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1 SISTEMA ATMS DE DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL Esse sistema de diagnóstico leva em conta a interconexão de todos os sistemas fisiológicos do organismo, e busca as origens dos chamados desequilíbrios funcionais. Para tal, o nutricionista invetiga em sua anamnese, os Antecedentes, os Triggers (gatilhos), Mediadores (que afetam esses sistemas) e os Sintomas (que o desequilíbrio funcional gera). Em seguida, iremos abordar cada componente do sistema ATMS de diagnóstico: 1.Antecedentes Nada mais são do que fatores de risco, relacionados à história familiar e de vida do paciente, podendo ser divididos da seguinte forma: A)Antecedentes – fatores genéticos: a suscetibilidade ao desenvolvimento de doenças reside na associação de genética + fatores ambientais. Estudos mostram que eventos a que o individuo é exposto na vida intrauterina e nos 1ºs meses de vida, o predispõem ao desenvolvimento de doenças crônicas na vida adulta, devido a uma programação metabólica que ele sofre em adaptação a esses eventos. Neste contexto temos os seguintes exemplos: - Desnutrição materna no 1º trimestre de gestação: relacionada à obesidade e HAS na vida adulta do filho - Desmame precoce: promove desequilíbrio no eixo de regulação da fome-saciedade, reduzindo a capacidade de controle do apetite, pois a leptina (que nos primeiros meses de vida está em níveis baixos na criança) é o principal hormônio da saciedade e precisa ser passada para criança pelo leite materno. Essa desregulação contribui para obesidade na 1ª infância e na vida adulta. - fumo na gestação: promove uma sobrecarga no sistema imunológico da criança, contribuindo para asma, doenças alérgicas, resposta ineficaz às vacinas e câncer - baixa ingestão proteica na gestação: favorece HAS na vida adulta da criança - exposição à chumbo: aterosclerose e doenças neurodegenerativas B)Antecedentes – hipersensibilidade alimentar ou alergia alimentar: Gera uma resposta imunológica que altera a função intestinal, liberando substâncias que atuam como gatilhos para diversas desordens, tais como: Respiratórias Asma, sinusite crônica e alérgica, coriza e congestão nasal constante. Cardiovasculares Edema, taquicardia, inflamação em vasos coronários. Gastrointestinais Doença celíaca, diarreia crônica, constipação, cólicas, ulceras duodenais, gastrite, indigestão, síndrome do cólon irritável, síndrome de má absorção, náuseas. Imunológica Otites de repetição. Mental e emocional Déficit de atenção, ansiedade, depressão, perda de memória, hiperatividade. Musculo esquelético Dores articulares e mialgias. Cutâneas Eczema, psoríase, urticária, dermatites. Outros Enxaqueca. As reações adversas aos alimentos podem gerar quadros de alergia alimentar (mediada por IgE), hipersensibilidade alimentar (mediada por IgG, IgM, IgA, IgE e cels T) e intolerância (deficiência metabólica, por exemplo intolerância à lactose por deficiência de lactase), que causarão manifestações clínicas distintas: Alergia: estumulam uma cascata de citocinas, com liberação de histamina e sintomas imediatos, tais como: obstrução nasal, asma, náuseas, câimbras abdominais, diarreia, anafilaxia etc. Hipersensibilidade: predominantemente mediadas por IgG,, geram sintomas crônicos, que demoram a se manifestar. Ocorre a formação de imunocomplexos, que se depositam e agridem a mucosa intestinas, aumentando sua permeabilidade a macromoléculas (PTN não digerida) que vão causar a sintomatologia, gerando um ciclo vicioso. Antecedentes – Hábitos alimentares: Já se identificaram alguns alimentos/nutrientes, cujo excesso ou deficiência, seria capaz de ativar a transcrição do NFkB (nuclear factor kappa Beta), que é responsável pelo aumento da expressão de genes pró-inflamatórios. Essa dieta “pró- inflamatória”, induz ao maior risco de câncer, obesidade, dislipidemia, DM tipo 2 e doenças neurodegenerativas. 2.Triggers (gatilhos) Os gatilhos são acionados pelo estresse, radiação, estresse oxidativo, traumas, lipopolissacarideos bacterianos (LPS), vírus e parasitas.Uma vez acionados os gatilhos estimulam o NFkB, que por sua vez estimula a síntese de citocinas como TNF-alfa e interleucina-1. As bactérias que translocam de um intestino com aumento de permeabilidade, são capazes então de estimular a inflamação e por conta disto, o intestino é de fundamental importância não só no tratamento, quanto na prevenção do surgimento de doenças crônicas não transmissíveis. No grupo dos vírus, já se sabe que o citomegalovirus está associado à aterogenese. Isto porque os anticorpos que atuam contra o vírus, ativam genes que codificam moléculas de adesão (VCAM e ICAM) e citocinas. NUTRIÇÃO CLÍNICA FUNCIONAL Prof. José Aroldo Filho goncalvesfilho@nutmed.com.br Outros fatores associados ao aumento de permeabilidade intestinal: ingestão excessiva de álcool, quimio e corticoterapia, estresse excessivo, consumo excessivo de carboidratos simples, jejum, infecções intestinais, uso de AINE, deficiência de micronutrientes, parto prematuro, introdução de alimentação complementar antes de 4 meses de vida. 2 1.Mediadores Quaisquer substancias que gere os sintomas, a destruição dos tecidos e o comportamento em relação às doenças. Os mediadores mais estudados e de maior relevância clinica são os mediadores bioquímicos envolvidos na inflamação (hormônios, neurotransmissores, neuropeptideos, citocinas e radicais livres. Quadro 1: Resumo do sistema ATMS Antecedentes Fatores de risco, relacionados à história familiar e de vida do paciente Triggers Gatilhos ambientais, como estresse, micróbios etc Mediadores Qualquer sustância causadora dos sintomas. Principais mediadores são os bioquímicos (radicais livres, hormônios, citocinas, neurotransmissores) Sintomas Resultado da disfunção funcional de sistemas, causada pelos mediadores ESTRESSE OXIDATIVO E METABOLISMO ENERGÉTICO Os danos oxidativos causados em lipídios, proteínas e no DNA são irreparáveis e levam a disfunções celulares que aumentam o risco para desenvolvimento de doenças. Além disso, o estresse oxidativo também está relacionado à indução da expressão gênica do NFk-B e de oncogenes. Há inúmeras maneiras através das quai os radicais livres (RL) podem ser produzidos (beta oxidação de ácidos graxos, metabolismo da citocromo P-450, produção por células fagociticas contra patógenos. O tecido adiposo é o local de maior armazenamento de toxinas que são capazes de gerar RL, por este motivo, ao fazer uma dieta de emagrecimento, é importante que se faça uma dieta de detoxificante, já que na lipólise serão liberadas muitas toxinas. O estresse oxidativo pode gerar danos às células, através de diferentes mecanismos. São eles: 1)Oxidação de lipídios: a membrana celular é formada de lipídios, que são as substancias mais suscetíveis ao ataque dos RL. Mediadores de inflamação, endotoxinas bacterianas (LPS), angiotensina II, força de cisalhamento de fluxo (ocorre na hipertensão) e a própria LDL oxidada, aumentam a expressão do LOX-1 (receptor nos macrófagos para LDL-ox), o que favorece a maior captação de LDLoxidada pelos macrófagos que se tornam células espumosas, dando início ao processo aterogênico. Além disso, a captação de LDLoxidada pela LOX-1, ativa o NFk-B, qu aumenta, por sua vez, a síntese de citocinas pró-inflamatórias. Marcadores de peroxidação lipídica: São os TBARS e F2 – isoprostanos (8-iso-PGF2-alfa), que são dosados na urina. Alimentos que diminuem TBARS: suco de tomate (rico em licopeno), Spirulina Máxima (rica em ácidos fenólicos, tocoferol e beta caroteno), bebida à base de soja. Alimentos que diminuem F2-isoprostanos: vitaminas Ce E, extrato de chá verde, extrato de semente de uva, extrato de fruta de oliva, Omega 3, licopeno, vinagre de persimmon (fruta da coreia do sul), inhame e brócolis. 2)Oxidação do DNA: O DNA mitocondrialé mais sucetível à oxidação devido à proximidade com o local de maior geração de RL, que é justamente na mitocôndria, no processo de respiração celular. Marcadores de dano oxidativo do DNA: o marcador mais útil é o 8OHdG urinário. Alimentos que diminuem 8OHdG: couve de Bruxelas, brócolis (ricos em glicosinolatos), chá verde, suco de tomate ou licopeno isolado, bebida à base de soja ou suplemento de isoflavona. 3)Oxidação de Proteínas: contribui de forma significativa para o estresse oxidativo, uma vez que afeta a sinalização celular, a estrutura da célula e processos enzimáticos do metabolismo. O mais abundante produto da oxidação proteica é a proteína carbonila. Ela favorece a iniibição do processo proteolitico possuindo impacto direto no envelhecimento e no aparecimento de doenças. Marcadores de oxidação de proteínas: carbonil plasmático. O livro cita que podem ser usados outros métodos de dosagem de carbonil, mas não informa quais. Alimentos que diminuem Carbonil: ácido lipóico, dietas ricas em frutas, verduras, óleos essenciais, oleaginosas, sementes e cereais integrais. ENZIMAS ANTIOXIDANTES Para se proteger do dano oxidativo, as células possuem mecanismos antioxidantes não enzimáticos (vit. E, A, C, glutationa, ácido úrico) e enzimáticos (superoxido dismutase –SOD, catalase-CAT, glutationa peroxidase – GSH-Px, glutationa-S-transferase – GST, glutationa sintetase e glutationa redutase. 1. SOD: Responsável pela redução do radical superoxido a peróxido de hidrogênio, que rapidamente será removido pela atividade da CAT e GSH-Px, já que é também um radical livre deletério. O açaí é a fruta com maior poder antioxidante CONTRA O SUPEROXIDO (e não contra todos os RL), já que é o alimento com maior quantidade de SOD. Os polifenois do vinho tinto , a isoflavona da soja e a cúrcuma também aumentam a atividade desta enzima. A silimarina atua evitando redução da atividade desta enzima. 