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Henrique Mauler Borges Relatório de otimização de eficiência propulsiva Brasil 2019, Belém Henrique Mauler Borges Relatório de otimização de eficiência propulsiva Relatório de otimização de eficiência propul- siva e cálculo de resistência de uma embarca- ção para a obtenção de conceito na matéria de Hidrodinâmica do navio. Universidade Federal do Pará Faculdade de Engenharia naval Programa de Graduação Brasil 2019, Belém Resumo O dimensionamento do sistema propulsivo é de extrema importância por fatores de eficiência e de economia. Desenvolver boas características do hélice requer conhecimento acerca de diversos fatores que afetam a hidrodinâmica do navio. Levando isto em consideração, as planilha desenvolvidas por J. Holtrop e G. Mennen nos permite determinar as dimensões de nosso sistema de propulso de maneira mais simples através de técnicas de otimização denominadas Solver. Para este trabalho, foi utilizada a técnica evolucionary que utiliza algoritmos genéticos para a busca do valor ótimo para a eficiência propulsiva. O cálculo de resistência fora realizada por meio da técnica desenvolvida pelos autores desta planilha. A partir da resistência definida e a velocidade de operação tem-se a potência necessária para se manter a embarcação sobre uma velocidade uniforme, que é o que se busca neste trabalho. Além disso, busca-se também a eficiência máxima possível para o projeto da embarcação em questão. Outras informações, como o empuxo fornecido pela hélice também nos é fornecido. Somados a isso, considerando a relação entre o dimensionamento correto do sistema propulsivo e das características do casco e das condições de trabalho, é importante definirmos corretamente a presença de apêndice na embarcação em questão. Palavras-chaves: Otimização, Embarcação, Resistência, Sistema propulsivo Lista de ilustrações Figura 1 – Apresentação da logo do Software Excel . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Figura 2 – Informações de entrada das características da embarcação inseridas na planilha de J.Holtrop e G.G. Mennen . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Figura 3 – Parte da planilha adaptada de Holtrop para a obtenção da característica da popa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Figura 4 – Modelo obtido a partir do banco de dados software Delfship. . . . . . . 18 Figura 5 – Características do modelo obtido no Delfship utilizado como referência 19 Figura 6 – Imagem do gráfico das séries sistemas utilizadas projeto desenvolvida por Wageningen. Fonte: Universidade politécnica de São Paulo . . . . . 21 Figura 7 – Diagrama de Burrill. Fonte: Universidade politécnica de São Paulo . . . 22 Figura 8 – Tabela com os resultados de eficiência propulsiva . . . . . . . . . . . . 25 Figura 9 – Resultado final da otimização realizada, incluindo os valores de resis- tência calculados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Lista de símbolos CFD Cinematic Fluid Dynamic B Boca D Calado L Comprimento total da embarcação Cb Coeficiente de bloco da embarcação σ Número de cavitação ρ massa específica V0 velocidade de referência correspondente à cavitação P Pressão P0 Pressão inicial ηrr eficiência rotativa-relativa ηh eficiência do casco η0 eficiência em águas abertas Pe potência efetiva Pd potência entregue Rf Resistencia friccional de acordo com o estabelecido com ITTC 1957 Rw Resistência devido as ondas Rb Resistência de onda devido ao bulbo Rtr Resistência adicional devido ao espelho de popa. Abt Seção transversal do bulbo Fn Número de Froude Raleme Razão de área do leme Aleme Área do leme Va Velocidade do empuxo Lleme altura do leme Sumário Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Materiais e métodos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 0.1 Visualização global do problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 0.2 Definição das características da embarcação . . . . . . . . . . . . . . 14 0.3 Estudo das planilha Holtrop . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 0.3.1 Inserção dos dados de entradas antes da aplicação do solver . . . . . . . . 