Buscar

LIVRO ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMNETO EM SERVIÇO SOCIAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 216 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 216 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 216 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ADMINISTRAÇÃO 
E PLANEJAMENTO 
EM SERVIÇO 
SOCIAL
Professora Me. Maria Cristina Araújo de Brito Cunha
Professora Esp. Daniela Sikorski 
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; SIKORSKI, Daniela; CUNHA, Maria Cristina Araújo de 
Brito. 
 
 Administração e Planejamento em Serviço Social. Daniela 
Sikorski; Maria Cristina Araújo de Brito Cunha. 
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2016. Reimpresso em 2019.
 216 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Administração. 2. Planejamento. 3. Serviço Social. 4. EaD. 
I. Título.
CDD - 22 ed. 360
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Supervisão de Produção de Conteúdo
Nádila Toledo
Coordenador de Conteúdo
Maria Cristina Araujo de Brito Cunha
Designer Educacional
Isabela Agulhon Ventura
Projeto Gráico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Ilustração Capa
Bruno Pardinho
Editoração
Victor Augusto Thomazini
Qualidade Textual
Hellyery Agda
Danielle Marta Loddi dos Santos
Ilustração
Victor Augusto Thomazini
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e proissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos 
em 4 pilares: intelectual, proissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando proissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
proissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desaios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação proissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e proissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns 
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe 
de professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
A
U
T
O
R
A
S
Professora Esp. Daniela Sikorski
Possui Graduação em Serviço Social pela Universidade Estadual de Ponta 
Grossa (UEPG), Especialista em Política Social e Gestão de Serviços Sociais 
pela Universidade Estadual de Londrina, experiência proissional na área de 
Serviço Social na Educação, Terceiro Setor, Responsabilidade Social e Gestão 
na Área da Saúde. Quase 10 anos de experiência em Educação a Distância em 
Serviço Social
Professora Me. Maria Cristina Araújo de Brito Cunha
Mestre em Gerontologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de 
São Paulo – PUC/SP. Especialista em Administração de Recursos Humanos 
pela Universidade Federal da Paraíba. Graduada em Serviço Social pela 
Universidade Federal do Amazonas. Coordenadora do Curso de Serviço 
Social no Núcleo de Educação a Distância - NEAD Unicesumar.
SEJA BEM-VINDO(A)!
Seja bem vindo(a)!
Mais uma vez, nos encontramos para, juntos, darmos continuidade à sua formação 
proissional. Parabéns a você que chegou até esta etapa! De antemão, digo que esta 
disciplina é bastante agradável e estimulante. Proporciona-nos a vontade de atuar e co-
nhecer mais e mais a proissão. Falaremos da prática, de como se desenvolve e como 
podemos atuar.
Vamos, a partir de agora, conhecer e discutir elementos da Administração, sua história, 
teorias e sua interface com o Serviço Social.
Logo, deixo a você minha contribuição, somada a diversos autores que contribuem para 
a relexão proposta neste material. Após vários anos de atuação proissional, pude vi-
venciar, em meu cotidiano proissional, os elementos aqui apresentados. Tenho certeza 
de que este material contribuirá muito para sua vida pessoal e proissional.
Este livro ainda surge como uma oportunidade de ampliar o seu conhecimento, geran-
do discussões e contribuindo para a formação dos futuros assistentes sociais, somando 
qualidade ao processo de ensino-aprendizagem desta graduação. 
É importante ressaltar que o mesmo não apresentará um modelo único para o desen-
volvimento do exercício proissional, uma vez que o assististente social atua na subje-
tividade do sujeito e está inserido nas mais diversas organizações e cada proissional é 
único e livre para que possa desenvolver a prática de acordo com a realidade em que 
atua, fazendo seus diagnósticos e leituras do contexto, bem como, levando em consi-
deração, as particularidades e singularidades decada usuário para, assim, realizar seu 
planejamento.
Por isso, para facilitar o nosso processo de relexão e conhecimento, vamos, ao longo do 
texto, realizando as amarrações (relações) necessárias, retomando o conteúdo apresen-
tado, para que se percebam as complementaridades entre os assuntos. Não se trata de 
repetição, trata-se de articulação! É necessário compreendermos que, quando falamos 
em prática proissional - e esta está diretamente ligada ao sujeito -, não podemos deixar 
de fazê-lo, pois o ser humano não é fragmentado. É um ser amplo, complexo, e assim 
você, futuro(a) assistente social, deve compreendê-lo, a im de perceber que a realidade 
onde se desenvolve o exercício proissional nos exige isso.
Sendo assim, bom trabalho e boa leitura!
APRESENTAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO EM 
SERVIÇO SOCIAL
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
ADMINISTRAÇÃO
15 Introdução
16 Conceitos Básicos e Princípios Fundamentais da Administração (Teorias 
da Administração)
32 Administração e as Organizações 
36 Evolução do Conceito de Trabalho 
47 Considerações Finais 
55 Referências 
57 Gabarito 
UNIDADE II
GESTÃO DE PESSOAS
63 Introdução
64 Abordagem Humanística da Administração 
73 Gestão de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas na Atualidade 
89 Administração da Qualidade 
92 Considerações Finais 
102 Referências 
104 Gabarito 
SUMÁRIO
10
UNIDADE III
ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO SOCIAL
107 Introdução
108 Núcleos Indissociáveis de Fundamentação da Formação do Assistente 
Social
110 Serviço Social na Área de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas 
117 Plano de Benefícios Sociais 
121 O Serviço Social no Setor Empresarial 
129 Considerações Finais 
135 Referências 
137 Gabarito 
UNIDADE IV
PLANEJAMENTO E SERVIÇO SOCIAL
141 Introdução
142 Aspectos Históricos do Planejamento – Origem e Natureza 
148 Metodologia do Planejamento - Tipos de Planejamento 
150 Introdução ao Planejamento Social 
169 O Serviço Social e o Planejamento Social 
177 Considerações Finais 
186 Referências 
188 Gabarito 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
PLANEJAMENTO E ESPAÇO PROFISSIONAL OU COTIDIANO 
PROFISSIONAL
193 Introdução
194 Pesquisa em Serviço Social 
197 Serviço Social: Técnica, Cultura e Sociedade 
205 Administração e Serviço Social – Desaios e Possibilidades 
207 Considerações Finais 
212 Referências 
213 Gabarito 
214 CONCLUSÃO
215 ANOTAÇÕES
U
N
ID
A
D
E I
Professora Esp. Daniela Sikorski
ADMINISTRAÇÃO
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Compreender o conceito de Administração e suas principais teorias.
 ■ Entender a evolução do conceito do trabalho, relação com os 
princípios da Administração como embasamento para o exercício 
proissional do Assistente Social.
 ■ Compreender o conceito de organizações e sua existência enquanto 
espaço da atuação proissional.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Conceitos básicos e princípios fundamentais da Administração 
(Teorias da Administração)
 ■ Administração e as Organizações
 ■ Evolução do conceito de trabalho
INTRODUÇÃO
Seja bem vindo(a) a mais uma etapa da sua formação proissional! 
Sabemos que o processo de graduação é apenas o início da formação pro-
issional, pois este processo é constante e permanente.
Um proissional de sucesso é, antes de tudo, um exímio observador do que 
está ao seu redor. Assim acontece com os grandes teóricos: antes de se torna-
rem grandes, eram bons observadores. Logo, conecte-se com o que está ao seu 
redor. Sinta, veja e analise a realidade.
Não é o momento para desanimar! É muito comum vermos frases motiva-
cionais em redes e mídias sociais. Uma delas chamou-me a atenção nos últimos 
dias e eu gostaria de dividi-la com você. Acredito ser bastante oportuno e nos 
serve, também, como relexão neste início de estudo: “Se pensar em desistir, pense 
no que te fez começar e o que te trouxe até aqui!”
Agora eu te pergunto: o que te fez começar? O que te trouxe até aqui? Pare 
e relita!
A Administração faz parte de todas as proissões. Todas deveriam, pelo 
menos, saber e conhecer o mínimo de Administração, pois, se você parar para 
reletir um instante, verá que ela está presente em tudo, inclusive na sua e na 
minha vida! O conhecimento da Administração implica, inclusive, no gerencia-
mento da própria vida. Já pensou nisso?
Por exemplo: se você sai para arrumar um emprego, precisa apresentar-
-se bem, cuidar da aparência – isto é Marketing Pessoal. Se você quer comprar 
um carro, não tem todo o dinheiro, precisa se organizar, planejar para conse-
guir – isto é Administração Financeira. Se você acha que gasta muito tempo no 
trânsito, ou que a gasolina está cara demais, pensa então em outro meio rápido 
e barato – você está fazendo Gerenciamento de Logística. Você percebeu como 
a Administração está presente em nossa vida? Por que em nossa proissão – 
Serviço Social – seria diferente?
Neste material, passaremos um bom e instrutivo tempo nos dedicando a 
compreender a relevância da Administração para o Serviço Social, bem como 
as suas interfaces com a proissão.