2. CAT: responsável pela neutralização do peróxido de hidrogênio, formando água e oxigênio. Tem sua atividade, assim como as demais enzimas antioxidantes, prejudicada pelo fumo, radiação e ozônio. A silimarina atua evitando redução da atividade desta enzima. 3. Enzimas dependentes da glutationa: removem peróxido de hidrogênio e detoxificam xenobioticos nocivos. Essas enzimas são selenoroteínas e portanto para seu adequado funcionamento, é importante a manutenção de um adequado status de selênio orgânico. Além disso, alguns alimentos já foram identificados como capazes de modular a atividade dessas enzimas e são eles: ATENÇÃO: A vit. E é considerada o mais potente antioxidante lipossolúvel e a glutationa o mais potente hidrossolúvel. 3 a. Extrato de alho envelhecido: aumenta a capacidade antioxidante da GSH-Px b. Vinho tinto e soja: rico em polifenóis e isoflavonas respectivamente, atuam aumentando a atividade da GSH- Px e glutationa redutase. c. silimarina: atua evitando redução da atividade da GSH- Px d. Cúrcuma: aumenta a atividade da GSH-pX, aumenta a expressão gênica glutationa em culturas de células de ratos. ALERGIA ALIMENTAR 1. Reações GASTROINTESTINAIS das hipersensibilidades alimentares • DRGE: Quando se inicia em lactentes com a introdução do leite de vaca ou a que não responde ao tratamento habitual, pode ter fundo alérgico. As manifestações clínicas incluem, alem do refluxo, inapetência, recusa alimentar, náuseas, vômitos e dores abdominais. Nessas circunstancias, há uma pronta resposta clínica quando é feita a exclusão da proteína suspeita, comprovando o fundo alérgico da manifestação. • Esofagite e gastrenterite eosinofilica alérgica (EEA e GEA): pode ser alergia mediada ou não por IgE e carateriza-se por infiltração de eosinofilos em esôfago, estomago e/ou paredes intestinais. A EEA é vista mais na infância e adolescência, enquanto a GEA é mais comum em bebes. Sintomas da EEA: náusea, disfagia, vomito e dor epigástrica Sintomas GEA: estenose pilórica com vômitos pós prandiais em jato. • Proctocolite induzida por PTN alimentar: Trata-se de outra desordem gastrointestinal eosinofílica, mas parece envolver somente mecanismos não mediados por IgE. As lesões são limitadas a colon distal e há edema de mucosa. Está geralmente presente nos primeiros meses de vida devido às PTN alimentares que passam pelo leite materno ou por fórmulas a base de soja ou leite de vaca. As crianças parecem saudáveis e possuem bom crescimento, mas identifica-se o problema pela presença microscópica ou grosseira de sangue nas fezes. • Constipação intestinal crônica refratária e Sindrome do intestino irritável (SII): Quando apresentam fundo alérgico, são refratárias aos tratamentos habituais e o alimento causador mais envolvido é o leite de vaca. No caso da SII também os grãos são comuns causadores. 2. Reações CUTÂNEAS das hipersensibilidades alimentares: Urticária aguda e angioedema são os mais comuns sintomas das alergias induzidas por alimentos. 3. Reações RESPIRATÓRIAS das hipersensibilidades alimentares A ocorrência de manifestações respiratórias associadas à alergia alimentar é estimada em 20 a 30%. Alergia alimentar tardia: Podem causar pólipos nasais, asma, otite crônica secretória, otite media crônica, obstrução nasal, sinusite recorrente ou crônica Alergia alimentar imediata: pólipos nasais e asma. Sintomas asmáticos induzidos por alimentos devem ser suspeitados em pacientes com asma refratária e história de dermatite atópica, história de DRGE e alergia alimentar. 4. Reações NEUROPSIQUIÁTRICAS das hipersensibilidades alimentares Muitos estudos associam a ocorrência de Esclerose múltipla, DM tipo 1 (autoimune), artrite reumatoide e Lupus à uma reação contra antígenos alimentares. Neste contexto, parece que os principais antígenos seriam glúten e proteína do leite de vaca. DIETAS DE ELIMINAÇÃO PASSO 1: eliminar alimentos suspeitos 1. Dieta de eliminação Padrão: Nesta dieta, os alimentos suspeitos são eliminados por duas semanas ou até que os sintomas desapareçam. Caso não haja desaparecimento dos sintomas, deve-se fazer a dieta de eliminação restrita. Seguem abaixo os dois tipos de dietas padrão de de eliminação. 4 2.Dieta de eliminação modificada: Dieta desenvolvida pelos profissionais do Functional Medicine Research Center, exclui os alimentos com maior incidência de reações alimentares tardias, de acordo com as pesquisas do instituto. Nesta dieta, todos os alimentos são eliminados de formasimultânea, por um mínimo de 30 dias e normalmente não precisa ser por mais de 60 dias. Segue abaixo tabela com os alimentos permitidos e a serem evitados. 5 PASSO 2: Reintrodução dos alimentos Os alimentos podem ser reintroduzidos em grupo ou individualmente, por exemplo, pode-se reitroduzir o grupo de laticínios de uma só vez, ou ir reintroduzindo cada alimento do grupo em separado. Na reintrodução cada alimento ou grupo de alimentos semelhantes deve ser consumido 3 vezes ao dia, em porções usuais, onde o individuo deve registrar todos os sinais e sintomas que observar. Feito isto, seguem-se mais 3 dias nos quais o individuo volta a seguir a dieta de eliminação rigorosamente e após a resolução clinica dos sintomas que possam ter surgido, faz-se novamente a reintrodução de um novo alimento ou grupo, mantendo-se este mesmo processo até o termino da reintrodução de todos os alimentos. O intervalo padronizado estabelecido entre um alimento e outro é de 4 dias. DIETA DE ROTAÇÃO Tem sido indicada para manejo a longo prazo de indivíduos alérgicos. Consiste na elaboração de 4 cardápios que deverão ser seguidos na ordem proposta, de forma que qualquer alimento alergênico consumido só venha a ser novemente consumido em no quinto dia da sequencia. Isto possibilita um “descanso” ao sistema imunológico e reduz a sobrecarga do alergeno ao organismo. REGULAÇÃO HORMONAL E DE NEUROTRANSMISSORES Moduladoresnutricionais do cortisol - Theanine: é um aminoácido encontrado no chá verde que atravessa a barreira hipotalâmica, exercendo propriedades psicoativas e reduzindo estresse físico e mentaln pelo controle dos níveis de cortisol. Além disso, aumenta produção de GABA. Dose proposta: 25 a 250mg/dia - fosfatidilserina: fosfolpideos encontrado nos peixes, vegetais folhosos escuros, na soja e no arroz. É fundamental para o adequado funcionamento dos neurônios. Sua suplementação por por 3 semanas reduziu os níveis de ACTH e cortisol plasmático. Dose proposta: 50 a 100mg/dia - Beta-sitosterol: Aparentemente este fitoesterol modula os efeitos do cortisol, em especial após o exercício. - Vitamina C: A suplementação com 3g/dia reduziu os níveis de cortisol. Moduladores nutricionais do estresse oxidativo Além dos já conhecidos efeitos antioxidantes das vitaminas A, C,E, zinco, selênio e manganês, outros nutrientes como taurina, coenzima Q10, ácido lipóico e n - acetilcisteína também exercem importante efeito antioxidante. Moduladores nutricionais da resistência à insulina e hiperglicemia a)Cromo: seus mecanismos de ação envolvem aumento da ligação da insulina ao seu receptor, aumento do numero de receptores de insulina e consequente aumento da translocação de GLUT, auxiliando no controle glicêmico. Fontes: levedo de cerveja, cereal integral, cogumelo, oleaginosas, gérmen de trigo e brócolis Dose sugerida: 200 a 400mcg/dia na forma de picolinato de cromo, nicotinato de cromo ou cromo glicina. b)Vanádio: funciona como um insulin-like, ativando a sinalização intracelular de insulina. Fontes: cogumelo, marisco, salsa e vinho Dose: 50mg/dia de sulfato de vanádio c) Zinco: é cofator da síntese, estocagem e utilização da insulina, além de ser cofator da SOD que protege a insulina da degradação. Além disso a insulina pode ser ligar ao Zinco, melhorando sua solubilização nas células beta do pâncreas. Fontes: ostras, carne vermelha, cereais integrais, peixes e oleaginosas. Dose sugerida: 10 a 30mg/dia d)Magnésio: o magnésio melhora a atividade dos receptores de insulina e seu status sérico está frequentemente reduzido em diabéticos tipo 2. Fontes: vegetais folhosos escuros Dose sugerida: 300 a 700mg/dia para diabéticos e)Ácidos graxos W-3: interferem na sinalização intracelular de insulina e melhoram a fluidez de membrana, sendo ambos responsáveis pela melhora na atividade do receptor. Dose sugerida: 1 a 3g/dia na forma de óleo de peixe. f) Acido alfa- lipoico: é uma vitamina hidrossolúvel antioxidante que protege os adipocitos e os miocitos do estresse oxidativo, prevenindo a resistência à insulina e disfunção das células beta. Além da proteção antioxidante, ele atua no aumento da sinalização intracelular de insulina e tem demonstrado efeito promissor no tratamento da neuropatia diabética. Fontes: é encontrado nos alimentos na forma de lipolisina, sendo as principais fontes o espinafre, flores do brócolis, tomate, ervilha e couve de Bruxelas. Dose sugerida: 50 a 300mg/dia e 600 a 1200mg/dia para tratamento da neuropatia diabética. g)N acetilcisteina: parece melhorar a sensibilidade à insulina na síndrome de ovários policísticos. h)Biotina: aumenta a atividade da glucoquinase hepática (enzima responsável pela utilização de glicose pelo fígado), promovendo mais eficiência na formação dos estoques hepáticos de glicogencio e aumentand a sensibilidade à insulina. Alem disso, possui efeito trófico na célula beta, aumentando a produção de insulina Fontes: levedo de cerveja, gema de ovo, oleaginosas, vegetais e frutas, em especial a maçã. Dose sugerida: a máxima é 2,5mg/dia, que demonstra efeito na redução de glicemia e DM tipo 2 6 i) Vitamina D: promove uma ativação geral da síntese proteica das células beta pancreáticas , estimulando a conversão da pro-insulina e