17 0.3.1.1 Desenvolvimento do casco para a obtenção do Lpp e Lcb . . . . . . . . . . . . 17 0.3.1.2 Definição dos valores de apêndice . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 0.3.2 Determinação da resistência total da embarcação . . . . . . . . . . . . . . 19 0.3.3 Definição do rendimento total do sistema propulsivo . . . . . . . . . . . . 20 0.3.4 Critério de cavitação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 0.3.5 Restrições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 0.4 Definição do modelo de solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 Resultados25 Conclusão27 REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 9 Introdução O sistema propulsivo de uma embarcação é responsável por permitir com que a mesma se movimente, garantindo que uma dada velocidade seja alcançada. Portanto, a escolha correta do propulsor é de extrema importância (Tonacio, 2014), visto que um propulsor com uma potência abaixo da mínima requisitada não permitirá o curso da embarcação, assim como uma potência demasiadamente grande pode causar outros prejuízos como econômicos, seja pela manutenção ou por desgastes. Além disso, um bom dimensionamento significa atender critérios não apenas de eficiência, mas também de desempenho e critérios de cavitação, que nos permite uma melhor operação da embarcação em seu trajeto (Trindade, 2012). O método utilizado para o dimensionamento do sistema propulsivo e para o cálculo de resistência é por meio de séries sistemáticas e cálculos empíricos. Considerando que nos é fornecida formulações empíricas para o cálculos da geometria da hélice com base em testes realizados em laboratório com modelos. O estudo empírico e as equações desenvolvidas nos ajudam a estimar com mais precisão e sem recorrer a métodos computacionais mais robustos como CFD. Todavia, a análise das equações e a relação entre as variáveis ainda deve ser analisada com calma, para que alguns parâmetros possam ser bem definidos em função do conhecimento técnico do engenheiro ou projetista do projeto de dimensionamento, mesmo com o uso dos recursos computacionais que foram utilizados. Vale mencionar que, uma analise global da embarcação sempre deve ser realizada, visto que todo o dimensionamento propulsivo será em função das características dadas pelas não apenas geometria do casco, mas a condição a qual a embarcação irá operar; em outras palavras: cada projeto deverá ter seu próprio dimensionamento. Dimensionar um bom propulsor naval deve ser considerado uma das etapas mais importantes do projeto naval. Dimensionar os componentes a este incluso é de suma importância para a operação da embarcação. Maximizar a eficiência nos garantia um menor custo da embarcação para o armador, por mais pequenas ou grandes que possam ser; maximizando a eficiência, e melhorando a escolha dos recursos funcionais e maquinários mais adequados. Apesar de citar a palavra ”pequena” neste parágrafo, devemos considerar que o consumo elevado de potência de combustível faz com que se torne praticamente obrigatório um estudo para a diminuição desta parcela para economia. Além de diminuir a manutenção, como supracitado. Levando estes fatores em consideração, este relatório mostrará a metodologia do dimensionamento de uma embarcação genérica, com as dimensões principais definidas pelo orientado deste relatório, Prof. Msc. Lucca Soares. Outras características relacionadas a embarcação estão a critério do projetista. Essas informações serão melhor citadas nas sessões conseguintes. A saber,o tipo de embarcação não foi definido, visto que o objetivo do trabalho 10 Introdução desenvolvido a pedido do Prof. Msc Lucca Soares busca apenas exigir o conhecimento da planilha e entender seu funcionamento, assim como os critérios e restrições impostas. O presente relatório foi feito a partir de um trabalho solicitado pelo Prof. Msc. Lucca Soares para os alunos de Engenharia naval da universidade federal do Pará. Cada aluno recebeu uma embarcação com características distintas de comprimento, boca, calado e coeficiente de bloco, assim como outras informações que serão citadas. Os resultados obtidos serão mostrados a partir do dimensionamento da embarcação utilizando o software Gratuito Excel e outros plugins neste presente, assim como os critérios de otimização que foram definidos. 