprezo do conjunto avental-luvas em recipiente próprio. 
 
Considerações finais: além das técnicas anteriormente descritas, existem outras, igualmente 
eficazes. O importante é cada equipe cirúrgica fazer sua opção técnica e, padronizá-la e respeitá-
la com rigor. É comum a luva furar durante o procedimento cirúrgico. Nessa eventualidade, a luva 
furada, e também a outra, devem ser trocadas imediatamente. Toda vez que houver certeza ou até 
mesmo dúvida sobre a contaminação das luvas, em qualquer fase da cirurgia, é obrigatório trocá-
las. 
Referências: 
Slides do professor Argos Soares de Matos Filho – professor de Técnica Cirúrgica da FAMINAS-
BH. 
MONTEIRO, Ernesto Lentz de Carvalho; SANTANA, Euclides Matos. Técnica cirúrgica. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. 1566 p. ISBN 85-277-1134-6.

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