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Farmacologia (farmacocinética)

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Introdução
A farmacologia pode ser definida como o estudo dos efeitos dos fármacos no 
funcionamento de sistemas vivos, ou seja, estuda a relação entre substâncias 
químicas e os organismos vivos.
Os efeitos em questão são chamados de efeitos farmacológicos/biológicos, 
nesse caso, se algo desenvolve um efeito, esse algo é chamado de 
medicamento
•
→
Além de estudar os efeitos, a farmacologia estuda como os efeitos são 
desencadeados 
Ex: estuda-se se um medicamento será absorvido pelo local em que ele será 
administrado (como a via oral)
•
No caso do paracetamol (medicamento), seus efeitos são analgésico e 
antitérmico. Nesse caso, estuda-se como esses efeitos ocorrerão
•
→
A farmacologia (não com esse nome) existe desde os primórdios da civilização, 
quando remédios à base de ervas eram largamente utilizados — de forma 
empírica — para curar diversos males
Por ser algo empírico, muitas vezes essa metodologia trazia malefícios ao 
invés de benefícios
•
→
Farmacopeias (livros falando sobre insumos, medicamentos básicos e substâncias 
químicas) começaram a ser redigidas. E junto com elas, surgiram os boticários (os 
atuais farmacêuticos).
→
O impulso da farmacologia veio da necessidade de melhorar os resultados das 
intervenções terapêuticas pelos médicos, que eram, naquele tempo, hábeis na 
observação clínica e diagnóstico, mas em geral, ineficazes quanto o tratamento
→
Antes do advento da química orgânica sintética, a farmacologia se relacionava 
exclusivamente com a compreensão dos efeitos de substâncias naturais, 
principalmente extratos botânicos
→
Para que a farmacologia se estabelecesse como ciência, foi preciso do auxílio de 
algumas outras matérias:
Fisiologia: forneceu o entendimento de como os organismos vivos funcionam, 
permitindo entender o efeito do fármaco
Além disso, forneceu a percepção de que a comunicação química 
desempenha um papel central em quase todos os mecanismos de 
regulação que o nosso organismo possui
-
•
Bioquímica: a descoberta de enzima e a descrição de vias bioquímicas 
forneceram subsídios adicionais para a compreensão dos efeitos dos 
fármacos
•
Química de produtos naturais: identificou nos extratos vegetais que eram 
utilizados, as substâncias químicas responsáveis pelos efeitos farmacológicos
•
Patologia: entender como são feitos os efeitos farmacológicos•
Com a purificação de substâncias extraídas de plantas pela química sintética, 
ficou provado que os efeitos dos extratos sobre o organismo não era magia
Apesar de todos os avanços na química sintética, há fármacos que ainda 
não conseguimos sintetizar. Um exemplo é a digoxina, a qual não é 
sintetizada pois sua síntese é bem cara e difícil
Isso prova que o empirismo deu certo▪
-
•
→
Antes do advento das abordagens baseadas na ciência, reiteradas tentativas foram 
feitas para construir sistemas terapêuticos, muitos dos quais produziram resultados 
ainda piores do que os do puro empirismo
→
Alopatia 
Remédios que incluíam sangria, eméticos e purgativos, os quais eram 
utilizados até que os sintomas principais fossem suprimidos
•
Muitos pacientes morriam com tais tratamentos •
Não havia base em nenhuma questão científica •
Trazia mais malefícios do que benefícios•
A medicina ortodoxa científica é inspirada na alopatia mas tem princípios 
científicos 
•
→
Homeopatia
Surgiu em oposição à alopatia (século XIX)•
O semelhante cura o semelhante•
A atividade pode ser potencializada por diluição•
O sistema rapidamente chegou às raias do absurdo, pois davam fármacos em 
diluições 1x1060
•
→
Medicina holística
Surgiu na atualidade•
Baseada fora do domínio da ciência•
Trata o mal-estar proporcionado pela doença•
Focam principalmente o mal-estar subjetivo•
→
Fármacos
Substâncias químicas sintéticas, obtidas a partir de plantas, animais ou produtos 
de biotecnologia (produtos de engenharia genética, são os biofármacos)
Podem ser substâncias químicas sintéticas, substâncias químicas (obtidas 
de plantas ou animais) ou produtos de engenharia genética
-
•
De outra forma, fármaco é toda substância de estrutura química definida, 
que quando administrada ao organismo, produz um efeito 
biológico/farmacológico
Os fármacos não podem ser nutrientes ou um ingrediente essencial 
da dieta. Mas podem ser consideradas como fármacos se forem 
administradas como tal (como a insulina ou a tiroxina, se usadas 
intencionalmente) 
-
Dois critérios para ser um fármaco: estrutura química definida + 
produzir um efeito biológico (o qual é produzido através da interação 
química do fármaco, como por exemplo, o AAS com COX (Ciclo-
oxigenase), causando a produção de menos prostaglandinas e 
consequentemente reduzindo a dor e a inflamação)
O AAS é derivado do Ácido Salicílico, o qual é extraído da folha do 
salgueiro. Inicialmente era usado como antitérmico, porém, hoje em 
dia ele é usado apenas topicamente e como anti-inflamatório e 
analgésico. Não é usado oralmente pois causa muito desconforto 
gástrico. Ao invés dele, usa-se oralmente o AAS, que é o Ácido 
Salicílico + um acetil
▪
-
•
Ao interagir com sistemas biológicos, pode produzir um efeito benéfico 
(tratamento, diagnóstico ou profilaxia) ou pode ter efeito maléfico 
(toxicidade)
No caso da toxicidade, é mais estudada por outro ramo da farmacologia, a 
toxicologia
-
•
→
O mecanismo de ação dos fármacos é diante mecanismos desencadeados no 
organismo
•
Exemplos de fármacos: AAS, penicilina, paracetamol, diclofenaco, iodo, 
atropina, sildenafil, dexametasona
•
Medicamento
Produto farmacêutico tecnicamente obtido ou elaborado, contendo um ou mais 
fármacos associado(s) a outras substâncias não medicinais com a finalidade 
profilática, paliativa ou para fins de diagnóstico.
Se não tiver um fármaco no medicamento, não é um medicamento-
•
O medicamento é uma forma farmacêutica, ou seja, é o estado físico do 
medicamento
Líquido: elixir, gotas, xarope-
Sólido: comprimido, drágeas -
Semissólidos: cremes, pomadas (tópicos)-
Gasoso: inalação-
•
Formulação farmacêutica é a composição do medicamento + substâncias 
não medicamentosas
Substâncias não medicamentosas são adjuvantes farmacêuticos 
(melhoram a apresentação final do medicamento), que ajudam a disfarçar 
o odor, o sabor ou deixando ele mais estável. Certamente não produzem 
efeitos
-
•
→
Remédio
São todos os meios (artifícios) utilizados com o fim de prevenir ou de curar 
doenças.
•
Um preparado caseiro com plantas medicinais pode ser um remédio, mas 
ainda não é um medicamento.
Os medicamentos são usados como remédios-
•
Ex: medicamentos, exceto os para fins de diagnóstico; fisioterapia; ação 
psicológica desempenhada pelo médico ou psicólogo junto ao paciente
•
→
Droga x Medicamento
Antigamente eram sinônimos, hoje em dia não mais•
Droga = associada a substâncias que causam dependência, narcóticas ou que 
alteram a consciência
•
→
Veneno
Toda substância medicamentosa ou não, podendo se tornar tóxica dependendo 
das maneiras de utilização
O que define a toxicidade é a dose-
Um veneno não é formado apenas por toxinas, um medicamento pode se 
tornar um veneno dependendo da dose, da via de administração, da 
frequência de administração, das condições do paciente
-
E nem sempre as toxinas são venenos, como por exemplo, a toxina 
botulínica, a qual não causa danos por causa da sua forma de utilização
-
•
→
Efeitos
Efeito adverso
Consiste na ação provocada pelo fármaco diferente do efeito esperado. -
•
→
Maria Eduarda Silva Dias
Farmacologia
quarta-feira, 3 de março de 2021 15:04
 Página 1 de P3 
Medicina holística
Surgiu na atualidade•
Baseada fora do domínio da ciência•
Trata o mal-estar proporcionado pela doença•
Focam principalmente o mal-estar subjetivo•
→
É o primeiro parâmetro farmacocinético que mede a velocidade e a quantidade do 
fármaco que chega à corrente sanguínea na forma inalterada
Se eu administrar 10 ml de um fármaco e 5 ml chegarem à corrente sanguínea 
de forma inalterada, a biodisponibilidade é de 50%
•
Os outros5 ml podem não ter sido absorvidos ou simplesmente terem 
chegado à corrente sanguínea de forma alterada (chegaram na forma de 
metabólito) 
•
→
A única forma de administração que tem 100% de biodisponibilidade é a via 
endovenosa
→
Fatores que alteram a biodisponibilidade de um fármaco administrado por via oral
pH gástrico e enzimas digestivas
Por isso que insulina não pode ser administrada por via oral, porque por 
ser uma proteína, ela seria degradada ao chegar no estômago 
-
•
Atividade enzimática na parede e no lúmen intestinal
No intestino existem enzimas e microrganismos que podem mudar a 
estrutura química do fármaco
-
A monoaminoxidase metaboliza a noradrenalina, por isso ela também 
não pode ser administrada por via oral
-
•
Esvaziamento gástrico
Um esvaziamento gástrico lento promove menor biodisponibilidade 
(principalmente se o fármaco for susceptível ao pH gástrico e às enzimas 
digestivas) 
-
•
Motilidade intestinal
Quanto maior for o trânsito intestinal, menor será a biodisponibilidade-
•
Taxa de absorção•
Transferência do fármaco de volta ao lúmen intestinal por ação dos 
transportadores
Proteína de efluxo (faz o contrário do processo de absorção) 
A principal é a Glicoproteína P (está relacionada à resistência de 
alguns pacientes a alguns fármacos, principalmente os 
antimicrobianos e quimioterápicos) - resistência do organismo a 
múltiplos fármacos
▪
-
•
Metabolismo hepático de primeira passagem
Parte do fármaco vai para o fígado pelo sistema porta, onde são 
metabolizados 
-
•
→
Metabolismo pré-sistêmico: é o fármaco ser metabolizado antes de chegar à 
circulação
Quando o fármaco é metabolizado no estômago, intestino ou vai para o fígado 
pelo sistema porta antes de ir para o sangue 
•
→
É o estudo comparativo entre produtos apresentados sob a mesma forma 
farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa e quantitativa de princípio(s) 
ativo(s), e que tenham comparável biodisponibilidade, quando estudados sob um 
mesmo desenho experimental (alguns parâmetros)
→
Para eu dizer que um medicamento genérico é bioequivalente farmacêutico do 
medicamento de referência, eles devem ter a mesma biodisponibilidade 
Devem ter mesma formulação, forma farmacêutica, quantidade do fármaco •
Permite intercambialidade (possibilidade de substituição de um medicamento 
por outro equivalente terapêutico)
•
→
Medicamentos similares não são obrigados, pela ANVISA, a passar pelo teste de 
bioequivalência, então não se sabe se tem a mesma biodisponibilidade do 
medicamento de referência ou do genérico
→
botulínica, a qual não causa danos por causa da sua forma de utilização
Efeitos
Efeito adverso
Consiste na ação provocada pelo fármaco diferente do efeito esperado. 
