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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS G B C L D R RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: produção de doce de leite. FRANCISCO BELTRÃO 2019 INTRODUÇÃO O doce de leite é um produto típico da América Latina, sendo comumente produzido no Brasil e na Argentina e os países Itália, México e Chile os maiores consumidores (BELLARDE, 2001). O produto é definido pelo (MAPA, 1997) como: Doce de leite é o produto, com ou sem adição de outras substâncias alimentícias, obtido por concentração e ação do calor a pressão normal ou reduzida do leite ou leite reconstituído, com ou sem adição de sólidos de origem láctea e/ou creme e adicionado de sacarose (parcialmente substituída ou não por monossacarídeos e/ou outros dissacarídeos). A presença de vários compostos importantes para a saúde como proteínas e minerais fazem com que o doce de leite tenha um alto valor nutricional. O alto conteúdo energético se dá pela grande quantidade de carboidratos presentes no doce de leite. (MACHADO; TFOUNI; SOUZA, 2003) A produção do doce de leite se inicia pela escolha da matéria-prima. O leite deve ser de qualidade e não pode apresentar problemas em sua aparência, textura ou sabor. É importante corrigir o grau de acidez do leite para produção de doce de leite, deixando-o no máximo com 19°D (graus Dornic). Para corrigi-lo, adiciona-se bicarbonato de sódio até atingir a faixa ideal de 12 a 13°D. (MACHADO; TFOUNI; SOUZA, 2003) Figura 1. Fluxograma da produção do doce de leite. Fonte: Adaptado de (MACHADO; TFOUNI; SOUZA, 2003) Outra matéria-prima importante é o açúcar, que pode ser puramente sacarose, ou misturado com glucose. Segundo a portaria n° 354 de 4 de setembro de 1997, o máximo de açúcar a ser adicionado deve ser de 30 kg para cada 100 litros de leite. A glucose pode ser utilizada apenas para substituir no máximo 40% da sacarose. (MACHADO; TFOUNI; SOUZA, 2003) O aquecimento do leite é realizado em tacho aberto com agitação constante. A adição de açúcar deve ser realizada após a peneiração e pode ser feita adicionando todo o açúcar de uma só vez após iniciar a fervura, dissolvê-lo no leite no início da fervura ou adicioná-lo em etapas durante a fervura. A etapa de concentração serve para que o produto atinja, em média, 55 a 60°Brix. A glucose só pode ser adicionada após atingir esse ponto. Em seguida, continua-se a concentração do doce de leite até chegar a 65 a 70°Brix. (MACHADO; TFOUNI; SOUZA, 2003) A determinação do ponto pode ser realizada de diversas maneiras, como exemplo colocar uma gota do doce em um copo com água, se a gota chegar até o fundo sem se dissolver, o ponto foi atingido. Após atingir o ponto, suspende-se o aquecimento para o doce ser resfriado, utilizando troca de calor com água no próprio tacho até atingir 70 a 75°C. (MACHADO; TFOUNI; SOUZA, 2003) Por causa das altas temperaturas alcançadas durante o processo, o doce de leite é praticamente sem contaminações, por isso é necessário tomar cuidado ao embalá-lo. As embalagens devem ser previamente lavadas e após o enchimento, viradas de cabeça para baixo. Por fim, o produto deve ser armazenado em temperatura ambiente e em local limpo e arejado (MACHADO; TFOUNI; SOUZA, 2003). METODOLOGIA Correção do grau de acidez A acidez do leite foi corrigida adicionando bicarbonato de sódio. A quantidade de bicarbonato de sódio necessária foi encontrada utilizando a seguinte equação: Padronização do teor de gordura A gordura foi padronizada utilizando creme de leite. A quantidade de creme necessária foi encontrada utilizando a seguinte equação: Quantidade de açúcar A quantidade de açúcar a ser utilizada foi calculada com a seguinte equação: x=Porcentagem de açúcar * Litros de leite*100% Curva de ºBrix Para a Curva de ºBrix uma alíquota de doce de leite foi adicionada no refratometro a cada tempo determinado, até a quantidade de ºBrix chegasse a aproximadamente 62. Resfriamento do tacho O Resfriamento do tacho ocorreu adicionando agua fria e retirando-a simultaneamente, até a temperatura de 65°C. Acondicionamento e embalagem Para o acondicionamento, foi esterilizado em agua quente potes de vidro e tampas de metal, assim para reduzir os riscos de contaminação microbiana. Assim que o doce de leite resfriou a temperatura de 65ºC foi acondicionado aos potes, e rotulados com papel adesivo com grafia da logo do curso, e a grafia da lodo da UTFPR-FB. O procedimento de armazenamento não ocorreu durante a realização da pratica, procedeu-se com uma orientação que assim que aberto a embalagem deve-se armazenar em geladeira durante no máximo 14 dias. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após realizar as titulações, o grau de acidez médio foi de 18,3 °D. Desse modo, para chegar aos 13 °D ideais, foi necessário reduzir 5,3 °D. A Tabela 1, apresenta os resultados obtidos após a titulação realizada com NaOH 0,1M. Tabela 1: Grau de acidez. Titulação °D 1 21 2 17 2 17 Fonte: Autoria Própria. Cálculo para correção de acidez Foi adicionado 9,9 g de bicarbonato de sódio para corrigir a acidez. Utilizando o Ekomilk foi possível obter dados de várias análises. Tabela 2. Dados obtidos no Ekomilk. 1 2 3 Média Gordura 3,81 3,81 3,81 3,81 ESD 8,68 8,70 8,71 Densidade 26,80 26,60 26,60 Ponto de Congelamento 60,90 61,00 61,00 Proteína 3,23 3,25 3,26 Fonte: Autoria própria Após a análise dos parâmetros obtidos pelo Ekomilk, foi constatado que o leite utilizado estava com os parâmetros dentro do permitido pela legislação vigente. Quantidade de açúcar Para 20 L de leite foi utilizado 5 kg de açúcar (25%). A Figura 2 apresenta a curva de ºBrix/Tempo do doce de leite produzido, sendo o ºBrix importante indicador de padrão de qualidade, e ainda indicador do ponto correto do doce de leite. Fonte: Autoria própria. Após a degustação do doce de leite foi possível constatar grande aceitação sensorial do produto produzido, gerando destaque positivo para o aroma, sabor e textura do mesmo. A Figura 3 apresenta o produto já pronto pra consumo acondicionado de forma correta, e rotulados com os respectivos logos das entidades que produziram o mesmo. Figura 3: Doce de leite embalado e pronto para o consumo CONCLUSÃO Após o seguir o processo de produção de doce de leite, foi possível obter um produto que agradou sensorialmente, assim respeitando os parâmetros exigidos. Deve-se ressaltar que o cuidado com o fluxograma de produção acarretou em um produto de alta qualidade. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento, Secretaria de Defesa Agropecuária, Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Portaria N. 0 354, de 4 de setembro de 1997. Disponível em: http:// www.agricultura.gov.br/das/dipoa/port354.html Acesso em: 12. Jun, de 2019. BELLARDE, F. B,. et al. Produção de doce de leite formulado com leite em po: influencia das variaveis de processo no desenvolvimento da cor, textura e propriedades sensoriais. 2001. MACHADO, R. M. D.; TFOUNI, S. A. V.; SOUZA, G. Doce de leite. Agronegócio, n.2, 2003
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