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Técnica Cirúrgica Veterinária

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Prévia do material em texto

Ana Sofia Corteletti Caldas 
MV7V – Técnica cirúrgica 
 
 Cirurgia: derivada do termo grego; trabalho realizado com as mãos. São todos os procedimentos que envolvem 
a terapêutica de uma determinada afecção. 
o Ciência médica que abrange diversas áreas do conhecimento médico; 
o Compõe-se de procedimentos invasivos executados conforme uma técnica; 
o A cirurgia pode ser: 
 Um método terapêutico com objetiva tratar afecções ou lesões ou deformidades internas e externas com 
a finalidade de preservação da vida e da saúde. 
 Um método diagnóstico com objetiva a elucidação diagnóstica (impossível de ser alcançada sem o 
procedimento cirúrgico). 
 
 Operação/técnica cirúrgica/técnica operatória: derivada do termo latim; significado de trabalho. É o ato manual 
praticado com auxílio de instrumentos. É o ato cirúrgico propriamente dito. 
o São procedimentos manuais e instrumentais; 
o Tecidos vivos são excisados e reconstituídos em um plano pré-determinado; 
o Possui fins diagnósticos, terapêuticos, estéticos ou experimentais  classificações; 
o É um trabalho manual (instrumentos) e intelectual constantemente repetido  cognitivo e psicomotor 
 Necessidade de sistematização e automatização do conjunto de manobras manuais ou instrumentais; 
 Objetivo de ser obter o efeito da maneira mais segura e eficiente possível. 
A origem da palavra é a mesma, no qual significa “trabalho”. Porem existe diferença técnica entre elas, tal qual uma é 
a ciência medica (procedimentos invasivos com um algum fim – diagnostico/estético/terapêutico) que precisa de 
conhecimento prévio (cirurgia), já a operação é o ato/execução. Causam trauma porque se gera um trauma, 
consequentemente gera resposta do animal. Muitas cirurgias são terapêuticas devidas o avanço do diagnostico por 
imagem. 
Na operação, os tecidos são cortados e reconstruídos num plano determinado. Além disso, é um trabalho manual 
(psicomotor), intelectual (cognitivo) constantemente repetido. O ato operatório requer adestramento (técnica e 
destreza) e estratégia (pre, trans e pos). 
 Ato operatório: é o conjunto de manobras, tarefas, e recursos realizados durante a operação. 
o Adestramento: técnica e destreza (obtidas pelas práticas constantes). Tem que ser planejado. 
o Estratégia: envolve o pré, trans e pós-operatório. É como preparar o paciente para a operação  estudo. 
 
Quanto à especialidade 
 Cirurgia geral: CBCAV considera as correções de hérnias e os procedimentos realizados nos tratos 
genitourinário e gastrointestinal. Qualquer cirurgião consegue realizar, basta ter conhecimento sobre a cirurgia. 
 
 Cirurgia especial: CBCAV considera aquelas que envolvem especialidades bem definidas como: cirurgia 
ortopédica, cirurgia neurológica, cirurgia oncológica, cirurgia cardiovascular, dentro outras. Envolve 
especialidades a mais. 
 
 Eletiva: embora seja indicada a cirurgia, ela não precisa ser realizada nas próximas horas ou dias. Exemplo: 
correções de hérnias não estranguladas. São as marcadas/agendadas. Cirurgias ortopédicas não expostas. 
 
 Urgência: realizada nas próximas horas ou dias após a indicação cirúrgica. A operação é realizada assim que o 
paciente se encontre em condições clínicas de ser operado. Exemplo: tratamento cirúrgico para piometra. 
Executada nas próximas horas ou dia, porem, aceita a estabilização do paciente (exames de preparo para a 
operação). 
 
 Emergência: a operação é realizada assim que se determina a indicação cirúrgica. Exemplo: tratamento de 
ruptura de grandes vasos ou hemorragias internas graves. Procedimento que não do tempo de realizar nenhum 
preparo para o paciente. Cirurgia ortopédica exposta. 
 
 
 
Estudo da cirurgia veterinária 
Ana Sofia Corteletti Caldas 
MV7V – Técnica cirúrgica 
Quanto ao porte – relacionado ao trauma causado pela cirurgia 
 Pequeno: ato operatório mais simples, geralmente referente a procedimento na superfície corpórea ou em 
pequena profundidade, de curta duração. Pode ser realizada em regime ambulatorial. Exemplo: drenagem de 
otohematoma. 
 
 Médio: demanda tempo maior para sua realização, uma ou duas horas. Realizados de preferência no bloco 
cirúrgico. Exemplo: biópsias renais, ósseas, algumas punções. Tecidos mais profundos, no centro cirúrgico. 
 
 Grande: ato com duração de várias horas ou duração indeterminada (difícil). Realizada obrigatoriamente no bloco 
cirúrgico. Exemplo: alguns procedimentos abdominais ou torácicos. 
 
Quanto ao potencial de contaminação - definido pela portaria nº 2.616 de 12 de maio de 1998 da ANVISA 
 Limpa; 
 Potencialmente contaminada ou limpa contaminada; 
 Contaminada; 
 Infectada 
Nomenclatura - órgão, tecidos, procedimentos e instrumentais recebem nomes 
 Sufixação: é o processo pelo qual a uma palavra se agregam outras, através da justaposição de certos 
elementos que lhe alteram o sentido, mas sempre se referindo à significação da palavra primitiva 
Todo procedimento cirúrgico tem um sufixo e todo tecido orgânico tem uma palavra primitiva. 
 
 
 
o Sufixação em instrumentos: é o processo pelo qual a uma palavra se agregam outras, através da 
justaposição de certos elementos que lhe alteram o sentido, mas sempre se referindo a significação da 
palavra primitiva. 
 
Ana Sofia Corteletti Caldas 
MV7V – Técnica cirúrgica 
 Epônimos: é o termo utilizado para a identificação e denominação de procedimentos ou instrumentos cirúrgicos, 
utilizando-se o nome próprio do idealizador da técnica ou do instrumental 
 
 Sinônimos: são termos médicos diferentes na grafia, mas que possuem o mesmo sentido e significado. Em 
geral, os sinônimos surgem devido ao desenvolvimento técnico, o conhecimento de novos fatos e a inovação do 
termo seria uma tentativa de melhor caracterizar uma denominação, tornando-a mais precisa e adequada ao 
objeto 
o Enxerto autólogo = autoenxerto = transplante autoplástico 
o Enxerto homólogo = aloenxerto = transplante alogênico 
o Enxerto heterólogo = xenoenxerto = transplante heteroplástico 
 
 Termos híbridos/genéricos: denominações práticas que apresentam conotação especifica no jargão cirúrgico 
o Desbridamento  limpeza mecânica (remoção de bridas). Exemplo: desbridamento de um ferida, 
desbridamento de aderências abdominais. 
o Fulguração  destruição de tecidos por faíscas elétrica controláveis. Exemplo: fulguração de vasos 
sanguíneos. 
o Ligadura  ato de ligar um vaso sanguíneo com um fio. Exemplo: ligadura da veia hipogástrica. 
o Ressecção  excisão parcial de um órgão ou estrutura. Exemplo: ressecção gástrica parcial. 
o Reparo  manter segura um ou duas extremidades de um fio. 
o Apresentar  expor adequadamente os tecidos com a pinça levantada para passar o fio e fazer a 
ligadura 
Centro cirúrgico 
 É o espaço físico hospitalar, adequadamente equipado, onde se realizam as intervenções cirúrgicas; 
 É organizado de forma tal a eliminar ou diminuir ao máximo possível a contaminação da ferida cirúrgica, por isso 
todo o espaço do centro cirúrgico deve ser utilizado para que não vire deposito e acumule contaminação 
 Deve ser equipado e preparado para atender integralmente todas as necessidades e eventualidades do ato 
operatório. 
o Localização: 
 Afastado dos locais de maior movimentação de pessoas (recepção e 1º andar); 
 Adequadamente conectado às áreas que recebem paciente potencialmente cirúrgico; 
 O ideal é que fique em locais mais elevados, ao abrigo da poluição sonora e aérea e protegido da 
insolação direta, mas que tenham acesso. Não pode bater sol dentro do centro cirúrgico nem no animal. 
 
o Planta física: 
 Deve ser desenvolvida no conceito de máximo aproveitamento funcional; 
 Zona de proteção: entrada e saída de pessoas. Recebe o material cirúrgico esterilizado. Tem como 
objetivo proteger o ambiente cirúrgico contra a entrada de objetos e materiais contaminados e evitar a 
disseminação de microorganismos. 
 Vestiário é destinado ao pessoal,onde colocam o uniforme cirúrgico (pijama cirúrgico, gorro, 
máscara e propé); 
 Área de transferência é o local para entrada e saída do paciente; 
 Expurgo é o setor de recebimento dos materiais e objetos usados nas cirurgias. 
 
 Zona limpa: composta por vários setores de serviços auxiliares para a realização dos atos cirúrgicos: 
conforto médico, sala de recuperação anestésica, sala de acondicionamento de material e sala de 
equipamentos. Colocar gorro. 
 
 Zona estéril: é a região com menor grau de contaminação 
 Salas de operação (operation room – OR) são salas destinadas às intervenções cirúrgicas. 
 Sala de paramentação (scrub room) fica próximo à sala de operação, no corredor (UVV) 
 Colocar máscara. 
A cada avanço de zona é mais rigoroso o grau de segurança. 
 
