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ENCEFALOPATIA CRÔNICA NÃO PROGRESSIVA DA INFÂNCIA Francisco Lúcio A. Silva Docente do curso de graduação em Fisioterapia e Educação Física na UNESA Docente do curso de pós-graduação em Fisioterapia Neurológica e Traumato-ortopédica na UNESA francisco.lucio@estacio.br CONCEITO: É uma encefalopatia crônica não progressiva da infância. Caracteriza-se por alterações dos movimentos e da postura, de causa não genética, adquiridas antes, durante ou após o nascimento, até os 02 anos de idade. Em geral acompanha-se de déficits sensoriais e mental, bem como de crises convulsivas. EPIDEMIOLOGIA: Ocorre numa proporção de 03/1000 habitantes (considerando todas as formas e faixas etárias). Em 1970, Mac Intosh (Escócia: 1,2 para 1000) e em 1989, Ferrareto (Brasil: 06/1000). Sua incidência vem aumentando como consequência de alguns fatores: - Diminuição da natimortalidade na proporção de 0.5 casos para cada 100 partos; - Diminuição da neomortalidade aumentando o número de sobreviventes; - Aumento da longevidade em até 80% nos últimos 20 anos, o que aumenta o tempo de sobrevida. ETIOIOLOGIA: 1. Causas pré-natais: Doença cérebrovascular; Agentes físicos e químicos; Infecções; Fatores maternos. 2. Causas péri-natais: Anóxia peri-natal; Hemorragias intra-cranianas; Alterações metabólicas; Infecções; Icterícia precoce. 3. Causas Pós-natais: Traumatismos cranianos; Infecções; Tumores; AVC. FISIOPATOGENIA: As lesões cerebrais mais graves resultam de doença cerebrovascular seja isquêmica ou hemorrágica: Hipoperfusão cerebral Infarto de distribuição arterial Hemorragia IV As demais causas (infecções, álcool, drogas, doenças maternas, disf. placentárias) também podem simular insultos hipóxico-isquêmicos. Dependendo da idade gestacional em que ocorra a agressão as sequelas poderão ser: - Malformativas: Distúrbios da migração neuronal / Holoprosencefalia, Hidrocefalia, Lissencefalia / Dandy-Walker, S. Zellweger / Megalencefalia, Extrema microcefalia; - Destrutivas: Porencefalia, Microgiria, Ulegiria / Estado marmóreo (kernícterus) / Hidrocefalia, Hidranencefalia. FISIOPATOGENIA: As lesões cerebrais mais graves resultam de doença cerebrovascular seja isquêmica ou hemorrágica. As demais causas também podem simular insultos hipóxico- isquêmicos. Dependendo da idade gestacional em que ocorra a agressão as sequelas poderão ser: Malformativas Distúrbios da migração neuronal Lissencefalia Malformativas S. Zellweger Megalencefalia Destrutivas Porencefalia Estado marmóreo (kernícterus) INTENSIDADE DOS SINTOMAS: As alterações dos movimentos e da postura, os déficits sensoriais e mentais, bem como as convulsões, dependem de fatores agravantes e atenuantes, quais sejam: Fatores agravantes - O agente causal e a duração de sua ação; - A idade gestacional em que ocorreu a agressão; - Más condições de atendimento durante o trabalho de parto; - Maior maturidade fetal / Convulsões neonatais. Fatores atenuantes - Fatores protetores placentários e maternos genéticos; - Equipamentos hospitalares para monitorização do parto; - Boa qualificação do pessoal envolvido no atendimento perinatal; - Plano de saúde para cobertura do parto cirúrgico; - Fisioterapia neonatal / Estimulação precoce. CLASSIFICAÇÃO Na prática utiliza-se uma classificação sintomática subdividindo-as em: - Espásticas (ou piramidais) - 75% - Coreoatetósicas (ou extrapiramidais ) - Atáxicas (ou cerebelares) - Mistas - Hipotônica De acordo com o grau de comprometimento podem ser ainda classificadas em: - Monoplégicas - Diplégicas / Hemiplégicas - Paraplégicas - Tetraplégicas CLASSIFICAÇÃO - Quanto a gravidade - Leve: é definida como alterações físicas consistentes mas que não limitam atividades usuais; - Moderada: é definida como dificuldades claras em atividades diárias, muitas vezes com a necessidade de terceiros; - Grave: é definida como limitação para todas as atividades de vida diária. PROBLEMAS ASSOCIADOS - Microcefalia; - Crise convulsiva 50%; - Deficiência mental 40 a 60%; - Déficit visual (estrabismo 20 a 60% / nistagmo em crianças com ataxia) e auditiva; - Fala, linguagem e do aprendizado; - Percepção; - Complicação do aparelho respiratório; - Contraturas no tecido conjuntivo e da musculatura (geralmente ísquios-tibiais e iliopsoas); OBJETIVOS GERAIS - Alongamento de estruturas musculares retraídas; - Estimular a dissociação de cinturas pélvica e escapular; - Facilitar as posições que a criança não consegue executar ativamente; - Inibir reações associada; - Ganhar e/ou manter as amplitudes articulares; - Melhorar padrões respiratórios; - Estimular o desenvolvimento dos movimentos e padrões normais próprios da idade; - Prevenir deformidades e evitar a evolução das já existentes, o que irá impedir os movimentos ativos da criança; - Treino de equilíbrio, transferência de peso / MARCHA; - Facilitação de suas AVD's adquirindo maior independência no seu dia a dia; - Prescrição de órteses. DIAGNÓSTICO: Uma história completa dos antecedentes gestacionais e perinatais já permite uma suspeita diagnóstica; Deve-se sempre considerar a possibilidade de o fator causal já ter acontecido em fases iniciais da gestação; Muitas vezes as formas mais leves de paralisia cerebral passam despercebidas, somente se manifestando na fase de escolaridade por discretas incoordenações motoras. SINAIS DE ALERTA: Não confundir os sintomas da doença causal com os sintomas da ECI ou paralisia cerebral / Coma profundo / Grito anormal / Postura anormal (opistótono) / Hipertensão endocraniana / Assimetrias / Falta dos automatismos. EXAMES COMPLEMENTARES: - Excluir Encefalopatias progressiva: Erros inatos do metabolismo (EIM) com Teste do Pezinho PLUS; - Excluir Doenças genéticas ou cromossômicas: Cariótipo, Dosagens enzimáticas; - Ultrassonografia trans-fontanela, mais para identificação precoce das causas, visando a adoção de medidas terapêuticas e de reabilitação (estimulação precoce); - Tomografia computadorizada (TC) e/ou Ressonância magnética (RM) para confirmar malformações e/ou lesões sugestivas de sequelas pré, péri e pós-natais, nem sempre possível. - Eletroencafalograma (EEG): pouca utilidade apenas quando associado a convulsões; - Teste da Orelhinha: avaliação audiométrica; - Teste do Olhinho: avaliação oftalmológica. CONDUTAS: - Apoio perinatal e natal imediatos (UTI neonatal ); - Estimulação precoce; - Cuidados alimentares; - Equipe multidisciplinar: ortopedista / neurologista / fisioterapeuta / terapeuta ocupacional / fonoaudiólogo / oftalmologista / otorrino / nutricionista / cirurgião pediátrico / odontólogo / psicopedagogo. - Equoterapia; - Toxina botulínica; - Cursos profissionalizantes adaptados. CONDUTAS Apoio perinatal e natal imediatos (UTI-neonatal);5. Equoterapia Obrigado!
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