insulina. j) Coezima Q10: pode melhorar a função das células beta pancreáticas no DM tipo 2, estimulando a síntese de insulina e utilização periférica de glicose. Suplementação de coenzima Q10 em pacientes DM tipo 2 geraram melhora significativa dos níveis de homoglobina glicosilada (HbA1C) e na pressão arterial. Dose sugerida: 200mg/dia k) Canela: estudos com diabéticos mostraram redução dos níveis glicêmicos de 18 a 29%. Estudos in vitro sugerem que esse efeito seja atribuído ao composto hidrossolúvel da canela hidroxicalcone, que aumenta a sinalização intracelular da cascata de sinalização de insulina. l) Fenugreek: funciona como uma fibra solúvel, inibindo a absorção de glicose intestinal e melhorando a sensibilidade à insulina. Dose sugerida: 1g/dia de extrato de semente de fenugreek m)Chá verde: Estudos demonstram que a epigalocatequina galato (EGCG) do chá verde não apenas regula os níveis de glicemia por apresentar efeito insulin- like, como tambem protege a função da célula beta, preservando a secreção da insulina. Dose sugerida: 4 a 6 xicaras/dia, na forma de infusão. n)Panax Ginseng (ginseng asiático) : O principio ativo do ginseng, os ginsenoides, diminuem a absorção da glicose pela circulação portal e modulam a secreção de insulina.Além disso, estimula a atividade dos receptores localizados na célula beta para secreção de insulina. Dose sugerida: 200 a 600 mg/dia de extrato seco da raiz do ginseng. ECOLOGIA E DISBIOSE INTESTINAL O intestino contém mais de 400 espécies bacterianas com intensa atividade metabólica, destas há predomínio de 20. A colonização destas bactérias não se dá de maneira uniforme ao longo de todo intestino, visto que elas apresentam diferentes atividades: - estômago pequena população e pouca variedade de espécies bacterianas (predomínio do gênero lactobacillus), pois o ácido clorídrico controla a colonização bacteriana na região; - Íleo número mais evidente - cólon região que alberga a maior massa bacteriana 1010 a 1012 g/tecido, com 13 gêneros diferentes. Por concentrar o maior tempo de trânsito intestinal, entre outras razões, o intestino grosso permite uma maior adesão e colonização bacteriana. Diariamente e individualmente a composição da flora intestinal modifica-se, ou seja, deve-se estar sempre vigilante em relação à composição da microbiota intestinal.Os fatores que influenciam a composição da microbiota intestinal são: - idade – crianças nascem com intestino praticamente estéril, primeira fonte de colonização são as fezes maternas e o canal do parto (trabalhos com uso de probióticos em gestantes têm demonstrado melhora na colonização intestinal de bebês e redução de doenças alérgicas), crianças amamentadas tem melhor colonização do que as que utilizam fórmulas lácteas. Atenção deve ser dada aos idosos, após os 55 anos há uma queda fisiológica no número de bifidobactérias intestinais, redução que contribui para menor motilidade, menor produção de AGCC e menor tempo de trânsito intestinal. - tempo de trânsito intestinal; - pH intestinal; - disponibilidade de matéria fermentável – fibras, prébióticos e carboidratos não digeridos, muco e células mortas e metabólitos provenientes da atividade enzimática bacteriana - interação entre os componentes da microbiota; - suscetibilidade a infecções; - estado imunológico; - requerimentos nutricionais; - uso de antibióticos e imunossupressores. O TGI é um local que pode abrigar além de bactérias, leveduras, helmintos, protozoários e vírus. No caso das bactérias, 95-99% são anaeróbias e somente 1-5% são aeróbias. As bactérias que habitam o TGI podem ser divididas em três grupos: - Bactérias probióticas: benéficas, 11-13%. - Lactobacillus são as predominantes no intestino delgado; - Bifidobactérias predominantes no intestino grosso; - Bactérias comensais: a maior parte das bactérias, podendo ter ações que promovem o equilíbrio ou o desequilíbrio das funções do TGI; - Bactérias patogênicas: podem causardoenças agudas ou crônicas. Habitualmente estão presentes em pequenas quantidades. Quando existe a oportunidade proliferam. PROBIÓTICOS: - Lactobacillus: é o gênero normalmente presente no intestino delgado, são bactérias aneróbias facultativas; - Bifidobacterium: são bactérias normalmente anaeróbias estritas ou anaeróbias, que predominam no intestino grosso. - Streptocuccus: S. thermóphilus,bactériaaneróbia facultativa, juntamente com a L.bulgaricus é muito utilizada na produção de iogurtes; - Enterococcus: apesar do gênero Enterococcus ser reconhecido causador de infecções no ser humano, o E. faecium pode apresentar benefícios no ser humano. Benefícios dos probióticos para a saúde: - Função nutricional: síntese de vitaminas do complexo B e vitamina K; - Função digestória: síntese de enzimas digestivas, sobretudo lactase, mas também proteases e peptidases, regula o trânsito intestinal e a absorção de nutrientes; 7 - Função cardiovascular: atuando na redução do colesterol plasmático; - Função metabólica: as bactérias probióticas produzem ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) que são substratos metabólicos para os colonócitos. A acidificação do pH deixa o ambiente inóspito à presença de patógenos que, normalmente, sobrevivem em pH alcalino. Além disso, produzem enzimas citocromo P450-like que estimulam a expressão gênica do citocromo no fígado favorecendo a detoxificação hepática, evitando a ressíntese de hormônios já degradados e convertem muitosflavonóides em suas formas ativas. Auxiliam ainda na metabolização de medicamentos, hormônios, carcinógenos, metais tóxicos e outros xenobióticos. - Função imunomoduladora: essas bactérias são essenciais para o desenvolvimento e a maturação do sistema imune entérico e sistêmico (GAL e MALT), visto que estimulam a expansão de linfócitos e evitam sua apoptose. Produzem substâncias antimicrobianas que agem sobre microorganismos patogênicos, previnem a adesão de patógenos através da competição por sítios receptores. Contribuem para a promoção da tolerância oral, mecanismo pelo qual nosso organismo passa a não reagir a determinados antígenos. Atuam na manutenção da barreira mucosa intestinal, assim como na produção de anticorpos (IgA intestinal e sérica), na atividade de fagócitos e na dos linfócitos matadores naturais (NK), Modulam também, os mecanismos de atuação do fator nuclear kappa B (NF-kB). Reduzem a produção intestinal de citocinasd pró-inflamatórias (TNF-α, INterferon-IL-8) e aumentam a produção de citocinas anti-inflamatórias (IL- 10, TGF-) A importância do intestino na Imunidade: Para proteção, o intestino dispõe de 03 eficientes linhas de defesa que se comunicam entre si: a microbiota intestinal, a barreira mucosa e o sistema imune entérico. O intestino contém o maior pool de células imunocompetentes do organismo, sendo o seu desenvolvimento diretamente dependente de microorganismos intestinais. Sabe-se que 70% do sistema linfoide está associado ao intestino, onde se encontram linfócitos T, B e fagócitos, uma vez que o intestino é a principal porta de entrada de diversos elementos estranhos ao corpo. Com isso, decorre que 20% das células intestinais não são enterócitos e sim linfócitos. Além disso, o GALT (tecido linfoide associado ao intestino) produz 60% do total das imunoglobulinas. O GALT torna o intestino o principal órgão imune do organismo que pode tolerar antígenos alimentares e bactérias colonizadoras do intestino e reconhecer e rejeitar microorganismos patogênicos. Disbiose intestinal: Disbiose é um estado no qual a microbiota produz efeitos nocivos via: Mudanças qualitativas e quantitativas na própria microbiota intestinal; Mudanças na sua atividade metabólica; Mudanças em sua distribuição no TGI. Fatores que levam a disbiose: Parto cesáreo (microbiota pior que parto normal) Alimentação com fórmulas lácteas Hospitalização e uso de antibióticos Estresse crônico, Hipocloridria favorece o superpovoamento de bactérias nos intestinos delgado e grosso; Parasitas pode predispor também ao supercrescimento bacteriano; Medicamentos antiácidos antibióticos corticoides anti-inflamatório não esteroides laxantes Dieta inadequada: rica em gordura, carboidratos refinados, alimentos processados, álcool e pobre em vegetais. Além disso mastigação rápida e uso de líquidos nas refeições; Trânsito intestinal lento mais tempo para proporcionar fermentação; Alergia alimentar; Doenças doença de Crohn, esclerodermia, lúpus eritematoso sistêmico, pancreatite crônica, diabetes mellitus, AIDS, desnutrição, sequelas de irradiação, diverticulite. Efeitos benéficos dos probióticos na saúde: Diarréia: Os lactobacilluscasei,L.acidophilus, L. brevis, L. bulgaricus, L. plantarum e E. faecium mostraram-se eficientes na prevenção e no tratamento de diarreias associadas à contaminação de alimentos por E.coli, Salmonella, Shigella, B. cereus e V.cholarae na antibioticoterapia e na diarreia do viajante. Ação dos probióticos: produção de substâncias antimicrobianas como acidofilina, acidolina e bacteriocina, lactobacilina, lactobrevina, bugaricina e lactolina que atuam na inibição do crescimento de bactérias patogênicas, produção de substâncias como ácido acético, ácido lático, ácido fórmico e peróxido de hidrogênio, que contribuem para a integridade da mucosa intestinal. L. rhamnosos GGprobióticos mais efetivos na prevenção e no tratamento das diarreias; S. boulardi e Efaecium utilizados para prevenir diarreia associada com antibióticos S. boulardi previne a reincidência de diarreia causada por C. dificille. Intolerância à lactose: Os L. acidophilus, S.thermophilus, L. bulgaricus, L. lactis e B. bifidum auxiliam promovendo a hidrólise da lactose. Infecções de Trato Genito-urinário Sabe-se que a maior parte das bactérias patogênicas que afetam o trato genitourinário feminino emergem da própria microbiota intestinal, ascendendo pelo períneo até a vagina e dali sobem e infectam as vias urinárias. Acredita- se que o uso de probióticos por via oral ou por aplicação vaginal pode garantir uma boa colonização do epitélio vaginal e ou cessar a ascenção de uropatógenos à bexiga. No caso de infecções do trato urinário, os únicos probióticos com eficácia clínica comprovada são: L. rhaminosus GR-1 e L. reuteriB-54 e RC-14. Melhora da Imunidade 8 Uma microbiota saudável promove um desenvolvimento normal do sistema imune. Redução de colesterol Os probióticospodem atuar na redução do colesterol através da inibição da HMG-CoAredutase e da glicose-6- fosfato desidrogenase, além de desconjugação de sais biliares. , promovendo a instabilidade das micelas de colesterol. Síndrome do Intestino Irritável Há evidências de que a microbiota de pacientes com SII difere das dos indivíduos saudáveis, mas não se sabe se estas modificações são a causa da SII ou meramente o resultado de um distúrbio de motilidade causado pela mesma.As alterações na microbiota dos pacientes interfere diretamente nos sintomas que o paciente apresenta. Os pacientes com diarreia, geralmente apresentam menor n.