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Mandado de Segurança

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Caso Concreto
Mévio de Tal, com quarenta e dois anos de idade, pretende candidatar-se a cargo vago, mediante concurso público, organizado pelo Estado de Minas Gerais, tendo, inclusive, se matriculado em escola preparatória. Com a publicação do edital, é surpreendido com a limitação, para inscrição, dos candidatos com idade de, no máximo, vinte e cinco anos. Inconformado, apresenta requerimento ao responsável pelo concurso, que aduz o interesse público, tendo em vista que, quanto mais jovem, maior tempo permanecerá no serviço público o aprovado no certame, o que permitirá um menor déficit nas prestações previdenciárias, um dos problemas centrais do orçamento do Estado na contemporaneidade.
O responsável pelo concurso é o Governador do Estado de Minas Gerais. Não há previsão legal para o estabelecimento de idade mínima, sendo norma constante do edital do concurso. Não há necessidade de produção de provas e o prazo entre a publicação do edital e da impetração da ação é menor que 120 (cento e vinte) dias. Na qualidade de advogado contratado por Mévio, redija a peça cabível ao tema. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
(linhas)
MÉVIO DE TAL, estado civil, nacionalidade, profissão, residente e domiciliado na....., bairro..., cidade...., estado..., endereço eletrônico..., inscrito no cadastro de pessoas físicas (CPF) sob o número... e Registro de Identidade Geral (RG) sob o número...., representado nesta ação por seu advogado infra-assinado, com inscrição na OAB de número..., com endereço para comunicações judiciais na ....., bairro..., cidade..., estado... e endereço eletrônico..., conforme procuração anexa, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, impetrar, nos termos do art. 5º, LXIX da CRFB/88 e da Lei nº 12.016/09
MANDADO DE SEGURANÇA
COM PEDIDO LIMINAR
em face de ato praticado pelo GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, vinculado ao ESTADO DE MINAS GERAIS com sede funcional..., pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
I - SÍNTESE DOS FATOS
O impetrante, com 42 anos de idade, pretende candidatar-se a cargo vago, mediante concurso público, organizado pelo Estado de Minas Gerais, tendo inclusive se matriculado em escola preparatória na busca de obter êxito. Ocorre que, com a publicação do edital, foi surpreendido com a limitação, para inscrição, dos candidatos com idade de, no máximo, 25 anos.
Inconformado, apresentou requerimento administrativo ao responsável pelo concurso, que indeferiu o pleito aduzindo interesse público de natureza orçamentária.
Assim, entendendo que a conduta administrativa é flagrantemente abusiva, mormente porque não há previsão legal para o estabelecimento de idade mínima, decorrendo esta tão somente do edital do certame, o Impetrante comparece em juízo visando obter a tutela de seus direitos.
II – DO DIREITO
1. DA TEMPESTIVIDADE
	Seguindo a prescrição do art. 23 da Lei 12.016/2009, a presente impetração de mandado de segurança repressivo está inserido no prazo legal de 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.
2. Da hipótese de cabimento
1. Direito líquido e certo
2. Não amparável por HC ou HD
3. Ato praticado por autoridade pública ou quem atua como tal.
4. Dispositivos constitucionais e lei.
O Mandado de Segurança é uma ação constitucional que presta tutela jurisdicional na defesa de direitos fundamentais, violados ou ameaçados, por ilegalidades ou abuso de poder por parte da autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. Encontra-se previsto na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, in litteris:
Art. 5º, LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
O cabimento do Mandado de Segurança também se encontra prevista na Lei n.º 12.016/09, in litteris:
Art. 1.º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparados por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
Diante do exposto, o presente mandado de segurança se faz cabível para assegurar o direito líquido e certo do impetrante contra o ato ilegal praticado pela autoridade coatora, que determina em edital uma limitação de idade que viola preceitos constitucionais.
3. Fundamentação do mérito
O ato ora impugnado é flagrantemente lesivo ao direito líquido e certo do Impetrante, não encontrando amparo na ordem jurídica. O art. 37, I da Constituição brasileira estabelece que os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
Como se verifica, decorre do texto constitucional que os requisitos para o acesso aos cargos públicos são somente aqueles que estiverem estabelecidos em lei. Dito de outra forma, por imposição constitucional, a lei é a espécie normativa habilitada a exigir requisitos para o acesso aos cargos públicos.
No presente caso, tem-se que a lei de regência do cargo pretendido pelo Impetrante não estabelece idade mínima para acesso ao cargo, decorrendo tal exigência de mera previsão do edital do concurso. Desse modo, o edital de concurso não é fonte normativa autorizada a impor aos candidatos exigências que não estejam prevista em lei.
Vale registrar que é pacífico o entendimento do Supremo Tribunal Federal no sentido de que candidatos a cargos públicos somente podem ser submetidos aos requisitos previstos em lei, conforme citação abaixo:
A fixação do limite de idade via edital não tem o condão de suprir a exigência constitucional de que tal requisito seja estabelecido por lei. (RE 559823 AgR, Relator Ministro Joaquim Barbosa, Segunda Turma, julgamento em 27.11.2007, DJe de 1.2.2008)
Cabe ponderar que manter a conduta administrativa equivaleria a conferir maior autoridade normativa a um mero edital do que à própria lei, em detrimento de expressa imposição constitucional, o que terminaria comprometendo a própria força normativa da Constituição. 
Além do mais, ainda que houvesse previsão na lei, cabe ponderar que, conforme pacífico entendimento do STF, consolidado na Súmula 683 da Corte, o limite de idade para inscrição em concurso público só se legitima quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido, o que não se verifica no caso dos autos.
Como registrado pela autoridade coatora, na resposta ao requerimento administrativo formulado pelo Impetrante, a idade mínima exigida in casu nada tem a ver com as atribuições do cargo, estando motivada por interesse estatal de natureza previdenciária e orçamentária, o que, por evidente, não encontra respaldo na ordem jurídica.
4. Da competência
De acordo com a referência expressa no art. 106, I, “c”, da Constituição do Estado de Minas Gerais, compete ao Tribunal de Justiça processar e julgar originariamente o mandado de segurança contra ato do Governador do Estado.
III – DO PEDIDO LIMINAR
	