Ana Sofia Corteletti Caldas 
MV7V – Técnica cirúrgica 
 
 
 
 
o Equipamentos da sala de operação 
 Mesa: para o paciente, para o material cirúrgico e para o anestesista; 
 Calhas: manter o paciente na posição desejada (diversos tamanhos); 
 Escada com degraus ou bancos com ajuste regulável (step): diferença de altura entre cirurgiões; 
 Equipamentos anestésicos e emergências: aparelho de anestesia, desfibrilador, monitor 
multiparamétrico; 
 Iluminação: focos luminosos de parede/teto ou de cabeça  fonte de luz que ilumina apenas uma área 
 
Equipe cirúrgica 
 Composta pelos elementos que, durante uma intervenção cirúrgica, são essenciais para o bom andamento da 
operação: cirurgiã, cirurgião auxiliar, instrumentador, anestesista e circulante 
o Cirurgião: é o responsável pela intervenção cirúrgica; coordena o trabalho de toda a equipe; responsável 
por tudo dentro da sala de operações. 
 
o Cirurgião auxiliar: deve conhecer perfeitamente a operação que vai ser realizada; responsável pelo pré-
operatório; responsável por colocar o paciente na posição adequada; responsável por preparar o campo 
cirúrgico; responsável pelo pós-operatório imediato 
 
o Anestesista: responsável pela escolha do protocolo anestésico a ser utilizado; é quem autoriza o início da 
cirurgia e solicita sua suspensão em caso de risco de morte ao paciente; deve estar em vigilância constante 
do paciente; orienta e fiscaliza a recuperação anestésica, ao término do procedimento, até que o paciente 
esteja estável e acordado. 
Há poder de autorizar e também interromper a cirurgia por questões criticas que o paciente encontra-se. Porem, 
muitas vezes não interrompem por causa da duração da cirurgia, mas sim esperar um pouco para ajustar o plano. 
o Instrumentador: responsável pela entrega e recebimento dos instrumentos utilizados durante a operação; 
mantém a ordem do instrumental. 
 
o Circulante: junto com o anestesista, é o membro não paramentado da equipe cirúrgica; responsável por 
atender as solicitações do cirurgião durante o transoperatório, provendo o material necessário; deve abrir, 
de forma asséptica, a caixa de material cirúrgico, os pacotes de fio, compressa, gaze e qualquer 
instrumento especial solicitado pelo cirurgião; auxiliar na paramentação da equipe cirúrgica. 
 
Instrumental cirúrgico 
 Conceito: 
o É todo conjunto de objetos, instrumentos e equipamentos que entram em contato direto ou indireto com a 
região operatória, utilizados para a execução de determinado procedimento cirúrgico; 
o A classificação mais comumente usada é: diérese, preensão, hemostasia, exposição, especial e síntese. 
 
 Organização do material na mesa: 
o Existem inúmeras formas de organização 
o A mais comum é a organização de acordo com o uso 
Zona de proteção é permitida transitar sem gorro, máscara e 
própre, mas não sem o pijama cirúrgico. Zona limpa é transitar 
obrigatoriamente de pijama cirúrgico e gorro. Zona estéril são 
apenas as pessoas necessárias para o procedimento cirúrgico, 
obrigatório o uso de gorro, máscara e propé. 
Ana Sofia Corteletti Caldas 
MV7V – Técnica cirúrgica 
 
 
 Acondicionamento: 
o Os instrumentais de uso rotineiro ficam acondicionados em caixa metálicos; 
o A parte externa da caixa não é estéril, portanto, é aberta pelo circulante da sala; 
o A face interna contém o pacote com os instrumentais esterilizados e, portanto, só podem ser manuseadas 
pelos membros estéreis da equipe; 
o Instrumentais especiais são embalados em pacotes separados 
A caixa metálica deve conter: bisturi, grupo de tesouras, dois tipos de pinça de preensão, pinças hemostáticas, 2 
afastadores, porta-agulha e materiais especiais. 
 
 Manuseio correto dos instrumentos: 
o Cada instrumental tem a maneira correta de empunhadura e uso a fim de promover segurança, firmeza e 
destreza; 
o Instrumentais principais são manuseados pela mão dominante do cirurgião; 
o Instrumentais auxiliares são manuseados pela mão não dominante do cirurgião (pinça); 
o Instrumentais de argola são manuseados com o polegar e o dedo anelar 
Todo material tem manuseio próprio. Material principal fica na mão dominante e material auxiliar na mão auxiliar. 
Utilizar SEMPRE dedo polegar e anelar. 
 Diérese: 
o Bisturi: 
 Um cabo reto com encaixe em um das extremidades para uma lâmina descartável; 
 Bisturi de cabo nº 3 a lâminas pequenas à nº 9 a 17 (cão e gato – lâmina 10, 15 e 11); 
 Bisturi de cabo nº 4 a lâminas grandes à nº 18 a 50 (grandes animais – lâmina 20, 24, 25); 
 Não é referente ao comprimento do mesmo e, sim, qual tamanha da lâmina ele suporta. 
 
o Tesouras: 
 Utilizadas para cortar tecidos orgânico e material como fio, gaze, sondas, dentre outros; 
 Comprimento é variável em função da profundidade e campo de ação; 
 Podem ser classificadas quanto à curvatura: retas e curvas (estruturas redondas/ovaladas); 
 Podem ser classificadas quanto à ponta: fina-fina (perfura o tecido), romba-romba (separa tecidos) e 
romba-fina. 
 
Ana Sofia Corteletti Caldas 
MV7V – Técnica cirúrgica 
 
 Quanto à ponta: 
Curva: para dessecar estruturas ovaladas 
Reta: estruturas retas 
Fina: corta e descola tecidos 
Romba-romba: descola tecido 
Fina-romba: duas funções 
 Quanto ao comprimento: 
Mayo: mesma proporção entre cabo e ponta 
Metzenbaum: cabo maior e ponta menor 
 
o Preensão: pinças de dissecção e dente de rato 
 Utilizadas para apreensão e manipulação dos tecidos; 
 Instrumental auxiliar; 
 Deve ser empunhada como um lápis 
 
o Hemostasia: pinças hemostáticas 
 Iinterromper o sangramento ou não, mas são vasos; 
 As pinças apreendem o vaso que sangra, antes de ligá-lo com fio; 
 Possuem argolas e cremalheiras para manter as pontas fechadas em vários graus de pressão; 
 Tem pontas retas ou curvas, com estrias internas nas pontas que podem ser em toda extensão ou não 
 As ranhuras podem ser totais ou parciais. 
 
 
 
o Exposição: afastadores. Auxiliar. 
 São utilizados para afastar os tecidos secionados ou separados, expondo os planos anatômicos ou 
órgãos subjacentes; 
 O afastamento bem realizado facilita muito o ato operatório; 
 A seleção do tamanho e forma do afastador dependerá da profundidade e da espessura das estruturas a 
serem separadas e também da consistência e da resistência oferecida pelos tecidos; 
Ana Sofia Corteletti Caldas 
MV7V – Técnica cirúrgica 
 Existem dois tipos principais: dinâmicos e auto-estáticos. 
 Afastadores dinâmicos: exigem tração manual contínua. Devem ser empunhados de acordo com o 
tipo de cabo ou apoio e de maneira mais cômoda possível e de tal modo que não atrapalhe as 
ações do cirurgião. Não compromete tanta lesão no tecido. 
 Afastadores auto-estáticos: possuem mecanismos que os mantem na posição (é travado), 
dispensando o auxílio manual para afastamento das estruturas. Ninguém precisa segurar, mas 
causa mais danos devido a pressão constante. 
 
 
o Especiais: são instrumentos variados selecionados de acordo com a cirurgia; 
 No instrumental de rotina são usados: 
 Pinça de Allis: pinça de preensão traumática que tem maior poder de preensão por denteamentofino nas superfícies de contato que tem como objetivo retirar objetos indesejáveis; 
 Pinça de Foerster: utilizada para fazer a antissepsia do campo operatório; 
 Pinças de Backhaus: pinça de campo que serve para fixar os panos de campo sobre o paciente 
(campo operatório), por possuir pontas agudas. 
 
o Síntese: material usado para realizar as manobras necessárias para a reconstituição dos tecidos incisados. 
É constituído por: porta-agulhas; agulhas; fios 
 Porta-agulhas: possui pontas para preensão da agulha e o cabo possui cremalheira para se graduar a 
pressão de fechamento. Existe em vários comprimentos e com hastes delgadas ou robustas. As hastes 
do cabo podem ter duas argolas ou não para apoio da mão 
 Agulha 
 Linha 
As ranhuras da porta-agulha se cruzam para aumentar o atrito com a agulha. 
 
 
 
 
 
 
Ana Sofia Corteletti Caldas 
MV7V – Técnica cirúrgica 
 
 
Cirurgia é uma ciência medica que se caracteriza pela execução de procedimentos invasivos realizados de acordo 
com uma técnica, sendo realizado primeiro na pele ou barreira de proteção, lesionando-as. Lembrando que a cirurgia 
bagunça a hemostasia, fazendo a anestesia. Dessa forma, tendo como alto índice de causar uma infecção. Portanto, 
se não há controle de infecção, ou seja, anular esse potencial (local, materiais)... com certeza haverá contaminação. 
Introdução 
 O organismo vive em equilíbrio com um número infinito de micro-organismos; 
 O equilíbrio é possível devido às barreiras de proteção; 
 A pele é uma importante barreira e a maior do organismo; 
 A cirurgia, por definição, rompe com essa barreira de proteção; 
 Invasão e colonização pelos microrganismos antes em equilíbrio (sem homeostase); 
 
Desenvolvimento da infecção - Conceitos 
 Infecção: é o crescimento e proliferação de microrganismos em um organismo superior ao qual causam danos. 
Infecção é diferente de contaminação. A contaminação é a presença do microrganismo por si só. Por exemplo, o 
rumem de um bovino é contaminado, mas não é infectado por não apresentar sinal clinico. A pele dos cães está 
contamina, mas não infectada. Porém, podem se infectar por algum procedimento cirúrgico que infecionou que a 
própria bactéria esteja no local, é a própria do animal. 
 Infecção cirúrgica/infecção do sitio cirúrgico: qualquer ferida cirúrgica que, no prazo de 30 dias (fecha a pele por 
7 dias, geralmente) após um procedimento cirúrgico (ou até um ano, caso tenha-se usado próteses), elimine 
secreção purulenta, com ou sem cultura positiva, deve ser considerada como infectada, independente da 
cogitação quanto à origem endógena ou exógena dos microrganismos. Infecção cirúrgica é o final da cirurgia, 
sendo o órgão que foi operado. Porém, não é exatamente isso. É o local em que foi operado considerando todos 
os planos, como pele, musculatura, órgão. Não é cogitada a origem da mesma. Para ser considerado sitio 
cirúrgico é: fez cirurgia  local da cirurgia está eliminando secreção purulenta por 30 dias. Lambeu, passou 
coco... oque aconteceu? O problema está com o cirurgião? Não fez boa assepsia? Lembrar bem do pós-cirurgico! 
 