Introdução
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt
. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 L
e
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 f
e
v
e
re
ir
o
 d
e
 1
9
9
8
.
15
ADMINISTRAÇÃO
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 Le
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 fe
v
e
re
iro
 d
e
 1
9
9
8
.
IU N I D A D E16
CONCEITOS BÁSICOS E PRINCÍPIOS 
FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO (TEORIAS DA 
ADMINISTRAÇÃO)
A palavra administração vem do latim:
ad – direção, tendência.
minister – subordição ou obediência.
Em seu entendimento, signiicava uma função realizada sob o comando de 
alguém, um serviço que era prestado para outra pessoa. Com o passar dos tem-
pos, o entendimento da palavra foi assumindo outro signiicado, chegando à 
seguinte deinição:
[...] processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a im 
de alcançar objetivos. (CHIAVENATO, 1997, p. 09).
Também deinido por Silva (2008, p. 06) como:
[...] um conjunto de atividades dirigidas à utilização eiciente e eicaz dos re-
cursos, no sentido de alcançar um ou mais objetivos ou metas organizacio-
nais.
A Administração é a ciência que se utiliza de métodos para tomar decisões e esta-
belecer um curso de ações. Estuda, operacionaliza as organizações burocráticas.
Conceitos Básicos e Princípios Fundamentais da Administração (Teorias da Administração)
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt
. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 L
e
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 f
e
v
e
re
ir
o
 d
e
 1
9
9
8
.
17
Administração é:
Quadro 1 - Administração e outras palavras
PALAVRAS SIGNIFICADO
ADMINISTRAÇÃO
[Do latim administratione] I. Ação de administrar. II. Gestão de 
negócios públicos ou particulares. III. Governo, regência. IV. 
Conjunto de princípios, normas e funções que têm por im 
ordenar os fatores de produção e controlar sua produtiviadde 
e eiciência, para se obter determinado resultado. V. 
Prática desses princípios, normas e funções. VI. Função de 
administrador; gestor, gerência. VII. Pessoal que administra; 
direção (Novo dicionário Aurélio, 1ª edição).
GERÊNCIA
[Do latim gerentia, de gerere, ‘fazer’] I. Ato de gerir. II. As funções 
do gerente; gestão, administração. III. Mandato de administra-
ção (Novo dicionário Aurélio,1ª edição). 
GESTÃO
[Do latim gerentia, de gerere, ‘fazer’] I. Ato de gerir. II. As funções 
do gerente; gestão, administração. III. Mandato de administra-
ção (Novo dicionário Aurélio, 1ª edição). 
ADMINISTRATIVO 
(ADMINISTRATIONIS)
Rerum curatio, ‘tomar conta das coisas’. Italiano: administrazione, 
governo. Francês: gouvernement, administration. Espanhol: 
dirección, gobierno. Inglês: management. Administration. 
(Lexicon, Totios Latinitatis, 1940).
MANAGEMENT
I. Ação ou maneira de administrar; manejo (handling), direção 
ou controle. II. Habilidade para administrar. III. Pessoa ou pes-
soas que controlam e dirigem os negócios de uma instituição 
ou empresa. IV. Coletivo de executivos, considerados como 
classe, distinta de mão de obra, labor. Derivado do latim manus, 
mão (Webster’s Enciclopedic Unabridged Dictionary of the 
English Language, 1994, Gramercy Books).
MANEJO
[Do italiano maneggiare] Administração, gerência, direção, ma-
nejo: manejo de negócios (Novo dicionário Aurélio, 1ª edição).
Fonte: Chiavenato (2009, p. 12).
ADMINISTRAÇÃO
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 Le
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 fe
v
e
re
iro
 d
e
 1
9
9
8
.
IU N I D A D E18
Nunca foram encontradas obras que comprovassem o desenvolvimento da 
Administração no nível cientíico, somente empíricos. Durante muito, tempo 
tinha-se certo que a Administração era uma arte e não uma ciência.
Todos sabem que a sociedade não é estanque, passando por mudanças de 
tempos em tempos. Agora, convido você a olhar um pouco para a história da 
Administração e observar como ela foi se estruturando por meio dos tempos até os 
dias de hoje, para logo em seguida estudarmos as Teorias da Administração, certo?
Você sabia que o Rei Salomão, no século X a.C., já utilizava na coordenação 
e elaboração de acordos comerciais alguns conceitos e práticas da Adminis-
tração Moderna?
Olhe só que interessante: de longa data, os homens já se aplicavam conceitos 
da Administração. Isso nos leva a pensar que, a partir do momento em que o 
ser humano começou a se organizar em grupos, a Administração já fazia parte 
de suas vidas. Temos ainda outros exemplos, como os egípcios, os chineses, os 
gregos, os hebreus, cada um à sua realidade e necessidade se organizavam, pla-
nejavam, executavam etc.
Vamos ver um pouco de como cada um destes povos demonstravam suas 
aplicações dos conceitos e práticas da Administração?
Quadro 2 - Exemplos da Administração dos Povos Antigos
POVO CARACTERÍSTICAS
Egípcios
Construção das Pirâmides, grandes estruturas. Demandando planejamen-
to, organização, controle, atenção ao transporte, alojamento.
Chineses
Há mais de 3 mil anos se tem registros dos conceitos da Administração 
como o planejar, organizar, dirigir e controlar. Um livro que registra bem 
estes conceitos pelos chineses é o “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu.
Gregos
Destacam-se pela capacidade de construir um grande Império, sobretudo 
mantê-lo, assim como as suas instituições. Chama a atenção também pela 
forma como uma má administração também pode ruir o mesmo Império.
Hebreus Neste povo temos como exemplo Moisés, líder hebreu. Hábil em suas téni-
cas de governo, planejamento, leis e, sobretudo, nas relações humanas.
Fonte: adaptado de Fava (2002, p. 34-37).
©shutterstock
Conceitos Básicos e Princípios Fundamentais da Administração (Teorias da Administração)
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt
. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 L
e
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 f
e
v
e
re
ir
o
 d
e
 1
9
9
8
.
19
Ao olharmos a História da Humanidade, podemos encontrar ainda muitos outros 
exemplos que nos auxiliaram no entendimento de como a cultura, o contexto 
e a realidade podem inluenciar na maneira de administrar. 
Trazendo para um período mais recente, um grande marco 
para a Administração foi a Revolução Industrial (ocorrida na 
Inglaterra), sinalizando um momento de grandes mudanças na 
História da Humanidade. O advento das máquinas, das indús-
trias, da produção em larga escala, a migração das pessoas do 
campo para os grandes centros (o que gera graves problemas 
sociais), faz com que, a partir daí, a Administração seja conce-
bida como ciência, e é então que as Teorias da Administração 
evoluem e se tornam conhecidas nos dias de hoje.
A Revolução industrial foi um conjunto de mudanças que aconteceram na 
Europa nos séculos XVIII e XIX. A principal particularidade dessa revolução 
foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das 
máquinas. Até o inal do século XVIII, a maioria da população européia vivia 
no campo e produzia o que consumia. De maneira artesanal, o produtor 
dominava todo o processo produtivo.
Apesar de a produção ser predominantemente artesanal, países como a 
França e a Inglaterra possuíam manufaturas. As manufaturas eram grandes 
oicinas onde diversos artesãos realizavam as tarefas manualmente, entre-
tanto, subordinados ao proprietário da manufatura. 
A Inglaterra foi precursora na Revolução Industrial devido a diversos fatores, 
entre eles: possuir uma rica burguesia, o fato de o país possuir a mais impor-
tante zona de livre comércio da Europa, o êxodo rural e a localização privile-
giada junto ao mar, o que facilitava a exploração dos mercados ultramarinos. 
(...) Diante disso, alguns trabalhadores se revoltaram com as péssimas con-
dições de trabalho oferecidas e começaram a sabotar as máquinas, ican-
do conhecidos como “os quebradores de máquinas”. Outros movimentos 
também surgiram nessa época, com o objetivo de defender o trabalhador. 
O trabalhador em razão deste processo perdeu o conhecimento de todo a 
técnica de fabricação, passando a executar apenas uma etapa.
Fonte: Revolução Industrial (Só História, on-line)1. 
ADMINISTRAÇÃO
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 Le
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 fe
v
e
re
iro
 d
e
 1
9
9
8
.
IU N I D A D E20
Figura 1 - Situações geradas a partir da Revolução Industrial
Crescimento desordenado das cidades devido à migração de muitas 
famílias saindo do campo atrás do sonho de uma vida melhor.
Jornadas de trabalho de até 16 horas, ausência de benefícios 
sociais, pois os empresários desejam obter sempre mais lucro.
Exploração da mão de obra infantil, salários menores para mulheres 
e crianças.
Agravamento das questões sociais e sua expressões
(saneamento básico, habitação, violência, alcoolismo).
Mão de obra sem quali�cação e alta rotatividade de funcionários.
