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O que são blocos de coroamento? Segundo a NBR 6118:2014, os blocos de coroamento, conhecidos como blocos de fundação, são estruturas que têm a função de distribuir as cargas dos pilares a elementos de fundações, tais como estacas e tubulões. Em geral, o dimensionamento dos blocos é similar aos das sapatas, diferenciando-se, que o bloco transmite as cargas para os tubulões ou estacas, e a sapata já transmite a carga diretamente ao solo. Quando utiliza-se estacas ou tubulões? A utilização de estacas ou tubulões como elementos de fundação dá-se quando o terreno tem resistência adequada em camadas mais profundas, quando existe grande quantidade de água no mesmo ou quando existe a necessidade de resistir a ações horizontais de importância. Dados necessários para o projeto de blocos N° de estacas necessárias ou reação vertical admissível da estaca; Tipo de estaca (pré-moldada ou moldada no local); Diâmetro das estacas ; Investigações geotécnicas (engenheiro de fundações); Esforços solicitantes dos pilares junto às fundações Análise Estrural (engenheiro de estruturas); Dimensões e armaduras dos pilares. Elementos estruturais Conforme item 22.7.4 da NBR 6118/2014, são listados a seguir os tipos de armaduras e suas respectivas funções nos blocos de fundação: Armadura de flexão: a armadura de flexão deve ser disposta essencialmente (+85%) nas faixas definidas pelas estacas, considerando o equilíbrio com as respectivas bielas. As barras devem se estender de face a face do bloco e terminar em gancho nas duas extremidades. Deve-se ainda garantir a ancoragem de cada uma dessas faixas, sobre as estacas, medida a partir das faces internas das estacas; Armadura de distribuição: para controlar a fissuração, deve-se prever armadura positiva adicional, independente da armadura principal de flexão, em malha ou uniformemente distribuída em duas direções para 20% dos esforços totais; Elementos estruturais Armadura de suspensão: se for prevista armadura de distribuição para mais de 25% dos esforços totais ou se o espaçamento entre as estacas for maior que 3 vezes o diâmetro da estaca, deve-se prever armadura de suspensão para a parcela de carga a ser equilibrada; Armadura de arranque dos pilares: o bloco deve ter altura suficiente para permitir a ancoragem da armadura de arranque dos pilares; Armadura lateral e superior: em blocos com duas ou mais estacas em uma única linha, é obrigatória a colocação de armaduras laterais e superior. Em blocos de fundação de grandes volumes, é conveniente a análise da necessidade de armaduras complementares. Métodos para dimensionamento de blocos sobre estacas – roteiro dimensionamento Utiliza-se o método das bielas, método mais utilizado no dimensionamento de blocos rígidos sobre estacas. É baseado nos trabalhos experimentais realizados por Blévot e Frémy (1967) e consiste em admitir no interior do bloco uma treliça espacial composta por barras tracionadas e barras comprimidas, ligando-se por meios de nós; O método consiste no cálculo da força de tração, que define a área necessária de armadura, e na verificação das tensões de compressão nas bielas, calculadas nas seções situadas junto ao pilar e à estaca. O método das bielas é recomendado para ações centradas e todas as estacas devem estar igualmente afastadas do centro do pilar. Pode ser empregado no caso de ações que não são centradas, desde que se admita que todas as estacas comprimidas estão submetidas à maior força transferida. Blocos sobre duas estacas Para o projeto de blocos sobre duas estacas, considera-se o esquema de forças internas mostrada na Figura a seguir, sendo que a treliça tem a barra tracionada submetida à força Rst e as diagonais comprimidas submetidas à força Rcb. Blocos sobre duas estacas – exemplos detalhamento Blocos sobre três estacas A rotina de projeto para blocos sobre três estacas é praticamente o mesmo que o considera para duas estacas, mas neste caso a treliça é formada por três barras comprimidas. Os tirantes são representados pela armadura, que pode ter diferentes arranjos. O esquema estático considerado é mostrado na figura a seguir: Blocos Sem Armação Segundo a ABNT NBR 6122/2010 item 3.3: Bloco Elemento de fundação superficial de concreto, dimensionado de modo que as tensões de tração nele resultante sejam resistidas pelo concreto, sem necessidades de armadura. Recomendações 1 – Quanto à sua forma: Podem ter seção quadrada, retangular, triangular ou até mesmo poligonal; 2 – Quanto à suas faces: Podem ter faces verticais, inclinadas ou escalonadas. 3 - Quanta à dimensões: Devem possuir alturas relativamente grandes para que trabalhem essencialmente à compressão. Por norma, qualquer dimensão, em qualquer direção do bloco, não deve ser inferior a 0,6 m (60 cm). A cota da profundidade máxima da fundação não deve ser superior à 3 metros e/ou superior a duas vezes a maior dimensão da base do bloco. Quanto à profundidade mínima, esta deve ser de 1,5m. Df ≤ 2B e/ou Df ≤ 3m Recomendações Os blocos podem ser construídos de pedra, concreto simples, tijolos maciço ou concreto ciclópico , respeitando-se a resistência de cada material empregado. Dimensionamento A tensão aplicada pela fundação não deve exceder a tensão de resistência do solo (tensão admissível): Nota: o centro de gravidade do bloco deve coincidir com o centro de carga do pilar. Dimensionamento Nota: Sempre que possível a relação entre os lados deve ser menor, ou no máximo, igual a 2,5. Dimensionamento Sempre que possível as dimensões dos lados devem ser escolhidas de tal forma que os balanços em relação às faces do pilar sejam iguais nas duas direções: Dimensionamento O valor do ângulo α é tirado do gráfico da figura abaixo presente na NBR 6118/2014, onde o parâmetro de entrada é a relação σS/σt , onde σS é a tensão aplicada ao solo pelo bloco e σt é a tensão admissível à tração do concreto, valor da ordem de fck/25, não utilizando-se valores maiores do que 0,8 MPa, por norma. t