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Sangue: transporta O2, nutrientes, hormônios, anticorpos (do sítio de produção ao sítio de ação) e os produtos tóxicos do metabolismo celular. Contribui para homeostase (distribuição de água, solutos e calor). Composição sanguínea: O plasma possui água (maior parte), proteínas (albumina, globulina e fibrinogênio), íons (sódio potássio cálcio, etc), nutrientes (glicose e aminoácidos), resíduos (amônia e ureia), vitaminas, hormônios e gases (O2, CO2 e N2); e os elementos figurados, que são as hemácias (Transporta O2, tem forma discoidal e não tem núcleo), os leucócitos (possui núcleo, faz a defesa - granulocitos e agranulocitos) e as plaquetas (tem formato irregular, sem núcleo e participa da coagulação sanguínea). Sistema retículo endotelial: É o sistema de células capazes de realizar fagocitose; o macrófago faz a defesa contra os antígenos exógenos, a remoção de células velhas ou danificadas, estimula o processo inflamatório e faz a apresentação do antígeno. Hemostasia: previne a perda de sangue por vasos intactos e interrompe o sangramento de vasos lesionados; envolvendo os processos de vasoconstrição, agregação de plaquetas e coagulação sanguínea. • Hemostasia primária: ocorre como resposta a uma lesão em algum vaso, fazendo a vasoconstrição, que diminui o fluxo sanguíneo no local (isso evita a hemorragia ou a trombose), as plaquetas são ativadas e se aderem no endotélio dos vasos por meio do fator de Von Willebrand e começam a liberar o seu conteúdo para recrutar mais plaquetas para o local da lesão, cujo se aderem uma nas outras formando o tampão plaquetário primário (efeito temporário). • Hemostasia secundária: A cascata de coagulação é ativada e através dos fatores de coagulação (ativados de acordo com a necessidade do organismo) levando a transformação do fibrinogênio em fibrina, que tem como função reforçar o tampão plaquetário primário, deixando uma estrutura mais estável. • Fibrinólise: É o processo de destruição gradual do tampão hemostático, para restaurar o fluxo sanguíneo normal; processo mediado pela plasmina (proveniente do plasminogênio) Coleta de sangue: selecionar uma veia palpável; não selecionar um local com o braço do mesmo lado de mastectomia, braço com infusão intravenosa, com hematoma, edema, contusão ou com múltiplas punções. A punção é feita com a seringa descartável, no ângulo de 25 graus (endovenoso), atravessando apenas a epiderme. Reencapar a agulha é a principal causa de contaminação de profissionais da saúde, pois nela existem 100 milhões de partículas de VHB/mL de sangue (alta viabilidade); os descartes devem ser feitos nos sacos brancos para resíduos potencialmente infectantes. Anticoagulantes: evitam a coagulação de sangue; tubo com tampa de cores diferentes possuem uma substância diferente (roxo: ETDA, amarelo: Gel separador com ativador de coagulo, vermelho: siliconizado sem anticoagulante, cinza: fluoreto de sódio e EDTA) Sequência de coleta para evitar a hemólise: 1. Tubo para hemocultura (quando houver). 2. Tubo sem aditivo (soro). 3. Tubos com citrato (tampa azul claro). 4. Tubos com Heparina com ou sem Gel Separador de plasma (tampa verde). 5. Tubos com EDTA-K3 para hematologia (tampa roxa). 6. Tubos com fluoreto de sódio (tampa cinza). Hemólise: é a ruptura da membrana da hemácia, liberando o seu conteúdo, se ocorrer de forma intensiva causa aumento na atividade plasmática de algumas enzimas, mudando a composição da amostra. Hemograma: os parâmetros Diretos e Quantitativos fazem a contagem de He, leucócitos e plaquetas; hematócrito (Ht); e dosagem da [Hb]. Os parâmetros Indiretos fazem os índices hematimétricos, que são a variação de volume das hemácias e a variação de volume das plaquetas. Hematimetria: Contagem do número de hemácias num determinado volume de sangue (no sexo feminino: 4,2 a 5,2 x 106/mm3 e no sexo masculino: 4,6 a 6,2 x 106/mm3); a contagem é feita na Câmara de Neubauer, diluído com o líquido de Gower à 1:200; seu resultado é dado em número por mililitro (ml). Hematócrito: É um índice, calculado em porcentagem, definido pelo volume de todas as hemácias de uma amostra sobre o volume total desta amostra (que contém, além das hemácias, os leucócitos, as plaquetas e, o plasma). Os valores variam com o sexo e com a idade. Recém-nascidos tem valores altos que vão abaixando com a idade até o valor normal de um adulto. Dosagem de Hemoglobina: determina a quantificação da massa de hemoglobina presente nas hemácias em um determinado volume de sangue, é realizada por método espectrométrico da cianometahemoglobina, onde é comparada com o padrão de concentração conhecida, para achar a concentração da amostra -> Camostra = Aamostra X Cpadrão / Apadrão (unidade g/dL) VCM (Volume Corpuscular Médio): é o índice que ajuda na observação do tamanho das hemácias e no diagnóstico da anemia: se pequenas são consideradas microcíticas (< 80fl, para adultos), se grandes consideradas macrocíticas(> 96fl, para adultos) e se são normais, normocíticas (80 - 96fl). Anisocitose: é denominação que se dá quando há alteração no tamanho das hemácias. As anemais microcíticas mais comuns são a ferropriva e as síndromes talassêmicas. As anemias macrocíticas mais comuns são as anemias megaloblástica e perniciosa. O resultado do VCM é dado em femtolitro. HCM (Hemoglobina Corpuscular Média): é o peso da hemoglobina na hemácia. Seu resultado é dado em picogramas. O intervalo normal é 26-34pg CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média): é a concentração da hemoglobina dentro de uma hemácia. O intervalo normal é de 32 - 36g/dl. Como a coloração da hemácia depende da quantidade de hemoglobina elas são chamadas de hipocrômicas (< 32), hipercrômicas (> 36) e hemácias normocrômicas (no intervalo de normalidade). É importante observar que na esferocitose o CHCM geralmente é elevado. RDW (Red Cell Distribution Width): é um índice