Não é relacionado à principal ação do medicamento e não é explicado pelo 
seu mecanismo de ação
-
Exemplo: dor de cabeça provocada pelo uso de losartana. Eu não consigo 
explicar a cefaleia por meio da inibição da angiotensina II e o efeito anti-
hipertensivo
-
•
Efeito colateral
Esse efeito é "previsível" e é explicado pelo mecanismo de ação do 
fármaco
-
Exemplo: irritação gástrica causada pelo AAS. Quando se inibe as 
prostaglandinas, ao mesmo tempo em que se reduz a inflamação, há um 
desprotegimento da mucosa gástrica
Broncoespasmo com o uso de Propanolol: é um anti-hipertensivo que 
atua impedindo a ação da noradrenalina. Porém quando a 
noradrenalina não atua na musculatura lisa brônquica, há uma 
broncoconstrição
▪
-
É possível minimizar o efeito colateral mas não é possível evitar que 
ele ocorra. São indissociáveis.
-
•
→
Farmacologia aplicada: reúne fármacos em grupos de acordo com seu mecanismo 
de ação
→
Em um grupo de fármacos eu sempre vou ter o protótipo
Representa as características dos membros do grupo•
→
Nome químico: deriva da estrutura molecular
4-hidroxiacetanilida•
→
Nome oficial/genérico: é o que consta nos livros oficiais e farmacopeias 
Paracetamol•
É o que deve ser usado nas prescrições, não se deve usar os nomes comerciais•
→
Nome comercial: é o nome que o laboratório dá ao produto, não podendo ser usado 
por outro laboratório
Tylenol•
→
Tratamento específico
Seria o melhor sistema terapêutico (tem o diagnóstico)•
O medicamento vai atuar direto na causa específica•
Ex: anemia ferropriva + medicamento (sulfato ferroso)•
→
Tratamento de suporte ou de apoio
Não tenho o diagnóstico ou é uma doença multifatorial sem causa definida, 
como por exemplo a hipertensão
•
A hipertensão não tem cura, mas trata-se e reduz seus efeitos (não curo a 
hipertensão, mas trato da pressão elevada)
•
É a polifarmácia•
Não se trata nada, apenas cuida dos sintomas, mas não da causa•
→
Terapêutica empírica ou popular
Descobrir algo por meio de experimentação, como por exemplo, quando 
descobriram que o AAS traz menos desconforto à mucosa gástrica do que o 
ácido salicílico por causa do empirismo
•
→
Placeboterapia 
Usado em caso de hipocondria, onde o paciente sabidamente não tem nenhuma 
disfunção e acredita no falso tratamento
•
Utiliza-se uma substância inerte, ou seja, não reage nem produz nenhum efeito 
no organismo. O efeito é estritamente psicológico. O paciente acreditar no 
tratamento que foi instituído 
•
Auxilia na terapia medicamentosa•
→
Psicoterapia
Envolve o profissional da psicologia•
→
Teste terapêutico
Eu chego ao diagnóstico usando um medicamento, como por exemplo, um 
paciente com depressão respiratória e do SNC, ao usar um antagonista da 
morfina (Anoloxona), Você pode descobrir que é uma intoxicação por morfina 
porque você reverteu o caso
•
Só não é empírico porque você já suspeita•
→
 Página 2 de P3 
Farmacocinética
Farmacocinética
É o que o organismo faz com o fármaco•
Se trata da parte da farmacologia que estuda os eventos observados após 
administração do fármaco até a sua eliminação
Como por exemplo, boca - estômago - intestino - circulação sistêmica -
tecidos (o fármaco é distribuído para todos os compartimentos do corpo, 
mas só vai agir onde ele pode interagir quimicamente produzir o efeito)
-
•
O entendimento e a utilização dos princípios farmacocinéticos podem ampliar a 
probabilidade de sucesso terapêutico e reduzir a ocorrência de efeitos colaterais 
dos fármacos no organismo 
Posso dar uma dose muito alta e causar toxicidade ou dar uma dose muito 
baixa e não ter nenhum efeito
-
•
→
Farmacodinâmica 
É o que o fármaco faz com o organismo•
É o mecanismo de ação, o efeito fisiológico•
→
Fatores que afetam a concentração do fármaco no sítio de ação
Quantidade de fármaco administrado (dose)
Dose x dosagem
Dosagem é o que eu quantifico em um fluido corporal para que se 
saiba se uma dose eficiente e segura está sendo administrada, como 
por exemplo, o lítio (estabilizador de humor pouco seguro)
▪
Nem todos os medicamentos precisam de dosagem ▪
-
Grau e taxa de absorção
Grau: quanto foi absorvido e quanto não foi
Um baixo grau de absorção pode fazer com que não se tenha 
uma quantidade de fármaco suficiente para causar efeito
▫
Ex: nem todo fármaco que chega ao intestino delgado é 
absorvido, parte pode ir embora nas fezes
▫
▪
Taxa: velocidade de absorção
Taxa lenta de absorção: o efeito será mais demorado▫
▪
-
Distribuição
Muitos fármacos dependem do sangue para chegarem no local de 
ação, são raros os que não precisam, como os de administração 
tópica
▪
Anestésicos locais são comumente administrados com substâncias 
vasoconstritoras para evitar que ele caia na circulação sanguínea e 
seja capaz de fazer efeito em outros locais (como por exemplo, o 
coração)
▪
Tanto a absorção quanto a distribuição dependem do fluxo 
sanguíneo
O fluxo sanguíneo do intestino é maior do que o do estômago, 
por isso o intestino é "local de absorção", além de demais 
características anatômicas como as vilosidades
▫
▪
É a partir da concentração plasmática do fármaco que se sabe se vai 
chegar uma quantidade terapêutica nos demais tecidos
Há fatores que interferem nos processos farmacocinéticos,o 
que pode aumentar ou diminuir a concentração plasmática
▫
A concentração plasmática terapêutica pode aumentar ou 
diminuir diante o efeito que eu quero obter (efeito antitérmico x 
anti-inflamatório do ácido acetilsalicílico)
▫
▪
-
Localização dos tecidos-
Biotransformação-
Excreção-
•
→
Processos farmacocinéticos: ADME
Absorção•
Distribuição•
Metabolização •
Excreção 
Alguns fármacos são excretados diretamente, outros precisam ser 
metabolizados para então serem excretados
-
•
→
Biotransformação refere-se ao processo de alteração química do fármaco, que tem a 
finalidade de formar metabólitos mais polarizados para que possam ser excretados 
pelo organismo
→
Alguns fármacos são diretamente excretados (já são muito polarizados ou são 
hidrossolúveis), porém, outros fármacos precisam de biotransformação para serem 
excretados 
Fármacos que precisam de biotransformação: lipossolúveis•
Fármacos que não precisam de biotransformação: hidrossolúveis•
→
A biotransformação ocorre pois, caso não houvesse essa polarização, os fármacos 
lipossolúveis seriam reabsorvidos nos túbulos renais e iriam novamente para o 
sangue, e então seriam distribuídos novamente, fazendo com que o efeito desse 
fármaco durasse por mais tempo que o esperado
→
A biotransformação também pode inativar fármacos, levando ao término de sua ação. 
Pode ocorrer a inativação do fármaco ou transformá-lo em um metabólico tóxico 
ou ativo
•
→
A biotransformação também pode ativar pró-fármacos, fazendo com que eles tenham 
efeito farmacológico
Enalapril (pró-fármaco) -> enalaprilato diácido (forma ativa)
Só funciona se for biotransformado-
•
→
Como resultados das reações de biotransformação, temos
Metabólitos ativos•
Metabólitos inativos•
Metabólicos tóxicos•
→
O fármaco pode ser biotransformado em qualquer ponto desde a absorção até a sua 
excreção
Pode ser biotransformado ao chegar no estômago por ação das enzimas e do pH•
→
 Página 3 de P3 
Excreção 
Alguns fármacos são excretados diretamente, outros precisam ser 
metabolizados para então serem excretados
-
•
Se trata do caminho que o fármaco percorre desde o local em que foi administrado até 
a circulação sistêmica, pois ao chegar lá, já se trata de outro processo, a distribuição
→
Não é um processo obrigatório, pois eu posso fazer uma administração intravenosa→
As moléculas do fármaco movem-se pelo organismo de duas maneiras
Fluxo de massa (ex: pelo sangue) •
Difusão (ex: molécula a molécula)•
→
A natureza química de um fármaco não importa para sua transferência por fluxo de 
massa (o sangue carrega o fármaco sem se importar se é grande, pequeno ou se é 
polar ou apolar). A difusão, por outro lado, varia de acordo com a natureza química do 
fármaco.
