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Introdução A farmacologia pode ser definida como o estudo dos efeitos dos fármacos no funcionamento de sistemas vivos, ou seja, estuda a relação entre substâncias químicas e os organismos vivos. Os efeitos em questão são chamados de efeitos farmacológicos/biológicos, nesse caso, se algo desenvolve um efeito, esse algo é chamado de medicamento • → Além de estudar os efeitos, a farmacologia estuda como os efeitos são desencadeados Ex: estuda-se se um medicamento será absorvido pelo local em que ele será administrado (como a via oral) • No caso do paracetamol (medicamento), seus efeitos são analgésico e antitérmico. Nesse caso, estuda-se como esses efeitos ocorrerão • → A farmacologia (não com esse nome) existe desde os primórdios da civilização, quando remédios à base de ervas eram largamente utilizados — de forma empírica — para curar diversos males Por ser algo empírico, muitas vezes essa metodologia trazia malefícios ao invés de benefícios • → Farmacopeias (livros falando sobre insumos, medicamentos básicos e substâncias químicas) começaram a ser redigidas. E junto com elas, surgiram os boticários (os atuais farmacêuticos). → O impulso da farmacologia veio da necessidade de melhorar os resultados das intervenções terapêuticas pelos médicos, que eram, naquele tempo, hábeis na observação clínica e diagnóstico, mas em geral, ineficazes quanto o tratamento → Antes do advento da química orgânica sintética, a farmacologia se relacionava exclusivamente com a compreensão dos efeitos de substâncias naturais, principalmente extratos botânicos → Para que a farmacologia se estabelecesse como ciência, foi preciso do auxílio de algumas outras matérias: Fisiologia: forneceu o entendimento de como os organismos vivos funcionam, permitindo entender o efeito do fármaco Além disso, forneceu a percepção de que a comunicação química desempenha um papel central em quase todos os mecanismos de regulação que o nosso organismo possui - • Bioquímica: a descoberta de enzima e a descrição de vias bioquímicas forneceram subsídios adicionais para a compreensão dos efeitos dos fármacos • Química de produtos naturais: identificou nos extratos vegetais que eram utilizados, as substâncias químicas responsáveis pelos efeitos farmacológicos • Patologia: entender como são feitos os efeitos farmacológicos• Com a purificação de substâncias extraídas de plantas pela química sintética, ficou provado que os efeitos dos extratos sobre o organismo não era magia Apesar de todos os avanços na química sintética, há fármacos que ainda não conseguimos sintetizar. Um exemplo é a digoxina, a qual não é sintetizada pois sua síntese é bem cara e difícil Isso prova que o empirismo deu certo▪ - • → Antes do advento das abordagens baseadas na ciência, reiteradas tentativas foram feitas para construir sistemas terapêuticos, muitos dos quais produziram resultados ainda piores do que os do puro empirismo → Alopatia Remédios que incluíam sangria, eméticos e purgativos, os quais eram utilizados até que os sintomas principais fossem suprimidos • Muitos pacientes morriam com tais tratamentos • Não havia base em nenhuma questão científica • Trazia mais malefícios do que benefícios• A medicina ortodoxa científica é inspirada na alopatia mas tem princípios científicos • → Homeopatia Surgiu em oposição à alopatia (século XIX)• O semelhante cura o semelhante• A atividade pode ser potencializada por diluição• O sistema rapidamente chegou às raias do absurdo, pois davam fármacos em diluições 1x1060 • → Medicina holística Surgiu na atualidade• Baseada fora do domínio da ciência• Trata o mal-estar proporcionado pela doença• Focam principalmente o mal-estar subjetivo• → Fármacos Substâncias químicas sintéticas, obtidas a partir de plantas, animais ou produtos de biotecnologia (produtos de engenharia genética, são os biofármacos) Podem ser substâncias químicas sintéticas, substâncias químicas (obtidas de plantas ou animais) ou produtos de engenharia genética - • De outra forma, fármaco é toda substância de estrutura química definida, que quando administrada ao organismo, produz um efeito biológico/farmacológico Os fármacos não podem ser nutrientes ou um ingrediente essencial da dieta. Mas podem ser consideradas como fármacos se forem administradas como tal (como a insulina ou a tiroxina, se usadas intencionalmente) - Dois critérios para ser um fármaco: estrutura química definida + produzir um efeito biológico (o qual é produzido através da interação química do fármaco, como por exemplo, o AAS com COX (Ciclo- oxigenase), causando a produção de menos prostaglandinas e consequentemente reduzindo a dor e a inflamação) O AAS é derivado do Ácido Salicílico, o qual é extraído da folha do salgueiro. Inicialmente era usado como antitérmico, porém, hoje em dia ele é usado apenas topicamente e como anti-inflamatório e analgésico. Não é usado oralmente pois causa muito desconforto gástrico. Ao invés dele, usa-se oralmente o AAS, que é o Ácido Salicílico + um acetil ▪ - • Ao interagir com sistemas biológicos, pode produzir um efeito benéfico (tratamento, diagnóstico ou profilaxia) ou pode ter efeito maléfico (toxicidade) No caso da toxicidade, é mais estudada por outro ramo da farmacologia, a toxicologia - • → O mecanismo de ação dos fármacos é diante mecanismos desencadeados no organismo • Exemplos de fármacos: AAS, penicilina, paracetamol, diclofenaco, iodo, atropina, sildenafil, dexametasona • Medicamento Produto farmacêutico tecnicamente obtido ou elaborado, contendo um ou mais fármacos associado(s) a outras substâncias não medicinais com a finalidade profilática, paliativa ou para fins de diagnóstico. Se não tiver um fármaco no medicamento, não é um medicamento- • O medicamento é uma forma farmacêutica, ou seja, é o estado físico do medicamento Líquido: elixir, gotas, xarope- Sólido: comprimido, drágeas - Semissólidos: cremes, pomadas (tópicos)- Gasoso: inalação- • Formulação farmacêutica é a composição do medicamento + substâncias não medicamentosas Substâncias não medicamentosas são adjuvantes farmacêuticos (melhoram a apresentação final do medicamento), que ajudam a disfarçar o odor, o sabor ou deixando ele mais estável. Certamente não produzem efeitos - • → Remédio São todos os meios (artifícios) utilizados com o fim de prevenir ou de curar doenças. • Um preparado caseiro com plantas medicinais pode ser um remédio, mas ainda não é um medicamento. Os medicamentos são usados como remédios- • Ex: medicamentos, exceto os para fins de diagnóstico; fisioterapia; ação psicológica desempenhada pelo médico ou psicólogo junto ao paciente • → Droga x Medicamento Antigamente eram sinônimos, hoje em dia não mais• Droga = associada a substâncias que causam dependência, narcóticas ou que alteram a consciência • → Veneno Toda substância medicamentosa ou não, podendo se tornar tóxica dependendo das maneiras de utilização O que define a toxicidade é a dose- Um veneno não é formado apenas por toxinas, um medicamento pode se tornar um veneno dependendo da dose, da via de administração, da frequência de administração, das condições do paciente - E nem sempre as toxinas são venenos, como por exemplo, a toxina botulínica, a qual não causa danos por causa da sua forma de utilização - • → Efeitos Efeito adverso Consiste na ação provocada pelo fármaco diferente do efeito esperado. - • → Maria Eduarda Silva Dias Farmacologia quarta-feira, 3 de março de 2021 15:04 Página 1 de P3 Medicina holística Surgiu na atualidade• Baseada fora do domínio da ciência• Trata o mal-estar proporcionado pela doença• Focam principalmente o mal-estar subjetivo• → É o primeiro parâmetro farmacocinético que mede a velocidade e a quantidade do fármaco que chega à corrente sanguínea na forma inalterada Se eu administrar 10 ml de um fármaco e 5 ml chegarem à corrente sanguínea de forma inalterada, a biodisponibilidade é de 50% • Os outros5 ml podem não ter sido absorvidos ou simplesmente terem chegado à corrente sanguínea de forma alterada (chegaram na forma de metabólito) • → A única forma de administração que tem 100% de biodisponibilidade é a via endovenosa → Fatores que alteram a biodisponibilidade de um fármaco administrado por via oral pH gástrico e enzimas digestivas Por isso que insulina não pode ser administrada por via oral, porque por ser uma proteína, ela seria degradada ao chegar no estômago - • Atividade enzimática na parede e no lúmen intestinal No intestino existem enzimas e microrganismos que podem mudar a estrutura química do fármaco - A monoaminoxidase metaboliza a noradrenalina, por isso ela também não pode ser administrada por via oral - • Esvaziamento gástrico Um esvaziamento gástrico lento promove menor biodisponibilidade (principalmente se o fármaco for susceptível ao pH gástrico e às enzimas digestivas) - • Motilidade intestinal Quanto maior for o trânsito intestinal, menor será a biodisponibilidade- • Taxa de absorção• Transferência do fármaco de volta ao lúmen intestinal por ação dos transportadores Proteína de efluxo (faz o contrário do processo de absorção) A principal é a Glicoproteína P (está relacionada à resistência de alguns pacientes a alguns fármacos, principalmente os antimicrobianos e quimioterápicos) - resistência do organismo a múltiplos fármacos ▪ - • Metabolismo hepático de primeira passagem Parte do fármaco vai para o fígado pelo sistema porta, onde são metabolizados - • → Metabolismo pré-sistêmico: é o fármaco ser metabolizado antes de chegar à circulação Quando o fármaco é metabolizado no estômago, intestino ou vai para o fígado pelo sistema porta antes de ir para o sangue • → É o estudo comparativo entre produtos apresentados sob a mesma forma farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa e quantitativa de princípio(s) ativo(s), e que tenham comparável