Condições insalubres de trabalho.R
e
v
o
lu
çã
o
 In
d
u
st
ri
a
l
Fonte: a autora.
A Primeira etapa da Revolução Industrial
Entre 1760 a 1860, a Revolução Industrial icou limitada, primeiramente, à 
Inglaterra. Houve o aparecimento de indústrias de tecidos de algodão, com 
o uso do tear mecânico. Nessa época, o aprimoramento das máquinas a va-
por contribuiu para a continuação da Revolução.
A Segunda Etapa da Revolução Industrial 
A segunda etapa ocorreu no período de 1860 a 1900. Ao contrário da pri-
meira fase, países como Alemanha, França, Rússia e Itália também se in-
dustrializaram. O emprego do aço, a utilização da energia elétrica e dos 
combustíveis derivados do petróleo, a invenção do motor a explosão, da 
locomotiva a vapor e o desenvolvimento de produtos químicos foram as 
principais inovações desse período.
A Terceira Etapa da Revolução Industrial 
Alguns historiadores têm considerado os avanços tecnológicos do século 
XX e XXIcomo a terceira etapa da Revolução Industrial. O computador, o fax, 
a engenharia genética, o celular seriam algumas das inovações dessa época.
Fonte: Revolução Industrial (Só História, on-line)2. 
Conceitos Básicos e Princípios Fundamentais da Administração (Teorias da Administração)
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt
. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 L
e
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 f
e
v
e
re
ir
o
 d
e
 1
9
9
8
.
21
Do ponto de vista da Administração, o que fazer? Encontrar formas de sanar 
os problemas e reverter a situação. É neste período que surgiram os teóricos da 
administração e suas concepções:
Figura 2 – Teorias da Administração
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA
TEORIA ADMINISTRATIVA
TEORIA DA BUROCRACIA
TEORIAS DE TRANSIÇÃO
ESCOLA DAS RELAÇÕES HUMANAS
Fonte: a autora.
Veremos brevemente, a seguir, os principais pontos de cada uma das teorias.
Teoria da Administração Cientíica:
Era baseada na melhoria dos processos das organizações com vistas a aumen-
tar a eicácia e a eiciência, tendo como referência e principal representante o 
engenheiro norte americano Frederick W. Taylor:
Frederick Winslow Taylor (1856 - 1915) nasceu de uma família Quaker 
na Pensilvânia, nos Estados Unidos. 
Taylor revolucionou os processos tradicionais dos métodos de trabalho 
por meio da aplicação de métodos cientíicos em várias empresas nor-
te-americanas. Taylor não possuía treinamento em Administração e se 
baseava somente em suas investigações sobre o que deveria ser feito. 
Além de proporcionar maiores lucros aos patrões e de valorizar o tra-
balho dos operários, isso assegurou a todos uma prosperidade mútua, 
que se reletiu satisfatoriamente na própria riqueza do país. 
ADMINISTRAÇÃO
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 Le
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 fe
v
e
re
iro
 d
e
 1
9
9
8
.
IU N I D A D E22
Taylor estimou que a produção de cada operário era somente um terço 
do que poderia ser. A essa restrição de produção ele denominou vadia-
gem sistemática [...]. 
Taylor culpou a administração, e não os operários, porque “era função 
dos gerentes” projetar atividades de maneira apropriada e oferecer in-
centivos adequados para estimular a produção dos operários. (SILVA, 
2008, p. 108 - 109).
Taylor foi responsável pela publicação de um dos livros mais utilizado no estudo 
da Administração: “Princípios da Administração Cientíica”. Dentre seus escri-
tos, podemos perceber que:
Figura 3 – Princípios da Administração Cientíica
1. Objetivo da boa administração era pagar salários altos 
e ter baixos custos de produção.
2. Com esse objetivo, a Administração deveria aplicar 
métodos de pesquisa para determinar a melhor maneira 
de executar tarefas. 
3. Os empregados deveriam ser cienti�camente 
selecionados e treinados, de maneira que as pessoas 
e as tarefas fossem compatíveis. 
4. Deveria haver uma atmosfera de íntima e cordial 
cooperação entre a administração e os trabalhadores, 
para garantir um ambiente psicológico favorável 
desses princípios. 
Fonte: Adaptado de Maximiano (2009, p. 35).
Conceitos Básicos e Princípios Fundamentais da Administração (Teorias da Administração)
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt
. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 L
e
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 f
e
v
e
re
ir
o
 d
e
 1
9
9
8
.
23
Taylor ainda desenvolveu a base da sua Teoria Administrativa no que chamou 
de Organização Racional do Trabalho (ORT), que, de acordo com Chiavenato 
(1993), compreeende:
Quadro 3 – ORT - Organização Racional do Trabalho
1. Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos 
2. Estudo da fadiga humana
3. Divisão do trabalho e especialização do operário
4. Desenho de cargos e tarefas
5. Incentivos salariais e prêmios de produção
6. Conceito de “homo economicus”
7. Condições ambientais de trabalho
8. Padronização de métodos e de máquinas
9. Supervisão funcional
Fonte: adaptado de Chiavenato (1993, p. 64).
A Teoria de Taylor icou conhecida como Taylorismo: “desenvolvido em uma 
época de notável expansão da indústria e junto com outra inovação revolucio-
nária do início do século: a linha de montagem de Henry Ford”. (MAXIMIANO, 
2009, p. 36). Henry Ford foi um dos seguidores com maior destaque de Taylor.
Você certamente já deve ter escutado falar dele! Se não lembra, já vai 
recordar.
ADMINISTRAÇÃO
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 Le
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 fe
v
e
re
iro
 d
e
 1
9
9
8
.
IU N I D A D E24
Henry Ford desenvolveu um modelo administrativo que chamou a atenção, ino-
vando na produção, baseando-se no método repetitivo, contínuo e nos seguintes 
princípios:
Figura 4 – Princípios de Ford
Intensi�caçãoProdutividade Economicidade
Fonte: a autora.
Quem foi Henry Ford? 
Foi um importante engenheiro americano, nascido em 1863 na cidade nor-
te-americana de Springwells. Falecido em 1947, na cidade de Dearborn. Pro-
duziu seu primeiro automóvel em 1892. 
Ainda jovem, trabalhava na fazenda do pai, onde era o responsável pela 
manutenção dos motores dos tratores. Foi nesta época que desenvolveu o 
talento e o grande interesse pela engenharia automobilística.
Ford é considerado o primeiro a implantar um sistema de produção em 
série. O engenheiro americano notou que era muito mais barato e rápido 
produzir um modelo de automóvel padronizado. De acordo com o sistema 
fordiano de produção (também conhecido como fordismo), o automóvel 
passava por uma esteira de montagem em movimento e os operários colo-
cavam as peças. Logo, cada operário deveria cumprir uma função especíica. 
Desta forma, existiam operários para determinadas funções (pintura, colo-
car pneus, direção, motor etc). Neste sistema, um automóvel era montado 
em apenas 98 minutos.
O modelo de automóvel mais famoso produzido por Henry Ford foi o mo-
delo “T”, também conhecido como “Ford Bigode”. Este veículo foi o mais 
vendido no inal do século XIX. Henry Ford foi o fundador da Ford Motor 
Company. 
Fonte: Henry Ford (Sua pesquisa.com, on-line)3. 
Conceitos Básicos e Princípios Fundamentais da Administração (Teorias da Administração)
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt
. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 L
e
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 f
e
v
e
re
ir
o
 d
e
 1
9
9
8
.
25
Quanto aos princípios acima citados, Silva (2008, p. 120) nos explica cada um:
 ■ O princípio da produtividade recomenda o máximo de produção dentro 
de um período determinado (com distribuição do ganho para o emprega-
dor, para o empregado e para o consumidor, pela redução de custos que 
se transforma em redução de preços).
 ■ O princípio da intensiicação consiste em aumentar a velocidade rotatória 
do capital circulante, visando pouca imobilização dele e grande rapidez em 
sua recuperação (o capital de giro é obtido dos próprios consumidores).
 ■ O princípio da economicidade refere-se a reduzir ao mínimo o volume de 
matéria-prima em curso de transformação (uma vez que o “tempo é a expres-
são da energia humana e o estoque representa trabalho humano armazenado”).
Henry Ford tornou-se um exemplo, pois otimizou a eicácia da sua produção, 
reduzindo o tempo de fabricação de um automóvel de 12 horas para 84 minu-
tos (Cf. Silva, 2008). Algunsautores dizem em 94 minutos.
Com sua ilosoia de produção em massa, preços baixos, altos salários e 
organização eiciente do trabalho, destacando-se aí a rapidez de fabrica-
ção, Henry Ford apresentou ao mundo o maior exemplo de administra-
ção eiciente e individual que a história conhece. (SILVA, 2008, p. 121).
