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Atos de Comunicação Processual
Existem duas espécies de comunicação em relação aos atos processuais. A que se estabelece entre órgãos do Poder Judiciário, e a que ocorre entre o juízo e as partes.
A comunicação entre os órgãos do Poder Judiciário se dá por meio de cartas (precatórias, rogatórias ou de ordem), enquanto que a comunicação entre o juízo e as partes se dá por meio da citação e da intimação.
Citação
“O art. 238 conceitua a citação de forma ampla como o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual, ou mais corretamente, o processo.”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 187).
O legislador definiu a citação no artigo 238 do Código de Processo Civil de 2015 como: “Art. 238.  Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual.”. 
Portanto a citação é um ato constitutivo da relação processual determinado pelo juiz, conforme se constata com uma leitura do seguinte dispositivo legal extraído do CPC/2015:
Art. 334.  Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
 
Conforme apontado acima, é com a citação que se forma a relação processual, por isso que a mesma se faz necessária para validade do processo. Necessário destacar, contudo, que o comparecimento espontâneo do réu suprirá eventual defeito, tudo isso nos termos do artigo 239, que tem a seguinte redação:
 
Art. 239: Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido.
§ 1° O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução.
§ 2°  Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo de:
I – conhecimento, o réu será considerado revel;
II – execução, o feito terá seguimento.     
 
O réu é o destinatário da citação, nos termos do artigo 242 do CPC:
 
“Art. 242: A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado.
§1° Na ausência do citando, a citação será feita na pessoa de seu mandatário, administrador, preposto ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados.
§2° O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou, na localidade onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis, que será considerado habilitado para representar o locador em juízo.
§3° A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial..”. 
Entretanto, excepcionalmente, a citação poderá ser realizada em pessoa diversa da do réu, como por exemplo: os incapazes serão citados na pessoa de seus representantes.
A regra da citação pessoal do art. 215 do CPC de 1973 é mantida pelo art. 242, com as mesmas hipóteses dos atuais §§ 1º e 2º. O § 2º acabou recebendo acréscimo no sentido de considerar o administrador do imóvel encarregado de receber os aluguéis ‘habilitado para representar o locador em juízo’. Trata-se de nova hipótese de substituição processual (art. 18). O § 3º é novo e impõe que a citação das pessoas políticas e de direito público seja realizada perante o respectivo órgão de representação judicial. Não havendo tal órgão, a citação deverá ser feita na pessoa de quem represente o réu, observando-se o disposto nos incisos III e IV do art. 75.
Importante destacar que o advogado apenas poderá receber citação em nome de seu cliente se tiver poderes expressos e específicos para tanto.
E ainda em relação ao destinatário da citação, mister destacar que a jurisprudência e a doutrina, na vigência do CPC revogado, acolhiam como válida a citação da pessoa jurídica quando esta é feita na pessoa que se apresenta como representante legal da empresa e recebe a citação sem ressalva quanto à inexistência de poderes de representação em juízo. Tal situação recebe o nome de teoria da aparência, que pode ser ilustrada pela decisão contida no informativo nº 0499 do STJ:
CITAÇÃO. TEORIA DA APARÊNCIA. A pessoa jurídica - ente evidentemente abstrato - faz-se representar por pessoas físicas que compõem seus quadros dirigentes. Se a própria diretora geral, mesmo não sendo a pessoa indicada pelo estatuto para falar judicialmente em nome da associação, recebe a citação e, na ocasião, não levanta nenhum óbice ao oficial de justiça, há de se considerar válido o ato de chamamento, sob pena de, consagrando exacerbado formalismo, erigir inaceitável entrave ao andamento do processo. Precedente citado: AgRg nos EREsp 205.275-PR, DJ 28/10/2002. EREsp 864.947-SC, Rel. Min. Ministra Laurita Vaz, julgados em 6/6/2012. Disponível em https://ww2.stj.jus.br/jurisprudencia/externo/informativo/ . Acesso em 13/01/2016, às 15hs09min.
 
A citação válida gera os seguintes efeitos, segundo o disposto no art. 240:
 
i)    torna o juízo prevento;
ii)    induz litispendência;
iii)    faz litigiosa a coisa; e
iv)    constitui em mora o devedor;  interrompe a prescrição, retroagindo à data da propositura da ação.
Art. 240: A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).
§1° A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de propositura da ação.
§2° Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez) dias, as providências necessárias para viabilizar a citação, sob pena de não se aplicar o disposto no § 1o.
§3° A parte não será prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário.
§4° O efeito retroativo a que se refere o § 1o aplica-se à decadência e aos demais prazos extintivos previstos em lei.
 
Com relação ao artigo em questão, deve ser ressaltada a Súmula n° 106 do STJ: 
"Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou decadência."
Referido artigo constitui em uma formulação mais bem acabada que a dos arts. 219 e 220 do CPC de 1973, inclusive porque expressamente excepciona os casos em que a constituição em mora não se dá com a citação, com expressa remissão ao Código Civil.
Seguem ainda os Enunciados do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC) que se referem a este artigo:
– Enunciado n. 10 do FPPC: Em caso de desmembramento do litisconsórcio multitudinário, a interrupção da prescrição retroagirá à data de propositura da demanda original.
– Enunciado n. 117 do FPPC: Em caso de desmembramento do litisconsórcio multitudinário ativo, os efeitos mencionados no art. 240 são considerados produzidos desde o protocolo originário da petição inicial.
– Enunciado n. 136 do FPPC: A citação válida no processo judicial interrompe a prescrição, ainda que o processo seja extinto em decorrência do acolhimento da alegação de convenção de arbitragem.     
 
