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Acadêmica: Maria Beatriz S. Albuquerque – Farmácia 4/10 Droga: qualquer substância química capaz de induzir uma resposta fisiológica no organismo. Definição social: droga ilícita Droga lícita: medicamento, cigarro, álcool - Fármaco: droga com intuito terapêutico - Medicamento: fármaco que ganha forma (possui fórmula) - Remédio: nome popular; meditação, massagem, carinho, medicamento. Farmacocinética o que o organismo faz com a droga. Farmacodinâmica parte da farmacologia que se preocupa com os mecanismos de ação. O que a droga faz no organismo. Os processos farmacocinéticos de absorção, distribuição e eliminação determinam com que rapidez e por quanto tempo o fármaco aparecerá no órgão-alvo. 1. Absorção; 2. Distribuição; 3. Metabolismo; 4. Excreção. ABSORÇÃO 1º compartimento (estômago, pele, reto, olhos, de baixo da língua, etc). A absorção será o transporte da droga do 1º compartimento até o sangue. Quase sempre dissolve em um meio rico em água. Para isso a droga precisa passar pela membrana celular (micela). O aumento da cadeia carbônica de ácido facilita a produção da micela. Quanto maior a cadeia mais longa o caminho da droga pela micela. • Membrana celular: possui duas camadas de fosfolipídios, formada por uma molécula de glicerol, duas cadeias de ácidos graxos, sendo uma saturada e a outra insaturada, uma coligação fosfato e um grupamento polar. Portanto, uma molécula anfipática, ou seja, com uma extremidade polar ou hidrofílica, tendo afinidade por água; e a outra extremidade, caudalosa, com propriedades apolares ou hidrofóbicas, manifestando aversão à molécula de água. Para atravessar a membrana celular, as moléculas precisam ter características físico-químicas adequadas, ou seja, devem ter uma certa polaridade, não podem ser 100% lipossolúvel e não podem ser extremamente polar. • Ácidos graxos: Portanto, uma molécula anfipática, ou seja, com uma extremidade polar ou hidrofílica, tendo afinidade por água; e a outra extremidade, caudalosa, com propriedades apolares ou hidrofóbicas, manifestando aversão à molécula de água. • Difusão: principal, meio de transporte das drogas. Não tem gasto de energia. Acadêmica: Maria Beatriz S. Albuquerque – Farmácia 4/10 Os fármacos usados para terapêutica são ácidos ou bases fracas. Ácido fraco: um ácido fraco é um ácido que não ioniza significativamente numa solução; ou seja, se o ácido, representado pela fórmula geral HA, quando dissolvido numa solução aquosa ainda restará uma quantidade significativa de HA não dissociado. (Parcialmente dissocia-se em água; poucos H). Um ácido fraco é melhor absorvido em meio ácido. Pois o ácido fraco em meio ácido, não perderá seu H, ou seja, não irá se dissociar e não ficará polar (pois a forma molecular não tem carga, é neutro). AH 0 → A- + H+ sem carga, apolar possui carga, polar *dissociação depende do meio em que se encontra AH passa no meio (micelas) por ser apolar (lipossolúvel). Drogas lipossolúveis passam com mais facilidade. Base fraca: baixo grau de dissociação. A quantia de carga disponíveis no meio é que determina para onde a reação ocorrerá, lembrando que cargas iguais se repelem e diferentes se aproximam. (Parcialmente dissocia-se em água). BH + → B0 + H+ tem carga, polar apolar *dissociação depende do meio em que se encontra Base fraca será bem absorvida em meio básico. Pois a base quanto está com o íon próton tem carga. Em meio básico, temos poucos íons livres, ou excesso de OH. A tendência da base em meio básico é perder o próton, ou seja, ficar na forma dissociada. Ficando sem carga, mais apolar e lipossolúvel. *No estômago há invaginações (criptas) com células parietais que produzem HCl. A formação de HCl é feita a partir da gastrina, histamina e acetilcolina (induzem a formação da bomba de próton). *Imidazol – inibe a formação de HCl. *Cimetidina e Ranitidina – inibidor de H2 no estômago, não há formação de HCl. Exemplo 1: Dona Jurema tem 50 anos, relatava gastura e queimação. Foi receitado Ranitidina (antiácido). Ela também tem hipertensão. O anti- hipertensivo que ela usa é um ácido fraco. A Ranitidina vai aumentar ou diminuir a absorção do anti-hipertensivo? Ela toma antiácido e o estômago produz menos HCl, portanto maior a probalidade do anti-hipertensivo se dissociar. Mas ela pode tomar ambos pois o estômago é grande e será mais ou menos absorvido. → O tamanho do intestino também influencia na absorção, as