que indica a anisocitose (variação de tamanho), sendo o normal de 11 a 14%, representando a percentagem de variação dos volumes obtidos. Nem todos os laboratórios fornecem o seu resultado no hemograma. Velocidade de hemossedimentação (VHS): os eritrócitos ficam em suspensão no plasma, através da sedimentação; as proteínas plasmáticas podem interferir; é realizado os métodos: de Wintrobe (o tubo de Wintrobe é preenchido até a marca zero, deixado em posição vertical e a leitura é realizada após 1 hora); e o de Westergren (a pipeta de Westergren é preenchida até a marca zero, sendo fixada na posição vertical em um suporte próprio e a leitura é realizada após 1 e 2 horas) Leucometria: é a contagem do número de leucócitos em determinado volume de sangue. Valor de referência: 5.000 a 10.000 leucócitos/mm3; é feita em Câmara de Neubauer, com o líquido de Türk, cujo a diluição é 1:20; pode ser feita a contagem automatizada. • Método de westergren: tem a sedimentação espontânea no processo inflamatório que possui alta concentração de proteínas, então ele impede ou dificulta a sedimentação aumentando a quantidade de VHS. • A contagem pode ser global (total de leucócitos) que é feita na câmera de Neubauer; ou diferencial (identifica os leucócitos) e esta é subdividida em relativa (% de cada célula) e em absoluta (número exata de cada célula); Ex: Se tiver 10.000 leucócitos;a relativa 10% de monócito e a absoluta 1000 monócito. O líquido de Türk que causa hemólise pois é hipertônica em relação as hemácias; precisa sempre descontar o volume da amostra; ex: se o volume total for de 400 microlitros e o da amostra de 20 microlitros, o volume da diluição deve ser de 380 microlitros. • Não é possível diferenciar morfologicamente os linfócitos T e B mas dá para identificar se eles estão ativados ou não. (MANUAL) • Diferenciação de linfócitos T e B e de células jovens (blasto)/ Citometeria de fluxo: tem objetivo de fazer o diagnósticode hemácias e acompanhamento de pacientes portadores de HIV ou com AIDS; permitindo a identificação de proteínas e glicoproteínas presentes na membrana celular e assim permite identificar células morfologicamente idênticas; são utilizados conjugados (Ac) marcados como substância fluorescentes, que se reconhece cada um dos marcadores de membrana celular e assim ocorre a identificação de cada tipo celular; tornando possível a observação do tamanho e estruturas citoplasmaticas; usado apenas em situações específicas por conta do custo. (AUTOMATIZADO) Plaquetometria: É a contagem do número de plaquetas em determinado volume de sangue; valor de referência: 150.000 a 400.000 plaquetas/mm3, a contagem é feita na Câmara de Neubauer com o oxalato de amônio 1% (diluição 1:100), pois não deixa as plaquetas se constatarem; Contagem automatizada. Hematoscopia: é a confecção da lâmina (Feita para tirar alguma dúvida); o processo deve ser realizado logo após a coleta e as lâminas e lamínulas devem estar limpas e desengorduradas; a extensão deverá ser fina e regular (único sentido); deixar a extensão secar ao ar (naturalmente), fixar, corar com panóticos (associação de policrômio azul de metileno e de eosina em metanol; ; capaz de corar todas as células do sangue; Giemsa: tem que usar álcool antes; Roserfield: não precisa do álcool) e examinar num microscópio (área 1 mais concentrada; área 2 onde deve ser feito a leitura; e área 3 menos concentrado); Etapas-fixação- coloração-lavagem e secagem. Contadores Automáticos: Identifica estruturas diferentes (através dos tamanhos de cada uma) e estruturas citoplasmaticas (se tem núcleos e ou grânulos); como as células sanguíneas não são boas condutoras de energia é necessário o uso de um diluente, por conta do campo elétrico criado por 2 eletrodos; cada célula que passa pela abertura aumenta a impedância do campo elétrico, gerando um pulso, cujo o cada pulso equivale a uma célula e a amplitude do pulso equivale o volume. • Difração: ao bater em um elemento figurado, a luz emitida pelo equipamento é desviada e o detector vai transformar essa informação em um tipo celular. (contagem global) • Reflexão: ao bater em um elemento figurado, a luz não consegue atravessar-lo, voltando desviada para o ponto inicial e o detector traduz para algum tipo de elemento. (contagem global) • Refração: ao bater em um elemento figurado, a luz será desviada de acordo com a presença de estruturas citoplasmáticas, ou seja, do núcleo e grânulos, traduzindo para algum tipo de elemento (contagem global e identificação de grânulos). • Absorção: ao bater no elemento figurado caso haja núcleos e grânulos, a luz não passará pela partícula e o detector traduzirá a informação. • Internal Scaterring: ocorre o desvio da luz na presença de qualquer tipo de estrutura ou alteração citoplasmatica tornando possível identificar a atípia de linfócitos e alterações no tamanho das células. Hematopoiese: produção dos elementos sanguíneos na medula a partir de uma célula-tronco hematopoiética (HSC)>> porque as células tronco são capazes de autorregeneração, restrição, proliferação e diferenciação. Órgãos hematopoiéticos: • Até 6ª semana: são produzidas nas ilhotas sanguíneas do saco vitelino; apenas eritropoiese (produção de hemácias para transporte de O2) • Da 6ª semana até 5º mês de gestação, são produzidas no fígado e baço fetal • A partir do 5º mês de gestação todas as células sanguíneas passam a serem produzidas na medula óssea. Estroma medular: macroambiente composto por células e estruturas que por meio da produção de fatores de crescimento ou por contato físico vai estimular a HSC de tal forma que ela produza todos os elementos figurados. • Componente celular: miofibroblastos, adipócitos, macrófagos, linfócitos, células endoteliais sinusóidesmedulares e células tronco hematopoeticas • Componente acelular: matriz extracelular; macromoléculas -fibronectina, colágeno, trombospondina, tenascina-interações entre células e matriz extracelular e Fatores de crescimento hematopoeticos:(G- CSF, GM-CSF, M-CSF), interleucinas (IL-1, IL-2, IL-3, IL-4, IL-5, IL-6, IL-7, IL-11 e TGF-BETA), eritropoetina e trombopoetina Células Troncos HematopoIéticas: Precursoras imaturas e não comprometidas, capazes de originar qualquer tipo de célula. • linhagem linfoide: linfócitos T e B, células NK e células dendríticas linfoides • linhagem mieloide: monócitos, eosinófilos, neutrófilos, basófilos, eritrócitos, plaquetas Eritropoiese: adulto produz 200 bilhões hemácias por dia, sendo que 1/3 precursores eritroides ficam na medula óssea, tem capacidade proliferativa e síntese de Hb. Do 1 ao 6 não aparece na circulação. 