º de lactobacillus, enquanto que um aumentado n.º de Veionellafoi detectado nas amostras dos pacientes com predomínio de constipação. A microbiota de pacientes com SII parece ser bastante instável e em constante modificação, mas em geral, apresentam redução do número de bifidobactérias e aumento do número de enterobactérias, sendo este aumento mais significativo no grupo idoso. O uso de probiótidos na SII melhoram os sintomas, reduzem o risco de sintomas persistentes. Doenças inflamatórias intestinais (DII) Pacientes com DII apresentam alteração de sua flora intestinal. Demonstra-se maior conteúdo de bacteroides, E. coli e fusobactérias, assim como alta frequência de crescimento de peptostreptococcus. Este perfil de microbiotatambém se encontra diferenciado em pacientes com doença ativa e na fase de remissão, possivelmente devido às diferenças nestes dois momentos. Os probióticos nas DII: inibição do crescimento de patógenos; aumentos da tightjunctions epiteliais, melhorando a permeabilidade intestinal; modulação da resposta imune do epitélio e nas células imunes da mucosa; secreção de substâncias antimicrobianas e decomposição de antígenos patogênicos luminais; reduzir a expressão de citocinas pró-inflamatórias como TNF-α, IL-1, IFN-γ, oxido nítrico sintetaseindutível na mucosa inflamada de doentes com doença ativa. Parece que este efeito se relaciona a inibição do fator de transcrição nuclear NF-kappa B. Uso de probióticos nas DII: nível 2 de evidência para RCUI nível 3 para DC nível 1 de recomendação encontra-se somente para pacientes com bolsitesinflamação do reservatório ileal probióticos, ao auxiliarem na manutenção de uma microflora normal na bolsa tem papel primordial especialmente na prevenção, mas também no tratamento das bolsites. Atividade Anticancerígena – Câncer de Cólon Ação dos probióticos na inibição do desenvolvimento do câncer: estímulo da resposta imune do hospedeiro; ligação e excreção de compostos com potencial carcinogênico; equilíbrio da microbiota intestinal, levando a redução do número de patógenos produtores de carcinógenos e promotores tumorais; produção de substâncias antitumorigênicas e antimutagênicas no cólon; alteração da atividade metabólica da microbiota intestinal; alteração das condições físico-químicas do cólon e outros efeitos sobre a fisiologia do hospedeiro. Constipação Intestinal A constipação crônica pode levar a redução no n.º de bactérias probióticas e aumento do n.º de microorganismos potencialmente patogênicos e fungos, o que pode influenciar as funções motoras e secretoras do intestino. Probióticos devem ter seu uso contínuo para garantir efeito e agem: Correção da disbiose Diminuição do pHcolônico, estimulando o peristaltismo intestinal Estimulação da secreção de água e eletrólitos com o amolecimento das fezes Estimulação do peristaltismo pela alteração na resposta imunológica colônica Infecção por Helicobacterpylori Probióticospossuem efeito nas infecções pelo H. pylori e nas inflamações gástricas associadas a ela. Mecanismos de ação efeitogastroprotetor, influenciam na redução da inflamação gástrica a partir da produção de ácidos orgânicos e bacteriocinas que inibem a adesão do H. pylori no epitélio gástrico possuem efeito anti-inflamatório, por estabilização da barreira gástrica e redução da inflamação de mucosa Efeitos positivos de probióticos sozinhos ou em combinação com o antibióticos, agindo como coadjuvantes do clássico tratamento da infecção. Hiperpermeabilidade Intestinal: Perda dos sistemas de defesa da mucosa TGI por alteração dos mecanismos de transportes do enterócito e na destruição da mucosa intestinal. A hiperpermeabilidade ocorre devido ao dano na integridade da mucosa intestinal, destruição dos desmossomos e aumento da absorção paracelular. Principais causas: infecções GI; disbiose intestinal; radioterapia; abuso de bebidas alcoólicas e cafeína; dieta desequilibrada, rica em aditivos alimentares; deficiências nutricionais, uso de anti-inflamatórios não esteroides e corticoides, uso de medicação citotóxica, estresse excessivo, alergia alimentar, jejum, parto prematuro e exposição alimentar precoce antes dos 4-6 meses de vida. Programa dos 4Rs: 9 1)Remover esta etapa focaliza a redução da colonização intestinal por bactérias patogênicas, fungos, parasitas,a redução da ingestão dos principais xenobióticos e a remoção dos alimentos comumente alergenos (ou especificamente em relação ao indivíduo, caso já se saiba quais são), uma vez que todos estes são fatores disparadores de disfunção gastrointestinal, por estimularem resposta imune e inflamatória sistêmica. As seguintes medidas devem ser adotadas: - restrição aos laticínios de vaca e cabra (a mais importante restrição) – devido a intolerância à lactose e à hiperensibilidade às proteínas do leite, fato que pode ocorrer devido à hiperpermeabilidade intestinal - restrição ao glúten – tem relação com as DIIs e por serem potencialmente alergênicos para uma parcela da população - remoção de xenobióticos – sempre que possível usar dieta livre de agrotóxicos, pesticidas e aditivos alimentares; - remoção de patógenos – é importante adicionar à alimentação alimentos como semente de abóbora, semente de frutas cítricas, alho, cebola, orégano, cúrcuma, tomilho e outras ervas com função antiparasitária, antifúngica ou antibacteriana. O alho é uma opção interessante pois tem ação geral sobre vírus, bactérias e fungos, auxiliando no controle da disbiose, além de ter ação anti-inflamatpória da mucosa intestinal e auxiliar a recuperar o pool de antioxidantes enxofrados no fígado. - maximizar a frequência evacuatória – para diminuir o contato das toxinas com a mucosa intestinal. Pode-se lançar mão de farelo de arroz, semente de linhaça e suco de aloe vera. 2)Recolocar Nesta fase, diversas medidas são utilizadas para reequilibrar as concentrações de ácido clorídrico estomacal e das enzimas essenciais para digestão de todos os nutrientes; Recomenda-se: - chás digestivos (180ml após as refeições) com gotas de limão: açecrim, sálvia, cidreira, canela, erva doce e hortelã são interessantes, entre outros. - abacaxi a limão: por estimularem a secreção ácida estomacal, melhoram a digestão proteica, frequentemente a mais comprometida; - suco de aloe vera: rico em enzimas dgestivas, modula a produção de ácido clorídrico pelo estômago. Contém acemannan, glucomanan e outros polissacarídeos com ação protetora (cicatrizante) sobre a mucosa gástrica e intestinal, além da ação imunomoduladora. Podem ser usado de 30 a 100ml, em duas doses diárias, cerca de 10 minutos antes das refeições 3)Reinocular com probióticos as doses terapêuticas eficazes variam conforme as diferentes bactérias do mercado e da situação clínica do paciente 4)Reparar fase caracterizada pela introdução de uma dieta não irritativa, rica em nutrientes de crescimento, e pelo reparo da mucosa. - Dieta não irritativa: isenta de frituras, café, cacau, chá preto, refrigerantes e alimentos industrializados. - Reparo da mucosa: dieta rica em nutrientes de crescimento.