 Infecção hospitalar: qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e se manifesta durante a 
internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos 
hospitalares. 
Toda infecção do sitio cirúrgico é um tipo de infecção hospitalar, mas nem toda infecção hospitalar vai ser sitio 
cirúrgico. Por exemplo, entrou no hospital com dor no ombro e três dias depois pegou covid, sendo que pegou o 
mesmo no hospital, logo, infecção hospitalar. 
O que influencia em saber se os animais contem a infecção ou não, é a porcentagem aceitável de infecção dos 
pacientes. Por exemplo, orquiectomia é limpa, sendo a taxa aceitável no sitio cirúrgico é 0,5%. Piometra (cirurgia 
infectada) é de 5% (devido à delimitação de ouros fatores, pois espera que ocorre uma infecção). 
Classificação – classificada de acordo com o potencial de contaminação 
 
 Cirurgia limpa: são aquelas minimamente invasivas. Aquelas realizadas na ausência de processo infeccioso local, 
em tecidos não contaminados ou de fácil descontaminação. Aquelas que não possuem drenos e não 
penetraram nos tratos respiratórios, digestivo, genital e urinário. É uma cirurgia feita em um tecido SEM 
contaminação (por exemplo, os tecidos internos como o ovário, osso, musculo, joelho, fígado, baço, pâncreas). 
ou de fácil descontaminação (pele, pois consegue usar produtos que abaixam muito a quantidade de bactérias 
presente na mesma). 
o Exemplo: correção de hérnias não complicadas, esplenectomia não complicada; orquiectomia; ducto 
deferente, mastectomia (considerando não ulcerado) 
 
 Cirurgia potencialmente contaminada: são aquelas realizadas em tecidos com flora bacteriana residente pouco 
numerosa, mas de difícil descontaminação. Aquelas em que ocorre penetração no trato respiratório, digestivo, 
orofaringe, genital ou urinário, porém sob condições controladas e sem contaminação não fisiológica. Aqueles 
Profilaxia da infecção cirúrgica 
Ana Sofia Corteletti Caldas 
MV7V – Técnica cirúrgica 
procedimentos em que houve pequena quebra da técnica asséptica (luva furada) ou colocação de drenos. 
É aquela executada em tecido de difícil descontaminação e com presença de contaminação fisiológica 
(estômago, intestino, boca, trato respiratório, bexiga, orelha  sem sinal clínico presente). Pacientes que tiveram 
colocação de dreno também é considerado. 
o Exemplo: OSH, orquiectomia, traqueostomia 
Por exemplo, a boca depende se é contaminada ou não (suja). Se houver placa bacteriana, não é fisiológica. 
Tossindo e saindo secreção purulenta, fisiologia patológica. 
Ferida traumática recente (6h) é potencialmente contaminada. 
Não pode realizar uma cirurgia limpa com uma contaminada ao mesmo tempo. Não pode fazer procedimentos de 
cirurgias diferentes (classificação) no mesmo animal, no mesmo instante em lugares diferentes. A contaminação pode 
estar na roupa, material, etc. Pode realizar da mesma classificação, tipo limpa com limpa. 
 Cirurgia contaminada: são aquelas realizadas em tecidos ricos em flora bacteriana residente, de difícil 
descontaminação. Aquelas em tenha ocorrido falhas grosseiras na técnica asséptica (caiu fezes na 
cavidade abdominal, corpo estranho). Aquelas realizadas na presença de ferida traumática recente. Tecidos 
com contaminação patológica. Toda cirurgia realizada em tecido desvitalizado. 
o Exemplo: colonostomia; cistotomia com urina infectada, corpo estranho 
Ferida traumática acima de 6h = contaminada. Necrose é contaminada, por exemplo, intestino necrosado. 
 Cirurgia infectada: são aquelas realizadas em qualquer tecido, desde que haja presença de secreção purulenta 
local, tecidos desvitalizados, corpos estranhos ou contaminação fecal. Aquelas realizadas na presença de feridas 
traumáticas ocorridas há mais de seis horas. Os organismos causadores da infecção já estavam presentes no 
campo operatório antes da intervenção. Qualquer cirurgia realizada com pus. 
o Exemplo: celiotomia com peritonite, piometra 
O que muda saber isso? Qual o cuidado? Em relação ao tratamento/medicamento  uso de antibiótico. 
Terapia antimicrobiana profilática 
 Conceito 
o Uso de antimicrobianos para prevenção de infecção no sítio cirúrgico 
o É indicada: quando há risco conhecido de complicações de caráter infeccioso; quando as consequências de 
uma infecção forem graves. 
o Não é indicada: para acobertar falhas na técnica asséptica; quando já se está fazendo uso de 
antimicrobianos terapêuticos 
 
 Uso na cirurgia 
o Cirurgias limpas a não há necessidade de terapia antimicrobiana profilática, porém, todos os preceitos de 
uma cirurgia asséptica devem ser respeitados rigorosamente. Não há necessidade desde que todas as 
regras de assepsia sejam seguidas. Porém, no HV não são seguidas e, por isso, é feito o usodo 
medicamento. 
o Cirurgia potencialmente contaminada a recomendado a terapia antimicrobiana profilática. É o antibiótico 
com uso somente na cirurgia. Cefazolina. 
 Características de um antimicrobiano para uso profilático 
 Amplo espectro 
 Preferência pela via intravenosa 
 Aplicado no máximo 30 minutos antes do início da operação, após 90 minutos repete. E quando 
acordar pode fazer no prazo de 6h  não criar resistência. 
 Não deve ser utilizado para qualquer outro fim. 
o Cirurgia contaminada a uso de antimicrobianos terapêuticos 
o Cirurgia infectada a uso de antimicrobianos terapêutico 
O antibiótico para contaminada e infectada é fins terapêuticos (mesmo antibiótico), com intuito de curar a infecção 
que o mesmo já possui sendo administrado antes (3 dias), durante e após cirurgia (10 dias). Quando já faz o 
terapêutico, não é necessário o profilático na hora da cirurgia. 
Ana Sofia Corteletti Caldas 
MV7V – Técnica cirúrgica 
Se há uma cistotomia (abertura da bexiga) é potencialmente contaminada, mas caso tenha calculo vesical (infectada) 
o medico deve informar porque a classificação muda. Por isso, para classificar o potencial de contaminação de uma 
cirurgia deve-se saber como está o tecido, como está o animal, como está procedendo a essa cirurgia. TEM QUE 
HAVER UMA HISTORINHA POR TRÁS DE TUDO!!!!!!! 
Fontes de contaminação 
 Equipe cirúrgica: mãos, vias respiratórias, pelos, dermatites, furúnculos, úlceras de pele, negligência com 
vestuário; 
 Paciente: pele, pelo, idade, doenças concomitantes, doença de base, etc; 
 Ambiente: ar, móveis, focos, pisos, chão e paredes; 
 Material: falta de limpeza e esterilização. 
Há coisas controláveis e outras não, como a idade que não tem como controlar e doença concomitante também não. 
A pele/pelo, equipe cirúrgica, ambiente e material são controláveis. 
Assepsia 
 Conceito 
o É o processo pelo qual se consegue afastar os microrganismos de determinado local ou objeto. É um 
princípio básico da cirurgia e amplo; 
o Na assepsia, o grau de contaminação no tecido vivo não produz infecção ou doença clínica; 
o Como se consegue isso? Técnica cirúrgica asséptica 
o Técnica cirúrgica asséptica é o conjunto de princípios gerais empregados para minimizar o grau de 
contaminação da ferida cirúrgica; 
o Divido em três partes: esterilização; antissepsia; desinfecção 
A pele do animal tem bactéria, no qual é de fácil descontaminação, mas não é estéril. Isto é, a operação é realizada 
com a bactéria na pele do animal, mas a mesma não vai causar infecção no local da lesão por causa do emprego do 
conceito de assepsia, pois com o grau de contaminação no tecido não produz infecção. É só pensar que um tecido 
contaminado não será infectado. 
o Esterilização 
 É a destruição total de todas as formas de vida (inclusive esporos); 
 Só pode ser realizada em objetos inanimados (avental, gorro, máscara, luvas, panos de campo, panos de mesa, 
compressas, instrumental, fios de sutura, etc  coisas menores/pequenas). No entanto, não pode ser aplicado 
em tecidos vivos porque ele morre como esterilizar a barriga do animal. 
 É conseguida através de agentes físicos e químicos; 
 Cada método é variável na sua eficácia e possui vantagens e desvantagens 
 Se houver duvida está ou não estéril, melhor pensar que não 
 
o Antissepsia 
 É o bloqueio no crescimento bacteriano nos tecidos vivos (mãos do cirurgião, auxiliar e instrumentador, pele do 
paciente); 
 O bloqueio pode acontecer por impedimento da multiplicação ou por morte do microrganismo profundos, 
retirando os microrganismos superficiais; 
 Os antissépticos não podem destruir os tecidos nos quais são aplicados, dessa maneira, não removem todos os 
microrganismos destes tecidos; 
 Na antissepsia, o número de bactérias diminui a um nível que pode ser controlado pelas defesas locais do 
paciente. 
Na pele existe uma flora bacteriana, na qual é dividida em dois grupos: flora bacteriana residente e flora bacteriana 
transitória. A flora bacteriana transitória encontra-se na superfície (é usar como esfregaço para retira-las), enquanto a 
residente é bloqueada pelo produto a sua multiplicação. Uso de antissépticos. 
o Desinfecção 
 É a destruição de todos os microrganismos através de produtos químicos, exceto aqueles esporulados; 
 É o processo utilizado para eliminar as bactérias exógenas dos objetos e instalações como móveis, paredes, 
pisos, baias, etc (coisas maiores) 
Ana Sofia Corteletti Caldas 
MV7V – Técnica cirúrgica 
 Não é utilizada em tecido vivo porque causa lesão 
 
Métodos de esterilização 
 Princípios gerais 
o O material antes de iniciar o ciclo de esterilização deve possuir o menor número possível do microrganismo; 
o Todas as suas partes componentes precisam estar dispostas de forma a serem facilmente acessíveis ao 
agente esterilizante; 
o O empacotamento deve ser realizado de tal maneira que a esterilização seja mantida até o uso dos 
instrumentos 
o O processo de esterilização depende de suas características: poder esterilizante e tempo de ação (tempo 
de penetração, tempo de manutenção e tempo de segurança)  grandezas inversamente proporcionais, ou 
seja, quanto maior o poder esterilizante, menor o tempo para esterilizar 
 
Meios de esterilização 
 Físico: radiação 
o Ultravioleta: lâmpadas especiais que emitem a radiação ultravioleta e usada em superfícies principalmente 
contra bactérias ambientais. Queima bastante, como o sol! 
o Gama: gerada a partir do colbalto-60 e muita usada em descartáveis (fios, agulhas, seringas, cateteres). 
 Calor (mais empregado): 
o Vapor de agua sob pressão (autoclave): melhor e mais aceito método de esterilização. A esterilização 
ocorre a 120ºC por 20 minutos e pode ser aplicada a todo o material, exceto aqueles que possuem fio 
(corte). O problema é que ela dilata os materiais, além disso, nada de plástico nem materiais muito 
delicados. 
o Calor seco (estufa): pode ser utilizada em material que possui fio e requer maior temperatura e maior tempo, 
quase 24h. 
 
