Prévia do material em texto
Resistência dos Materiais II Material Teórico Flexão em Barras – Reação nos Apoios Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Lincoln Ribeiro Nascimento Revisão Técnica: Prof. Me. Victor Barbosa Felix Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco • Flexão em Barras; • Tipos de Apoios em Estruturas. · Apresentar o conceito de flexão e momento fletor, incluindo as situ- ações onde ocorrem esforços de flexão e as reações nos apoios de uma barra submetida a esforços de flexão. OBJETIVO DE APRENDIZADO Flexão em Barras – Reação nos Apoios Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Flexão em Barras – Reação nos Apoios Flexão em Barras Existem diversas aplicações de Engenharia onde aparecem componentes sub- metidos a esforços de flexão. As vigas de uma estrutura metálica de uma edificação (Figura 1), por exemplo, estão submetidas a esforços de flexão. Figura 1 – Exemplo de vigas em uma estrutura metálica que estão sujeitas a esforços de flexão Fonte: iStock/Getty Images A viga móvel de uma ponte rolante, utilizada para a movimentação de cargas é também um exemplo de um corpo que está submetido a esforços de flexão, conforme pode ser visualizado na Figura 2: Figura 2 – Exemplo de uma ponte rolante Fonte: iStock/Getty Images A seguir, o esforço de flexão será estudado com mais profundidade, assim como os tipos de apoios atuantes em estruturas de Engenharia. 8 9 Esforços de Flexão Qual é a principal característica do esforço de fl exão? Ex pl or A principal característica do esforço de flexão é que esse tipo de esforço tende a “fletir” ou flexionar um corpo ou estrutura. Apesar da força, ou esforço que causa a flexão, na maioria das vezes, não atuar na direção perpendicular à área resistente do corpo, como essa força está a uma distância x do ponto de apoio da barra, o efeito da ação dessa força na área resistente corresponde a esforços combinados de tração e compressão que agem sobre essa área. Tais esforços são perpendicu- lares à área resistente da barra e, dessa forma, causam tensões normais atuantes nessa barra. Assim, a tensão atuante nesse corpo, resultado desses esforços combinados de tração e compressão, aplicados sobre a área resistente da barra, causando a sua flexão, corresponderá também a uma tensão normal (σ). Na Figura 3 é possível visualizar uma barra submetida a esforços de flexão, onde uma força F é aplicada a uma distância x do ponto de apoio A da barra, causando tração e compressão na área A da barra, flexionando-a. Figura 3 – Corpo submetido à ação de uma força provocando a fl exão desse corpo Momento Fletor A grandeza física conhecida como Momento fletor (Mf) é obtida por meio do produto – multiplicação – entre a Força (F) aplicada em um corpo e a distância (x) dessa força em relação ao apoio da estrutura, conforme ilustrado na Figura 3. Para determinar o valor da intensidade do Mf, deve-se utilizar a seguinte equação: Mf = F × x 9 UNIDADE Flexão em Barras – Reação nos Apoios Onde: • F → força atuante no corpo. • x → distância entre os pontos de aplicação da força e de apoio da estrutura. • Mf → momento fletor. Quanto às Unidades de Medida (SI): [F] = N. [x] = m. [Mf] = N ∙ m. Dessa forma, é possível concluir que, quanto maior a intensidade da força aplicada no corpo submetido à flexão, maior será a intensidade do momento fletor. Da mesma forma, quanto maior a distância entre o ponto de aplicação da força e o ponto de apoio da estrutura, maior será a intensidade do momento fletor. Em uma barra submetida à flexão, é possível aumentar o efeito da força aplicada na barra sem se ampliar a intensidade dessa força?Ex pl or Assim, é possível aumentar o efeito da força aplicada em um corpo submetido à flexão, simplesmente aumentando a distância entre os pontos de aplicação da força e de apoio da estrutura, pois, dessa forma, conseguirá obter o aumento da intensidade do momento fletor causado por essa força. Por que, para uma viga