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1° Relatório Hidrodinâmica dos Corpos de Água Aluna: Tatiana Aguiar de Oliveira Introdução Determinar o comportamento de escoamentos à superfície livre é uma questão de engenharia muito relevante. Neste trabalho prático, foi relacionado o perfil de velocidade de escoamento do rio Amazonas próximo à sua foz com sua resistência ao escoamento. Sabe-se que em consequência da viscosidade dos fluidos, os mesmos mostram uma tendência de aderência às superfícies sólidas que o circundam, conferindo assim uma resistência ao escoamento. Este fator faz com que a velocidade do fluido próximo ao fundo do corpo d'água seja menor do que a velocidade perto da superfície, dando um gradiente de velocidade reduzido quando está próximo ao leito do rio, especialmente da camada limite (parte sombreada na figura). Portanto, a curva de velocidade esperada para esta ocasião, levando em consideração o fluxo laminar no estuário é aproximadamente parabólico, e a velocidade máxima é no estuário a superfície livre e a velocidade mínima (pode ser zero ou próxima de zero) do fundo do rio. Neste relatório serão abordadas as particularidades do escoamento das correntes de maré. Nos escoamentos de superfície livre existe a dificuldade na especificação das resistências devido à grande variedade de revestimentos. O valor aproximado do coeficiente de atrito no tubo pode ser estendido para cursos supõe-se que o fluxo em um tubo áspero é um corpo de água natural turbulento. Desta forma, os valores de coeficientes como Chezy (C) e Manning (n) podem ser determinados, onde permite o desenvolvimento de projetos, nos quais podemos destacar a implantação do canal. Visando estabelecer os perfis de velocidade e as características do escoamento a partir de dados obtidos com um correntômetro do modelo ADCP (Acoustic Doppler Current Profiler) ao longo de um ciclo de maré medidos no estuário do Rio Amazonas, este relatório apresenta os resultados encontrados a partir de oitos perfis de medição. Objetivos - A partir da análise dos perfis de velocidades plotados, calcular a velocidade de atrito e a escala de rugosidade para os perfis indicados; - Determinar a velocidade média na vertical de cada perfil e com isso plotar o nível de maré e mostrar a localização dos perfis e suas respectivas velocidades médias ao longo do tempo; - Estimar fator de atrito (f) e coeficientes de rugosidade (C) e (n). Indicar características médias de resistência do local de estudo; - Estimar fator de atrito (f) e coeficientes de rugosidade (C) e (n). Indicar características médias de resistência do local de estudo. A partir da análise do ciclo da maré, determinar os períodos de erosão/ressuspensão ou deposição de sedimentos. Metodologia Os dados de campo utilizados no desenvolvimento do trabalho foram levantamentos com os valores das velocidades do local, coletados no estuário do Rio Amazonas. É possível a partir deles observar os perfis de velocidade gerados pelas correntes de maré. Ao todo foram fornecidos 25 perfis, na qual cada perfil indica a profundidade da célula de medição e a velocidade correspondente. Neste relatório será analisados os perfis 1, 5, 7, 11, 13, 17, 19 e 23. Para plotar o perfil de velocidades, utilizou-se o programa Microsoft Excel, e os dados medidos no estuário do Rio Amazonas. Com a coluna de velocidades, que estava em cm/s, foi feita uma nova coluna de velocidades em m/s, ao dividir cada valor por 100. Já a partir dos dados da coluna das alturas Z(m), foi criada outra coluna complementar na qual se considera a distância total entre a superfície livre e o leito do estuário. Após a obtenção do gráfico, utilizou-se o recurso da linearização das curvas que tinha por objetivo a determinação da velocidade de atrito (u*) e a escala/altura de rugosidade (z0 ). Esses * z 0 valores puderam ser determinados uma vez que, após a linearização da curva, a equação representativa é: Onde: Desta forma, o coeficiente angular obtido é equivalente à constante de Von Karmam (k) dividido pela velocidade de atrito (u*), e o coeficiente linear é igual a ln(z0 ). Para o cálculo da velocidade média, utilizou-se o método da soma das áreas dos trapézios, na qual o perfil de velocidade foi dividido pela altura total da coluna. Para os cálculos do fator de atrito (f), Coeficiente de Chezy (c) e coeficiente de Manning (n), foram utilizados valores encontrados anteriormente e as seguintes equações, respectivamente: Onde: f = fator de atrito; 𝑅ℎ = raio hidráulico, correspondente à profundidade total; ε = rugosidade. Onde: C = Chezy; H = altura máxima; ε = rugosidade Onde: n = Manning Rh e C já foram definidos anteriormente. Para calcular a tensão cisalhante que a maré exerce no fundo do estuário do Rio Amazonas, foi usada a seguinte fórmula: Assumiu-se a densidade (ρ) da água igual 1000 kg/m3. Resultados Perfil 1 y = 4,3411x - 1,8579 -3 -2 -1 0 1 2 3 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2z ( m ) Velocidade (m/s) Perfil de Velocidade Perfil 5 Perfil 7 Perfil 11 y = 4,3411x - 1,8579 -3 -2 -1 0 1 2 3 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2l n ( z) Velocidade (m/s) Perfil de Velocidade y = 8,3789x - 1,4857 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 ln ( z) velocidade (m/s) Perfil de Velocidade Perfil 13 Perfil 17 y = 21,435x - 3,1747 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 ln ( z) velocidade (m/s) Perfil de Velocidade y = 23,018x - 3,7174 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3l n ( z) velocidade (m/s) Perfil de Velocidade Perfil 19 Perfil 23 y = 9,6321x - 1,3705 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 ln ( z) velocidade (m/s) Perfil de Velocidade y = 6,3602x - 1,6358 -3 -2 -1 0 1 2 3 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7l n ( z) velocidade (m/s) Perfil de Velocidade Velocidade Média A velocidade média foi calculada pelo método dos trapézios. Como não foram fornecidos os valores de velocidade acima do molinete, esse valor foi estipulado pela equação u(z). Foram encontrados os seguintes resultados: Perfil 1 Perfil 5 Perfil 7 Perfil 11 Perfil 13 Perfil 17 Perfil 19 Perfil 23 Vel Média (m/s) 0,845643 0,710195 0,396894 0,235421 0,241604 0,356304 0,552108 0,795778 A altura utilizada para calcular a velocidade média foi a altura do segundo maior ponto de medição da coluna d’água, uma vez que velocidade no primeiro ponto é zero. O gráfico abaixo ilustra a relação entre a altura de maré e a velocidade média na vertical: y = 5,4554x - 2,5014 -3 -2 -1 0 1 2 3 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1l n ( z) velocidade (m/s) Perfil de Velocidade -1 -0,5 0 0,5 1 1,5 N ív el d a M ar é (m ) Título do Eixo Velocidade média x Maré Velocidade Media Maré (m) Coeficientes de Resistência Fator de atrito (f), coeficiente de Chezy (C), coeficiente de Manning e rugosidade (Ks) são os coeficientes de resistência local, os quais são indicados na tabela a seguir. Para melhor compreensão das características gerais do estuário vigente, calculou-se as médias para cada um dos coeficientes. Tensão Cisalhante No fundo do estuário encontram-se areias com tensões críticas de 1 Pa. Sendo assim, a tensão cisalhante exercida pela maré no fundo do estuário tem grande influência na deposição ou erosão dessesedimento. Perfil 1 5 7 11 13 17 19 23 Tensão Cisalhante 8,49 6,27 2,28 0,35 0,30 1,72 3,96 5,38 Característica Erosão Erosão Erosão Deposição Deposição Erosão Erosão Erosão 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 9:36 12:00 14:24 16:48 19:12 21:36 0:00 Te n sã o P a Horário Tensão Cisalhante Tensão Cisalhante Tensão Critica Conclusão Os gráficos “Perfil de Velocidades” apresentam um comportamento similar a um comportamento exponencial, como esperado. Os perfis reais não apresentam uma distribuição tão “comportada” quanto aos perfis teóricos, pois os dados coletados diretamente do ambiente estão sujeitos a diversos fatores - como a interferência de ventos na superfície d’água. O fato dos perfis apresentarem valores de f, C e n próximos entre si foi o que permitiu a elaboração de uma média entre esses coeficientes, de modo que os resultados dessas médias fossem representativas para o estuário em questão. Usando o coeficiente de Manning obtido através da média, o tipo de revestimento corresponde ao de um: curso natural, tortuoso, limpo, com empoçamentos e bancos de areia, com declive e seção irregulares. Conclui-se com isso que fazer a média dos coeficientes resultou em uma boa aproximação dos parâmetros reais. Por fim, analisou-se a relação dos níveis de maré com as velocidades médias na vertical e as tensões cisalhantes no fundo. Observou-se que o nível apresenta uma relação “inversamente proporcional” com a velocidade e a tensão, de modo que quando a maré está subindo, a velocidade e a tensão estão diminuindo - e vice versa. A causa deste comportamento está relacionado com as forças exercidas pela maré e pelo fluxo do rio.
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