 Químico: mais recomendados para os instrumentais delicados e que aqueles que perdem o fio. Além disso, 
podem deixar resíduo no material e exigem equipamentos de proteção e espaços mais elaborados do que a 
autoclave 
o Óxido de etileno (EtO): gás inflamável e explosivo. Altera o metabolismo celular normal e replicação pela 
alquilação do material genético. Principal vantagem: esterilização de materiais sensíveis ao calor ou 
umidade. O material deve ser limpo e seco antes do ciclo de esterilização. 
o Formol 
 
Métodos de antissepsia 
 Princípios gerais 
o Os antissépticos devem ser: eficientes em baixas concentrações (geralmente, sabões), não devem irritar os 
tecidos e não devem perder sua potencia ao longo do tempo 
 
 Características de um antisséptico ideal: estável por longo período de tempo. Ativo em baixa concentração. 
Amplo espectro de ação. Não manchar a pele e vestuário. Solúvel em água. Eficaz à temperatura ambiente. 
Ação bactericida imediata. Ação bacteriostática. Efeito residual prolongado. Ausência de toxidade para o homem. 
Baixo custo. 
Tipos de antissépticos 
 Agentes de superfície 
o São os sabões 
o São resultantes da ação de uma base forte com um ácido graxo fraco 
o Deprimem o metabolismo bacteriano, inibindo sistemas enzimáticos. Algumas morrem e outras ficam 
deprimidas, ou seja, está no local, mas, não prolifera 
o Geralmente, são sais de sódio ou de potássio e ácidos graxos de cadeia longa; 
o Possuem atividade bactericida e bacteriostática especialmente contra bactérias gram-positivas e bacilos 
álcool-ácidos resistentes, atuam pouco sobre os gram-negativos; 
o O sabão tem a capacidade de emulsificar gorduras e ajuda na remoção mecânica das bactérias da pele 
o Gliconato/Gluconato de clorexidine 
 É um dos principais agentes utilizados como antisséptico; 
 Amplo espectro (melhor contra bactérias gram-positivas);Ana Sofia Corteletti Caldas 
MV7V – Técnica cirúrgica 
 Mecanismo de ação: ruptura da parede celular e precipitação do conteúdo intracelular; 
 Atividade não é influenciada por matéria orgânica; 
 Não alergênico e pouco tóxico 
 2% sabão para lavar; 0,5% uso tópico (liquido) 
 
o Iodoforos (PVP-I) 
 Antisséptico eficaz; 
 É um dos mais potentes e rápidos bactericidas, é eficaz contra anaeróbios, esporulados e fungos; 
 Perda a atividade em contato com material orgânico; 
 Requer um mínimo de 2 minutos de contato com a pele. 
 Não é bom!!!! Irrita muito os tecidos. 
 
o Soluções a base de álcool 
 Também pode atuar como desinfetante; 
 Necessita de diluição para melhor ação; 
 Início de ação rápido; 
 Possui amplo espectro; 
 É barato; 
 Não irritante para a pele; 
 Mecanismo de ação: combinação de ações. 
 
Métodos de desinfecção 
 Princípios gerais 
o Os desinfetantes são utilizados: nas paredes, mesas, pisos e baias 
o Os mecanismos de ação são: coagulação de proteínas e oxidação da bactéria 
 
Tipos de desinfetantes 
 Aldeídos e derivados 
o Potentes germicidas; 
o Tem efeito sobre esporos; 
o São irritantes para a pele e mucosas; 
o Exemplos: formaldeído (formol – proibido de uso) e glutaraldeído 
 
 
 Álcool 
o Utilizado como desinfetante tópico; 
o Exemplos: álcool a 70% 
Borrifar álcool no animal e esfregar = antisséptico. Borrifar álcool na mesa = desinfetante 
 Amônia quaternária: 
o Possui amplo espectro e é usado no HV; 
o Ação é afetada na presença de matéria orgânica; 
o Apresenta baixa toxicidade e baixo custo; 
o Exemplo: cloreto de alquil-dimetil-benzil-amônio. 
Ação é afetada na presença de matéria orgânica, ou seja, se houver sangue no chão e jogar o desinfetante, logo o 
produto será inativado. Portanto, deve ser limpo primeiro o local/superfície e depois jogar o desinfetante. 
Precauções para manter a esterilidade 
 Somente as superfícies estéreis devem tocar os artigos estéreis; 
 Artigos não estéreis devem apenas entrar em contato com superfícies não estéreis; 
 A violação deste princípio resulta em contaminação com provável infecção 
Não podemos dar costas ao material estéril. Se molhar, não está mais estéril porque a bactéria usa agua para 
transloucar. 
Ana Sofia Corteletti Caldas 
MV7V – Técnica cirúrgica 
 Precauções adicionais: 
o Os membros da equipe cirúrgica nunca devem encostar suas costas em uma superfície estéril; 
o Uma área não estéril não deve ser tocada ou encostada; 
o Os instrumentos estéreis nunca devem ficar para fora da borda da mesa cirúrgica 
o Os braços e as mãos devem permanecer acima da cintura e abaixo do ombro; 
o A frente do avental cirúrgico entre a cintura e o ombro é uma área considerada estéril; 
o Quando receber instrumentos ou materiais, posicione-os para cima. Não os arraste sobre as margens dos 
seus recipientes 
o Mantenha secas todas as superfícies estéreis. A umidade pode causar contaminação de um campo estéril; 
o Evite movimento excessivo durante a cirurgia (por exemplo, movimentação dos braços ou trânsito para dentro 
e para fora da sala de cirurgia); 
o Evite sacudir os aventais, toalhas, campos e outros materiais, deixe-os cair abertos pela ação da gravidade. O 
ato de sacudir os materiais incrementa as correntes de ar e a possibilidade de contaminação 
o Mantenha a conversação na sala operatória a um nível mínimo durante a cirurgia. Tem sido denominado que 
a contaminação bacteriana da atmosfera do centro cirúrgico aumenta proporcionalmente à quantidade de 
conversação; 
Preparativos para a cirurgia 
 Os membros da equipe cirúrgica são fontes potenciais de contaminação direta ou indireta para o paciente; 
 As normas sobre vestimentas e condutas no centro cirúrgico devem ser estabelecidas e cumpridas; 
 Os elementos como entram em contato direto ou indireto com a ferida operatória devem obedecer aos vários 
princípios da cirurgia com técnica asséptica, pois são fontes frequentes de contaminação 
 
 
 Sequência de preparo do cirurgião: 
o Vestuário cirúrgico: 
 Pijama cirúrgico a tecido que não solte fiapos e confortável; deve estar sempre limpo e passado; deve ser 
de manga curta. 
 Gorro a deve cobrir todo o cabelo e todos os pelos do rosto. 
 Máscara a devem cobrir a boca e o nariz; 
 Propé 
 
o Preparação cutânea: consiste na escovação para obtenção da antissepsia das mãos e dos antebraços; 
 Objetivos: retirada de sujidades e detritos; redução significativa ou eliminação da população bacteriana 
transitória da pele; redução parcial da população bacteriana residente da pele; impedimento temporário da 
multiplicação destes microrganismos. 
 Unhas curtas, naturais (sem esmaltes) e saudáveis; 
 Mãos e antebraços não podem estar com feridas; 
 Todos os acessórios devem ser retirados 
 Lavagem com escova e sabão; 
 Deve durar de 7 a 10 minutos; 
 Realizar de 10 a 20 movimentos por área cutânea 
 
 Início da escovação pelas pontas dos dedos de 10 a 20 movimentos; 
 Escovação das laterais dos dedos de 10 a 20 movimentos; 
 Escovação da lateral e palma da mão de 10 a 20 movimentos; 
 Escovação das faces do antebraço de 10 a 20 movimentos; 
 Enxágue da mão e antebraço; 
 Água escorre sempre da mão para o antebraço; 
 Retirar todo o sabão; 
 Secagem das mãos e antebraços; 
 Sempre primeiro a mão e depois o antebraço; 
 Seca-se, com um lado da toalha, a mão e o antebraço (esquerdo ou direito); 
 Vira-se a toalha; seca-se a mão e antebraço que ainda não estão secos; 
 Colocação do avental; 
 Calçamento das luvas 
 
 
Ana Sofia Corteletti Caldas 
MV7V – Técnica cirúrgica 
 
Pré-operatório 
 É o intervalo de tempo que transcorre entre a indicação cirúrgica e o início da cirurgia; medidas de proteção são 
tomadas a fim de assegurar os melhores resultados para o paciente. 
 Objetivos: 
o Colocar o paciente em condições de ser operado para ter o melhor resultado possível; 
o Determinar os riscos cirúrgicos  não é o mesmo em Anestesiologia (risco anestésico – ASA: qual a chance 
de óbito); 
o Definir as técnicas e táticas cirúrgicas  por exemplo, cirurgia reconstrutiva. Deve pensar em plano B, C, ou 
seja, planejar tanto para cirurgia quanto os materiais a serem usados; 
o Definir os tratamentos, farmacológicos ou não, a serem instituídos  se o animal já necessita de algum 
antibiótico, anti-inflamatório, medicamentos para controle de dor, transfusão sanguínea, fluidoterapia; 
o Orientar o proprietário tanto quanto as medidas pré-operatórias e quanto às medidas pós-operatórias  cada 
detalhe, após resultado também deve ser conversado. Deve ser avisado no pré-operatório sobre a 
incontinência fecal e urinaria que o paciente vai apresentar após cirurgia. 
No pré-operatório serão identificadas quaisquer anormalidades/alterações presentes do animal para ser corrigidas ou 
não corrigidas. Tudo que der para mexer no pré-operatório será mexido. Além disso, o mesmo não encerra quando 
indica a cirurgia, no entanto, encerra-se quando encosta a lâmina no animal iniciou o período de transoperatório, e 
quando der o ultimo ponto na pele é dado inicio ao pós-operatório. 
Em situações em que o animal necessita da cirurgia e está desidratado, antes deve realizar a hidratação do mesmo, 
por mínimo, 4 horas. 
O risco cirúrgico é a resposta esperada que o paciente tivesse para a cirurgia, mas inclui a ASA que foi discutida na 
matéria anterior sendo que ele não determina o risco. Médio em longo prazo. 
Na orientação ao tutor deve “ajustar” a expectativa do mesmo, pois a qualquer momento pode ocorrer complicação. 
Alertar que tal paciente está grave ou não, que não consegue medir a expectativa de vida ou consegue, etc. 
O clínico não tem a noção cirúrgica, pois muita das vezes encaminha para a cirurgia sendo que não é necessário ou 
não existe cirurgia para tal coisa, por exemplo, tumor na uretra (caudal) e pedir para que realize outra incisão 
(cirurgia) emoutra região do corpo. 
 A duração dependerá de: 
o Intervenções eletivas: maior tempo 
o Intervenções de urgência: tempo restrito 
o Intervenções de emergência: mais curto possível de tempo. Quase sem tempo pré-operatório. 
 
