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DIREITO INTERNACIONAL - RESPOSTAS CASOS CONCRETOS-1

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DIREITO INTERNACIONAL 
 
CASO CONCRETO 1 - CESPE - 2012 - Instituto Rio Branco - Diplomata - 2ª 
Etapa 
Considerando as fontes de direito internacional público previstas no Estatuto da 
Corte Internacional de Justiça (CIJ) e as que se revelaram a posteriori, bem como 
a doutrina acerca das formas de expressão da disciplina jurídica, as convenções 
internacionais, que podem ser registradas ou não pela escrita, são consideradas, 
independentemente de sua denominação, fontes por excelência, previstas 
originariamente no Estatuto da CIJ. Analise a afirmativa e com base no 
aprendizado, julgue e fundamente sua resposta. (CESPE – adaptada) 
 
RESPOSTA 
A expressão não escrita do direito das gentes conforma o costume internacional 
como prática reiterada e uniforme de conduta, que, incorporada com convicção 
jurídica, distingue-se de meros usos ou mesmo de práticas de cortesia 
internacional. 
O costume deve espelhar o reconhecimento generalizado, pelos sujeitos de DIP, 
de que determinadas práticas são obrigatórias. Ele tem dois elementos: o 
material, que significa que o costume deve traduzir uma prática reiterada de 
comportamentos; e o subjetivo ou psicológico, que é a convicção, por parte dos 
Estados e dos demais sujeitos de DIP, de que a prática em questão é obrigatória 
devido à existência de uma norma jurídica que a requer. 
 
 
CASO CONCRETO 2 - CESPE - 2003 - Instituto Rio Branco - Diplomata 
A República de Utopia e o Reino de Lilliput são dois Estados nacionais vizinhos 
cuja relação tornou-se conflituosa nos últimos anos devido à existência de sérios 
indícios de que Lilliput estaria prestes a desenvolver tecnologia suficiente para a 
fabricação de armamentos nucleares, fato que Utopia entendia como uma 
ameaça direta a sua segurança. 
Após várias tentativas frustradas de fazer cessar o programa nuclear lilliputiano, 
a República de Utopia promoveu uma invasão armada a Lilliput em dezembro de 
2001 e, após uma guerra que durou três meses, depôs o rei e promoveu a 
convocação da Assembléia Nacional Constituinte, que outorgou a Lilliput sua 
atual constituição. Nessa constituição, que é democrática e republicana, as 
antigas províncias foram convertidas em estados e foi instituído, no lugar do 
antigo Reino de Lilliput, a atual República Federativa Lilliputiana. 
Assim, podemos afirmar que a República Federativa Lilliputiana deve obediência 
aos costumes internacionais gerais que eram vigentes no momento em que ela 
adquiriu personalidade jurídica de direito internacional, não obstante essas 
regras terem sido estabelecidas antes do próprio surgimento desse Estado. 
(CESPE – adaptada) 
 
RESPOSTA 
Um costume internacional, para que seja aceito como tal, precisa conter dois 
elementos: uma prática reiterada de comportamentos (consuetudo); e a 
convicção que essa prática é obrigatória por parte dos Estados e demais sujeitos 
de direito internacional público (opinio juris). 
Diferentemente dos tratados, que obrigam apenas aqueles Estados que 
consentiram expressamente em fazer parte dele, os costumes obrigam a todos 
os Estados, inclusive aqueles que surgiram depois da formação do costume 
internacional. 
Um Estado que rejeita a prática desde a sua formação é conhecido como 
negador persistente e não estará obrigado ao costume, o que se trata de uma 
exceção à regra. 
Já um Estado recém-criado não pode ser negador persistente, pois ele não 
existia na época da formação do costume. Se ele negar a prática depois que ela 
já foi formada, será um negador subsequente. 
Para que ele não esteja obrigado pelo costume, é necessário o consentimento 
dos demais países. 
A regra geral, contudo, é a de que os Estados recém formados devem respeitar 
os costumes internacionais que existiam antes de sua criação. 
A questão está certa. 
 