→
Compartimento central: é onde o fármaco vai estar disponível para ser distribuído
Ex: circulação sistêmica•
→
Compartimento periférico: são os demais locais para onde o fármaco será 
distribuído
→
Para um fármaco ir do órgão em que foi administrado ou em que será absorvido para 
a circulação sistêmica (processo de absorção), ele precisa atravessar as células da 
parede dos órgãos e as células do vaso, que são barreiras biológicas. Essa é a 
permeação do fármaco no organismo
As barreiras biológicas são classificadas em
Aquelas compostas por várias camadas de células
Pele▪
-
Aquelas compostas por uma simples camada de células
Epitélio intestinal▪
-
•
Membrana plasmática
Bicamada fosfolipídica (parte polar mais externa e parte apolar interna)-
Proteínas integrais ou superficiais-
•
→
Transporte dos solutos (o soluto pode ser o fármaco) - isso serve para a 
absorção e para a distribuição
Difusão lipídica
Apenas fármacos lipossolúveis e de baixo peso molecular-
Velocidade de absorção depende do gradiente de concentração (obedece 
uma cinética de primeira ordem (é diretamente proporcional))
Ao tomar um fármaco em gotas, se você tomar água, o dilui o 
gradiente de concentração, então o gradiente de concentração ficou 
menor, logo, a absorção será mais demorada e consequentemente o 
efeito vai demorar mais para acontecer
▪
-
O coeficiente de partição óleo:água interfere na difusão, pois quanto maior 
esse coeficiente, maior a lipossolubilidade
-
•
Difusão aquosa
Hidrossolúveis e de baixo peso molecular-
Canais aquosos (aquaporinas)-
Não é muito usada pelos fármacos, pois os fármacos polares 
(hidrossolúveis) geralmente são maiores, impossibilitando a passagem 
deles pelas aquaporinas
-
•
Transporte mediado por proteína transportadora
Fármacos que possuem estruturas possíveis de serem reconhecidas por 
proteínas transportadoras
-
As proteínas transportadoras não foram feitas para os fármacos, elas são 
feitas para substâncias fisiologicamente importantes que não conseguem 
atravessar a membrana por difusão, então, para o fármaco usar esse 
transporte, ele precisa ter uma estrutura parecida com a dessas 
substâncias
Ex: aminoácidos, glicose▪
-
Importante no: túbulo renal, trato biliar, barreira hematoencefálica e no TGI-
Pode ser contra ou a favor do gradiente de concentração (gasta energia ou 
não)
Transporte passivo ou ativo▪
-
Há uma quantidade limitada de proteínas transportadoras, então não 
adianta eu aumentar infinitamente o soluto, pois uma hora essas proteínas 
se saturam, independentemente do gradiente de concentração (obedece 
uma cinética de primeira ordem que vira uma cinética de ordem zero)
-
A levodopa e a metildopa são fármacos que se parecem com aminoácidos, 
então são transportadas pelas proteínas que transportam os aminoácidos
Competição (ganhando quem tiver mais afinidade com a proteína (em 
casos de mesma afinidade, ganha quem está presente em maior 
quantidade))
▪
-
•
Endocitose 
Pinocitose (partículas líquidas)-
Fagocitose (partículas sólidas)-
Ocorre mais para macromoléculas (Ex: insulina)-
Se trata da invaginação de parte da membrana plasmática para 
englobamento das partículas que precisam ser transportadas
Forma-se uma vesícula/vacúolo, a qual será degradada e então, as 
partículas serão liberadas (ou na célula ou no meio extracelular)
▪
-
Esse processo gasta energia-
•
→
Fatores que modificam o transporte através da membrana
Ácido fraco e base fraca
Ácido fraco - substância eletricamente neutra que pode gerar um próton H+
e um eletrólito A-
HA <---> H+ + A-▪
-
Em um ácido fraco, eu sempre terei as duas formas coexistentes (HA e H+ 
e A-), ou seja, vão coexistir as formas de eletrólito (cátion e ânion) e a 
forma eletricamente neutra
-
Porém, uma vai predominar em relação à outra
A forma neutra (forma protonada) é a mais lipossolúvel (pois não 
tem carga)
▪
A forma com cargas (forma desprotonada) é a mais hidrossolúvel ▪
-
•
→
O fármaco pode ser biotransformado em qualquer ponto desde a absorção até a sua 
excreção
Pode ser biotransformado ao chegar no estômago por ação das enzimas e do pH•
Pode ser biotransformado no intestino, com ação das enzimas•
Pode ser biotransformado no plasma, com ação das enzimas plasmáticas, as 
quais catalisam reações de hidrólise
•
→
Porém, o fígado é o principal órgão de metabolismo (apesar de existirem outros 
tecidos com potencial de catalisar reações de biotransformação)
TGI, pele, rins, pulmões, plasma...•
Dessa forma, a biotransformação pode ser feita não apenas por enzimas, ela 
pode ser até espontânea, porém, é uma situação muito rara de se acontecer
•
→
Os locais subcelulares de biotransformação dos fármacos são principalmente o 
retículo endoplasmático liso
Mas existem outras organelas, como o núcleo, a mitocôndria e o citoplasma... 
Pode ocorrer em todas as organelas, mas principalmente no REL, porque existe 
um sistema enzimático
•
→
Existem várias reações ocorrendo, porém elas foram divididas em 2 grupos
Reações de fase I / reações de funcionalização 
Oxidação, redução e hidrólise-
•
Reações de fase II
Ocorre quando o metabólito formado na fase I ainda não é solúvel o 
suficiente
-
Conjugação ou sintética-
•
→
Reações de fase I
São oxidações, reduçõesou hidrólises•
Ocorre pela introdução ou exposição de um grupo funcional (-OH, -COOH, -
SH, -O- ou -NH2) no composto inicial (no fármaco original)
•
Nessa fase, há uma pouca alteração de solubilidade•
Pode afetar as propriedades dos fármacos•
Geralmente resulta na perda da atividade farmacológica, mas em algums casos 
a atividade farmacológica pode ser mantida ou alterada, se tornando tóxica
•
O metabólito de fase I é reconhecido pela presença de -OH, -COOH, -SH, -O-
ou NH2
Por terem oxigênio, nitrogênio ou enxofre, são metabólitos reativos, então 
precisam ser conjugados
-
•
→
A fase I não é obrigatória pois alguns fármacos já possuem esses grupos 
funcionais
•
Oxidação (fase I)
São as reações que mais ocorrem, sendo que ela é principalmente catabolisada 
pelo sistema das monoxigenases, porém existem outros sistemas e outros 
tipos de reação de fase I
•
É catalisada por enzimas do sistema das monoxigenases (sistema 
microssômico hepático de oxidases de função mista)
•
Ocorre na maioria dos REL dos hepatócitos •
O sistema das monoxigenases é composto por 2 enzimas
Citocromo P450 (apresenta ferro na sua estrutura)
É uma heme proteína▪
-
NADPH-citocromo P-450 redutase -
•
→
Só catalisam na presença do NADPH (pois o NADPH doa elétrons para o 
NADPH-citocromo P-450 redutase, o qual doa para o citocromo P450), e O2
•
Inicialmente, forma-se um complexo binário entre o citocromo P450 e o fármaco 
substrato. Esse complexo recebe um elétron do NADPH-citocromo P-450 
•
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e A-), ou seja, vão coexistir as formas de eletrólito (cátion e ânion) e a 
forma eletricamente neutra
Porém, uma vai predominar em relação à outra
A forma neutra (forma protonada) é a mais lipossolúvel (pois não 
tem carga)
▪
A forma com cargas (forma desprotonada) é a mais hidrossolúvel 
(pois cargas atraem moléculas de água)
▪
-
Conhecendo o pH e o PKA do ácido, é possível saber qual das formas 
vai existir mais
Ácido fraco em pH ácido: a reação desloca para formar o HA, pois 
como o meio está ácido, tem muito H+. Nesse caso, a tendência é 
formar a forma protonada, a qual, por ser lipossolúvel, entra na célula 
por difusão lipídica
▪
Ácido fraco em pH básico: a reação desloca para formar a forma 
desprotonada, a qual será pouco absorvida (por difusão lipídica) em 
uma membrana que não tenha um mecanismo específico de 
transporte
▪
-
Com isso, temos o mecanismo de partição de pH
Se eu administrar um medicamento ácido em um compartimento 
ácido, ele vai ser bem absorvido (por difusão lipídica)
▪
Aplicações clínicas do mecanismo de partição de pH: prever a 
extensão do grau de excreção e absorção de um fármaco; tratar 
casos selecionados de intoxicações
▪
-
Importância do pH e do pKa
Os fármacos em solução podem se comportar como ácidos ou bases 
fracas. Segundo Bronsted, ácidos são doadores de prótons e as 
bases receptoras, então:
▪
-
Para qualquer eletrólito fraco, a fração ionizada é hidrossolúvel e a 
não ionizada é lipossolúvel. A primeira é responsável pela difusão em 
plasma, líquido intersticial, citoplasma; e a segunda pela difusão em 
gorduras e membranas
▪
Ex: Aspirina (ácido fraco) -> ionização maior em pH alcalino, ou seja, 
é pior absorvida em meio alcalino. Antidepressivos tricíclicos (base 
fraca) -> ionização maior em pH ácido, ou seja, é pior absorvida em 
pH ácido
▪
PKA: é o pH em que eu vou ter 50% da forma protonada e 50% da 
forma desprotonada. 
▪
O que define se vai ter mais a forma protonada ou a desprotonada é o 
pH do meio e o PKA, porém, ácidos fracos possuem o PKA parecido, 
então o que mais interfere é o pH do meio
▪
O PKB também pouco influencia▪
Intoxicação por ácido acetil-salicílico (excreção de grau 0, ou seja, depois 
que saturar, a eliminação ocorre em velocidade constante)
A principal via de eliminação dos fármacos é a renal ou pelas fezes 
(via hepato-biliar). Porém, só se consegue aplicar o mecanismo de 
partição do pH para acelerar a excreção renal, a hepato-biliar não 
tem como 
▪
Quando o ácido chega nos túbulos proximais, coexistem as 2 formas 
do ácido, a protonada e a desprotonada, porém, dependendo do pH 
urinário, uma vai estar mais presente do que a outra
▪
Para eliminar o ácido mais facilmente, deve-se alcalinizar a urina, pois 
assim, a forma desprotonada vai ser a mais presente
▪
A forma desprotonada não consegue ser reabsorvida pelo epitélio 
tubular, dessa forma, há a eliminação desse fármaco
▪
Se não se alcalinizar a urina, a forma protonada prevalecerá, e então, 
vai ser reabsorvida nos túbulos distais, chegando ao sangue, aonde 
será distribuída por todo o corpo e continuará causando toxicidade
▪
-
Base fraca
É uma substância eletricamente neutra que pode se associar de 
forma reversível com um próton, formando um cátion
▪
As bases são aceptoras de prótons▪
BH+ <--> B + H+▪
pH ácido: predomina a forma protonada (BH+), que é hidrossolúvel▪
pH básico: predomina a forma desprotonada (B), que é lipossolúvel▪
Logo, a base fraca é melhor absorvida em meios básicos▪
-
As formas ionizadas (apresentam carga) são importantes para que os 
compartimentos aquosos possam ser permeados, já as formas não 
ionizadas (eletricamente neutras), atravessam prontamente as 
membranas (por difusão lipídica) e dessa forma são facilmente 
absorvidas
-
Equação de Henderson-Hasselbalch
Nos permite calcular as proporções (quantas partes do ácido/base 
fraco(a) são da forma protonada e quantas são da forma 
desprotonada)
▪
-
Aqui no caso é PKB▫
Inicialmente, forma-se um complexo binário entre o citocromo P450 e o fármaco 
substrato. Esse complexo recebe um elétron do NADPH-citocromo P-450 
redutase, o qual vai reduzir o ferro do citocromo P450
•
Quando o ferro está reduzido, ele passa a aceitar O2, que é o que acontece•
Depois disso, um segundo elétron é transferido pelo NADPH-citocromo P-450 
redutase, o qual irá ativar o oxigênio molecular (O2)
O segundo elétron pode ser transferido pelo citocromo b5 ou pela NADPH-
citocromo P-450 redutase
-
•
Insere-se um próton, o que faz com que se forme um complexo peróxido, o qual 
é hidrolisado diante o recebimento de um segundo próton
•
Após a hidrólise (há liberação de água), forma-se o complexo oxenoferro•
Um dos oxigênios no complexo oxenoferro é transferido para o fármaco, 
formando uma hidroxila
•
O fármaco é então, liberado e o citocromo P450 se liga a outra molécula do 
fármaco 
•
Efeito final: aparecimento de água e um oxigênio no fármaco (metabólito de 
fase I)
•
Citocromo P450 (CYP)
Existem várias isoformas do citocromo P450 em uma única célula
Isoformas: pequenas diferenças entre as moléculas (seja em relação 
à sequência de aminoácidos, à variação do peso molecular, à 
especificidade da enzima pelo substrato...)