Ênfase ao zinco, vitamina E, vitamina A, vitamina B12, ácido fólico, vitamina C e nutrientes com atividade anti-inflamatória e antioxidante, além de glutamina. DETOXIFICAÇÃO E BIOTRANSFORMAÇÃO HEPÁTICA Detoxificação é qualquer processo realizado por um organismo que busque a eliminação (ou redução da atividade) de determinadas substâncias (xenobióticas ou endógenas), seja em nível celular ou no organismo como um todo, possibilitando que o mesmo seja eliminado do organismo. A detoxificação ocorre em todas as células, mas principalmente nas do fígado (60% das enzimas de biotransformação) e do intestino (20% das enzimas de biotransformação). Processo de Detoxificação: Fase I Também chamada de bioativação ou biotransformação, é realizada por várias células presentes em nossas células (hepáticas e extra-hepáticas), como flavina- monooxigenase (FMO), xantina-oxidase – xantina- deidrogenase (XO – XD), quinonaredutase (QR) e citocromo P450. Quando o substrato (toxina) é biotransformado ele está sendo preparado para a reação de conjugação – fase II. Em alguns casos, a reação de biotransformação pode gerar a pronta eliminação do composto. Entretanto, a ativação metabólica requerida pela ação de algumas carcinógenos também é catalisada por algumas enzimas de fase I no intestino e no fígado. Fase II As reações fase II têm objetivos de transformar as toxinas (formadas na fase I ou como foram recebidas)em moléculas passíveis de excreção, hidrossolúveis e também de neutralizar sua possível reatividade. Fase III Após ter sido metabolizadas na fase I e II, a ex-toxina, agora um metabólito excretável, será transportada para a circulação e, então, ao seu destino final, fora da célula em questão. Esta reação é realizada pela P glicoproteína (Pgp), que transporta o metabólito para sua eliminação, seja nas vias biliares, seja no tecido renal ou ainda no intestino. Em casos de substâncias recebidas por via oral, a P- glicoproteína pode reduzir em muito a absorção do xenobiótico, pois está posicionada na membrana apical do enterócito, bombeando a molécula de volta ao intestino e aumentando a sua excreção. A capacidade de detoxificação é influenciada por fatores genéticos (polimporfismos), pelo estado nutricional, sexo, idade, atividade física, carga tóxica recebida do meio ambiente, uso de medicamentos e doenças, em especial, as hepáticas. O jejum, a deficiência de proteínas e o uso de álcool são fatores que reduzem drasticamente o nível 10 de glutationa hepática. Outros nutrientes como vitaminas do complexo B, ácido ascórbico, tocoferol, ferro, cálcio, magnésio, cobre e zinco também são importantes para a função do citocromo P450. Xenobióticos É qualquer substância química ou molécula estranha ao organismo, originada externamente ou internamente, desde que não possua papel fisiológico conhecido. Agente tóxico, toxina ou toxicante é definida como entidade química capaz de causar dano a uma sistema biológico, alterando seriamente a sua função ou levando-o a morte, sob certas condições de exposição. Os termos xenobióticos e toxinas neste capítulo são usados como sinônimos. Origem das toxinas: Interna - Erros inatos do metabolismo: por acúmulo de compostos intermediários com efeitos deletérios, tóxicos ao indivíduos (ex. fenilcetonúricos) - Desequilíbrio metabólicos – seja por polimorfismos genéticos ou fatores ambientais (aceleração excessiva da fase I, gerando intermediários reativos) - Microbiota intestinal – substância produzidas pela microbiota podem passar para a circulação em maior quantidade na vigência de hiperpermeabilidade, alterando adversamente a saúde do hospedeiro. Externa existem 4 milhões de compostos tóxicos, sendo 3 mil de alto risco. Pode-se incluir neste grupo medicamentos, aditivos alimentares, agrotóxicos, drogas de uso recreacional, álcool, poluentes do ar, migrantes de embalagens e produtos químicos. Poluentes do ar Oriundos dos processos de queima e fornos industriais, em motores ou em alimentos que por descuido deixamos queimar durante o preparo diário, os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP) são componentes do ar que respiramos. Sua liberação ocorre a partir da queima de carvão, madeira, lixo, tabaco e derivados do petróleo, surgindo na alimentação por contaminação do solo, água, plantas e animais. Seu acúmulo está relacionado à alterações hepáticas, tireoidianas e neoplásicas. Os principais contribuintes para ingestão de HAP são óleos, carnes, gorduras e açúcares. Crianças já estão expostas durante a gestão e através do leite materno. Os HAP precisam ser bioativados pelas reações de fase I para atuarem como carcinógenos humanos e, somente a pronta conjugação com glutationa pode neutralizá-los. Contaminantes da água Segundo a OMS, a água é o mais suscetível alimento humano, pois está presente direta ou indiretamente em todos os demais alimentos. A cloração da água tem a função de destruir microorganismo que poderiam se desenvolver durante o tratamento e distribuição. O cloro é eficiente, econômico, entretanto, pode ser tóxico para os seres humanos dependendo da quantidade ingerida, aumentando o risco de neoplasias, além de ser teratogênico e abortivo. Contaminantes do solo São consequências diretas dos métodos de plantio e pecuária utilizados atualmente. Numerosos produtos acumulam-se no solo, vindos através do ar, das chuvas ou diretamente colocados sobre o solo como resíduosfosfatados, nitratos, pesticidas, dejetos de animais, metais (chumbo,zinco,cádmio,níquel e cobre), dioxinas, microorganismos e parasitas. Os alimentos que mais contém resíduos de agrotóxicos são: morango, mamão, tomate, cenoura, alface, maça, batata e banana. Contaminantes em alimentos de origem animal Na criação de animais é comum o uso de diversos promotores do crescimento, como quimioterápicos e antibióticos, fármacos antitireoidianos, prostraglandinas, agonistas B-adrenergicos, esteroides e outros. Estes promotores do crescimento são encontrados nos produtos derivados devidamente consumidos como carne, leite e ovos em quantidade permitida pela legislação, desde que respeitadas as doses indicadas e o período de aplicação. Entretanto, determinar uma quantidade de ingestão segura destas substâncias não significa dizer que são inócuas e temos ainda, que considerar as interações entre os diferentes xenobióticos em um indivíduo. Aditivos de alimentos Muitas substâncias podem ser adicionadas aos alimentos durante o seu processamento como conservantes, corantes, estimulantes, edulcorantes, estabilizantes, espessantes, realçadores de sabor e acidificantes. As doses máximas permitidas em cada alimento são definidas individualmente, sem informações para a saúde do efeito combinado e poder cumulativo. Migrantes de embalagem O plástico contém diversas substancias químicas e aditivos, sendo os ftalados e o bisfenol A os mais importantes. Estas substâncias podem transferir-se da embalagem ao alimento e, para evitar-se esta transferência convém não submeter embalagens ou utensílios de cozinha plásticos á condições de elevação de temperatura, oleosidade, acidez ou maior teor alcoólico, e, em especial, a combinação destes fatores. Tabaco Tem substâncias cancerígenas como benzeno, nicotina, HAPs, nitrosaminas, sendo que seu consumo coloca uma cargaimensa sobre o sistema de detoxificação. Metais Tóxicos Considera-se metal tóxico todo elemento que não possui ações benéficas e essenciaisao organismo vivo, produzindo efeitos danosos para as funções metabólicas normais, mesmo quando em quantidades traço. Entretanto, todos os metais são tóxicos se ingeridos em quantidade suficiente para provocar danos à saúde. Arsênico – elemento mais perigoso que o ser humano pode ter contato. Possíveis fontes: peixes e frutos do mar, herbicidas, inseticidas e raticidas, promotores de crescimento e antimicrobianos para animais, fumaça dos automóveis. Sinais e sintomas: hálito e suor com odor de alho, hiperpigmentação em pescoço, pálpebras, mamilos e axilas, hiperqueratose e queda de cabelos, anemia com leucopenia, moderada e eosinofilia, distúrbios gastrointestinais, lesão do miocárdio, neuropatia periférica com formigamento e sensação de agulhada em mãos e pés, anorexia, câimbras e fraqueza nas pernas e pés com 11 possível dificuldade para andar, insuficiência pulmonar e câncer. Chumbo – segunda substância de maior efeito deletério para a saúde. Possíveis fontes: encanamento de água antigos, fertilizantes, alimentos enlatados (especialmente com a lata amassada), panelas e utensílios de cerâmica antigos, alimentos acondicionados em embalagens plásticas coloridas e tinturas de cabelo, ossos de animais, lápis. Sinais e sintomas: fraqueza muscular generalizada, fadiga geral e letargia, dores musculares e nas articulações, sabor estranho na boca, cefaleia, insônia, irritabilidade e alterações na personalidade, queda na libido, tremores. Mercúrio – terceiro elemento mais perigoso. Possíveis fontes: peixes e frutos do mar, fungicidas e inseticidas, lodo de esgoto, lâmpada fluorescente, tatuagens 9vermelho, vacinas, amálgamas dentárias. Sinais e sintomas: nefrotoxicidade, neurotoxicidade (alteração de coordenação, visão, audição, irritabilidade, hiperatividade, depressão, piora da memória recente, dificuldadede concentração, insônia, vertigens, fadigas e tremores espontâneos), toxicidade gastrointestinal (gosto metálico na boca, gengivite, salivação, estomatite, ulceração, gastrite), aumento da suscetibilidade à infecções, dores articulares, hiperqueratose e queda de cabelos. Cádmio – 7ª substância mais perigosa ao ser humano. Possíveis fontes: contaminação por via respiratória – a produção do aço e a incineração do lixo geram contaminação da atmosfera, fertilizantes, tabaco, sementes de papoula, miúdos, massas, cereais de café da amanhã a base de trigo, moluscos, crustáceos e peixes, pigmentos de tintas de embalagens de alimentos, alimentos líquidos e ácidos armazenados em recipientes de cerâmica. Sinais e sintomas: acumula-se nos tecidos moles, especialmente no rim, gerando disfunção tubular; alteração do metabolismo do cálcio (gera hipercalciúria) e do fósforo; induz a peroxidação lipídica em vários tecidos. Alumínio: Possíveis fontes: água tratada (sulfato de alumínio é usado para precipitação da matéria orgânica), desodorantes e antitranspirantes com hidróxido ou cloridróxido de alumínio, antiácidos à base de hidróxido ou cloridróxido de alumínio, produtos de padaria com fosfato de alumínio (utilizado para conferir leveza à massa), alimentos líquidos e ácidos cozidos empanela de alumínio, bebidas enlatadas. A absorção de alumínio por via oral é baixa e todas estas fontes são quantitativamente pequenas, porém, o efeito aditivo não deve ser desconsiderado, uma vez que os níveis sanguíneo de alumínio acima dos valores máximos ideais são encontrados com frequência na população não exposta ocupacionalmente. Sinais e sintomas: alterações no metabolismo do cálcio, osteomalácia e diminuição da síntese de vitamina D, acúmulo no cérebro provoca fala comprometida e convulsões, peroxidação lipídica, constipação intestinal, cólica abdominal, anorexia, náuseas e fadiga. Na infância pode