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Análise - Filme "Que horas ela volta"

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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS
A.P.S. – SOCIEDADE E COMPORTAMENTOS GRUPAIS
ANÁLISE DO FILME: “QUE HORAS ELA VOLTA?”
	
SÃO PAULO
2019
RESUMO DO FILME	
A personagens Val (interpretada por Regina Casé) é uma empregada doméstica que trabalha e mora para uma família com alto poder aquisitivo. Val veio Recife tentar a vida na Capital de São Paulo, deixando para ‘’trás’’ sua filha. Após passado muitos anos na casa de tal família, inclusive criado o filho de seus chefes, já era considerada ‘’dá família’’, quando sua filha que havia ficado há 10 anos atrás em Recife decide também tentar a vida em São Paulo e busca acolhida de sua mãe, que dorme no quarto dos fundos da grande casa. 
Val, vê sua vida mudar com a chegada de sua filha, que quebra todas as regras que protagonista acredita ser o ‘’lugar da filha da empregada’’, como por exemplo: não sentar na mesa dos patrões para jantar com eles. 
CORRELAÇÃO COM OS TEXTOS: IDENTIDADE, CONSCIÊNCIA E LINGUAGEM
Na psicologia social, a identidade pode ser percebida como o próprio processo de identificação. A individualidade do sujeito traz em si um processo anterior de representação, que faz parte da constituição do indivíduo representado. Exemplo: A identificação com empregada doméstica, antes de Val se tornar uma, já havia uma previa (representação) socialmente aceita do que seria ocupar tal papel. A noção de identidade pode ser percebida no filme “Que horas ela volta?”, em momentos como por exemplo, em que a protagonista é que	stionada por sua filha Jessica, com a seguinte fala: “De onde tirou todas essas regras, não pode isso, não pode aquilo...quando você chegou aqui te falaram tudo isso?”, e Val responde: “Isso ninguém precisa explicar”, demonstrando assim, a internalização de toda representação criada de tal papel social e econômico, ocultando e afastando todas as outras partes que ultrapassa o que lhe é esperado.
A linguagem, por sua vez, é uma construção social, cujo intuito inicial era passar resultados. Ao longo do tempo, a mesma tomou diversas outras funções, entre elas, a linguagem como forma de dominação. Através da linguagem é possível hipotetizar, simbolizar, criar comparações e afins. Tal representação da linguagem pode ser percebida no filme, sendo utilizada em diversos momentos como ferramenta de dominação e como forma de comparação, sendo possível citar como exemplo: “O sorvete do Fabinho”, aquele que ninguém ousaria comer; o comentário da chefe de Val que “viu um rato na piscina’’ e Jessica, filha de Val, ao escutar tal comentário, questionar “Você acha que eu sou um rato”. 
Por fim, a consciência, é quanto o indivíduo entende que é agente modificador do ambiente e por ele também é modificado. No filme, é possível perceber que a protagonista vive dentro de um papel em que foi colocada por seus patrões, e se sente conformada dentro deste papel, nunca questionando o que foi colocado, e nunca buscando novas experiências dentro do ambiente em que vivia, por ser considerado, tanto por parte dela, quando de seus patrões, inadequado que a mesma realizasse algo que fosse fora do que foi colocado para ela.
Entretanto, pôde-se perceber que sempre houve a possibilidade de mudança de suas circunstâncias, como mostrado na chegada da filha na casa, que ao invés de se conformar com a maneira que os outros queriam que ela vivesse, Jéssica começa a buscar outras experiências. Por exemplo, quando ela pede para dormir no quarto de hóspedes da casa, já que não haviam convidados na casa, ou quando foi oferecido um suco do mesmo sabor que a patroa Bárbara tomava e Jéssica não recusou, inclusive passou a realizar suas refeições na “mesa dos chefes” (como dito por Val), e entre outras situações.
Após perceber a mudança de tratamento que sua filha recebeu, ao buscar algo que antes era considerado proibido e/ou inaceitável, a protagonista inicia a sua tomada de consciência, que pode ser percebido quando a mesma toma a decisão de pedir demissão, vendo o quanto tal papel já não mais fazia sentido em sua vida. Juntamente com outro exemplo é quando a mesma é questionada sobre nunca ter entrado na piscina da família e no final do filme, antes de pedir demissão, liga para sua filha contando que estava, por fim, dentro da piscina. 
O filme, é uma bela crítica de como é estruturada a questão das regras e de papeis sociais no Brasil de acordo com a classe social. Uma das cenas do filme que retrata e resume perfeitamente a questão de identidade, da linguagem como controle e da consciência, é quando Val, indaga sua filha sobre “Se achar melhor que todos” e Jessica à responde: “Não me acho melhor que ninguém não Val, só não me acho pior”. 
REFEÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
LANE, Sílvia T. Maurer. O que é psicologia Social. São Paulo: Brasiliense, 2006.

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