 Divisão: é uma consulta clinica realizada pelo cirurgião 
o Avaliação clínica: 
 Anamnese: identificação do paciente como espécie, raça, idade, sexo e temperamento; abordar a queixa 
do principal; questionar sobre os sistemas cardiovasculares, respiratório, sistema nervoso central, histórico 
de traumas e digestório (questionar sobre a dieta). Mesmo que o animal venha encaminhado, o cirurgião 
deve realizar; 
Alguns pontos chaves devem ser perguntados na anamnese, por exemplo, na cirurgia eletiva que deve ser 
questionado se possui problema cardíaco (na castração, por exemplo, deve saber que o animal possui IC assim deve 
pedir um eletrocardiograma), se fez procedimentos cirúrgicos antes, se teve convulsões/epilético, uso de 
medicamentos, realiza acompanhamento veterinário anualmente. 
Nas eletivas deve perguntar o porquê do tutor querer tal procedimento como é no caso de castração que deve saber 
qual a razão de querer a cirurgia. Cruzar com almofada, ficar manso, se lambe o tempo inteiro (fêmea), subindo uma 
encima da outra, marcação de território (castrados ou não) tudo isso é ilusão! A única coisa que a castração muda é a 
não gestação que “nunca” terá filhote, cio. O comportamento não está associado à testosterona e libido (bem pouco), 
mas sim a relação de como o tutor lida com aquilo. O animal não vive mais após castração devido às chances 
maiores de cânceres, pois faz parte da fisiologia do mesmo produzir os hormônios (a não ser que o tutor que possui o 
Pré-operatório e pós-operatório 
Ana Sofia Corteletti Caldas 
MV7V – Técnica cirúrgica 
animal castrado leve mensalmente o animal ao Veterinário devido a maior assistência medica). A ejaculação é um 
fator protetivo da próstata. No caso de gravidez psicológica deve fazer a castração porque o problema é no ovário. 
 Exame físico geral: peso, temperatura corporal, atenção aos sistemas cardiovascular e respiratório 
(eletivo), animais idosos (atenção à palpação abdominal) e cuidado redobrado com as idades extremas 
(pacientes muito jovens e paciente idosos); 
 Exame físico específico: avaliar o sistema relacionado à queixa principal (exame ortopédico, exame 
neurológico, exame do sistema geniturinário); definir, nessa etapa, os exames complementares a serem 
solicitados. 
Depois de realizado a anamnese + exames deve tentar chegar a algum diagnóstico, alguma suspeita para então pedir 
certos exames complementares para excluir algumas possibilidades diagnosticas. 
o Exame complementares; 
 Hemograma, contagem de plaquetas, perfil renal, perfil hepático, proteína sérica e frações (SEMPRE), 
glicose sérica. 
 Exames adicionais relacionados a cada caso: urinálise (pacientes com suspeita de cálculos vesicais), 
radiografias (tórax em pacientes com nódulos ou massas), ultrassonografia (abdome em pacientes com 
nódulos ou massas), eletrocardiografia (pacientes idosos com distúrbios de ritmo cardíaco ou com doença 
cardíaca prévia) e testes sorológicos. 
 
o Preparo pré-operatório do paciente e da equipe cirúrgica: traçar o plano para cirurgia 
É importante saber qual o temperamento do animal tanto quanto gatos e cães. Procedimentos que o animal por 
trauma recente deve pensar que o mesmo está “morrendo” antes de encaminhar, pois é um paciente clínico grave 
emergencial. 
Cuidado redobrado aos animais de idade extrema como é o caso de idosos e neonatos porque a chance de 
complicações triplica. Idosos suportam vários procedimentos cirúrgicos desde que estejam preparados, mas a 
atenção deve mesmo aos filhotes/neonatos. 
Determinação do risco cirúrgico: 
 Risco cirúrgico: avalia os relativos benefícios da cirurgia contra seu potencial para danos e não possui o mesmo 
significado e função do risco anestésico (considera não só as possibilidades de sobrevivência ao procedimento, 
mas também o prognóstico a médio e longo prazo, o potencial para complicações e a qualidade de vida do 
paciente). 
Colocar na balança sendo que um lado é o dano cirúrgico e o outro é beneficio cirúrgico. Se o beneficio cirúrgico 
suplanta o dano, opera. Caso não suplanta o dano, não opera. Por exemplo, nem todo tumor de mama deve ser 
operado. Diante de duas cadelas com câncer de mama e ambas com metástase pulmonar e 17 anos, lembrando que 
a cirurgia nesse âmbito não terá como cura. Um das cadelas possui tumor único, sólido e que não cresce, porém, fez 
metástase para o pulmão. Enquanto a outra possui tumor grande e ulcerado, sendo que este deve ser operado 
retirando a fonte de ulceração dando qualidade de vida e sem infecção. Também o tumor de fígado que invadiu a veia 
cava não deve ser realizado o procedimento cirúrgico. 
Possibilidade de sobrevivência deve ser avaliada porque caso ocorra óbito não sabe se obteve sucesso 
cirurgicamente, não terá resposta da mesma. Cenário ruim, mas não das piores coisas que acontecem com o animal. 
 Ajuda o cirurgião a escolher o melhor tratamento para um determinado paciente. É útil para preparar o 
proprietário tanto emocional quando financeiramente. 
 Ajuda a equipe a prever complicações e estar preparada para elas. 
 Identifica os pacientes de alto risco e os fatores que podem ser tratados antes da cirurgia (reduzindo, portanto, o 
risco). 
 É determinado após a conclusão da anamnese e exame físico e após a interpretação dos exames 
complementares 
 
 
 
Ana Sofia Corteletti Caldas 
MV7V – Técnica cirúrgica 
 Divisão do risco cirúrgico (ou prognóstico) em: 
o Excelente: o potencial para complicações é mínimo, existe alta probabilidade de o paciente voltar ao estado 
de completa normalidade após a cirurgia. Por exemplo, cirurgias eletivas (orquiectomia eletiva, correção de 
hérnias não complicadas). 
 
o Bom: existe algum potencial para complicações (se complicar é grave, porém é mínima ainda essa chance) e 
também existe alta probabilidade de um bom resultado. Por exemplo, mastectomia, correção de fraturas não 
complicadas, remoção de cálculos vesicais sem obstruções. 
 
o Razoável: complicações sérias são possíveis, mas são incomuns. A recuperação pode ser prolongada e o 
paciente pode não (possibilidade) retornar ao seu estado de normalidade pré-cirúrgica. Por exemplo, 
ressecção de massas superficiais ou ósseas, correção de fraturas complicadas (amputações – não volta 
completamente a normalidade), enterectomia com enteroanastomose 
 
o Mau/ruim: a condição clínica ou o procedimento cirúrgico estão associados a complicações múltiplas ou 
graves. A recuperação será prolongada e existe alta probabilidade de morte durante ou após o procedimento 
e é improvável que o paciente retorne a sua função pré-cirúrgica. Por exemplo, remoção de massas intra-
cardíacas ou aórticas, correção de luxação atlanto-axial. 
 
o Reservado: o resultado é desconhecido ou incerto. Por exemplo, celiotomia exploratória para diagnóstico de 
massa intra-abdominal causando efusão abdominal sanguinolenta. Primeiro opera e depois encaixa numa 
dessas classificações. 
 
Preparo do paciente – pré-operatório imediato 
 Realizado no dia da cirurgia 
 Jejum de sólidos e líquidos (adequados à espécie e a idade) 
 Contenção (física e farmacológica)  contenção física é o mesmo em semiologia, já a farmacologia é a 
contenção por sedação 
 Preparo do campo operatório que inclui 5 etapas e se inverter/alteração dessa ordem vai contaminar 
 
Preparo do campo operatório 
 Campo operatório → a região do corpo do animal onde ocorrerá o ato operatório. 
 O preparo do campo operatório inclui: 
I. Tricotomia: somente se os pelos atrapalharem a operação, pois os mesmos deixam enxergar o local, lamina 
do bisturi cegas sendo tudo fonte de contaminação com exceção da córnea e boca. Deve ser feita o mais 
próximopossível do acesso cirúrgico, mas ampla o suficiente que permita a criação de uma área de 
segurança. Deve ser feita imediatamente antes do ato operatório. Deve ser feita de forma retangular (ou 
quadrangular), reta e com lâminas de boa qualidade. A antissepsia é realizada na pele, o pelo é fonte de 
contaminação. 
Geralmente, remover o pelo com gilete, lamina ou tricotómo lesiona a pele causando micro lesões e se não limpar 
contamina o local por isso deve ser feito a antissepsia. Além disso, tomar cuidado quando for realizar tricotomia em 
pacientes submetidos à cirurgia abdominal para não retirar/cortar a teta e também escroto do animal, com isso, existe 
a margem de segurança. E, também, deve ser mais ampla que a incisão da cirurgia e se caso precise ampliar a área 
e para o fio não ficar encostando tendo campo para trabalho. 
A tricotomia torta e sutura mal feita são vistas pelo tutor como desleixo e será julgado. 
 
Ana Sofia Corteletti Caldas 
MV7V – Técnica cirúrgica 
II. Limpeza e desengorduramento da pele: utilizar água morna, antisséptico e uma escova cirúrgica. Pode-se 
utilizar álcool ou outro antisséptico. O desengorduramento é usado o éter. Geralmente, tutores dão banho 
antes da cirurgia. 
 
III. Posicionamento: permitir o acesso à região a ser operada sendo 
que cada acesso tem um posicionamento. Cuidados com as 
posições confortáveis, facilitar a respiração, não comprimir 
terminações nervosas e utilizar material que favoreça a 
manutenção da temperatura corporal (colchões térmicos – 
aquecer o animal). A posição mais comum é decúbito dorsal 
para acesso ao abdômen. A posição ginecológica/decúbito 
esternal é em casos da fêmea quando precisa fazer algum 
procedimento na vagina. 
 
Os membros devem ser amarrados, não podendo deixa-los livres. A cauda deve ser tracionada cranialmente e o 
colchão térmico e conforto para o abdômen. As calhas devem ser obrigatórias. 
 