muito comprida, são colocados diversos pilares de sustentação? Ex pl or É por esse motivo, por exemplo, que quando uma viga de uma estrutura é muito comprida, são colocados diversos pilares para sustentar essa viga. Quanto mais pilares forem colocados, menor será a distância entre os apoios e, dessa forma, menor será também o esforço de flexão em cada trecho da viga entre os apoios. Na Figura 4 é possível visualizar um exemplo de ponte com diversos pilares de sustentação das vigas: Figura 4 – Exemplo de ponte com diversos pilares de sustentação das vigas Fonte: iStock/Getty Images 10 11 Tipos de Apoios em Estruturas As estruturas de Engenharia, em diversas ocasiões, precisam estar apoiadas em outras estruturas, de forma a se manterem em equilíbrio estático. As estruturas que servem de apoio para outras estruturas são chamadas, simplesmente, de apoios. Uma vez que, por exemplo, uma viga está suportada em dois apoios, a carga ali atuante será transferida para tais apoios. Assim, esses apoios devem estar preparados para resistir a tais cargas, ou seja, devem “reagir” às cargas aplicadas. Isso vem ao encontro com o que afirma a Terceira Lei de Newton da Mecânica: “Para toda força aplicada em um corpo existe uma reação de igual intensidade e com sentido contrário”. Assim, as forças atuantes nos apoios de uma estrutura são, na verdade, reações às cargas – forças – atuantes na estrutura que está suportada nesses apoios. Essas características dos apoios servem como bases para afirmar que existem três tipos de apoio que podem ser utilizados em estrutu- ras de Engenharia: • Apoio móvel: é capaz de reagir a esfor- ços em apenas uma única direção, ou seja, apresenta somente uma reação, na dire- ção horizontal ou vertical. Como exemplo de apoio móvel é possível citar uma viga que está simplesmente suportada sobre um pilar, sem qualquer tipo de fixação, conforme pode ser visualizado na Figura 5. Neste caso, o pilar de tijolos poderáre- agir a esforços apenas na direção vertical; Figura 5 – Exemplo de apoio móvel: viga “apenas” apoiada em um pilar Fonte: iStock/Getty Images • Apoio fixo: é capaz de reagir a esforços em até duas direções de forma si- multânea, ou seja, apresenta duas reações, uma na direção horizontal e outra no sentido vertical, ambas concomitantes. Como exemplo de apoios fixos é possível citar barras que estão “articuladas”, fixadas entre si através de pinos, conforme pode ser visualizado na Figura 6. Neste caso, os pinos, de forma isolada, impedem o movimento das barras em duas direções (vertical e hori- zontal); porém, tais pinos não evitam, por exemplo, a rotação de uma barra em relação à outra; • Apoio engastado: assim como o apoio fixo, o engastado é capaz de reagir a esforços em até duas direções, horizontal e vertical, de forma simultânea. Além disso, esse tipo de apoio também resiste a esforços que possam causar rotação na estrutura, ou seja, momentos. Assim, tal apoio apresenta, na ver- dade, três reações, uma na direção horizontal e outra na direção vertical, mais um momento reativo, tudo concomitante. Como exemplo de apoios fixos é possível citar barras que estão fixadas entre si através de soldagem, ou ainda 11 UNIDADE Flexão em Barras – Reação nos Apoios por meio de parafusos, conforme pode ser visualizado na Figura 7. Nes- te caso, os parafusos impedem o movimento das barras em duas direções (vertical e horizontal), impossibilitando também a rotação de uma barra em relação à outra. Figura 6 – Exemplo de apoios fixos: barras articuladas através de pinos Fonte: iStock/Getty Images Figura 7 – Exemplo de apoios engastados: barras fixadas através de parafusos Fonte: iStock/Getty Images Ademais, no Quadro 1 é possível visualizar os três tipos de apoio que podem ser utilizados em estruturas e, também, a simbologia aplicada, além de exemplos de aplicação de cada tipo: Quadro 1 – Tipos de apoio em estruturas Tipos de apoio Símbolo Exemplo Representação Quantidade de reações Móvel