biodisponibilidade, quando estudados sob um mesmo desenho experimental (alguns parâmetros) → Para eu dizer que um medicamento genérico é bioequivalente farmacêutico do medicamento de referência, eles devem ter a mesma biodisponibilidade Devem ter mesma formulação, forma farmacêutica, quantidade do fármaco • Permite intercambialidade (possibilidade de substituição de um medicamento por outro equivalente terapêutico) • → Medicamentos similares não são obrigados, pela ANVISA, a passar pelo teste de bioequivalência, então não se sabe se tem a mesma biodisponibilidade do medicamento de referência ou do genérico → botulínica, a qual não causa danos por causa da sua forma de utilização Efeitos Efeito adverso Consiste na ação provocada pelo fármaco diferente do efeito esperado. Não é relacionado à principal ação do medicamento e não é explicado pelo seu mecanismo de ação - Exemplo: dor de cabeça provocada pelo uso de losartana. Eu não consigo explicar a cefaleia por meio da inibição da angiotensina II e o efeito anti- hipertensivo - • Efeito colateral Esse efeito é "previsível" e é explicado pelo mecanismo de ação do fármaco - Exemplo: irritação gástrica causada pelo AAS. Quando se inibe as prostaglandinas, ao mesmo tempo em que se reduz a inflamação, há um desprotegimento da mucosa gástrica Broncoespasmo com o uso de Propanolol: é um anti-hipertensivo que atua impedindo a ação da noradrenalina. Porém quando a noradrenalina não atua na musculatura lisa brônquica, há uma broncoconstrição ▪ - É possível minimizar o efeito colateral mas não é possível evitar que ele ocorra. São indissociáveis. - • → Farmacologia aplicada: reúne fármacos em grupos de acordo com seu mecanismo de ação → Em um grupo de fármacos eu sempre vou ter o protótipo Representa as características dos membros do grupo• → Nome químico: deriva da estrutura molecular 4-hidroxiacetanilida• → Nome oficial/genérico: é o que consta nos livros oficiais e farmacopeias Paracetamol• É o que deve ser usado nas prescrições, não se deve usar os nomes comerciais• → Nome comercial: é o nome que o laboratório dá ao produto, não podendo ser usado por outro laboratório Tylenol• → Tratamento específico Seria o melhor sistema terapêutico (tem o diagnóstico)• O medicamento vai atuar direto na causa específica• Ex: anemia ferropriva + medicamento (sulfato ferroso)• → Tratamento de suporte ou de apoio Não tenho o diagnóstico ou é uma doença multifatorial sem causa definida, como por exemplo a hipertensão • A hipertensão não tem cura, mas trata-se e reduz seus efeitos (não curo a hipertensão, mas trato da pressão elevada) • É a polifarmácia• Não se trata nada, apenas cuida dos sintomas, mas não da causa• → Terapêutica empírica ou popular Descobrir algo por meio de experimentação, como por exemplo, quando descobriram que o AAS traz menos desconforto à mucosa gástrica do que o ácido salicílico por causa do empirismo • → Placeboterapia Usado em caso de hipocondria, onde o paciente sabidamente não tem nenhuma disfunção e acredita no falso tratamento • Utiliza-se uma substância inerte, ou seja, não reage nem produz nenhum efeito no organismo. O efeito é estritamente psicológico. O paciente acreditar no tratamento que foi instituído • Auxilia na terapia medicamentosa• → Psicoterapia Envolve o profissional da psicologia• → Teste terapêutico Eu chego ao diagnóstico usando um medicamento, como por exemplo, um paciente com depressão respiratória e do SNC, ao usar um antagonista da morfina (Anoloxona), Você pode descobrir que é uma intoxicação por morfina porque você reverteu o caso • Só não é empírico porque você já suspeita• → Página 2 de P3 Farmacocinética Farmacocinética É o que o organismo faz com o fármaco• Se trata da parte da farmacologia que estuda os eventos observados após administração do fármaco até a sua eliminação Como por exemplo, boca - estômago - intestino - circulação sistêmica - tecidos (o fármaco é distribuído para todos os compartimentos do corpo, mas só vai agir onde ele pode interagir quimicamente produzir o efeito) - • O entendimento e a utilização dos princípios farmacocinéticos podem ampliar a probabilidade de sucesso terapêutico e reduzir a ocorrência de efeitos colaterais dos fármacos no organismo Posso dar uma dose muito alta e causar toxicidade ou dar uma dose muito baixa e não ter nenhum efeito - • → Farmacodinâmica É o que o fármaco faz com o organismo• É o mecanismo de ação, o efeito fisiológico• → Fatores que afetam a concentração do fármaco no sítio de ação Quantidade de fármaco administrado (dose) Dose x dosagem Dosagem é o que eu quantifico em um fluido corporal para que se saiba se uma dose eficiente e segura está sendo administrada, como por exemplo, o lítio (estabilizador de humor pouco seguro) ▪ Nem todos os medicamentos precisam de dosagem ▪ - Grau e taxa de absorção Grau: quanto foi absorvido e quanto não foi Um baixo grau de absorção pode fazer com que não se tenha uma quantidade de fármaco suficiente para causar efeito ▫ Ex: nem todo fármaco que chega ao intestino delgado é absorvido, parte pode ir embora nas fezes ▫ ▪ Taxa: velocidade de absorção Taxa lenta de absorção: o efeito será mais demorado▫ ▪ - Distribuição Muitos fármacos dependem do sangue para chegarem no local de ação, são raros os que não precisam, como os de administração tópica ▪ Anestésicos locais são comumente administrados com substâncias vasoconstritoras para evitar que ele caia na circulação sanguínea e seja capaz de fazer efeito em outros locais (como por exemplo, o coração) ▪ Tanto a absorção quanto a distribuição dependem do fluxo sanguíneo O fluxo sanguíneo do intestino é maior do que o do estômago, por isso o intestino é "local de absorção", além de demais características anatômicas como as vilosidades ▫ ▪ É a partir da concentração plasmática do fármaco que se sabe se vai chegar uma quantidade terapêutica nos demais tecidos Há fatores que interferem nos processos farmacocinéticos,o que pode aumentar ou diminuir a concentração plasmática ▫ A concentração plasmática terapêutica pode aumentar ou diminuir diante o efeito que eu quero obter (efeito antitérmico x anti-inflamatório do ácido acetilsalicílico) ▫ ▪ - Localização dos tecidos- Biotransformação- Excreção- • → Processos farmacocinéticos: ADME Absorção• Distribuição• Metabolização • Excreção Alguns fármacos são excretados diretamente, outros precisam ser metabolizados para então serem excretados - • → Biotransformação refere-se ao processo de alteração química do fármaco, que tem a finalidade de formar metabólitos mais polarizados para que possam ser excretados pelo organismo → Alguns fármacos são diretamente excretados (já são muito polarizados ou são hidrossolúveis), porém, outros fármacos precisam de biotransformação para serem excretados Fármacos que precisam de biotransformação: lipossolúveis• Fármacos que não precisam de biotransformação: hidrossolúveis• → A biotransformação ocorre pois, caso não houvesse essa polarização, os fármacos lipossolúveis seriam reabsorvidos nos túbulos renais e iriam novamente para o sangue, e então seriam distribuídos novamente, fazendo com que o efeito desse fármaco durasse por mais tempo que o esperado → A biotransformação também pode inativar fármacos, levando ao término de sua ação. Pode ocorrer a inativação do fármaco ou transformá-lo em um metabólico tóxico ou ativo • → A biotransformação também pode ativar pró-fármacos, fazendo com que eles tenham efeito farmacológico Enalapril (pró-fármaco) -> enalaprilato diácido (forma ativa) Só funciona se for biotransformado- • → Como resultados das reações de biotransformação, temos Metabólitos ativos• Metabólitos inativos• Metabólicos tóxicos• → O fármaco pode ser biotransformado em qualquer ponto desde a absorção até a sua excreção Pode ser biotransformado ao chegar no estômago por ação das enzimas e do pH• → Página 3 de P3 Excreção Alguns fármacos são excretados diretamente, outros precisam ser metabolizados para então serem excretados - • Se trata do caminho que o fármaco percorre desde o local em que foi administrado até a circulação sistêmica, pois ao chegar lá, já se trata de outro processo, a distribuição → Não é um processo obrigatório, pois eu posso fazer uma administração intravenosa→ As moléculas do fármaco movem-se pelo organismo de duas maneiras Fluxo de massa (ex: pelo sangue) • Difusão (ex: molécula a molécula)• → A natureza química de um fármaco não importa para sua transferência por fluxo de massa (o sangue carrega o fármaco sem se importar se é grande, pequeno ou se é polar ou apolar). A difusão, por outro lado, varia de acordo com a natureza química do fármaco. → Compartimento central: é onde o fármaco vai estar disponível para ser distribuído Ex: circulação sistêmica• → Compartimento periférico: são os demais locais para onde o fármaco será distribuído → Para um fármaco ir do órgão em que foi administrado ou em que será absorvido para a circulação sistêmica (processo de absorção), ele precisa atravessar as células da parede dos órgãos e as células do vaso, que são barreiras biológicas. Essa é a permeação do fármaco no organismo As barreiras biológicas são classificadas em Aquelas compostas por várias camadas de células Pele▪ - Aquelas compostas por uma simples camada de células Epitélio intestinal▪ - • Membrana plasmática Bicamada fosfolipídica (parte polar mais externa e parte apolar interna)- Proteínas integrais ou superficiais- • → Transporte dos solutos (o soluto pode ser o fármaco) - isso serve para a absorção e para a distribuição Difusão lipídica Apenas fármacos lipossolúveis e de baixo peso molecular- Velocidade de absorção depende do gradiente de concentração (obedece uma cinética de primeira ordem (é diretamente proporcional)) Ao tomar um fármaco em gotas, se você tomar água, o dilui o gradiente de concentração, então o gradiente de concentração ficou