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IN 77 - DA APOSENTADORIA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

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1 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC DE BLUMENAU - UNISOCIESC 
 
 
 
 
 
GABRIELA DENISE PFAU 
LUCIANE WILBERT 
 
 
 
 
 
 
 
IN77/2015 CAPÍTULO VI – DA APOSENTADORIA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BLUMENAU 
2019/2 
2 
 
GABRIELA DENISE PFAU 
LUCIANE WILBERT 
 
 
 
 
 
 
 
IN77/ 2015 CAPÍTULO VI - DA APOSENTADORIA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
 
 
 
 
 
Trabalho curricular apresentado para a disciplina de Direito da Seguridade 
Social, do curso de Direito, ao Centro Universitário Sociesc de Blumenau – 
UNISOCIESC. 
 
Professora: Vanessa Maria Sens Recklberg. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BLUMENAU 
2019/2 
 
3 
 
 INTRODUÇÃO 
 
A sociedade, no fim do último século, atravessou mudanças significativas que 
impactam em todas as esferas. Nessa perspectiva pode-se afirmar que a condição 
humana não se manteve estável, assim como os riscos sociais também foram 
modificados. 
O que num passado recente era considerado deficiência ou incapacidade para 
o trabalho pode não ser mais hoje, alterando o próprio conceito e a tratativa das 
pessoas com deficiência. Assim a inclusão social, apoiada na supremacia do trabalho, 
delineia-se como uma necessidade factível para a construção de uma sociedade 
sustentável, já que o caráter assistencialista demonstrou-se oneroso devendo ser 
revisto. 
Ao criar e inserir a aposentadoria da pessoa com deficiência ao Regime Geral 
da Previdência Social a todos os que tivessem qualquer tipo ou modalidade de 
deficiência, fosse ela de natureza física, mental, intelectual ou sensorial em qualquer 
grau de extensão: leve, moderada ou grave. Tal benefício representou mais um 
grande marco legislativo na busca direcionada a conferir maior proteção às pessoas 
com deficiências com o intuito de compensá-las por suas limitações. 
A questão é que essas ações afirmativas são medidas adotadas pelo Estado 
para reconhecer e tentar amenizar desigualdades históricas. É de se reconhecer que 
a pessoa com deficiência se encontra em uma situação de desvantagem em relação 
às demais pessoas da sociedade. Necessita, por isso, de condições diferenciadas 
também em relação à obtenção de benefício previdenciário. 
 Nesse sentido, as pessoas com deficiência que contribuem para a 
Previdência Social têm direito à aposentadoria por tempo de contribuição e por 
idade, levando-se em consideração uma condição diferenciada. De logo, é possível 
afirmar que a existência, por si só, da LC 142/2013, bem como, da IN 77/2015, é um 
avanço, e, contém muitas peculiaridades, as quais exigem atenção e estudo. 
 
 
 
