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Resumo - Tutelas de Urgência

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TUTELAS PROVISÓRIAS – CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL/2015
INTRODUÇÃO
Admitia-se a existência de três grandes espécies de
provimentos jurisdicionais: o de conhecimento,
destinado a dar ao julgador subsídios necessários
para que pudesse emitir o julgamento,
pronunciando a lei do caso concreto; o de
execução, voltado para a satisfação do direito do
credor, quando o devedor não cumpria
voluntariamente a obrigação consubstanciada em
título executivo; e o cautelar, sempre acessório,
destinado a proteger os outros dois tipos de
provimento ameaçados pela demora do processo. A
cada um deles correspondia um tipo de processo, e
ao cautelar era dedicado o Livro III – no
CPC/1973. Na antiga sistemática, somente havia
possibilidade de concessão de cautelares no bojo de
processo autônomo, preparatório ou incidental,
diferente do processo principal (de conhecimento
ou de execução), não cabendo possibilidade de
deferimento genérico de tutelas provisórias
satisfativas.
A Lei 8.952/94, modificando o Art. 273, CPC/73,
passou a admitir a possibilidade de deferimento de
tutelas antecipadas genéricas em quase todos os
tipos de processos e procedimentos. Assim, passou
a coexistir, em nosso ordenamento, dois tipos de
tutelas diferenciadas, a cautelar (conservativa) e a
antecipada (satisfativa), convívio esse nem sempre
tranquilo uma vez que havia muita confusão sobre
qual instituto aplicar e em que situação, o que
levou a decisões judiciais de improcedência do
pedido em razão de se confundir uma e outra tutela
de urgência.
A dificuldade foi mitigada a partir da Lei
10.444/2002, que deu nova redação ao Artigo 273,
§7º, CPC/73, instituindo a fungibilidade entre os
dois tipos de tutelas diferenciadas e possibilitando
ao julgador maiores condições de deferir a medida
que fosse mais adequada para contornar uma
situação de perigo ao direito da parte. No entanto,
com a fungibilidade entre as tutelas, o Juiz passou
a poder conceder medidas cautelares dentro do
processo principal, sem necessidade de processo
autônomo – assim, esse tipo de processo tornou-se
dispensável, daí que o legislador atual inovou, 
extinguindo o processo cautelar autônomo,
permanecendo a tutela cautelar como uma das
espécies de tutela provisória, mas não o processo
cautelar, mesmo nos casos em que ela é concedida
em caráter antecedente.
O CPC/2015 passou a tratar das tutelas,
antecipadas e cautelares, em conjunto, como
espécies do mesmo gênero, e incluiu no Gênero
Tutelas provisórias, a tutela de evidência. Tudo
isso no Livro V da parte geral do Novo Código de
Processo Civil.
TUTELA PROVISÓRIA
2.1- Conceito:
Segundo Alexandre de Freitas Câmara “são tutelas
jurisdicionais não definitivas, fundadas em
cognição sumária (isto é, em um exame menos
profundo da causa, capaz de levar à prolação de
decisões baseadas em juízo de probabilidade e não
de certeza), podendo fundar-se em tutela de
urgência e tutela da evidência.
2.2- Finalidade
Visa garantir e assegurar o provimento final
(efetividade) e permite uma melhor distribuição
do ônus da demora, possibilitando que o Juiz
conceda antes aquilo que só concederia ao final
do processo ou determine as medidas
necessárias para assegurar e garantir a eficácia
do provimento principal, nos casos de urgência
e evidência. 
2.3- Classificações
A tutela provisória pode ser classificada:
Quanto à natureza: pode ser antecipada ou cautelar
Quanto à fundamentação: pode ser de urgência ou
de evidência
Quanto ao momento de concessão: pode ser
antecedente ou incidental
Tutelas provisórias Antecipada e Cautelar
Apresentarei abaixo, dois exemplos de urgência,
mas a forma de afastar a situação de perigo ao
direito em cada um dos casos será, possivelmente,
diferente:
TUTELA PROVISÓRIA ANTECIPADA
Exemplo 1: pessoa portadora de doença grave que
necessita de internação com urgência para ser
submetida a uma cirurgia e não consiga autorização
do plano de saúde.
- autor postula que o réu seja condenado a arcar
com custos da cirurgia
- provimento condenatório provisório
- natureza satisfativa
TUTELA PROVISÓRIA CAUTELAR 
Exemplo 2: credor ajuíza ação de cobrança em face
do devedor. Antes da sentença não pode executar.
Devedor pode dilapidar o patrimônio.
