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Logística de Distribuição Prof. Carlos Márcio Vitorino Tarefa 2 - Atividade aberta Modelo de Gabarito – Respostas esperadas Modal aquaviário O transporte aquaviário se caracteriza por utilizar lagos, rios e oceanos para o deslocamento de pessoas e mercadorias dentro do mesmo país ou entre diferentes nações. Pode ser marítimo, que abrange a circulação na costa oceânica e o fluvial, que utiliza os rios navegáveis. Pode ser classificado basicamente em: Navegação de longo curso – aquela que ocorre no mar, entre dois ou mais países. É a navegação realizada entre portos de diferentes nações. Cabotagem – ocorre na nossa costa marítima (bem como em qualquer país) realizada entre portos ou pontos do território brasileiro (portos fluviais), utilizando a via marítima e as vias navegáveis interiores; Navegação interior – é a realizada em hidrovias interiores, em percurso nacional 1. Quais são suas caraterísticas operacionais? O transporte aquaviário pode ser usado para transportar produtos dos mais variados tipos e em todos os estados (sólido, líquido e gasoso), desde que devidamente armazenados. É mais recomendado para cargas de baixo valor agregado. Pode transportar grandes volumes e quantidades de uma só vez (como o modal ferroviário), bem como percorrer longas distâncias (como o modal aéreo). É um modal que permite a intermodalidade, podendo ser utilizado em conjunto com o rodoviário para chegar até o destino. Veja o exemplo de entregas de mercadorias no norte do país, onde, em alguns locais, boa parte do percurso precisa ser feito em balsas, único meio de se chegar até algumas regiões. Entretanto, tem sua disponibilidade limitada por condições climáticas ou geográficas. Outro ponto do modal aquaviário é a eficiência energética que, em comparação com outros modais, é consideravelmente maior. A figura a seguir mostra a distância em quilômetros no qual uma tonelada pode ser transportada utilizando a energia de um galão de combustível 2. Quais são as vantagens e desvantagens deste modal? 2.1. Principais vantagens a) Permite deslocar cargas de maior tamanho e em maior quantidade com menores custos associados, em comparação com o transporte aéreo ou terrestre, para deslocamentos intercontinentais; b) Transporta qualquer tipo de carga; c) Menor custo de transporte; d) Baixo risco de furtos, roubos e avarias na carga, entre outros sinistros; e) Custo de frete compensatório; f) Menos poluente, com baixa emissão de gases nocivos ao meio ambiente; g) Manutenção mais barata; h) Maior vida útil; i) Maior eficiência energética comparativamente aos modais rodoviário e aéreo. 2.2. Principais desvantagens a) Baixa velocidade de transporte, que gera prazos de entrega mais longos; b) Muita burocracia envolvida na documentação de desembaraço das cargas; c) Demanda o uso de terminais especializados na carga e descarga; d) Pouca flexibilidade da carga; e) Custo elevado com o seguro dos produtos; f) Falta de investimentos do Governo nos portos e nos processos de fiscalização para tornar a liberação mais rápida; g) Necessidade de transbordo nos portos; h) Distância dos centros de produção; i) Maior exigência de embalagens; j) Mais congestionamentos nos portos. 3. Como o transporte aquaviário se situa, atualmente, no Brasil? O Brasil possui uma das maiores redes de cursos d’água do mundo. Segundo o Boletim Estatístico da Confederação Nacional do Transporte (CNT), de fevereiro de 2019, o Brasil tem cerca de 8 mil quilômetros de costas e em torno de 42 mil km de extensão naturalmente navegável. Destes, as vias economicamente navegadas são da ordem de 20 mil km. A despeito dessa disponibilidade e levando em conta o transporte marítimo de cabotagem, o Ministério dos Transportes indica que o modo aquaviário não ultrapassa 13% de participação na matriz brasileira, ao mesmo tempo em que prevê, para o ano de 2025, uma participação de 29%, a um custo de R$ 15,8 bilhões. O estudo em desenvolvimento no Ministério dos Transportes compreende toda a rede fluvial e lacustre, com ênfase nos rios Amazonas e demais afluentes, Madeira, Araguaia/Tocantins, Juruena/Teles, Pires/Tapajós, Parnaíba, São Francisco e Tietê/Paraná, Paraguai e Taquari/Jacuí. Esse modal, como outros setores, também passou por uma reestruturação, a partir da promulgação da Lei de Modernização dos Portos em 1993, que concedeu uma maior participação privada nas operações portuárias. Apontando apenas algumas das vantagens econômicas do modo hidroviário sobre o rodoviário, o estudo federal diz que o primeiro apresenta, em relação ao segundo, eficiência energética 29 vezes superior, consumo de combustível 19 vezes menor, além de emitir seis vezes menos CO2 e 18 vezes menos NOx (contaminante atmosférico). Anexo, encontra-se o relatório “Desempenho do Setor Aquaviário”, publicado pela Gerência de Estatística e Avaliação de Desempenho, da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), publicado no 1º semestre de 2019, onde você pode encontrar a movimentação total de cargas, o perfil de carga, as principais mercadorias movimentadas e movimentação por tipo de navegação no Brasil, entre outros dados.