Apoios MóveisApoios MóveisApoios Móveis Uma reação: horizontal ou vertical 12 13 Tipos de apoio Símbolo Exemplo Representação Quantidade de reações Fixo Apoio Móvel Apoio Fixo (Articulação) Apoio Móvel Apoio Fixo (Articulação) Apoio Móvel Apoio Fixo (Articulação) Duas reações: uma horizontal e uma vertical Engastado Apoio EngastadoApoio Engastado Apoio Engastado Três reações: uma horizontal, uma vertical e um momento De acordo com a quantidade de apoios, uma barra pode ser classificada em três tipos: • Barra em “balanço”: neste caso, a barra está apoiada em apenas uma extre- midade, com um apoio do tipo engastado, conforme pode ser visualizado na Figura 8: Figura 8 – Exemplo de barra engastada Fonte: Wikimedia Commons • Barra biapoiada: neste caso, a barra está suportada em dois apoios, conforme pode ser visualizado na Figura 9: Figura 9 – Exemplo de barra biapoiada Fonte: Wikimedia Commons • Barra contínua: neste caso, a barra está suportada em diversos apoios. 13 UNIDADE Flexão em Barras – Reação nos Apoios Determinação das Reações nos Apoios em Estruturas Qual é o principal objetivo de um apoio em uma estrutura? Ex pl or O principal objetivo de um apoio em uma estrutura de Engenharia é manter essa estrutura em equilíbrio estático. Para tanto, a mesma deve possuir velocidade igual a zero em todas as direções. Além disso, não deve possuir movimento de rotação, ou seja, velocidade angular igual a zero. Dessa forma, para uma estrutura manter- se em equilíbrio estático, deve atender às seguintes equações: • A soma das forças na horizontal deve ser igual a zero: se esta condição for atendida, não haverá movimento na direção horizontal. Se adotar a direção hori- zontal, como direção x, tal condição poderá ser descrita por meio desta equação: ΣFx = 0 • A soma das forças na vertical deve ser igual a zero: se esta condição for atendida, não haverá movimento na direção vertical. Se adotar a direção vertical, como direção y, tal condição poderá ser descrita através da seguinte equação: ΣFy = 0 • A soma dos momentos em qualquer ponto deve ser igual a zero: se esta con- dição for atendida, em qualquer ponto de uma estrutura, não haverá movimento de rotação na estrutura. Tal condição poderá ser descrita por esta equação: ΣM = 0 A seguir, essas três equações serão exemplificadas em alguns exemplos de aplicação para a determinação de cada reação nos apoios de estruturas. Exemplos de Aplicação Exemplo 1: Calcular as reações nos apoios da viga biapoiada da Figura, a qual submetida a uma força F igual a 400 N. F BA 3m 2m Figura 10 14 15 Primeiro passo – desenhar as possíveis reações nos apoios da estrutura. Ao analisar a representação da viga, torna-se possível observar que o apoio A é móvel (1 reação) e que o apoio B é fixo (2 reações). Assim, como a força F age na direção vertical para baixo, adota-se que as reações verticais (RVA e RVB) devem ser “para cima”, de forma a manter a estrutura em equilíbrio. Por outro lado, não há forças agindo na direção horizontal, de modo que foi adotado um sentido para a reação horizontal no apoio B (RHB), porém, será visto posteriormente que tal reação é nula. Ademais, tais reações estão representadas na seguinte Figura: F B RHA 3m 2m B RVBRVA Figura 11 Onde: • RVA → Reação Vertical no Apoio A. • RVB → Reação Vertical no Apoio B. • RHB → Reação Horizontal no Apoio B. Segundo passo – aplicar a equação de equilíbrio estático na direção horizontal. Para efetuar o somatório de forças na direção horizontal, será adotada a seguinte convenção de sinais: • Forças para a direita: sinal positivo. • Forças para a esquerda: sinal negativo. ΣFx = 0 – RHB = 0 Ou ainda: RHB = 0 Ou seja, como não há forças horizontais atuando sobre a viga, a reação horizontal no apoio B também é nula. Terceiro passo – aplicar a equação de equilíbrio estático na direção vertical. Para efetuar o somatório de forças na direção vertical será adotada a seguinte convenção de sinais: • Forças para cima: sinal positivo. • Forças para baixo: sinal negativo. 