- autor não necessita que o Juiz antecipe a
obrigação (pagamento)
- providência é acautelatória, de preservação do
patrimônio do devedor
- não existe satisfação por que não pode executar
- natureza cautelar
Então, ainda que se tenha atenuado as razões que
obrigavam ao estabelecimento de limites muito
estritos entre os dois tipos de tutela provisória, a
diferença entre elas persiste, sendo a
satisfatividade o critério mais útil para distingui-
las, uma vez que somente a tutela antecipada
possui natureza satisfativa, permitindo ao Juiz que
já defira os efeitos que, sem ela, somente poderiam
ser concedidos no final (sentença). Na tutela
cautelar, o Juiz não defere, ainda, os efeitos
pedidos, mas apenas determina uma medida 
protetiva, assecurativa, que preserva o direito do
autor, em risco pela demora do processo. 
OBS: a questão da diferenciação entre as tutelas
não era e ainda não é tranquila, razão pela qual, o
legislador manteve o Princípio da Fungibilidade
para ambas, consubstanciado no Art. 305,
parágrafo Único, CPC/2015.
Tutelas provisórias de Urgência e de Evidência
Essa classificação leva em conta os fundamentos
pelos quais o Juiz pode deferir a tutela provisória,
seja na urgência ou na evidência.
A tutela será de urgência quando houver
“elementos que tornem claro a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo” – Art. 300, caput, CPC/2015.
Requisitos são o fumus boni juris e o periculum in
mora.
Há também a possibilidade da tutela provisória –
satisfativa ou cautelar, estar fundamentada na
evidência, sendo que o legislador foi quem definiu
em quais situações isso pode acontecer – Art. 311,
CPC/2015; certo é que a tutela da evidência não se
funda em situação de perigo e será deferida mesmo
que ele não exista, justifica-se no fato de que é
normalmente o autor quem sofre com a demora no
processo, pois é ele que formula a pretensão,
suportando o ônus da demora. A tutela da
evidência inverte esse ônus, quando evidenciadas
as hipóteses previstas no artigo supracitado.
Tutelas provisórias Antecedente ou Incidental
Em nenhuma hipótese haverá a formação de
processo autônomo para a concessão de tutela
provisória.
A tutela da evidência será sempre incidental, nunca
antecedente.
A tutela de urgência (antecipada ou cautelar),
poderá ser incidental e antecedente. 
03) DISPOSIÇÕES GERAIS DA TUTELA
PROVISÓRIA
Segundo o art. 294, parágrafo único, CPC/2015, a
tutela provisória de urgência (antecipada ou
cautelar) pode ser requerida em caráter
antecedente ou incidental. 
No Art. 295, CPC/2015, fica estabelecido que não
haverá recolhimento de custas quando a tutela
provisória for requerida em caráter incidental. Não
se justifica novo recolhimento de custas porque a
parte já terá pago o que for devido para ingressar
em juízo pleiteando a tutela jurisdicional
pertinente. 
04) CARACTERÍSTICAS
Segundo o Art. 296, CPC/2015, a tutela provisória
conserva sua eficácia na pendência do processo,
mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou
modificada – reforçando a idéia geral de que não
existem para durar eternamente, devendo ser
substituídas por um provimento definitivo. 
Provisoriedade =Decisões proferidas em cognição
superficial não sãodefinitivas, até porque o Juiz
não terá ouvido todos os litigantes e colhido todas
as provas para emitir o seu pronunciamento.
Revogação e modificação =Pressupõe alteração
nas circunstâncias fáticas que justificou a
concessão da medida. 
Segundo o que estabelece o Art. 296, CPC/2015, a
alteração ou revogação liminar da medida não
depende de requerimento da parte, podendo ser
promovida de ofício pelo Juiz, a quem cabe o
poder geral de decisão, e a fiscalização para que
não haja prejuízos irreparáveis para nenhum dos
lados.
NOTA: havendo pedido, e sendo o mesmo
indeferido, somente será admitido outro pedido se
fundado em elemento anteriormente não constante
dos autos.
Sumariedade da Cognição = Do ponto de vista da
profundidade, a cognição do Juiz é superficial,
porque ele não decide com base na certeza da
existência do direito – incompatível com a urgência
exigida – mas em mera verossimilhança,
plausibilidade do alegado.
Referibilidade =Identidade parcial ou total no caso
de tutela antecipada. A tutela provisória não tem
natureza diversa daquela que será prestada de
forma definitiva.
05) REQUISITOS PARA CONCESSÃO DAS
TUTELAS DE URGÊNCIA
- requerimento da parte: controvertido
O CPC atual não previu a possibilidade de que a
medida seja deferida de ofício. Diante do silencio
da lei, já existem posicionamentos nos dois
sentidos, permanecendo a controvérsia que já
existia na vigência do antigo código.
- elementos que evidenciem a probabilidade do
direito (fumus boni juris)
O CPC atual exige elementos de convicção que
evidenciem a probabilidade do direito, evidências
estas que não são da existência ou da realidade do
direito postulado, mas tão somente de sua
probabilidade. Em havendo justificada dúvida,
caberá ao Juiz valer-se do Princípio da
Proporcionalidade.
- o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo (periculum in mora)
Sem a alegação, em abstrato, da existência de
perigo, não há interesse nesse tipo de tutela, e sem
a verificação em concreto, o Juiz não a concederá.