menor, logo, a absorção será mais demorada e consequentemente o efeito vai demorar mais para acontecer ▪ - O coeficiente de partição óleo:água interfere na difusão, pois quanto maior esse coeficiente, maior a lipossolubilidade - • Difusão aquosa Hidrossolúveis e de baixo peso molecular- Canais aquosos (aquaporinas)- Não é muito usada pelos fármacos, pois os fármacos polares (hidrossolúveis) geralmente são maiores, impossibilitando a passagem deles pelas aquaporinas - • Transporte mediado por proteína transportadora Fármacos que possuem estruturas possíveis de serem reconhecidas por proteínas transportadoras - As proteínas transportadoras não foram feitas para os fármacos, elas são feitas para substâncias fisiologicamente importantes que não conseguem atravessar a membrana por difusão, então, para o fármaco usar esse transporte, ele precisa ter uma estrutura parecida com a dessas substâncias Ex: aminoácidos, glicose▪ - Importante no: túbulo renal, trato biliar, barreira hematoencefálica e no TGI- Pode ser contra ou a favor do gradiente de concentração (gasta energia ou não) Transporte passivo ou ativo▪ - Há uma quantidade limitada de proteínas transportadoras, então não adianta eu aumentar infinitamente o soluto, pois uma hora essas proteínas se saturam, independentemente do gradiente de concentração (obedece uma cinética de primeira ordem que vira uma cinética de ordem zero) - A levodopa e a metildopa são fármacos que se parecem com aminoácidos, então são transportadas pelas proteínas que transportam os aminoácidos Competição (ganhando quem tiver mais afinidade com a proteína (em casos de mesma afinidade, ganha quem está presente em maior quantidade)) ▪ - • Endocitose Pinocitose (partículas líquidas)- Fagocitose (partículas sólidas)- Ocorre mais para macromoléculas (Ex: insulina)- Se trata da invaginação de parte da membrana plasmática para englobamento das partículas que precisam ser transportadas Forma-se uma vesícula/vacúolo, a qual será degradada e então, as partículas serão liberadas (ou na célula ou no meio extracelular) ▪ - Esse processo gasta energia- • → Fatores que modificam o transporte através da membrana Ácido fraco e base fraca Ácido fraco - substância eletricamente neutra que pode gerar um próton H+ e um eletrólito A- HA <---> H+ + A-▪ - Em um ácido fraco, eu sempre terei as duas formas coexistentes (HA e H+ e A-), ou seja, vão coexistir as formas de eletrólito (cátion e ânion) e a forma eletricamente neutra - Porém, uma vai predominar em relação à outra A forma neutra (forma protonada) é a mais lipossolúvel (pois não tem carga) ▪ A forma com cargas (forma desprotonada) é a mais hidrossolúvel ▪ - • → O fármaco pode ser biotransformado em qualquer ponto desde a absorção até a sua excreção Pode ser biotransformado ao chegar no estômago por ação das enzimas e do pH• Pode ser biotransformado no intestino, com ação das enzimas• Pode ser biotransformado no plasma, com ação das enzimas plasmáticas, as quais catalisam reações de hidrólise • → Porém, o fígado é o principal órgão de metabolismo (apesar de existirem outros tecidos com potencial de catalisar reações de biotransformação) TGI, pele, rins, pulmões, plasma...• Dessa forma, a biotransformação pode ser feita não apenas por enzimas, ela pode ser até espontânea, porém, é uma situação muito rara de se acontecer • → Os locais subcelulares de biotransformação dos fármacos são principalmente o retículo endoplasmático liso Mas existem outras organelas, como o núcleo, a mitocôndria e o citoplasma... Pode ocorrer em todas as organelas, mas principalmente no REL, porque existe um sistema enzimático • → Existem várias reações ocorrendo, porém elas foram divididas em 2 grupos Reações de fase I / reações de funcionalização Oxidação, redução e hidrólise- • Reações de fase II Ocorre quando o metabólito formado na fase I ainda não é solúvel o suficiente - Conjugação ou sintética- • → Reações de fase I São oxidações, reduçõesou hidrólises• Ocorre pela introdução ou exposição de um grupo funcional (-OH, -COOH, - SH, -O- ou -NH2) no composto inicial (no fármaco original) • Nessa fase, há uma pouca alteração de solubilidade• Pode afetar as propriedades dos fármacos• Geralmente resulta na perda da atividade farmacológica, mas em algums casos a atividade farmacológica pode ser mantida ou alterada, se tornando tóxica • O metabólito de fase I é reconhecido pela presença de -OH, -COOH, -SH, -O- ou NH2 Por terem oxigênio, nitrogênio ou enxofre, são metabólitos reativos, então precisam ser conjugados - • → A fase I não é obrigatória pois alguns fármacos já possuem esses grupos funcionais • Oxidação (fase I) São as reações que mais ocorrem, sendo que ela é principalmente catabolisada pelo sistema das monoxigenases, porém existem outros sistemas e outros tipos de reação de fase I • É catalisada por enzimas do sistema das monoxigenases (sistema microssômico hepático de oxidases de função mista) • Ocorre na maioria dos REL dos hepatócitos • O sistema das monoxigenases é composto por 2 enzimas Citocromo P450 (apresenta ferro na sua estrutura) É uma heme proteína▪ - NADPH-citocromo P-450 redutase - • → Só catalisam na presença do NADPH (pois o NADPH doa elétrons para o NADPH-citocromo P-450 redutase, o qual doa para o citocromo P450), e O2 • Inicialmente, forma-se um complexo binário entre o citocromo P450 e o fármaco substrato. Esse complexo recebe um elétron do NADPH-citocromo P-450 • Página 4 de P3 e A-), ou seja, vão coexistir as formas de eletrólito (cátion e ânion) e a forma eletricamente neutra Porém, uma vai predominar em relação à outra A forma neutra (forma protonada) é a mais lipossolúvel (pois não tem carga) ▪ A forma com cargas (forma desprotonada) é a mais hidrossolúvel (pois cargas atraem moléculas de água) ▪ - Conhecendo o pH e o PKA do ácido, é possível saber qual das formas vai existir mais Ácido fraco em pH ácido: a reação desloca para formar o HA, pois como o meio está ácido, tem muito H+. Nesse caso, a tendência é formar a forma protonada, a qual, por ser lipossolúvel, entra na célula por difusão lipídica ▪ Ácido fraco em pH básico: a reação desloca para formar a forma desprotonada, a qual será pouco absorvida (por difusão lipídica) em uma membrana que não tenha um mecanismo específico de transporte ▪ - Com isso, temos o mecanismo de partição de pH Se eu administrar um medicamento ácido em um compartimento ácido, ele vai ser bem absorvido (por difusão lipídica) ▪ Aplicações clínicas do mecanismo de partição de pH: prever a extensão do grau de excreção e absorção de um fármaco; tratar casos selecionados de intoxicações ▪ - Importância do pH e do pKa Os fármacos em solução podem se comportar como ácidos ou bases fracas. Segundo Bronsted, ácidos são doadores de prótons e as bases receptoras, então: ▪ - Para qualquer eletrólito fraco, a fração ionizada é hidrossolúvel e a não ionizada é lipossolúvel. A primeira é responsável pela difusão em plasma, líquido intersticial, citoplasma; e a segunda pela difusão em gorduras e membranas ▪ Ex: Aspirina (ácido fraco) -> ionização maior em pH alcalino, ou seja, é pior absorvida em meio alcalino. Antidepressivos tricíclicos (base fraca) -> ionização maior em pH ácido, ou seja, é pior absorvida em pH ácido ▪ PKA: é o pH em que eu vou ter 50% da forma protonada e 50% da forma desprotonada. ▪ O que define se vai ter mais a forma protonada ou a desprotonada é o pH do meio e o PKA, porém, ácidos fracos possuem o PKA parecido, então o que mais interfere é o pH do meio ▪ O PKB também pouco influencia▪ Intoxicação por ácido acetil-salicílico (excreção de grau 0, ou seja, depois que saturar, a eliminação ocorre em velocidade constante) A principal via de eliminação dos fármacos é a renal ou pelas fezes (via hepato-biliar). Porém, só se consegue aplicar o mecanismo de partição do pH para acelerar a excreção renal, a hepato-biliar não tem como ▪ Quando o ácido chega nos túbulos proximais, coexistem as 2 formas do ácido, a protonada e a desprotonada, porém, dependendo do pH urinário, uma vai estar mais presente do que a outra ▪ Para eliminar o ácido mais facilmente, deve-se alcalinizar a urina, pois assim, a forma desprotonada vai ser a mais presente ▪ A forma desprotonada não consegue ser reabsorvida pelo epitélio tubular, dessa forma, há a eliminação desse fármaco ▪ Se não se alcalinizar a urina, a forma protonada prevalecerá, e então, vai ser reabsorvida nos túbulos distais, chegando ao sangue, aonde será distribuída por todo o corpo e continuará causando toxicidade ▪ - Base fraca É uma substância eletricamente neutra que pode se associar de forma reversível com um próton, formando um cátion ▪ As bases são aceptoras de prótons▪ BH+ <--> B + H+▪ pH ácido: predomina a forma protonada (BH+), que é hidrossolúvel▪ pH básico: predomina a forma desprotonada (B), que é lipossolúvel▪ Logo, a base fraca é melhor absorvida em meios básicos▪ - As formas ionizadas (apresentam carga) são importantes para que os compartimentos aquosos possam ser permeados, já as formas não ionizadas (eletricamente neutras), atravessam prontamente as membranas (por difusão lipídica) e dessa forma são facilmente absorvidas - Equação de Henderson-Hasselbalch Nos permite calcular as proporções (quantas partes do ácido/base fraco(a) são da forma protonada e quantas são da forma desprotonada) ▪ - Aqui no caso é PKB▫ Inicialmente, forma-se um complexo binário entre o citocromo P450 e o fármaco substrato. Esse complexo recebe um elétron do NADPH-citocromo P-450 redutase, o qual vai reduzir o ferro do citocromo P450 • Quando o ferro está reduzido, ele passa a aceitar O2, que é o que acontece• Depois disso, um segundo elétron é transferido pelo NADPH-citocromo P-450 redutase, o qual irá ativar o oxigênio molecular (O2) O segundo elétron pode ser transferido pelo citocromo b5 ou pela NADPH- citocromo P-450 