microvilosidades aumentam a área de absorção. Acadêmica: Maria Beatriz S. Albuquerque – Farmácia 4/10 Exemplo 2: Omeprazol, um inibidor da bomba de prótons, diminui a concentração de HCl no estômago. O Ácido acetil salicílico sendo usado por um paciente que faz uso de Omeprazol, teremos uma maior ou menor absorção de ácido acetil salicílico no estômago? A diminuição de HCl no estômago favorece a dissociação (ficando na forma iônica) de AAS o que diminui sua absorção, pois ele fica mais polar e menos lipossolúvel, para passar na membrana celular. No meio alcalino, como no duodeno tem menos íons livres, isso faz com que o ácido se dissocie passando a ter carga e é pouco absorvido. No caso de uma base fraca, ela perde íons livres, e na sua forma dissociada fica mais apolar e mais lipossolúvel, sendo melhor absorvida. Portanto o Omeprazol, pode aumentar a absorção de uma base. Biodisponibilidade: fração de uma dose oral que chega a circulação sistêmica na forma de fármaco intacto, levando em consideração tanto a absorção como a degradação metabólica local. Pode ser expresso em mg ou em %. O que influencia na biodisponibilidade? Interação medicamento- alimento, interação com outras drogas, mudança de pH, diarreia, vomito, a forma farmacêutica, tempo de trânsito, desintegração do medicamento, mecanismo de absorção, degradação enzimática, glicoproteína P, ciclo enterro hepático, etc. Administração das drogas: A droga deve chegar ao sangue conforme a via de administração. Uma coisa é a porcentagem que entrou, outra é a porcentagem que chega ate o sangue, pois neste processo pode ocorrer varias coisas. • Via endovenosa: espera-se que tenha 100% de biodisponibilidade, pois está sendo aplicado diretamente na corrente sanguínea. Obs.: não passa primeiro pelo fígado. • Via oral: 1) estômago → duodeno → jejuno → plexo mesentérico → veia porta → fígado → vesícula biliar → duodeno → jejuno. (Esse sistema pode retardar o tempo e a quantidade de droga na corrente sanguínea). 2) estômago → duodeno → jejuno → plexo mesentérico → veia porta → fígado → veia cava inferior → coração → SNC, sistêmico, sangue venoso. • Via retal: mais ou menos 50% da droga segue o caminho do plexo mesentérico, outros 50% passam pelo sistema linfático (sem passar pelo fígado), vai basicamente direto para o coração. A absorção retal não sofre com o metabolismo de 1ª passagem. • Via sublingual: jugular → veia cava superior → coração. Obs.: não passa primeiro pelo fígado. • Via subcutânea: não passa primeiro pelo fígado. Absorvida lentamente pelos capilares, arteríola e artérias e segue pela circulação sistêmica chegando ao coração. • Administrada pela veia da perna: existe uma veia da perna que se liga a uma veia colateral ao fígado e segue para veia cava superior. O sangue que vem dos ductos sanguíneos inferiores não entra primeiro no fígado. *Órgãoscomo: coração, pulmão, SNC, fígado e rins são considerados órgãos vitais, ou seja, são mais perfundidos, irrigados por veias calibrosas e são os primeiros a receberem altas doses de medicamento. *Farmácos com ↓ lipossolubilidade ↓ absorção *Alguns fármacos como lvodopa precisam de transportador *A biodisponibilidade é a fração de uma dose ingerida de um fármaco que tem acesso à circulação sistêmica. Ela pode ser baixa porque é incompleta ou porque o fármaco é metabolizado na parede intestinal ou no fígado antes de alcançar a circulação sistêmica. *Na parede do intestino é encontrado glicoproteína P e ela pode prejudicar a quantidade de droga que foi absorvida. Captando a droga antes de chegar ao fígado, jogando-a de volta ao intestino. *Bioequivalência: se a formulação de um fármaco for substituída por outra; não haverá consequências clínicas indesejáveis. DISTRIBUIÇÃO Parte da farmacocinética que avalia para onde a droga será distribuída para o organismo. A droga deve sair do sangue para chegar ao órgão alvo de ação da droga. Ao sair do sangue a primeira coisa que encontra (depende do órgão) liquido intersticial. Ela chega mais rápido ou não dependendo da via de administração, além de outras características como a lipossolubilidade da droga e o tamanho da molécula. Acadêmica: Maria Beatriz S. Albuquerque – Farmácia 4/10 *Quanto maior a lipossolubilidade mais distante do sangue e maior poder de penetração nas células. Na intravenosa não ocorreu absorção porque foi aplicada diretamente na corrente sanguínea. Nesse caso a droga vai para o coração, pulmão, cérebro, etc, por