1. Hematopoiese: em presença de fatores de crescimento como o GM-CSF, vai se comprometer e tornar- se uma precursora mieloide que pode originar eritrócito, plaquetas, monócitos e granulocitos. 2. Essa célula precursora mieloide continua a ser estimulada com os fatores de crescimento e com EPO se compromete com a linhagem ele eritroide e se transforma em pronormoplasto que é a primeira célula especifica da linhagem e tem receptor para o transferrina, por isso ela é capaz de armazenar ferro. 3. O pronormoblasto continua sendo estimulado pela EPO passa a se proliferar e acumular moléculas de ferro na forma de Ferritina nesse momento poucas moléculas de hemoglobina são produzidas. 4. A seguir a célula se transforma em um normoblasto basófilo que apresenta no seu citoplasma ribossomos em alta concentração, tornando o citoplasma azul escuro. 5. Devido a alta concentração de ribossomos a célula passa a ser capaz de produzir hemoglobina em larga escala se tornando normoblasto prolicromatico com o citoplasma rosado devido a presença da hemoglobina. 6. A concentração de hemoglobina chega ao máximo fazendo com que o núcleo torna-se picnotico, transformando a célula em um normoblasto ortocromatico (ultima célula com núcleo desta linhagem). 7. Após a extrusão núclear as células se transformam em um elemento figurado chamado de eritrocitopolicromado ou reticulocito, que apesar de não produzir mais IGL possui RNA ribossomico, fazendo com que seja percebido pontos azuis no citoplasma, normalmente os reticulocitos estão presentes na circulação em concentração menor a 2%. 8. O eritrocito na circulação apresenta alta concentrações de hemoglobina a fim de realizar o transporte do oxigenio. Há presença de reticulocitos em maior concentração quando: tem destruição excessiva/acelerada de eritrocitos, causada por conta da presença de um agente infeccioso hemolítico (plasmodio), doenças autoimunes, alterações na membrana das hemácias que facilitam a hemólise na circulação, alteração do funcionamento do baço (pois ele é o responsável pela “reciclagem” das hemácias senescentes) ou por alterações da estrutura da hemoglobina. Precursores eritroides: receptores essenciais para maturação (eritropoetina e transferrina) e glicoforina A, que é uma proteína de membrana. Modulação da produção de hemácias: em presença de baixas concentrações atmosféricas do oxigênio (ar rarefeito), para que haja transporte eficiente de oxigênio, é necessário um aumento no número de hemácias. Por esse motivo os receptores celulares sinalizam a presença de hipóxia tecidual, que estimula as células intersticiais renais a produzirem e secretarem eretoproitina (EPO). Este hormônio vai atuar nas células Hematopoiéticas presentes na medula aumentando a sua taxa de mitose (aumenta o número de células) e em presença de um ligante Kit IL-3 e GM-CBF (Fator de crescimento das células granuloide e mieloide), acelera a maturação dos eritroblastos gerando reticulócitos e hemácias que são liberadas e passam a fazer o transporte de O2. Quando houver homeostase tecidual a produção de eritoproteína diminui e a medulaóssea volta a produzir as células e hemácias em velocidade normal. Citoesqueleto e Maleabilidade: Para que a hemácia passe pelo capilar é necessario a capacidade de se moldar, por isso elas não têm núcleo e possuem proteínas da banda 3 que são ancoradas em moléculas de espectrina, formando uma rede conectada por glicoforina C, Actina (quando ligada a miosina faz a contração) e Tropomiosina, além disso possui moléculas de glicoforina A, presentes no citoplasma para consertar possíveis lesões. Em caso de deficiência das proteínas do citoesqueleto, as hemácias ficam mais frágeis e são hemolisadas antes do tempo normal (120 dias). Metabolismo de ferro: O ferro utilizado para produção de hemoglobinas pode ser obtido a partir da reciclagem de hemácias senescentes (ocorre a fágocitose por macrófagos presentes na medula do baço, que quebram as moléculas de hemoglobinas liberando o Fe) ou pode ser absorvido pelo epitélio intestinal através da dieta. Após ser digerido o ferro é absorvido pelos enterocitos (epitélio intestinal) o organismo pode utilizar as moléculas de Fe, armazenar como ferritina ou enviar o Fe para a circulação através do complexo transportador formado por ferropotina-fefestina; na circulação as moléculas de ferro não podem ficar livres pois se acumulam em órgãos e tecidos, por isso ela se ligam ao apotransferrina se transformando em transferrina; o ferro é essensial na eritropoiese que ocorre na medula óssea, então ele pode ser obtido a partir da transferrina que vai para medula, que possui eritroblastos com receptores para que o ferro seja incorporado para a formação da hemoglobina. Causas de deficiência de ferro: baixa ingestão, diminuição da absorção intestinal (por conta de uma inflámação da mucosa, ex. Cronh, deverticulite e celíaco; ou por conta de alguns tipos de cirrurgia de redução de estômago por By-Pass). Sintese de Hemoglobina: é composta por quatro grupos heme, sendo que cada um possui duas moléculas de ferro + a globina que possui duas cadeias alfas e betas (quatro cadeias ao todo), portanto, para que haja a produção da Hb é necessario que esses componentes sejam produzidos