06) PODER GERAL DO JUIZ DE
CONCEDER TUTELAS PROVISÓRIAS
O Art. 297, CPC/2015 dá ao Juiz o poder de
determinar medidas que considerar adequadas para
a efetivação da tutela provisória, podendo o
dispositivo ser aplicado em dois sentidos:
a) Dar ao Juiz a possibilidade de conceder a
medida que lhe parecer a mais adequada para o
caso concreto.
b) Permitir ao Juiz determinar toda e
qualquer providência necessária para que a medida
por ele deferida se concretize.
O Art. 297, CPC/2015 acaba por conceder ao Juiz a
faculdade de não ficar adstrito ao pedido da tutela
provisória pela parte, o que significa que nenhum
vício advirá em conceder-se medida de natureza
diferente da que foi postulada, no entanto, vale
recordar, que a medida provisória deve guardar
referibilidade com a pretensão principal, assim, se 
a medida tiver natureza satisfativa deve guardar
identidade no todo ou em parte com o pedido
principal, e se tiver natureza cautelar, deverá ser
útil para proteção do provimento final.
O parágrafo único do presente artigo, fala em
efetivação da tutela provisória, para isso temos que
ter em mente a adequação da técnica executiva. 
07) PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE
ENTRE AS TUTELAS PROVISÓRIAS
O CPC atual concede ao Juiz um poder geral para
concessão de tutelas provisórias, isto é, de deferir a
medida – cautelar ou satisfativa, mais apropriada
ao caso concreto, assim, não há que se falar em
fungibilidade. O poder geral já permite ao Juiz
conceder a medida pertinente, seja ela de que
natureza for.
O Artigo 298, CPC/2015 faz referência a
fundamentação, o que significa que a decisão de
concessão, negativa, modificação ou revogação de
tutela provisória deve ser fundamentada, isto é, o
Juiz deve enfrentar efetivamente os fundamentos
arguidos pelas partes em suas manifestações.
08) COMPETÊNCIA
O Artigo 299, NCPC estabelece a regra geral de
competência para o deferimento de tutelas
provisórias.
NOTA: Juízo Incompetente
A princípio, juízo absolutamente incompetente
não pode proferir nenhuma decisão no processo,
exceto aquela em que se declara incompetente, e
determina a remessa dos autos ao juízo
competente, PORÉM, em casos de urgência
extrema, esse decisão pode ferir de morte o direito
material que se quer proteger em virtude da demora
que essa troca de juízo acarretaria. Nessa situação,
sob a égide do antigo CPC/1973, o STJ já
sustentava que, mesmo sendo absolutamente
incompetente, o juízo poderia tomar medidas de
urgência – a título precário é verdade, para prevenir
perecimento de direito ou lesão grave ou de difícil
reparação; não há nenhuma indicação que esse
posicionamento deverá mudar com a edição do
NCPC – assim, o juízo absolutamente
incompetente, ainda que se reconhecendo como tal,
poderá determinar a providência urgente,
necessária para afastar o risco imediato,
determinando em seguida a remessa dos auto ao
juízo competente, a quem caberá dar
prosseguimento ao processo, podendo inclusive
revogar a decisão anterior.
No caso do pedido antecedente da tutela provisória
for distribuído em foro de juízo relativamente
incompetente , caberá ao réu alegar em preliminar
de contestação essa incompetência, já que não o
fazendo haverá prorrogação da competência e o
processo seguirá no juízo que era abstratamente
incompetente, mas se tornou materialmente
competente.
09) CONCESSÃO DAS TUTELAS DE
URGÊNCIA – Art. 300, NCPC – DISPOSIÇÕE
GERAIS
Tal como já mencionado, os requisitos para
concessão das tutelas de urgência foram unificado
no NCPC, erigindo a probabilidade e o perigo na
demora como requisitos comuns para a prestação
de ambas as tutelas, em outras palavras, tanto na
tutela cautelar quanto na tutela antecipada de
urgência caberá à parte convencer o Juiz de que,
não sendo protegido o direito imediatamente, de
nada adiantará uma proteção futura, em razão do
perecimento do mesmo.
PARÁGRAFO 1º - CAUÇÃO
A cognição sumária sempre implica assunção de
riscos, por isso, a fim de salvaguardar o núcleo
essencial do direito à segurança jurídica do
demandado, o legislador possibilitou ao Juiz a
exigência de caução para prestação da tutela
provisória de urgência. O Art. 300, §1º, NCPC, não
faz nenhuma acepção, tornando claro que a medida
se presta tanto para tutela cautelar quanto tutela
antecipada.
Possui natureza de contracautela, não sendo
medida obrigatória que se imponha em toda
hipótese de concessão de tutela de urgência, sendo
claro que o Juiz poderá exigí-la a depender do caso
concreto.. Trata-se de medida destinada a acautelar
contra o assim chamado periculum in mora
inverso, isto é, o perigo de que o demandado sofra,
em razão da demora do processo, um dano de
difícil ou impossível reparação.