que sãos órgãos que mais recebe sangue por que trabalham demais. A droga irá passar pela artéria arteríola e capilar. Exemplo: Supondo que um vaso sanguíneo se projeta para o coração, a droga sai do endotélio e chega ao interstício, encontra as fibras musculares do coração. A droga começa a se ligar em estruturas que estão na membrana das fibras musculares, ou dentro da fibra muscular (adrenalina encontra receptor Beta-1 e a fibra muscular cardíaca se contrai). A droga passa por vários órgãos além do órgão alvo, onde esta pode causar efeitos indesejados. A droga também pode passar pelo SNC, onde o endotélio é mais protegido. Não há espaços interendoteliais, além disso há um tipo de célula que reveste as células endoteliais, que tem função de cobrir o endotélio. O conjunto do vaso com essas células que o revestem, denomina-se barreira hematoencefálica. As células que revestem são chamadas de células da glia ou astrócitos e são ricas em fosfolipídeos. Portanto a droga deve ter um grau de lipossolubilidade suficiente para sair do capilar e conseguir atravessar o endotélio e as células da glia e chegar ao interstício neuronal. • A droga estando na corrente sanguínea, poderá se ligar a albumina, algumas se ligam mais fortemente e outras não. Assim, teremos droga ligada a albumina e a droga livre no plasma, porém não necessariamente ela deve se ligar a albumina. • Somente a fração da droga livre no plasma: terá ação farmacológica, será distribuída, metabolizada e poderá ser excretada. Albumina: proteína; ponte dissulfeto ocorre na proteína cisteína com ligação de enxofre. Muitas drogas principalmente ácidos fracos se ligam a albumina; o fármaco só consegue passar a membrana se estiver sozinho, quando ligado à albumina não acontece nada. • A albumina é sintetizada no fígado. Logo, doenças hepáticas e desnutrição podem prejudicar a síntese desta proteína. • Diminuição de albumina pode implicar em aumento de concentração da droga livre no plasma, por drogas que se ligam fortemente a ela. O aumento da droga livre implica em aumento da ação farmacológica e pode ocorrer ação tóxica no organismo. • Albumina diminui a concentração do fármaco. Exemplo 1: Supondo que a droga A se liga 90% a albumina (apenas 10% é livre), ela é utilizada para diminuir pressão arterial. A droga B, receitada para o paciente se liga 95% a albumina. Ocorre que haverá competição pelos fármacos pela albumina e aumentara a concentração da droga A livre e com isso haverá aumento da ação farmacológica (baixará demais a pressão arterial). Acadêmica: Maria Beatriz S. Albuquerque – Farmácia 4/10 Exemplo 2: Dona Rosa usa lidocaína como antiarrítmico e tem baixa albumina. É necessário diminuir a dose de lidocaína, pois assim ficará pouca droga livre circulando. Lidocaína liga-se 70% a albumina. Exemplo 3: digamos que o fármaco A seja a lidocaína (liga-se 70% a albumina) e o fármaco B seja o ibuprofeno (liga-se 99,5% a albumina). O ibuprofeno tem mais afinidade à albumina então irá se ligar a ela e a lidocaína vai ficar “livre”, como a lidocaína atua no coração pode acabar dando consequências. Volume de distribuição (VD): volume no qual a droga se distribui, o quanto a droga se dispersa dentro deste determinado volume. O primeiro ambiente em que a droga estará localizado é a corrente sanguínea, depois o interstício (meio aquoso, rico em eletrólitos). E a droga vai se espalhando dentro de um determinado volume. A distância do alvo principal (sangue) até o local mais distante dependera do tamanho e da lipossolubilidade da droga. Mais lipossolubilidade tem mais volume de distribuição, isto é, a droga poderá alcançar espaços muito mais distantes do que a corrente sanguínea, como por exemplo, o tecido adiposo (local pouco perfundido, e por isso a droga precisa ter uma característica especifica que é a lipossolubilidade). Exemplo 1: Tiopental faz parte dos ácidos barbitúricos. O ácido barbitúrico tem uma lipossolubilidade menor que o fenobarbital (gardenal - antiepiléptico), e o fenobarbital têm lipossolubilidade menor que o tiopental (devido a presença de enxofre na molécula). Ácido barbitúrico < Fenobarbital < Tiopental Quem terá o maior volume de distribuição é o tiopental, o qual é um ácido fraco, e anestésico endovenoso. E o primeiro local de chegada é no sangue, depois se dirige ao coração, ou seja, vai para os órgãos mais perfundido primeiros. Um destes órgãos é mais rico em gordura que é o SNC, alvo do