 
4 
 
1.1 O QUE VEM A SER DEFICIÊNCIA? 
 
Ao falar de indivíduos com deficiência, Sassaki (1997) enfatiza que não há um 
termo correto ou com uso definido, sendo cada época responsável por distinguir o 
termo de acordo com os valores da sociedade. Assim, ao longo da história, muitos 
termos distinguiram os indivíduos com deficiência. 
Primeiramente no país ao se tratar de deficientes se utilizava o termo 
“inválidos”, isso em pleno início do século 20, e pra compreender tamanha atrocidade 
o significado desse termo, é “indivíduos sem valor”. Acontece que o indivíduo 
deficiente era visto como socialmente inútil (alguém sem valor profissional). 
(MORAES, 2003). 
Segundo Pastore (2000), depois disso até a década de 60, o termo usado era 
“os incapacitados” que tinha o significado de “indivíduos sem capacidade”. Vale 
destacar um contexto histórico importante para os deficientes, nessa época é que foi 
fundada a Associação de Assistência à Criança Defeituosa – AACD (atualmente 
chamada de Associação de Assistência à Criança Deficiente). 
Sassaki (1997) declara que entre final da década de 60 a década de 80, os 
deficientes eram chamados de “defeituosos” que constituía “sujeitos com 
deformidade” (principalmente física). 
A partir de 1981, não se utilizou mais a palavra “indivíduos” para se mencionar 
pessoas com deficiências. De 1981 a 1987, era empregado o termo “pessoas 
deficientes”. E então pela primeira vez em todo o mundo, o substantivo “deficiente” 
(como em “os deficientes”) passou a ser utilizado como adjetivo, sendo-lhe 
acrescentado o substantivo “pessoas”. (FAGUNDES, 2008). 
Então de 1988 ao ano de 1993, Pastore (2000) salienta que alguns condutores 
de associações de pessoas com deficiências rebateram o termo “pessoa deficiente” 
afirmando que se dava a entender que a pessoa inteira era deficiente, o que era 
inadmissível para eles. Com isso então passou a se utilizar, no país o termo “pessoas 
portadoras de deficiência”, pela lei do menor esforço, depois disso, reduziram este 
termo para “portadores de deficiência”. O “portador de deficiência” passou a ser um 
valor agregado à pessoa. A deficiência passou a ser um detalhe da pessoa. 
 
 
5 
 
De 1990, aproximadamente, até os dias de hoje, o artigo 5º da Resolução 
CNE/CEB nº 2, de 11/09/01, explica que as necessidades especiais decorrem 
de três situações, uma das quais envolvendo dificuldades vinculadas a 
deficiências e dificuldades não vinculadas a uma causa orgânica. “Pessoas 
com necessidades especiais”, surgiu primeiramente para substituir 
“deficiência” por “necessidades especiais”. Daí a expressão “portadores de 
necessidades especiais”. (FAGUNDES, 2008, p. 11). 
 
 
Atualmente, a sociedade ainda se refere as pessoas com deficiência por termos 
inadequados, como deficiente, especial e portador de deficiência. (COSTA, 2018). 
Desta forma, na tentativa da sociedade de conceituar a pessoa com deficiência de 
forma correta, surgiram os termos “pessoa portadora de deficiência” e “pessoa 
portadora de necessidades especiais”. 
Ultimamente, o termo “pessoas com deficiência”, é empregado mais 
habitualmente por pessoas que estudam este ramo, bem como as próprias pessoas 
com deficiência, já que muitas argumentam que não querem ser chamadas de 
“portadoras de deficiência”. 
De acordo com Sassaki (2002) a expressão “portadora de deficiência” é 
antiquada, tendo em vista que a pessoa só porta algo que ela possa não portar, logo, 
não se pode fazer isso com uma deficiência. 
A expressão “necessidades especiais” era indicada nas escolas para as 
crianças que precisavam de cuidados especiais, entretanto, essa expressão 
generalizou-se em outros ambientes não escolares. (COSTA, 2018). 
Quanto a expressão “especiais”, Madruga (2013) afirma que tal termo não 
demonstra a característica da pessoa com deficiência, pois pode ser 
empregada para todas as pessoas com ou sem deficiência física, motora, intelectual 
ou sensorial. 
Em outras palavras, deficiência não é algo que se carrega, porta, e/ou deixa 
em algum lugar como se fosse um objeto. Tampouco deficiência significa doença ou 
incapacidade. Deficiência é algo próprio da pessoa, ou seja, é a sua característica 
pessoal, assim sendo, atualmente, o termo legal é pessoa com deficiência. 
De acordo com o artigo 2º da Convenção Internacional sobre os Direitos das 
Pessoas com Deficiência: 
 
 
“pessoa com deficiência é aquela que tem impedimentos de longo prazo de 
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação 
6 
 
com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na 
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.” (BRASIL, 
2013). 
 