simuntaneamente. Quando a transferrina se liga ao resceptor presente no eritoblasto ela é endocipada ligada ao receptor e então, as moléculas de ferro se dessociam da transferrina ainda dentro do vácuolo; a transferrina ligada ao receptor é exocitada enquanto o Fe permanecem no citoplasma; Heme: sua produção começa dentro das mitocôndrias quando em presença da vitamina B6 a glicina reage com o sucinilacoA gerando ácido delta aminolivulinico, que vai para o citoplasma onde sofrerá alterações enzimaticas consecutivas gerando: porfobalinogenico; uroporfurico e coproporfirinogenico; o ultimo volta para a mitocôndria onde é transformado em protoporfirema que se liga ao Fe gerando o gerando o grupo Heme; que sai da mitocôndria para o citoplasma onde se liga as cadeias alfa e beta de globinas formando a hemoglobina. Podem ocorrer alterações de produção da hemoglobina devido a deficiência de ferro (diminui a produção do grupo heme); nas reações enzimáticas que acontecem no citoplasma do eritoblasto (geram um grupo heme alterado) e na produção das cadeias de globina. O assincronismo na produção das cadeias alfa e beta gera alterações estruturais na hemoglobina caracteristicas das talassemias. Produção de Globinas ao longo da vida: Assim que começa a produção de eritrocitos pelo saco vitelinico começa a produção de cadeias alfa de globina que atinge seu ápice entre a sexta e a decima semana de gestação; a cadeia beta é produzida em baixas concentrações durante a gestação, já que cadeias similares a ela são produzidas em maior concentração (principalmente a gama), após o nascimento a produção de cadeias cadeias betas vai atingir seu ápice até a 18ª semana após o nascimento; A medula é mais eficiente na produção da beta; Em algumas patologias a produção da beta não se normaliza após a 18ª semana de vida gerando problemas no transporte de O2 e na estrutura da hemácia; Sem a cadeia alfa não tem hemoglobina. Reciclagem de hemácias Senescentes: 1. As hemácias senescentes apresentam alterações de membrana e são fagocitadas por macrófagos presentes na polpa vermelha do baço, no fígado ou na medula óssea. 2. Dentro dos macrófagos ocorre a hemólise que libera a hemoglobina que sofre a quebra enzimática separando o grupo heme das globinas. 3. As globinas são quebradas gerando aminoácidos liberados pelos macrófagos e que serão reutilizados para síntese de proteínas nos tecidos. 4. O grupo heme é quebrado gerando a separação do Fe e da protopofirina. 5. O macrófago libera as moléculas de ferro que se ligam a transferrina e são transportadas pela circulação até o fígado. 6. No fígado as moléculas de ferro podem ser armazenadas como ferritina ou podem se acumular como hemossiderina dentro dos hepátocitos gerando um processo inflamátorio. 7. A transferrina produzida pelo fígado já liberada ligada a molécula de ferro que são transportadas até a medula óssea. 8. Na medula óssea as moleculas de ferro serão utlizadas durante a eritoproiese, que gera hemácias com viabilidade de aproximadamente 120 dias na circulação sanguinea. 9. Após de 120 dias as hemácias são fagocitadas pelos macrófagos e grupo heme é quebrado em moleculas de ferro e protoporferina que é metabolizada nos macrófagos e transportadas em biliverdina e posteriormente em bilirrubina. 10. A bilirrubina é liberada pelos macrófagos e transportadas na circulação até o fígado. 11. No fígado a bilirrubina deve ser conjugada a fim de garantir sua metabolização e posterior excreção. 12. A bilirrubina conjugada é transportada pelo sistema porta-hepático até o intestino delgado, onde bactérias da microbiota a transformarão a bilirrubina em urobilirrogenio. 13. O urobilirrogenio pode ser transportado para os rins onde será eliminado na urina como urobilina. 14. Ou o urobilirrogenio pode ser transformado no intesntino grosso em estercobilina que será nas fezes. A bilirrubina quando se acumula na circulação sanguinea é tóxica para o sistema nervoso central e quando se acumula na pele gera icterícia. Em caso de hemólise excessiva vai ocorrer acumulo de bilirrubina indireta (não conjugada), ultrapassando a capacidade do fígado conjugar essa molécula levando à dificuldade de excreção, causando icterícia, urina escura e acólia fecal (fezes sem cor, menos frequente). Hemoglobinas normais: Hb-A1 (estrutura 2alfa e 2beta; 97% em adultos e 25% em recém nascidos); Hb-A2 (2alfa e 2delta; 2-3,5% em adultos e <1% em recém nascidos); e Hb-F (estrutura: 2alfa e 2gama; 0,1-1% em adultos e 75% em recém nascidos), pois a Hb-F (fetal) apresenta maior avidez pelo O2, então ela é capaz de desligar o oxigenio da Hb-A1 materna, portanto, durante a vida fetal durante a vida fetal a Hb-F é a responsável por oxigenar os tecidos do feto, tirando o O2 do organismo da mãe e ao nascimento essas hemoglobinas ainda são encontradas em quantidade considerável, ao longo do crescimento a Hb-F vão sendo substituídas pela Hb- A1, pois não é mais necessário pegar o oxigênio da mãe, já que após o nascimento o oxigênio é adquirido pelo ar respirado. Alterações Qualitativas: Morfologia: Tamanho: anisocitose - Normocitose (tamanho normal, pequenas variações de tamanho entre as hemácias), Microcitose (tamanho menor que o normal) e Macrocitose (tamanho maior que o normal). Formato: poiquilocitose – essa alteração é sempre relacionada por condições patológicas ou genéticas. • Ovalócitos: as hemácias são ovais; na presença de eliptócitos é comum em pacientes em pacientes que apresentam alterações ou defeitos nas proteínas do citoesqueleto das hemácias; geralmente causadas por doenças heriditarias. • Acantócitos: projeções digitiformes irregulares, são os comunsem dislipemias (doenças relacionadas no metabolismo de lipídeos), como betalipoproteinemia e algumas doenças hepáticas. • Equinócitos: Hemácias crenadas, espículas com Hb normal, causada por ressecamento do sangue na lâmina (arterfato), ou por conta do aumento da osmolaridade