A caução pode ser real ou fidejussória, desde que
idônea para ressarcir os danos suportados pela
outra parte, devendo representar uma real
perspectiva de ser capaz de ressarcir os eventuais
prejuízos suportados pela parte adversa. 
Cumpre ressaltar que o legislador procurou, de
forma expressa, proteger o hipossuficiente ao
prever que caso o autor não reúna condições de
oferecer caução, ser-lhe-á dispensado o encargo.
PARÁGRAFO 2º - MOMENTO DA
CONCESSÃO
A tutela de urgência pode ser deferida antes da
oitiva da parte contrária (inaudita altera parte),
liminarmente ou após a realização de uma
audiência de justificação prévia(em que se permita
ao demandante produzir prova oral destinada a
demonstrar a presença dos requisitos de sua
concessão).
A concessão liminar, trata-se de uma exceção ao
Princípio do Contraditório. O Art. 9º, parágrafo
Único, I, CPC/2015, estabelece essa possibilidade
de concessão de tutela de urgência sem a oitiva da
parte adversa, assim, liminarmente seria a
procedência de uma tutela de urgência sem ouvida
da parte contrária – URGÊNCIA DA URGÊNCIA,
que poderá ocorrer em duas situações:
a) Quando a urgência for tal que não haja
tempo hábil para ouvir a parte contrária sem
comprometer a proteção do direito,
b) Quando a atuação da parte contrária for
capaz de frustrar a efetividade da tutela sumária.
Em ambas as situações o Contraditório fica
postergado.
Pode também ser concedida a tutela de urgência
após audiência de justificação prévia. Às vezes,
para sentir-se mais seguro no exame da medida, o
Juiz designa audiência de justificação prévia, cuja
finalidade é dar ao autor oportunidade de produzir
as provas necessárias para obtenção da medida.
OBS: Art. 1015, inc. I, CPC/2015 – decisão sobre
concessão de tutela provisória é atacável através do
Agravo de Instrumento, sendo certo que o
agravante pode pleitear que o mesmo seja recebido 
no efeito suspensivo para evitar a efetivação da
medida. Vale lembrar que nessa espécie recursal
caberá o juízo de retratação.
PARÁGRAFO 3º - IRREVERSIBILIDADE
Segundo dicção do dispositivo em estudo, cabível
somente para tutela de urgência de natureza
antecipada.
Requisito negativo que é, a irreversibilidade refere-
se não ao provimento que antecipa a tutela e sim
aos efeitos práticos gerados pelo mesmo. 
No entanto, haverá situações que, mesmo quando a
tutela antecipada é fáticamente irreversível, o Juiz
poderá excepcionalmente concedê-la, lembrando a
doutrina que um direito indisponível do autor não
pode ser sacrificado pela vedação legal. Assim, em
ocorrendo dois interesses em iminência de
sofrerem dano irreparável, e sendo possível
somente a tutela de um deles apenas, caberá ao Juiz
proteger o interesse mais relevante – temos aí o que
se chama irreversibilidade recíproca, nesse caso
o Magistrado se utilizará do Princípio da
Proporcionalidade para tanto.
10) TUTELA DE URGÊNCIA DE NATUREZA
CAUTELAR – Art. 301, CPC/2015.
Dispositivo legal traz um rol meramente
exemplificativo cuja finalidade é tornar claro que o
Juiz poderá se utilizar de toda e qualquer medida
idônea para conservação do direito da parte,
obviamente, desde que presentes os requisitos
específicos.
Segundo o ilustríssimo desembargador do TJRJ,
Alexandre de Freitas Câmara, tal dispositivo
manteve o entendimento do CPC/73 que
consagrava o poder cautelar geral do Juiz – que
estabelece que em havendo situações nas quais o
magistrado verifique que o direito da parte poderá,
antes do julgamento da lide, sofrer lesão grave ou
de difícil reparação, o mesmo poderá determinar as
medidas provisórias que julgar adequadas para
afastar tal ameaça.
11) RESPONSABILIDADE OBJETIVA – Art.
302, CPC/2015
Regulada no Art. 811, CPC/1973, a
responsabilidade objetiva do beneficiário da tutela
cautelar também era aplicado para a tutela
antecipada. Atualmente, o Art. 302, CPC/2015 não
deixa dúvidas quanto à sua aplicação para as
tutelas de urgências, havendo entendimento que
mesmo concedida, excepcionalmente, de ofício, a
parte beneficiada deverá ser responsabilizada,
SALVO se expressamente se manifestar contra a
efetivação da tutela. 
Segundo o que se pode inferir da leitura do Art.
302, caput, CPC/2015, para consideração das
hipóteses de cabimento, primeiro terá que haver a
comprovação de que houve a efetivação da medida
de urgência e o consequente dano.