 
O conceito de barreiras está exposto no artigo 3º, inciso IV do Estatuto da 
Pessoa com Deficiência, da qual podemos extrair como sendo qualquer entrave, 
obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação social da 
pessoa, bem como o gozo, a fruição eo exercício de seus direitos à acessibilidade, 
à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso a informação, 
à compreensão, à circulação com segurança, entre outros. (BRASIL, 2015). 
A definição de impedimento de longo prazo está no artigo 3º da Portaria 
Interministerial, vejamos: 
 
Art. 3º Considera-se impedimento de longo prazo, para os efeitos do Decreto 
nº 3.048, de 1999, aquele que produza efeitos de natureza física, mental, 
intelectual ou sensorial, pelo prazo mínimo de 02 (dois) anos, contados de 
forma ininterrupta.” (BRASIL, 2014). 
 
Trocando em miudos, pessoa com deficiência é aquela pessoa que tem 
impedimento de no minímo 2 (dois) anos ininteruptos e enfrente barreiras sociais, e 
por essa razão se sente em desvantagem em relação as demais pessoas. 
 No artigo 3º, inciso I do Decreto nº 3.298/99 considerava deficiência: 
 
I - deficiência – toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função 
psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o 
desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser 
humano. (BRASIL, 1999). 
 
 
Já no Decreto nº 5.296/2004 é possível verificar as categorias que a pessoa 
portadora de deficiência se enquadrava: 
 
I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos 
do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, 
apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, 
monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, 
hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, 
nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as 
deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o 
desempenho de funções; 
III - deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor 
que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que 
7 
 
significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor 
correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual 
em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea 
de quaisquer das condições anteriores; 
IV - deficiência mental – funcionamento intelectual significativamente inferior 
à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas 
a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: 
a) comunicação; 
b) cuidado pessoal; 
c) habilidades sociais; 
d) utilização dos recursos da comunidade; 
 e) saúde e segurança; 
f) habilidades acadêmicas; 
g) lazer; e 
h) trabalho; 
V - deficiência múltipla – associação de duas ou mais deficiências. (BRASIL, 
2004). 
 
 
De acordo com o artigo 1º §1 da Portaria nº 3.128/2008 considera-se deficiência 
visual aquela que apresenta baixa visão ou cegueira. 
Percebe-se que em todas as categorias acima é citado o impedimento da 
pessoa com deficiência, inclusive o conceito atual, entretanto, para o conceito da LC 
142/2013, existe a necessidade da pessoa se sentir em desvantagem em relação as 
demais pessoas por enfrentar barreiras sociais. 
Importante destacar que pessoas com doença como miopia, astigmatismo ou 
hipermetropia não são consideradas deficientes visuais, porque essas doenças são 
corrigidas com cirurgia ou uso de lentes. (AMPUDIA, 2011). 
Sendo assim, uma pessoa com poucos graus de miopia não pode concorrer 
com uma pessoa cega pela mesma vaga destinada em concurso público ou vaga de 
emprego. 
Segundo o Censo demográfico Brasileiro 2010 – IBGE, existem cerca de 45,6 
milhões (23,9) de pessoas que alegam possuir algum tipo de deficiência: 
 
A deficiência visual, que atingia 35,8 milhões de pessoas em 2010, era a que 
mais acometia tanto homens (16,0%) quanto mulheres (21,4%), seguida da 
deficiência motora (13,3 milhões, 5,3% para homens e 8,5% para mulheres), 
auditiva (9,7 milhões, 5,3% para homens e 4,9% para mulheres) e mental ou 
intelectual (2,6 milhões, 1,5% para homens e 1,2% para mulheres). (IBGE, 
2010). 
 