tiopental que é bem lipossolúvel. Há um equilíbrio entre o órgão e o sangue. O pH do sangue é 7,4 (extremamente tamponado). Se o pH aumentar, ocorre uma diminuição da frequência respiratória, para aumentar o nível de CO2 e transforma-lo em acido carbônico. Se diminuir o pH ocorre hiperventilação para tentar diminuir o nível de CO2. Exemplo 2: (Volume de Distribuição; Absorção) Dois motoqueiros sofreram um acidente, um motoqueiro era magro e o outro tinha grande quantidade de tecido adiposo. Os dois foram para o pronto socorro. Os dois receberam 300mg de tiopental. a) Qual dos dois entrará primeiro em estado anestésico? Os dois estrarão em estado anestésico ao mesmo tempo, pois a droga foi aplicada dentro do vaso sanguíneo, e vai para os órgãos mais perfundidos e não para o tecido adiposo. b) Quem sai do estado anestésico primeiro e por quê? A droga fica em equilíbrio com vários órgãos, a droga sai do interstício e vai para o tecido adiposo, portanto ela se prende ao tecido adiposo. Num primeiro momento ela tem dificuldade em chegar ao tecido adiposo, devido à perfusão. E no tecido adiposo a droga fica aprisionada. No magro, terá muito mais droga em equilíbrio com o plasma, mais fácil de ser metabolizada e excretada, quem tem mais gordura tem mais dificuldade em metabolizar e excretar a droga. *Vasoconstrição: evita sangrar*Vasodilatação: ↑ fluxo sanguíneo; permite a passagem de drogas. Nas junções as células fisicamente unidas e formam uma parede contínua que impede vários fármacos de entrar no cérebro. *por fora do capilar cerebral tem podal de astrócito, a droga tem que ser APOLAR. Acadêmica: Maria Beatriz S. Albuquerque – Farmácia 4/10 Grandes frestas permitem aos fármacos mover-se entre o sangue e o interstício nas junções. • inflamação nas meninges: a barreira permite a passagem do fármaco. Dependendo do antibiótico pode causar toxicidade. • barreira normal não permite qualquer droga passar pelo cérebro. → Barreira placentária: não é tão seletiva, uma droga que a mãe metaboliza o feto não consegue. Na placenta a droga precisa alcançar o espaço da vilosidade (espaço interviloso) e penetra na vilosidade e alcança o feto. A droga deve ter um certo grau de lipossolubilidade. As drogas tem uma classificação de toxicidade no feto, A (seguro), B, C, D (má formação fetal) e X (grave). Bico do seio da mãe estimula o hipotálamo, tendo a liberação de alguns hormônios, ocitocina (ejeção do leite, contração dos canais produtoras do leite) e prolactina (estimula produção de leite). • Dopamina – inibe hipófise; há drogas que bloqueiam a dopamina, importante em homens. METABOLISMO Uma droga para ser absorvida precisa ser APOLAR, lipossolúvel. A droga precise sofrer aprisionamento iônico para ser excretada, para isso serve o metabolismo. • Hepatócito: no retículo endoplasmático existe o sistema microssomo hepático. Existe um sistema microssomal hepático que está no interior do reticulo endoplasmático, local onde existem muitas enzimas. Neste sistema microssomal pode ocorrer reações de primeira fase e de segunda fase. Se a droga não for suficientemente hidrossolúvel, ela retornará a corrente sanguínea e ao passar pelo fígado poderá ocorrer reações que modificam sua molécula, deixando-a mais hidrossolúvel. E para isso o fígado dispõe de enzimas que fazem parte de um grupo denominado CYP ou Citocromo P450. A enzimas CYP medeiam reações de oxidação, sulfatação, hidroxilação, desalquilação. Algumas destas enzimas são melhores em mediar algum tipo especifico de reação. • Fígado: tem papel de metabolização (anabolismo e catabolismo) e síntese de substâncias, transforma substancias lipossolúveis em hidrossolúveis. As substancias que conseguirem passar o fígado, terão ou não uma ação farmacológica ao encontrarem o alvo farmacológico. Para entrar neste sistema deve ter uma característica importante, lipossolubilidade. Por isso, Acadêmica: Maria Beatriz S. Albuquerque – Farmácia 4/10 pelo menos 60% das drogas são de origem vegetal, e a grande maioria é lipossolúvel, para conseguir atravessar a barreira celular. Porem, para sair deve ter hidrossolubilidade, pois sai através do rim ou das fezes. O rim é um meio aquoso e rico em eletrólitos. E quem faz a conversão química de lipossolubilidade para hidrossolúvel é o fígado, para que seja excretado. • Uma droga administrada por via oral, ao ser absorvida passa pelo fígado, aonde pode já ser metabolizada. • Por via endovenosa no braço, não passa