plasmática (o sangue apresenta mais soluto, fazendo a hemácia perder água- comum em pacientes com uremia, proviniente de pacientes com lesão renal). • Esferócitos: possui coloração uniforme, não tem o centro mais claro, são esferas; Macroesferócitos – anemia hemolítica autoimune; Microesferócitos – queimaduras severas; esferocitose hereditária causada por defeito de proteínas do citoesqueleto. • Dacriócitos: hemácias em lágrima, pois possui um filamento lateral, causada quando a eritropoiese é feita extramedulamente (baço ou fígado), tendo defeito no citoesqueleto, comum na anemia perniciosa, desordens mieloproliferativas e talassemias. • Esquizócitos: são fragmentos de eritrócitos, causados por queimaduras severas, anemia hemolítica microangiopática e anemia hemolítica. • Estomatócitos: parece estômagos, estruturas presentes em vegetais, causado desbalanço eletrolitico; alteração de osmolaridade plasmática. • Codócitos: hemácia em alvo, ocorre em hepatopatias e hemonoglopatia C (doença que o paciente possui hemoglobina C ao invés de Hb-A1). Coloração: [Hb] - Normocromia (concentração normal de Hb, com o centro mais clara, pois as hemácias de lado parece a bala soft, já que perderam o núcleo); Hipercromia (maior concentração de Hb, deixando-a mais escura que o normal e o centro não é mais claro); Hipocromia (menor concentração de Hb, deixando- a mais clara que o normal); e Policromasia (reticulócitos na circulação, são mais roxo; quando tiver hemólise - destruição excessiva de hemácia gerando a liberação de células jovens numa tentativa de suprir o oxigenio; hemorragias os reticulociotos aparecem para tentar compensar a falta de hemácias - com hemorragia por mais de 5 dias, como endomentriose, sangramento intestinal eulcera gástrica; e depois do tratamentos de anemia ferropriva pois o organismo acelera a produção de Hb). Presença de inclusões: • Corpos de Pappenheimer: acumulo de ferro nas hemácias, que se ligam aos reticulos; comuns nas talassemias - alteração de produção de cadeias alfa e/ou beta, consequentemente não consegue se ligar ao ferro. • Pontilhados Basófilos: presença de ribossomos e mitocondrias; Ocorre em caso de sepse, uso de droga. • Corpos de Howell-Jolly: sobras de núcleo dentro das hemácias; ocorre em caso de disfunção esplenicas (problema no baço) ou esplenectomia (retirada do baço). • Aneis de cabot: resto de fuso mitotico, ocorre na anemia megonoblastica; • Corpos de Heinz: só são visualizados com uma coloração especial, são Hb desnaturadas devido a deficiencia de G6PD (glicose 6 fosfato desidrogenase- gliocolise). • Normoblasto Ortocromático: acontece em recém nascido e em crises hemóliticas. • Hemacias em Roleaux: fica aderida um nas outras; pode ser artefato, ou pode ser mieloma multiplo, o paciente produz anticorpos alterados em alta concentração. Grânulos de Schuffner: presença de plasmoduim vivax na hemácia (malária); coloração tem que ser feita no máximo em 3 horas. Alterações quantitativas: § Oligocitemia: diminuição de eritrócitos, comum em anemia; causas pela a diminuição de produção (deficiencia medular), por conta da hemorragia ou aumento de destruição (hemolise acentuada, função aumentada do baço-hiperesplenismo); Policitemia: aumento de eritrócitos Anemias: redução do transporte de O2 no sangue e hipóxia. Sintomas: fadiga, palidez, falta de ar, vertigem, tonturas ou batimento cardíaco acelerado. Tratamento depende do diagnóstico subjacente: suplementos com ferro; suplementos com vitamina B e transfusões sanguíneas. • Anemias Fisiologicas: Diminuição da produção, Aumento da Destruição e Perdas hemorrágicas. • Anemias Morfologicas: Microcítica, Normocítica e Macrocítica. Diagnostico: diminuição de Hematócrito, diminuição de Hemoglobina e diminuição de número de Hemácias/volume de sangue. Exames: § Índices hematimétricos: caracterização Tipo de Anemia CHCM VCM Normocítica >30 80 – 90 Macrocítica >30 >94 Microcítica >30 <80 Hipocrômica microcítica <30 <80 § Dosagem de Ferro: a dimuniuição de ferro (por conta da má absorção na parte superior do duodeno e do jejuno, pH gástrico e dieta), problemas com a ligação com a transferrina plasmática, deficiência de ferro (por conta do aumento da necessidade: gravidez, lactação, crescimento; diminuição da ingestão: dieta pobre em proteína animal; diminuição da absorção: cirurgias ou patologias; e por perda excessiva: sangramentos). § Dosagem de ferritina: proteína de reserva do ferro, é um marcador precoce de anemia, pois a concentração de ferritina diminui primeiro que a de ferro. Ocorre a diminuição por conta de infecções, traumatismos e inflamações agudas e ocorre o aumento por excesso de ferro, após transfusões, alguns tipos de linfomas e carcinomas, lesões hepáticas, anemias hemolíticas e megaloblásticas. § Dosagem de transferrina: Proteína de transporte de ferro, sua síntese é hepática, controla a [Fe] livre, impedindo a diminuição da perda urinária e efeitos tóxicos do ferro livre, então se ocorrer a diminuição pode ser decorrente de doenças hepáticas, enteropatias, síndrome nefrótica, desnutrição, inflamação, tumores e o aumento pode ser hepatite aguda, gravidez, estrogênios. § Capacidade de ligação de Ferro (CTLF ou TIBC): realizada junto com [Fe] e avalia a deficiência ou sobrecarga da transferrina. doença Ferro Capacidade total de transporte de ferro Capacidade de transporte de ferro não saturada Saturação de transferrina Ferritina Deficiência de Ferro 👇 👆 👆 👇 👇 Hemocramatose 👆 👇 👇 👆 👆 Doença Crônicas 👇 👇 👇 ou normal 👇 Normal ou👆 Anemias Hemolicas 👆 Normal ou 👇 👇 ou normal 👆 👆 Anemias sideroblástica Normal ou👆 Normal ou👇 👇 ou normal 👆 👆 Envenenamento por Ferro 👆 normal 👇 👆 normal § Eletroforese de Hemoglobina: identificação e quantificação de frações normais (HbA, HbA2 e HbF) e alteradas (HbS e HbC). § Contagem de reticulócitos: valores relativos normais 0,5 a 2,0%, é um indicador da produção de eritrócitos; Reticulose (aumento): causas: hemorragias agudas, anemias hemolíticas agudas e crônicas, resposta ao tratamento com ferro, folato e vitamina B12; a dimimuição de reticulóticos: anemias aplásticas e anemias carenciais não tratadas. Macrocíticas Normocrômicas: § Megaloblástica: Presença de blastos gigantes na medula, devido a alteração da mitose; deficiência de b12 pois para utilizar o ácido fólico é necessário a vitamina B12 (é um cofator). ▫ por deficiência de vitamina B12: Falta de fator intrínseco (Anemia perniciosa), má absorção intestinal (Esteatorreia, Doença de Crohn e Ressecção do íleo); Infestação por Diphilobotrium latum e Dieta vegetariana. « Anemia perniciosa: tipo mais comum de carência de vitamina B12; maior incidência acima 50 anos, de ambos os sexos, caucasianos (pele clara e olhos azuis); falta de fator intrínseco, que causa a atrofia mucosa gástrica, o intestino terá dificuldade para absorver; Manifestações Clínicas: Cansaço, palidez acentuada, língua lisa e careca, ardor lingual, sensações parestésicas em membros inferiores e mãos, hipo ou hiper-reflexia, perturbações esfincterianas e perturbação mental (alucinação e demência); Diagnóstico Laboratorial: Hemograma: VCM ↑ com CHCM normal, Anisocitose e poiquilocitose com macrovalócitos, Hemácias com corpos de Howell-Jolly e Hipersegmentação de neutrófilo, Mielograma: presença de hipercelularidade com megaloblastos,Diminuição de vit B12, Ácido fólico normal e Aumento de bilirrubina indireta; Tratamento: realizado pelo resto da vida , pois é um defeito irreversível com cianocobalamina ou hidroxicobalamina. « por deficiência de folatos: a falta de ácido fólico (cofator) diminui a síntese de timidilatos e produção de DNA; Causas: alcoolismo, má absorção intestinal (Neoplasias intestinais, Alcoolismo, Anticonvulsivantes), aumento das necessidades (Gravidez), Alterações metabólicas como a inibição da diidrofolatoredutase (metotrexato e Hepatopatias crônicas); Manifestações Clínicas: palpitação, fraqueza, palidez, cefaleia, irritabilidade, icterícia leve, diarreia e perda de massa (ácido fólico); Diagnóstico Laboratorial: Hemograma- Macrocitose e megaloblastos, mielograma - hipercelularidade com megaloblastos, vitamina B12 – normal ou diminuída, ácido fólico < 3 ug/L; [Folato] nos Eritrócitos - < 100 ug/L; � Tratamento: correção da dieta (ingestão de verduras) e administração de folatos. Normociticas normocromicas: são causadas por deficiência de produção « Aplasia Medular: alteração estrutural na medula óssea, que não responde a hormônios e fatores de crescimento, sem produzir nada; Tipos – idiopática (não sabe a causa), adquirida (quimioterapia, gestantes não pode usar dipirona pois pode causar essa anemia no feto) e constitucional (genética); Linhagem comprometida (pura ou composta); Manifestações Clínicas: Fraqueza, palidez, eventuais hemorragias; Diagnóstico Laboratorial: Hemograma – pancitopenia, Mielograma – hipocelularidade, [EPO] aumentada, [Fe] e saturação da transferrina – aumentados, testes de coagulação alterados; Tratamento Sintomático: transfusão de hemácias e/ou de plaquetas; Antibioticoterapia profilática: Corticosteroides / imunossupressores; Andrógenos; Esplenectomia; e Transplante de medula. « Anemia de Fanconi: é Aplasia Medular Constitucional, ou seja, é genética (herança autossômica recessiva); Manifestações Clínicas: Anemia severa, malformações esqueléticas diversas, baixa estatura, retardo mental, anomalia renal, surdez, hiperpigmentação cutânea, microftalmia, estrabismo, hipogonadismo, divertículo, ânus imperfurado. « Lesão renal: diminuição de hemácias devido à baixa concentração de EPO (eritropoietina), causada por lesão renal grave (necrose, atrofia e insulficiência renal crônica, a medula continua funcional, o que causa problema é falta de estimulo. Manifestações Clínicas: fraqueza e palidez. Diagnóstico Laboratorial: Hemograma – diminuição de He; [EPO] diminuída, [Fe] e saturação da transferrina aumentados; Função renal alterada (alta [ureia] e de [creatinina] no plasma, Clearence ou depuração de creatinina está diminuido – baixa [creatinina] na urina). Uremia emolaridade plasmatica levando a hemólise. Tratamento - Administração de EPO. Microcíticas Hipocrômicas: § Anemia ferropriva: causas da deficiência de ferro, perda de sangue, ingestão insuficiente através da dieta, transporte e metabolismo de ferro deficitário (deficiencia da transferrina altera a captação eritoblasto), má absorção de ferro (atrófia e cirrurgia) necessidade aumentada (prematuridade, crescimento e gravidez); Diagnóstico Laboratorial: Hemograma – microcitose e hipocromia,[Fe] < 30mcg,[Ferritina] < 10 ng; CTLF – alta, saturação de transferrina - diminuída; Tratamento: suplementos de sais ferrosos em jejum, via oral (mais seguro e barato), via parenteral (quando via oral não funciona, aumenta a glicemia, diabeticos não pode usar). § acúmulo de ferro causa patologias: hemossiderose (aumento da deposição de ferro em determinado órgão) por causa hereditárias ou adquiridas talassemia major (hemólise atenuada fazendo com que as moléculas de ferro fique livres no sangue, o assincronismo de produção do grupo heme e das cadeias beta), porfirias, anemia sideroblástica hemocromatoses (manifestação clínica secundária ao acúmulo de ferro) § Anemia sideroblástica: acúmulo de Fe nos eritroblastos. Congênita: rara e ligada ao X; Adquirida: por conta do cloranfenicol e intoxicação por Pb; Manifestações Clínicas: palidez progressiva, pois as hemácias perdem a cor por conta do ferro; Diagnóstico Laboratorial: Hemograma – microcitose hipocromia, policromasia, poiquilocitose, Mielograma – hiperplasia de eritroblastos, Coloração de Perls – sideroblastos em anel (>10%), [Fe] - Aumentado. Tratamento: Piridoxina e Ácido fólico, e Transfusão de sangue. Anemias com reticulócitos > 2%: Normocíticas Normocrômicas, liberação de células jovens; § Anemia Hemorrágica Aguda: Perda de sangue volumosa, por