 
CASO CONCRETO 3 
O litígio se dá entre Portugal e Índia. 
O primeiro Estado aparelhou perante a Corte Internacional de Justiça 
procedimento judicial internacional contra o Estado indiano, relativo a certos 
direitos de passagem pelo território deste último Estado de súditos portugueses 
(militares e civis), assim como de estrangeiros autorizados por Portugal com a 
intenção de dirigir-se a pontos encravados situados perto de Damão, para 
acesso aos encraves de Dadra e Nagar-Aveli. 
O Estado português alega que havia um costume [internacional] local que 
concedia um direito de passagem pelo território indiano a seus nacionais e às 
forças armadas até Dadra e Nagar-Aveli. 
A alegação de fundo é a de que o Estado indiano quer anexar estes dois 
territórios portugueses, ferindo seus direitos soberanos sobre eles. 
Os indianos sustentam que, segundo o Tratado de Pooma, realizado em 1779 
entre Portugal e o governante de Maratha e posteriores decretos exarados por 
este governante, os direitos portugueses não consistiam na soberania sobre os 
mencionados encraves, para os quais o direito de passagem é agora reclamado, 
mas apenas num "imposto sobre o rendimento". 
Quando o Reino Unido se tornou soberano naquele território em lugar de 
Maratha, encontraram os portugueses ocupando as vilas e exercendo um 
governo exclusivo. Os britânicos aceitaram tal posição, não reclamando qualquer 
tipo de soberania, como sucessores de Maratha, mas não fizeram um 
reconhecimento expresso de tal situação ao Estado português. 
Tal soberania foi aceita de forma tácita e subseqüentemente reconhecida pelo 
Estado indiano, portanto as vilas Dadra e Nagar -Aveli foram tidas como 
territórios encravados portugueses, em território indiano. 
A petição portuguesa coloca a questão que o direito de passagem foi largamente 
utilizado durante a soberania britânica sobre o Estado indiano, o mesmo 
ocorrendo no período pós -britânico. 
Os indianos alegam que mercadorias, com exceção de armas e munições, 
passavam livremente entre o Porto de Damão (território português) e ditos 
encraves, e que exerceram seu soberano poder de regulamentação impedindo 
qualquer tipo de passagem, desde a derrubada do governo português em ditos 
encraves. (Pereira, L. C . R. Costume Internacional: Gênese do Direito 
Internacional. Rio de Janeiro: Renova, 2002, p. 347 a 349 – Texto adaptado). 
Diante da situação acima e dos dados apresentados, responda: 
1) De acordo com entendimento da Corte Internacional de Justiça, qual a fonte 
de direito internacional Público é aplicável a fim de dar solução ao litígio? 
O costume 
 
2) Como ela é definida? 
É a prática reiterada de uma conduta que é reconhecida pelos países como justa 
e exigível. 
 
3) Qual o elemento que a torna norma jurídica? 
Um costume internacional, para que seja aceito norma jurídica precisa conter 
dois elementos: uma prática reiterada de comportamentos (consuetudo); e a 
convicção que essa prática é obrigatória por parte dos Estados e demais sujeitos 
de direito internacional público (opinio juris). 
 
 
CASO CONCRETO 4 
Analise o texto abaixo retirado do voto de A.A. Cançado Trindade, proferido na 
Corte Interamericana de Direito Humanos no caso da Comunidade Indígena 
Sawhoyamaxa versus Paraguay: “...No universo do Direito Internacional dos 
Direitos Humanos, é o indivíduo quem alega ter seus direitos violados, quem 
alega sofrer os danos, quem tem que cumprir com o requisito do prévio 
esgotamento dos recursos internos, quem participa ativamente da eventual 
solução amistosa, e quem é o beneficiário (ele ou seus familiares) de eventuais 
reparações e indenizações. Em nosso sistema regional de proteção, o espectro 
da persistente denegação da capacidade processual do indivíduo peticionário 
ante a Corte Interamericana (....) emanou de considerações dogmáticas próprias 
de outra época histórica tendentes a evitar seu acesso direto à instância judicial 
internacional, - considerações estas que, em nossos dias,ao meu modo de ver, 
carecem de sustentação e sentido, ainda mais tratando-se de um tribunal 
internacional de direito humanos. (...). No presente domínio de proteção, todo 
jusinternacionalista, fiel às origens históricas de sua disciplina, saberá contribuir 
para o resgate da posição do ser humano como sujeito de direito das gentes 
dotado de personalidade e plena capacidade jurídicas internacionais". Responda 
a pergunta abaixo: 
No que se refere ao trecho do voto de Antônio Augusto Cançado Trindade, 
responda: - Com base no conceito de sujeito de direito internacional e no de uma 
sociedade internacional aberta, como defende Celso Mello, discorra sobre a 
posição do ser humano como sujeito de Direitos, refletindo sobre sua 
personalidade e sobre sua capacidade para agir no plano internacional. 
 