redutase - • Insere-se um próton, o que faz com que se forme um complexo peróxido, o qual é hidrolisado diante o recebimento de um segundo próton • Após a hidrólise (há liberação de água), forma-se o complexo oxenoferro• Um dos oxigênios no complexo oxenoferro é transferido para o fármaco, formando uma hidroxila • O fármaco é então, liberado e o citocromo P450 se liga a outra molécula do fármaco • Efeito final: aparecimento de água e um oxigênio no fármaco (metabólito de fase I) • Citocromo P450 (CYP) Existem várias isoformas do citocromo P450 em uma única célula Isoformas: pequenas diferenças entre as moléculas (seja em relação à sequência de aminoácidos, à variação do peso molecular, à especificidade da enzima pelo substrato...) ▪ - Algumas isoformas P450 extra-hepáticas participam da síntese de esteroides (supra-renal), prostaciclinas (PGI2), tromboxanos e EDHF - Atualmente existem 74 famílias de CYP, destas as isoformas CYP1A2, CYP2A6, CYP2C9, CYP2D6, CYP2E1 e CYP3A4 são as mais importantes na biotransformação de fármacos no fígado humano As famílias mais importantes pro fígado humano são as famílias 1,2 e 3, as quais são divididas em subfamílias ▪ 5 = gene responsável pela síntese dessa isoforma▪ - • O citocromo P450 é abreviado como CYP3A5- A CYP3A4 é importante porque ela é responsável pelo metabolismo oxidativo de praticamente 50% dos fármacos usados em clínica - CYP2D6: metabolismo oxidativo de fármacos antidepressivos- CYP2E1: metabolismo do etanol- As CYPs são importantes para catalisar reações oxidativas de fármacos (metabolismo oxidativo de fármacos), para fazer o metabolismo oxidativo de substâncias endógenas lipossolúveis e também são importantes na síntese de substâncias endógenas - Nem todas as reações de oxidação de fármacos são catalisadas pelo citocromo P450 Álcool desidrogenase plasmática (oxida o etanol) O etanol é substrato da álcool desidrogenase e da CYP2E1▪ - Monoamino Oxidase (MAO) (oxida aminas ativas (noradrenalina,tiramina, 5-HT)) - Xantina oxidase (oxida a 6-mercaptopurina)- • Página 5 de P3 Um ácido fraco será melhor absorvido no estômago (pH ácido), por estar menos dissociado e teria dificuldade de ser absorvido no intestino (pH básico), devido ao alto grau de ionização, certo ou errado? Em relação a todos os demais compartimentos, isso é verdade, mas em relação ao TGI, é errado ▪ No TGI, a absorção é maior no intestino por causa de fatores anatomo-fisiológicos que se sobrepõem à influência do pH sobre a ionização de um ácido fraco. O intestino possui maior fluxo sanguíneo (mais perfundido) e tem uma mucosa específica para absorção. O estômago possui uma camada de muco sobre as células do epitélio gástrico, o que dificulta a absorção ▪ Você pode se questionar se a absorção só não ocorre no intestino. Mas isso é verdade apenas para os fármacos administrados por via oral. Ainda existem fármacos administrados por vias intramusculares, subcutâneas, intradérmicas... A única via que pula essa etapa de absorção é a intravenosa. Mas as demais vias precisam da etapa de absorção, e todas seguem a regra mostrada, exceto o TGI ▪ - Fatores que influenciam o processo de absorção Fatores ligados ao organismo Vascularização do local Quanto maior o fluxo sanguíneo, maior a absorção▪ - Superfície de absorção Quanto maior a superfície de absorção, maior a absorção▪ - Tempo de contato com a superfície absortiva Quanto maior o tempo de contato, maior a absorção▪ - Esvaziamento gástrico (apenas via oral) Quando o esvaziamento gástrico é lento, o fármaco demora mais tempo para chegar ao intestino, que é onde ocorre a maior parte da absorção, então, quanto mais lento o esvaziamento gástrico, mais lenta é a absorção ▪ - Trânsito intestinal (apenas via oral) Quanto mais rápido for o trânsito intestinal, menor será o tempo de contato com a superfície absortiva, logo, menor será a absorção ▪ - pH- • → Fatores ligados ao medicamento Lipossolubilidade Se o fármaco for lipossolúvel, ele será melhor absorvido▪ - Peso molecular Se o fármaco tiver baixo peso molecular, ele será melhor absorvido▪ - Grau de ionização/pH Ser ácido ou base fraca ▪ Questão do TGI ser diferente▪ - Concentração Quando for difusão lipídica, quanto maior for o gradiente de concentração, maior a taxa de absorção ▪ Se for por transporte mediado por proteína transportadora, há a saturação em um momento ▪ - Velocidade de desintegração - Tempo de dissolução do princípio ativo- Condições de armazenamento e estabilidade- Forma farmacêutica Líquidos produzem efeito mais rápido do que sólidos, porque o comprimido, inicialmente, precisa ser desintegrado para formar partículas menores. Após a desintegração, ainda é preciso ter a dissolução (dissolver), para posteriormente acontecer a absorção do fármaco ▪ - • Inicialmente, recebem o fármaco os locais onde chega-se maior quantidade de sangue (são mais perfundidos) → Geralmente os metabólitos de fase I são mais tóxicos e reativos do que o fármaco original (por causa dos átomos reativos, os quais tem natureza eletrofílica e por isso reagem com moléculas nucleofílicas, como as proteínas), mas como mencionado, eles podem manter sua função ou se tornarem inativos, também • Reações de fase II (reações de conjugação ou sintética) Conjugações• Geralmente é conjugado o glicuronídio (é o principal) ou outro substituto (sulfato, acetato...) com os átomos reativos (S, O ou N), formando conjugados geralmente inativos • A reação de fase II só ocorre diante a presença do grupo funcional na molécula (os quais já podem estar presentes no fármaco ou serem adquiridos/expostos a partir da fase I) • Tipos Conjugação com glicuronídio é a reação de fase II mais importante quantitativamente - Formação de sulfatos- Acetilação- Conjugação com glicina e glutamina (aminoácidos)- Conjugação com glutationa- • Esses substituintes vêm principalmente da dieta e são transferidos para os átomos reativos por meio de enzimas chamadas transferases (que são específicas, como por exemplo, a glicuronosil-transferase) • → Esse acima é um exemplo em que o fármaco já possui o grupo funcional, então se inicia pela fase II (reação de acetilação catalisada pela acetil transferase). Porém, após a fase I, o metabólito se tornou muito tóxico (a hidrazina é tóxica, ela pode causar hepatotoxicidade), então, houve novamente uma reação de fase II (acetilação), formando a acetil-hidrazina. Logo, as reações de biotransformação não são sequenciais • Passa por uma reação de fase II se não for o polar o suficiente (mas metabólitos de fase I podem ser excretados) • Página 6 de P3 Inicialmente, recebem o fármaco os locais onde chega-se maior quantidade de sangue (são mais perfundidos) SNC, fígado, rins, intestino No fígado o fármaco é metabolizado e vira metabólito para ser excretado, então eu perco parte do fármaco - Nos rins, o fármaco é excretado- • Os menos irrigados são o tecido ósseo, músculo esquelético e o tecido adiposo• Quando eu administro um fármaco, é preciso que se preveja essas perdas por excreção para que se garanta que no órgão-alvo chegue uma dose suficiente para causar o efeito • → Definição Saída do fármaco da circulação sistêmica (compartimento vascular) para os demais compartimentos corporais • Central -> periféricos (SNC está incluso nos periféricos)• → Fase de distribuição rápida O fármaco vai principalmente para tecidos mais perfundidos (os órgãos recebem o fármaco rapidamente) • Fígado, rins, pulmões, cérebro• Evidencia-se uma queda rápida na concentração plasmática do fármaco• → Fase de distribuição lenta O fármaco vai para os tecidos menos perfundidos (os órgãos recebem o fármaco mais lentamente) • Músculo esquelético, pele, gordura• Evidencia-se uma queda mais lenta na concentração plasmática• → Estado de equilíbrio dinâmico Ocorre quando se tem uma administração crônica dos fármacos• É quando há um equilíbrio entre a concentração do fármaco no sangue (concentração plasmática) e a concentração do fármaco nos compartimentos periféricos • Esse estado demanda tempo para ser alcançado• Não ocorre quando há administração aguda• → Dessa forma, o fármaco chega no sangue porque foi absorvido ou porque foi administrado por via endovenosa → No compartimento vascular, o fármaco vai existir em duas formas Fármaco associado a proteínas plasmáticas A principal proteína é a albumina A albumina é uma macromolécula, então, quando o fármaco está associado a ela, ele não consegue sair do compartimento vascular. Apenas o fármaco livre consegue ser distribuído ▪ - • Fármaco livre • → Fatores que influenciam o processo farmacocinético de distribuição Propriedades físico-químicas do fármaco• → Quando se administra paracetamol (AC = Acetaminofeno), 95% da dose é prontamente conjugada com o glicuronídio ou com o sulfato. Apenas 5% é submetido a uma reação oxidativa catalisada pelo citocromo P450 • Logo, é formado um composto eletrofílico reativo Se for conjugado com a glutationa, ele será excretado sem causar toxicidade - Se eu administro doses do paracetamol acima das doses terapêuticas recomendadas, vai ter menos paracetamol passando prontamente por uma fase II, como por exemplo 75%. Isso ocorre porque a quantidade de glicuronidio e sulfato é limitada, e uma hora ela acaba, até porque eles não são utilizados apenas para conjugar fármacos (também conjugam substâncias endógenas) Nesse caso, uma maior quantidade vai passar pela fase I, o que pode fazer com que a glutationa se esgote também ▪ Então, o composto reativo reage com as proteínas hepáticas, causando hepatotoxicidade e morte celular ▪ - • Indução enzimática É quando um fármaco induz a síntese de uma enzima, como por exemplo CYP2B1: fenobarbital (é indutor e substrato) "Tolerância ao fenobarbital", ele induz o seu próprio metabolismo▪ Mesmo aumentando a dose eu não consigo ter uma quantidade terapêutica, eu não consigoter o efeito ▪ - • → CYP2E1: etanol- CYP1A2: hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, benzo-a-pireno, omeprazol - CYP34: glicocorticoides, anticonvulsivantes e alguns esteroides- CYP3A4: dexametasona, rifampicina, carbamazepina (é indutor e substrato), erva de São João - Quanto mais dexametasona, mais CYP3A4 será produzida, logo, haverá mais excreção do fármaco que é substrato da CYP3A4, o que diminui a concentração plasmática do fármaco Nesse caso, a excreção não necessariamente precisa da conjugação (a qual ocorre por compostos que possuem quantidade limitada) - • Pessoas que fumam estão muito expostas aos hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (presentes na fumaça), então essas pessoas serão menos responsivas a medicamentos que são substratos da CYP1A2 • Consequências clínicas da indução enzimática Aumenta a velocidade de biotransformação hepática dos fármacos- Aumenta a velocidade de produção de metabólitos (podendo gerar toxicidade) - Aumenta a velocidade de excreção de metabólitos - Diminui a concentração plasmática do fármaco, podendo até chegar em uma concentração subterapêutica - Diminui o efeito farmacológico- • Deve-se evitar o tratamento de um paciente com um fármaco que é indutor de uma enzima juntamente com o fármaco que é substrato dessa enzima • Inibição enzimática É o oposto da indução, ou seja, um fármaco inibe a produção da enzima CYP3A4: cimetidina, cetoconazol, itraconazol, indinavir, ritonavir, suco de toranja - CYP2B1: cloranfenicol- • Consequências da inibição enzimática Diminui a velocidade de biotransformação hepática dos fármacos- Diminui a velocidade de produção de metabólitos- Aumenta a concentração plasmática do fármaco- Aumenta o efeito farmacológico, gerando possível toxicidade - • → Dessa forma, é importante saber que a CYP envolvida no metabolismo de determinado fármaco pode ter a sua atividade modificada. O metabolismo alterado do fármaco compromete o sucesso do tratamento farmacológico → Fatores que modificam a biotransformação dos fármacos Fatores não genéticos Idade A idade influencia nas reações de biotransformação porque elas estão relacionadas com a função hepática ▪ Fetos e RNs: possuem produção enzimática diminuída (imaturidade anabólica) ▪ Idosos: possuem produção enzimática diminuída (falência do metabolismo) ▪ Em ambos os extremos, há uma redução da produção de enzimas. Nos idosos também há uma diminuição do fluxo sanguíneo hepático ▪ A partir dos 25 anos o fluxo sanguíneo hepático diminui a cada ano 0.5-1.5% ▪ Nesses extremos, a dose não pode ser a mesma de um adulto, por ▪ - • → Página 7 de P3 Apenas o fármaco livre consegue ser distribuído Fármaco livre • Fatores que influenciam o processo farmacocinético de distribuição Propriedades físico-químicas do fármaco Baixo peso molecular- Lipossolubilidade - As mesmas propriedades que favorecem a absorção favorecem a distribuição - • Débito cardíaco O débito cardíaco determina o fluxo sanguíneo; se o débito cardíaco for baixo, o fluxo sanguíneo fica reduzido (essa redução no fluxo sanguíneo ocorre tanto para os órgãos mais perfundidos quanto para os menos perfundidos) - • Fluxo sanguíneo regional (determinado pelo débito cardíaco) • Volume tecidual• Volume de distribuição Influenciado pelo volume que um tecido representa no nosso organismo Como por exemplo, o tecido ósseo e o adiposo representam grandes volumes teciduais ▪ - • Permeabilidade capilar Os capilares do nosso corpo possuem estruturas diferentes- No endotélio capilar de capilares não cerebrais, entre as células endoteliais, há um espaço pelo qual o fármaco pode atravessar e então ir para os tecidos Ou seja, nesses capilares, pode haver a migração paracelular ou transcelular ▪ - • → Porém, no capilar cerebral, as células endoteliais estão justapostas por zonas de oclusão, então o fármaco só consegue ir para o tecido por meio de difusão lipídica ou difusão mediada por transportador Passagem apenas por vias transcelular (no caso, apenas fármacos lipossolúveis ou que possam ser transportados por proteínas transportadoras) ▪ Barreira hematoencefálica▪ Barreira placentária (protegendo o feto dos fármacos que a mãe usa) ▪ - Essas barreiras não são impermeáveis, mas ajudam a conter os fármacos- Ligação do fármaco às proteínas plasmáticas O fármaco só se distribui de forma livre, que é quando ele se dissocia- • Ligação do fármaco às proteínas teciduais Depende da afinidade do fármaco pelos componentes teciduais (os quais podem ser de natureza proteica ou lipídica) - • Fármacos ligados a proteínas A albumina é capaz de se associar a 2 moléculas do fármaco (a albumina é a proteína mais importante, mas não é a única) • Taxa ou grau de ligação à proteína plasmática No caso do AAS, por exemplo, é de 95%, o que significa que 95% da dose que atingiu a circulação sistêmica está associada a proteínas plasmáticas e 5% está livre (forma ativa) O 5% é a concentração plasmática terapêutica▪ - • O fármaco livre começa a ir para outros compartimentos (distribuição), então, a concentração plasmática do fármaco livre começa a diminuir • Notando isso, a parte do fármaco que estava associada a proteínas começa a se dissociar, se tornando formas livres e ativas A ligação entre a proteína e o fármaco é reversível e inespecífica A albumina se liga a fármacos do tipo ácido fraco, mas também se liga a bases fracas (porém, com menor afinidade), mostrando assim, que é uma ligação inespecífica ▪ Os fármacos do tipo bases fracas geralmente são transportados pela alfa1-glicoproteína-ácida ou pela beta-globulina ▪ - A ligação dos fármacos nas proteínas é como se fosse uma reserva, a qual é utilizada quando a concentração plasmática livre começa a diminuir - • → Em ambos os extremos, há uma redução da produção de enzimas. Nos idosos também há uma diminuição do fluxo sanguíneo hepático ▪ A partir dos 25 anos o fluxo sanguíneo hepático diminui a cada ano 0.5-1.5% ▪ Nesses extremos, a dose não pode ser a mesma de um adulto, por exemplo. Deve ocorrer um ajuste ▪ Estado nutricional A desnutrição leva à deficiência de enzimas, resultando na diminuição da biotransformação ▪ Diminui a disponibilidade de substituintes para as reações de Fase II (glicuronídio... Glutationa...) ▪ Desnutrição = menos albumina sendo produzida▪ - Condição clínica Doenças hepáticas: hepatite, cirrose hepática e estenose hepática. Há diminuição da biotransformação, porque diminui a síntese enzimática ▪ Doenças cardiovasculares: há diminuição do fluxo sanguíneo hepático, com consequente diminuição da concentração de fármacos no fígado para ser biotransformado. Menos fluxo sanguíneo = menos fármaco que chega ao fígado para ser metabolizado ▪ - Gênero Não interfere muito para os humanos▪ - Indutores e inibidores enzimáticos- Fatores genéticos Polimorfismos genéticos: defeito genético em alguma enzima importante para reações de biotransformação Succinilcolina (pseudocolinesterase). É o curare, porém ele não possuem biodisponibilidade por via oral, apenas endovenosa, por isso todo relaxante muscular precisa ser administrado por via endovenosa. ▫ Não possui biodisponibilidade porque são inativados no estômago ou possui o nitrogênio quaternário (são hidrossolúveis). ▫ Os polimorfismos estão relacionados à pseucolinesterase, que é a enzima que hidrolisa a succinilcolina no plasma. Pacientes com esse polimorfismo passam mais tempo sob o efeito do medicamento, levando mais tempo para voltar ao tônus muscular normal. ▫ O defeito não está na quantidade da enzima, e sim ao fato de que esses pacientes não conseguem catabolisar a reação na mesma velocidade ▫ ▪ Isoniazida (acetilada) - acetiladores lentos Pessoas que são metabolizadores lentos da isoniazida e que apresentam hepatotoxicidade possuem o fenótipo de acetiladores lentos, o qual está relacionado a um polimorfismo na acetil transferase ▫ Acetiladores lentos possuemmenos dessa enzima▫ ▪ CYP2D6: comprometimento das oxidações Pode se ter uma expressão deficiente da CYP2D6 (menos enzimas)), então metabolizam os antidepressivos de forma mais lenta ▫ Pode se ter metabolismo ultra-rápido (devido à duplicação gênica). Logo, metabolizam rápido o fármaco (porque sintetizam muita CYP2D6), então precisam de uma dose mais elevada ▫ ▪ CYP2C19: hidroxilação aromática estereoseletiva Nesse caso, só hidroxila o estereoisômero S (S-Mefenitoína))▫ Muitos medicamentos são vendidos na forma de mistura racêmica (tem vários estereoisômeros/enantiômeros). ▫ A metilfenitoína é vendida dessa forma, então tem o estereoisômero S e o D. ▫ O estereoisômero D é desmetilado e forma o nirvanol, o qual pode promover ataxia e sedação. ▫ No caso do polimorfismo na CYP2C19, ambos os estereoisômeros serão desmetilados, formando muito nirvanol ▫ ▪ CYP2C9 Existem duas variantes desta enzima. ▫ Uma variante que não interage com a redutase (não catalisa a reação de oxidação, pois não se recebe os elétrons transportados pela redutase no ciclo das monoxigenases) e a outra variante que tem pouca afinidade pelo substrato. ▫ Porém, em ambos os casos, há o fenótipo de metabolizador lento ▫ ▪ Ter um defeito em uma enzima não excluir ter em outras▪ - • A depender das características do fármaco, ele pode ser liberado pela excreção ou sofre biotransformação inicialmente Depende das características da solubilidade e da capacidade do organismo de biotransformação • → Página 8 de P3 Os fármacos do tipo bases fracas geralmente são transportados pela alfa1-glicoproteína-ácida ou pela beta-globulina ▪ A ligação dos fármacos nas proteínas é como se fosse uma reserva, a qual é utilizada quando a concentração plasmática livre começa a diminuir - Todo o fármaco que chega na circulação sanguínea pode se ligar à proteína plasmática, não somente a parte que chegou inalterada (a parte biodisponível) • O que determina a ligação de um fármaco à proteína plasmática Concentração