Conforme o art. 7º, III da lei 12.016/09, ao despachar a inicial, o juiz ordenará que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida.
Pondera ainda que o fundamento da presente impetração é relevante, conforme já demonstrado, encontrando resguardo na Constituição e na jurisprudência do STF.
Assim, o fumus boni iuris é respaldado pelo direito líquido e certo de inscrição e participação no certame público, confirmado pela Corte Constitucionalem diversas decisões e, inclusive, súmula. E o periculum in mora se demonstra com a possibilidade de ineficácia da medida, caso seja deferida somente ao final, pois, se não for concedida a medida liminar, o Impetrante será privado de participar do concurso pretendido, que inclusive já procedeu a investimentos onerosos, e consequentemente poderá ocorrer a convalidação de um ato ilegal, colocando em risco o objeto da presente ação.
IV - DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto, requer-se:
a) que seja notificada a autoridade coatora do conteúdo da presente petição inicial, conforme art. 6º da Lei 12.016/2009; (pessoa física) - Governador
b) que seja dado ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, conforme art. 6º da Lei 12.016/2009; (pessoa jurídica – Estado/MG)
c) que seja notificado o órgão do Ministério Público, conforme art. 12 da Lei 12.016/2009;
d) que seja concedido o pedido liminar nos termos formulados, com base no art. 7º, III, da Lei 12.016/2009;
e) a juntada dos documentos que demonstram a prova pré-constituída e o direito líquido e certo;
f) a condenação do Impetrado em custas processuais / Que seja concedida a JUSTIÇA GRATUITA, ante a comprovação pelo Requerente de que faz jus ao benefício, consoante os arts. 99 e seguintes do NPCP. Ver também súmula 512, STF;
g) que ao final seja confirmada a liminar em sede de mérito, julgando procedente o presente Mandado de Segurança para fins de assegurar ao Impetrante o direito de participar do concurso público.
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para fins procedimentais.
Termos em que,
pede deferimento
Local e data
Advogado / OAB n.º...

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