QUESTÃO OBEJTIVA 
Segundo o Art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, são fontes do 
direito internacional as convenções internacionais, 
a. o costume, os atos unilaterais e a doutrina e a jurisprudência, de forma auxiliar. 
b. o costume internacional, os princípios gerais de direito, os atos unilaterais e 
as resoluções das organizações internacionais. 
c. o costume, princípios gerais de direito, atos unilaterais, resoluções das 
organizações internacionais, decisões judiciárias e a doutrina. 
X d. o costume internacional, os princípios gerais de direito, as decisões 
judiciárias e a doutrina, de forma auxiliar, admitindo, ainda a possibilidade de a 
Corte decidir ex aequo et bono, se as partes concordarem. 
 
 
CASO CONCRETO 4 - XIX Exame de Ordem – 2016 
Ex-dirigente de federação sul-americana de futebol, após deixar o cargo que 
exercia em seu país de origem, sabedor de que existe uma investigação em 
curso na Colômbia, opta por fixar residência no Brasil, pelo fato de ser 
estrangeiro casado com brasileira, com a qual tem dois filhos pequenos. 
Anos depois, já tendo se naturalizado brasileiro, o governo da Colômbia pede a 
sua extradição em razão de sentença que o condenou por crime praticado 
quando ocupava cargo na federação sul-americana de futebol. Diga sobre a 
possibilidade de extradição e fundamente. (FGV – adaptada) 
 
RESPOSTA 
Há possibilidade de extradição de brasileiro naturalizado em 2 (duas) situações: 
a) comprovado envolvimento com tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins 
e; b) crime comum praticado antes da naturalização. 
Na situação apresentada, o ex-dirigente da federação sul-americana de futebol 
havia praticado um crime comum antes de se naturalizar. Logo, ele poderá ser 
extraditado. Vale destacar que a CF/88 proíbe a extradição apenas de brasileiros 
natos. 
Portanto, poderá ser concedida, porque o extraditando não é brasileiro nato. 
 
 
CASO CONCRETO 5 - UFPR - 2011 - ITAIPU BINACIONAL - Advogado 
Tendo em vista o interesse comum de Brasil e Paraguai em realizar o 
aproveitamento hidroelétrico dos recursos hídricos do rio Paraná, pertencentes 
em condomínio aos dois países desde e inclusive o salto Grande de Sete 
Quedas ou salto de Guairá até a foz do rio Iguaçu, foi aprovado o Tratado de 
Itaipu, em 26 de abril de 1973, criando a entidade binacional Itaipu, considerada 
um modelo de integração. 
Contudo, passados mais de trinta anos, os paraguaios começaram a se insurgir 
contra as disposições desse Tratado, alegando que há uma relação de 
exploração em favor do Brasil, que se aproveita do seu poder econômico para 
submeter o Paraguai a uma condição subalterna. 
A polêmica se acentuou com a eleição de Fernando Lugo à Presidência da 
República do Paraguai. 
Com relação a esse Tratado e às polêmicas que gera, é correto que As 
reivindicações dos paraguaios são pertinentes, uma vez que, segundo o Tratado 
de Itaipu, ao Brasil cabem 95% da energia produzida pela Itaipu e ao Paraguai 
os 5% restantes, proporcionais ao aporte financeiro realizado por cada país na 
construção da usina e Por ser uma entidade binacional, as instalações e obras 
realizadas em cumprimento ao Tratado de Itaipu conferem ao Brasil e ao 
Paraguai o direito de propriedade ou de jurisdição sobre o território um do outro. 
(UFPR ? adaptada) 
 