pelo fígado e não será metabolizado, e terá uma maior quantia de droga para chegar ao alvo farmacológico. Por isso a via de administração é muito importante. • A via retal é muito importante é muito importante, pois pelo menos 50% da droga passa pela via linfática e não passa pelo fígado, não sofrendo metabolização. Na FASE 1 a enzima reconhece algum grupamento especifico na molécula, desta maneira ela consegue induzir determinada reação, assim a enzima se encaixa no substrato e modifica a molécula. Se, ainda assim, a estrutura não for suficientemente hidrossolúvel para ser excretada, ela volta a circulação e passa pelo fígado novamente para ser metabolizada. Devido a modificação da molécula, pode não ter mais enzima que a consiga deixar hidrossolúvel, e devido a compatibilidade enzima-substrato. E ocorre então a reação de segunda fase, a qual o metabolito será conectado a outra estrutura que já vem pré-pronta e é muito hidrossolúvel, como por exemplo a glicose. O metabolito formado terá o nome inicial denominado Glucuronil-etc. assim, a substancia pode ser excretada nas fezes ou na urina. Normalmente, quando a molécula se liga ao conjugado, não tem mais atividade biológica. No entanto, o metabolito quando não ligado ao conjugado ainda pode ter atividade biológica. • Exemplo: metabolismo das benzodiazepínicos, os quais ainda podem ter atividade biológica. Metilparabeno: hidrossolúvel (sai fácil). Bencilparabeno: lipossolúvel (entra fácil). CYP: fazem reações que ocorrem no fígado (não se localizam apenas no fígado), são enzimas responsáveis por diversas reações, transformando uma droga lipossolúvel em mais hidrossolúvel podendo ocorrer ou não a geração Acadêmica: Maria Beatriz S. Albuquerque – Farmácia 4/10 de radicais livres. Alguns radicais livres não irão causar danos no fígado e outros podem causar (hepatoxicicidade – paracetamol). Estas enzimas recebem um número e uma letra, que classifica o subtipo de CYP e as reações que são responsáveis. Cada subtipo pode ter mais de um substrato (fármaco). Há uma série de drogas que podem bloquear a CYP1A2 e outas enzimas. Por exemplo, a cimetidina bloqueia se a pessoa utilizar clozapina (ficará muita quantidade de droga dentro da pessoa indo para o SNC), por que a cimetidina bloqueia a enzima que metaboliza a clozapina. • Exemplo 1: O fármaco deve ter uma concentração constante no sangue para fazer o efeito vasodilatador e diminuir a PA. Logo, se temos mais CYP temos mais enzimas para degradar o fármaco (droga X) e isso fara com que o fármaco diminua de concentração na corrente sanguínea e terapeuticamente pode ocorrer uma reversão e a PA aumentar novamente. • Exemplo 2: Um paciente, estudante, 21 anos, toma cerca de 2L de café por dia. O paciente foi ao medico com sintomas de arritmia cardíaca. O médico então prescreveu propranolol. (Lembrando que a CYP3A1 degrada propranolol e cafeína). Depois de cerca de uma semana de tratamento o paciente retorna o medico relatando os mesmos sintomas, e o medico aumenta a dose do medicamento. Passa mais uma semana o paciente retorna ao medico se queixando dos mesmos sintomas. a) O que pode estar acontecendo com o paciente? Devido a ingestão abusiva de cafeína a CYP estava aumentada (mesma enzima que degrada o propranolol) isso faz com que o fármaco seja degradado mais rapidamente e sua concentração diminuída não faz os efeitos esperados, assim, o paciente continua com os sintomas. *A isso denominamos interação medicamentosa nível farmacocinética. Quando uma droga induz a expressão da enzima, se aumenta a expressão, muito mais enzima irá degradar o substrato que é o fármaco. Afetando a ação farmacológica. COMT → principal substrato desta enzima é a adrenalina. A COMT degrada a adrenalina e está presente no endotélio vascular. • O pulmão é responsável pela degradação de vários peptídeos, bradsinina, endotelina, etc. • Muitas das substancias ingeridas devem ser metabolizadas pelo fígado. Para que a droga consiga entrar no organismo ela precisa ter um certo grau de lipossolubilidade e para que consiga ser excretada ela precisa ser hidrossolúvel. O fígado não ativa a droga, a mesma pode ter ou não atividade biológica.O fígado apenas torna algo lipossolúvel em algo mais hidrossolúvel. Pois a substância será excretada pelas fezes ou pelo sistema urinário. • Pró-droga: enquanto a substância for pró-droga a atividade biológica é muito reduzida. E ao passar pelo fígado a droga se torna