11 Objetivo Realizar o cálculo de resistência total da embarcação modelo deste trabalho utilizando os métodos de J. Holtrop e G.G.J Mennen. Além de definir a potência requerida para a embarcação operar a uma velocidade definida pelo armador, com a maior eficiência possível e atendendo os critérios de cavitação, utilizando diagrama de Burrill, e o empuxo de operação. 13 Materiais e métodos 0.1 Visualização global do problema A explicação detalhada do cálculo do dimensionamento propulsivo não é prático neste trabalho, visto que envolve o cálculo de diversos coeficientes e variáveis de uma forma geral, que fugiria do escopo deste documento. Logo, será explicado de forma resumida a etapa para o desenvolvimento deste trabalho. O nosso o objetivo é calcular a maior eficiência propulsiva. Existem algumas maneiras distintas de se obter esta informação. O detalhe das equações será definida nas próximas sessões. A eficiência total é definida pela relação com as eficiências em águas abertas, que define a eficiência do propulsor em testes realizados longe dos efeitos do casco para o mesmo, além da eficiência do casco, que dita a relação de energia entre as potências EHP e THP. e por último, a eficiência rotativa-relativa que correlaciona a eficiência da hélice em águas abertas para sua eficiência logo a ré do casco. uma melhor eficiência nos fornecerá uma menor potência necessária para uma dada velocidade requisitada. Analisando sob um aspecto global, se tem a definição de potência efetiva e a potência entregue, separados por uma eficiência de transmissão, que nos declara as perdas fornecidas pela transmissão da energia da iteração motor-barco. Considerando, de uma forma generalizada, temos a seguinte equação: Pinstalada = Pdhp ηt +Mmar +Mmotor +Mhelice (1) Observando a expressão acima podemos observar que, aumentando a eficiência ηt podemos diminuir a potência instalada e garantir uma mesma potência entregue, o que justifica nos preocuparmos tanto com este termo. Para o presente trabalho, utilizando-se da planilha Holtrop, nossa função objetivo fica definida como: max ηt(Z, Ae A0 , Passe,D) (2) As restrições impostas para esta equação é definida pela série B e pelos limites de cavitação e geométricos do casco. Tendo isto em mente, podemos considerar: a) Z ≥ 2 b) Z ≤ 7 c) P D ≤ 1, 4 d) P D ≥ 0, 5 14 Materiais e métodos e) Ae A0 ≥ 0, 3 f) Ae A0 ≤ 1, 05 g) Ktcasco = Kthelice h) Cavitação < Limite de Cavitação As características geométricas do casco também serão responsáveis pelas limitações, tanto nas características do leme e do diâmetro do hélice. 0.2 Definição das características da embarcação A definição das dimensões principais de uma embarcação possui um importante papel nas características de operação da mesma, afetando assim suas características hidrodinâmicas, devido seus efeitos à resistência. As dimensões podem ser determinadas pelo armador ou não. No presente trabalho, já foram definidas as dimensões de operação o que limita a otimização do projeto exclusivamente pelas características propulsivas. Para o presente trabalho foram fornecidas as seguintes informações: a) L : 329 metros b) B : 42 metros c) D : 13,17 metros d) P : 19 metros e) Cb : 0,78 0.3. Estudo das planilha Holtrop 15 Estas informações foram fornecidas individualmente para cada aluno do trabalho. Outras informações se tornaram genérica para o desenvolvimento do projeto para todos os alunos, a saber: a) Vs : 13 Nós b) Lwl : 1,01 x Lpp c) Trim : 0mm d) A embarcação não deve ter bulbo e) Csm : 0,9 f) Cwl : 0,8 g) ηt : 0,97 h) Margem de rotação : -5,0 % i) Margem do motor: 5,0% j) Margem de mar: 10,0% k) Considerar a navegação em água salgada Apenas a título de esclarecimento, a margem e mar é definida considerando que as condições de mar e seus efeitos na embarcação. Sabe-se que a embarcação raramente irá operar em mares calmos e levando isto em consideração o casco apresentará um maior nível de rugosidade com o passar do tempo. Então se deve considerar, para mar agitado, por um casco mais rugoso ou encrustado, um acréscimo na margem de potência instalada. Para a margem de motor, é apenas uma questão de folga, visto que não podemos operar o motor com a máxima potência, para que o motor opere, neste caso, com 95% de sua capacidade. 