RESPOSTA 
É reconhecido tanto ao Brasil como ao Paraguai o direito de aquisição da energia 
que não seja utilizada pelo outro para seu consumo próprio, in verbis: 
TRATATO DE ITAIPU 
ARTIGO XIII 
A energia produzida aproveitamento hidrelétrico a que se refere ao artigo I será 
dividida em partes iguais entre os dois países, sendo reconhecido a cada um 
deles direito de aquisição, na forma estabelecida no artigo XIV, da energia que 
não seja utilizada pelo outro país para seu próprio consumo. 
Podem prestar serviços à Itaipu os funcionários públicos, empregados de 
autarquias e os de sociedade de economia mista, brasileiros e paraguaios, sem 
perda do vínculo original e dos benefícios de aposentadoria e/ou previdência 
social, tendo-se em conta as respectivas legislações nacionais, verbis: 
ESTATUTO DE ITAIPU 
Artigo XXVII 
Poderão prestar serviços à ITAIPU os funcionários públicos, empregados de 
autarquias e os de sociedades de economia mista, brasileiros ou paraguaios, 
sem perda do vínculo original e dos benefícios de aposentadoria e/ou 
previdência social, tendo-se em conta as respectivas legislações nacionais. 
 
CASO CONCRETO 6 - CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem - 3 - Primeira 
Fase 
Tratados são, por excelência, normas de direito internacional público. No modelo 
jurídico brasileiro, como nas demais democracias modernas, tratados passam a 
integrar o direito interno estatal, após a verificação de seu iter de incorporação. 
A respeito dessa temática, uma vez firmados, os tratados relativos ao 
MERCOSUL, ainda que criem compromissos gravosos à União, são 
automaticamente incorporados visto que são aprovados por parlamento 
comunitário. Diga se está correta ou errada a afirmativa e fundamente. (CESPE 
– adaptada) 
 
RESPOSTA 
Está incorreta a assertiva porque todos os tratados que gerem compromissos 
gravosos à União, inclusive os assinados no âmbito do MERCOSUL, têm que 
ser ratificados no Brasil. Cabe ressaltar, também, que o parlamento comunitário 
não tem competência para aprovar tratados. No caso de necessidade de 
internalização, isso ocorre nos parlamentos de cada país do bloco. 
 
 
CASO CONCRETO 7 - CESPE - 2011 - Instituto Rio Branco - Diplomata 2ª 
Etapa 
Presentes em todos os continentes, as organizações não governamentais 
(ONGs) desempenham importante papel na defesa de causas de interesse 
comum da humanidade. Assim, não obstante suas peculiaridades jurídicas, o 
Greenpeace, além de ter atuado como parte nas negociações do Protocolo de 
Quioto, firmou e ratificou o referido tratado. Julgue a afirmação e fundamente sua 
resposta. 
 
RESPOSTA 
A assertiva está errada. 
Antigamente, a doutrina internacionalista reconhecia somente os Estados como 
sujeitos de DIP. Nos dias atuais, esse posicionamento está ultrapassado, de 
modo que organizações internacionais e indivíduos também são reconhecidos 
como sujeitos de direito internacional público, embora eles não possuam todas 
as capacidades dos Estados, que ainda são os sujeitos de DIP por excelência. 
Reconhece-se, ainda, alguns outros sujeitos de DIP, como tendo personalidade 
jurídica internacional derivada, como alguns Estados Federados, movimentos de 
libertação nacional, a Soberana Ordem de Malta, a Cruz Vermelha, dentre 
outros. O Greenpeace é uma organização não governamental (ONG) e faz parte 
da sociedade civil internacional. 
Regra geral, as ONGs não são sujeitos de DIP e o Greenpeace se inclui nessa 
regra. Dessa forma, por mais que essa ONG tenha muita relevância e possa até 
influenciar na tomada de decisões globais, ela jamais poderá firmar e ratificar um 
tratado. 
A capacidade de firmar tratadosnão é reconhecida nem a alguns sujeitos de 
DIP, como os indivíduos; muito menos é reconhecida a entidades que nem 
sequer são consideradas sujeitos de DIP, como a maior parte das ONGs. 
 