do fármaco- Quantidade de proteínas plasmáticas- Afinidade do fármaco à proteína plasmática- • Pode ocorrer competição entre fármacos pelos sítios de ligação na proteína plasmática O fármaco com maior afinidade é quem ganha a competição e se associa à proteína, fazendo com que o outro fármaco se ligue menos, o que aumenta a concentração plasmática livre deste Caso os fármacos tenham a mesma afinidade, ganha o que estiver em maior quantidade ▪ - A taxa de ligação do fármaco com menor afinidade abaixa (fármaco deslocado) Por exemplo, digamos que o fármaco originalmente tem uma taxa de ligação à proteína de 95%. Quando ocorre essa competição, como no exemplo ele é o fármaco de menor afinidade, essa taxa cai para, por exemplo, 85% ▪ Essa mudança na taxa pode fazer com que a concentração plasmática passe de terapêutica para tóxica (vai de 5% para 15%) ▪ Se for o caso de um diabético que tomou um remédio + um hipoglicemiante, um quadro de hipoglicemia severa pode ocorrer ▪ Essa questão da competição é extremamente importante para fármacos com índice terapêutico estreito (ou seja, a dose terapêutica é bem próxima da tóxica). Nesses medicamentos, a competição entre fármacos pode vir a fazer muito mal (ex: varfarina, barbitúricos) ▪ Para compensar o aumento na concentração plasmática livre, muito desse fármaco é filtrado pelos rins ▪ - A taxa de ligação do fármaco com maior afinidade é mantida (fármaco deslocador) - • Os fármacos que se associam mais a proteínas podem ter uma duração de ação maior, mas os principais determinantes do tempo de duração de um fármaco são os processos envolvidos na sua eliminação Como por exemplo, fármacos hidrossolúveis são prontamente excretados na urina; mas os fármacos lipossolúveis precisam ser biotransformados antes de serem excretados - Mas no caso de fármacos que são excretados de forma inalterada, durará mais o que se liga mais à proteínas - • Casos em que há alto nível de proteínas plasmáticas Fração do fármaco livre diminui com distúrbios que causam resposta de fase aguda (na fase aguda, atrai-se proteínas de fase aguda (a albumina é uma delas)) Ex: artrite reumatoide, infarto do miocárdio e doença de Crohn▪ Nesses casos, há um aumento da quantidade de alfa1-glicoproteína ácida (marcador), então, é preciso aumentar a dose do medicamento ▪ - • Casos em que há baixo nível de proteínas plasmáticas Fração do fármaco livre aumenta com: Hipoalbuminemia (doença hepática grave, síndrome nefrótica, desnutrição grave e uremia) - nesses casos, é preciso que se diminua a dose do medicamento, pois pode haver uma toxicidade ▪ Velhice (menos capacidade de ligação, menos albumina no sangue)▪ Gestação (hemodiluição)▪ - • Volume de distribuição (distribuição do fármaco nos compartimentos aquosos corporais) A água total no organismo varia de 50% a 70% do peso corporal• Volume extracelular: linfa + volume intersticial + plasma• Volume intracelular (maior do que o extracelular): é o líquido dentro das células Não são os únicos compartimentos, existe também o transcelular (+- 2% da água do corpo): líquido cefalorraquidiano, intraocular, peritoneal, pleural, - • → A depender das características do fármaco, ele pode ser liberado pela excreção ou sofre biotransformação inicialmente Depende das características da solubilidade e da capacidade do organismo de biotransformação • → Excreção renal Principal via para a remoção da maioria dos fármacos, especialmente os solúveis em água • Três processos são responsáveis pela excreção renal Filtração glomerular- Secreção tubular ativa- Reabsorção tubular passiva- Os rins são bem perfundidos, chegam a receber quase 650ml por segundo. A arteríola aferente forma os capilares glomerulares, porém apenas 20% desse fluxo sofre filtração glomerular, o resto sai pela arteríola eferente, a qual forma os capilares peritubulares - Os fármacos que conseguem ser filtrados possuem baixo peso molecular e não estão associados a proteínas plasmáticas, porém a maioria dos fármaco acaba indo para o capilar peritubular, porque não conseguem ser filtrados - Dessa forma, tem-se a secreção tubular ativa. Durante esse processo, há a secreção do fármaco do interior do capilar peritubular para o túbulo contorcido proximal por meio de proteínas transportadoras (carreadores) Primeiro serão secretados os fármacos livres, quando a concentração deles dentro do capilar diminuir, os fármacos ligados à proteína se soltam e ficam livres, podendo ser secretados também ▪ Há um sistema que secreta ácidos fracos e um que secreta bases fracas, sendo assim, dois sistemas distintos ▪ Durante a secreção tubular ativa, a quantidade de fármaco no capilar chega a 0 ▪ A associação dos fármacos a proteínas não limita totalmente a secreção tubular ativa, pois a quantidade de fármaco livre pode chegar a 0, fazendo com que os fármacos ligados à proteína se soltem. Porém, a associação de fármacos a proteínas atrapalha a filtração glomerular, porque esse processo não altera a concentração plasmática do fármaco já que se filtra água e fármacos (ou seja, na filtração glomerular, o fármaco não se solta das proteínas, porque a concentração plasmática do fármaco não é alterada durante esse processo) ▪ - • Os fármacos excretados serão os polares (hidrossolúveis e ionizados), então, fármacos lipossolúveis e não ionizados são reabsorvidos nos túbulos contorcidos distais - Pacientes idosos ou com insuficiência renal: as substâncias não serão excretadas facilmente, podendo levar à toxicidade - A penicilina é facilmente excretada na urina de forma inalterada, então o tempo de ação na penicilina (ácido fraco) no corpo é bem curto. Então, para aumentar a duração da penicilina no nosso corpo, ela é associada a um ácido fraco. Isso faz com que ocorra uma competição entre os carreadores na secreção tubular ativa, mas o outro medicamento tem maior afinidade pelo carreador,fazendo com que ele seja secretado ao invés da penicilina. Essa interação medicamentosa pode ser tanto boa quanto ruim - → Excreção hepato-biliar (fezes) É a segunda principal via, pois a principal mesmo é a renal• Quando o fármaco é absorvido no intestino, uma fração da dose, via circulação porta, vai o fígado antes de chegar na circulação sistêmica (metabolismo hepático de primeira passagem) • → Depois de passar pelo fígado, o fármaco vai chegar na circulação sistêmica. No metabolismo hepático de primeira passagem, uma parte dos fármacos já é metabolizada - A parte que não foi metabolizada vai para a circulação sistêmica- • Página 9 de P3 corporais) A água total no organismo varia de 50% a 70% do peso corporal• Volume extracelular: linfa + volume intersticial + plasma• Volume intracelular (maior do que o extracelular): é o líquido dentro das células Não são os únicos compartimentos, existe também o transcelular (+- 2% da água do corpo): líquido cefalorraquidiano, intraocular, peritoneal, pleural, sinovial e as secreções digestivas. FETO - • Volume de distribuição: espaço que o fármaco ocupa no nosso organismo• Macromoléculas Ficam apenas no compartimento vascular, porque são muito grandes para atravessarem o endotélio, então, apresentam um volume de distribuição de 6% - Ex: heparina- • Moléculas de baixo peso molecular e hidrofílicas Inicialmente estão no compartimento vascular, mas por serem de baixo peso molecular, atravessam o endotélio capilar (passam entre as células) e vão para o compartimento intersticial, então, representam o volume do fluido extracelular, que é aproximadamente 20% - Ex: vecurônio, gentamicina e cabernicilina- • Moléculas de baixo peso molecular e hidrofóbicas Inicialmente estão no compartimento vascular, então vão para o compartimento intersticial. Por serem hidrofóbicas, atravessam a membrana das células, indo para o compartimento intracelular, então representam o volume do fluido intracelular + extracelular, que é 60% - Ocupam todos os compartimentos- Ex: fenitoína e etanol- • Endocitose não é muito usada para permear um fármaco de um compartimento para outro • Quando um fármaco tem o volume de distribuição que é compatível com a quantidade total de água do organismo ou que é compatível a um dos compartimentos aquosos, isso se chama volume de distribuição real • Um volume de distribuição maior do que a quantidade de água que temos no nosso corpo é chamado volume de distribuição aparente Ocorre quando fármacos se depositam nos tecidos (por exemplo, o diazepam se deposita no tecido adiposo, pois é um fármaco bem lipossolúvel) Se eu uso o diazepam de forma crônica, criara-se uma reserva de diazepam no tecido adiposo ▪ Esse diazepam vai sair do tecido adiposo e vai voltar para a circulação quando ocorrer uma diminuição da quantidade de diazepam no sangue ▪ Ao chegar no sangue, ele é novamente distribuído, até ser distribuído de forma lenta para os tecidos adiposos, onde eles se acumularão de novo (ciclo que só será interrompido quando se cessar a administração de diazepam e todo o diazepam tiver sido eliminado do organismo) ▪ - O tecido adiposo funciona como se fosse a quantidade de líquido necessária (a qual eu não tenho) para conter a quantidade total do diazepam administrado na mesma concentração que existe no plasma (é o estado de equilíbrio dinâmico) - Sempre que o fármaco tiver afinidade por algum compartimento tecidual e ali se depositar, ele passa a ter um volume de distribuição aparente - • Quantidade total do fármaco administrado (dose) / concentração plasmática terapêutica A concentração plasmática terapêutica é definida nos estudos clínicos. Se avalia a faixa de concentração (existe uma concentração plasmática mínima e uma máxima, a concentração plasmática do fármaco, para ser terapêutica, deve estar nessa faixa) - • Depois de passar pelo fígado, o fármaco vai chegar na circulação sistêmica. No metabolismo hepático de primeira passagem, uma parte dos fármacos