0.3 Estudo das planilha Holtrop Todo o desenvolvimento deste trabalho foi realizado sobre os recursos fornecidos pela planilha Holtrop, exposta em formato .xlsx. O trabalho em questão utilizou o software de código aberto LibreOffice Calc para o uso da planilha desenvolvida, assim como sua ferramenta solver, do Excel. A primeira informação que se buscou entender é que o método numérico de resolução deste problema envolve um conjunto de iterações que busca otimizar uma função com base em suas variáveis dependentes, sob certas restrições, impostas pelas condições operacionais da embarcação, da geometria do próprio casco e também das restrições importas pela Serie B utilizada. Para uma melhor categorização das informações e de sua análise, a planilha holtrop foi dividida em três principais partes para estudo neste trabalho: A primeira referente ao cálculo de 16 Materiais e métodos Figura 1 – Apresentação da logo do Software Excel resistência ao avanço, O segundo referentes ao cálculo de potência e eficiência, e por últimos, o cálculo referente aos critérios de cavitação. Cada um destes serão detalhados em sessões conseguintes deste relatório. 0.3. Estudo das planilha Holtrop 17 0.3.1 Inserção dos dados de entradas antes da aplicação do solver De todas as variáveis utilizadas para o cálculo, observou-se que a planilha Holtrop não permite a inserção do coeficiente de bloco, sendo, dados de uma célula de função dependentes de outras variáveis. Logo, aplicou-se o teste de hipótese, da função "atingir objetivo"para se obter um deslocamento tal qual o coeficiente de bloco possa ser o exigido para este trabalho. Figura 2 – Informações de entrada das características da embarcação inseridas na planilha de J.Holtrop e G.G. Mennen Cb = ∆ Lwl ∗B ∗D (3) 0.3.1.1 Desenvolvimento do casco para a obtenção do Lpp e Lcb Como pode ser visto na imagem acima, outras informações referentes ao casco devem ser obtidas. Considerando as informações que fora imposta para o desenvolvimento neste relatório. Neste trabalho se considerou um modelo pronto do Delfship com dimensões iguais as requisitadas para o trabalho, com a diferença de um coeficiente de bloco um pouco maior (cerca de 0,0085 a mais para o modelo do software). Objetivou-se obter o valor de Lpp da embarcação ao criar o modelo. Além disso, o modelo obtido no delfship nos auxiliou para determinar a posição do centro de flutuação LCB. Isto foi feito considerando-se que a embarcação não tem trim. O valor de Lpp fora obtido considerando o valor de Lwl já é definido pelo Delfship, bastando ser utilizando a expressão fornecida pelo professor, obter o valor do Lpp. O valor de área Transom e também fora obtidano Delship e a de forma de popa foi obtida considerando as definições impostas na planilha Holtrop adaptada por Fábio L. Almeida Lwl = 1, 02Lpp (4) 18 Materiais e métodos Figura 3 – Parte da planilha adaptada de Holtrop para a obtenção da característica da popa Figura 4 – Modelo obtido a partir do banco de dados software Delfship. O casco desenvolvido possui as seguintes características: 0.3.1.2 Definição dos valores de apêndice Por determinações empíricas com base em séries históricas. A área do leme pode ser definida pela expressão abaixo. Raleme varia entre 0,00117 a 0,00143. Considerando que Lpp e Lleme será definido, temos a área do leme para sua inserção. A altura do leme foi definida 0.3. Estudo das planilha Holtrop 19 Figura 5 – Características do modelo obtido no Delfship utilizado como referência como o tamanho do diâmetro do propulsor Aleme = Raleme ∗ Lpp ∗ Lleme (5) Algumas informações foram consideradas