 
CASO CONCRETO 8 
No Direito Internacional, há necessidade de previsões normativas para os 
períodos pacíficos e para os períodos turbulentos de conflitos e litígios. A Carta 
das Nações Unidas e outras convenções internacionais procuram tratar dos 
mecanismos de resolução de conflitos, bem como disciplinam a ética dos 
conflitos bélicos e a efetiva proteção dos direitos humanos em ocasiões de 
conflitos externos ou internos. A ONU deve exercer papel relevante na resolução 
de conflitos, podendo, inclusive, praticar ação coercitiva para a busca da paz. 
Analise se correta ou errada e fundamente. (CESPE – adaptada) 
 
RESPOSTA 
Vale observar, segundo aponta o autor do livro "Direito Intern. Público e Privado', 
Paulo H.G.Portela (recomendo), que o Conselho de Segurança da ONU, 
inicialmente, ao determinar a existência de qualquer ameaça à paz, ruptura da 
paz ou ato de agressão, seguirá alguns passos seam eles: 
 
Primeiro fará RECOMENDAÇÕES indicando as medidas q devem ser adotadas 
como forma de restabelecer a segurança internacional. 
 
Não havendo alteração na situação de instabilidade adota-se MEDIDAS de 
caráter NÃO MILITAR (q poderão, entre outras medidas, incluir interrupção 
completa ou parcial das relações econômicas) e não havendo ainda alteração 
do quadro de instabilidade, o Conselho poderá levar a cabo a ação q julgar 
necessária, como o uso de força MILITAR, aérea, terrestre, marítima, em fim, as 
q forem devidas ao caso. 
 
 
Vale chamar atenção ainda p o fato de q a ONU não tem forças militares 
próprias, assim,conta com a colaboraração dos Estados-membros,q podem 
ceder força militar q atuarem representando a ONU, conforme o mandato q esta 
estabelecer. 
 
E mais, vale lembrar q é contemplado na Carta da ONU q pode haver LEGÍTIMA 
DEFESA por parte do país atacado, porém apenas diante de efetivo ATAQUE 
ARMADO, não uma legitima defesa preventiva, ou seja, diante de apenas 
ameaça de ataque. 
 
 
CASO CONCRETO 9 - CESPE - 2010 - Instituto Rio Branco - Diplomata - 1ª 
Etapa A 
Como antecipou Joaquim Nabuco, a escravidão e o tráfico de escravos, graves 
violações aos direitos humanos, estão hoje proscritos pelo direito internacional. 
À luz das normas de direito internacional aplicáveis ao tema, o tráfico de pessoas 
como modalidade de crime organizado internacional limita -se à exploração de 
mão de obra escrava. Julgue e fundamente. (CESPE – adaptada) 
 
RESPOSTA 
O tráfico de pessoas como modalidade de crime organizado internacional não 
se limita à exploração de mão de obra escrava. 
Segundo o artigo 3º, a do Protocolo Adicional da Convenção de Palermo de 2000 
(que entrou em vigor no Brasil em 2004), “a expressão "tráfico de pessoas" 
significa o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o 
acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras 
formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à 
situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou 
benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade 
sobre outra para fins de exploração. 
A exploração incluirá, no mínimo, a exploração da prostituição de outrem ou 
outras formas de exploração sexual, o trabalho ou serviços forçados, escravatura 
ou práticas similares à escravatura, a servidão ou a remoção de órgãos”. 
 
 
CASO CONCRETO 10 – REPETIDA? 
Ex-dirigente de federação sul-americana de futebol, após deixar o cargo que 
exercia em seu país de origem, sabedor de que existe uma investigação em 
curso na Colômbia, opta por fixar residência no Brasil, pelo fato de ser 
estrangeiro casado com brasileira, com a qual tem dois filhos pequenos. 
Anos depois, já tendo se naturalizado brasileiro, o governo da Colômbia pede a 
sua extradição em razão de sentença que o condenou por crime praticado 
quando ocupava cargo na federação sul-americana de futebol. Essa extradição 
não poderá ser concedida, porque o extraditando tem filhos menores sob sua 
dependência econômica. Analise e decida se correta ou errada e fundamente. 
(CESPE – adaptada) 
 
RESPOSTA 
Conforme a interpretação do art. 5º, inciso LI, da CF/88. o brasileiro nato não 
pode ser extraditado do território nacional. Porém, os brasileiros naturalizados, 
estrangeiros e apátridas poderão ser extraditados para países estrangeiros, para 
responderem à investigação ou processo penal por crime praticado no exterior 
ou para cumprimento de pena aplicada no exterior em razão de crime lá 
cometido. 
 