causar hiperatividade e distúrbios no aprendizado. Suporte nutricional aos sistemas de detoxificação Para a maior parte dos xenobióticos, o organismo encontrará formas de minimizar seu impacto sobre as funções orgânicas. A nutrição influencia de forma determinante o fato de como nos destoxificamos. O citocromo P450 é uma heme proteína. Assim, há necessidade de disponibilidade do grupo heme para que seja sintetizado e, para sua síntese, vários nutrientes são importantes como cobre, zinco, vitamina A, riboflavina, piridoxina, ácido fólico, vitamina B12 e ferro. Na fase II temos várias reações químicas, sendo que a metionina, um aminoácido essencial está intimamente envolvido com várias reações. Brássicas– repolho, couve-flor, coube-manteiga, brócolis, couve de Bruxelas, couve-rábano, couve-tronchuda, couve-chinesa, mostarda, nabo, agrião, rabanete, rábano e rúcula são desta família. Flavonóides (campferol), carotenoides (luteína, betacaroteno) e glicosinolatos (glicobrassica e outros) são alguns dos compostos estudados nesta família. Mais de 100 variedades de glicosinolatos existem e, cerca de 80% estão presentes nesta família de plantas.Glicosinolatos coexistem com uma enzima chamada mirosinase, mas estão fisicamente separados no vegetal intacto. É necessário o rompimento das paredes celulares que estruturam o vegetal, para que a enzima e seu substrato entrem em contato, resultando nos vários produtos detectáveis que possuem propriedades quimiopreventivas. Estes produtos são isotiocianatos, oxazolidina-2-tionas, aminas e ciano-epitio-alcanos. A capacidade preventiva dos isotiocianatos contra o câncer está ligada a sua capacidade de inibir enzimas de fase I que são responsáveis pela bioativaçao de carcinógenos e pela aceleração de enzimas de fase II, que determinam a destoxicação de compostos potencialmente tóxicos. Limão e laranja – na casca do limão, bem como na da laranja, há óleos essenciais contendo monoterpenos que podem ter ação antitumorigênica. Suco de toronja ou grapefruit – possui flavonoides como naringenina e naringina que inibem enzimas de fase I, Cúrcuma – também conhecido como açafrão da terra, o cúrcuma é rico em curcumina, fitoquímico que apresenta potentes efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios e antimutagênicos. Também estimula a síntese de glutationa e pode seletivamente inibir a atividade de algumas enzimas do citocromo P450. Alecrim – apresenta em sua composição flavonoides e ácidos fenólicos que apresentam alta potência antioxidante, eliminando o óxido nítrico e o prinitrito resultante do processo inflamatório. Chá verde – rico em catequinas, sendo uma delas a epigalocatequina-3-galato que está envolvida no controle da iniciação, promoção e progressão da carcinogênese e tem ainda efeito antioxidante e antiinflamatório. Alho – alimento rico em composto organo enxofrados capazes de inibir ação mutagênica de diversos carcinógenos, o que está relacionado á capacidade de acelerar as enzimas de fase II. Própolis – mais rica fonte de flavonoides entre os vegetais, esta resina coletada de abelhas pelas abelhas tem sido estuda na proteção hepática contra diversos xenobióticos. Aloe vera – possui efeito inibidor da ativação de carcinógenos pela fase I, aumenta sua detoxificação pela fase II, tendo efeito protetor hepático e em outros tecidos. Quando administrado simultaneamente as vitaminas C e E otimiza sua absorção e disponibilidade aos tecidos. 12 Nutrição contra os metais pesados: Arsênico Sua detoxificação envolve metilação (ácido fólico, vitamina B12, B6, B5, colina, serina, magnésio e possivelmente consumo de glutationa); além disso, o selênio compete com o arsênico antagonizando sua ação tóxica em diversos tecidos. Chumbo O ferro compete com o chumbo na absorção e a vitamina C diminui a absorção de chumbo por aumentar a absorção do ferro. Cálcio. Magnésio, ferro, manganês e fósforo diminuem a biodisponibilidade do chumbo e a maior ingestão de proteínas e zinco diminui sua toxicidade. Na deficiência de cálcio, a vitamina D colabora na absorção de chumbo, Mercúrio A vitamina E, cisteína e selênio diminentruem a toxicidade do mercúrio, o selênio diminui a passagem placentária e a concentração no leite humano. O zinco, o manganês,o cobre e o ferro antagonizam o mercúrio nos diferente órgãos; o ácido lipóico favorece a ligação do mercúrio ao fígado, aumentando assim sua excreção biliar, bem como a formação de glutationa. A microbiota intestinal pode converter metilmercurio em mercúrio inorgânico diminuindo a absorção, mas o contrário também pode ser verdadeiro. O excesso de B6 parece aumentar sua toxicidade. Cadmio Ferro, cálcio, magnésio e vitamina C (esta ultima por aumentar a absorção de ferro) diminuem a absorção de cadmio. Proteína, zinco, cobre e selênio diminuem a toxicidade do cádmio por aumentarem a sua excreção. O cádio e o mercúrio em efeitos tóxico adtivos. 13 ALIMENTOS FUNCIONAIS I) FITOQUÍMICOS Os fitoquímicos são compostos químicos biologicamente ativos, de ocorrência natural nos alimentos vegetais. Atuam nas plantas como sistemas naturais de defesa, protegendo- as contra infecções e invasões microbianas e dando, cor, aroma e sabor. Mais de 200 pigmentos de plantas são fitoquímicos: flavonóides, carotenóides e antocianinas. Como atuam como bloqueadores ou supressores os fitoquímicos podem reduzir o risco de câncer. Os agentes bloqueadores impedem o carcinógeno ativo ou promotor de tumor de atingir o tecido-alvo por vários mecanismos ou uma combinação destes: 1) Induzir atividades de sistemas de enzimas que desintoxicam carcinógenos; 2) Capturar e seqüestrar os carcinógenos reativos; 3) Bloquear eventos celulares necessários para a promoção de tumor. Os fitoquímicos podem atuar na redução do risco de doença cardíaca coronária pela proteção de colesterol de LDL da oxidação, reduzindo a síntese ou absorção de colesterol e afetando a pressão sangüínea e a coagulação.Segundo DAN WAITZBERG (2009) – Os mecanismos conhecidos e ação dos fitoquímicos são: - antioxidante; - ação hormonal; - ação enzimática; - interferência na replicação do DNA; - ação antibacteriana; e - ação mecânica. Principais classes de fitoquímicos: terpenos, fenóis e tióis. 1.TERPENOIDES Uma das maiores classes de fitonutrientes e poderoso antioxidante. Os terpenos são divididos em subclasses: 1A.Terpenos Carotenóides: Há mais de 600 carotenóides encontrados, são pigmentos das plantas amarelo, laranja e vermelho. Carotenóides laranja – alfa, beta e gamacaroteno; Carotenóides vermelhos – licopeno e astaxantina; Carotenóides amarelos – luteína e zeaxantina. Os carotenóides mais prevalentes são: alfacaroteno, betacaroteno, betacriptoxantina, licopeno, luteína e zeaxantina. Fontes dietéticas: Tomate, salsa, laranjas, toronja rosa e espinafre, damasco, mamão papaia, batata-doce, mangas, milho, morangas e cenoura. LICOPENO: presença em tomate, melancia, toranja, goiaba vermelha, pitanga e mamão. Têm ação antioxidante muito eficaz, mas não possui atividade de pró-vitamina A. No corpo humano se acumula na pele, glândula adrenal, testículos e próstata. O licopeno um carotenóide encontrado no tomate, considerado duas vezes mais poderoso que o betacaroteno em destruir radicais livres. Os produtos de tomates prontos (molho de espaguete), tem melhor biodisponibilidade. Proteção contra tumores de pulmão e estômago. Antioxidante solúvel em lipídios sem atividade de pró- vitamina A. Os tomates e produtos derivados de tomate são responsáveis por mais de 85% das fontes de licopeno na dieta humana. Outras fontes incluem melancias, goiabas e uvas roxas. Tabela 1: Teor de Licopeno nos alimentos . Frutas e vegetais Licopeno (µg/g de peso bruto) Tomates 8,8 – 42,0 Melancia 23,0 – 72,0 Goiaba vermelha 54,0 Toranja 33,6 Mamão papaya 20,0 – 53,0 Damasco <0,1 Os tomates possuem cerca de 30mg/kg de vegetal e produtos concentrados possuem concentrações maiores (suco de tomate ~150mg/kg; catchup ~100mg/kg). Geralmente, 10-30% do licopeno da dieta é absorvido por seres humanos, sendo mais bem absorvido o licopeno presente em produtos processados do que de alimento cru. O mesmo ocorre com alimentos coccionados (o tratamento térmico permite a isomerização da forma trans presente nos alimentos e cis que é mais bem absorvida). O licopeno é o antioxidante mais potente entre os carotenóides. Possui papel na modulação hormonal e imunológica, metabolismo de carcinógenos e vias metabólicas envolvimento enzima de fase II de desintoxicação. Ordem DECRESCENTE de PODER ANTIOXIDANTE: LICOPENO > α-TOCOFEROL > α-caroteno > β- criptoxantina > zeaxantina = β-CAROTENO > luteína. Possui efeito protetor em doenças crônicas, incluindo aterosclerose, HAS, infertilidade masculina e doenças neurodegenerativas. Ainda não há provas contundentes baseadas em evidências que o consumo de licopeno possa reduzir a incidência de malignidades. Não há recomendação oficial de consumo mínimo diário feita por profissionais ou agências regulamentadoras. BETA E ALFA CAROTENO: são precursores de vitamina A, com fraco poder antioxidante. Os alimentos mais ricos em betacaroteno são cenouras, espinafre, brócolis, abóboras e melões. O alfacaroteno é imunoestimulante. 30mg/dia ou mais estão associados com hipercarotenodermia. LUTEÍNA E ZEAXANTINA: são conhecidos como xantofilas. Alimentos ricos em luteína incluem repolho, agrião e espinafre, ao passo que milho e pimentão amarelo são ricos em zeaxantina. Não possuem atividade de pró-vitamina A. NUTRACÊUTICOS, ALIMENTOS FUNCIONAIS E FITOTERAPIA Prof. José Aroldo Filho goncalvesfilho@nutmed.com.br 14 Atuam protegendo a degeneração macular relacionada à idade. ASTAXANTINA: pode ser encontrado em microalgas, salmão, caranguejo, krill e crustáceos. Ë um poderoso antioxidante, estimula células T e liberação de citocinas. Pode ser benéfica para a deficiência de imunidade relacionada ao envelhecimento, para o sistema vascular, imune e neuroprotetor. 