O ato citatório será realizado onde quer que o réu se encontre. O militar, em serviço ativo, será citado na unidade em que estiver servindo se não for conhecida a sua residência ou se nela não for localizado.
Art. 243.  A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encontre o réu, o executado ouo interessado.
Parágrafo único.  O militar em serviço ativo será citado na unidade em que estiver servindo, se não for conhecida sua residência ou nela não for encontrado.
Como todos os demais atos processuais, a citação também deverá ser realizada nos dias úteis, das 6 às 20 horas, salvo se autorizado, pelo magistrado, nos termos do artigo 212, hipótese em que o ato processual poderá ser efetuado em feriados (incluindo os domingos), ou nos dias úteis, fora do horário estabelecido pelo Diploma Processual de 1973.
Entretanto, nos moldes do artigo 244 do CPC, a citação não será realizada, salvo para evitar o perecimento do direito: a quem estiver participando de ato de culto religioso; de cônjuge, de companheiro ou a qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes; aos noivos, nos 3 (três) seguintes ao casamento; e aos doentes, enquanto grave o seu estado de saúde.
Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
I – de quem estiver participando de ato de culto religioso;
II – de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes;
III – de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento;
IV – de doente, enquanto grave o seu estado.
Merece destaque a hipótese peculiar da citação de réu que é mentalmente incapaz ou que esteja impossibilitado de recebê-la. Nesse caso o oficial de justiça certificará minuciosamente a ocorrência e o juiz nomeará um médico, a fim de examinar o citando. O laudo será apresentado em 5 (cinco) dias. Se reconhecida a impossibilidade, o juiz dará ao citando um curador, restrito àquela causa, observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida na lei civil. Daí então a citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa dos interesses do citando. Fica ainda dispensada a nomeação de médico se pessoa da família apresentar declaração do médico do citando que ateste a incapacidade deste.
 Art. 245.  Não se fará citação quando se verificar que o citando é mentalmente incapaz ou está impossibilitado de recebê-la.
§1o O oficial de justiça descreverá e certificará minuciosamente a ocorrência.
§2o Para examinar o citando, o juiz nomeará médico, que apresentará laudo no prazo de 5 (cinco) dias.
§3o Dispensa-se a nomeação de que trata o § 2o se pessoa da família apresentar declaração do médico do citando que ateste a incapacidade deste.
§4o Reconhecida a impossibilidade, o juiz nomeará curador ao citando, observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida em lei e restringindo a nomeação à causa.
§5o A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa dos interesses do citando.
A citação pode ser feita pelo correio, por oficial de justiça, por edital, ou por meio eletrônico, nos termos do art. 246 do CPC:
Art. 246: A citação será feita:
I – pelo correio;
II – por oficial de justiça;
III – pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório;
IV – por edital;
V – por meio eletrônico, conforme regulado em lei.
§1° Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio.
§2° O disposto no § 1o aplica-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às entidades da administração indireta.
§3° Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados pessoalmente, exceto quando tiver por objeto unidade autônoma de prédio em condomínio, caso em que tal citação é dispensada.
   
O art. 246 disciplina as modalidades em que a citação pode ser efetivada. Foi mantida a citação pelo correio, pelo oficial de justiça, por edital e por meio eletrônico, esta com observância da Lei n. 11.419/2006, além das novidades trazidas pelo novo CPC, inclusive nos §§ 1º e 2º. Novidade reside no inciso III, ao admitir a citação realizada pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório. Os §§ 1º e 2º veiculam regra mais que justificável nos dias atuais ao obrigar as pessoas neles referidas (de direito privado e público) a criarem endereço eletrônico para receberem citações e intimações eletrônicas.
Abaixo os Enunciados do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC) que se referem a este artigo:
– Enunciado n. 25 do FPPC: A inexistência de procedimento judicial especial para a ação de usucapião e de regulamentação da usucapião extrajudicial não implica vedação da ação, que remanesce no sistema legal, para qual devem ser observadas as peculiaridades que lhe são próprias, especialmente a necessidade de citação dos confinantes e a ciência da União, do Estado, do Distrito Federal e do Município.
A regra é que a citação seja feita pelo correio, com as exceções previstas no art. 247:
Art. 247 A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país, exceto:
I – nas ações de estado, observado o disposto no art. 695, § 3°;
II – quando o citando for incapaz;
III – quando o citando for pessoa de direito público;
IV – quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
V – quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma.
 
Quanto ao artigo 247, preservou-se a regra de que a citação seja realizada pelo correio. As exceções são as previstas nos incisos. Na revisão do texto do novo CPC, contudo, apareceu um complemento neste mesmo inciso I (‘observando o disposto no art. 695, § 3º’), ao indicar que a citação, nas ‘ações de família’, deve ser feita na pessoa do réu. 
O procedimento da citação pelo correio consistirá basicamente na remessa ao réu de cópias da petição inicial e do despacho do juiz, comunicando o prazo para a resposta e o juízo e cartório, com o respectivo endereço. A carta será registrada para entrega ao réu, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo.  Nesse sentido é o artigo 248 do CPC:
Art. 248 Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou o chefe de secretaria remeterá ao citando cópias da petição inicial e do despacho do juiz e comunicará o prazo para resposta, o endereço do juízo e o respectivo cartório.
§1° A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo.
§2° Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a entrega do mandado a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração ou, ainda, a funcionário responsável pelo recebimento de correspondências.
§3° Da carta de citação no processo de conhecimento constarão os requisitos do art. 250.
§4°Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a entrega do mandado a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência, que, entretanto, poderá recusar o recebimento, se declarar, por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência está ausente.
Vale ainda destacar a Súmula 429 do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que “A citação postal, quando autorizada por lei, exige o aviso de recebimento.”.
A citação também poderá ser realizada por oficial de justiça, nos termos do art. 249 do CPC:
Art. 249 A citação será feita por meio de oficial de justiça nas hipóteses previstas neste Código ou em lei, ou quando frustrada a citação pelo correio.
 
Incumbe ao oficial de justiça procurar o réu e, onde o encontrar, citá-lo lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé, certificando se o citando recebeu ou recusou a contrafé, e obtendo a nota de ciente, ou certificando que o réu não a apôs no mandado.
Nesse sentido é o artigo 251 do CPC:
 
Art. 251 Incumbe ao oficial de justiça procurar o citando e, onde o encontrar, citá-lo:
I – lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;
II – portandopor fé se recebeu ou recusou a contrafé;
III – obtendo a nota de ciente ou certificando que o citando não a apôs no mandado.
O mandado que o oficial de justiça tiver de cumprir deverá obrigatoriamente conter os seguintes requisitos, consoante redação do art. 250 do Diploma processual Civil em questão:
Art. 250 O mandado que o oficial de justiça tiver de cumprir conterá:
I – os nomes do autor e do citando e seus respectivos domicílios ou residências;
II – a finalidade da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial, bem como a menção do prazo para contestar, sob pena de revelia, ou para embargar a execução;
III – a aplicação de sanção para o caso de descumprimento da ordem, se houver;
IV – se for o caso, a intimação do citando para comparecer, acompanhado de advogado ou de defensor público, à audiência de conciliação ou de mediação, com a menção do dia, da hora e do lugar do comparecimento;
V – a cópia da petição inicial, do despacho ou da decisão que deferir tutela provisória;
VI – a assinatura do escrivão ou do chefe de secretaria e a declaração de que o subscreve por ordem do juiz. 
O art. 250 cuida dos requisitos que deve conter o mandado de citação e de acordo com as novidades propostas pelo novo CPC. É o que se dá com a previsão do inciso IV, segundo a qual o mandado de citação conterá a intimação do réu para comparecimento, acompanhado de advogado ou de defensor público, à audiência de conciliação ou de mediação, ato que, como regra, antecederá o prazo para apresentação da contestação, como se verifica do art. 335, I e II. 
Abaixo os Enunciados do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC) que se referem a este artigo:
– Enunciado n. 273 do FPPC: Ao ser citado, o réu deverá ser advertido de que sua ausência injustificada à audiência de conciliação ou mediação configura ato atentatório à dignidade da justiça, punível com a multa do art. 334, § 8º, sob pena de sua inaplicabilidade.
Contudo se o oficial de justiça por 02 (duas) vezes houver procurado o réu em seu domicílio ou residência, sem o encontrar e suspeitar de ocultação poderá ser realizada a citação por hora certa.
 