para a facilidade da inserção dos dados: a) Existe simetria tanto transversal quanto longitudinal. b) O leme está totalmente protegido c) O parâmetro de forma de popa será considerado zero d) desconsidera-se o bulbo 0.3.2 Determinação da resistência total da embarcação A resistência total que a embarcação deve ter ira influenciar no valor de empuxo que se deve obter; considerando que desejamos manter a embarcação sob uma velocidade constante, tem-se que a força de empuxo gerada deve, obrigatoriamente ser igual a força gerada no sentido contrário da resistência total, que envolvem os fatores do casco e ambiente como condições de mar e condições de vento. Por definição, as resistências totais presentes no sistema e consideradas neste relatórios são: 20 Materiais e métodos Rtotal = (1 +K1) ∗Rf +Rw +Rb +Rtr +Rapp +Ra (6) O cálculo de todas as resistências, assim como o fator de forma K1 é feita pelas expressões matemáticas fornecidas por Holtrop e Mennen.Todo o cálculo referente a essas variáveis são realizadas automaticamente pela planilha deste trabalho, bastando que o usuário realize a inserção das variáveis principais das características da embarcação e velocidade de operação. O método de Holtrop utilizada estimativas de resistência ao avanço por meio de regressões lineares com embarcações modelos em um tanque de prova. O fator de forma é definido por: 1 + k1 = f( L B , L T , LCB, ∆ L3 , Cp) (7) A resistência produzida por ondas é definida por: Rw ∆ρg = f(Fn, Cm, ∆ L3 , L M , B T , Abt BT , Tf , hb, Cp) (8) A Correlação de tolerância Ra = 1 2 2 SCa (9) Algumas outras resistências não foram mostradas pois foram desconsideradas. 0.3.3 Definição do rendimento total do sistema propulsivo Sabe-se que, o rendimento total do sistema propulsivo pode ser explicado pela expressão abaixo: ηtotal = ηHη0ηrr (10) Todas as três eficiências são obtidas de diferentes maneiras dentro da planilha Holtrop. O coeficiente do casco é obtido pela seguinte relação: ηH = 1− t 1− w (11) O coeficiente de águas abertas é obtidos sobremaneiramente a partir dos valores dos coeficientes Kt KQ e J e indiretamente pelas séries sistemáticas da série B. A eficiência rotativa-relativa também é obtida pelos métodos empíricos. Vale lembrar que as variáveis t e w também são obtidas por formulações de origem estatística. 0.3. Estudo das planilha Holtrop 21 Figura 6 – Imagem do gráfico das séries sistemas utilizadas projeto desenvolvida por Wageningen. Fonte: Universidade politécnica de São Paulo 0.3.4 Critério de cavitação A velocidade elevada do escoamento de água em uma hélice são os responsáveis pelo desenvolvimento de uma região de baixa pressão em determinados pontos do mesmo. Considerando as características do estado da matéria como uma função da temperatura e pressão, temos, devido a grande variação de pressão, a transformação de parte do fluido em estado gasoso, criando bolhas que rapidamente se tornarão jatos d’água quando a mesma se desloca para um ambiente de maior pressão. Esses jatos d’águas provenientes do gradiente de pressão serão responsáveis por danos causados nas pás das hélices (Trindade, 2012). O fenômeno da cavitação não é desejável e deve ser evitado. Logo, simplesmente dimensionar um sistema propulsivo não é o suficiente, é necessário se verificar se a embarcação passa pelos critérios de cavitação, causados por efeitos mecânicos do fluido, que são responsáveis por vibração e ruído. O critério de cavitação é normalmente definido pelo armador do projeto. No presente trabalho, não foi definido um critério de cavitação, deixando esta tarefa como uma análise de engenharia para o projetista. O Critério de cavitação pode ser obtido a partir do diagrama de Burrill. Para a definição do critério de cavitação, a primeira variável a ser calculada (realizada automaticamente dentro da planilha holtrop) é o número de cavitação, que nos fornece a probabilidade do fenômeno de cavitação ocorrer em um escoamento específico. 