Uma das críticas prestadas a Taylor e seus seguidores é que não havia conside-
ração quanto aos aspectos humanos no processo de produção. A Administração 
Cientíica destacava, sobretudo, os aspectos mecânicos, como podemos perce-
ber a seguir, divididos em dois grupos por Silva (2008):
Quadro 4 - Críticas à Teoria de Taylor
CRÍTICA CONSEQUÊNCIA (TENDE A)
1. Mecanização: desestimula a iniciativa 
pessoal do operário, tornando-o ‘parte 
da máquina’, não considerando os seus 
aspectos psicossociais.
- Especializar demasiadamente a 
produção do operário, tornando-o 
apêndice da máquina.
- Atomizar o trabalho em demasia, mi-
nimizando as aptidões dos operários. 
- Destruir a iniciativa própria, e de 
algum modo o relacionamento inter-
pessoal.
2. Esgotamento físico: resultado 
frequente da ânsia do operário em 
realizar mais do que o previsto, para 
aumentar seu pagamento. 
Fonte: adaptado de Silva (2008, p. 122).
ADMINISTRAÇÃO
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 Le
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 fe
v
e
re
iro
 d
e
 1
9
9
8
.
IU N I D A D E26
Mas não é por isso que devemos desconsiderar a grande relevância que tiveram 
para a história da Administração e da humanidade, e assim outros teóricos pude-
ram dar continuidade e aperfeiçoas as teorias.
Teoria Administrativa:
Vimos anteriormente a Teoria da Administração Cientíica, na qual Taylor e 
seu seguidor Henry Ford deixaram sua marca na história da Administração e cuja 
teoria possui propostas que são utilizadas até os dias atuais. Junto a eles, temos 
Henry Fayol, expoente que recebe o nome de Pai da Administração Moderna e 
também possui suas propostas aplicadas até hoje.
Vamos saber um pouco mais sobre Fayol?
Fayol chegou a diretor-geral de uma empresa de mineração em 1888. A empresa 
estava à beira da falência, mas quando Fayol se aposentou, em 1918, sua situação 
inanceira era sólida. Esse resultado foi atribuído por ele a seu sistema de admi-
nistração, uma ideia que se dividia em três partes principais: 
 ■ A Administração é uma função distinta das demais funções, como inan-
ças, produção e distribuição. 
 ■ A Administração é um processo de planejamento, organização, comando, 
coordenação e controle [...]. 
 ■ O sistema da administração pode ser ensinado e aprendido. (Maximiamo, 
2009, p. 38).
Fayol apresenta a sua teoria em 06 (seis) elementos fundamentais que, observados 
e cuidados separadamente, garantem um bom funcionamento da organização. 
Foi o primeiro a apresentar esta proposta.
Fique atento:
Observados separadamente, mas possuem relação entre si, devem “conver-
sar” entre si!
Conceitos Básicos e Princípios Fundamentais da Administração (Teorias da Administração)
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt
. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 L
e
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 f
e
v
e
re
ir
o
 d
e
 1
9
9
8
.
27
Vejamos como Fayol pensou as seis funções fundamentais:
Figura 5 – Funções Fundamentais de Fayol
1. Atividades técnicas: relacionadas com a transformação e produção de bens 
(produtos e serviços).
2. Atividades comerciais: relacionadas com as transações de compra, venda 
e permuta.
3. Atividades �nanceiras: relacionadas com a captação e bom uso do capital.
4. Atividades contábeis: relacionadas com os controles e registros das despesas 
organizacionais (como inventário, balanços, custos e estatísticas).
5. Atividades de segurança: relacionadas com a preservação e proteção 
das pessoas e dos bens.
6. Atividades administrativas: relacionadas com a integração de todas as 
operações da organização; as atividades administrativas coordenam e sincronizam 
as atividades anteriores, tendo, portanto, interferência / in�uência sobre elas.
Fonte: adaptado de Silva, 2008, p. 134.
Dentre as seis funções apresentadas por Fayol, ele mesmo elenca uma como 
sendo a mais importante: Função Administrativa. Tal função foi desdobrada em 
cinco itens, detalhados a seguir:
 ■ Previsão: tentativa de avaliar o futuro por meio de um plano e fazer 
provisões para realizar esse plano (essa função deu origem à função de pla-
nejamento). A previsão comporta três aspectos: projeção (o futuro é uma 
continuação do passado); predição (o futuro não é continuação do pas-
sado, por fatores fora do controle da empresa); e planejamento (o futuro 
não é continuação do passado, mas por fatores sob controle da empresa). 
 ■ Organização: mobilização dos recursos humanos e materiais para trans-
formar o plano em ação.
ADMINISTRAÇÃO
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 Le
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 fe
v
e
re
iro
 d
e
 1
9
9
8
.
IU N I D A D E28
 ■ Comando: estabelecimento de orientações para os empregados e obten-
ção das coisas feitas.
 ■ Coordenação: obtenção da uniicação e harmonia de todas as ativida-
des e esforços.
 ■ Controle: veriicação de que as coisas aconteçam em conformidade com 
as regras estabelecidas e expressas pelo comando. (SILVA, 2008, p. 135).
Esta é a proposta original de Fayol, utilizada, incluvise, nos dias atuais por muitas 
organizações mostrando-se eicaz. Ao longo dos anos foi evoluindo, na medida 
em que mais e mais proissionais a foram utilizando em sua administração, até 
que chegou à seguinte coniguração: PODC (Planejamento, Organização, Direção 
e Controle). Este é tido como um dos principais conceitos da Administração.
Figura 6 – Conceitos da Administração
D
Desenvolver
P
Planejar
O
Organizar
C
Controlar
Fonte: a autora.
Vale ressaltar que todas as teorias da Administração se encaixam num destes 
quatro itens.
Para que servem as teorias administrativas? Para que os bons proissionais 
as usam? Bons proissionais as utilizam para a tomada de decisão, de boas 
decisões, ressaltando a importância do uso diário de: planejar, organizar, di-
rigir e controlar. 
Fonte: a autora.
Conceitos Básicos e Princípios Fundamentais da Administração (Teorias da Administração)
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt
. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 L
e
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 f
e
v
e
re
ir
o
 d
e
 1
9
9
8
.
29
Não poderíamos deixar de citar os 14 princípios gerais da Teoria proposta por 
Fayol. Mesmo tendo sido escritos em 1916, ainda são utilizados por adminis-
tradores contemporâneos.
Quadro 5 – Princípios gerais da Teoria de Fayol
1. Divisão de trabalho: Fayol propôs a especialização do trabalho como a melhor 
maneira de usar os recursos humanos da organização.
2. Autoridade e responsabilidade: a autoridade é “o direito de dar ordens e o 
poder para a exata obediência.” A responsabilidade envolve ser coniável e, desse 
modo, está naturalmente associada à autoridade. 
3. Disciplina: signiica a necessidade de esforço comum dos trabalhadores, de 
maneira ordenada; punições, entretanto, deveriam ser aplicadas criteriosamente.
4. Unidade de comando: os trabalhadores deveriam receber ordens de um ‘ge-
rente’ somente. 
5. Unidade de direção: a organização deve se mover em uma direção e um obje-
tivo comum. 
6. Subordinação do interesseindividual ao interesse geral: os interesses de uma 
pessoa (ou grupo) não deveriam prevalecer sobre os interesses da organização. 
7. Remuneração de pessoal: o pagamento deveria ser justo – não explorativo – e 
recompensar o bom desempenho. 
8. Centralização: os graus de centralização/descentralização adotados dependem 
de cada organização especíica na qual o ‘gerente’ está trabalhando. 
9. Cadeia escalar: respeito à autoridade correspondente à posição hierárquica. 
10. Ordem: um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar. 
11. Equidade: todos os empregados deveriam ser tratados o mais ‘igualmente’ 
possível. 
12. Estabilidade do pessoal no cargo: a retenção dos trabalhadores mais produti-
vos deveria ser alta prioridade da administração. 
13. Iniciativa: os administradores deveriam encorajar a iniciativa do trabalhador. 
14. Espírito de equipe: os administradores deveriam enfatizar a harmonia e a boa 
vontade geral entre os empregados. 
Fonte: adaptado de Silva (2008, p. 136).
Vamos agora fazer uma paradinha estratégica: você certamente leu com bastante 
atenção os 14 princípios acima. Agora, vamos começar a relacionar o conteúdo 
que estamos estudando à prática proissional do Assistente Social. Você já está 
fazendo estágio ou irá começar em breve, não é mesmo?
ADMINISTRAÇÃO
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 Le
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 fe
v
e
re
iro
 d
e
 1
9
9
8
.
IU N I D A D E30
TEORIA DA BUROCRACIA
Quando falamos em burocracia, o que vem logo à sua mente? Geralmente, as 
pessoas a relacionam a algo quase sempre negativo, moroso, com excesso de 
regras, muito papel e muito estresse.
Contudo, em seu sentido original, burocracia:
[...] indica uma forma de organização que se baseia na racionalidade das 
leis. A conotação negativa dos papéis e regulamentos tem sua origem nas 
disfunções das organizações burocráticas. (MAXIMIANO, 2009, p. 36).