hemorragia interna, amputação de membro, endometriose; Diagnóstico Laboratorial: VCM e CHCM normais - diminuição de He, inicialmente não apresenta reticulocitose, pois é compensatória já que demora um tempo para os tecidos não perdem a oxigenação imediatamente; Tratamento: depende da gravidade; § Anemia hemolítica por defeito corpuscular: sobrevida das hemácias reduzida, perda da maleabilidade (alteração estrutural), hereditárias e adiquiridas, diminuição de viabilidade; Tipos: Hereditárias: esferocitose e eliptocitose ; Adquirida: Hemoglobinúria Paroxística Noturna ▫ Esferocitose hereditária: Anemia de Minkowski-Chauffard herança (autossômica variável), alteração de citoesqueleto (acúmulo de Na) tem alteração de espectrina, ankirina, banda 3 e proteína banda 4.2.; gasto de glicose (hemólise no baço); Manifestações Clínicas: herança autossômica dominante (forma leve: anemia discreta ou ausente, icterícia variável, esplenomegalia variável, hiperfunção medular), forma moderada (anemia e icterícia com intensidade variável, Esplenomegalia) e forma severa (Anemia e icterícia intensas, alterações corpóreas); Diagnóstico diferencial: Hemograma - ↓He, ↓[Hb], reticulocitose, poiquilocitose e CHCM↑ � Mielograma - hiperplasia de eritroblastos, Eletroforese de proteínas de membrana – ver se tem a diminuição de espectrina, anquirina, banda 3 e proteína 4.3, Teste de Coombs negativo – verifica a presença de anticorpos anti hemácias (direto; pesquisa presença de Acs ligados a membrana das hemacias – amostra de sangue com com EDTA e Indireta: pesquisa de Acs anti hemacia no soro do paciente – amostra no tubo seco, tubo com gel indutor>> verifica se a doença é auto imune), dosagem de Enzimas Eritrocitárias - normais (para diferenciar da glicose 6 fosfato desidrogenase), eletroforese de hemoglobina – normal, Teste de HAM – normal (avalia a resistência das hemácias à hemólise, em meio ácido, por complemento; hemacia + solução ácida + soro com tudo seco ou com gel indutor), Teste de Resistência Osmótica de Eritrócitos - soluções salinas hipotônicas - baixa resistência havendo hemólise acentuada (entra água na hemacia, - a hemácia normal se adapta a concentração impedindo a entrada de água); Tratamento – Esplenectomia e suplementação de folatos. § Eliptocitose Hereditária Comum: Herança autossômica dominante, homozigotos é severa - icterícia; Diagnóstico diferencial: Hemograma - > 20% ovalócitos em sangue periférico com Reticulocitose intensa, Teste de Resistência Osmótica de Eritrócitos - soluções salinas hipotônicas, alta resistencia e não sofrem hemólise, Eletroforese de proteínas de membrana – diminuição de espectrina, anquirina, banda 3 e proteína 4.3., Teste de Coombs – negativo, Dosagem de Enzimas Eritrocitárias - normais, Eletroforese de hemoglobina – normal, Teste de HAM – normal; Tratamento - suplementação de folatos e esplenectomia. § Hemoglobinúria Paroxística Noturna: Herança ligada ao gene PIG-A do cromossomo X; deficiência de proteínas do grupo glicosilfosfatidilinositol (GPI); Manifestações Clínicas: fadiga, falta de ar e cefaleia (trombose); hemossiderinúria (problema de medula); Diagnóstico Diferencial: Hemograma - ↑VCM, policromasia e reticulocitose, neutropenia, Mielograma - hiperplasia eritroide, Reação de Perls – negativa, Teste de Ham– positivo, Teste de Coombs – negativo, Citometria de fluxo (identificação de marcadores CD55, CD59, CD13); Tratamento Sintomático - transfusões de hemácias, reposição de ácido fólico, ferro e EPO,glicocorticoides - baixas doses para reduzir a taxa de hemólise em certos pacientes, Andrógenos e evitar o uso de anticoncepcionais orais (risco de trombose). § Anemias hemolíticas por defeito corpuscular em enzimas eritrocitárias: que leva a diminuição de enzimas que atuam no metabolismo da glicose; Tipos: Alteração na via das pentoses (deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD)) e Alteração na via da glicose anaeróbia. ▫ Anemia por deficiêcia de grupo G6PD: É uma herança recessiva ligada ao cromossomo X (mais mutações); Variantes: Classe I - brancos - G6PD<5% - crise hemolítica frequente com hemólise severa; Classe II - povos mediterrâneos - G6PD<10% - crise hemolítica por consumo de fava; Classe III: afrodescendentes – G6PD<60% - crise hemolítica por ingestão de drogas oxidantes; Manifestações Clínicas: fadiga, palidez, icterícia, alterações hemodinâmicas e cardiorrespiratórias, esplenomegalia e urina escura; Diagnóstico Laboratorial: Hemograma – corpos de Heinz; [G6PD] eritrocitária (fora da crise hemolítica), Eletroforese de proteínas de membrana – normal; Teste de Coombs – negativo; Eletroforese de hemoglobina – normall; Teste de HAM – normal; Identificação da mutação. Tratamento: Evitar a ingestão de drogas oxidantes (primaquina, pentaquina, sulfametoxazol, sulfanilamida, nitrofurantoína), evitar contato com produtos químicos oxidantes (naftalina, nitratos e nitritos, fenilidrazina, azul-detoluidina), evitar consumo de fava e esplenectomia. § Anemia hemolítica por defeito extra corpuscular: ▫ Anemia hemolítica imunológica; autoimune por IgG (temperatura elevada facilita a ligação das hemácias e a hemólise em ausencia de complementos; teste coombs é possitivo; hemograma: policromasia, pontilhados basófilos; resto tudo normal. Tratamento com corticoide, esplenectomia e plasmaferase paliativa ~~~~ autoimune por Igm: temperatura abaixo de 37°C , holise moderada; Diagnostico laboratorial: aglutinação espontania, esferocitos, policromasia a reticulose, Mielogramas, eletrofores é tudo normal; teste de coombs positivo, neste casoa hemólise é dependente da atuação do sistema complemento à 37°C porém à 4°C é dependente somente do anticorpo; ~~~~iso ou aloimune presença de anticorpos produzidos por outro individuos, causas transfusão de sangue total, que possui anticorpos capazes de gerar hemólise. No sistema ABO tem a presença de polisacarideos antigenicos, por isso não deve ser