Art. 252: Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar.
Parágrafo único.  Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a intimação a que se refere o caput feita a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência.
 
O procedimento da citação por hora certa consistirá na intimação de qualquer pessoa da família, ou em sua falta a qualquer vizinho, que, no dia seguinte, voltará, a fim de efetuar a citação, na hora que designar. 
No dia e hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou residência do citando, a fim de realizar a diligência. Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se das razões da ausência, dando por feita a citação. Certificada a ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com pessoa da família ou com qualquer vizinho, declarando-lhe o nome. Feita a citação com hora certa, o escrivão enviará ao réu carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência.
 
Art. 253 No dia e na hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou à residência do citando a fim de realizar a diligência.
§1° Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca, seção ou subseção judiciárias.
§2° A citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa da família ou o vizinho que houver sido intimado esteja ausente, ou se, embora presente, a pessoa da família ou o vizinho se recusar a receber o mandado.
§3° Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com qualquer pessoa da família ou vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.
§4° O oficial de justiça fará constar do mandado a advertência de que será nomeado curador especial se houver revelia.
Art. 254 Feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de secretaria enviará ao réu, executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da juntada do mandado aos autos, carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência.
 
A citação também poderá ser realizada por edital, quando:
Art. 256 A citação por edital será feita:
I – quando desconhecido ou incerto o citando;
II – quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando;
III – nos casos expressos em lei.
§1° Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória.
§2° No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.
§3° O réu será considerado em local ignorado ou incerto se infrutíferas as tentativas de sua localização, inclusive mediante requisição pelo juízo de informações sobre seu endereço nos cadastros de órgãos públicos ou de concessionárias de serviços públicos.
 
Convém destacar que se considera inacessível, para fins de citação por edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória. No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.
Importante inovação é a o §3°, quando infrutíferas as tentativas de localização do réu.
São requisitos da citação por edital, nos termos do art. 257 do CPC:
Art. 257 São requisitos da citação por edital:
I – a afirmação do autor ou a certidão do oficial informando a presença das circunstâncias autorizadoras;
II – a publicação do edital na rede mundial de computadores, no sítio do respectivo tribunal e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, que deve ser certificada nos autos;
III – a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, fluindo da data da publicação única ou, havendo mais de uma, da primeira;
IV – a advertência de que será nomeado curador especial em caso de revelia.
Parágrafo único.  O juiz poderá determinar que a publicação do edital seja feita também em jornal local de ampla circulação ou por outros meios, considerando as peculiaridades da comarca, da seção ou da subseção judiciárias.
A parte que requerer, dolosamente, a citação por edital, incorrerá em multa em valor equivalente a 5 (cinco) vezes o valor do salário mínimo vigente na sede do juízo, que será revertida em benefício do citando.
Necessário o destaque ao teor da Súmula 282 do STJ: “Cabe a citação por edital em ação monitória.”
Importante lembrar que o réu que for citado por edital ou por hora certa (modalidades de citação ficta) terá direito a nomeação de curador especial em caso de revelia.
Por sua vez a citação por meios eletrônicos já havia sido incluída no Código de Processo Civil/73 pela Lei nº 11.419/06 que dispõe sobre a informatização do processo judicial. 
Importante destacar que tal lei passou a indicar que o referido ato processual deverá ser feito por meio eletrônico exceto quando, por motivo técnico, se tornar inviável.
Inovações do Novo Código de Processo Civil em matéria de Citação (Resumo)
Segue um breve resumo das principais inovações em razão da publicação da Lei nº 13.105/15 (novo Código de Processo Civil).
A nova definição trazida pelo legislador no “Art. 238.  Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual.” do CPC/15 supriu a falta de técnica processual existente na definição anterior. Os doutrinadoresindicam que o atual conceito se tornou mais técnico. O conceito trazido pelo artigo 213 do CPC/73 foi elaborado com base no processo de conhecimento, sem o cuidado de que a citação também se aplicaria ao processo de execução, em que o executado é citado para cumprir com a obrigação e não para se defender.  Ainda em relação à nova conceituação elogia-se a indicação de que a citação ocorre para que alguém passe a integrar a relação processual. Integrar a relação processual tem ligação com o princípio constitucional do contraditório, pois será com tal ato processual que será dada a possibilidade de reação ao réu, executado ou a eventual interessado.
Ainda, o réu deixou de ser o único destinatário da citação, podendo também ser citado para integrar a relação processual eventual interessado.
A citação continua indispensável para a validade do processo, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido. Prudente também o destaque em relação à ação de usucapião em que é dispensada a citação dos confinantes quando tiver por objeto unidade autônoma de prédio em condomínio.
O ato citatório permanece sendo um ato pessoal, ressalvadas as hipóteses da citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e as suas respectivas autarquias e fundações de direito público que serão realizadas perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial.
Visando possibilitar a citação por meio eletrônico, se tornou obrigatório que a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, às entidades da administração indireta, as empresas públicas e privadas, com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, mantenham cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações.
Nas ações de execução passou a ser possível a citação pelo correio.
O CPC/15 também criou a possibilidade de citação pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório.
Também será reputada válida a entrega de mandado para o funcionário responsável pelo recebimento da correspondência quando se tratar de pessoa jurídica, ou nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso.
Em relação à citação por hora certa, os requisitos permanecem os mesmos, exceto em relação ao número de diligências, pois agora basta que o oficial de justiça diligencie por 2 (duas) vezes.    
Intimações
 O novo Código de Processo Civil trouxe algumas alterações em relação às intimações. 
Convém ressaltar a inserção no texto legal possibilitando ao advogado da parte promover a intimação do advogado da outra pelo correio, nos termos do artigo 269 e respectivos §§, a saber:
Art. 269.  Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo.
§ 1º É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da outra parte por meio do correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício de intimação e do aviso de recebimento.
§ 2º O ofício de intimação deverá ser instruído com cópia do despacho, da decisão ou da sentença.
 
Ainda merece destaque a possibilidade de que as intimações por meio eletrônico possam ser feitas em nome da sociedade de advogados, nos termos do artigo 272, § 1º:
Art. 272.  Quando não realizadas por meio eletrônico, consideram-se feitas as intimações pela publicação dos atos no órgão oficial. 
§ 1º Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure apenas o nome da sociedade a que pertençam, desde que devidamente registrada na Ordem dos Advogados do Brasil.
 