22 Materiais e métodos Figura 7 – Diagrama de Burrill. Fonte: Universidade politécnica de São Paulo σ = P0 − P1 2ρV 2 0 (12) A seguinte variável utilizada no cálculo é o Coeficiente de Burril. Com as duas variáveis em mãos, pode-se, pela intersecção de retas nos eixos do Diagrama, se definir se a embarcação passará ou não no critério de cavitação. O número de Burrill é definido abaixo: τc = T Q0,7RAp (13) Realizando um estudo acerca dos fenômenos físicos que envolvem a cavitação, conclui- se que o fenômeno da cavitação é predominantemente dominado pelo campo de pressão do escoamento em consideração com o plano de hélice. Logo, podemos agora explicar o porquê o critério de cavitação é uma restrição para o objetivo deste trabalho que é garantir a maior eficiência, pois pode nos limitar à otimização devido as critérios como área expandida (Ae A0 ) e diâmetro. A título de informação, o documento Holtrop conta com uma planilha para estudo de cavitação. Nesta planilha, é verificada para diferentes valores de número de cavitação, para um dada porcentagem de cavitação, o resultado visual do diagrama e Burrill. 0.3. Estudo das planilha Holtrop 23 0.3.5 Restrições Devemos ter em mente que a Potência instalada deve ser tal que, considerando as perdas do sistema propulsivo como um todo e as margens de mar, motor, e rotação, devem ser de igual ou maior valor que a potência requerida para se atingir uma dada velocidade. A potência requerida é uma função da velocidade de avanço e da resistência obtida, que no caso deste relatório, é pelos métodos de Holtrop e Mennen. Pe = Rt ∗ Vs (14) Assim como, a potência dada pela hélice para o fluido pode ser definida como uma função do empuxo. Pd = T ∗ V a (15) Como estamos considerando que a embarcação navega a velocidade constante, sabe-se que a velocidade de empuxo e a resistência são vetores que devem ter a mesma magnitude e em sentidos opostos. E levando este fato em consideração, a planilha holtrop contem em uma de suas células um campo "diferença de forças propulsivas que podem ser vista, e que, obrigatoriamente deve ser iguais. Considerando então: Pe = Pd (16) Logo, este fator é um critério de restrição para o solver que deve levado em consideração. Além deste, devemos ter em mente que as dimensões da popa da embarcação também são fatores restritivos para o problema. Dentre estes fatores a área do leme, e principalmente o diâmetro do propulsivo são fatores importantes a serem considerados para o cálculo. O diâmetro é importante para o cálculo da eficiência em águas abertas, e considerar isto significar impor esta restrições de diâmetro máximo ao solver de acordo com a estrutura da popa, fora definida o diâmetro máximo para 6 metros. 24 Materiais e métodos 0.4 Definição do modelo de solução Primeiramente, devemos ter em mente que o método de otimizaçãodificilmente encontrará a eficiência máxima possível em termos matemáticos, utilizando o método de resolução padrão GRG não linear presente no Excel ou no LibreOffice. A razão para isto é que no processo iterativo, há muitas variáveis correlacionadas de forma não - linear com o nosso objetivo, e em muito dos dados, nosso solver poderá se prender a um valor máximo local, achando que encontrou a solução ideal, quando na verdade apenas está cercando por regiões cujos gradientes fornecem um valor negativo (TANCREDO, 2008). Para evitar este problema o solver utilizado para este relatório foi o "evolucionary"que utilizada técnicas de programação genéticas para aumentar o campo de buscar da região para um valor ideal. Com este método, não é necessária auxiliar o solver com iterações manuais, como é feito em trabalhos semelhantes, agilizando a obtenção do valor ótimo. Levando isto em consideração, o solver será responsáveis por nos definir o diâmetro ideal do propulsor, o número de pás, rotação, Razão de área Ae/A0 razão passe diâmetro e rotação. Todas estas variáveis são funções dos coeficientes citados neste trabalho. 