2. FENÓIS Esse fitoquímicos protege as plantas do dano oxidativo e possui subclasses: 2A. FLAVONÓIDES: Pigmentos vegetais azul, azul- avermelhado e violeta e atuam na varredura de Radicais Livres, mutágenos e carcinógenos ativados. Os flavonóides são divididos em seis grupos: Flavanois: catequinas; Antocianidinas; Flavonas: rutina, apigenina e luteolina; Flavonóis: quercetina e kaempferol; Flavanonas: miricetina, hesperidina, naringenina e naringinina; Isoflavonoides: genisteína e cumestrol. CATEQUINA: estão presentes na dieta humana no chocolate, frutas, vegetais, vinhos e chás. Possuem papel antioxidante, induzem apoptose em células malignas, proteção contra estresse oxidativo causado por isquemia- reperfusão. O chá verde (Camellia sinensis)não passa pelo processo de fermentação, somente pela secagem, evitando que seus polifenóis sejam oxidados (conserva em 90% os polifenóis). A atividade anticarcinogênica do chá é atribuída a seus polifenóis, que pertencem ao grupo dos flavonóides. Os polifenóis do chá verde são conhecidos como catequinas: epicatequina (EC), epigalocatequina (EGC), epicatequina 3 galato (ECG) e epigalocatequina 3 galato (EGCG - principal componente, corresponde a 50% do teor de catequinas). Possível benefício atribuído ao chá verde: combate ao câncer. 1 xícara de chá verde = 1-2g de extrato seco 40% polifenóis = 400mg 50% EGCG. ANTOCIANIDINAS: obtidas pela hidrólise nas antocianinas. Em solo ácido se manifesta com cor vermelha, em solo alcalino, em cor azul. Possuem efeitos antiproliferativos. ANTOCIANINAS: são solúveis em água e instáveis ao calor. Encontradas em muitas plantas, como mirtilos, açaí, framboesa, amora-preta, acerola, morangos, repolho roxo, berinjela, jabuticaba, jambolão, uva vermelha e ameixas. A maior concentração esta na casca das frutas. PROANTOCIANIDINAS: são substancias sem cor, como o picnogenol. Possuem efeito cardioprotetor e capacidade antioxidante. Possuem a capacidade de estabilizar o colágeno, proteger a LDL da oxidação e impedir a catarata relaciona ao DM. As proantocianidinas do mirtilo possuem a capacidade de impedir a aderência da E. coli no epitélio do trato urinário, prevenindo infecções urinárias. Encontrados em especial em sementes e casca de uvas tintas. Outras fontes: maçã, amêndoas, cacau e casca de pinus marítima. APIGENINA: encontrada na camomila. LUTEOLINA: encontrada na salsa, menta, manjericão, aipo e alcachofra. Possui propriedade antitumoral. RUTINA: encontrada no trigo sarraceno, folhas de tabaco, folhas de chá preto e de eucalipto, na casca de maçã e frutas cítricas. Na digestão, a rutina é digerida em quercetina, com bom poder antioxidante, fortalecendo capilares daqueles com fragilidade capilar. É tão eficiente quanato à N-Acetil-cisteína em pacientes com síndrome de estresse respiratório. TANGERITINA: presente na casca da tangerina e de frutas cítricas. Tem a capacidade de reduzir LDL e possui capacidade antioxidante. QUERCETINA: presente em maças, cebola, berries, couve flor, chá, repolho e nozes. Possui capacidade antioxidante e antiinflamatória. Inibe a liberação de histamina e mediadores inflamatórios alérgicos. Ação: Inibe oxidação e citotoxicidade do LDL. Diminuem o risco de mortalidade por doença cardíaca isquêmica e menor probabilidade de diabetes. O uso da quercetina diminuiu de maneira significativa as alterações bioquímicas provocadas pela cirrose, aumentando o tempo de sobrevivência dos animais com cirrose biliar secundária à LDB. KAMPFEROL: presente na maçã, cebola, alho porró, brócolis, frutas cítricas, toranja, uva e vinho vermelho, chá, ginkgo biloba, hammamelis e erva de São João. Parece útil em doenças autoimunes mediadas por células. MIRICETINA: encontrada em uvas, berries, frutas, vegetais, nozes, ervas e cascade árvores. Possui efeito antagonistada ligação do fator da atividade plaquetária. Possui atividade antiinflamatória. Tem potencial uso na osteoporose, por mediar a apoptose celular em osteoblastos. HESPERIDINA : encontrado em limões e laranjas, tangerinas e pêra (fontes dietéticas de maior quantidade). Utilizada no tratamento de insuficiência venosa e hemorróidas. SILIBINA : maior glicosídio no extrato de silimarina. Possui atividade de suporte para detoxificação hepática. Possui atividade antioxidante (bloqueia a produção de superóxidos e síntese de leucotrienos LT4). Em caso de uso de SILIMARINA, a posologia é 70 – 120mg, 3x dia, para ação antioxidante e varredora de radicais livres, desintoxicação hepática e regeneração de hepatócitos. NARINGENINA : diminui o dano oxidativo do DNA.Possui efeito anticancerígeno e está presente no suco de laranja fresco. NARINGINA : capaz de diminuir LDL através da inibição da HMG-CoAred hepática e estimula a excreção fecal de colesterol. Auxilia no metabolismo do álcool e possui atividade antioxiante. Presente na toranja. ISOFLAVONÓIDES: São encontradas em feijões e outras leguminosas, principalmente a soja e produtos a base de soja. Algumas isoflavonas são fitoestrógenos (fitoestérois), que atuam como estrógenos fracos e como antiestrôgenos. Ações da soja: Diminuição do colesterol sérico; Melhor elasticidade arterial; 15 Proteção da oxidação do LDL; Diminuição de risco de cânceres dependentes de hormônios (Mama e próstata); Suporte para saúde da próstata; Maior densidade óssea. As isoflavonas (fitoestrógenos) existem na soja na forma glicosídica, sendo as três as mais importantes: genistina (75% do total), daidzina e glicitina. A ingestão diária recomendada de isoflavona é de 40 a 50 gramas/dia. Após ingestão, são hidrolisadas pela betaglicosidases bacterianas, liberando as formas ativas aglicanadas: genisteína, dadzeína e gliciteína. A concentração de fitoestrogenos no grão é dependente de uma série de fatores, incluindo clima, sendo mais concentradas em clima frio. Os elementos bioativos estão ligados à fração protéica, sendo mantidos quando se extrai os óleos. A maioria das fibras é perdida no descascamento. A concentração de isoflavonas é pouco reduzida nos isolados, mas está muito diminuída nos concentrados. Existem outros componentes na soja: fatores antinutricionais Bowman-Birk (inibidores de tripsina), fitatos e saponinas. EFEITOS DA SOJA NA HIPERCOLESTEROLEMIA, OBESIDADE E SÍNDROME METABÓLICA O efeito funcional mais comprovado é a melhora do perfil lipídico, incluindo redução de colesterol total, LDL e triglicérides, sem aumento significante de HDL. A isoflavona reduz a expressão do gene SREBP, que regula outras enzimas de metabolismo de colesterol, como a HMG- CoAred, receptor de LDL e colesterol alfa-hidroxilase. Parece que as isoflavonas ativam os receptores nucleares de baixa afinidade, principalmente PPAR α e γ que regulam genes ligados ao metabolismo lipídico e diferenciação de tecido adiposo. Apesar de resultados conflitantes, recomenda-se o uso da soja como boa fonte de proteínas em pacientes submetidos a regimes para perda de peso, tratamento de dislipidemias e prevenção de DCV, devido ao alto teor de PUFAS, fibras, vitaminas e minerais e baixo conteúdo de gordura saturada. A SOJA NA PREVENÇÃO DE DCV A soja apresenta efeitos antiinflamatórios decorrentes de suas proteínas, das isoflavonas e de ácidos graxos n-3. A soja, especialmente através das isoflavonas, modula a atividade do NF-κB, reduzindo seu efeito transativador de genes pró-inflamatórios. A soja e seus derivados têm efeito redutor do estresse oxidativo e modulam a função endotelial, fatores importantes na gênese de DCV. As isoflavonas emlhoram a resistência das células endoteliais a agressões e induzem relaxamento vascular. A SOJA NA PREVENÇÃO DE NEOPLASIAS Os componentes da soja possuem efeito antiproliferativo, pró-apoptótico e antiangiogênico, com efeito protetor contra cânceres. Além disso, estudos observacionais associam a presença de soja na dieta com prevalência reduzida de tumores malignos de mama, próstata e cólon. AÇÃO DA SOJA NA HOMEOSTASE DO CÁLCIO E NA OSTEOPOROSE Estudos epidemiológicos têm mostrado menor incidência de osteoporose após a menopausa em mulheres nas populações com dieta rica em soja, associam-se esses resultados à ação estrogênica. Outros mecanismos podem estar envolvidos como a menor calciúria induzida pelas dietas ricas em proteína de soja. EFEITO DA SOJA NAS DOENÇAS RENAIS Considerando que a progressão da falência renal está associada com resposta inflamatória e dislipidemia, é lícito admitir-se que dietas com proteína derivada de soja, em substituição às proteínas animais, possam beneficiar pacientes renais crônicos. A adição de proteína de soja parece melhorar o clearence de creatinina, da proteinúria, do colesterol e triglicerídeos séricos, além de redução da incidência de esclerose glomerular e a expressão de citocinas pró-inflamatórias no rim. 2B. FLAVONÓIDES FENÓLICOS (ÁCIDOS FENÓLICOS) possuem como fontes dietéticas: Suco de uva e vinho tinto. Ácidos fenólicos elágico, clorogênico, paracumarínico, fítico, rúlico, vanílico, cinâmico e hidroxicinâmico. Ação: Antioxidante (Protege o LDL da oxidação); Inibe a agregação plaquetária; Reduz o risco de doença cardíaca. ÁCIDO CLOROGÊNICO : encontrado no café, apresenta atividade antioxidante e capaz de diminuir a liberação de glicose na corrente sanguinea. ÁCIDO CUMÁRICO : encontrado no amendoim, tomate, cenoura, pimentão e alho. Possui atividade antioxidante na mucosa colônica e parece ser um fator de proteção contra CA de cólon. 