- Hipóteses legais de responsabilidade objetiva
a) Sentença desfavorável – inciso I =A
sentença desfavorável, nesse caso, é aquela
concedida já na demanda principal; da mesma
forma, se a tutela for incidental, a sentença
desfavorável é aquela do processo onde foi
concedida a tutela de urgência.
b) Obtenção liminar da tutela em caráter
antecedente e não fornecimento de meios
necessários para a citação do requerido no
prazo de 05 dias – inciso II =Parcela da doutrina
entende não ser aplicável o dispositivo uma vez
que a ausência da citação do requerido em cinco
dias não é causa de cessação dos efeitos da tutela
de urgência, daí que o requerente pode sair
vencedor nas demandas de urgência e principal,
não sendo lógico suportar dano causado à parte
contrária. 
Diferentemente, outra parte da doutrina entende
que a necessidade da citação decorre do caráter
liminar da medida, o que criaria o direito para a
parte adversa de ser citada tão logo a medida seja
aplicada.
c) Cessação da eficácia em qualquer
hipótese legal – inciso III = O artigo 309,
CPC/2015 prevê três hipóteses de perda da eficácia
da tutela provisória, sendo certo que a parte por ela
beneficiada será responsabilizada pelos danos
causados à parte adversa.
d) Sentença de prescrição ou decadência –
inciso IV = Algumas considerações a fazer:
- Juiz pode reconhecer de ofício, assim, não precisa
alegação da parte.
- se antecedente, Juiz pode não conceder medida e
extinguir o processo sem resolução de mérito caso
se convença de que o direito material a ser
discutido na demanda principal está prescrito ou
decaiu. Essa decisão será inaudita altera parte,
uma vez que de ofício presume-se não alegação do
réu.
- se incidental, já haverá um processo principal
onde ocorrerá uma sentença mais cedo ou mais
tarde reconhecendo a prescrição ou decadência.
Nota: em todas as hipóteses, haverá uma sentença
desfavorável ao demandante, já coberta pelo inciso
I.
QUESTIONAMENTO: como houve provimento
anterior concedendo a tutela de urgência –
autonomia da função de Juiz (legítima atuação do
poder estatal), a responsabilidade objetiva nos incs.
I e IV não dependem de comprovação de dolo ou
culpa do requerente? 
12) TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA
EM CARÁTER ANTECEDENTE – ART. 303,
CPC/2015
Sendo a urgência contemporânea à propositura da
ação, a petição inicial pode limitar-se ao
requerimento da tutela antecipada e à indicação do
pedido da tutela final, com exposição da lide, do
direito que se busca realizar e do perigo de dano ou
risco ao resultado útil do processo. Deverá,
também, conter o valor da causa (§4º) – todos os
requisitos retro mencionados deve guardar
referibilidade entre a tutela de urgência pedida e a
demanda principal.
No caso de indeferimento do pedido de tutela
antecipada, caberá ao autor emendar a inicial em
até 05 dias, que converterá o pedido em processo
principal – caso não o faça, o processo será extinto
sem resolução de mérito. Do pronunciamento que
indefere o pedido de tutela antecipada formulada
em caráter antecedente, caberá agravo de
instrumento nos termos do Art. 1.015, I, CPC/15.
Concedida a tutela antecipada, o §1º exige que o
autor adite a petição inicial com a complementação
de sua argumentação, no prazo de 15 dias (ou outro
prazo maior que o órgão jurisdicional determinar),
juntando novos documentos e confirmando o
pedido da tutela final, sob pena de extinção do feito
sem resolução de mérito(§2º). Parágrafo 3º diz que
o aditamento será feito nos mesmos autos sem
incidência de novas custas, de ressaltar-se que, se
na complementação da argumentação houver atos
do juízo não previstos anteriormente e que devam
ser implementados, as custas serão cobradas.
- aditamento => audiência de conciliação e
mediação Art. 334, CPC/15- sem composição => 15 dias para contestação, a
partir da data da audiência At. 334, I, §4º, CPC/15
13) ESTABILIZAÇÃO DA TUTELA
ANTECIPADA – ART. 304, CPC/2015
Novidade do Novo CPC, o dispositivo no seu caput
estabelece que uma vez concedida a tutela
antecipada de forma antecedente, em não sendo
interposto recurso contra a decisão concessiva, a
mesma se estabilizará. De notar-se que o artigo
autoriza a estabilização apenas para a tutela
antecipada requerida de forma antecedente.
Da decisão de concessão caberá o Agravo de
Instrumento, que uma vez não interposto,
propiciará a estabilidade da tutela concedida,
extinguindo o processo com resolução do mérito,
projetando a decisão provisória os seus efeitos para
fora do processo. Conclui-se que foi estabelecido
um novo mecanismo de preclusão lógica, qual
seja, a omissão concreta do réu em interpor
recurso cabível contra decisão antecipatória,
fundamentada na aceitação tácita dessa mesma
decisão, sem prejuízo do direito de impugnação
em ação subsequente.