Também merece destaque a inclusão no texto legal da possibilidade de realização das intimações por hora certa e por edital, o que na prática já era aceito pelos Tribunais. Neste sentido o art. 275, §2° do CPC:
Art. 275.  A intimação será feita por oficial de justiça quando frustrada a realização por meio eletrônico ou pelo correio.
§ 1o  A certidão de intimação deve conter:
I - a indicação do lugar e a descrição da pessoa intimada, mencionando, quando possível, o número de seu documento de identidade e o órgão que o expediu;
II - a declaração de entrega da contrafé;
III - a nota de ciente ou a certidão de que o interessado não a apôs no mandado.
§ 2o Caso necessário, a intimação poderá ser efetuada com hora certa ou por edital.
Aliás, nesse sentido é que foi decidido pelo STJ e divulgado no Informativo nº 0179, a saber:
INTIMAÇÃO PESSOAL. PRAÇA. AUSÊNCIA EVENTUAL. A eventual ausência do devedor por motivo de viagem, como no caso, não é suficiente para dispensar-se sua intimação pessoal da realização da praça. Caso suspeite-se de intuito protelatório, a intimação poderá ser realizada com hora certa. Precedente citado: REsp 37.958-SP, DJ 4/10/1993. REsp 470.226-GO, Rel. Min. Castro Filho, julgado em 7/8/2003. Disponível em https://ww2.stj.jus.br/jurisprudencia/externo/informativo/?acao=pesquisar&livre=intimação+e+hora+e+certa&b=INFJ&thesaurus=JURIDICO Acesso em 13/01/2016, às 15hs06min
 
Da forma de contagem dos prazos
Com relação ao início da contagem do prazo para resposta merece destaque a mudança trazida pelo artigo 335 do novo CPC.
Como já é de conhecimento, os prazos serão contados em dias úteis, excluindo-se o sábados, domingos e feriados da contagem (Art. 219 do NCPC).
A contagem do prazo, de acordo com o artigo 231 do CPC, será efetuada da seguinte maneira:
Art. 231.  Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio;
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça;
III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria;
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital;
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica;
VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta;
VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico;
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em carga, do cartório ou da secretaria.
§1° Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar corresponderá à última das datas a que se referem os incisos I a VI do caput.
§2° Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado individualmente.
§3° Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de qualquer forma, participe do processo, sem a intermediação de representante judicial, o dia do começo do prazo para cumprimento da determinação judicial corresponderá à data em que se der a comunicação.
§4° Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com hora certa.
 
Em se tratando de intimação pelo Diário Oficial Eletrônico a contagem do prazo será feita da seguinte forma: Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico. Os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao considerado como data da publicação, nos termos da Lei nº 11.419/06.
Exercício 1:
Não se fará a citação, exceto para evitar o perecimento do direito:
 
 
A)
aos noivos, nos 7 (sete) primeiros dias de bodas;
 
 
B)
ao cônjuge, companheiro, ou qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes;
 
 
C)
aos doentes, qualquer que seja o seu estado;
 
 
D)
de quem estiver participando de ato de culto religioso
 
 
E)
n.d.a.O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários:
D) , a citação não será realizada, salvo para evitar o perecimento do direito
B) , a citação não será realizada, salvo para evitar o perecimento do direito
Exercício 2:
A citação:
 
 
A)
válida torna prevento o juízo, induz litispendência, faz litigiosa a coisa e, salvo se ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.
 
 
B)
do demente será feita por mandado judicial, certificando o Oficial de Justiça a impossibilidade mental de cumprimento do ato pelo réu, com o que o juiz nomeará de imediato um curador para o ato e para a defesa ulterior do demente.
 
 
C)
não será feita, entre outras situações previstas em lei, salvo para evitar o perecimento do direito, ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos sete dias seguintes.
 
 
D)
do réu ausente será feita necessariamente por edital, ou, se ausentou-se para furtar-se ao ato, por hora certa, sempre determinada judicialmente.
 
 
E)
será feita, em regra, por Oficial de Justiça, frustrado o cumprimento do ato, realizar-se-á por via postal.
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
A) A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado
C) A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado
Exercício 3:
Em relação à citação, 
 
 
A)
por ordem de preferência, a citação far-se-á na residência, domicílio ou local de trabalho do réu, somente, por se tratar de ato solene;
 
 
B)
a regra é a citação postal, quando frustrar-se esse modo, a citação far-se-á por meio de Oficial de Justiça;
 
 
C)
na citação por edital, considera-se inacessível o país que recusar o cumprimento de carta precatória;
 
 
D)
quando o réu for demente, será citado e, posteriormente, comprovada a demência, o juiz nomeará um curador para a defesa de seus interesses;
 
 
E)
far-se-á sempre pessoalmente ao réu.
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários:
C) A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encontre o réu, o executado ou o interessado
D) A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encontre o réu, o executado ou o interessado
E) A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encontre o réu, o executado ou o interessado
B) A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encontre o réu, o executado ou o interessado
Exercício 4:
A citação não poderá ser feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto:
 
 
A)
quando o autor residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
 
 
B)
quando for ré pessoa capaz;
 
 
C)
quando for ré pessoa de direito público;
 
 
D)
nas ações de estado;
 
 
E)
n.d.a.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários:
A) – quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
C) – quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
D) – quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
A) – quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
D) – quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
C) – quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
E) – quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
C) – quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
A) – quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
B) – quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
Exercício 5:
Sobre a intimação é correto afirmar:
 
 
A)
a intimação do representante do Ministério Público é feita sempre  pela imprensa oficial.
 
 
B)
as intimações necessitam de provocação da parte para serem realizadas.
 
 
C)
cumpre ao cartório judicial atualizar o endereço dos advogados para fins de realização de comunicações e intimações processuais, contatando a OAB para esse fim.
 
 
D)
se tiverem ocorrido em dia em que não tenha havido expediente forense, as intimações consideram-se realizadas no primeiro dia útil anterior.
 
 
E)
far-se-á a intimação por meio de oficial de justiça quando frustrada a realização pelo correio.
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
E) , preservou-se a regra de que a citação seja realizada pelo correio.
Exercício 6:
Pode(m) ser expedida(s) por meio eletrônico, com assinatura eletrônica do juiz, na forma da lei,
 
 
A)
somente a carta precatória e a carta rogatória.
 
 
B)
somente a carta de ordem e a carta precatória.
 
 
C)
a carta de ordem, a carta precatória e a carta rogatória.
 
 
D)
somente a carta precatória.
 