biologicamente ativa, através de reações que deixa a molécula mais hidrossolúvel. • Exemplo 1: metildopa → passa pelo fígado e serve como substrato, substituindo o aa que da origem a noradrenalina → e metildopa é transformada em alfa-metilnoradrenalina. (processo ocorre no neurônio adrenérgico, não no fígado) • Exemplo 2: Acetoaminofeno → fígado → paracetamol (fígado). • A cocaína tem propriedade anestésica local, altera canais de sódio, porem centralmente a cocaína também estimula outras áreas do organismo que não são desejadas, por isso foi alterada sua molécula retirando a ação central da cocaína e deixando sua ação anestésica ainda mais potente. A esta droga damos o nome de Lidocaína. Radical Livre - Derivação: são muito reativos; algumas drogas podem produzir determinados radicais livres no processo de metabolismo e destruir o hepatócito, levando a hepatoxicidade. Paracetamol é um exemplo de fármaco hepatoxicicidade. O paracetamol tem algumas vias de metabolismo e pode ser transformado em um radical livre: N-acetil-bezoquinonelmina, ele terá que se ligar a glutationa (para neutralizar o radical formado), substrato radical livre e não há quantia de glutationa para neutralizar. Se o radical não se ligar a glutationa ele pode causar dano na medula renal. Um paciente com toxicidade a paracetamol o tratamento é acetilcisteína (mucolítico), mas serve como carreador que neutraliza o radical livre. Isso Acadêmica: Maria Beatriz S. Albuquerque – Farmácia 4/10 só se der tempo. A ligação da acetilcisteína com o paracetamol é uma ligação covalente. Indução enzimática: fármaco → CYP → produto. Fatores que induzem o aumento da CYP. Ex.: nicotina. Pessoas que consomem muita cafeína tem a CYP1A2 elevada comparada com pessoas que não consomem; com ↑CYP1A2 ↑ metabolismo do estradiol. Ex.: ↑CYP1A2 com uso de antiepilético, ↑ fenitoína, isso pode atrapalhar a lidocaína e diminui a eficácia da lidocaína como antiarrítmico. Inibição ou bloqueio enzimático: A droga Y se acoplou na enzima e bloqueou a mesma, fazendo com que a droga X aumentasse sua concentração sanguínea e seu efeito farmacológico. Pois não tem enzima para degradar a X e como o medico aumentou a dose para 300mg o fármaco causara mais vasodilatação, por isso que o paciente apresentou determinados sintomas, como hipotensão. Uma droga que causa inibição enzimática para quase todos os tipos de fármacos é o Clorofenicol, que sistemicamente pode ser utilizado em raríssimas ocasiões (é um antibiótico), utilizado para infecção bacteriana do ouvido, para uso local. Um dos seus efeitos tóxicos é a síndrome do bebe cinzento. Na FASE 2 ocorre a conjugação. Quando um metabólito não é suficientemente POLAR e enzimaticamente não há jeito. Glucoronídeo liga- se na derivação da 1ª fase para transformar a molécula para mais polar para excreção. • Principais conjugações: ácido glicurônico, glicina e glutamina, acetato. Essa fase é mediada por enzimas também, que não necessariamente são as CYP. EXCREÇÃO Os dois locais principais para excreção de drogas é o intestino e o trato urinário (mas pode ocorrer no suor, muco, sêmen, lágrima, etc). Se o metabolito cair ainda ativo nas fezes pode ocorrer uma reabsorção, pois enquanto a droga tiver atividade biológica ela pode ser reabsorvida. Artéria vira arteríola até virar ateríola aferente (entra sangue); arteríola eferente (sai sangue). • A parede do glomérulo tem fenestras. Na junção de glomérulo e arteríola tem uma célula chamada Macula densa (dentro das células diferentes próximos as artérias que detectam os níveis de Na + na urina) → controla a pressão arterial. • Pro líquido sair do glomérulo a cápsula de Bowman faz pressão negativa e o glomérulo pressão positiva. No intestino grosso a droga não conseguiria ser bem reabsorvida, pois temos uma quantidade grande de bolo fecal e a droga poderia ficar aprisionada no interior destas fezes. • Uma droga acida ou básica é melhor reabsorvida no estômago, no duodeno, no jejuno ou no intestino delgado? O intestino delgado é do duodeno até o íleo, portanto a droga será melhor absorvida no intestino delgado (sendo ela básica ou acida). Trato urinário: Temos 5L de sangue no corpo, ou seja, ele passa várias vezes nos rins, pois são filtrados de 120 a 160L por dia. Acadêmica: Maria Beatriz S. Albuquerque – Farmácia 4/10 Moléculas muito grandes não são filtradas (como a albumina). Nos tubos coletores existem vasos sanguíneos, algumas substâncias sofrem secreção