AÇÃO EXAURIENTE
- Art. 304, §5º, CPC/15 => permite a propositura
de ação visando exaurir a cognição, isto é,
aprofundar o debate iniciado com a ação
antecipada antecedente.
Esse dispositivo acaba, a princípio, por retirar
do autor, beneficiado com a tutela antecipatória
antecedente, o ônus de ter que demandar contra
o réu, podendo, já com seu direito tutelado,
assumir posição passiva, somente defendendo o
seu direito se for acionado pelo réu.
Sendo acionado:
- autor na antecedente e réu na exauriente => prova
fato constitutivo do seu direito
- réu na antecedente e autor na exauriente => prova
fato impeditivo, modificativo ou extintivo do
direito
Proposta a ação exauriente, a petição inicial da
ação antecedente tem que ser desarquivada para
instruir a ação exauriente, propiciando a aferição
dos limites do debate e da eficácia da decisão
anterior. Trata-se de documento essencial. Por se
tratar de continuação de debate anterior, o juízo
que conheceu da ação antecipada está prevento
para conhecer da ação principal – art. 304, §4º,
CPC/15.
Nos termos do Art. 304, §6º, CPC/15, a decisão
que concede a tutela antecipada não fará coisa
julgada, mesmo que seus efeitos sejam
estabilizados em razão da postura omissiva do réu.
Ainda assim, transcorridos 02 anos sem a
propositura de uma ação tendente ao exaurimento
da cognição, seus efeitos não poderão ser
afastados, tornando a decisão de concessão da
tutela antecipatória imutável e indiscutível – não se
trata de coisa julgada material, mas de fenômeno
processual assemelhado, porém, a estabilidade e a
satisfação jurídica da pretensão do autor estarão
presentes em ambos.
QUESTÃO - Como qualificar a força da
estabilidade da decisão concessiva da tutela
antecipatória, depois de transcorridos 02 anos sem
que tenha sido proposta a ação exauriente?
- o legislador não faz referência, mas se a
estabilidade dos respectivos efeitos da tutela
antecipada antecedente somente serão afastados
por decisão tomada na ação exauriente, inexistindo
ação posterior ajuizada no prazo legal, a
estabilidade torna-se INAFASTÁVEL (imutável e
indiscutível) – Art. 502, CPC/15 característica de
coisa julgada material uma vez que a decisão não 
poderá ser revista em outro processo.
Essa decisão, formada a partir de cognição
sumária, seria constitucional? Uma vez que a
função do Processo Civil no Estado Constitucional
é referendar procedimentos orientados no sentido
de se buscar decisões justas que passam pelo
contraditório + ampla defesa = exaurimento das
questões? Solução? Atribuir ao prazo natureza
decadencial. 
14) TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA
EM CARÁTER INCIDENTAL
A doutrina reconhece que a tutela antecipada de
caráter incidental pode ser requerida em qualquer
momento do processo – desde a propositura da
demanda, até o final, com o trânsito em julgado.
Obs: Inaudita altera parte => cabível em razão do
contraditório diferido, é medida excepcional,
somente sendo concedida se a convocação do réu
prejudicar a eficácia da medida e/ou casos de
extrema urgência.
15) SENTENÇA 
Art. 1.013, §5º, CPC/15: prevê expressamente que
o capítulo da sentença (demanda principal) que
confirma, concede ou revoga tutela antecipada é
recorrível por apelação.
16) TUTELA CAUTELAR
Sendo o pedido de tutela cautelar formulado de
forma antecedente, o procedimento a ser adotado
dependerá essencialmente do acolhimento ou da
rejeição do pedido.
Se acolhida e efetivada a medida cautelar, o autor
terá prazo de 30 dias para aditar a petição inicial
elaborando seu pedido principal, nesse caso, adota-
se o procedimento comum.
Se rejeitado o pedido, a conversão do processo
cautelar em processo principal torna-se mera
faculdade do autor.
No caso de tutela cautelar, sua admissibilidade está
atrelada a conservação do direito ameaçado de
dano irreparável ou de difícil reparação, não sendo
possível a estabilização de seus efeitos uma vez 
que a satisfação somente será alcançada em ação
exauriente.
16.1 – Procedimento
Petição Inicial – Art. 305, caput, CPC/15
O parágrafo Único do Art. 305, CPC/15 estabelece,
segundo Alexandre de Freitas Câmara, a
convertibilidade da aplicação de uma tutela de
urgência por outra. 
16.2 – Contraditório na demanda cautelar
Não há qualquer especialidade na citação do réu no
pedido antecedente de tutela cautelar (aplica-se o
Art. 246, CPC/15). O Art. 306, CPC/15 estabelece
que, citado o réu, o mesmo terá prazo de 05 dias
para contestar e apresentar as provas que pretende
produzir, devendo ser aplicado os prazos
diferenciados para a Fazenda Pública, MP e
Defensoria Pública, e quando houver
litisconsórcio no polo passivo, com patronos
distintos de diferentes sociedades de advogados,
tais prazos também serão observados.