 
E)
somente a carta de ordem.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
A) A intimação será feita por oficial de justiça quando frustrada a realização por meio eletrônico
A) A intimação será feita por oficial de justiça quando frustrada a realização por meio eletrônico
E) A intimação será feita por oficial de justiça quando frustrada a realização por meio eletrônico
D) A intimação será feita por oficial de justiça quando frustrada a realização por meio eletrônico
C) A intimação será feita por oficial de justiça quando frustrada a realização por meio eletrônico
Noções Introdutórias de tutela provisória
      
O instituto da antecipação da tutela foi positivado expressamente no ordenamento jurídico em 1994 em razão da necessidade de se ter um processo ágil e efetivo. A positivação estendeu a possibilidade de antecipar os efeitos da tutela em qualquer ação desde que preenchidos os requisitos.
Antes de 1994 o CPC não trazia de forma expressa a antecipação da tutela, contudo analisando-o de forma mais aprofundada era possível encontrar traços de tal instituto nas liminares nas ações de alimentos que tramitam pelo rito especial e também nas ações possessórias.
O Novo CPC trouxe grandes mudanças, pois procurou sistematizar melhor o instituto. Primeira, o instituto foi renomeado e passou a chamar “tutela provisória”. A alteração levou em consideração a sua natureza.
Muito embora a doutrina já fizesse uma distinção entre as modalidades de antecipação dos efeitos da tutela, o legislador houve por bem positiva-las. A primeira que tem por finalidade eliminar o perigo de dano grave e de difícil reparação denominou-se “tutela de urgência”. A segunda modalidade recebeu o nome de “tutela de evidência” e destina-se a proteger o direito da parte em razão da eventual demora do processo.
Para obter a tutela de urgência se faz necessária a demonstração da verossimilhança do direito e o perigo da demora que possa comprometer a efetividade da tutela jurisdicional pretendida.
Para conseguir a tutela de evidência é curial comprovar a presença das circunstâncias que justificam a inversão das consequências suportadas pelo autor, em razão da demora do processo.
A tutela de urgência se subdivide em tutela de urgência cautelar e em tutela de urgência antecipada. A tutela de urgência cautelar caracteriza-se pela natureza conservativa.  Já a tutela de urgência antecipada busca satisfazer antecipadamente a tutela final pretendida.
E ainda, as tutelas de urgência poderão ser requeridas de forma antecipada (antes da tutela definitiva) ou incidentalmente (no curso do processo).
 
Audiência de conciliação e mediação
O CPC vigente inovou em relação à legislação revogada, determinando a realização de uma Audiência de Conciliação ou Mediação,nos termos do art. 334.
A audiência de conciliação ou de mediação no limiar do processo é "novidade" trazida pelo CPC/2015 que visa a estimular a autocomposição em fase processual anterior a contestação, e que ocorre não perante o juiz, mas, sim, perante conciliador/mediador.
No procedimento comum, o réu não é mais intimado para responder, mas para comparecer a uma audiência de conciliação ou de mediação que passa a ser obrigatória.
O art. 334 do Novo CPC tem a seguinte redação:
Art. 334.  Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
§1° O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária.
§2° Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes.
§3° A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado.
Do texto inicial do art. 334 apresentado, podemos chegar às seguintes conclusões:
- Em regra, a audiência deve ser sempre designada, salvo indeferimento/determinação de emenda da inicial ou improcedência liminar;
- Entre a data da designação e da audiência deve haver um hiato mínimo de 30 dias, enquanto que o réu deve ser citado pelo menos 20 dias antes da realização da audiência de conciliação ou mediação;
- A audiência será presidida por conciliador ou mediador, sendo possível que seja presidida por servidor com outras funções, onde não haja estas figuras;
- A audiência de conciliação ou mediação poderá ser cindida quando a autoridade que a preside entender que tal providência é necessária, não podendo ser marcada a continuação para data superior a 2 meses da primeira sessão;
- O autor é intimado por seu advogado; o réu, por ser sua primeira participação no processo, é intimado pessoalmente;
E ainda, continua o art. 334 do Novo CPC:
§4° A audiência não será realizada:
I – se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual;
II – quando não se admitir a autocomposição.
§5° O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência.
§6° Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes.
§7° A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei.
§8° O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado.
§9° As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos.
§10.  A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir.
§11.  A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença.
§12.  A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte.
A regra é que a audiência seja obrigatória, mas ela pode não ser realizada quando: (a) todas as partes envolvidas no processo (inclusive litisconsortes ativos e passivos) manifestem desinteresse na composição consensual; ou (b) quando a lide não admitir autocomposição nem mesmo em tese. Assim, tamanha importância estabeleceu a realização da audiência como regra a encontrar apenas duas exceções: se os direitos envolvidos não admitirem composição ou se, tendo o autor já manifestado desinteresse na inicial, o réu, até dez dias antes da audiência, igualmente expressar que não pretende conciliar. É o que dispõem os incisos I e II do § 4º do artigo 334 do CPC.
A regra de que a audiência ocorre antes da contestação também comporta flexibilização.
A primeira exceção é trazida pelo artigo 331, § 1º, que dispõe que, indeferida liminarmente a petição inicial, e provida apelação interposta pelo autor contra a sentença terminativa, o prazo para contestação será contado da intimação, em primeiro grau, do retorno dos autos. É dizer, volvidos os autos ao primeiro grau, será o réu intimado — já houve a citação para oferta de contrarrazões — para contestar e, apenas em seguida, designada, se o caso, audiência de conciliação ou de mediação, já com a defesa ensartada aos autos.
A segunda exceção consta do artigo 340, § 4º, que dispõe que o réu, aduzindo a incompetência do juízo em preliminar, poderá apresentar sua contestação perante o foro de seu domicílio. Nessa hipótese, a defesa será remetida pelo juízo em que protocolizada ao juízo perante o qual tramita o processo, sendo suspensa a realização de audiência eventualmente já designada. Ato contínuo, apreciada a alegação de incompetência, sendo ela acolhida, será definitivamente cancelada a audiência previamente designada pelo juízo incompetente e designada nova data pelo juízo competente; sendo rejeitada a incompetência, nova data é designada pelo juízo, se necessário.
 
Na situação trazida pelo artigo 340, § 4º, CPC/2015, perceba-se que o réu, que deve suscitar incompetência em contestação, pretende evitar o comparecimento à audiência no foro incompetente — por vezes distante de seu domicílio —, e, assim, "antecipa-se" e apresenta contestação a fim de invocar a incompetência. Nesse caso, em que a contestação antecede a audiência designada pelo juízo incompetente, o enfrentamento da defesa processual invocada pelo réu em preliminar de contestação finda por subverter a lógica estabelecida pelo CPC/2015: haverá audiência de conciliação ou de mediação perante o juízo reconhecido competente após a apresentação de contestação pelo réu.
Art. 340.  Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico.
§ 1º A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver sido citado por meio de carta precatória, juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o juízo da causa.
§ 2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for distribuída a contestação ou a carta precatória será considerado prevento.
§ 3º Alegada a incompetência nos termos do caput, será suspensa a realização da audiência de conciliação ou de mediação, se tiver sido designada.
§ 4º Definida a competência, o juízo competente designará nova data para a audiência de conciliação ou de mediação.
O autor deve indicar que não quer a audiência logo na petição inicial, enquanto o réu poderá fazê-lo em petição autônoma, desde que com antecedência mínima de 10 dias da data da audiência.
Atento à facilidade dos meios eletrônicos e ao constante avanço da infraestrutura dos tribunais nacionais, a nova legislação já admite antecipadamente a realização de conciliação ou mediação por meio eletrônico.
Não mais se admite que uma das partes falte a audiência e justifique alegando simplesmente o desinteresse em conciliar, a parte é obrigada a comparecer sob pena de multa.
A parte não poderá comparecer desacompanhada de advogado, de modo a garantir-se o conhecimento das implicações jurídicas de qualquer acordo a ser celebrado na audiência, bem como as consequências de não fazê-lo.
A parte poderá constituir representante para a audiência de conciliação ou mediação, no entanto é imprescindível que este tenha poderes específicos para negociar e transigir, os quais devemser veiculados em procuração específica para a audiência.
A autocomposição, por conciliação ou mediação, será reduzida a termo e homologada por sentença.
Deve ser ressaltado que o réu não é mais citado para responder, mas para participar de audiência de conciliação ou mediação. O prazo para contestar só começa a fluir da realização da audiência ou do dia em que o réu se manifesta pelo desinteresse em sua realização.
Portanto, nota-se que será designada audiência de conciliação prévia, antes do oferecimento da resposta do réu. O réu será citado, não para contestar, mas para comparecer a audiência de conciliação ou mediação, sendo que somente com o encerramento da audiência, não tendo havido transação, terá início o prazo para contestação.
Neste sentido é o artigo 335 do CPC:
Art. 335.  O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I;
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos.
§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência.
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência.
 