IV. Antissepsia: realizada em toda a área de tricotomia. Iniciar na linha de incisão e ampliar para os lados e 
nunca retornar a linha de incisão após a ampliação para os lados. Não encostar-se aos pelos. Área mais 
nobre (pontas dos dedos – sofrer o corte) para a menos nobre (antebraço). 2 de clorexidine, 2 de álcool 
70% e 2 de clorexidine. 
 
 
V. Colocação dos panos de campo: utilizados para proteger o campo operatório. Ele delimita a área de 
antissepsia e são colocados primeiro os panos perpendiculares à linha de incisão e depois os paralelos. 4 
panos na sequencia e se não colocar na sequencia não consegue prender com as pinças de Backhaus. 
 
Terapêutica pré-operatória: 
 Corrigir ou atenuar alterações detectadas no pré-operatório a fim de tornar a cirurgia mais segura para o 
paciente; 
 
 Terapia antimicrobiana 
o Profiláticos x Terapêuticos; 
o Nunca devem ser utilizados para acobertar falhas na técnica asséptica; 
o Nunca devem substituir uma consciência cirúrgica: dissecar plano por plano, manipulação cuidadosa dos 
tecidos, hemostasia adequada e fechamento de espaço morto. 
 
 Terapia anti-inflamatória 
o A cicatrização da ferida cirúrgica passa por uma fase inflamatória normal, benéfica e desejada; 
o Anti-inflamatórios apenas quando a inflamação se tornar maléfica e apresentar os sinais cardinais; 
o Evitar o uso de AINES; 
o Não confundir anti-inflamatório com analgésico, mas é utilizada de forma adjuvante na analgesia porque o 
anti-inflamatório se for usado para bloquear a ação inflamatória acaba bloqueando a primeira fase da 
cicatrização da ferida, assim não progride. 
 
 Terapia analgésica 
o Utilizar analgésicos no pré-operatório em casos de dor óbvia (fraturas, feridas, etc); 
o No pré-operatório imediato, pode-se usar de forma preventiva; 
o A potência varia de acordo com o tipo de afecção. 
 
Ana Sofia Corteletti Caldas 
MV7V – Técnica cirúrgica 
 Fluidoterapia 
o Necessário no pré-operatório imediato para manutenção de acesso venoso; 
o Em algumas afecções, é necessária para correção de distúrbios hidroeletrolíticos. 
 
Pós-operatório 
 Intervalo de tempo que transcorre desde a intervenção cirúrgica até o momento da alta do paciente; 
Não termina com a retirada de pontos, mas depende. Por exemplo, cirurgia de castração que não houve complicação 
nenhuma e está vindo apenas para retirada dos pontos, ok. Mas, caso o animal ainda possui alguma terapia como 
troca de curativo, avaliação de dor, marcha não recebeu alta. A alta é quando libera o paciente e o mesmo não 
precisa retornar para você cirurgião. 
 Período mínimo → 7 a 10 dias → cicatrização da ferida cirúrgica. Cicatriza com 7, mas retira-se os pontos com 10 
dias para ter uma margem de segurança. 
 Duração varia de acordo com tipo de intervenção, órgão afetado, idade do paciente e condição clínica prévia. 
Pode ser feito a mesma cirurgia em pacientes que possuem características semelhantes/patológicas. 
 Classificação: 
o Pós-operatório normal: não ultrapassa 7 a 10 dias, cirurgias eletivas. 
o Pós-operatório tardio: ocorrem circunstâncias desfavoráveis e os processos normais de recuperação estão 
comprometidos que ultrapassam os 10 dias, infecção e edema exagerado. Quando possui infecção pode 
ocorrer que a sutura abre sem a cicatriz ainda formada no tecido, decência. 
 
Cuidados pós-operatórios 
 Medidas de proteção da ferida cirúrgica como curativo (não ficam nos animais e, por isso, deve incluir um método 
especial), métodos especiais (roupa de proteção cirúrgica e colar elisabetano) 
A roupa de proteção cirúrgica não é muito eficaz em cães machos, pois o pênis volta para dentro da roupa quando o 
mesmo deita e acaba urinando na ferida, logo nesse caso é recomendada a roupa comercial por causa do elástico 
existente na região do pênis, no qual sustenta o mesmo e não permite a entrada dele. Porém, o resto deve usar o 
método caseiro. 
O colar elisabetano há vários tamanhos e o ideal é que passe um dedo do focinho do animal porque a língua deles é 
grande e quando colocar o colar, o cão pode ignorar e se machucar ou mesmo lamber a ferida. No caso de felinos 
com o colar elisabetano é recomendado retirar quando o tutor está no mesmo cômodo que o animal, caso o mesmo 
saia é obrigatório estar com o colar. Não curtam muito! 
 Terapia pós-operatória: 
o Terapia antimicrobiana: apenas se necessário. Deve manter o mesmo antimicrobiano utilizado no pré-
operatório (no caso do uso terapêutico) e não (NUNCA) prescrever o antimicrobiano profilático; 
 
o Terapia anti-inflamatória: apenas se necessária. Deve acompanhar o paciente nas primeiras 24-72 horas 
após a intervenção cirúrgica para detecção dos sinais cardinais da inflamação e evitar o uso dos anti-
inflamatórios esteroidais. Não confundir anti-inflamatório com analgésico. Ser adjuvante na 
anestesia/analgesia não para o controle de inflamação, mas sim para a mesma cicatrizar. 
 
o Terapia analgésica: sempre utilizar analgésicos. A potência vai depender do tipo de cirurgia, pois tem 
cirurgias que doem mais que outras. 
 
o Fluidoterapia: a indicação dependerá de cada caso. Avaliar a necessidade de internação se está desidratado 
ou hipotenso. 
Comunicação com o cliente – legislação do CRMV 
 Pré-operatório (obrigatório): o proprietário deve ser informado sobre o diagnóstico, opções de tratamento, 
cirúrgico ou não (e suas consequências), potencial para complicação, cuidados pós-operatórios e custos  risco 
cirúrgico. 
 
Ana Sofia Corteletti Caldas 
MV7V – Técnica cirúrgica 
 Pós-operatório (recomendação do Rodrigo): conversar com o proprietário sobre a evolução (contato telefônico e 
agendamento de retorno), eficiência das terapias instituídas (cirúrgicas ou não), a ocorrência de complicações e 
seu tratamento. 
 
 Pré e pós-operatório (obrigatório): deve haver consentimento informado. O proprietário e o médico veterinário 
devem assinar termos de consentimento informado e esclarecimento, respectivamente. Além disso, a cirurgia 
envolveconfiança, é conversando com o proprietário que se desenvolve a confiança mútua que culminará no 
sucesso do procedimento cirúrgico. 
 
 
Introdução 
 
Fundamentos da cirurgia são etapas que todo procedimento cirúrgico possui, independente do seu porte, como: 
diérese, hemostasia e síntese. A diérese e hemostasia estão diretamente interligadas. 
Antes de colocar a mão no paciente deve lavar as mãos. O paciente antes do procedimento cirúrgico deve tomar 
banho, se o mesmo estiver sujo tem que lavá-lo. Isso tudo é referente às bactérias presentes. 
Assepsia = remover/afastar todas as partículas de microrganismos presentes no animal, sendo por três mecanismos: 
esterilização, antissepsia e desinfecção. 
Minimização do trauma tecidual: a cirurgia já é considerada um trauma por si só, tudo que for realizado a mais do que 
está previsto gera mais trauma. Manusear com gentileza, tudo, para minimizar o possível de trauma! Além disso, toda 
que vez que causa um trauma acaba incitando uma resposta no mesmo que é a inflamação (muito intensa – SIRS) 
Espaço morto = é um espaço ocupado por qualquer tipo de tecido ou estrutura que agora não é ocupado por mais 
nada. Este local que não é mais ocupado por nenhuma estrutura será preenchido por ceroma (mistura de plama, 
proteína e linfa  é um liquido) favorecendo a infecção podendo aumentar a deiscência (abertura de suturas) até que 
rompe (colocou muita pressão enquanto foi preenchido) onde houve a sutura que é local menos resistente/mais frágil 
o tecido. Por exemplo, após a orquiectomia não fica nada no local. 
Minimização do tempo cirúrgico = o tanto que o cirurgião consegue. 
Diérese – manobra de corte para separação de tecidos 
 Conjunto de manobras, manuais e instrumentais, que visa dividir os tecidos. 
 Objetivos: criar uma via de acesso adequada para manipulação de órgãos e estruturas através dos tecidos. 
Diérese cruenta – quando aplicada ao tecido produz o sangramento de forma normal (não mata) 
Todo procedimento cirúrgico haverá sangramento, porém o tipo da cruente não leva o mesmo ao óbito. O que leva o 
animal ao óbito é tipo de hemorragia descontrolada. Por exemplo, remover um tumor haverá sangramento de forma 
normal não matando o animal. Já quando pensa em ovariohisterectomia vai sangrar e na ligação da artéria ovariana e 
caso seja feita de forma errada pode levar ao óbito da mesma pelo sangramento descontrolado. 
 Consiste na divisão dos tecidos acompanhada da perda de quantidade significativa de sangue 
Diérese e hemostasia 
Ana Sofia Corteletti Caldas 
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 Instrumentos mais comumente utilizados são: bisturi, tesoura, material especial de diérese (curetas, serras, 
osteótomos, cisalhas, etc). 
 
 Arrancamento: manobra manual visando o rompimento dos tecidos, vasos, nervos e etc. Cria uma superfície 
anfractuosa que auxilia na fixação do coágulo. 
Arrancar alguma estrutura sendo a mesma cilíndrica. Com uma pinça, deve pinçar a estrutura e girar no eixo, e puxar. 
O que ocorre no arrancamento é que o vaso cilíndrico e se corta com bisturi, forma-se uma borda lisinha. Já se faz o 
arrancamento à borda fica anfractuosa (borda torta, com saliências), no qual facilita a coagulação porque necessita 
de uma rede com fibrina e etc, logo se diminui o espaço para formar as pontes, a coagulação ocorre de maneira mais 
rápida. Portanto, quanto mais espaço o corpo precisa preencher, mais demorado ficará. Só funciona em capilares, 
não funciona em vaso grande. 
 Curetagem: raspagem de superfícies (é profunda!!!!) orgânicas com auxílio de curetas (coleta – concha de pegar 
sorvete, mas corta). Porém, raspagem um pouco mais profunda. Vai até a estrutura que deseja coletar e realiza 
um movimento (não brusco), fazendo com que arrance o tecido e colete. Deve mandar para cultura, 
hispopatológico, etc. Por exemplo, curetagem da orelha é ir até a estrutura da orelha e realizar a curetagem 
coletando um pedação da orelha. Curetagem óssea. 
 