▪
-
Algumas isoformas P450 extra-hepáticas participam da síntese de 
esteroides (supra-renal), prostaciclinas (PGI2), tromboxanos e EDHF
-
Atualmente existem 74 famílias de CYP, destas as isoformas CYP1A2, 
CYP2A6, CYP2C9, CYP2D6, CYP2E1 e CYP3A4 são as mais importantes 
na biotransformação de fármacos no fígado humano
As famílias mais importantes pro fígado humano são as famílias 1,2 e 
3, as quais são divididas em subfamílias
▪
5 = gene responsável pela síntese dessa isoforma▪
-
•
O citocromo P450 é abreviado como CYP3A5-
A CYP3A4 é importante porque ela é responsável pelo metabolismo 
oxidativo de praticamente 50% dos fármacos usados em clínica
-
CYP2D6: metabolismo oxidativo de fármacos antidepressivos-
CYP2E1: metabolismo do etanol-
As CYPs são importantes para catalisar reações oxidativas de fármacos 
(metabolismo oxidativo de fármacos), para fazer o metabolismo oxidativo 
de substâncias endógenas lipossolúveis e também são importantes na 
síntese de substâncias endógenas 
-
Nem todas as reações de oxidação de fármacos são catalisadas pelo 
citocromo P450
Álcool desidrogenase plasmática (oxida o etanol)
O etanol é substrato da álcool desidrogenase e da CYP2E1▪
-
Monoamino Oxidase (MAO) (oxida aminas ativas (noradrenalina,tiramina, 
5-HT))
-
Xantina oxidase (oxida a 6-mercaptopurina)-
•
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Um ácido fraco será melhor absorvido no estômago (pH ácido), por estar 
menos dissociado e teria dificuldade de ser absorvido no intestino (pH 
básico), devido ao alto grau de ionização, certo ou errado?
Em relação a todos os demais compartimentos, isso é verdade, 
mas em relação ao TGI, é errado
▪
No TGI, a absorção é maior no intestino por causa de fatores 
anatomo-fisiológicos que se sobrepõem à influência do pH sobre 
a ionização de um ácido fraco. O intestino possui maior fluxo 
sanguíneo (mais perfundido) e tem uma mucosa específica para 
absorção. O estômago possui uma camada de muco sobre as 
células do epitélio gástrico, o que dificulta a absorção
▪
Você pode se questionar se a absorção só não ocorre no 
intestino. Mas isso é verdade apenas para os fármacos 
administrados por via oral. Ainda existem fármacos 
administrados por vias intramusculares, subcutâneas, 
intradérmicas... A única via que pula essa etapa de absorção é a 
intravenosa. Mas as demais vias precisam da etapa de absorção, 
e todas seguem a regra mostrada, exceto o TGI
▪
-
Fatores que influenciam o processo de absorção
Fatores ligados ao organismo
Vascularização do local
Quanto maior o fluxo sanguíneo, maior a absorção▪
-
Superfície de absorção
Quanto maior a superfície de absorção, maior a absorção▪
-
Tempo de contato com a superfície absortiva
Quanto maior o tempo de contato, maior a absorção▪
-
Esvaziamento gástrico (apenas via oral)
Quando o esvaziamento gástrico é lento, o fármaco demora mais 
tempo para chegar ao intestino, que é onde ocorre a maior parte da 
absorção, então, quanto mais lento o esvaziamento gástrico, mais 
lenta é a absorção
▪
-
Trânsito intestinal (apenas via oral) 
Quanto mais rápido for o trânsito intestinal, menor será o tempo de 
contato com a superfície absortiva, logo, menor será a absorção
▪
-
pH-
•
→
Fatores ligados ao medicamento
Lipossolubilidade
Se o fármaco for lipossolúvel, ele será melhor absorvido▪
-
Peso molecular
Se o fármaco tiver baixo peso molecular, ele será melhor absorvido▪
-
Grau de ionização/pH
Ser ácido ou base fraca ▪
Questão do TGI ser diferente▪
-
Concentração
Quando for difusão lipídica, quanto maior for o gradiente de 
concentração, maior a taxa de absorção 
▪
Se for por transporte mediado por proteína transportadora, há a 
saturação em um momento
▪
-
Velocidade de desintegração -
Tempo de dissolução do princípio ativo-
Condições de armazenamento e estabilidade-
Forma farmacêutica
Líquidos produzem efeito mais rápido do que sólidos, porque o 
comprimido, inicialmente, precisa ser desintegrado para formar 
partículas menores. Após a desintegração, ainda é preciso ter a 
dissolução (dissolver), para posteriormente acontecer a absorção do 
fármaco 
▪
-
•
Inicialmente, recebem o fármaco os locais onde chega-se maior quantidade de sangue 
(são mais perfundidos) 
→
Geralmente os metabólitos de fase I são mais tóxicos e reativos do que o 
fármaco original (por causa dos átomos reativos, os quais tem natureza 
eletrofílica e por isso reagem com moléculas nucleofílicas, como as proteínas), 
mas como mencionado, eles podem manter sua função ou se tornarem inativos, 
também
•
Reações de fase II (reações de conjugação ou sintética)
Conjugações•
Geralmente é conjugado o glicuronídio (é o principal) ou outro substituto (sulfato, 
acetato...) com os átomos reativos (S, O ou N), formando conjugados geralmente 
inativos
•
A reação de fase II só ocorre diante a presença do grupo funcional na molécula 
(os quais já podem estar presentes no fármaco ou serem adquiridos/expostos a 
partir da fase I)
•
Tipos
Conjugação com glicuronídio é a reação de fase II mais importante 
quantitativamente
-
Formação de sulfatos-
Acetilação-
Conjugação com glicina e glutamina (aminoácidos)-
Conjugação com glutationa-
•
Esses substituintes vêm principalmente da dieta e são transferidos para os 
átomos reativos por meio de enzimas chamadas transferases (que são 
específicas, como por exemplo, a glicuronosil-transferase)
•
→
Esse acima é um exemplo em que o fármaco já possui o grupo funcional, então 
se inicia pela fase II (reação de acetilação catalisada pela acetil transferase). 
Porém, após a fase I, o metabólito se tornou muito tóxico (a hidrazina é tóxica, 
ela pode causar hepatotoxicidade), então, houve novamente uma reação de fase 
II (acetilação), formando a acetil-hidrazina. Logo, as reações de 
biotransformação não são sequenciais 
•
Passa por uma reação de fase II se não for o polar o suficiente (mas metabólitos 
de fase I podem ser excretados) 
•
 Página 6 de P3 
Inicialmente, recebem o fármaco os locais onde chega-se maior quantidade de sangue 
(são mais perfundidos) 
SNC, fígado, rins, intestino
No fígado o fármaco é metabolizado e vira metabólito para ser excretado, 
então eu perco parte do fármaco
-
Nos rins, o fármaco é excretado-
•
Os menos irrigados são o tecido ósseo, músculo esquelético e o tecido adiposo•
Quando eu administro um fármaco, é preciso que se preveja essas perdas por 
excreção para que se garanta que no órgão-alvo chegue uma dose suficiente 
para causar o efeito
•
→
Definição
Saída do fármaco da circulação sistêmica (compartimento vascular) para os 
demais compartimentos corporais 
•
Central -> periféricos (SNC está incluso nos periféricos)•
→
Fase de distribuição rápida
O fármaco vai principalmente para tecidos mais perfundidos (os órgãos recebem 
o fármaco rapidamente)
•
Fígado, rins, pulmões, cérebro•
Evidencia-se uma queda rápida na concentração plasmática do fármaco•
→
Fase de distribuição lenta
O fármaco vai para os tecidos menos perfundidos (os órgãos recebem o fármaco 
mais lentamente)
•
Músculo esquelético, pele, gordura•
Evidencia-se uma queda mais lenta na concentração plasmática•
→
Estado de equilíbrio dinâmico
Ocorre quando se tem uma administração crônica dos fármacos•
É quando há um equilíbrio entre a concentração do fármaco no sangue 
(concentração plasmática) e a concentração do fármaco nos compartimentos 
periféricos
•
Esse estado demanda tempo para ser alcançado•
Não ocorre quando há administração aguda•
→
Dessa forma, o fármaco chega no sangue porque foi absorvido ou porque foi 
administrado por via endovenosa
→
No compartimento vascular, o fármaco vai existir em duas formas
Fármaco associado a proteínas plasmáticas
A principal proteína é a albumina
A albumina é uma macromolécula, então, quando o fármaco está 
associado a ela, ele não consegue sair do compartimento vascular. 