de dentro do vaso, caem no interstício e são reabsorvidas. A partir da alça de Henle, nos túbulos coletores existem proteínas, onde as drogas se grudam e com perda de energia a proteína joga a droga para a luz do tubo e são excretadas. É possível inibir o processo de secreção, por exemplo a Probenicida é uma droga que inibe este processo. A vantagem de fazer isso em casos como a penicilina que é rapidamente secretada; com a probenicida é possível aumentar o tempo do antibiótico no organismo, diminuindo sua secreção. Droga sai do vaso sanguíneo → interstício → se aproxima da parede do túbulo coletor (rico em proteínas carreadoras) → as proteínas se fixam às drogas e elas jogam-as para luz do tubo coletor → o fluxo do filtrado arrasta a droga. • Se um fármaco não estiver suficientemente hidrossolúvel ele será reabsorvido. • Bexiga é rica em eletrólitos e água. O pH da urina é entre 4,5-8,5. Uma droga acida na urina será melhor absorvida em urina acida e melhor excretada em urina básica. • Droga básica melhor eliminada em urina ácida → ficará ionizada (não se dissocia) → não consegue passar a membrana da bexiga ou túbulos. • Vantagem em acidificar ou basificar a urina: pode ser útil em casos de intoxicação. Se um fármaco toxico for um ácido fraco é vantajoso basificar a urina para melhor excreção. Nunca alterar o pH do sangue! Extremos da idade: tem diferença do ponto de vista farmacocinético • Recém-nascido: fígado e baço aumentados de tamanho (hepatomegalia e esplenomegalia) fisiológica, o fígado do recém-nascido é hipofuncionante podendo ocasionar icterícia fisiológica, que se for muito grave pode causar encefalopatia. • Idoso: perda de água no interstício, diminuição da produção de queratina, radicais livres, aumento de gordura, insuficiência renal fisiológica. • Mulheres amamentando: o leite é uma emulsão, algumas drogas podem ser excretadas no leite materno, porem a lipossolubilidade não influencia. A criança quando suga o seio, e estimula as fibras sensitivas que se conectam ao SNC que se liga a hipófise, onde é induzida a liberação de prolactina (produção do leite) e a ocitocina (ejeção do leite). O fármaco pode alterar: o gosto do leite, pode se concentrar no leite e afetar a criança, além de afetar o instinto de “sugar” o leite (Ex.: Benzodiazepínico). POSOLOGIA T ½: tempo necessário para que ocorra a redução de 50% da concentração inicial da droga no plasma. Todo fármaco terá seu tempo de meia vida, porem ele não é preciso, ou seja, ele varia de acordo com cada organismo (dieta, doenças crônicas, estilo de vida podem interferir). • Obs.: A fase pré-clínica, é onde todos os testes são realizados antes de estudar o fármaco no ser humano. Na fase clínica, são feitos testes empacientes selecionados, pois o grupo amostral deve ter menos viés possível para não interferir em alguns parâmetros e mesmo assim haverá variação individual. Na via oral há biodisponibilidade, ou seja, mesmo que a droga tenha 50mg, por via oral ela não é toda absorvida. As moléculas são distribuídas, excretadas e metabolizadas em tempos diferentes. 1- Droga está no plasma, já pode ter sido absorvido, excretado, distribuído. 2- A absorção aqui já pode ter acabado e por isso começa a descer. Acadêmica: Maria Beatriz S. Albuquerque – Farmácia 4/10 Ex.1: ADME – intravenosa. Uma droga X foi administrada 50mg por via intravenosa o tempo de administração foi de no máximo 5 min. Depois de administrada foi verificada a concentração plasmática dentro de alguns tempos. Interpretação: Neste caso não há absorção do fármaco (que é a passagem da droga de um compartimento para o sangue), pois a droga foi jogada direto no sangue (via intravenosa). A farmacocinética é a absorção, distribuição, metabolização e excreção. Por que está diminuindo o nível plasmático da droga? A partir da administração intravenosa a droga será distribuída e ao passar pelo fígado, pode ser metabolizada. Ex.2: VIA ORAL Foi administrado 50mg por via oral. Interpretação: Depois de um certo tempo (pico máximo de absorção) a droga deixa de ser absorvida, pois não há mais nada para ser absorvido. Na subida do gráfico há absorção (por ser por via oral), distribuição, metabolização e excreção (pois tudo ocorre ao mesmo tempo), após o pico máximo, temos apenas distribuição, metabolização e excreção, pois não há mais nada para ser absorvido. Esse tipo de estudo serve para analisar formas farmacêuticas (drágeas, comprimidos, forma