 Escarificação: raspagem de superfícies orgânicas com auxílio de curetas ou bisturi. Mais superficial do que a 
curetagem. 
Por exemplo, raspado cutâneo, ferida que já finalizou o processo (dependendo do tamanho da ferida, o corpo desiste 
de cicatrizar. Logo, deve realizar a escarificação para voltar na primeira fase de cicatrização). É tanto externo 
(cutâneo) quanto interno (atropelamento  penetração. Ou seja, musculatura rompe com pele integra). Dependedo 
do tempo de cirurgia (leva em média 72h) para penetração deve realizar escarificação da borda do abdome para 
cicatrizar. 
 Desbridamento: manobra realizada com auxílio de tesoura ou bisturi visando eliminar bridas (pontes fibrosas 
unindo pontos que deveriam estar desunidos). É a remoção de tecidos que estão com pontes de fibrinas, nos 
quais as fibrinas chamam-se de bridas. É muito comum em feridas, peritonite fibrinosa. Do que adiante ter uma 
ferida com tecido morto? O desbridamento é justamente para remover esses tecidos mortos/necrosados que 
estão presos pela fibrina. Não dói, está morto o tecido. 
 
 Deslocamento: separação dos tecidos unidos por tecido conjuntivo. Respeita a normalidade anatômica, ou seja, 
a direção das fibras, e funcional dos tecidos. Realizada com tesoura romba ou dedos do cirurgião. Não há 
ruptura dos elementos já que segue a anatomia do mesmo. Área menor de separação, ou seja, possui um 
acesso fraco não sendo traumático. 
 
 Divulsão: separação das fibras dos tecidos sem respeito à anatomia, geralmente, com ruptura dos elementos 
interfasciculares. Área maior de separação, ou seja, possui um acesso melhor sendo traumática (sangramento 
intenso). 
 
A primeira foto é deslocamento (no sentido da fibra cria-se uma janela) e a segunda foto é a divulsão (contra a fibra 
cria-se uma janela). A desvantagem é o sangramento que será maior na divulsão (rompimento maior de vasos), 
enquanto no deslocamento a chance do sangramento é menor, pois os vasos estarão sendo cortados no mesmo 
sentido. Não há melhor!! 
Além disso, a divulsão será feita em estruturas internas e não na superfície como pele (porque vai destruir e a 
cicatrização será prolongada). Já a musculatura o melhor é realizar deslocamento porque separa as fibras e quando 
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une já estejam todas organizadas, mas a desvantagem é que a janela feita não é muito ampla, não conseguindo abrir 
tanto. 
 Exérese ou ressecção (ectomia): eliminação de uma estrutura indesejável que quer por sua natureza ou 
condição. 
Não é normal ter um calculo na bexiga, logo à natureza do calculo é indesejável porque é uma estrutura que não 
deveria existir no animal, assim, realiza a manobra de exérese de calculo vesical. Se for calculo dentário, exérese de 
calculo dentário. É uma remoção de estrutura da natureza da mesma. 
Enquanto que indesejável por condição, por exemplo, é normal o animal ter estômago (obviamente), mas não 
necrosado. Diante disso, deve retirar essa região necrosada do estômago, no qual se denomina exérese. É retirado 
porque a condição do mesmo fez com que fizesse retirar. 
Natureza = é algo estranho, anormal ao corpo. Condição = estrutura é natural do corpo, mas a condição que se 
encontra não permite a permanência (anormal). 
 Punção: consiste na introdução de uma agulha ou trocarte nos tecidos ou órgãos sem, contudo, seccioná-los. 
Não precisa suturar, é a coleta de sangue que precisa apenas comprimir o vaso e colocar curativo. 
 
 Punço-incisão (ou punção-incisão): consiste na realização de pequena incisão introduzindo o bisturi pela 
ponta, em posição vertical. Muito utilizada em drenagens (apenas). 
Necessita de reparo porque houve secção, ou seja, suturas. Exemplos: furar o abcesso com bisturi para drenar; furar 
o estômago. Porque esse mesmo furo (buraco) não cicatriza, por isso deve realizar sutura/reparo. A manobra mais 
correta é furar e não realizar a lancetagem. 
 Incisão:consiste na segmentação dos tecidos com o uso de instrumento cortante, como o bisturi e tesoura. É o 
ato de cortar ou seccionar os tecidos. 
Existe uma regra para ser feita, como as bordas regulares. Porque quando realiza a incisão cria-se um acesso que 
depois vai ser suturados. Caso as bordas estejam retas e na hora da incisão deixou equivalentes as bordas, logo na 
hora da sutura será também de forma equivalente. Já quando faz uma incisão torta, a sutura não será equivalente e, 
às vezes, nem consegue suturar formando uma cicatriz horrorosa (queloide). 
A incisão deve ser feita com bisturi segurado de forma correta, encostar o mesmo no tecido no ângulo de 90º, 
incisionar no ângulo de 45º e terminar no ângulo de 90º novamente. Deve manter o bisturi firme na mão para que o 
corte fique reto. 
o Recomendações para uma boa incisão: aplicar a lâmina de bisturi perpendicularmente a fim de evitar cortes 
biselados; incidir apenas exclusivamente sobre o tecido necessário; incidir apenas uma vez a fim de evitar 
anfractuosidades (cuidado para não mastigar/picotar o tecido); evitar cortes inúteis (não trocar a direção do 
corte); tecidos moles (seguir a direção dos vasos sanguíneos e nervos) e tecidos duros (osso - utilizar 
instrumentos especiais). 
o Recomendações para o manuseio dos tecidos: evitar dissecção romba excessiva e tração excessiva 
(machuca e lesiona); manusear os tecidos apenas quando necessário (abrir abdome para castração, para 
que mexer na bexiga?); separar apenas os planos necessários para exposição e visualização; não permitir 
que os afastadores lacerem ou estiquem (excessivamente) o tecido (auto-estático, se possível, colocar 
compressa na borda para não lesionar); evitar alterações repetidas na posição dos afastadores; manter os 
tecidos úmidos (principalmente, em cirurgias abdominais); evitar a exposição dos tecidos a substâncias 
irritantes (talco da luva, clorexidine, antibióticos); usar instrumentos apropriados (tesoura cega, lamina 
quebrada não vai funcionar  mastigar tecidos). 
 
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Diérese incruenta – promove corte e já faz coagulação 
 Consiste na divisão dos tecidos sem perda significativa de sangue 
 Instrumentos mais comumente utilizados são: 
o Bisturi elétrico: potencial elétrico de diferentes estruturas como o corpo do animal e o equipamento, assim 
que aproximam os dois corpos eles trocam energia na tentativa de equilibrar o potencial elétrico, gerando 
calor e os tecidos separam. Ao mesmo tempo em que o tecido separa, queima a proteína dos vasos 
sanguíneos (em geral, colágeno) fazendo com que coagulam facilmente e rapidamente devido o calor, dessa 
forma, formando um tampão encima do vaso e não sangra. Portanto, nada mais é a queima do tecido, 
choque elétrico. 
Bisturi elétrico monopolar deve ser inserido uma placa para que a energia passe. Se colocar no animal sem a 
plaquinha (deve estar molhada com gel para uma eficácia melhor), a corrente existente vai seguir para o animal 
queimando o mesmo. Além disso, ressalta o uso na pele. Não use em abdome (musculatura no geral). Não pode ter 
nada de metal no corpo também. 
o Criobisturi: realiza corte por resfriamento. Esfria tanto que na tentativa de igualar as duas temperaturasacaba 
lesionando. É realizado comumente em nódulos menores em regiões que não consegue fazer cirurgia. 
o Raio laser: laser cortante com potencial elétrico. Muito perigoso! 
Hemostasia 
 Conjunto de manobras, manuais e instrumentais, que tem por objetivo deter ou prevenir uma hemorragia, ou 
impedir a circulação do sangue em uma determinada área por tempo limitado. 
Deter uma hemorragia quer dizer que a mesma já deu inicio. Prevenir uma hemorragia quer dizer que ainda não 
iniciou. Impedir a circulação do sangue quer dizer para que o sangramento nem ocorra. 
 Hemostasia preventiva: é aquela que revine uma hemorragia que fatalmente irá ocorrer (antes que ela ocorra). 
Pode ser conseguida pelo emprego de pinças hemostáticas aplicadas no vaso que irá seccionar, uma de cada 
lado e corta-se ao meio das duas pinças. Um torniquete pode ser aplicado antes da incisão, a fim de impedir a 
passagem de sangue temporariamente. 
Aplica o método hemostático antes de ocorrer o sangramento. Não está sangrando, mais vai. Bisturi elétrico encaixa 
aqui. 
 
 Hemostasia temporária: são as pinças hemostáticas utilizadas antes da ligadura do vaso sanguíneo 
Aplica o método hemostático de forma temporária, ou seja, está sangrando  coloca o método  retira o método  
volta a sangrar. O que define a hemostasia temporária é que depois da retirada do método o mesmo volta a sangrar. 
 
 Hemostasia definitiva: é aquela que se deixa aplicada definitivamente no vaso. 
É aquela que está sangrando ou nem chegou a sangrar e coloca o método que segura para sempre a hemorragia, 
como sutura. Bisturi elétrico encaixa aqui. 
Ana Sofia Corteletti Caldas 
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Pegadinha de prova: a compressa cirúrgica é SEMPRE o método de hemostasia temporária. É falso, pois se 
colocou compressa e comprimiu o local, tirei à compressa e parou de sangrar será hemostasia definitiva. Ou seja, o 
“SEMPRE” na questão se torna errada a afirmativa. Isto é, não é o método, mas sim como aquele método age sobre 
o vaso/sangramento. Na temporária e definitiva deve-se pensar em: coloquei o método e retirei o mesmo, o que 
acontece? Outro exemplo, colocou a pinça e realizou arrancamento, parou de sangrar  definitivo. Ou colocou a 
pinça, retirou e voltou a sangrar  temporária. 
Ao pinçar um vaso que possui uma ligadura (definitiva), a pinça hemostática faz papel de preventiva e temporária. 
Porque ainda não está sangrando, mas pode ocorrer quando fizer o corte (e vai sangrar). No temporária, depois que 
corta e retira a pinça, volta a sangrar. IMAGEM DE RODRIGO NA SALA! Logo, para saber qual método é (preventivo 
ou temporário), necessita de um contexto. 
 Razão para se controlar a hemorragia durante o ato operatório: 
I. Risco de morte do paciente: choque hipovolêmico; 
II. Hipóxia tecidual (fígado, cérebro, coração e rins)  quando o animal sangra muito a hemácia não faz seu 
papel que é transportar o oxigênio, logo, os tecidos sofrem e “morrem”; 
III. O sangue dificulta a visualização de estruturas anatômica e tecidual  quando sangrar deve colocar 
compressa e retira com calma, onde está o vaso sangrante e pinça. 
IV. A hemorragia pode afastar as bordas da ferida causando retardo na cicatrização  sangramento cutânea 
cuidado! Não deixar hematoma é essencial. O sangue acumula, aumenta a pressão e rompe não pode 
deixar sangrando; 
V. O sangue é um meio de cultivo para microrganismos e pode favorecer um processo infeccioso  ou seja, 
quanto mais sangue tem, maior a chance de infeccionar. 
 