Apenas o fármaco livre consegue ser distribuído
▪
-
•
Fármaco livre •
→
Fatores que influenciam o processo farmacocinético de distribuição
Propriedades físico-químicas do fármaco•
→
Quando se administra paracetamol (AC = Acetaminofeno), 95% da dose é 
prontamente conjugada com o glicuronídio ou com o sulfato. Apenas 5% é 
submetido a uma reação oxidativa catalisada pelo citocromo P450
•
Logo, é formado um composto eletrofílico reativo 
Se for conjugado com a glutationa, ele será excretado sem causar 
toxicidade
-
Se eu administro doses do paracetamol acima das doses terapêuticas 
recomendadas, vai ter menos paracetamol passando prontamente por uma 
fase II, como por exemplo 75%. Isso ocorre porque a quantidade de 
glicuronidio e sulfato é limitada, e uma hora ela acaba, até porque eles não 
são utilizados apenas para conjugar fármacos (também conjugam 
substâncias endógenas)
Nesse caso, uma maior quantidade vai passar pela fase I, o que pode 
fazer com que a glutationa se esgote também
▪
Então, o composto reativo reage com as proteínas hepáticas, 
causando hepatotoxicidade e morte celular
▪
-
•
Indução enzimática
É quando um fármaco induz a síntese de uma enzima, como por exemplo
CYP2B1: fenobarbital (é indutor e substrato) 
"Tolerância ao fenobarbital", ele induz o seu próprio metabolismo▪
Mesmo aumentando a dose eu não consigo ter uma quantidade 
terapêutica, eu não consigoter o efeito
▪
-
•
→
CYP2E1: etanol-
CYP1A2: hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, benzo-a-pireno, 
omeprazol
-
CYP34: glicocorticoides, anticonvulsivantes e alguns esteroides-
CYP3A4: dexametasona, rifampicina, carbamazepina (é indutor e 
substrato), erva de São João
-
Quanto mais dexametasona, mais CYP3A4 será produzida, logo, haverá mais 
excreção do fármaco que é substrato da CYP3A4, o que diminui a concentração 
plasmática do fármaco
Nesse caso, a excreção não necessariamente precisa da conjugação (a 
qual ocorre por compostos que possuem quantidade limitada)
-
•
Pessoas que fumam estão muito expostas aos hidrocarbonetos aromáticos 
policíclicos (presentes na fumaça), então essas pessoas serão menos 
responsivas a medicamentos que são substratos da CYP1A2 
•
Consequências clínicas da indução enzimática
Aumenta a velocidade de biotransformação hepática dos fármacos-
Aumenta a velocidade de produção de metabólitos (podendo gerar 
toxicidade)
-
Aumenta a velocidade de excreção de metabólitos -
Diminui a concentração plasmática do fármaco, podendo até chegar em 
uma concentração subterapêutica
-
Diminui o efeito farmacológico-
•
Deve-se evitar o tratamento de um paciente com um fármaco que é indutor de 
uma enzima juntamente com o fármaco que é substrato dessa enzima
•
Inibição enzimática
É o oposto da indução, ou seja, um fármaco inibe a produção da enzima
CYP3A4: cimetidina, cetoconazol, itraconazol, indinavir, ritonavir, suco de 
toranja
-
CYP2B1: cloranfenicol-
•
Consequências da inibição enzimática
Diminui a velocidade de biotransformação hepática dos fármacos-
Diminui a velocidade de produção de metabólitos-
Aumenta a concentração plasmática do fármaco-
Aumenta o efeito farmacológico, gerando possível toxicidade -
•
→
Dessa forma, é importante saber que a CYP envolvida no metabolismo de 
determinado fármaco pode ter a sua atividade modificada. O metabolismo 
alterado do fármaco compromete o sucesso do tratamento farmacológico
→
Fatores que modificam a biotransformação dos fármacos
Fatores não genéticos
Idade
A idade influencia nas reações de biotransformação porque elas 
estão relacionadas com a função hepática
▪
Fetos e RNs: possuem produção enzimática diminuída (imaturidade 
anabólica)
▪
Idosos: possuem produção enzimática diminuída (falência do 
metabolismo)
▪
Em ambos os extremos, há uma redução da produção de 
enzimas. Nos idosos também há uma diminuição do fluxo 
sanguíneo hepático
▪
A partir dos 25 anos o fluxo sanguíneo hepático diminui a cada ano 
0.5-1.5%
▪
Nesses extremos, a dose não pode ser a mesma de um adulto, por ▪
-
•
→
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Apenas o fármaco livre consegue ser distribuído
Fármaco livre •
Fatores que influenciam o processo farmacocinético de distribuição
Propriedades físico-químicas do fármaco
Baixo peso molecular-
Lipossolubilidade -
As mesmas propriedades que favorecem a absorção favorecem a 
distribuição
-
•
Débito cardíaco
O débito cardíaco determina o fluxo sanguíneo; se o débito cardíaco for 
baixo, o fluxo sanguíneo fica reduzido (essa redução no fluxo sanguíneo 
ocorre tanto para os órgãos mais perfundidos quanto para os menos 
perfundidos)
-
•
Fluxo sanguíneo regional (determinado pelo débito cardíaco) •
Volume tecidual•
Volume de distribuição
Influenciado pelo volume que um tecido representa no nosso organismo
Como por exemplo, o tecido ósseo e o adiposo representam grandes 
volumes teciduais
▪
-
•
Permeabilidade capilar
Os capilares do nosso corpo possuem estruturas diferentes-
No endotélio capilar de capilares não cerebrais, entre as células 
endoteliais, há um espaço pelo qual o fármaco pode atravessar e então ir 
para os tecidos
Ou seja, nesses capilares, pode haver a migração paracelular ou 
transcelular
▪
-
•
→
Porém, no capilar cerebral, as células endoteliais estão justapostas por 
zonas de oclusão, então o fármaco só consegue ir para o tecido por meio 
de difusão lipídica ou difusão mediada por transportador 
Passagem apenas por vias transcelular (no caso, apenas fármacos 
lipossolúveis ou que possam ser transportados por proteínas 
transportadoras)
▪
Barreira hematoencefálica▪
Barreira placentária (protegendo o feto dos fármacos que a mãe 
usa)
▪
-
Essas barreiras não são impermeáveis, mas ajudam a conter os fármacos-
Ligação do fármaco às proteínas plasmáticas
O fármaco só se distribui de forma livre, que é quando ele se dissocia-
•
Ligação do fármaco às proteínas teciduais
Depende da afinidade do fármaco pelos componentes teciduais (os quais 
podem ser de natureza proteica ou lipídica) 
-
•
Fármacos ligados a proteínas
A albumina é capaz de se associar a 2 moléculas do fármaco (a albumina é a 
proteína mais importante, mas não é a única)
•
Taxa ou grau de ligação à proteína plasmática
No caso do AAS, por exemplo, é de 95%, o que significa que 95% da dose 
que atingiu a circulação sistêmica está associada a proteínas plasmáticas e 
5% está livre (forma ativa)
O 5% é a concentração plasmática terapêutica▪
-
•
O fármaco livre começa a ir para outros compartimentos (distribuição), então, a 
concentração plasmática do fármaco livre começa a diminuir
•
Notando isso, a parte do fármaco que estava associada a proteínas começa a se 
dissociar, se tornando formas livres e ativas
A ligação entre a proteína e o fármaco é reversível e inespecífica 
A albumina se liga a fármacos do tipo ácido fraco, mas também se 
liga a bases fracas (porém, com menor afinidade), mostrando assim, 
que é uma ligação inespecífica
▪
Os fármacos do tipo bases fracas geralmente são transportados pela 
alfa1-glicoproteína-ácida ou pela beta-globulina
▪
-
A ligação dos fármacos nas proteínas é como se fosse uma reserva, a qual 
é utilizada quando a concentração plasmática livre começa a diminuir
-
•
→
Em ambos os extremos, há uma redução da produção de 
enzimas. Nos idosos também há uma diminuição do fluxo 
sanguíneo hepático
▪
A partir dos 25 anos o fluxo sanguíneo hepático diminui a cada ano 
0.5-1.5%
▪
Nesses extremos, a dose não pode ser a mesma de um adulto, por 
exemplo. Deve ocorrer um ajuste
▪
Estado nutricional
A desnutrição leva à deficiência de enzimas, resultando na diminuição 
da biotransformação
▪
Diminui a disponibilidade de substituintes para as reações de Fase II 
(glicuronídio... Glutationa...)
▪
Desnutrição = menos albumina sendo produzida▪
-
Condição clínica
Doenças hepáticas: hepatite, cirrose hepática e estenose hepática. 
Há diminuição da biotransformação, porque diminui a síntese 
enzimática
▪
Doenças cardiovasculares: há diminuição do fluxo sanguíneo 
hepático, com consequente diminuição da concentração de fármacos 
no fígado para ser biotransformado. Menos fluxo sanguíneo = menos 
fármaco que chega ao fígado para ser metabolizado
▪
-
Gênero 
Não interfere muito para os humanos▪
-
Indutores e inibidores enzimáticos-
Fatores genéticos
Polimorfismos genéticos: defeito genético em alguma enzima 
importante para reações de biotransformação
Succinilcolina (pseudocolinesterase). 
É o curare, porém ele não possuem biodisponibilidade por via 
oral, apenas endovenosa, por isso todo relaxante muscular 
precisa ser administrado por via endovenosa. 
▫
Não possui biodisponibilidade porque são inativados no 
estômago ou possui o nitrogênio quaternário (são 
hidrossolúveis). 
▫
Os polimorfismos estão relacionados à pseucolinesterase, que é 
a enzima que hidrolisa a succinilcolina no plasma. Pacientes 
com esse polimorfismo passam mais tempo sob o efeito do 
medicamento, levando mais tempo para voltar ao tônus 
muscular normal. 
▫
O defeito não está na quantidade da enzima, e sim ao fato de 
que esses pacientes não conseguem catabolisar a reação na 
mesma velocidade
▫
▪
Isoniazida (acetilada) - acetiladores lentos 
Pessoas que são metabolizadores lentos da isoniazida e que 
apresentam hepatotoxicidade possuem o fenótipo de 
acetiladores lentos, o qual está relacionado a um polimorfismo 
na acetil transferase
▫
Acetiladores lentos possuemmenos dessa enzima▫
▪
CYP2D6: comprometimento das oxidações 
Pode se ter uma expressão deficiente da CYP2D6 (menos 
enzimas)), então metabolizam os antidepressivos de forma mais 
lenta 
▫
Pode se ter metabolismo ultra-rápido (devido à duplicação 
gênica). Logo, metabolizam rápido o fármaco (porque sintetizam 
muita CYP2D6), então precisam de uma dose mais elevada
▫
▪
CYP2C19: hidroxilação aromática estereoseletiva 
Nesse caso, só hidroxila o estereoisômero S (S-Mefenitoína))▫
Muitos medicamentos são vendidos na forma de mistura 
racêmica (tem vários estereoisômeros/enantiômeros). 
▫
A metilfenitoína é vendida dessa forma, então tem o 
estereoisômero S e o D. 
▫
O estereoisômero D é desmetilado e forma o nirvanol, o qual 
pode promover ataxia e sedação. 
▫
No caso do polimorfismo na CYP2C19, ambos os 
estereoisômeros serão desmetilados, formando muito nirvanol
▫
▪
CYP2C9
Existem duas variantes desta enzima. ▫
Uma variante que não interage com a redutase (não catalisa a 
reação de oxidação, pois não se recebe os elétrons 
transportados pela redutase no ciclo das monoxigenases) e a 
outra variante que tem pouca afinidade pelo substrato. 