Resposta do réu; Espécies de defesa contra o processo e contra o mérito; Contestação; Reconvenção.
O CPC vigente trouxe uma visão diferençada sobre como o réu pode responder as demandas contra ele interpostas e consolidou a contestação como principal meio de defesa. 
No sistema revogado a contestação era uma das possíveis respostas do réu, sendo a mais comum. Três eram o as possíveis respostas no CPC/73 (art. 297):
- Contestação: prevista nos artigos 297 e seguintes do CPC/1973, é a considerada como a resistência do réu à pretensão do autor, onde nela poderiam ser alegadas preliminares (matérias de cunho processual que podem impedir ou retardar o conhecimento do mérito da lide) e a defesa de mérito (oposição ao pedido formulado pelo autor, cabendo ao réu atacar os fatos narrados, bem como os fundamentos jurídicos);
- Exceções: poderiam ser de três tipos: incompetência relativa (inobservância pelo autor das regras referente à competência de território e valor), suspeição (hipótese em que se constata uma presunção relativa de parcialidade relativa do juiz, capaz de gerar uma nulidade relativa do processo) e impedimento (constatação de presunção absoluta de parcialidade do juiz, conduzindo a uma nulidade absoluta do feito); sendo tais matérias alegadas através de petição apartada da contestação que, quando apresentadas, levavam à suspensão do processo principal;
- Reconvenção: tratava-se de ação do réu contra o autor nos mesmos autos da ação principal, sendo, portanto conexa. A reconvenção era autônoma em relação à ação principal (ou seja, mesmo que o réu não apresentasse sua contestação poderia reconvir no processo, bem como no caso de extinção ou desistência da ação principal, a reconvenção poderia prosseguir), devendo cumprir os seguintes requisitos: ser fundada em causa conexa com a inicial ou com a matéria de defesa, ser o juiz competente para o pedido deduzido em reconvenção, ser apresentada simultaneamente com a contestação (ou no mesmo prazo caso o réu opte por não contestar).
Além destas peças, outras ainda poderiam ser apresentadas em peças autônomas, tais como a impugnação ao valor da causa.
- Impugnação ao valor da causa: era uma petição apartada, de titularidade do réu, apresentada com a finalidade de se adequar o valor dado à causa de acordo com as regras contidas no artigo 259 do CPC/1973. Sua apresentação não suspendia o processo principal;
O CPC vigente (2015) consolida a contestação como principal defesa do réu, ampliando sua importância.
Toda a matéria de defesa pode, a partir da entrada em vigor do Novo CPC, se concentrar na contestação, ou seja, as matérias antes que eram alegadas através de 03 instrumentos de respostas, agora devem ser trazidas na contestação. É o princípio da concentração da defesa, constante do art. 336 do CPC vigente.
Vejamos a redação dos arts. 336 e 337 do Novo CPC em que se consolida a concentração da matéria de defesa e se elenca o rol de matérias preliminares ao mérito:
Art. 336.  Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
Art. 337.  Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I – inexistência ou nulidade da citação;
II – incompetência absoluta e relativa;
III – incorreção do valor da causa;
IV – inépcia da petição inicial;
V – perempção;
VI – litispendência;
VII – coisa julgada;
VIII – conexão;
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
X – convenção de arbitragem;
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
As preliminares (defesas contra o processo) de contestação, ou seja, matérias que prejudicam ou retardam à apreciação do mérito devem ser arguidas antes da defesa do mérito.
As preliminares se subdividem em dilatórias e em peremptórias. Aquelas visam dilatar o andamento do processo, pois possibilitam que o autor adote as providências necessárias para sanar os vícios indicados; enquanto que estas buscam a extinção do feito sem resolução de mérito.
Mister destacar que a prescrição e a decadência não devem ser alegadas como preliminares, mas sim como prejudiciais de mérito, uma vez que o acolhimento de eventual alegação implicará na extinção do feito com resolução do mérito.
Em relação à defesa contra o mérito ela pode ser direta ou indireta.
Na defesa direta de mérito, o réu comparece para negar os fatos e fundamentos jurídicos do pedido do autor, enquanto que na defesa indireta de mérito, o réu comparece para admitir os fatos, porém nega as consequências jurídicas.
Deste modo, inova o CPC vigente ao trazer a incorreção do valor da causa e a indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça como matérias alegadas em sede de preliminar de contestação.
Ainda dentro das preliminares, tais matérias poderão ser conhecidas de ofício pelo juiz, salvo a convenção de arbitragem e a incompetência relativa. Além disso, a ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral.
Deve ainda ser destacado o art. 343:
“Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.”
Portanto, a Reconvenção será proposta nos mesmos autos da Contestação, e não mais em peça apartada como era feito no CPC de 1973.
Permanece a exigência já contida no Código anterior de que a pretensão manifestada na reconvenção seja conexa com a ação principal ou com a matéria de defesa.
Ressalta-se, contudo, que por força dos §§2º e 6º do artigo 343, a reconvenção mantem seu caráter autônomo em relação à ação principal, ou seja, havendo a desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção, bem como o réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.
Art. 343.  Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestarpretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
§ 1o Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2o A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
§ 3o A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.
§ 4o A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.
§ 5o Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto processual.
§ 6o O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.
Considerando o texto da Nova Lei, restou uma única peça de resposta: contestação.
Deve ser ainda destacada uma outra inovação. Alegação comumente utilizada por diversos motivos é a ilegitimidade da parte que, como vimos, deve ser alegada como preliminar na contestação.
Segundo a regra do CPC revogado, ao reconhecer a ilegitimidade da parte, o juiz deve extinguir o feito sem resolução do mérito (art. 267,VI). O Novo CPC apontou um caminho distinto.
A nova legislação permite que o autor corrija o polo passivo da ação. Assim, se o réu alegar ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz faculta ao autor a alteração da petição inicial para substituição do réu em 15 dias.
Se o autor concordar com a alteração, deverá indenizar o réu ilegítimo das despesas e pagará honorários ao procurador do réu excluído fixados entre três a cinco por cento do valor da causa. Em sendo irrisório o valor, o juiz pode fixar por equidade.
Importante destacar que o réu, ao alegar sua ilegitimidade, deve indicar quem é o correto sujeito passivo da lide sempre que disso tiver conhecimento, se não o fizer – podendo – arcará com as despesas processuais e prejuízos que decorrerem especificamente da falta de indicação.
O autor também pode acrescer o polo passivo da ação, incluindo o sujeito indicado pelo réu (sem exclusão deste).
Frisa-se que se o réu alegar ilegitimidade e o autor insistir em processá-lo, caso o juiz reconheça a ausência de legitimidade deverá extinguir a ação sem resolução do mérito, nos termos do art. 485, VI do Novo CPC, respondendo, nestes casos, por todas as despesas processuais e honorários advocatícios.
Nesse sentido assim está disciplinada a matéria:
Art. 338.  Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu.
Parágrafo único.  Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º.
Art. 339.  Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.
§ 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338.
§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.
O artigo 336 do CPC vigente reproduz o princípio da eventualidade já contido no CPC/1973: toda matéria de defesa, mesmo que contraditória, deve ser deduzida na contestação.
Outro princípio também repetido pelo Novo CPC é o ônus da impugnação específica, previsto agora no artigo 341 do CPC: por tal diretriz, cabe ao réu rebater todos os fatos apontados pelo autor, sob pena de serem presumidas verdadeiros, salvo nos seguintes casos:
a) Não for admissível, a seu respeito, a confissão;
b) A petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato;
c) Estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
Entretanto, com relação a tal princípio, o Código é impositivo ao trazer que ele não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.
Art. 341.  Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se:
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão;
II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato;
III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
Parágrafo único.  O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial
Além disso, o artigo 342 do CPC dispõe que o réu somente poderá deduzir novas alegações quando relativas a direito ou fato superveniente, no caso de competir ao juiz conhecer de tais novas alegações de ofício ou no caso de que, havendo expressa autorização legal, puderem sem formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição.
Art. 342.  Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando:
I - relativas a direito ou a fato superveniente;
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício;
III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição.
Disciplinadas dentro da parte geral da nova legislação processual, no artigo 146, as alegações de suspeição e impedimento foram às únicas que foram mantidas como petições apartadas, mas não mais na forma de exceção processual.
Por sua vez as hipóteses estão contidas nos artigos 144 (impedimento - presunção absoluta de parcialidade do juiz, conduzindo a uma nulidade absoluta do feito) e 145 (suspeição - presunção relativa de parcialidade relativa do juiz, capaz de gerar uma nulidade relativa do processo), sendo tais causas também aplicáveis ao membro do Ministério Público, aos auxiliares da justiça e aos demais sujeitos imparciais do processo.
O artigo 146 traz que no prazo de 15 dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas.
Sendo reconhecido o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal.
Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão. Além disso, reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado, bem como decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o motivo de impedimento ou de suspeição.
Art. 144.  Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral,até o terceiro grau, inclusive;
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo;
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz.
§ 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz.
§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo.
Art. 145.  Há suspeição do juiz:
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio;
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões.
§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I - houver sido provocada por quem a alega;
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido.
Art. 146.  No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas.
§ 1o Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal.
§ 2o Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o incidente for recebido:
I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;
II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do incidente.
§ 3o Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto legal.
§ 4o Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o tribunal rejeitá-la-á.
§ 5o Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão.
§ 6o Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado.
§ 7o O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o motivo de impedimento ou de suspeição.
Art. 147.  Quando 2 (dois) ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, o primeiro que conhecer do processo impede que o outro nele atue, caso em que o segundo se escusará, remetendo os autos ao seu substituto legal.
Art. 148.  Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição:
I - ao membro do Ministério Público;
II - aos auxiliares da justiça;
III - aos demais sujeitos imparciais do processo.
§ 1o A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos.
§ 2o O juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão do processo, ouvindo o arguido no prazo de 15 (quinze) dias e facultando a produção de prova, quando necessária.
§ 3o Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1o será disciplinada pelo regimento interno.
§ 4o O disposto nos §§ 1o e 2o não se aplica à arguição de impedimento ou de suspeição de testemunha.
Exercício 1:
No que se refere à resposta do réu:
 