25 Resultados Todos os resultados solicitados para este relatório podem ser mostrados abaixo: Pode-se observar que a eficiência propulsiva máxima foi de 0,67 o que é considerado aceitável considerando análises de outras embarcações. Como já citado neste relatório, podemos considerar que dentre as eficiências da distribuição de energia de todo o sistema propulsivo, a eficiência em águas abertas é considerada a mais importante neste caso, para a definição da eficiência máxima, visto que as outras, como a ηrr e ηh são dependentes das séries históricas a regressões realizadas pela série B e dependente do casco, como já comentado. Para a embarcação se manter em movimento retilíneo uniforme, as potências restritas a valores iguais no solver. Todavia, é importante lembrar que uma das variáveis sobre controle do solver eram o diâmetro da hélice. Considerando a precisão da técnica computacional, temos que um dimensionamento final de diâmetro com precisões na casa de 1e-6, algo em termos de engenharia que não são considerado, mas como a eficiência possui uma grande sensibilidade a este fator, uma pequena aproximação é realizada para duas casas demais, deixando, no final, um potência disponível um pouco maior que a potência requerida, resultando em uma leve aceleração da embarcação. Figura 8 – Tabela com os resultados de eficiência propulsiva 26 Resultados Figura 9 – Resultado final da otimização realizada, incluindo os valores de resistência calculados 27 Conclusão Durante o desenvolvimento deste trabalho, a aplicação do solver fora realizadas algumas vezes, e com isso pode-se avaliar algumas correlações presente entre as variáveis. Dentre as quais de destacaram o diâmetro com hélice e a rotação. Percebeu-se que, quanto maior for o diâmetro do hélice, maior será o empuxo fornecido (desconsiderando limitações do motor), porém, menor será a eficiência. Apesar disso, não se pode simplesmente diminuir o diâmetro de operação, pois este fator afeta de sobremaneira forma a potência entregue. Uma outra maneira de se obter uma maior eficiência é diminuindo a rotação do motor, todavia uma rotação muito pequena não se torna prático visto que isto irá afetar no empuxo, e nos deparamos com o mesmo problema que temos com a escolha do diâmetro do hélice. As outras variáveis como razão de área das pás com a área de disco, razão passe diâmetro e número de pás não se correlacionam de forma linear com a eficiência. Apesar disto, algumas considerações podem ser feitas em cima destes fatores. O primeiro é que, quanto maior a razão passo-diâmetro do hélice, maior o valor de J requerido para se ter uma boa eficiência. Considerando que o número de rotações é baixo, nós temos um rendimento relativamente menor com o mesmo para uma mesma quantidade de número de pás. Pode-se também considerar uma relação inversamente proporcional entre a rotação n e P D . Pode-se concluir que o uso de ferramentas computacionais nos auxilia de sobremaneira forma para o dimensionamento propulsivo. 29 Referências Sschoeping, Djonatan. Projeto preliminar de sistema propulsivo de uma embarcação de apoio offshore do tipo platform supply vessel. Trabalho de conclusão de curso. Joinville, 2014. Chicrala, Antônio. Automatização do processo de selação de propulsores navais da série B. Rio de janeiro, 2018. Trindate, Jorge. Hidrodinâmica e Propulsão. ENIDH, 2012. Mendes, Elisa. Procedimento para seleção otimizada de um propulsor da serie B. Universidade Federal de Santa Catarina, 2015. TONACIO, V. Avaliação de propulsores navais em relação à eficiência e excitação de vibração. 109 f. 2014. Dissertação (Mestrado). Departamento de Engenharia Naval e Oceânica. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo. 2014. Folha de rosto Resumo Lista de ilustrações Lista de tabelas Lista de símbolos Sumário Introdução Objetivo Materiais e métodos Visualização global do problema Definição das características da embarcação Estudo das planilha Holtrop Inserção dos dados de entradas antes da aplicação do solver Desenvolvimento do casco para a obtenção do Lpp e Lcb Definição dos valores de apêndice Determinação da resistência total da embarcação Definição do rendimento total do sistema propulsivo Critério de cavitação Restrições Definição do modelo de solução Resultados Conclusão Referências
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