▫
Porém, em ambos os casos, há o fenótipo de metabolizador 
lento
▫
▪
Ter um defeito em uma enzima não excluir ter em outras▪
-
•
A depender das características do fármaco, ele pode ser liberado pela excreção ou 
sofre biotransformação inicialmente
Depende das características da solubilidade e da capacidade do organismo de 
biotransformação
•
→
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Os fármacos do tipo bases fracas geralmente são transportados pela 
alfa1-glicoproteína-ácida ou pela beta-globulina
▪
A ligação dos fármacos nas proteínas é como se fosse uma reserva, a qual 
é utilizada quando a concentração plasmática livre começa a diminuir
-
Todo o fármaco que chega na circulação sanguínea pode se ligar à proteína 
plasmática, não somente a parte que chegou inalterada (a parte biodisponível)
•
O que determina a ligação de um fármaco à proteína plasmática
Concentração do fármaco-
Quantidade de proteínas plasmáticas-
Afinidade do fármaco à proteína plasmática-
•
Pode ocorrer competição entre fármacos pelos sítios de ligação na proteína 
plasmática
O fármaco com maior afinidade é quem ganha a competição e se associa à 
proteína, fazendo com que o outro fármaco se ligue menos, o que aumenta 
a concentração plasmática livre deste
Caso os fármacos tenham a mesma afinidade, ganha o que estiver 
em maior quantidade
▪
-
A taxa de ligação do fármaco com menor afinidade abaixa (fármaco 
deslocado)
Por exemplo, digamos que o fármaco originalmente tem uma taxa de 
ligação à proteína de 95%. Quando ocorre essa competição, como no 
exemplo ele é o fármaco de menor afinidade, essa taxa cai para, por 
exemplo, 85%
▪
Essa mudança na taxa pode fazer com que a concentração 
plasmática passe de terapêutica para tóxica (vai de 5% para 15%)
▪
Se for o caso de um diabético que tomou um remédio + um 
hipoglicemiante, um quadro de hipoglicemia severa pode ocorrer
▪
Essa questão da competição é extremamente importante para 
fármacos com índice terapêutico estreito (ou seja, a dose 
terapêutica é bem próxima da tóxica). Nesses medicamentos, a 
competição entre fármacos pode vir a fazer muito mal (ex: 
varfarina, barbitúricos) 
▪
Para compensar o aumento na concentração plasmática livre, muito 
desse fármaco é filtrado pelos rins
▪
-
A taxa de ligação do fármaco com maior afinidade é mantida (fármaco 
deslocador)
-
•
Os fármacos que se associam mais a proteínas podem ter uma duração de 
ação maior, mas os principais determinantes do tempo de duração de um 
fármaco são os processos envolvidos na sua eliminação
Como por exemplo, fármacos hidrossolúveis são prontamente excretados 
na urina; mas os fármacos lipossolúveis precisam ser biotransformados 
antes de serem excretados
-
Mas no caso de fármacos que são excretados de forma inalterada, durará 
mais o que se liga mais à proteínas
-
•
Casos em que há alto nível de proteínas plasmáticas
Fração do fármaco livre diminui com distúrbios que causam resposta de 
fase aguda (na fase aguda, atrai-se proteínas de fase aguda (a albumina é 
uma delas))
Ex: artrite reumatoide, infarto do miocárdio e doença de Crohn▪
Nesses casos, há um aumento da quantidade de alfa1-glicoproteína 
ácida (marcador), então, é preciso aumentar a dose do medicamento
▪
-
•
Casos em que há baixo nível de proteínas plasmáticas
Fração do fármaco livre aumenta com:
Hipoalbuminemia (doença hepática grave, síndrome nefrótica, 
desnutrição grave e uremia) - nesses casos, é preciso que se diminua 
a dose do medicamento, pois pode haver uma toxicidade
▪
Velhice (menos capacidade de ligação, menos albumina no sangue)▪
Gestação (hemodiluição)▪
-
•
Volume de distribuição (distribuição do fármaco nos compartimentos aquosos 
corporais)
A água total no organismo varia de 50% a 70% do peso corporal•
Volume extracelular: linfa + volume intersticial + plasma•
Volume intracelular (maior do que o extracelular): é o líquido dentro das células 
Não são os únicos compartimentos, existe também o transcelular (+- 2% da 
água do corpo): líquido cefalorraquidiano, intraocular, peritoneal, pleural, 
-
•
→
A depender das características do fármaco, ele pode ser liberado pela excreção ou 
sofre biotransformação inicialmente
Depende das características da solubilidade e da capacidade do organismo de 
biotransformação
•
→
Excreção renal
Principal via para a remoção da maioria dos fármacos, especialmente os solúveis 
em água
•
Três processos são responsáveis pela excreção renal
Filtração glomerular-
Secreção tubular ativa-
Reabsorção tubular passiva-
Os rins são bem perfundidos, chegam a receber quase 650ml por segundo. 
A arteríola aferente forma os capilares glomerulares, porém apenas 20% 
desse fluxo sofre filtração glomerular, o resto sai pela arteríola eferente, a 
qual forma os capilares peritubulares
-
Os fármacos que conseguem ser filtrados possuem baixo peso molecular e 
não estão associados a proteínas plasmáticas, porém a maioria dos 
fármaco acaba indo para o capilar peritubular, porque não conseguem ser 
filtrados
-
Dessa forma, tem-se a secreção tubular ativa. Durante esse processo, há a 
secreção do fármaco do interior do capilar peritubular para o túbulo 
contorcido proximal por meio de proteínas transportadoras (carreadores)
Primeiro serão secretados os fármacos livres, quando a concentração 
deles dentro do capilar diminuir, os fármacos ligados à proteína se 
soltam e ficam livres, podendo ser secretados também
▪
Há um sistema que secreta ácidos fracos e um que secreta bases 
fracas, sendo assim, dois sistemas distintos
▪
Durante a secreção tubular ativa, a quantidade de fármaco no capilar 
chega a 0 
▪
A associação dos fármacos a proteínas não limita totalmente a 
secreção tubular ativa, pois a quantidade de fármaco livre pode 
chegar a 0, fazendo com que os fármacos ligados à proteína se 
soltem. Porém, a associação de fármacos a proteínas atrapalha a 
filtração glomerular, porque esse processo não altera a concentração 
plasmática do fármaco já que se filtra água e fármacos (ou seja, na 
filtração glomerular, o fármaco não se solta das proteínas, porque a 
concentração plasmática do fármaco não é alterada durante esse 
processo)
▪
-
•
Os fármacos excretados serão os polares (hidrossolúveis e ionizados), 
então, fármacos lipossolúveis e não ionizados são reabsorvidos nos túbulos 
contorcidos distais
-
Pacientes idosos ou com insuficiência renal: as substâncias não serão 
excretadas facilmente, podendo levar à toxicidade
-
A penicilina é facilmente excretada na urina de forma inalterada, então o 
tempo de ação na penicilina (ácido fraco) no corpo é bem curto. Então, 
para aumentar a duração da penicilina no nosso corpo, ela é associada a 
um ácido fraco. Isso faz com que ocorra uma competição entre os 
carreadores na secreção tubular ativa, mas o outro medicamento tem maior 
afinidade pelo carreador,fazendo com que ele seja secretado ao invés da 
penicilina. Essa interação medicamentosa pode ser tanto boa quanto 
ruim
-
→
Excreção hepato-biliar (fezes)
É a segunda principal via, pois a principal mesmo é a renal•
Quando o fármaco é absorvido no intestino, uma fração da dose, via circulação 
porta, vai o fígado antes de chegar na circulação sistêmica (metabolismo 
hepático de primeira passagem)
•
→
Depois de passar pelo fígado, o fármaco vai chegar na circulação sistêmica.
No metabolismo hepático de primeira passagem, uma parte dos fármacos 
já é metabolizada
-
A parte que não foi metabolizada vai para a circulação sistêmica-
•
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corporais)
A água total no organismo varia de 50% a 70% do peso corporal•
Volume extracelular: linfa + volume intersticial + plasma•
Volume intracelular (maior do que o extracelular): é o líquido dentro das células 
Não são os únicos compartimentos, existe também o transcelular (+- 2% da 
água do corpo): líquido cefalorraquidiano, intraocular, peritoneal, pleural, 
sinovial e as secreções digestivas. FETO
-
•
Volume de distribuição: espaço que o fármaco ocupa no nosso organismo•
Macromoléculas
Ficam apenas no compartimento vascular, porque são muito grandes para 
atravessarem o endotélio, então, apresentam um volume de distribuição de 
6%
-
Ex: heparina-
•
Moléculas de baixo peso molecular e hidrofílicas
Inicialmente estão no compartimento vascular, mas por serem de baixo 
peso molecular, atravessam o endotélio capilar (passam entre as células) e 
vão para o compartimento intersticial, então, representam o volume do 
fluido extracelular, que é aproximadamente 20%
-
Ex: vecurônio, gentamicina e cabernicilina-
•
Moléculas de baixo peso molecular e hidrofóbicas
Inicialmente estão no compartimento vascular, então vão para o 
compartimento intersticial. Por serem hidrofóbicas, atravessam a 
membrana das células, indo para o compartimento intracelular, então 
representam o volume do fluido intracelular + extracelular, que é 60%
-
Ocupam todos os compartimentos-
Ex: fenitoína e etanol-
•
Endocitose não é muito usada para permear um fármaco de um compartimento 
para outro
•
Quando um fármaco tem o volume de distribuição que é compatível com a 
quantidade total de água do organismo ou que é compatível a um dos 
compartimentos aquosos, isso se chama volume de distribuição real 
•
Um volume de distribuição maior do que a quantidade de água que temos no 
nosso corpo é chamado volume de distribuição aparente
Ocorre quando fármacos se depositam nos tecidos (por exemplo, o 
diazepam se deposita no tecido adiposo, pois é um fármaco bem 
lipossolúvel)
Se eu uso o diazepam de forma crônica, criara-se uma reserva de 
diazepam no tecido adiposo
▪
Esse diazepam vai sair do tecido adiposo e vai voltar para a 
circulação quando ocorrer uma diminuição da quantidade de 
diazepam no sangue
▪
Ao chegar no sangue, ele é novamente distribuído, até ser distribuído 
de forma lenta para os tecidos adiposos, onde eles se acumularão de 
novo (ciclo que só será interrompido quando se cessar a 
administração de diazepam e todo o diazepam tiver sido eliminado do 
organismo)
▪
-
O tecido adiposo funciona como se fosse a quantidade de líquido 
necessária (a qual eu não tenho) para conter a quantidade total do 
diazepam administrado na mesma concentração que existe no plasma (é o 
estado de equilíbrio dinâmico)
-
Sempre que o fármaco tiver afinidade por algum compartimento tecidual e 
ali se depositar, ele passa a ter um volume de distribuição aparente
-
•
Quantidade total do fármaco administrado (dose) / concentração plasmática 
terapêutica
A concentração plasmática terapêutica é definida nos estudos clínicos. Se 
avalia a faixa de concentração (existe uma concentração plasmática 
mínima e uma máxima, a concentração plasmática do fármaco, para ser 
terapêutica, deve estar nessa faixa)
-
•
Depois de passar pelo fígado, o fármaco vai chegar na circulação sistêmica.
