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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RIO DAS OSTRAS INSTITUTO DE HUMANIDADES E SAÚDE - IHS CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA YNARA KEROLYN BARROS DA SILVA EXISTENCIALISMO: UMA CONTRIBUIÇÕES PARA GESTALT TERAPIA Trabalho apresentado à disciplina de Terapia da Gestalt da Universidade Federal Fluminense. Prof. Dr Ticha. Rio das Ostras / RJ 2019 EXISTENCIALISMO Quando se refere-se a visão de mundo e de homem na Gestalt terapia, estamos apoiados em três aspectos: humanista, fenomenológica e existencialista. Esse trabalho se centralizará na base existencialista. O existencialismo é uma linha filosófica que busca compreender a existência humana partindo da própria existência, sua reflexão está centralizada na análise do homem, particular, individual e concreto. Raciocínio que se reafirmar principalmente com Jean-Paul Sartre (1905-1980). Mas o nascimento dessa linha filosófica nasceu com Sören Kierkegaard (1813-1855), onde defendia que a realidade só poderia ser entendida através da subjetividade. Para Kierkegaard só subsiste a liberdade e a escolha de decidir pelo o que fazer a partir do agora, para ele é a religião é que conduz o homem, por ser dotada da ética humana, sendo assim a religião sendo como o sentido da existência para o indivíduo. Um outro grande filósofo que não aceitava o título de existencialista, mas teve grande influência para o movimento foi Martin Heidegger (1889-1976). Sua principal obra se chama “ Ser e Tempo (1927). Para Heidegger a sua obra foi para diferenciar-se de ser classificado como existencialista propriamente dito, o intuito da obra foi elaborar uma analítica existencial. Na sua obra o filósofo tratava de abordar o ser , que pertencia a um arrolamento de noções evidentes por si mesmo, apesar de indetermináveis. Heidegger estabeleceu que a definição do ser é indefinível, ele não se incomodou em atribuir o que é o ser , qual sua explicação. O seu empenho é descobrir o significado. Mas especificamente o que é que se entende por ser. Segundo Heidegger (2005), “ o ser não somente pode ser definido,como também nunca se deixa determinar em seu sentido por outra coisa nem como outra coisa. O ser só pode ser determinado a partir do seu sentido como ele mesmo”. Heidegger aponta por meio de seus estudos antropológico, características fundamentais do ser, aos quais qualificam existenciais. O primeiro é o ser-no-mundo (mundo que se refere a tudo: afetos, interesses círculo social, entre outros aspectos); ou seja, o ser está sempre em relação com algum objeto ou com outro sujeito. O filósofo conclui que o indivíduo é sempre um ser-no-mundo , ou seja, um ser que sempre está em ação. Contudo esse indivíduo não está preso a situação em que ocupa-se, mas sim, sempre aberto para se reinventar. A segunda característica denomina-se na transcendência. Heidegger afirmar que a existência também está centrada na característica do homem de ser fora de si, diante de si. O homem 2 sempre está planejando para além do que ele é no mundo, somos seres dinâmicos. Ou melhor expondo a ideia a essência do ser consiste na sua existência. O terceiro existencial que o filósofo distingue é a temporalidade. Para ele a circunstância existencial é indivisível da temporalidade. O homem só existe porque está essencialmente conectado com o tempo. Um outro existencial é a morte. A morte é a maior certeza do homem. O ser está sempre nessa possibilidade. Heidegger vai dizer que o homem é um ente que está no mundo para a morte. O existencialismo se desencadeou em duas direções: O cristão e o ateu. O existencialismo cristão se pauta em uma visão de comunhão, buscando uma transcendência ou elevação moral, através da noção da existência de Deus. Se existe Deus logo subsiste uma moral objetiva onde conduz o indivíduo, para um bem maior que é esse próprio Deus. Sendo assim o sujeito busca entregar-se a existência de acordo com sua essência e assim chegar a um fim último a que ele foi criado. Porém no existencialismo ateu é pregado que Deus não existe, logo não havendo a existência de Deus, não há uma ordem moral objetiva, não subsiste um caminho pré determinado para o indivíduo seguir, resultado em uma subjetividade moral. Para essa linha do existencialismo a moral é subjetiva, cada sujeito possui a sua, ou seja, cada ser constrói a sua noção de certo e errado. O que acaba conduzindo ao sujeito a uma sensação de angústia diante das responsabilidades das escolhas e ter que ser responsável por todos seus atos. Sartre é o filósofo quem explica essa linha do pensamento existencialista ateu , que refere-se a não existência de Deus, como não existência de um fim último que determina o caminho do sujeito, assim sendo logo não existe uma essência que determina o ser. Para o filósofo não existe essência o homem constrói a essência. Esse pensamento é contrário a dos antigos filósofos, que acreditava que a essência determina o sujeito. Para Sartre o homem não é nada ele simplesmente existe e vai se construindo conforme as suas ações suas escolhas, e essas escolhas que são pautadas na sua liberdade. Onde Sartre vai dizer que o homem está condenado a ser livre, nada determina o seu ser, nada o obriga, cabe a ele dentro da sua liberdade escolher, ou seja, o não também é uma escolha. A angústia é uma consequência da liberdade de escolher e o ser é responsável por ele. CONTRIBUIÇÕES Na Gestalt terapia o paciente tem a última palavra sobre si mesmo, e por isso ele precisa ser percebido como um ser concreto, individual com formas próprias. O paciente é 3 apenas ele mesmo, um ser humano único que não pode ser igualado. No processo terapêutico o paciente é submetido a assumir sua liberdade de forma responsável, conhecendo-se profundamente. Não se trata de ignorar o mundo, mas de conviver com ele, sem abrir mão deque o paciente tem de específico. O paciente nunca está pronto ou terminado, ele está em constante transformação, construção de si próprio. A presença do terapeuta é o principal suporte para o paciente, ou seja o teraupeuta não deve criar imagens de o que ele quer passar para o paciente, se o terapeuta não tiver presença e propor que vai resolver o problema do paciente, esse será um paciente perdido. O papel do gestalt terapeuta é ser um habilidoso frustrador, ou seja, aquele que frustrar determinado movimento neurótico, para uma quebra de padrão, um contato para aqui e agora, para que o paciente entre em contato com ele mesmo, com que ele está sentindo e não ficar tecendo assuntos com teorias. No existencialismo não existe culpa, o que existe é a responsabilidade, ninguém é culpado, o que está em jogo é de quem é a responsabilidade. A autenticidade tornada da consciência da responsabilidade das próprias escolhas tornando possível o processo de transformação, de ser o que é em cada ação e situação vivida. isso pode tornar o ser livre para se relacionar de forma mais honesta consigo mesmo. A medida em que o sujeito vive o seu momento de responsabilização, ele se torna livre para designar a intensidade das relações que o paciente vai estabelecer com cada coisa que está acontecendo em sua vida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PENHA, João;. O que é existencialismo . 12° ed. São Paulo: Brasiliense, 2004. p. 27-60. http://www.meuartigo.brasilescola.com/filosofia/conceitos-existencialismo-vistos-martin-heid egger.htm Acesso em dezenove de outubro de 2019 às 15:40 horas. FRITZ, Perls;. A Abordagem Gestáltica E Testemunha Ocular Da Terapia. 2 ed. Rio De Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda, 2011. 4
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