15 UNIDADE Flexão em Barras – Reação nos Apoios ΣFy = 0 + RVA – 400N + RVB = 0 RVA + RVB = 400 N (Equação I). Como a Equação I possui duas incógnitas (RVA e RVB), ainda não é possível resolvê-la. Quarto passo – aplicando a equação de equilíbrio estático para a soma dos momentos ao redor de um dos apoios (no caso, foi adotado o apoio A). Para efetuar o somatório dos momentos ao redor do apoio A será adotada a seguinte convenção de sinais: • Momentos no sentido horário: sinal positivo. • Momentos no sentido anti-horário: sinal negativo Ao analisar o desenho, verifica-se que a reação RVA não causa momento no apoio A, ou seja, não faz o ponto A “girar”, pois essa reação passa pelo ponto A – a distância em relação ao ponto A é igual a zero. O mesmo acontece com a reação horizontal RHB. A força F = 400 N está aplicada a 3 m do apoio A, fazendo com que exista uma tendência do ponto A girar no sentido horário – sinal positivo. O momento será obtido multiplicando-se a intensidade da força F (400 N) pela distância (3 m). A reação RVB está aplicada a 5 m do apoio A, fazendo com que exista uma tendência do ponto A girar no sentido anti-horário – sinal negativo. O momento será obtido multiplicando-se a intensidade da força RVB pela distância (5 m). ΣMA = 0 + 400 N . 3 m – RVB . 5 m = 0 400 N . 3 m = + RVB . 5 m 400 3 5 N m m RVB .�� � �= 240 N = RVB Importante! Como o resultado da reação RVB foi positivo, pode-se concluir que o sentido inicial- mente adotado para essa reação – para cima – está correto. Caso o sinal fosse nega- tivo, ao término do exercíciocompleto, tornar-se-ia necessário corrigir o sentido da reação no desenho. Importante! 16 17 Quinto passo – substituindo o valor de RVB na Equação I. RVA + RVB = 400 N (Equação I) RVA + 240 N = 400 N RVA = 400 N – 240 N RVA = 160 N Importante! Como o resultado da reação RVA foi positivo, pode-se concluir que o sentido inicial- mente adotado para essa reação – para cima – também está correto. Caso o sinal fosse negativo, ao término do exercício completo, seria igualmente necessário cor- rigir o sentido da reação no desenho. Importante! Exemplo 2: Calcular as reações nos apoios da viga biapoiada da Figura, a qual submetida a uma força F igual a 300 N. F BA 1m 4m Figura 12 Primeiro passo – desenhar as possíveis reações nos apoios da estrutura. Ao analisar a representação da viga, torna-se possível observar que o apoio A é fixo – duas reações – e que o apoio B é móvel – uma reação. Assim, como a força F está agindo na direção vertical para baixo, adota-se que as reações verticais (RVA e RVB) devem ser “para cima”, de forma a manter a estrutura em equilíbrio. Por outro lado, não há forças agindo na direção horizontal. Desse modo, foi adotado um sentido para a reação horizontal no apoio A (RHA), porém, será visto posteriormente que tal reação é nula. Ademais, as reações estão representadas na seguinte Figura: 17 UNIDADE Flexão em Barras – Reação nos Apoios F BA 1m 4m RVBRVA RHA Figura 13 Onde: • RVA → Reação Vertical no Apoio A. • RVB → Reação Vertical no Apoio B. • RHA → Reação Horizontal no Apoio A. Segundo passo – aplicar a equação de equilíbrio estático na direção horizontal. Para efetuar o somatório de forças na direção horizontal será adotada a seguinte convenção de sinais: • Forças para a direita: sinal positivo. • Forças para a esquerda: sinal negativo. ΣFx = 0 + RHA = 0 Ou ainda: RHA = 0 Ou seja, como não há forças horizontais atuando sobre a viga, a reação horizontal no apoio A também é nula. Terceiro passo – aplicar a equação de equilíbrio estático na direção vertical. Para efetuar o somatório de forças na direção vertical será adotada a seguinte convenção de sinais: • Forças para cima: sinal positivo. • Forças para baixo: sinal negativo. ΣFy = 0 + RVA – 300N + RVB = 0 RVA + RVB = 300 N (Equação I). Como a Equação I possui duas incógnitas (RVA e RVB), ainda não é possível resolvê-la. 18 19 Quarto passo – aplicando a equação de equilíbrio estático para a soma dos momentos ao redor de um dos apoios (no caso, foi adotado o apoio A). Para efetuar o somatório dos momentos ao redor do apoio A será adotada a seguinte convenção de sinais: • Momentos no sentido horário: sinal positivo. • Momentos no sentido anti-horário: sinal negativo. Ao analisar o desenho, é possível verificar que a reação RVA não causa momento no apoio A, ou seja, não o faz “girar”, pois essa reação passa pelo ponto A – a distância em relação a esse ponto é igual a zero. O mesmo acontece com a reação horizontal RHA. A força F = 300 N está aplicada a 1 m do apoio A, fazendo com que exista uma tendência de o ponto A girar no sentido horário – sinal positivo. O momento será obtido multiplicando-se a intensidade da força F (300 N) pela distância (1 m). A reação RVB está aplicada a 5 m do apoio A, fazendo com que exista uma tendência de o ponto A girar no sentido anti-horário – sinal negativo. O momento será obtido multiplicando-se a intensidade da força RVB pela distância (5 m). ΣMA = 0 +300 N . 1 m – RVB . 5 m = 0 300 N . 1 m = + RVB . 5 m 300 1 5 � �.�� � � N m m RVB= 60 N = RVB Importante! Como o resultado da reação RVB foi positivo, pode-se concluir que o sentido inicialmente adotado para essa reação – para cima – está correto. Importante! Quinto passo – substituindo o valor de RVB na Equação I RVA + RVB = 300 N (Equação I) RVA + 60 N = 300 N RVA = 300 N – 60 N RVA = 240 N 19 UNIDADE Flexão em Barras – Reação nos Apoios Importante! Como o resultado da reação RVA foi positivo, pode-se concluir que o sentido inicialmente adotado para essa reação – para cima – também está correto. Importante! Exemplo 3: Calcular as reações nos apoios da viga biapoiada da Figura, submetida a uma força F igual a 400 N. F 60º BA 1m 4m Figura 14 Primeiro passo – decompor a força F em suas componentes horizontal (Fx) e (Fy) vertical . Como a força atuante na viga é inclinada, torna-se necessário decompor a força F utilizando um triângulo-retângulo, da seguinte forma: Hipotenusa F Cateto oposto Fy Cateto adjacente Fx Figura 15 O seno de 60º será dado por: sen cateto oposto hipotenusa sen F F sen F N y y60 60 60 400 º º º= → = → = 20 21 400 N ⋅ sen 60º = Fy 400 N ⋅ 0,866 = Fy 346,4 N = Fy O cosseno de 60º será dado por: cos º cos º cos º60 60 60 400 = → = → = cateto adjacente hipotenusa F F F N x x 400 N ⋅ cos 60° = Fx 400 N ⋅ 0,5 = Fx 200 N = Fx Segundo passo – desenhar as possíveis reações nos apoios da estrutura. Ao analisar a representação da viga, observa-se que o apoio A é fixo – com duas reações – e que o apoio B é móvel – com uma reação. Assim, como a força Fy age na direção vertical para baixo, adota-se que as reações verticais (RVA e RVB) devem ser “para cima”, de forma a manter a estrutura em equilíbrio na direção vertical. Por outro lado, a força Fx age na direção horizontal para a esquerda, de modo que foi adotada a reação horizontal no apoio A (RHA), devendo ser para a direita, ou seja, mantendo a estrutura em equilíbrio na direção horizontal. Tais reações estão representadas na seguinte Figura: Fy Fx BA 1m 4m RVBRVA RHA Figura 16 Onde: • RVA → Reação Vertical no Apoio A. • RVB → Reação Vertical no Apoio B. • RHA → Reação Horizontal no Apoio A. Terceiro passo – aplicar a equação de equilíbrio estático na direção horizontal. Para efetuar o somatório de forças na direção horizontal será adotada a seguinte convenção de sinais: • Forças para a direita: sinal positivo. • Forças para a esquerda: sinal negativo. 