De se observar que a contestação na ação cautelar
deve se limitar a impugnar os fundamentos da
concessão da tutela, uma que o direito será
contestado na ação principal.
OBS: lembrar que, segundo Art. 300, §2º, CPC/15,
caberá a concessão liminar de tutela cautelar ou
após justificação prévia.
16.3 – Revelia
A ausência jurídica de contestação na ação cautelar
gera a revelia do réu – Art. 307, caput, CPC/15,
significando que os fatos alegados são presumidos
como verdadeiros (aceitos pelo réu como
ocorridos), e o Juiz decidirá em 05 dias.
16.4 – Instrução Probatória
Como já foi dito anteriormente, existe na ação
cautelar uma sumariedade material que não exige
um juízo de certeza fundado em cognição
exauriente, bastando, para sua concessão, um juízo
de probabilidade, fundado em cognição sumária.
16.5 – Procedimento – Art. 308, CPC/15
Uma vez que a tutela cautelar é referível à tutela
satisfativa (exauriente), violaria o direito
fundamental a segurança jurídica do demandado a
sua eficácia temporalmente indefinida, sem que
tivesse o autor o ônus de propor também ação para
a obtenção da tutela satisfativa/principal, portanto,
uma vez efetivada a tutela cautelar, o autor terá
prazo para formular o pedido principal (caso já não
o tenha feito na petição inicial – Art. 308, §1º,
CPC/15). O prazo aqui informado flui a partir da
efetivação da tutela conservativa e será de 30 dias.
O pedido da tutela satisfativa/principal será
apresentado nos mesmos autos em que deduzido o
pedido da tutela cautelar e não dependerá do
adiantamento de novas custas processuais.
O legislador informa que a causa de pedir poderá
ser aditada no momento da formulação do pedido
principal- §2º. Necessário perceber que a parte tem
o ônus de aditar a causa de pedir, na medida em
que as razões que autorizam a concessão da tutela
cautelar como regra não autorizam igualmente a
concessão da tutela satisfativa/principal. A lide
cautelar não se confunde com a lide
satisfativa/principal.
Apresentado o pedido principal, as partes serão
intimadas para a audiência de conciliação ou de
mediação (Art. 334, CPC/15); não havendo
autocomposição, abre-se prazo para contestação
(Art. 335, CPC/15), seguindo-se o procedimento
comum.
16.5 – Sentença
Deferida a tutela cautelar formulada em caráter
antecedente, duas situações podem surgir:
a) Efetivada a medida cautelar, o autor terá
30 dias para formular o pedido principal por meio
de emenda da petição inicial (Art. 308, caput, CPC/
15), nesse caso, não haverá sentença a extinguir a
ação cautelar, que será convertida em ação
principal pelo aditamento da inicial, onde será
proferida sentença definitiva.
b) É possível que mesmo com a concessão da
tutela cautelar, ela não seja efetivada, nesse caso, a
mesma seguirá para o seu final através de sentença.
16.6 – Coisa julgada material
Parcela considerável da doutrina entende não
existir coisa julgada material no processo cautelar,
e o fundamento para tal entendimento reside no
fato de que não há declaratoriedade relevante na
sentença pra ser protegida pela coisa julgada
material, considerando-se que o Juiz apenas decide
pela plausibilidade da relação jurídica e a
existência de uma situação de perigo. 
16.7 – Cessação da Eficácia da Medida Cautelar
O Art. 309, CPC/15 faz previsão das causas:
a) Não dedução do pedido principal no prazo
legal (inc. I)
- hipótese cabível apenas para cautelares requeridas
em caráter antecedente, que uma vez concedida e
efetivada, torna obrigatório a elaboração do pedido
principal no prazo de 30 dias. A exigência legal
tem o nítido objetivo de evitar que a medida
cautelar, provisória por natureza, se eternize, já que
essa situação provoca uma constrição de bens ou
restrição de direitos à parte adversa, não sendo
justificável que a mesma permaneça
indefinidamente nessa situação de desvantagem
material. Ocorrerá extinção do ação cautelar –
Súmula 482 STJ.
A natureza jurídica do prazo é decadencial,
perdendo-se o direito a cautela, se, sendo matéria
de ordem pública, deve ser pronunciada de ofício
pelo Juiz. 
b) Ausência de efetivação da tutela cautelar
no prazo de 30 dias (inc. II)
Duas premissas podem aqui ser consideradas:
ocorre uma perda superveniente de interesse do
favorecido pela concessão da tutela cautelar
(renúncia tácita); ou ausência de urgência para sua
efetivação. 
Caso não tenha dado causa, impossível a
imputação.
c) Improcedência do pedido principal ou extinção
terminativa do processo (inc. III).
OBS: sentença de procedência: a medida cautelar
deverá continuar válida, somente sendo afastada
quando da efetividade do direito, caso contrário, a
eficácia conservativa do direito poderia se perder. 