Max Weber (alemão) foi um cientista social do século XX, sendo um dos pionei-
ros e maiores teóricos no que diz respeito à Teoria da Burocracia. Ele pensou e 
elaborou o que pensava ser a burocracia ideal por volta dos anos de 1940.
Weber não tentou deinir as organizações, nem estabelecer padrões de 
administração que elas devessem seguir. O tipo ideal não é um modelo 
prescritivo, mas uma abstração descritiva. É um esquema que procura 
sintetizar os pontos comuns à maioria das organizações formais mo-
dernas. Weber descreveu as organizações burocráticas como máqui-
nas totalmente impessoais que funcionam de acordo com regras que 
ele chamou de racionais – regras que dependem de lógica e não de 
interesses pessoais. (MAXIMIANO, 2009, p. 36). 
 De acordo com Silva (2008), Weber pontuou algumas características do que ele 
entendia como burocracia ideal, as quais podem ser vistas a seguir:
Figura 7 – Características da Burocracia Ideal segundo Weber
Divisão do Trabalho
Hierarquia de Autoridade
Racionalidade
Regras e Padrões
Compromisso Pro�ssional
Registros Escritos
Impessoalidade
Fonte: adaptado de Silva (2008, p. 147).
Conceitos Básicos e Princípios Fundamentais da Administração (Teorias da Administração)
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt
. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 L
e
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 f
e
v
e
re
ir
o
 d
e
 1
9
9
8
.
31
Atualmente, entede-se que a Burocracia é vista como importante para as orga-
nizações. O que se critica é o excesso da burocracia, que muitas vezes gera o 
engessamento dos processos e do trabalho, sendo causadora da ineiciência. De 
acordo com Merton (1968 apud CHIAVENATO, 1993,) tais ineiciências são 
chamadas de “disfunções da burocracia”. Este termo foi utilizado para “[...] desig-
nar as anomalias de funcionamentos resposnáveis pelo sentido pejorativo que o 
termo burocracia adquiriu junto aos leigos no assunto.”
Figura 8 – Disfunções da Burocracia segundo Merton
Internacionalização das regras e exagerado apego aos 
regulamentos.
Di�culdade no atendimento a clientes e con�itos com o 
público.
Excesso de formalismo e de papelório.
Resistência a mudanças.
Despersonalização do relacionamento.
Categorização como base do processo decisorial.
Superconformidade às rotinas e procedimentos.
Exibição de sinais de autoridade.
Fonte: adaptado de Chiavenato (1993, p. 432).
Contudo, temos o entendimento de que:
Para Weber, a sociedade e as organizações modernas são sistemas de 
normas impessoais. São as normas (ou leis) que regem o comporta-
mento das pessoas. Nas sociedades primitivas, ao contrário, é a vontade 
ou capricho dos governantes que rege o comportamento das pessoas. 
(MAXIMIAMO, 2007, p. 36).
ADMINISTRAÇÃO
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 Le
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 fe
v
e
re
iro
 d
e
 1
9
9
8
.
IU N I D A D E32
ADMINISTRAÇÃO E AS ORGANIZAÇÕES
Para uma boa administração, é muito importante que você tenha conhecimento e 
entendimento sobre as organizações, o que são e sua teoria (teoria organizacional).
Segundo Lacombe:
[...] as organizações são agrupamentos de pessoas que se organizam em 
prol de objetivos comuns. Elas se solidiicaram desde a Pré-história, 
para atender às necessidades humanas, e estão por toda parte: empre-
sas, bancos, escolas e universidades, igrejas, hospitais etc. (LACOMBE, 
2008, p. 13).
Para bem administrar precisamos bem entender como as organizações funcionam.
Por que existem as organizações? 
O principal motivo para a existência das organizações é o fato de que 
certos objetivos só podem ser alcançados por meio da ação coordenada 
de grupo de pessoas. (MAXIMIANO, 2009, p. 28). 
Ou seja, não existe uma organização formada por uma única pessoa, ou em prol 
de um objetivo individual. A organização existe para a coletividade.
Outros conceitos de organização:
Organização é quando existem “duas ou mais pessoas trabalhando jun-
tas cooperativamente dentro dos limites identiicáveis, para alcançar 
um objetivo ou meta comum.” (SILVA, 2008, p. 40).
Organização é um “arranjo sistemático de duas ou mais pessoas que 
cumprem papéis formais e compartilham propósito comum.” (ROB-
BINS, 2005, p. 31).
Toda organização possui um objetivo, uma natureza, uma razão para existir. Para 
obter êxito naquilo a que se propõe a existir, é necessário que seja bem adminis-
trada, seja bem organizada. 
[...] é a administração que vai fazer com que as organizações utilizem 
de maneira correta os seus recursos e atinjam seus objetivos, levando 
em conta dois outros componentes importantes: processo de transfor-
mação e divisão de trabalho. Desta forma, o sucesso da organização 
está intrinsecamente ligado à forma como esta é administrada e de 
como utiliza os seus recursos. (MAXIMIANO, 2009, p. 04).
Administração e as Organizações
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt
. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 L
e
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 f
e
v
e
re
ir
o
 d
e
 1
9
9
8
.
33
Duas palavras foram destacadas na citação: OBJETIVOS e RECURSOS. Essas são 
tidas como palavras-chave tanto para a Administração quanto para a Organização, 
que aliadas a outros dois componentes importantes nos auxiliam na compreen-
são do funcionamento de uma administração em uma organização:
Figura 9 – Principais componentes das organizações
Recursos Objetivos
- Humanos
- Materiais
- Financeiros
- Informação
-Espaço
- Tempo
- Produtos
- Serviços
- Processos de transformação
- Divisão do trabalho
Fonte: adaptado de Maximiano, 2009, p. 04.
A partir da Figura 9 (e do mesmo autor) acima, vamos ver como podem ser 
entendidos os seguintes itens:
1. Objetivos.
2. Recursos.
3. Processos de transformação.
4. Divisão do trabalho.
Quanto aos objetivos:
As organizações são grupos sociais deliberadamente orientados para 
a realização de objetivos que, de forma geral, se traduzem no forneci-
mento de produtos e serviços.
Por exemplo: uma empresa montadora de veículos produz e comercia-
liza ônibus, caminhões, peças e compenentes e presta serviços como 
assistência técnica e treinamento de pessoal de suas concessionárias. 
Outro exemplo: a Prefeitura de uma cidade, ou o governo de um Esta-
do, tem inúmeros objetivos nas áreas da saúde, educação, transportes, 
assistência social e outros. (MAXIMIANO, 2009, p. 05).
Quanto aos recursos, vimos na Figura 8 que estes podem ser vários. Dentre os 
recursos apresentados, qual você consideraria o principal? Por quê?
ADMINISTRAÇÃO
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 Le
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 fe
v
e
re
iro
 d
e
 1
9
9
8
.
IU N I D A D E34
Se você respondeu que o principal recurso de uma organização são as pes-
soas (Recursos Humanos), você acertou. Parabéns! Isso porque são as pessoas 
que se utilizam dos demais recursos (físicos, materiais, inanceiros). Sem o pri-
meiro, os demais recursos não agiriam por si só. 
As pessoas inseridas na organização se utilizam dos recursos (tangíveis e 
intagíveis), com vistas a obter um determinado resultado.
Quanto aos processos de transformação:
Por meio de processos, a organização transforma os recursos para pro-
duzir os resultados. Um processo é um conjunto ou sequência de ativi-
dades interligadas, com começo, meio e im, que utiliza recursos, como 
trabalho humano e equipamentos, para fornecer produtos e serviços. 
Um processo é uma estrutura de ação de um sistema. Todas as organi-
zações podem ser desmembradas em processos. (MAXIMIANO, 2009, 
p. 05).
Quanto à divisão do trabalho:
Em uma organização, cada pessoa, bem como cada grupo de pessoas, 
realiza tarefas especíicas que contribuem para a realização dos objeti-
vos. Assim, como as organizações são especializadas em determinados 
objetivos, as pessoas e os grupos que nelas trabalham são especializa-
dos em determinadas tarefas.
A divisão do trabalho é o processo que permite superar as limitações 
individuais por meio da especialização. Quando se juntam as tarefas es-
pecializadas, realizam-se produtos e serviços que ninguém conseguiria 
fazer sozinho. (MAXIMIANO, 2009, p. 06).
Você se recorda que, no início desta unidade de estudo, comentamos sobre a 
importância da Administração em nossa vida pessoal e também para nossa vida 
proissional? Espero que sim, pois, ao falarmos da Administração e, sobretudo, 
das organizações, vemos nesta última o espaço onde se dá a atuação proissional 
do Assistente Social. Você chegou a pensar nisso enquanto ia fazendo a leitura?
É no seio das organizações que se dá o exercício proissional, é lá, imerso à 
realidade organizacional que a sua carreira ganhará vida!