já é metabolizada - A parte que não foi metabolizada vai para a circulação sistêmica- • Ao chegar na circulação sistêmica, há a distribuição para os órgãos, principalmente os bem perfundidos (que é o caso do fígado) • Então, o fígado recebe fármacos via circulação porta e via circulação sistêmica • O fígado é o principal órgão metabolizador, dessa forma, ele possui enzimas. Porém, essas enzimas podem se saturar. Caso chegue muito fármaco, há uma metabolização/biotransformação em velocidade constante • Os produtos do metabolismo hepático (não apenas de fármacos) são armazenados na vesícula biliar, com posterior liberação para o lúmen intestinal • Na vesícula biliar são encontrados: metabólitos de fase I, de fase II e fármacos não alterados (porque não conseguiram ser biotransformados) • Quando a bile é excretada no intestino, os fármacos hidrossolúveis são prontamente excretados. Os fármacos lipossolúveis são reabsorvidos • Todavia, no intestino se tem a glicuronidase, uma enzima que hidrolisa a conjugação com o glicuronídio. Quando se tem um fármaco conjugado com o glicuronídio, ele é quebrado, promovendo perda do glicuronídio. Dessa forma, o fármaco volta para a sua forma mais lipossolúvel, sendo assim, reabsorvido. • Esse processo se chama circulação entero-hepática, e fica acontecendo isso até o fármaco conseguir ser excretado Consequências Aumenta a duração de ação do fármaco no organismo▪ Consegue evitar ou aumentar em 20% a quantidade do fármaco no organismo ▪ - • Outras vias de excreção: pulmão, suor, saliva, lágrimas e leite materno A excreção por leite materno é importante porque pode se excretar fármaco em quantidades suficientes para promover um efeito no lactente. Então, é preciso analisar o potencial do fármaco de ser excretado pelo leite e então produzir um efeito no lactente • Saliva: fenitoína• Suor: salicilatos• Ar: narcóticos• Leite materno: amiodarona, aspirina• A excreção por essas vias é bem menor em relação à renal e a hepato-biliar• → Implicações clínicas da excreção renal A taxa de excreção renal dos fármacos dependerá do: Seu volume de distribuição Quanto maior for o volume de distribuição de um fármaco, menos dele estará presente na circulação, logo, menos será excretado ▪ - Grau de associação às proteínas plasmáticas Interfere na filtração glomerular▪ - Taxa de filtração glomerular- pH do líquido tubular O pH do líquido tubular que determina o grau de ionização de fármacos que são ácidos ou bases fracas ▪ Se favorecer uma maior ionização, acontecerá uma maior excreção do fármaco ▪ Se favorecer a não ionização, acontecerá uma maior reabsorção do fármaco ▪ - Competição entre os fármacos pelos sistemas de transporte para ânions ou cátions orgânicos - Extensão da reabsorção tubular ativa A reabsorção tubular depende do pH do líquido tubular e da natureza do fármaco ▪ - • → Interações medicamentosas envolvendo a excreção renal Quando há a alteração do pH urinário (feita por um fármaco) Um fármaco torna a urina básica e isso aumenta a excreção de fármacos ácidos fracos e vice-versa - • Quando um fármaco interfere na secreção tubular ativa Competição entre dois fármacos ácidos ou dois fármacos básicos- Pode causar toxicidade ou prolongando o efeito terapêutico- • → Cinéticas de eliminação Eliminação de primeira ordem A maioria dos fármacos após atingirem doses terapeuticamente relevantes são eliminadas do organismo seguindo uma cinética de primeira ordem (a velocidade de eliminação é diretamente proporcional à concentração plasmática) - Significa que o fármaco não saturou nenhum processo envolvendo a sua eliminação ou foi eliminado sem precisar de processos passíveis de saturação - • Eliminação da capacidade limitada (etanol, fenitoína, aspirina) Excreção em taxa constante independentemente da concentração do fármaco - O uso de doses repetidas implica em um aumento da concentração plasmática, poiso organismo possui uma capacidade limitada de - • → Página 10 de P3 Vias de administração Quantidade total do fármaco administrado (dose) / concentração plasmática terapêutica A concentração plasmática terapêutica é definida nos estudos clínicos. Se avalia a faixa de concentração (existe uma concentração plasmática mínima e uma máxima, a concentração plasmática do fármaco, para ser terapêutica, deve estar nessa faixa) - • Meia-vida de eliminação de um fármaco Tempo necessário para que ocorra uma redução em 50% da concentração plasmática do fármaco • → Heparina: macromolécula administrada por via endovenosa Ocupa o volume do compartimento vascular- • Ibuprofeno Ocupa o volume do compartimento extracelular- • Diazepam até cloroquina Possuem volume de distribuição aparente- • Tetraciclina Possui afinidade com o cálcio, formando complexos tetraciclina+cálcio, que são bastante hidrossolúveis, dificultando a absorção - Se acumulam nos ossos e nos dentes (por isso esse fármaco não pode ser usado em crianças) - • Tiopental: induz a anestesia geral• Os demais fármacos possuem volume de distribuição aparente• Dose de ataque: quanto que eu preciso de fármaco para que se tenha rapidamente uma concentração plasmática terapêutica Cálculo: CP x Vd = dose de ataque É calculada quando eu preciso que o efeito ocorra de forma rápida. Não há tempo de fazer uma administração gradual para se atingir a concentração plasmática terapêutica - Geralmente após a dose de ataque, ocorrem doses de manutenção, para manter a concentração plasmática do fármaco na faixa terapêutica - • → Se eu tenho um paciente infectado por um fármaco que possui volume de distribuição aparente, apenas a hemodiálise não funciona, pois o fármaco está nos tecidos. A hemodiálise será afetiva quando o volume de distribuição for compatível com o volume que líquido do plasma Quanto maior o volume de distribuição, menor é a fração da dose no plasma, sendo portanto, menos eficiente a remoção de fármacos através de mecanismos extra-corpóreos • → Outra aplicabilidade, além da efetividade da hemodiálise e a dose de ataque, é ver a quantidade de uma substância ilícita que foi utilizada. Essa aplicabilidade é usada principalmente em aspectos forenses/médico-legais Quantidade no organismo = Vd x CP• → Eliminação da capacidade limitada (etanol, fenitoína, aspirina) Excreção em taxa constante independentemente da concentração do fármaco - O uso de doses repetidas implica em um aumento da concentração plasmática, pois o organismo possui uma capacidade limitada de eliminação, isso causa uma toxicidade pelo acúmulo do fármaco - É o caso de fármacos que precisam de biotransformação, por exemplo, pois depende de proteínas, então o processo ocorre numa velocidade constante - • Meia vida Determina o tempo necessário para que 50% da concentração plasmática do fármaco seja reduzida • É usada para tomar decisões quanto à dose de um fármaco Se a concentração plasmática cair, devido à meia vida, e essa redução acabar gerando uma concentração sem nível terapêutico - Por exemplo, no gráfico abaixo, se a concentração plasmática terapêutica for de 10 mg/L, quando der 2 horas depois da administração, a concentração plasmática vai cair para 5 mg/L, então precisa administrar novamente o fármaco Especialmente em usos crônicos▪ - • → Uma disfunção hepática pode alterar a meia-vida, como por exemplo, idosos são mais susceptíveis aos efeitos dos fármacos (porque há uma lentificação do metabolismo e uma redução do fluxo sanguíneo hepático) Se eu dou a mesma dose para um adulto e para um idoso, a meia vida do fármaco no idoso vai ser maior do que no adulto - • Altera-se em função da depuração e do volume de distribuição• Determina o tempo necessário para atingir o estado de equilíbrio dinâmico (que é mais ou menos 4 a 5 meias-vidas) O equilíbrio dinâmico leva tempo para acontecer, e esse tempo tem relação com a meia-vida do fármaco - • Página 11 de P3 É o método através do qual os fármacos são introduzidos no organismo→ Administração de fármacos é muito importante e pode ser uma missão perigosa→ Se utilizada corretamente, pode restaurar a saúde do paciente→ Se utilizada incorretamente, pode agravar a condição do paciente→ Os fundamentos da administração segura de fármacos compreende o conhecimento sobre: Vias de administração• Doses e cálculos• Técnicas de administração de injetáveis• Nove certos de administração• Estar familiarizado com os medicamentos prescritos frequentemente na sua prática • → Fármacos tem efeitos diferentes quando administrados por vias diferentes→ A questão do horário é baseado na meia vida• O registro no prontuário de tudo que acontece com o paciente é uma segurança para o paciente e para o médico • A via a ser utilizada depende de alguns fatores Rapidez com que se deseja a ação do fármaco Em urgências geralmente se usa a via endovenosa- • Natureza e quantidade do medicamento administrado Substâncias irritantes geralmente são usadas por via endovenosa ao invés de intradérmicas, subcutâneas ou intramusculares - • Possibilidade de se administrar substâncias que são degradadas no TGI ou sofrem extenso metabolismo hepático de primeira passagem, apresentando biodisponibilidade Insulina não pode ser administrada pela via oral porque é degradada, então não há biodisponibilidade. Então é administrada pela via subcutânea - • Condições do paciente Se o paciente está desmaiado, com diarreia, inconsciente, apresentando vômitos = evita a via oral - • → Variação do efeito de determinados fármacos de acordo com a via escolhida Curare V.O: não tem efeitos, pois é inativado pela pepsina no estômago (então não tem biodisponibilidade) - E.V: exerce efeito relaxante no músculo esquelético, causando a paralisia dos músculos respiratórios e do diafragma, causando a morte - • KCl V.O: não causa morte do paciente- E.V: causa morte do paciente- • MgSO4 V.O: efeito purgativo/laxante- E.V: efeito do curare- • Adrenalina V.O: sem efeito, inativada pela MAO no intestino- V.P: efeitos cardiovasculares V.P = via parenteral (é qualquer via que não seja oral, bucal, sublingual ou retal) ▪ - • → Divididas entre injetáveis e não injetáveis→ Vantagens em relação às vias orais Maior biodisponibilidade do fármaco administrado por via injetável• Dose administrada com maior precisão (sabe qual é a dose administrada com maior precisão) • Via apropriada à administração de uma dose de ataque antes de ser iniciado o tratamento de manutenção • Via de escolha para pacientes inconscientes, incapazes de colaborar ou de reter o fármaco por via oral • → Desvantagens em relação às vias orais Necessita de assepsia• As injeções podem ser dolorosas• Os pacientes não conseguem realizar a automedicação (com exceção da via subcutânea) • → Intradérmica (ID) Consista na administração de medicamentos entre a epiderme e o tecido subcutâneo, ou seja, na derme Região anterior do antebraço- Agulha de pequeno calibre (ângulo de 10° a 15°)- O volume a ser injetado é de 0,1 a 0,5 mL, devido a pequena distendibilidade da pele - • → Via de uso limitado, pouco usada Testes alérgicos- Prova de ppd (tuberculose)- Schick (difteria)- BCG (inserção inferior do músculo deltoide)- • Absorção lenta (a derme é um tecido pouco vascularizado)• Subcutânea (SC) É administrada no espaço subcutâneo abaixo da derme• Só se pode administrar fármacos que não são irritantes, porque pode causar irritações na pele, o que causa dor ao paciente • O volume a ser injetado é de 0,3 a 2 mL• A via subcutânea ocorre a partir da deposição do fármaco no tecido subcutâneo, o que gera um gradiente de concentração, fazendo a absorção do fármaco Absorção por difusão através do gradiente entre o depósito do fármaco e o plasma - É uma absorção lenta e constante para produzir um efeito prolongado- Porém, a absorção é mais rápida que na vida intradérmica, porque é uma regiãomais vascularizada - • Deve-se tomar cuidado para não furar um vaso acidentalmente• É uma via dolorosa• Usa-se Fármacos que não causem irritação tecidual- Vacina (anti-rábica e anti-sarampo)- Anticoagulantes (heparina de baixo peso molecular) A de alto peso é pela via endovenosa▪ - Hipoglicemiantes (insulina)- • → Locais de aplicação Ao redor da cicatriz umbilical (principal local, principalmente de hipoglicemiantes) - Parte anterior e lateral externa das coxas- Parte posterior dos braços e nádegas- • Página 12 de P3 Percebe-se que em todas as vias o fármaco passa por absorção, exceto na via intravenosa • Em pouquíssimas vezes se consegue administrar o fármaco diretamente no seu local de ação • O fármaco é administrado ao longo do TGI→ Oral Via mais utilizada• Ação local e sistêmica• Vantagens Facilidade na administração- Paciente pode se automedicar- Método mais comum, seguro, conveniente e econômico- Indolor, não necessita de aparelhagem ou pessoal especializado- Possibilidade de remover o medicamento em caso de superdosagem ou intoxicação Pode-se fazer uma lavagem gástrica ou associar a lavagem com carvão ativado (impede a absorção no TGI) ▪ - • Desvantagens Baixa biodisponibilidade após o uso da via oral, ela é reduzida pois passa por um metabolismo pré-sistêmico (há destruição de alguns fármacos pelas enzimas digestivas, suco gástrico, enzimas intestinais). Microrganismos no intestino também podem afetar - Sofre influência do esvaziamento gástrico e da motilidade intestinal- Absorção limitada de alguns fármacos em função de suas características- Interferência dos alimentos ou outros fármacos na absorção ou propulsão do fármaco (alguns fármacos podem ser absorvidos por proteínas transportadoras (as quais também transportam substâncias fisiológicas), então, pode ter uma competição, tanto entre uma substância fisiológica x fármaco, quanto entre 2 fármacos) Não se pode tomar tetraciclina com leite, porque o fármaco faz um complexo hidrossolúvel com o cálcio, então ao invés de ser absorvido, é excretado nas fezes ▪ - Sofre metabolismo hepático de 1° passagem- Irritação da mucosa gástrica, indução de vômitos- Não se sabe a quantidade que foi absorvida- Necessidade de colaboração do paciente- Pode ter efeitos adversos/dor- • → Sublingual Os comprimidos são colocados abaixo da língua para a dissolução e absorção (são absorvidos através da mucosa sublingual, a qual é bem vascularizada) • São comprimidos que devem ser dissolvidos na saliva, sem serem deglutidos Muitas vezes, se deglutidos, acabam nem tendo biodisponibilidade- • Cômoda/pouco utilizada/fármaco extremamente potente• Absorção rápida de pequenas doses e ação quase imediata no sistema circulatório • Usado para fármacos que são inativados pelo suco gástrico ou pelo fígado• Não passa pelo sistema porta (não passam pelo metabolismo hepático de primeira passagem), a drenagem venosa da boca dirige-se diretamente para a VCS Essa via é usada muitas vezes em pacientes que possuem situações envolvendo questões cardiovasculares - • O comprimido deve ser palatável (ter um sabor agradável)• O fármaco deve ser pequeno também• → Retal Efeitos locais ou sistêmicos• Para obtenção de efeitos locais ou sistêmicos, porém de uso esporádico• Cerca de 50% do fármaco absorvido passará pelo fígado• Absorção pode ser irregular e incompleta, além disso, alguns fármacos podem causar irritação • Fármacos sólidos: supositórios• Fármacos líquidos: enemas, lavagens Muito usados antes de exames e cirurgias envolvendo TGI- Enemas: muito utilizados em idosos, que tem facilidade em formar fecalomas - • Usado em pacientes com vômitos, com crises convulsivas (acesso venoso é quase impossível), inconscientes, cirurgiados no TGI, desidratação impedindo o uso da vida intravenosa ou que não sabem deglutir (crianças) • → Bucal → Em casos de uso prolongado de um medicamento, é preciso revezar o local de administração para evitar que ocorra a necrose/processo inflamatório do local devido à administração em um único local - Intramuscular (IM) Usa-se agulhas de maior calibre (1 a 3 polegadas) devido à viscosidade do material a ser injetado • A maioria dos fármacos administrados por essa via são suspensões• A taxa de absorção depende do fluxo sanguíneo no local da aplicação• O fluxo sanguíneo pode ser modulado Aumenta a absorção: vasodilatação causada por calor e massagens- Diminui a absorção: vasoconstrição causada por gelo e vasoconstritores- • → A desvantagem de se aplicar nas partes inferiores, principalmente no quadrante superior externo do glúteo maior é que pode lesar o nervo ciático - Desvantagens Acidente com lesão ou compressão de nervo pela solução (dor e parestesias ou até perda de movimento) ▪ Injeção acidental em vaso (intoxicação podendo ser letal, dependendo do fármaco) ▪ Lesões musculares por soluções irritantes▪ Substâncias mal absorvidas (abscessos, que podem evoluir para processos inflamatórios) ▪ Técnica asséptica rigorosa▪ Precisa de pessoal técnico especializado▪ Dolorosa e incômoda▪ - Intra-arterial (IA) O fármaco é injetado diretamente na artéria para localizar seus efeitos em um tecido ou órgão específico. Logo, os fármacos não sofrem metabolismo de 1° passagem, nem eliminação pulmonar • Usos Tratamento de tumores hepáticos- Cânceres de cabeça e pescoço- Agentes diagnósticos (em especial no fígado)- • Essa técnica requer muito cuidado e só deve ser realizada por especialistas• É pouco utilizada• → Intravenosa (IV) ou Endovenosa (EV) Usa-se mais a nomenclatura endovenosa• Esta via parenteral possibilita a administração de fármacos que não podem ser administrados por via oral, não é absorvido ou é inativado pelo TGI, pelo estado inconsciente do paciente ou pela sua falta de colaboração • Vantagens Via de urgência/emergência/casos graves devido à ação rápida do fármaco Não há um aumento gradual da concentração plasmática, o pico ocorre de forma imediata, porque o fármaco está indo diretamente para o sangue ▪ - A liberação do fármaco é controlada com precisão e rapidez Geralmente não se tem uma dose padrão, porém, a administração é controlada. Por exemplo, em casos de indução anestésica, vai se administrando o fármaco até chegar na anestesia. Quando se atinge o estágio III da anestesia, a administração é interrompida ▪ - • → Página 13 de P3 Bucal Se administra uma forma farmacêutica sólida na mucosa da bochecha• Não é muito usada• Quando se administra dessa forma, o paciente começa a salivar, o que pode fazer com que o paciente acabe engolindo o medicamento ao invés dele ser absorvido pela mucosa da bochecha • → A liberação do fármaco é controlada com precisão e rapidez Geralmente não se tem uma dose padrão, porém, a administração é controlada. Por exemplo, em casos de indução anestésica, vai se administrando o fármaco até chegar na anestesia. Quando se atinge o estágio III da anestesia, a administração é interrompida ▪ - Usado em induções da anestesia operatória- Biodisponibilidade 100%- Administração de grandes volumes de líquidos, eletrólitos e de soluções hipertônicas, mesmo certos tipos de substâncias irritantes - Não necessita de colaboração do paciente- Desvantagens Aparecimento rápido dos efeitos colaterais, alto risco (pois uma vez que o fármaco chega na concentração sanguínea, é difícil tirar ele de lá), devido às altas concentrações plasmáticas e teciduais - Sobrecarga cardíaca por infusão de grandes volumes de líquidos- Técnica rigorosa, necessitando de pessoal especializado- Via incômoda, dolorosa, de custo elevado- Pode produzir efeitos locais: flebite, infecção e tromboses- Inconveniente para o paciente- • Intratecal Injeção do fármaco no espaço subaracnóideo através de uma agulha de punção lombar, pois a barreira hematencefálica e o LCE impedem ou retardam a entrada do fármaco no SNC • Exemplo: anestésicos locais são injetados no espaço subaracnóideo (L2-3 ou L3-4) para anestesia
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