16.8 – Indeferimento da tutela cautelar e sua
consequência na ação principal Art. 310,
CPC/20015
A sentença que julga improcedente o pedido de
tutela cautelar não obsta a que a parte formule o
pedido de tutela satisfativa – já que são proteções
distintas – e nem influi no seu julgamento, em
outras palavras, a sentença que julga improcedente
a pedido cautelar valora apenas a existência ou
inexistência do direito à cautela, não se
pronunciando sobre o direito material a ser
disputado. No entanto, se no âmbito da ação
cautelar antecedente o Juiz reconhecer a
prescrição ou decadência da pretensão, essa
decisão se reveste de coisa julgada uma vez que tal
reconhecimento diz respeito ao próprio direito ou
pretensão principal.
TUTELA DA EVIDÊNCIA
Inovação técnica que visa dar celeridade à tutela
jurisdicional. Traduz a idéia de que a medida
caberia sempre que, não sendo possível promover o
julgamento antecipado, total ou parcial, da lide,
haja a possibilidade de aferir a existência de
elementos que não só evidenciem a probabilidade
do direito, mas sua existência.
Segundo Luís Fux: “a evidência toca os limites da
prova e será tanto maior quanto mais dispuser o seu
titular de elementos de convicção, já que é evidente
o direito cuja prova dos fatos sobre os quais incide
revela-os incontestáveis ou, ao menos, impassíveis
de contestação séria”.
Não se confunde com o julgamento antecipado do
mérito (Arts. 355 e 356, CPC/15) porque pauta-se
em cognição sumária e, portanto, traduz uma
decisão revogável e provisória. Também não exige
o requisito da urgência, no entanto, às hipóteses
previstas deve-se somar a probabilidade do direito. 
1) Conceito = “tutela antecipada que acolhe
no todo ou em parte o pedido principal do autor
para tutelar provisoriamente, independentemente
da urgência, provável direito que se apresente,
prima facie, indiscutível”. Uma espécie de tutela
antecipada não urgente.
Trata-se, portanto, de uma medida destinada a
antecipar o próprio resultado prático final do
processo, satisfazendo-se na prática o direito do
demandante, independentemente da presença do
periculum in mora. Segundo Alexandre de Freitas
Câmara “está-se diante de uma técnica de
aceleração do resultado do processo, criada para
casos em que se afigura evidente (dotada de
probabilidade máxima) a existência do direito
material.
2) Características
. inércia
. provisoriedade
. sumariedade
. revogabilidade
...portanto, deverá ser substituída por provimento
definitivo. - será sempre incidente
3) Requerimento
. na inicial: não deve ser concedida de ofício uma
vez que não havendo a urgência, não se justificaria.
. petição avulsa: devendo ser obedecido o
contraditório.
É possível encontrar diversas situações que o
direito se mostra tão preciso ao julgador, que
sujeitar a todos os trâmites necessários no decorrer
do processo seria ao menos injusto para o
requerente, violando assim o Princípio
Constitucional da Efetividade Processual, além do
acesso à justiça e da duração razoável do processo.
Em todas as hipóteses, a tutela da evidência exige
um juízo de probabilidade firme da existência dos
fatos alegados pelo autor, da existência do seu
direito e da juridicidade e adequação do pedido,
cujo acolhimento antecipado e provisório é
pleiteado.
Exemplos de situações:
a) Direito demonstrável através de prova
documental que o consubstancie líquido e certo –
“concurso”.
b) Direito baseado em fatos incontroversos
ou notórios, que independam de provas.
c) Direito a coibir conduta contra lege
que, segundo alegação do autor, o réu praticou
ou vem praticando – “construção que viola
regras”.
4) Hipóteses de Cabimento
O Art. 311, CPC/15 prevê as hipóteses em que será
concedida a tutela da evidência, onde será possível
deferir-se, provisoriamente, ao demandante o
próprio bem jurídica que ele almeja obter com o
resultado final do processo, satisfazendo-se
antecipadamente sua pretensão.
REFERÊNCIAS
- Câmara, Alexandre Freitas. O Novo Processo
Civil brasileiro. 2ª edição – São Paulo: Atlas, 2016.
- Didier Jr., Fredie/ Ravi Peixoto. Novo Código de
Processo Civil: comparativo com o código de 1973
– Salvador: Ed. Juspodivm, 2015.
- Gonçalves, Marcus Vinicius Rios. Direito
processual civil esquematizado; coordenador Pedro
Lenza – 7ª edição – São Paulo: Saraiva, 2016.
- Marinoni, Luiz Guilherme/Sérgio Cruz Arenhart/
Daniel Mitidiero. Novo Código de Processo Civil
comentado– São Paulo: Revista dos Tribunais,
2015.
- Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de
Direito Processual Civil – Volume Único – 8ª
edição – Salvador: Jus Podivm, 2016.

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