No metabolismo hepático de primeira passagem, uma parte dos fármacos 
já é metabolizada
-
A parte que não foi metabolizada vai para a circulação sistêmica-
•
Ao chegar na circulação sistêmica, há a distribuição para os órgãos, 
principalmente os bem perfundidos (que é o caso do fígado)
•
Então, o fígado recebe fármacos via circulação porta e via circulação 
sistêmica
•
O fígado é o principal órgão metabolizador, dessa forma, ele possui enzimas. 
Porém, essas enzimas podem se saturar. Caso chegue muito fármaco, há uma 
metabolização/biotransformação em velocidade constante
•
Os produtos do metabolismo hepático (não apenas de fármacos) são 
armazenados na vesícula biliar, com posterior liberação para o lúmen intestinal 
•
Na vesícula biliar são encontrados: metabólitos de fase I, de fase II e 
fármacos não alterados (porque não conseguiram ser biotransformados)
•
Quando a bile é excretada no intestino, os fármacos hidrossolúveis são 
prontamente excretados. Os fármacos lipossolúveis são reabsorvidos
•
Todavia, no intestino se tem a glicuronidase, uma enzima que hidrolisa a 
conjugação com o glicuronídio. Quando se tem um fármaco conjugado com o 
glicuronídio, ele é quebrado, promovendo perda do glicuronídio. Dessa forma, o 
fármaco volta para a sua forma mais lipossolúvel, sendo assim, reabsorvido. 
•
Esse processo se chama circulação entero-hepática, e fica acontecendo isso 
até o fármaco conseguir ser excretado 
Consequências
Aumenta a duração de ação do fármaco no organismo▪
Consegue evitar ou aumentar em 20% a quantidade do fármaco no 
organismo
▪
-
•
Outras vias de excreção: pulmão, suor, saliva, lágrimas e leite materno
A excreção por leite materno é importante porque pode se excretar fármaco em 
quantidades suficientes para promover um efeito no lactente. Então, é preciso 
analisar o potencial do fármaco de ser excretado pelo leite e então produzir um 
efeito no lactente
•
Saliva: fenitoína•
Suor: salicilatos•
Ar: narcóticos•
Leite materno: amiodarona, aspirina•
A excreção por essas vias é bem menor em relação à renal e a hepato-biliar•
→
Implicações clínicas da excreção renal
A taxa de excreção renal dos fármacos dependerá do:
Seu volume de distribuição
Quanto maior for o volume de distribuição de um fármaco, menos 
dele estará presente na circulação, logo, menos será excretado
▪
-
Grau de associação às proteínas plasmáticas
Interfere na filtração glomerular▪
-
Taxa de filtração glomerular-
pH do líquido tubular
O pH do líquido tubular que determina o grau de ionização de 
fármacos que são ácidos ou bases fracas
▪
Se favorecer uma maior ionização, acontecerá uma maior excreção 
do fármaco
▪
Se favorecer a não ionização, acontecerá uma maior reabsorção do 
fármaco
▪
-
Competição entre os fármacos pelos sistemas de transporte para 
ânions ou cátions orgânicos
-
Extensão da reabsorção tubular ativa
A reabsorção tubular depende do pH do líquido tubular e da natureza 
do fármaco
▪
-
•
→
Interações medicamentosas envolvendo a excreção renal
Quando há a alteração do pH urinário (feita por um fármaco)
Um fármaco torna a urina básica e isso aumenta a excreção de fármacos 
ácidos fracos e vice-versa
-
•
Quando um fármaco interfere na secreção tubular ativa
Competição entre dois fármacos ácidos ou dois fármacos básicos-
Pode causar toxicidade ou prolongando o efeito terapêutico-
•
→
Cinéticas de eliminação
Eliminação de primeira ordem
A maioria dos fármacos após atingirem doses terapeuticamente relevantes 
são eliminadas do organismo seguindo uma cinética de primeira ordem (a 
velocidade de eliminação é diretamente proporcional à concentração 
plasmática)
-
Significa que o fármaco não saturou nenhum processo envolvendo a sua 
eliminação ou foi eliminado sem precisar de processos passíveis de 
saturação
-
•
Eliminação da capacidade limitada (etanol, fenitoína, aspirina)
Excreção em taxa constante independentemente da concentração do 
fármaco
-
O uso de doses repetidas implica em um aumento da concentração 
plasmática, poiso organismo possui uma capacidade limitada de 
-
•
→
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Vias de administração
Quantidade total do fármaco administrado (dose) / concentração plasmática 
terapêutica
A concentração plasmática terapêutica é definida nos estudos clínicos. Se 
avalia a faixa de concentração (existe uma concentração plasmática 
mínima e uma máxima, a concentração plasmática do fármaco, para ser 
terapêutica, deve estar nessa faixa)
-
•
Meia-vida de eliminação de um fármaco
Tempo necessário para que ocorra uma redução em 50% da concentração 
plasmática do fármaco
•
→
Heparina: macromolécula administrada por via endovenosa
Ocupa o volume do compartimento vascular-
•
Ibuprofeno
Ocupa o volume do compartimento extracelular-
•
Diazepam até cloroquina
Possuem volume de distribuição aparente-
•
Tetraciclina
Possui afinidade com o cálcio, formando complexos tetraciclina+cálcio, que 
são bastante hidrossolúveis, dificultando a absorção 
-
Se acumulam nos ossos e nos dentes (por isso esse fármaco não pode ser 
usado em crianças)
-
•
Tiopental: induz a anestesia geral•
Os demais fármacos possuem volume de distribuição aparente•
Dose de ataque: quanto que eu preciso de fármaco para que se tenha rapidamente 
uma concentração plasmática terapêutica 
Cálculo: CP x Vd = dose de ataque
É calculada quando eu preciso que o efeito ocorra de forma rápida. Não há 
tempo de fazer uma administração gradual para se atingir a concentração 
plasmática terapêutica
-
Geralmente após a dose de ataque, ocorrem doses de manutenção, para 
manter a concentração plasmática do fármaco na faixa terapêutica 
-
•
→
Se eu tenho um paciente infectado por um fármaco que possui volume de 
distribuição aparente, apenas a hemodiálise não funciona, pois o fármaco está 
nos tecidos. A hemodiálise será afetiva quando o volume de distribuição for compatível 
com o volume que líquido do plasma
Quanto maior o volume de distribuição, menor é a fração da dose no plasma, 
sendo portanto, menos eficiente a remoção de fármacos através de mecanismos 
extra-corpóreos
•
→
Outra aplicabilidade, além da efetividade da hemodiálise e a dose de ataque, é ver a 
quantidade de uma substância ilícita que foi utilizada. Essa aplicabilidade é usada 
principalmente em aspectos forenses/médico-legais
Quantidade no organismo = Vd x CP•
→
Eliminação da capacidade limitada (etanol, fenitoína, aspirina)
Excreção em taxa constante independentemente da concentração do 
fármaco
-
O uso de doses repetidas implica em um aumento da concentração 
plasmática, pois o organismo possui uma capacidade limitada de 
eliminação, isso causa uma toxicidade pelo acúmulo do fármaco
-
É o caso de fármacos que precisam de biotransformação, por exemplo, 
pois depende de proteínas, então o processo ocorre numa velocidade 
constante
-
•
Meia vida
Determina o tempo necessário para que 50% da concentração plasmática do 
fármaco seja reduzida
•
É usada para tomar decisões quanto à dose de um fármaco
Se a concentração plasmática cair, devido à meia vida, e essa redução 
acabar gerando uma concentração sem nível terapêutico
-
Por exemplo, no gráfico abaixo, se a concentração plasmática terapêutica 
for de 10 mg/L, quando der 2 horas depois da administração, a 
concentração plasmática vai cair para 5 mg/L, então precisa administrar 
novamente o fármaco
Especialmente em usos crônicos▪
-
•
→
Uma disfunção hepática pode alterar a meia-vida, como por exemplo, idosos são 
mais susceptíveis aos efeitos dos fármacos (porque há uma lentificação do 
metabolismo e uma redução do fluxo sanguíneo hepático)
Se eu dou a mesma dose para um adulto e para um idoso, a meia vida do 
fármaco no idoso vai ser maior do que no adulto
-
•
Altera-se em função da depuração e do volume de distribuição•
Determina o tempo necessário para atingir o estado de equilíbrio dinâmico (que é 
mais ou menos 4 a 5 meias-vidas)
O equilíbrio dinâmico leva tempo para acontecer, e esse tempo tem relação 
com a meia-vida do fármaco
-
•
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É o método através do qual os fármacos são introduzidos no organismo→
Administração de fármacos é muito importante e pode ser uma missão perigosa→
Se utilizada corretamente, pode restaurar a saúde do paciente→
Se utilizada incorretamente, pode agravar a condição do paciente→
Os fundamentos da administração segura de fármacos compreende o conhecimento 
sobre:
Vias de administração•
Doses e cálculos•
Técnicas de administração de injetáveis•
Nove certos de administração•
Estar familiarizado com os medicamentos prescritos frequentemente na 
sua prática
•
→
Fármacos tem efeitos diferentes quando administrados por vias diferentes→
A questão do horário é baseado na meia vida•
O registro no prontuário de tudo que acontece com o paciente é uma segurança 
para o paciente e para o médico
•
A via a ser utilizada depende de alguns fatores
Rapidez com que se deseja a ação do fármaco
Em urgências geralmente se usa a via endovenosa-
•
Natureza e quantidade do medicamento administrado
Substâncias irritantes geralmente são usadas por via endovenosa ao invés 
de intradérmicas, subcutâneas ou intramusculares
-
•
Possibilidade de se administrar substâncias que são degradadas no TGI ou 
sofrem extenso metabolismo hepático de primeira passagem, 
apresentando biodisponibilidade
Insulina não pode ser administrada pela via oral porque é degradada, então 
não há biodisponibilidade. Então é administrada pela via subcutânea
-
•
Condições do paciente
Se o paciente está desmaiado, com diarreia, inconsciente, apresentando 
vômitos = evita a via oral
-
•
→
Variação do efeito de determinados fármacos de acordo com a via escolhida
Curare
V.O: não tem efeitos, pois é inativado pela pepsina no estômago (então não 
tem biodisponibilidade)
-
E.V: exerce efeito relaxante no músculo esquelético, causando a paralisia 
dos músculos respiratórios e do diafragma, causando a morte
-
•
KCl
V.O: não causa morte do paciente-
E.V: causa morte do paciente-
•
MgSO4
V.O: efeito purgativo/laxante-
E.V: efeito do curare-
•
Adrenalina
V.O: sem efeito, inativada pela MAO no intestino-
V.P: efeitos cardiovasculares