8 
 
Diante do exposto, se faz necessário questionar qual é o alcance do conceito 
de deficiência. Ademais, não se pode deixar generalizar o conceito de deficiência, 
tendo em vista que a Convenção vai perder o seu objetivo, que é a inclusão da pessoa 
com deficiência. (TSUTSU, 2014). 
Por outro lado, se uma pessoa que tem impedimento de no mínimo 2 anos 
ininterruptos e superou as barreiras impostas pela sociedade, pode ser considerada 
pessoa com deficiência? Ou ainda, uma pessoa que não tem impedimento de no 
mínimo 2 anos ininterruptos, mas uma diferenciação em seu corpo e por essa razão 
enfrenta barreiras impostas pela sociedade, é considera pessoa com deficiência? 
 Tsutsu (2014) questiona, será que excluir do conceito de deficiente, 
consequentemente dos benefícios, as pessoas com impedimentos de longo prazo os 
que estejam plenamente inseridas na sociedade é a intenção da Convenção sobre os 
Direitos das Pessoas com Deficiência? Se vivêssemos em uma sociedade ideal e 
utopia, provavelmente seria possível. 
Em sentido retrógrado à evolução social, a redação original da Lei Orgânica da 
Assistência Social – “LOAS” conceituava pessoa com deficiência como incapaz: 
 
Art. 20. 
(...) 
§ 2º Para efeitos de concessão deste benefício, a pessoa portadora de 
deficiência é aquela incapacitada para o trabalho e para a vida independente. 
(BRASIL, 1993). 
 
Contudo, os grandes avanços do novo conceito de deficiência ocorreram na 
intenção de desassociar tais pessoas como incapazes, seja para o trabalho, seja para 
a vida independente, e não limitar o conceito ao modelo médico, aquele que a pessoa 
com deficiência tem apenas o impedimento, seja físico, mental, intelectual ou 
sensorial. (TSUTSU, 2014). 
 
1.2 DA APOSENTADORIA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. 
 
De acordo com Casimiro (2016), não está definido na LC 142/2013 quem são 
os beneficiários da aposentadoria da pessoa com deficiência, mas segundo a autora 
está definido as condições da concessão da aposentadoria. 
Diante do exposto, observa-se na referida LC as seguintes condições para a 
concessão da aposentaria: 
9 
 
 
 
Art. 3o É assegurada a concessão de aposentadoria pelo RGPS ao segurado 
com deficiência, observadas as seguintes condições: 
II - aos 29 (vinte e nove) anos de tempo de contribuição, se homem, e 24 
(vinte e quatro) anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência 
moderada; 
III - aos 33 (trinta e três) anos de tempo de contribuição, se homem, e 28 
(vinte e oito) anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência leve; 
ou 
IV - aos 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) 
anos de idade, se mulher, independentemente do grau de deficiência, desde 
que cumprido tempo mínimo de contribuição de 15 (quinze) anos e 
comprovada a existência de deficiência durante igual período. 
Parágrafo único. Regulamento do Poder Executivo definirá as deficiências 
grave, moderada e leve para os fins desta Lei Complementar. (BRASIL, 
2013). 
 
Em outras palavras, as condições exigidas na Lei Complementar da Pessoa 
com Deficiência para concessão dos benefícios após cumprida a carência mínima 
de 180 contribuições, pode ser a aposentadoria por tempo de contribuição com 
redução de 10, 6, ou 2 anos no tempo de contribuição, dependendo do grau de 
deficiência, grave, moderada ou leve, ou aposentadoria por idade, independente do 
grau de deficiência com redução de 5 anos, sendo devida aos 60 anos para homens 
e aos 55 anos para a mulheres. 
Veja-se, no Quadro 1, como é a atual divisão da aposentadoria da pessoa com 
deficiência por tempo de contribuição, segundo a lei complementar 142/2013. 
 
Quadro 110 
 
No Quadro 2, percebe-se como é realizada a aposentadoria por tempo de 
idade da pessoa com deficiência, independentemente do grau da deficiência. 
 