 
CASO CONCRETO 11 - FGV - 2015 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XVI 
- Primeira Fase 
O litígio que envolve Estados e organizações internacionais podendo ser de 
natureza econômica, política ou meramente jurídica, é conceituado como 
controvérsia internacional. 
Acerca dos meios diplomáticos para soluções pacíficas de controvérsias 
internacionais, a conciliação é muito semelhante à mediação. Entretanto, 
caracteriza–se pela possibilidade de atuar como mediador pessoa natural, 
Estado ou organismo internacional. 
Diga se certa ou errada e fundamente. (FGV – adaptada) 
 
RESPOSTA 
A assertiva está errada. 
A conciliação é solicitada a uma comissão internacional, cuja composição já vem 
previamente acertada em um tratado. Ela apura os fatos e apresenta possíveis 
soluções. As partes estão livres para acatá-las ou não. A conciliação é mais 
formal que a mediação. Por exemplo, o mediador pode oferecer novas 
propostas, quando já foram rejeitadas as anteriores. Já o conciliador só oferece 
uma proposta. É solicitado a uma comissão internacional, cuja composição já 
vem previamente acertada em um tratado, que ela apure os fatos e apresente 
possíveis soluções. 
Vejamos os outros meios diplomáticos para soluções pacíficas de controvérsias 
internacionais: 
A negociação é feita diretamente entre as partes envolvidas no litígio sem a 
participação de um terceiro. 
Os bons ofícios caracterizam-se pela oferta espontânea de um terceiro que 
colabora com a solução de controvérsias podendo ser um Estado, um organismo 
internacional ou uma autoridade. Mas essa colaboração se resume à 
aproximação entre as partes em litígio. O terceiro não se envolve no conflito 
propriamente dito nem oferece solução para o problema. 
A mediação, assim como os bons ofícios, pode ser feita por Estado, pessoa 
natural (geralmente líder ou autoridade) ou organismo internacional. No caso da 
mediação, o terceiro tem participação mais ativa, conhecendo os detalhes da 
controvérsia e podendo oferecer solução para o litígio. 
 
 
 
 
CASO CONCRETO 12 - XVI Exame de Ordem 
O MERCOSUL é um organismo internacional que visa à integração econômica 
de países que se localizam geograficamente no eixo conhecido como Cone Sul, 
nos termos do Tratado de Assunção (1991) e do Protocolo de Ouro Preto (1994). 
Sobre o sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL, provisoriamente 
estabelecido no Protocolo de Brasília (1993), o sistema de solução de 
controvérsias do MERCOSUL encontra–se, atualmente, normatizado pelo 
Protocolo de Ouro Preto (1994), que estabeleceu a estrutura orgânica definitiva 
do bloco. Responda se certa ou errada e fundamente. (FGV – adaptada) 
 
RESPOSTA 
O sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL é regulado atualmente 
pelo Protocolo de Olivos, que estabeleceu como instância final judicante o 
Tribunal Permanente de Revisão, portanto, a assertiva está errada. 
 
 
CASO CONCRETO 13 - FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado - VII 
- Primeira Fase 
Um jato privado, pertencente a uma empresa norte- americana, se envolve em 
um incidenteque resulta na queda de uma aeronave comercial brasileira em 
território brasileiro, provocando dezenas de mortes. 
A família de uma das vítimas brasileiras inicia uma ação no Brasil contra a 
empresa norte- americana, pedindo danos materiais e morais. 
A empresa norte-americana alega que a competência para julgar o caso é da 
justiça americana. 
Segundo o direito brasileiro, o juiz brasileiro tem competência concorrente 
porque a vítima tinha nacionalidade brasileira. 
Com base em seu conhecimento diga se correta ou errada a afirmativa e 
fundamente (FGV – adaptada) 
 
RESPOSTA 
A assertiva está correta. 
Nesse caso o juiz brasileiro possui competência concorrente para julgar o caso, 
pois o acidente ocorreu em território brasileiro. 
O caput do art. 12, caput da LICC e o art. 88, do CPC determinam os casos de 
competência concorrente. 
Veja-se: Art. 12, LICC: É competente a autoridade judiciária brasileira, quando 
for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. 
Art. 88, CPC: É competente a autoridade judiciária brasileira quando: 
I O réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III A ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil. 
Além disso, é importante lembrar que havendo competência concorrente, o autor 
(no caso a família da vítima brasileira) pode escolher entre a tutela jurisdicional 
brasileira ou estrangeira. 
 