V.P = via parenteral (é qualquer via que não seja oral, bucal, 
sublingual ou retal)
▪
-
•
→
Divididas entre injetáveis e não injetáveis→
Vantagens em relação às vias orais
Maior biodisponibilidade do fármaco administrado por via injetável•
Dose administrada com maior precisão (sabe qual é a dose administrada 
com maior precisão)
•
Via apropriada à administração de uma dose de ataque antes de ser 
iniciado o tratamento de manutenção
•
Via de escolha para pacientes inconscientes, incapazes de colaborar ou 
de reter o fármaco por via oral
•
→
Desvantagens em relação às vias orais
Necessita de assepsia•
As injeções podem ser dolorosas•
Os pacientes não conseguem realizar a automedicação (com exceção da 
via subcutânea)
•
→
Intradérmica (ID)
Consista na administração de medicamentos entre a epiderme e o tecido 
subcutâneo, ou seja, na derme
Região anterior do antebraço-
Agulha de pequeno calibre (ângulo de 10° a 15°)-
O volume a ser injetado é de 0,1 a 0,5 mL, devido a pequena 
distendibilidade da pele
-
•
→
Via de uso limitado, pouco usada
Testes alérgicos-
Prova de ppd (tuberculose)-
Schick (difteria)-
BCG (inserção inferior do músculo deltoide)-
•
Absorção lenta (a derme é um tecido pouco vascularizado)•
Subcutânea (SC)
É administrada no espaço subcutâneo abaixo da derme•
Só se pode administrar fármacos que não são irritantes, porque pode causar 
irritações na pele, o que causa dor ao paciente
•
O volume a ser injetado é de 0,3 a 2 mL•
A via subcutânea ocorre a partir da deposição do fármaco no tecido subcutâneo, 
o que gera um gradiente de concentração, fazendo a absorção do fármaco
Absorção por difusão através do gradiente entre o depósito do fármaco e o 
plasma
-
É uma absorção lenta e constante para produzir um efeito prolongado-
Porém, a absorção é mais rápida que na vida intradérmica, porque é uma 
regiãomais vascularizada
-
•
Deve-se tomar cuidado para não furar um vaso acidentalmente•
É uma via dolorosa•
Usa-se
Fármacos que não causem irritação tecidual-
Vacina (anti-rábica e anti-sarampo)-
Anticoagulantes (heparina de baixo peso molecular)
A de alto peso é pela via endovenosa▪
-
Hipoglicemiantes (insulina)-
•
→
Locais de aplicação
Ao redor da cicatriz umbilical (principal local, principalmente de 
hipoglicemiantes)
-
Parte anterior e lateral externa das coxas-
Parte posterior dos braços e nádegas-
•
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Percebe-se que em todas as vias o fármaco passa por absorção, exceto na via 
intravenosa
•
Em pouquíssimas vezes se consegue administrar o fármaco diretamente no seu 
local de ação
•
O fármaco é administrado ao longo do TGI→
Oral
Via mais utilizada•
Ação local e sistêmica•
Vantagens
Facilidade na administração-
Paciente pode se automedicar-
Método mais comum, seguro, conveniente e econômico-
Indolor, não necessita de aparelhagem ou pessoal especializado-
Possibilidade de remover o medicamento em caso de superdosagem ou 
intoxicação
Pode-se fazer uma lavagem gástrica ou associar a lavagem com 
carvão ativado (impede a absorção no TGI)
▪
-
•
Desvantagens 
Baixa biodisponibilidade após o uso da via oral, ela é reduzida pois passa 
por um metabolismo pré-sistêmico (há destruição de alguns fármacos pelas 
enzimas digestivas, suco gástrico, enzimas intestinais). Microrganismos no 
intestino também podem afetar
-
Sofre influência do esvaziamento gástrico e da motilidade intestinal-
Absorção limitada de alguns fármacos em função de suas características-
Interferência dos alimentos ou outros fármacos na absorção ou propulsão 
do fármaco (alguns fármacos podem ser absorvidos por proteínas 
transportadoras (as quais também transportam substâncias fisiológicas), 
então, pode ter uma competição, tanto entre uma substância fisiológica x 
fármaco, quanto entre 2 fármacos)
Não se pode tomar tetraciclina com leite, porque o fármaco faz um 
complexo hidrossolúvel com o cálcio, então ao invés de ser 
absorvido, é excretado nas fezes
▪
-
Sofre metabolismo hepático de 1° passagem-
Irritação da mucosa gástrica, indução de vômitos-
Não se sabe a quantidade que foi absorvida-
Necessidade de colaboração do paciente-
Pode ter efeitos adversos/dor-
•
→
Sublingual
Os comprimidos são colocados abaixo da língua para a dissolução e absorção 
(são absorvidos através da mucosa sublingual, a qual é bem vascularizada)
•
São comprimidos que devem ser dissolvidos na saliva, sem serem deglutidos
Muitas vezes, se deglutidos, acabam nem tendo biodisponibilidade-
•
Cômoda/pouco utilizada/fármaco extremamente potente•
Absorção rápida de pequenas doses e ação quase imediata no sistema 
circulatório
•
Usado para fármacos que são inativados pelo suco gástrico ou pelo fígado•
Não passa pelo sistema porta (não passam pelo metabolismo hepático de 
primeira passagem), a drenagem venosa da boca dirige-se diretamente para a 
VCS 
Essa via é usada muitas vezes em pacientes que possuem situações 
envolvendo questões cardiovasculares
-
•
O comprimido deve ser palatável (ter um sabor agradável)•
O fármaco deve ser pequeno também•
→
Retal
Efeitos locais ou sistêmicos•
Para obtenção de efeitos locais ou sistêmicos, porém de uso esporádico•
Cerca de 50% do fármaco absorvido passará pelo fígado•
Absorção pode ser irregular e incompleta, além disso, alguns fármacos podem 
causar irritação
•
Fármacos sólidos: supositórios•
Fármacos líquidos: enemas, lavagens
Muito usados antes de exames e cirurgias envolvendo TGI-
Enemas: muito utilizados em idosos, que tem facilidade em formar 
fecalomas
-
•
Usado em pacientes com vômitos, com crises convulsivas (acesso venoso é 
quase impossível), inconscientes, cirurgiados no TGI, desidratação impedindo o 
uso da vida intravenosa ou que não sabem deglutir (crianças)
•
→
Bucal →
Em casos de uso prolongado de um medicamento, é preciso revezar o local 
de administração para evitar que ocorra a necrose/processo inflamatório do 
local devido à administração em um único local
-
Intramuscular (IM)
Usa-se agulhas de maior calibre (1 a 3 polegadas) devido à viscosidade do 
material a ser injetado
•
A maioria dos fármacos administrados por essa via são suspensões•
A taxa de absorção depende do fluxo sanguíneo no local da aplicação•
O fluxo sanguíneo pode ser modulado
Aumenta a absorção: vasodilatação causada por calor e massagens-
Diminui a absorção: vasoconstrição causada por gelo e vasoconstritores-
•
→
A desvantagem de se aplicar nas partes inferiores, principalmente no 
quadrante superior externo do glúteo maior é que pode lesar o nervo ciático 
-
Desvantagens
Acidente com lesão ou compressão de nervo pela solução (dor e 
parestesias ou até perda de movimento)
▪
Injeção acidental em vaso (intoxicação podendo ser letal, 
dependendo do fármaco) 
▪
Lesões musculares por soluções irritantes▪
Substâncias mal absorvidas (abscessos, que podem evoluir para 
processos inflamatórios)
▪
Técnica asséptica rigorosa▪
Precisa de pessoal técnico especializado▪
Dolorosa e incômoda▪
-
Intra-arterial (IA)
O fármaco é injetado diretamente na artéria para localizar seus efeitos em um 
tecido ou órgão específico. Logo, os fármacos não sofrem metabolismo de 1° 
passagem, nem eliminação pulmonar
•
Usos
Tratamento de tumores hepáticos-
Cânceres de cabeça e pescoço-
Agentes diagnósticos (em especial no fígado)-
•
Essa técnica requer muito cuidado e só deve ser realizada por especialistas•
É pouco utilizada•
→
Intravenosa (IV) ou Endovenosa (EV)
Usa-se mais a nomenclatura endovenosa•
Esta via parenteral possibilita a administração de fármacos que não podem ser 
administrados por via oral, não é absorvido ou é inativado pelo TGI, pelo estado 
inconsciente do paciente ou pela sua falta de colaboração
•
Vantagens
Via de urgência/emergência/casos graves devido à ação rápida do fármaco
Não há um aumento gradual da concentração plasmática, o pico 
ocorre de forma imediata, porque o fármaco está indo diretamente 
para o sangue
▪
-
A liberação do fármaco é controlada com precisão e rapidez
Geralmente não se tem uma dose padrão, porém, a administração é 
controlada. Por exemplo, em casos de indução anestésica, vai se 
administrando o fármaco até chegar na anestesia. Quando se atinge 
o estágio III da anestesia, a administração é interrompida
▪
-
•
→
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Bucal 
Se administra uma forma farmacêutica sólida na mucosa da bochecha•
Não é muito usada•
Quando se administra dessa forma, o paciente começa a salivar, o que pode 
fazer com que o paciente acabe engolindo o medicamento ao invés dele ser 
absorvido pela mucosa da bochecha
•
→
A liberação do fármaco é controlada com precisão e rapidez
Geralmente não se tem uma dose padrão, porém, a administração é 
controlada. Por exemplo, em casos de indução anestésica, vai se 
administrando o fármaco até chegar na anestesia. Quando se atinge 
o estágio III da anestesia, a administração é interrompida
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Usado em induções da anestesia operatória-
Biodisponibilidade 100%-
Administração de grandes volumes de líquidos, eletrólitos e de soluções 
hipertônicas, mesmo certos tipos de substâncias irritantes
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Não necessita de colaboração do paciente-
Desvantagens
Aparecimento rápido dos efeitos colaterais, alto risco (pois uma vez que o 
fármaco chega na concentração sanguínea, é difícil tirar ele de lá), devido 
às altas concentrações plasmáticas e teciduais
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Sobrecarga cardíaca por infusão de grandes volumes de líquidos-
Técnica rigorosa, necessitando de pessoal especializado-
Via incômoda, dolorosa, de custo elevado-
Pode produzir efeitos locais: flebite, infecção e tromboses-
Inconveniente para o paciente-
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Intratecal
Injeção do fármaco no espaço subaracnóideo através de uma agulha de punção 
lombar, pois a barreira hematencefálica e o LCE impedem ou retardam a entrada 
do fármaco no SNC
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Exemplo: anestésicos locais são injetados no espaço subaracnóideo (L2-3 ou 
L3-4) para anestesia

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