21 UNIDADE Flexão em Barras – Reação nos Apoios Importante! Como o resultado da reação RHA foi positivo, pode-se concluir que o sentido inicialmente adotado para essa reação – para a direita – está correto. Importante! Quarto passo – aplicar a equação de equilíbrio estático na direção vertical. Para efetuar o somatório de forças na direção vertical será adotada a seguinte convenção de sinais: • Forças para cima: sinal positivo. • Forças para baixo: sinal negativo. ΣFy = 0 + RVA – Fy + RVB = 0 + RVA – 346,4 N + RVB = 0 RVA + RVB = 346,4 N (Equação I) Como a Equação I possui duas incógnitas (RVA e RVB), ainda não é possível resolvê-la. Quinto passo – aplicando a equação de equilíbrio estático para a soma dos momentos ao redor de um dos apoios (no caso, foi adotado o apoio A). Para efetuar o somatório dos momentos ao redor do apoio A será adotada a seguinte convenção de sinais: • Momentos no sentido horário: sinal positivo. • Momentos no sentido anti-horário: sinal negativo. Ao analisar o desenho é possível verificar que a reação RVA não causa momento no apoio A, ou seja, não o faz “girar”, pois essa reação passa pelo ponto A – cuja dis- tância é igual a zero. O mesmo acontece com a reação horizontal RHA e a força Fx. A força Fy = 346,4 N está aplicada a 1 m do apoio A, fazendo com que exista uma tendência de o ponto A girar no sentido horário – sinal positivo. O momento será obtido multiplicando a intensidade da força Fy = 346,4 N pela distância (1 m). A reação RVB está aplicada a 5 m do apoio A, fazendo com que exista uma tendência de o ponto A girar no sentido anti-horário – sinal negativo.O momento será obtido multiplicando a intensidade da força RVB pela distância (5 m). 22 23 ΣMA = 0 + Fy . 1 m – RVB . 5 m = 0 +346,4 N . 1 m – RVB . 5 m = 0 346,4 N . 1 m = + RVB . 5 m 346 4 1 5 , � .�� � � N m m RVB= 69,28 N = RVB Importante! Como o resultado da reação RVB foi positivo, pode-se concluir que o sentido inicialmente adotado para essa reação – para cima – está correto. Importante! Sexto passo – substituindo o valor de na Equação I RVA + RVB = 346,4 N (Equação I) RVA + 69,28 N = 346,4 N RVA = 346,4 N – 69,28 N RVA = 277,12 N Importante! Como o resultado da reação RVA foi positivo, pode-se concluir que o sentido inicialmente adotado para essa reação – para cima – também está correto. Importante! 23 UNIDADE Flexão em Barras – Reação nos Apoios Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Mecânica Técnica e Resistência dos Materiais Como Material complementar, leia o segundo capítulo (p. 39-42) da obra de Sarkis Melconiam, intitulada Mecânica técnica e resistência dos materiais, disponível na Biblioteca Virtual da Universidade, no item E-books – Minha Biblioteca. Nesse texto é apresentada uma abordagem sobre os tipos de apoios – vínculos – de estruturas. Para acessar essa obra, percorra o seguinte abaixo. Fundamentos de Resistência dos Materiais Leia também o terceiro capítulo (p. 35-53) da obra de Antônio Carlos da Fonseca Bragança Pinheiro e Marcos Crivelaro, intitulada Fundamentos de resistência dos materiais, disponível na Biblioteca Virtual da Universidade, no item E-books – Minha Biblioteca. Nesse texto são apresentadas as equações de equilíbrio estático de estruturas e exemplos de aplicação. Para acessar essa obra, percorra o seguinte caminho: Após entrar em sua área do aluno, no menu à esquerda da tela, clique em Serviços, depois em Biblioteca e, no centro da tela, clique em E-books – Minha Biblioteca. No topo da tela que abrirá haverá um campo de busca para autor, título, assunto etc. Nesse espaço, digite resistência dos materiais e clique na obra indicada, a qual aparecerá como resultado. Vídeos Resistência dos Materiais - Aula 02 - Definição de esforços solicitantes Ademais, assista ao que trata dos esforços solicitantes em estruturas. https://youtu.be/1XODnxJnd_A Resistência dos Materiais - Aula 01 - Estática das estruturas: definições gerais Finalmente, assista também ao vídeo que trata de estática em estruturas. https://youtu.be/ND2qMgUniEk 24 25 Referências HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. MELCONIAN, S. Mecânica técnica e resistência dos materiais. 19. Ed. São Paulo: Érica, 2013. PEREIRA, C. P. M. Mecânica dos materiais avançada. Rio de Janeiro: Inter- ciência, 2014. PINHEIRO, A. C. da F. B. P.; CRIVELARO, M. Fundamentos de resistência dos materiais. Rio de Janeiro: LTC, 2016. 25