A partir disso, é importante que você possa lembrar que as organizações 
podem ser tipiicadas a partir do setor da economia em que prestam seus ser-
viços, a saber:
Administração e as Organizações
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt
. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 L
e
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 f
e
v
e
re
ir
o
 d
e
 1
9
9
8
.
35
Figura 10 – Tipos de Organizações
Governo
• Compreende as 
organizações do 
serviço público, que 
administram o Estado 
e prestam serviços aos 
cidadãos.
• Exemplos: órgãos da 
administração pública 
direta (ministérios, 
secretarias), autarquias, 
fundações e empresas 
estatais.
Empresas
• Organização de 
negócios que têm 
por objetivo vender 
produtos e obter lucro. 
Lucro é o dinheiro que 
resta para a empresa 
depois que foram 
pagas todas as 
despesas.
Organizações 
da Sociedade 
Civil
• Compreende as
organizações de 
utilidade pública,
que têm origem
na sociedade e não
no governo.
Essas organizações
não têm �nalidade
lucrativa.
P
ri
m
e
ir
o
 S
e
to
r
S
e
g
u
n
d
o
 S
e
to
r
T
e
rc
e
ir
o
 S
e
to
r
Fonte: adaptado de Maximiano (2009, p. 06-07).
Você conseguiu perceber a inserção do Assistente Social neste contexto organiza-
cional? Além de compreender e classiicar os tipos de organizações, é importante 
que compreeenda que, dentro de cada organização, também existem as funções 
organizacionais que, de maneira mais abrangente, entendemos como sendo:
[...] as tarefas especializadas que as pessoas e os grupos executam, para 
que a organização consiga realizar seus objetivos. Todas as organiza-
ções têm aproximadamente as mesmas funções. As funções mais im-
portantes de qualquer organização são analisadas sucintamente como: 
produção (ou operações), marketing, pesquisa e desenvolvimento, 
inanças e recursos humanos. A coordenação de todas essas funções 
especializadas é o papel da administração geral (MAXIMIANO, 2009, 
p. 07).
De uma maneira mais didática, podemos assim visualizar as principais funções 
organizacionais: 
Figura 11 – Funções Organizacionais
Administração Geral
Pesquisa e
Desenvolvimento
Recursos
Humanos
Operações Marketing Finanças
Fonte: adaptado de Maximiano (2009, p. 07).
ADMINISTRAÇÃO
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 Le
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 fe
v
e
re
iro
 d
e
 1
9
9
8
.
IU N I D A D E36
EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE TRABALHO
Desde as tribos mais primitivas até as sociedades modernas, o trabalho sempre 
existiu interligado à existência humana. De lá para cá, “[...] foi exaltado ou des-
prezado por diferentes classes sociais em diferentes épocas e nações.” (CARMO, 
1997, p. 7).
O homem primitivo desenvolvia a atividade de trabalho quando se apropriava 
da natureza e a transformava, a im de adquirir meios para a sua subsistência. 
A partir deste ato, originaram-se as soisticadas técnicas de caça e a pesca cole-
tiva, que envolviam uma organização e coordenação muito mais desenvolvida 
dos atos de cada indivíduo.
Assim sendo, “realizando essa atividade, o homem se transforma, se autopro-
duz e, ao se relacionar com outros homens, na realização da atividade, estabelece 
a base das relações sociais.” (CARMO, 1997, p. 15). Esses atos, acima descritos 
pelo autor, voltados para atender a uma necessidade concreta, não se limitam ape-
nas à produção imediata, mas se estendem por toda a História da Humanidade.
O trabalho é um processo entre o homem e a natureza que corresponde à 
criação de um mundo artiicial, disponível à existência humana. Por meio do 
trabalho, o homem se apropria da natureza e a transforma para que lhe seja mais 
útil, exteriorizando assim a sua capacidade inventiva e criativa.
O trabalho é uma atividade fundamental do homem, pois mediatiza a 
satisfação e suas necessidades diante da natureza e de outros homens 
[...] o trabalho é uma atividade própria do ser humano, seja ele ma-
terial, intelectual ou artística. É através do trabalho que o homem se 
airma como um ser que dá respostas prático-conscienntes dos seus 
carecimentos, as suas necessidades [...] através do trabalho, o homemse airma como ser criador, não como um indivíduo pensante, mas 
como um indivíduo que age consciente e racionalmente. (IAMAMO-
TO, 2000, p. 41).
Aos poucos, foram surgindo as formas de divisão de trabalho. O trabalho em 
grupo, a formação das primeiras comunidades, a ixação do homem que deixa 
de ser nômade, são aspectos que surgiram como forma de facilitar a manuten-
ção da vida.
Evolução do Conceito de Trabalho
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt
. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 L
e
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 f
e
v
e
re
ir
o
 d
e
 1
9
9
8
.
37
A História da Sociedade foi evoluindo e o trabalho ocupou lugar importante 
na formação do desenvolvimento do homem. Surgiu a Organização Social, e com 
ela foram aperfeiçoados os seus utensílios de trabalho e criadas novas condições 
para o aumento da produtividade.
Com o aumento da produção, as famílias foram desagregadas, dando ori-
gem à propriedade privada. Os meios de produção passam a ser concentrados 
nas famílias da nobreza. Nesse período, o trabalhador começou a produzir mais 
do que necessitava para a sua subsistência Surgiu a possibilidade de se apropriar 
do produto excedente e, portanto, da exploração. Alguns membros da sociedade 
enriquecem em detrimento de outros.
Airma Carmo (1992) que assim a Sociedade Escravista, a qual estabele-
cia uma relação com as masssas de escravos de domínio cruel de exploração. O 
trabalhador escravo era submisso, submetido a precárias condições de sobrevi-
vência, desempenhava todo tipo de trabalho que lhe exigia esforços e, em troca, 
lhes era dado o que comer para não morrer de fome e também lhes eram dadas 
as mínimas condições de sobrevivência.
De acordo com o autor acima citado, neste período escravista o trabalhador 
era desprezado, pois se acreditava que, para ter liberdade na vida, era preciso 
escravizar alguém. Na tentativa de se excluir o labor das condições da vida de 
alguns, outros precisavam ser escravizados. A liberdade não era para todos.
Há 2500 anos, os gregos, ao adotarem a máxima de Aristóteles, “pen-
sar requer ócio”, apresentavam uma postura bastante diversa. Contudo, 
para sustentar a elite grega, que se desobrigava do trabalho, havia escra-
vos, e como essa situação provocava vergonha, os gregos criaram sutis 
argumentos que justiicavam a necessidade da escravatura. (CARMO, 
1992, p. 7).
Carmo (1992) ainda destaca que a sociedade escravista decai em virtude das 
revoltas dos escravos contra os seus senhores, surgindo sobre as suas ruínas a 
Sociedade Feudal. Essa sociedade era baseada na propriedade feudal, sobre os 
meios de produção e da terra e a propriedade incompleta do trabalhador: ser-
vos camponeses. Estes eram obrigados pelo senhor feudal a trabalhar para ele, 
prestar todo tipo de serviço. Os servos podiam ser comprados e vendidos, não 
restando a eles nenhum tipo de direito, uma vez que eram considerados como 
mercadoria.
ADMINISTRAÇÃO
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 Le
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 fe
v
e
re
iro
 d
e
 1
9
9
8
.
IU N I D A D E38
Assim como no Regime Escravista, as relações de produção eram de domí-
nio e submissão, de exploração dos servos camponeses.
É preconizado que “nos feudos, os camponeses podiam desenvolver traba-
lhos de artesãos, depois de cumprir as obrigações com o senhor do feudo. Este 
trabalho lhes garantia uma economia própria.” (HUBERMAN, 1978, p. 25).
O trabalho artesanal foi aperfeiçoado e as forças produtivas se desenvolveram 
e se expandiram com as grandes descobertas geográicas dos séculos XV e XVI. O 
aumento das forças produtivas, por meio da manufatura, signiicou o aumento das 
mercadorias, o que, consequentemente, exigia maior dedicação do trabalhador, 
ou seja, que ele estivesse livre, sem a submissão à terra. Surge então a necessidade 
de substituir as relações de produção feudal por outras novas (o Capitalismo).
O Capitalismo se caracterizou pela industrialização e tem por base a pro-
priedade burguesa. 
[...] a diferença entre o modo de produção capitalista e as outras formas 
econômicas, demonstrando que a especiicidade do Capitalismo está 
em acumular e reproduzir a riqueza social e assegurar os meios para a 
apropriação privada dessa riqueza. (MARX apud LAFARGUE, 1999, 
p. 38).
A acumulação de riqueza é oriunda do lucro obtido por meio da exploração da 
força de trabalho e também da constante ampliação da produção, aperfeiçoa-
mento da máquina e melhoria da indústria e agricultura.
Neste regime, o trabalhador é considerado “livre”, dono de sua força de tra-
balho, mas é obrigado a vendê-la e aceitar a exploração por parte dos donos dos 
meios de produção.