 Boas práticas para controlar uma hemorragia: realizar a hemostasia plano a plano (controla o sangramento 
da pele, depois subcutâneo, abdome. Começou a sangrar? Controla na hora que começou e no plano que está); 
hemorragias capilares são controladas com uso de compressas; vasos sanguíneos de grosso calibre são 
imediatamente pinçados e ligados; evitar englobar tecidos juntos aos vasos sanguíneos (no vaso A é mais fácil 
de fazer ligadura e fica mais seguro porque o mesmo se "adere"). 
 
 Fatores que contribuem para a hemostasia: queda da pressão sanguínea (muita atenção!!! Quando o animal 
está hipotenso, ele não sangra. Anestesista tentará reverter, se não fez hemostasia, vai sangrar); compressão 
excessiva nos vasos pelos tecidos e órgãos vizinhos (lembrar de quando corta o dedo. Trauma!!! Pois tem vezes 
que o animal não está sangrando por estar encima do vaso, mexeu no mesmo); elasticidade e contratilidade das 
paredes dos vasos sanguíneos (se o vaso consegue realizar vasoconstrição, diminui a luz e, consequentemente 
o sangramento); formação do coágulo (relacionado a varias doenças, principalmente, Erlichiose) Fatores que dificultam a hemostasia: alterações na elasticidade e contratilidade das paredes dos vasos 
sanguíneos; coagulopatias; movimentação do órgão ou tecido que sangra; aumento da pressão arterial. 
 
Tipos de hemorragia quanto à localização 
 Internas: perda de sangue para o interior do corpo, geralmente se acumulam em cavidades (torácica, abdominal). 
Não consegue observar, sendo por este motivo a mais perigosa e quando o animal manifesta o sinal já está 
grave. 
 Externas: perda de sangue para fora do corpo. Consegue observar e é a mais comum. 
 
Tipos de hemorragia de acordo com o vaso que sangra – pegadinha de prova 
 Arterial: vermelho vivo, com fluxo rápido e forte, sincronizado com o pulso. É o mais visível de todos pelo 
jorramento do sangue em níveis normais de pressão. 
 Venosa: vermelho escuro, com fluxo baixo, lento e contínuo. 
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 Capilar: hemorragia lenta e superficial. 
 Parenquimatosa: não é possível determinar o vaso sangrante e sua natureza. Ou seja, nem pinçar o mesmo para 
realizar hemostasia. Não tem o que fazer: ou para de sangrar ou retira. 
Deve parar de sangrar, ou seja, formar o coágulo em menos de 5min. 
Tipos de hemorragia de acordo com o tempo em que ocorre 
 Imediata: aparece imediatamente após a ruptura do vaso sanguíneo. Cortou e sangrou. 
 Retardada: aparece depois de algum tempo decorrido após o ferimento do vaso. Cortou, espera e sangra. 
 Recorrente: ocorre em até 24 horas após ato cirúrgico, devido a uma hemostasia deficiente. O paciente encontra-
se em recuperação. 
 Secundária: ocorre após 24 horas do ato cirúrgico, devido à eliminação do trombo ou queda da ligadura. É o mais 
perigoso, por estar em casa. Geralmente, ocorre por erro de técnica e considerada fatal. 
Não é normal sangrar após operatório. Não deve colocar gelo quando sangra. Se sangrar deve procurar para saber 
de onde está vindo o sangue, acumulou sangue e está saindo debaixo da ferida, etc. Ou seja, resumidamente: está 
sangrando pós-operatório alguma coisa de errado foi feita e precisa diagnosticar. 
Métodos físicos 
 Métodos de compressão circular: promovem hemostasia temporária e preventiva; comumente usado em 
extremidades como membros e cauda; faixas, torniquetes, manguitos e bandas; aplicação é feita sempre no 
sentido distal-proximal (como se empurrasse o sangue); desvantagem (restrição do uso em regiões infectadas e 
tempo de uso  problema!! Porque quem está controlando a infecção são as células, se retira elas ocorre a 
festa das bactérias). 
O problema do torniquete é que coloca o local em estado de hipóxia e que depois de um tempo dará lesões 
irreversíveis, sendo o tempo máximo de 45 minutos (tempo de uso – relógio). Só funciona em extremidades. 
 Compressão digital: é um método de hemostasia temporária que consiste em fazer pressão do dedo sobre o 
vaso; desvantagem: atrapalha a visualização do campo operatório. Não funciona!!! 
 
 Compressão indireta: é a pressão realizada com gaze, algodão ou compressa sobre um foco hemorrágico; 
normalmente, é um tipo de hemostasia temporária. Desvantagem: atrapalha a visualização do campo operatório. 
É melhor a ser realizada em comparação com a digital. 
 
 Pinças hemostáticas: promovem tanto uma hemostasia temporária (!!!) quanto preventiva ou definitiva; tem a 
vantagem de não tornar necessário o englobamento e tecidos que rodeiam o vaso 
 
 Ligadura: é o método de hemostasia mais comum (definitiva); aplicada a pinça no vaso que sangra, sob a 
mesma passa-se o fio com o qual se faz a ligadura do vaso; quanto maior o calibre do vaso, maior o calibre do 
fio. 
 
 Transfixação: com um fio provido de uma agulha atraumática faz-se passar diretamente através do vaso; uma 
primeira ligadura é feita abrangendo um lado do vaso, a seguir levam-se os cabos do fio para o outro lado do 
vaso, buscando passa-lo por baixo do ponto onde a agulha penetrou o vaso, para em seguida completar a 
transfixação. Realizado com agulha e porta-agulha, sendo feita em vasos extremamente calibroso. 
 
Ana Sofia Corteletti Caldas 
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 Eletrocoagulação: é a passagem de corrente elétrica de alta frequência através de um corpo que oferece 
resistência; consegue-se proceder a hemostasia ao mesmo tempo em que vai se cortando o tecido. É a 
passagem de corrente elétrica de alta frequência através de um corpo que oferece resistência e consegue-se 
proceder a hemostasia ao mesmo tempo em que vai se cortando o tecido. 
Métodos químicos 
 Tópicos: são produtos que aplicados diretamente na ferida sangrante, controlam as hemorragias capilares; 
o Percloreto férrico: são cristais amarelo-alaranjados, inodoros, solúveis em água, em álcool, em glicerina e em 
éter. Coagulam com rapidez o sangue 
o Alúmen: sulfato duplo de alumínio e potássio. São cristais transparentes, incolores, inodoros ou sob a forma 
de pó branco, cristalino, solúvel em álcool. Empregados como agentes hemostáticos em superfícies 
o Esponja de fibrina absorvível à utilizada para hemorragia em órgãos parenquimatosos, é absorvida em 
poucas semanas, também atua como método físico 
o Adrenalina à vasoconstrição  não é injetar porque piora. Apenas em pequenos vasos, como conjuntiva, 
boca. 
Lembrar que quando mexe no baço libera catecolaminas que fazem hipertensão, arritmias, taquicardia. Se jogar 
adrenalina no baço e for absorvido será piorado. 
o Uso local; vitamina K é a participa na síntese da protrombina  só funciona se estiver com déficit de vitamina 
K. 
 
 É o conjunto de manobras, manuais e instrumentais, destinado a restabelecer por meio de fios ou outro material, 
o mais perfeito possível, a forma e a função dos tecidos, acidental ou voluntariamente/deliberadamente divididos; 
o Acidentalmente: trauma 
o Deliberadamente: cirurgia. Antes de 6h (feridas) 
 
 Suturar significa unir as bordas de uma ferida; 
 A síntese definitiva é realizada por um processo biológico chamado cicatrização. Até que a cicatrização ocorra, 
é necessário que os tecidos permaneçam perfeitamente justapostos. 
Dessa forma, quando sutura um tecido é uma forma de aproximá-los para que aconteça a cicatrização sendo que o 
fio não precisa ficar o resto da vida no animal. Portanto, quanto mais rápido e perfeito seja essas proximidades dos 
tecidos, melhor (favorecendo) a cicatrização. 
Em casos de abertura do abdome: se a sutura está deixando o tecido justaposto ate que a cicatrização aconteça, 
fazendo o processo de cicatrização. Se não é possível a cicatrização, não vai dar certo. 
A cicatrização leva em média de 7 a 10 dias (pele, por exemplo). Algumas até 14, 30, 60 dias. Vai depender do tipo 
de tecido. 
 Objetivos: 
o Unir os tecidos enquanto se processa o restabelecimento cicatricial (sendo feito da maneira mais perfeita 
possível e rápida), que deve ser completado sem demora e com o mínimo de cicatriz (sempre ficará com 
cicatriz por conta do corte do bisturi desde que seja uma cicatriz estética); 
o Fixar as bordas de ferida durante as fases iniciais do processo de cicatrização (resistência tênsil), enquanto 
não se desenvolve resistência tênsil adequada. 
O que mantém o tecido unido são as fibras de colágeno, assim quando realiza o corte as mesmas são separadas, 
sendo que no momento da cirurgia a força tênsil na ferida não existe (fica de qualquer jeito). Quando sutura e o 
tempo vai passando, acontece no leito da ferida (borda) recrutamento de fibroblasto que irão depositar colágeno 
novamente na ferida com intenção que a pele se junte novamente, adquirindo resistência que precisa. Portanto, o fio 
deve permanecer no local até o tempo em que o processo de fibroblasia aconteça. O tempo que leva depende do 
tecido e do animal, em torno do (inicial) 5º dia, fica mais intenso no 7º dia e no 10º/14º dia está perfeito a reposição de 
colágeno. 2 semanas para ocorrer tudo, resumidamente! 
Síntese 
Ana

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