feito transfusão de sangue total,para evitar uma resposta antigenicas; coombs. Eritroblastos possuem a transferrina de Ac anti D (contra Rh), maternos para o feto= destuição das hemoglobinas fetais; coombs positivo; § Anemia hemolítica autoimune por IgG: Manifestações Clínicas: palidez, icterícia, hepato e esplenomegalia (80%); Diagnóstico Laboratorial: Hemograma - policromasia, ponteados basófilos, esferocitose, aumento de reticulócitos, Mielograma - hiperplasia eritroide, Eletroforese de proteínas de membrana – normal, Eletroforese de hemoglobina – normal, Dosagem de enzimas eritrocitárias - normal, Teste de Coombs – positivo,Teste de HAM - normal. § Anemia hemolítica autoimune por IgM: Temperatura ambiental abaixo de 37°C (hemólise moderada); Manifestações clínicas: cianose nas extremidades (aglutinação das hemácias) diminuição do fluxo, palidez, cansaço, ICC e esplenomegalia; Diagnóstico Laboratorial: Hemograma - aglutinação espontânea, poucos esferócitos, policromasia e reticulocitose, Mielograma - hiperplasia eritroide, Eletroforese de proteínas de membrana – normal, Eletroforese de hemoglobina – normal, Dosagem de enzimas eritrocitárias - normal, Teste de Coombs – positivo, Teste de HAM – normal. Tratamento - plasmaferese, esplenectomia e agentes alquilantes - poucos resultados Anormalidades Estruturais na Hb: mutações em genes que regulam a síntese dos aminoácidos da globina, alteração de sequência de aminoácidos: (Hemoglobinopatias) por HbS, HbC, HbD, HbE. Anormalidades na síntese de cadeias das globinas: causadas pela assincronia na síntese de uma ou de várias cadeias de globina (Talassemias) Hb-S: é causada por alteração da cadeia beta que tem a substituição do ácido glutâmico por uma valina na posição 6 do segmento A da cadeia beta. Manifestação variável: Homozigose – Anemia falciforme e Heterozigose – HbA+HbS e HbS + HbC (portador, anemia leve). Anemia Falciforme: quando a Hb-s esta desoxigenada, ela polimeriza alterando a forma discoidal da He ficando na forma de foice, perdendo a maleabilidade podendo obstruir os vasos. A mudança de formato é chamada de crise falcização, que a hemacia é colocada em uma solução com baixa concentração de O2; Manifestações Clínicas: a crise leva a lesão endotelial gerando a trombose. Pode ser causada por infecções, estresse, frio, desidratação. Ocorre hipóxia tecidual causando dores musculares intensas e cãibra (obstrução), no pulmão ocorre síndrome torácica aguda (febre, tosse, dor no peito, taquipneia, folego curto e dores generalizadas); ulceração nas pernas, crise de hemólise aguda, crise de aplasia medular e crise de sequestro esplênico. A hemolise gera fragmentos que obstruem os vasos causando acidente vascular e também causa lesão renal. Diagnostico: Hemograma [Hb] ↓ ↓, reticulocitose, eritroblastose e poiquilocitose, policromasia, anisocitose, pontilhados basófilos, corpúsculos de Howell-Jolly; leucocitose frequente com desvio à esquerda; plaquetose, Mielograma (Hipercelularidade – eritroblastos; crises de aplasia medular - hipocelularidade global), Técnicas de amplificação de DNA, Teste de falcização - positivo, Eletroforese de hemoglobina, Homozigose - ausência de HbA1, HbA2 normal, aumento de HbF. Tratamento: suplementação com ácido fólico, medicamentos que aumentam HbF – hidroxiureia, profilaxia de infecções. Profilaxia contra as crises dolorosas vasooclusivas: terapêutica transfusional – se necessário e cuidado com gestantes. Na prova de solubilidade as He falciformes são hemolizadas no teste positivo Na eletroforese de Hb após a hemolise, as amostras são submetidas a uma diferença de pontencial que permite a separação das diferentes hb por carga eletrica e peso molecular. Traço ou estigma falciforme: apresentao pelo menos 50% de Hb-a; hemograma com [Fe] normal e hemacia pequena Hbs e HbC: HbC tem a substituição, na posição 6 da cadeia beta, de ácido glutâmico por lisina. Manifestação Clínica: doença falciforme moderada, com crises hemolíticas amenas, porém é mais grave do que o traço; esplenomegalia, episódios dolorosos e necroses ósseas. Diagnóstico Laboratorial: prova de falcização e eletroforese de hemoglobina. Talassemia: doença genética caracterizada por redução ou ausência de síntese de um dos tipos de cadeias de globina (alfa ou beta), descendentes da populações do Mediterrâneo, tipos: alfa-talassemias (alfa Thal): redução (a+) ou ausência (ao) das cadeias alfa e beta-talassemias (beta Thal): redução (b+) ou ausência (bo) das cadeias beta; Delta beta –talassemias: são raras com gravidade clínica variável, redução ou ausência de síntese das cadeias beta ou delta. Classificação: Homozigose – Thal major e Heterozigose – Thal minor Talassemia B:mais frequente no Brasil. A Thal major: é a anemia mais severa, possui hipocromia, microcitose, poiclocitose, fragmento de hemacias (lesão renal), alterações ósseas, dentarias, faciais e articulares. Manifestações Clínicas: Anemia, Hipodesenvolvimento somático e sexual, Hiperplasia medular, Alterações ósseas, dentárias, faciais e articulares, Esplenomegalia ou Hiperesplenismo, Alterações endócrinas, cardíacas e hepáticas e Lesão renal. Diagnóstico Laboratorial: Hemograma: Microcitose e hipocromia, codócitos:hemácias em alvo, de pontilhados basófilos e de corpos de Howell-Jolly, eritroblastose, corpos de Heinz, reticulocitose discreta (4-10%); Mielograma: hiperplasia de série vermelha com hipoplasia relativa granulocítica; eritropoiese ineficiente; Eletroforese de Hemoglobina; Diminuição de HbA e aumento variável de HbA2 e HbF, Exames Bioquímicos - [Fe], [Ferritina], saturação da transferrina, [Haptoglobina, [Bilirrubinas], Urobilinogênio fecal e urinário; Análise Molecular - Identificação de talassemia alfa e beta homozigóticas. Tratamento: Transfusões, Terapia quelante, Esplenectomia, Apoio psicológico, Transplante de medula óssea e Aconselhamento genético.
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