[...] os proprietários privados dos meios de produção forçam as classes 
expropriadas a trabalhar para eles mediante um salário, para produzir 
bens que também serão propriedade privada do empregador. O tra-
balho se torna assalariado e submetido às leis da propriedade privada 
capitalista. (LAFARGUE, 1999, p. 39).
Com essas transformações, o trabalhador deixa de ser visto como “coisa” ou “pro-
priedade de alguém” e passa à condição de “pessoa humana”. De pena à desonra, 
o trabalho passa a conferir status social, pois se torna um atributo importante 
na contribuição do indivíduo para a construção da sociedade.
Evolução do Conceito de Trabalho
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt
. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 L
e
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 f
e
v
e
re
ir
o
 d
e
 1
9
9
8
.
39
Este novo valor que o trabalho adquire está relacionado à valorização do 
capital. A força de trabalho entendida como capacidade do homem produzir 
bens e materiais necessários à sobrevivência representa para o capital a condi-
ção de reprodução do mesmo.
[...] o capital se viabiliza à medida que o trabalho humano capaz de pro-
duzir valor, é incorporado à mercadoria e que ele próprio – o trabalho 
– se converte em mercadoria (é vendido e comprado no mercado). O 
trabalho por sua vez só se viabiliza no contexto capitalista quando, pela 
intermediação do mercado converte-se em emprego e tem o seu valor 
estimado pela possibilidade que oferece de agregar valor ao bem pro-
duzido, pois é de seu total interesse aumentar essa capacidade de pro-
dução (explorar a força de trabalho) para alcançar seu objetivo maior: 
o lucro. (SILVA, 1997, p. 13).
Este lucro é obtido na comercialização dos bens produzidos, principalmente 
por meio do fato de que, no processo de produção, ocorre uma desvalorização 
de remuneração do trabalhador em relação ao valor do produto de seu traba-
lho, ou seja, temos então “a produção do que Marx denomina de mais-valia.” 
(HUBERMAN, 1979, p. 227).
O autor ainda destaca que essa inter-relação advinda da compra e venda da 
força de trabalho vai deinir o lugar que o indivíduo ocupa na sociedade, que, de 
acordo com Marx, se dá em divisão de classes: burguesia e proletariado.
O indivíduo situado em uma classe (dos trabalhadores) passa, por meio do 
trabalho, a se identiicar e pertecener à sociedade e contribui para a construção 
e manutenção da identidade do ser humano.
Com o advento da Revolução Industrial na Inglaterra, no século XVII, houve 
profundas transformações na forma de organizar o trabalho e de se estabelecer 
os processos produtivos, em função de se obter maior produtividade e diminuir 
os gastos e, consequentemente, aumentar a lucratividade.
Como resposta à necessidade do capital, instalou-se e perdurou em pratica-mente todo o século XX o modelo taylorismo/fordismo.
Cujos elementos constitutivos básicos eram dados pela produção em 
massa através da linha de montagem e de produtos mais homogêneos, 
através de controle dos tempos e movimentos pelo cronômetro taylo-
rista e a produção em série fordista. (ANTUNES, 2002, p. 25).
ADMINISTRAÇÃO
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 Le
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 fe
v
e
re
iro
 d
e
 1
9
9
8
.
IU N I D A D E40
Esse processo de trabalho foi iniciado por Frederick W. Taylor. 
[...] visava à racionalização da produção a im de possibilitar o aumento 
da produtividade no trabalho evitando o desperdídio de tempo, econo-
mizando mão de obra, suprindo gestos desnecessários e comportamen-
tos supérluos no interior e do processo produtivo a im de controlar a 
forma de produção, aumentando os lucros e diminuindo os desperdí-
cios (CARMO, 1992, p. 42).
Nesse período, que abrangeu o inal da 1ª Guerra Mundial – 1945 – até meados 
da década de 1970, inicou-se a administração da produção por meio de esque-
mas que deiniam setores e funções rigidamente hierarquizados (operário, chefe, 
supervisor, gerente, assessor, presidente etc.). Foram implantados mecanismos 
computadorizados, microeletrônica, automação das máquinas e a cibernética, o 
que reeestruturou o padrão produtivo, fazendo com que os operários apertassem 
o mesmo botão por horas. Tais processos tecnológicos aumentaram demasiada-
mente o ritmo do trabalho, evitaram o desperdício e reduziram consideravelmente 
a ação do operário a uma simples ação mecânica repetitiva. Portanto, esse modelo 
primava pela produção em massa e reduzia o operário a um simples mecanismo 
de funcionamento da máquina.
De acordo com Oliveira e Rodrigues (1999), tal cronômetro chamado de 
taylorismo uniu-se a outro modelo originalizado por Henry Ford, que se tra-
tava de uma linha de montagem na fabricação de automóveis que foi efetivada 
em 1909 na Indústria Ford. Este método de trabalho veio trazer inovações não 
só aos processos de produção, mas também à forma de organização do trabalho 
dentro da empresa e ao padrão de consumo e de vida dos assalariados.
[...] na linha de montagem implantada, cada trabalhador ocupa um 
posto. São, portanto, as peças que se movimentam numa correia trans-
portadora, e cada trabalhador efetua uma operação, às vezes duas ou 
até mesmo três, extremamente simpliicadas (OLIVEIRA; RODRI-
GUES, 1999, p. 96).
Esse modelo produtivo que vigorou fortemente por décadas começou a dar sinais 
de esgotamento a partir da década de 1960. 
[...] eclode em meados da década de 1970, quando a economia mun-
dial apresenta sinais de estagnação com os altos índices inlacionários e 
com a mudança na distribuição do poder no cenário mundial. (IAMA-
MOTO, 2000, p. 16).
Evolução do Conceito de Trabalho
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt
. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 L
e
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 f
e
v
e
re
ir
o
 d
e
 1
9
9
8
.
41
Concomitantemente, na Europa, passou a vigorar o modelo de bem estar social 
Welfare State, criado por Keynes após a Crise de 1930.
Na versão Keynesiana, pode-se elevar a renda nacional e o volume de 
emprego em época de recessão, se o governo adotar uma política com-
pensatória capaz de suprir as eventuais deiciências do investimento e 
do consumo. (MENDES, 2004, p. 178).
Neste sentido, o Keynesianismo forneceu a possibilidade de um pacto (compro-
misso) entre os partidos políticos, sindicatos, Estado e Capital, sendo o Estado 
o mediador entre trabalhadores e capitalistas.
Entretanto, acreditava-se que as perturbações na economia podiam ser cor-
rigidas com a interferência do governo, e que o compromisso de mediar o capital 
e o trabalho fosse efetivo e duradouro, o que não aconteceu, pois a interferência 
do Estado possibilitou o reforço do processo de acumulação e dominação pelo 
capital. Conforme argumenta Carvalho:
Ao mesmo tempo em que anunciava o surgimento de um Estado que 
gasta para criar demanda e alavancar a economia, surge também uma 
forma nova de entender o papel da classe trabalhadora que passa a ser 
reconhecida e valorizada como consumidora de produtos e bens indus-
triais e cuja renda deveria ser mantida a bem de garantir a demanda e o 
bom funcionamento do sistema. (CARVALHO, 1999, p. 103).
O poder de compra dos trabalhadores cresceu devido ao seu empenho na pro-
dutividade, mas a autoestima, o poder de decisão e o lazer foram dizimados 
com esse compromisso, que converteu os trabalhadores em uma engrenagem 
do poder capitalista.
O movimento operário vinha concordante ao pacto e enfraquecido diante 
da burocratização instituída nas negociações pelas empresas. Assim, “as rela-
ções de trabalho fordista são marcadas neste período, pelo reconhecimento dos 
sindicatos por parte da sociedade, como interlocutores de pleno direito no trato 
com a empresa.” (CARVALHO, 1999, p. 102).
Entretanto, após décadas de permanência, o ciclo de expansão e vigência do 
Welfare State começa a dar sinais de crise. 
No inal da década de 60, na Europa, os trabalhadores, impulsionados pela 
satisfação com o modelo de produção, se unem num protesto em massa contra 
a exploração, desqualiicação e pela humilhação que vinham sofrendo.
ADMINISTRAÇÃO
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 Le
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 fe
v
e
re
iro
 d
e
 1
9
9
8
.
IU N I D A D E42
Os trabalhadores veem reduzidas a sua autonomia e iniciativa. Há tam-
bém modiicações na forma de planejamento das tarefas causando mais 
perdas para os trabalhadores. (HELOANI, 2003, p. 97).
O proletariado, que manteve o sistema de produção por décadas nos países 
europeus, agora rompe com o processo, por meio de ações autônomas e gran-
des greves. Esses trabalhadores são tidos como autônomos, pois se desvinculam 
dos sindicatos aos quais estavam ligados, aos sociais-democratas que serviam ao 
capital. Nessas greves, os trabalhadores ocuparam as fábricas e puderam mostrar 
que eram capazes de manter a continuidade na norma de produção na respon-
sabilidade daqueles que foram dizimados de qualquer autonomia.