liquida), como que a forma ira se absorver em algumas partes do organismo humano e ver em qual temos o maior pico de absorção. Ex.3: VIA ORAL A CADA 2H Interpretação: A cada 2hrs (o tempo de meia vida) a pessoa toma o medicamento novamente. Na 4ª/5ª dose estabilizou = estado de equilíbrio. Quando absorção está em equilíbrio com distribuição, metabolismo e excreção; quando o sistema fica saturado entra em equilíbrio. Nesse estado tem Concentração máxima e Concentração mínima. Em cada subida é uma absorção, a quantia que está sendo absorvida. Levou de 4 a 5 doses (33 a 44 horas) para estar no estado de equilíbrio, então levará o mesmo tempo para ser excretado. Como parâmetro o tempo de meia vida é determinado a partir da utilização da via endovenosa, pois não há absorção (não há perdas). A via oral não é a melhor via para expressar tempo de meia vida. Para a maioria das drogas, após 4/5 dose começa a ter o estado de equilíbrio. É preciso levar em consideração a toxicidade, ação e T ½. Acadêmica: Maria Beatriz S. Albuquerque – Farmácia 4/10 Janela terapêutica: deve-se levar em consideração a concentração plasmática da droga para dar uma resposta terapêutica. Deve-se ter margem de segurança. Entre Concentração máxima e mínima. Será a C máx e C mín que permite a melhor eficácia terapêutica com a menor toxicidade possível. Essa “janela” poderá ser terapêutica. Para diminuir a janela é necessário diminuir o ângulo. Para isso pode diminuir a dose e aumentar o tempo de administração. Obs.: janela muito estreita está próximo da toxicidade da ação. Ex: Lítio (usado para depressão bipolar), digitoxina, etc. Obs.2: janela mais larga casa mais efeitos indesejáveis. Ex: isotutinoína. Exemplo 1: O paciente faz uso de droga via oral que tem o T ½ de 20h. Quanto tempo levará para essa droga sumir do organismo? Resposta: 20h x 4 = 80h 20h x 5 = 100h Por que multiplicar? Por que na 4ª/5ª dose a droga estabilizou, ou seja, está em equilíbrio. Isso é por influencia da droga, dependendo do tamanho da molécula; se ela liga-se a albumina ou não, etc. Para a droga SUMIR do organismo leva o mesmo tempo para chegar no estado de equilíbrio, ou seja 80h/100h. Exemplo 2: Ambas as drogas são anticoagulantes. A X tem T ½ de 5h e Y tem T ½ de 20h. Qual utilizar? Resposta: Não pode utilizar as 2 ao mesmo tempo. O paciente A usa a de 5h e o B usa de 20h. Se o A quiser usar o de 20h precisa esperar pelo menos 1 dia por que (5h x 4 = 20 ou 5h x 5= 25) para não ocorrer sinergismo. Se o B quiser usar o de 5h precisa esperar 4/5 dias por que (20h x 4=80 ou 20h x 5= 100h). Exemplo 3: Consumir AAS em 100mg/d; 1.000mg/d; 3.000mg/d. Resposta: Quanto mais alta a dose, mais alta a toxicidade. Para ter uma ação anticoagulante usa-se 100mg/d, se eu quero uma ação analgésica/antitérmica usa-se 1.000mg/d, par ação antitérmica usa-se 3.000mg/d. O T ½ do AAS é 3h, mas utiliza-se de 1 em 1 dia porque ele bloqueia enzimas e cada enzima demora em torno de 6h para voltar ativa. Exemplo 4: Um antibiótico, apenas disponível por via oral, o tempo de meia vida é de 10h. O paciente é uma criança de 6 anos com meningite meningocócica. O diagnóstico se feito rápido, tem no máximo 7 horas para tratá-la senão a criança entra em óbito. Resposta: O estado de equilíbrio entra após 4 a 5 doses, porém isso levaria mais tempo do que a criança tem para sobreviver, pois só começaria a fazer efeito no final do segundo dia (cerca de 50h). Como temos apenas a dose por via oral, faz-se uma dose de ataque, primeiro verifica a toxicidade do medicamento e quanto tempo de sobrevida o paciente tem, a partir disso, administra-se de 2 a 4 doses. Dose de ataque: seria uma dose única, maior que a normalmente recomendada (2 a 4 doses) para que o efeito seja o mais rápido em casos de urgência, é sempre uma exceção. Deve-se levar em consideração a toxicidade do medicamento. • Nem todos os medicamentos chegam no estado de equilíbrio de 4 a 5 tempos de meia vida. Se diminuirmos o tempo de administração da droga, o estado de equilíbrio demorara menos para ser atingido, sua concentração ficará acima da concentração plasmática ideal. Exemplo: eram aplicados 50mg a cada 5h, passou a ser administrado a cada 2h 50mg, isso poderia causar toxicidade no organismo, por isso devemos seguir o tempo de prescrição. Acadêmica: Maria Beatriz S. Albuquerque – Farmácia 4/10 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
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