A)
compete ao réu, antes de discutir o mérito, alegar incompetência absoluta, litispendência e coisa julgada, entre outras arguições.
 
 
B)
após a contestação, só é lícito deduzir novas alegações quando provados caso fortuito ou força maior.
 
 
C)
alegada litispendência, cabe ao juiz determinar a reunião dos processos para sentenciamento simultâneo e conjunto.
 
 
D)
oferecida reconvenção, em peça autônoma, será ela processada em apenso aos autos principais.
 
 
E)
a matéria alegada em preliminares depende sempre da provocação do réu para ser conhecida pelo juiz.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) deve apresentar todas as contestações possíveis
Exercício 2:
Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. No mérito, lhe é facultado arguir:
 
A)
inexistência ou nulidade da citação;
 
 
B)
coisa julgada;
 
 
C)
incompetência relativa;
 
 
D)
perempção;
 
 
E)
inexistência do fato constitutivo do direito do autor.
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
E) pode alegar a falta de legitimidade do autor
Exercício 3:
Considere as assertivas quanto à resposta do réu:
I. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.
II. Após a contestação, só é lícito deduzir novas alegações em relação a matéria de ordem pública, suscetível de arguição a qualquer tempo.
III. Cabe ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial, presumindo-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo, entre outras razões, se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. 
Está correto o que se afirma APENAS em:
 
A)
I e III.
 
 
B)
I e II.
 
C)
II e III.
 
 
D)
II.
 
 
E)
III.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
E) de ser narrados todos os fatos a ser por motivo de força maior ser outros fatos serem narrados posteriormente
A) de ser narrados todos os fatos a ser por motivo de força maior ser outros fatos serem narrados posteriormente
Exercício 4:
Em relação à contestação e à reconvenção:
 
A)
a desistência da ação, ou a existência de qualquer causa que a extinga, obsta ao prosseguimento da reconvenção, por ser ela subordinada à ação da qual proveio.
 
 
B)
julgar-se-ão por sentenças autônomas a ação e a reconvenção.
 
 
C)
não pode o réu propor reconvenção em face de que não é parte na ação.
 
 
D)
depois da contestação, só é lícito deduzir novas alegações quando competir ao juiz conhecer delas de ofício.
 