Mas essa tomada de decisão por parte dos operários não teve a repercussão 
esperada e se consolidou apenas como participação dentro da ordem, segundo 
destaca Antunes (2002). Ou seja, foi restringida a um pequeno espaço de tempo 
e não alcançou a hegemonia do capital. Entretanto, essa autonomia perturbou a 
ordem instaurada e teve grande inluência na crise que se seguiu às décadas de 
60 e início da década de 70.
Foi nesse momento que o capital procurou uma reorganização no mundo 
do trabalho. 
[...] para atender às exigências mais individualizadas de mercado no 
melhor tempo e com melhor qualidade é preciso que a produção se 
sustente num processo produtivo lexível. [...] ensaiava-se modalidades 
de desconcentração industrial, buscam-se novos padrões de gestão de 
força de trabalho, dos quais os Círculos de Controle (CCQs), a gestão 
participativa, e a busca da qualidade total. (ANTUNES, 2002, p. 24-34).
A partir desse momento, novos processos de gestão são implantados, o que revo-
lucionou o mundo do trabalho e as relações trabalhistas, as quais veremos adiante.
Evolução do Conceito de Trabalho
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt
. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 L
e
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
ef
e
v
e
re
ir
o
 d
e
 1
9
9
8
.
43
ACUMULAÇÃO FLEXÍVEL E TOYOTISMO
A década de 80 foi o marco das transformações no mundo do trabalho. Dentre 
as mudanças, podemos citar o grande avanço tecnológico, a automação, a robó-
tica, a microeletrônica e também um novo processo de trabalho que destacava 
a lexibilização da produção. Resgatavam-se, assim, os fundamentos da acumu-
lação lexível e a inclusão do Toyotismo nos países capitalistas ocidentais.
[...] depois da aguda recessão instalada a partir de 1973, teve início um 
processo de acumulação de acumulação do capital. [...] novos processos 
de trabalhos emergem, onde o cronômetro e a produção, pela especiali-
zação lexível por novos padrões em busca de produtividade, por novas 
formas de adequação à lógica do mercado (ANTUNES, 2002, p. 24).
Assim, o capital tinha como objetivo recuperar seu processo produtivo, tendo 
em vista a crise vivenciada. Diante das lutas da classe operária e das organzia-
ções sindicais, o Capitalismo buscou incentivar o individualismo e contrariar 
todas as atuações sociais e coletivas.
A acumulação de capital lexível é um padrão produtivo altamente técnico, 
informatizado e totalmente avançado que recorre à lexibilização da produção, 
ou seja, busca nas empresas terceirizadas produtos e peças que irão incorpo-
rar em sua produção, a im de baratear o seu custo, diminuir a mão de obra na 
fábrica e conseguir uma maior oferta de produtos. Busca também novas ténicas 
de aproveitamento da força de trabalho, incentiva o trabalho em equipe e o envol-
vimento do trabalhador, imprimindo uma imagem de dependência ao operário, 
com o intuito de intensiicar as condições de explorações da força de trabalho. 
Neste padrão, destaca-se o trabalhador polivalente, multifuncional, qualiicado.
O que diferencia a Acumulação Flexível do processo Taylorista/Fordista é 
o mesmo que:
[...] caracteriza-se pelo surgimento de setores de produção inteiramen-
te novos, novas maneiras de fornecimento de serviços inanceiros, novos 
mercados e, sobretudo, taxas altamente intensiicadas de inovação comer-
cial, tecnológica e organizacional. A acumulação lexível envolve rápidas 
mudança dos padrões do desenvolvimento desigual, tanto entre regiões ge-
ográicas, criando por exemplo um vasto movimento de emprego no cha-
mado “setor de serviços”, bem como conjuntos industriais completamente 
novos em regiões até então subdesenvolvidas. (ANTUNES, 2002, p. 29).
ADMINISTRAÇÃO
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 Le
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 fe
v
e
re
iro
 d
e
 1
9
9
8
.
IU N I D A D E44
Entretanto, muitos são os pontos negativos trazidos pelo padrão de acumulação 
lexível. Temos como exemplo o desemprego em grande escala, crescimento do 
trabalho informal, desregulamentação dos direitos dos trabalhadores, precari-
zação e terceirização da força humana que produzia, destruição dos sindicatos, 
convertendo-se a um sindicalismo que apoia esse padrão de exploração, devido 
às grandes alternativas de negociação postas no mundo capitalista.
Dentro desse padrão de acumulação e frente à crise vivenciada pelo taylo-
rismo/fordismo, um novo processo se enquadra à conjuntura de produção daquele 
momento, não extinguindo o modelo anterior.
O sistema industrial japonês (criado na fábrica da Toyota pelo engenheiro 
Ohno no pós 45), chamado Toyotismo, teve muita repercussão no mundo oci-
dental, sendo uma alternativa à crise. Sua implantação sofreu algumas adaptações, 
mas manteve o caráter de avanço tecnológico, capacidade de extração inten-
siicada do trabalho, mecanismos de envolvimento do trabalhador e controle 
sindical. O Toyotismo se difere do Taylorismo/Fordismo nos seguintes aspectos:
a. É uma produção muito vinculada à demanda visando atender às 
exigências mais individualizadas no mercado consumidor, dife-
renciando-se da produção em série e de massa do Taylorismo/For-
dismo. Por isso sua produção é variada e bastante heterogênea, ao 
contrário da homogeneidade fordista.
b. Fundamenta-se no trabalho operário em equipe, com multivarie-
dade de funções, rompendo com o caráter típico do fordismo.
c. A produção se estrutura num processo lexível, que possibilita ao 
operário operar simultaneamente várias máquinas, alterando-se a 
relação homem/máquina na qual se baseava o taylorismo/fordis-
mo.
d. Tem como princípio o just-in-time, o melhor aproveitamento pos-
sível de tempo de produção; funciona segundo o sistema Kanban, 
placas ou senhas de comando para a reposição de peças e de esto-
que. No Toyotismo, os estoques são mínimos quando comparados 
ao fordismo.
Evolução do Conceito de Trabalho
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt
. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 L
e
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 f
e
v
e
re
ir
o
 d
e
 1
9
9
8
.
45
e. As empresas do complexo Toyotista, inclusive as terceirizadas, têm 
uma estrutura horizontalizada, ao contrário de verticalidade for-
dista. Enquanto na fábrica fordista aproximadamente 75% da pro-
dução da produção era realizada em seu interior, a fábrica Toyotis-
ta é responsável somente por 25% da produção, tendência que vem 
se intensiicando ainda mais. Esta última prioriza o que é central 
em sua especialidade no processo produtivo (a chamada “teoria do 
foco”) e transfere a “terceiros” grande parte do que antes era pro-
duzido dentro de seu espaço produtivo. Essa horizontalização es-
tende-se às subcontratadas, às irmas “tercerizadas”, acarretando a 
expansão dos métodos e procedimentos para toda a rede de forne-
cedores. Desse modo lexibilização, terceirização, subcontratação, 
CCQ1*, controle doe qualidade total, Kanban, just in time, kaisen, 
team work, eliminação do desperdício. (ANTUNES, 2002, p. 24).
Veriica-se que esse modelo de produção objetiva ganhos de produtividade, utili-
zando-se da variedade de produtos e poucos estoques, visando conter uma nova 
crise de superprodução. O Toyotismo preza a individualidade de produtos e busca 
o trabalho em equipe. Logo, o funcionário é responsável pela produção e pelo 
funcionamento de diversas máquinas, o que foi chamado de Trabalho Flexível.
O trabalho que era designado a três homens agora se resumia a apenas um, o 
que acabou gerando um percentual signiicativo de desemprego. O trabalho for-
mal e a subordinação ao desempenho a qualquer tarefa para manter o emprego.
O toyotismo estrutura-se a partir de um número mínimo de trabalha-
dores, ampliando-os através das horas extras, trabalhadores tempo-
rários ou subcontratação, dependendo das condições de mercado. O 
ponto de partida básico é um número reduzido de trabalhadores e a 
realização de horas extras (ANTUNES, 2002, p. 36).
Esse processo incou raízes em diversos setores da produção nos países capi-
talistas, e o neoliberalismo, que veremos adiante, oferece respaldo para sua 
ampliação e consolidação. O toyotismo se expande a diversos países, instauran-
do-se nas empresas automobilísticas, no setor industrial e de serviços, e alia-se 
ao neoliberalismo inglês para asssumir o controle político e econômico de todo 
mundo capitalista.
1 * CCQ ou Círculo de Controle de Qualidade, são pequenos grupos de funcionários que se unem 
voluntariamente para produzir atividades de controle de qualidade.
ADMINISTRAÇÃO
R
e
p
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a
. A
rt. 1
8
4
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
e
n
a
l e
 Le
i 9
.6
1
0
 d
e
 1
9
 d
e
 fe
v
e
re
iro
 d
e
 1
9
9
8
.
IU N I D A D E46
NEOLIBERALISMO: SUAS INFLUÊNCIAS E MUDANÇAS NO

Continue navegando