Quadro 2 
 
 
 
Importante destacar que a deficiência será comprovada pela perícia do 
INSS, conforme consta no artigo 424 da IN77/2015, senão vejamos: 
 
Art. 424. Compete à perícia própria do INSS, representada pela perícia 
médica previdenciária e pelo serviço social do INSS, para efeito de concessão da 
aposentadoria da pessoa com deficiência, avaliar o segurado e fixar a data provável 
do início da deficiência e seu respectivo grau, assim como identificar a ocorrência de 
variação no grau de deficiência e indicar os respectivos períodos em cada grau. 
 
 
11 
 
A avaliação será realizada, através de várias perguntas (cerca de 41), sendo 
que o resultado da avaliação indicará qual o grau de dificuldade na vida do segurado. 
(JUCÁ, 2014). 
Ainda de acordo com a autora, as perguntas são das mais variadas e 
intrigantes possíveis, tais como: a forma como a pessoa faz suas necessidades 
pessoais; relacionamentos íntimos; prepara suas refeições; cuida de suas partes do 
corpo; entre outros. 
Confirmada a existência da deficiência (leve, moderada ou grave) e a sua 
concomitância com as contribuições exigidas para o cumprimento da carência 
mínima (180 contribuições), a aposentadoria por tempo de contribuição será 
concedida ao segurado, no caso da aposentadoria por idade a deficiência independe 
do grau. (FREIRE, 2014). 
Segundo Freire (2014), no caso da conversão levará em conta o grau de 
deficiência em que o segurando cumpriu maior tempo contributivo, a chamada 
deficiência preponderante. 
Por exemplo, se o segurado for homem com dois graus de deficiência, sendo: 
Deficiência leve no período de 01/01/2006 a 31/12/2009 (4 anos); Deficiência 
moderada no período de 01/10/2010 a 31/12/2013 (3 anos). 
Neste caso, o grau preponderante é o leve e o período a ser convertido para 
esse grau de deficiência é o de 01/10/2010 a 31/12/2013, pois o segurado 
permaneceu por mais tempo contribuindo em grau de deficiência leve. Acaso fosse 
mulher, o multiplicador seria 1,17 (de moderada (24) para leve (28)). (FREIRE, 2014). 
Portanto, por deficiência preponderante não deve ser entendida como aquela 
mais grave, mas aquela em que o segurado permaneceu por maior tempo 
contribuindo. 
De acordo com Jucá (2014) quanto ao tempo de contribuição para fins de 
concessão dessa espécie de benefício, todos os períodos serão utilizados pelo 
INSS: o tempo rural, o tempo comum e o tempo especial, inclusive para fins de 
conversão. 
O tempo em que o segurado esteve em gozo de benefício por incapacidade 
também será computado, desde que intercalado com contribuições/atividade e 
comprovado que era deficiente àquela época. (JUCÁ, 2014). 
 
12 
 
CONCLUSÃO 
 
Deste modo, a aposentadoria diferenciada para a pessoa com deficiência nada 
mais é do que o reconhecimento de que essa pessoa trabalha e contribui para a 
previdência social, mas com uma enorme desvantagem competitiva no mercado de 
trabalho, em razão de sua deficiência. Acrescido a isso, leva-se em consideração que 
a pessoa com deficiência, depois de laborar determinado tempo, não tem condições 
de dar continuidade às suas atividades laborais, uma vez que esta poderá demandar 
esforços além do que sua saúde suporta. 
Destarte, esperam os segurados com deficiência que seus direitos sociais 
sejam distribuídos de forma igualitária conforme previsões constitucionais. Em caso 
de recusa de concessão do benefício de aposentadoria previsto na nova lei 
complementar, bem como na IN 77/2015, cabe a parte prejudica ingressar via judicial 
com o fito de assegurar sua tutela jurisdicional. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
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<https://novaescola.org.br/conteudo/270/deficiencia-visual-inclusao> Acesso em: 04 
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Acesso: 05 out de 2019. 
 
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14 
 
 
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