E)
entre outras razões, compete ao réu alegar em contestação, antes de discutir o mérito, a incompetência absoluta, a perempção, a litispendência, a coisa julgada e a conexão.
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
A) não sendo a ação inicial legitima, pode haver reconvenção
B) não sendo a ação inicial legitima, pode haver reconvenção
C) não sendo a ação iniciallegitima, pode haver reconvenção
D) não sendo a ação inicial legitima, pode haver reconvenção
E) não sendo a ação inicial legitima, pode haver reconvenção
Exercício 5:
A resposta do réu:
 
A)
dada na contestação, implica a apresentação de todas as razões que possam levar ao desacolhimento do pedido inicial, em obediência ao princípio da eventualidade, além de especificar as provas que pretende produzir.
 
 
B)
não é oferecida sempre em peça única, devdndo a reconvenção e as alegações de impedimento e suspeição serem apresentadas em peças separadas.
 
 
C)
dada em alegação de incompetência relativa, implica a prolação de sentença, da qual caberá apelação.
 
 
D)
é sempre meritória, ainda que diga respeito a matérias de ordem pública, salvo se arguidos pressupostos de inadmissibilidade da demanda.
 
 
E)
deve conter na contestação todas as alegações fáticas e de direito possíveis, em nenhuma hipótese admitindo-se a dedução de novas alegações.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) deve o réu alegar sua contestação contradizendo o que afirmado contra seu interesse
Exercício 6:
Acerca da resposta do réu, assinale a opção correta.
 
A)
O advogado dativo do réu deve fazer impugnação especificada de todos os argumentos do autor.
 
 
B)
Verificando que o autor não pagou as custas iniciais, o réu deve alegar carência de ação na contestação, antes de discutir o mérito da causa.
 
 
C)
A alegação de incompetência absoluta é processada em apenso aos autos principais.
 
 
D)
Quanto ao ônus da impugnação especificada dos fatos, não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.
 
 
E)
Cabe ao réu informar na contestação se existe coisa julgada, ou seja, se existe outra ação idêntica já julgada, ainda que pendente de recurso
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
B) deve ser pago as custas com antecedência
A) deve ser pago as custas com antecedência
E) deve ser pago as custas com antecedência
D) deve ser pago as custas com antecedência
Revelia e Reconhecimento do Pedido
A expressão “contumácia” apesar de não ser mencionada pela nova legislação processual em vigor (nem mesmo pelo CPC revogado), significa a inércia das partes na prática de atos processuais. Falamos então em contumácia do réu ou revelia.
Uma vez regularmente citado, o réu tem o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar contestação, nos termos do art. 335 do CPC:
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
Contudo, pode o réu se manter inerte, e não apresentar qualquer resposta no processo. Quando isso ocorre estamos diante da revelia.
A revelia, então, é a ausência de qualquer resposta por parte do réu. Ressalta-se que, ainda que o réu tenha advogado devidamente habilitado nos autos, caso não seja elaborada a defesa, há revelia.
Importa ressaltar que o réu não tem o dever de responder ao processo, mas tem um ônus de fazê-lo, pois em caso de inexistência de resposta, o mesmo será tratado como ausente no processo, tendo algumas consequências jurídicas particularizadas para esta situação.
Quando se fala em revelia, a principal consequência são os efeitos decorrentes, que devem ser analisados.
São dois os principais efeitos da revelia. O primeiro deles é o previsto no art. 344 do CPC:
Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.
Este efeito deverá ser visto de forma relativizada, pois nesse caso a lei não quis simplesmente punir o réu revel. O magistrado, caso não se sinta convencido, poderá determinar ao autor que produza outras provas para caracterização de seu direito.
O outro efeito da revelia é o previsto no art. 346 do CPC.
Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial.
 
Ora, no caso de revelia, diferentemente do que previa a legislação anterior (art. 322 do CPC de 1973) em que os prazos processuais correriam independentemente de intimação, no CPC vigente os prazos processuais fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial.
Contudo, de acordo com o parágrafo único do art. 346 do CPC, mesmo que o réu seja revel, este fato não o impedirá de comparecer ao processo em qualquer fase, mas receberá o mesmo no estado que se encontrar.
É que o revel, ao atuar no processo em trâmite, não poderá alegar matérias preclusas, sobre as quais não há mais a possibilidade de deduzi-las por ter passado o momento oportuno para falar nos autos. É o que se deduz do art. 346, parágrafo único do CPC:
Art. 346. (...)
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar.
Há ainda um terceiro efeito que decorre das consequências da revelia, que é o julgamento antecipado da lide, de acordo com o art. 355, II do CPC.
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando:
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349.
Na revelia, como os fatos articulados pelo autor são considerados verdadeiros diante da inércia do réu, e o juiz entender que não há controvérsia de fato a ser comprovada pelo autor, poderá haver o julgamento antecipado da lide, com a prolação de sentença de forma antecipada no tempo.
Contudo, importante a ressalva: o julgamento antecipado da lide não implica em procedência do pedido do autor, pois ainda que o magistrado não tenha requerido mais nenhuma providência de ordem probatória, a sua convicção sobre o direito pleiteado pode não ser pelo ganho de causa ao autor.
Também importante frisar que a revelia não implica necessariamente na procedência do pedido, pois caberá ao juiz inicialmente analisar se o processo está formalmente em ordem (pressupostos processuais e condições da ação) e se as alegações do autor ao menos estão minimamente demonstradas e dispensam a produção de qualquer outra prova. Nesse sentido interessante decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça que foi divulgada no Informativo nº 0546, a saber:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. APRESENTAÇÃO APENAS DE RECONVENÇÃO SEM CONTESTAÇÃO EM PEÇA AUTÔNOMA E POSSIBILIDADE DE SE AFASTAR OS EFEITOS DA REVELIA. Ainda que não ofertada contestação em peça autônoma, a apresentação de reconvenção na qual o réu efetivamente impugne o pedido do autor pode afastar a presunção de veracidade decorrente da revelia (art. 302 do CPC). Com efeito, a jurisprudência do STJ encontra-se consolidada no sentido de que a revelia, decorrente da não apresentação de contestação, enseja apenas presunção relativa de veracidade dos fatos narrados na inicial pelo autor da ação, podendo ser infirmada pelos demais elementos dos autos, motivo pelo qual não acarreta a procedência automática dos pedidos iniciais. Ademais, o STJ já se posicionou no sentido de que constitui mera irregularidade a apresentação de contestação e de reconvenção em peça única. REsp 1.335.994-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 12/8/2014. Disponível em https://ww2.stj.jus.br/jurisprudencia/externo/informativo/?acao=pesquisar&livre=revelia&operador=e&b=INFJ&thesaurus=JURIDICO acesso em 25/01/2016 às 17hs 13min
 
Assim seguramente pode-se afirmar que a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor não ocorrerá se nos autos, de alguma forma, os fatos se tornarem controvertidos.
Além disso, para o julgamento antecipado da lide nos termos do art. 355, II do CPC é necessário que o réu revel não tenha feito nenhum requerimento de prova.
O art. 345 do CPC dispõe sobre as hipóteses em que, apesar de caracterizada a revelia, não há a produção de seus efeitos. 
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;