2C.OUTROS FLAVONÓIDES FENÓLICOS cúrcuma, resveratrol e lignanos. CÚRCUMA : presente no açafrão da terra (não confundir com o verdadeiro açafrão!), curry e mostarda. Possui atividade antiinflamatória e anticancerígena. Possui capacidade de diminuir os marcadores de dano oxidativo e da inflamação e de diminuir a formação da placa beta- amiloide. RESVERATROL : encontrado em uvas vermelhas, vinho tinto, amendoim e casca de pinheiros. É capaz de inibir a oxidação mediada por células ao LDL e HDL. Parece inibir carcinógenos químicos para células de esôfago, intestino e mama. 3. ORGANOSULFURADOS Foi observada uma relação inversa entre o consumo de brócolis, repolho e couve-flor e o risco de câncer (Pulmão, Estômago, Cólon e Reto). Fontes dietéticas: Brócolis, couve- flor, couve-de-bruxelas, couve e repolho. Os compostos organossulfurados também são encontrados no alho, cebola, chalota e alho-porró. Os sulfetos ALIL, fitoquímicos do alho, possuem várias ações: Previne ativação de carcinógenos; 16 Produção de glutationa S transferase (enzima da Fase II de desintoxicação); Inibe a mutagênese; Aumentar a atividade dos macrófagos e linfócitos T. ISOTIOCIANATOS : poderiam diminuir o risco de câncer. Presentes em vegetais crucíferos. Estuda-se a relação entre o consumo de vegetais crucíferos com a diminuição do risco de câncer. Enquadram-se neste grupo de alimentos: couve-flor, repolho, brócolis, couve- manteiga, couve de Bruxelas, couve-rábano, couve- trochuda, nabo, couve-chinesa, mostarda, agrião, rabanete e rúcula. Dentre os componentes desses alimentos, os mais estudados são os glicosinolatos e seus subprodutos. Mais de 20 isotiocianatos têm sido estudados atualmente, sendo o sulforano, 4-metilsulfinilbutila, o mais estudado. Os mecanismos propostos incluem inibição de enzimas de fase 1 e aductos de DNA, protegendo contra os diversos carcinógenos e mutágenos aos quais os indivíduos são expostos diariamente. Além disso, estimulam indução de enzimas de fase 2, incluindo a glutationa S-transferase, a quinona redutase, a epoxida hidrolase e a UDP-glucuronosiltransferase. Deste modo,os isotiocianatos protegem as células do estresse oxidativo provocado pela detoxificação de compostos. Outras vias de proteção contra cânceres: indução de apoptose mediada pelo sulforano, regulação do ciclo celular e ruptura de microtubulos, bloqueando a progressão do ciclo celular. ALICINA : presente no alho. Obtida após maceração do alho cru (Alina + alinase = alicina) recomeda-se esperar 10 minutos após amassar o alho. A cocção reduz o teor de alicina. Possui efeito antimicótico e antibacteriano, além de diminuir a deposição de colesterol na parede de vasos. Os efeitos colaterais da ingestão de alho podem incluir reações alérgicas leves, dermatites e sintomas GI. INDOL-3-CARBINOL : presente nos vegetais crucíferos após cozimento ou após maceração. É um potente antioxidante e estimulador de enzimas de detoxificação hepática. Reduz o risco de Ca de amma, cólon, estômago, pulmão e fígado 4.FITOESTERÓIS beta-sitoesterol. Presente na serenoa repens, pygeum africanum, farelo de arroz, semente de abóbora, germe de trigo, óleo de milho e feijão de soja. Capaz de inibir a conversão de testosterona em DHT, que estimularia o crescimento prostático. 5. ANTRAQUINOIDES sena e hipericina. SENA : estimula contração propulsiva e efeito laxativo. HIPERICINA : um dos constituintes da Erva de São João (Hipérico), é capaz de inibir a recaptação de dopamina, aumentando os seus níveis, podendo ser usada em depressão leve. 6.CAPSAICINA. Presente na pimenta malagueta, pouco solúvel em água e muito solúvel em etanol. Parece induzir apoptose em células malignas em próstata e pulmão. 7.PIPERINA. Capaz de modular as mudanças oxidativas, inibir a peroxidação lipídica, demonstrando efeito potencial na prevenção da aterosclerose. 8.BETAÍNA. Metabólito da colina, conhecida como trimetilglicina. Possui capacidade de doar grupo metil e, deste modo, auxiliar na conversão de homocisteina em metionina. II)PREBIÓTICOS Definição: Segundo DAN WAITZBERG (2009) São fibras especiais, basicamente de origem vegetal, resistentes à hidrolise pelas enzimas de TGI humano. São substratos para fermentação bacteriana no TGI inferior e aumentam a quantidade da microflora benéfica no intestino. Características: - ser resistente à hidrólise e à absorção no intestino delgado; - ser seletivos para as bactérias intestinais benéficas e estimular o crescimento destas; - manter composição de microflora saudável e induzir efeitos luminares e sistêmicos benéficos no hospedeiro. Prebióticos mais conhecidos: gomas de aveia, pectina e oligossacarídeos diversos. Fig. 1: Efeitos benéficos propostos para os prebióticos - DAN WAITZBERG (2009). Dose recomendada de FOS (DAN WAITZBERG): 2,75g a 4g/dia. Efeitos indesejáveis: > 30g/dia. a.Goma de aveia Rica em betaglicanos solúveis. Possui a capacidade de aumentar a atividade de células NK. b.Pectina 17 Possui capacidade antioxidante e protetora de mucosa. Tem propriedade de estimulação imune associado ao intestino. c.Oligossacarídeos Prebióticos c.1. FOS, INULINA e GOS INULINA Polímero de glicose extraído da raiz da CHICÓRIA ou produzido industrialmente a partir da sacarose (2-60 unidades de carbono); O frutano mais conhecido é a inulina, encontrada na alcachofra, chicória, cebola e banana. A inulina induz crescimento de lactobacilos e bifidobactérias benéficos no cólon intestinal e reduz microrganismos patogênicos. A ingestão de frutanos demonstrou reduzir a insulina, colesterol, triglicerídeos e fosfolipídios e estimular a absorção de cálcio. FOS Obtidos da hidrólise da inulina pela inulase Contém 5% de glicose, frutose e sacarose Industrialmente: obtidos a partir da sacarose (Frutosiltransferase) E um açúcar simples de cadeia curta (3-10 unid sacarose + unid. frutose) Fontes alimentares de FOS: mel, cerveja, cebola, raiz de bardana, aspargo, centeio, girassol batateiro, banana, açúcar de bordo, aveia e cebolinha chinesa. Os FOS estimulam o crescimento de bifidobactérias e lactobacillus, que reduz o nível de bactérias patogênicas, tais como salmonella e clostrídeos no trato GI, além de atuar na prevenção do câncer (diminuição atividade da beta- glicuronidase). PAPEL DO FOS e INULINA – DAN WAITZBERG CÓLON – Proliferação de bactérias probióticas; DELGADO – Aumento do bolo fecal. Já o GOS é obtido a partir da hidrólise da lactose. O soro de leite também é rico em GOS. Outros prebióticos utilizados incluem: - resinas de fibras; - lactilol; - lactulose; - isomaltooligossacarídeos; - lactosacarose; - oligossacarídeos de soja; - trans-GOS; - xilooligossacarídeos. III)PROBIÓTICOS Definição: Organismos vivos que, quando ingeridos em determinado número, exercem efeitos benéficos para a saúde. Fig. 2: Funções da microflora intestinal - DAN WAITZBERG (2009). Características dos probióticos (DAN WAITZBERG): Serem habitantes normais do intestino Reproduzirem-se rapidamente Produzirem substâncias antimicrobianas Resistirem ao tempo entre a fabricação, comercialização e Ingestão do produto, devendo atingir o intestino ainda vivos. Probióticos mais importantes: lactobacilos acidófilos, casei bulgárico, lactis, plantarum; estreptococo termófilo; Enterococcus faecium e faecalis; bifidobactéria bifidus, longus e infantis. Fontes: Alimentos industrializados (leites fermentados, iogurtes), cápsulas ou pó. LEITES FERMENTADOS Definição: alimentos ou suplementos microbianos que podem ser usados para mudar ou melhorar o equilíbrio intestinal bacteriano para melhor a saúde do hospedeiro. Os produtos lácteos fermentados, inclusive iogurtes de culturas vivas, bebida láctea ácida (kefir) e preparações probióticas comerciais, contêm formas de bactérias benéficas. Outros alimentos fermentados como chucrute, missô e tempeh, podem ser cultivados com bactérias benéficas específicas, como lactobacillus. Efeitos fisiológicos dos probióticos (DAN WAITZBERG): Inibição de bactérias intestinais indesejáveis: Subst. bactericidas (Peróxido de hidrogênio), Adesão à mucosa e multiplicação, Presença sem adesão à mucosa. Ativação da imunidade humoral e celular: L. acidófilo, bulgárico e casei – aumento da atividade fagocitária, síntese de Igs e ativam linfócitos B e T; Facilitadores da digestão da lactose – Síntese de beta- galactosidade; Controle do colesterol; Controle da diarréia (pp/ por antibióticos); Redução do risco de câncer; Síntese de vit: B1, B2, B6, B12, ácido nicotínico e ácido fólico; Inibição da colonização gástrica com Helicobacter pylori. DISBIOSE é um estado no qual as bactérias, ou seus elementos antigênicos, da microbiota intestinal produzem efeitos danosos ao individuo. Pode ocorrer em conseqüência de: 18 - alteração da composição ou quantidade da microbiota intestinal; - alteração na atividade metabólica das bactérias; - alteração na sua distribuição no TGI. O consumo de antibióticos representa a causa mais importante e comum para alteração de flora intestinal. O impacto do uso de antibióticos sobre a microbiota pode repercutir negativamente no indivíduo de várias formas: - favorecendo o supercrescimento de microrganismos já existentes, como fungos e Clostrídium difficile; - reduzindo a produção de AGCC; - aumentando a suscetibilidade à colonização por bactérias potencialmente patogênicas; - reduzindo o efeito terapêutico de alimentos ricos em fitoestrógenos, pois muitos deles depende do metabolismo enzimático, no cólon, dado pela β-glicosidases bacterianas. Fig. 3: Indicações tradicionais dos prebióticos, probióticos e simbióticos . O estresse pode induzir alterações na microbiota intestinal, incluindo redução da população de lactobacilos e bifidobactérias e aumentando bactérias potencialmente patogênicas. Essas alterações podem ser causadas pelo favorecimento do crescimento
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