 
CASO CONCRETO 14 - CESPE - 2011 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal 
O Estado regulamenta a convivência social em seu território por meio de 
legislação nacional, e a comunidade internacional também cria regras, que 
podem conflitar com as nacionais. 
A respeito das correntes doutrinárias que procuram proporcionar solução para o 
conflito entre as normas internas e as internacionais, de acordo com a corrente 
dualista, o direito interno e o direito internacional convivem em uma única ordem 
jurídica. Julgue e fundamente. (CESPE – adaptada) 
 
RESPOSTA 
A assertiva está incorreta, porque define o monismo, e não o dualismo. 
As correntes monista e dualista apresentam respostas diferentes para o conflito 
entre normas internas e internacionais. 
Para os monistas, o direito é um sistema jurídico único, sendo os direitos interno 
e internacional dois ramos desse único sistema jurídico. Diante da unicidade do 
direito defendida por essa teoria, pode haver conflito entre direito interno e 
internacional quando os dois dispõem diferentemente sobre o mesmo assunto. 
Para resolver a questão, os teóricos se dividem em dois: monistas 
internacionalistas (ex: Kelsen); e monistas nacionalistas, que se baseia no 
conceito de soberania absoluta do Estado, de Hegel. 
Para os internacionalistas, as normas internacionais são hierarquicamente 
superiores às internas, de modo que prevalecem em caso de conflito. 
Para os nacionalistas, o direito interno tem primazia sobre o direito internacional. 
É válido lembrar, contudo, que o segundo posicionamento é refutado pelo direito 
internacional, o que está previsto no artigo 46 da Convenção de Viena de 1969, 
onde está previsto que um Estado não pode descumprir um tratado do qual faça 
parte sob a alegação de que o tratado viola disposição de seu direito interno. 
Já para a corrente dualista, direito interno e internacional são dois sistemas 
distintos e independentes, de modo que não há conflito e suas normas – cada 
um é soberano em seu campo de atuação. 
A principal diferença prática entre monistas e dualistas se encontra na 
internalização da norma internacional. Para os monistas, não é necessário 
processo específico de internalização das normas internacionais. Elas têm 
validade direta nos países assim que seus representantes assinam um tratado. 
Já para os dualistas, há necessidade de transformar a norma internacional em 
direito interno, seja de forma explícita ou implícita, a depender das exigências de 
cada país. 
A maior parte dos países adota o dualismo, como o Brasil, que, segundo o STF, 
adota o dualismo moderado, pois os costumes internacionais têm aplicabilidade 
direta e não se exige a transformação dos tratados em lei interna, embora se 
deva respeitar processo de recepção específico. 
Um exemplo prático de monismo são os países membros da União Europeia em 
relação às normas comunitárias. Essas normas não precisam ser internalizadas 
nos Estados membros da União Europeia. 
Cabe ressaltar, entretanto, que a maioria dos países da UE adotam o dualismo 
em relação aos demais tratados e convenções firmados fora do bloco. 
Embora haja imprecisão do termo ratificação. No caso dos países que adotam a 
teoria monista, a assinatura do tratado já é suficiente para obrigar o Estado a 
cumprir o tratado, uma vez que não há processo de internalização de normas 
internacionais para essa corrente. Já a ratificação é a manifestação da vontade 
definitiva de um Estado em se obrigar, após aprovação do tratado no âmbito 
interno do país. Percebe-se que, na questão, o termo ratificação foi utilizado de 
forma genérica e imprecisa, pois, diante de seu significado técnico, ele não cabe 
para os países que adotam a corrente monista. 
 
 
CASO CONCRETO 15 - CESPE - 2009 - AGU - Advogado da União 
No Brasil, a exploração de petróleo na chamada camada pré-sal vincula-se a 
importantes noções do direito do mar. O domínio marítimo de um país abrange 
as águas internas, o mar territorial, a zona contígua entre o mar territorial e o 
alto-mar, a zona econômica exclusiva, entre outros. 
A respeito do direito do mar, do direito internacional da navegação marítima e do 
direito internacional ambiental, segundo a Convenção de Montego Bay, Estados 
sem litoral podem usufruir do direito de acesso ao mar pelo território dos Estados 
vizinhos que tenham litoral. Julgue a afirmativa e fundamente sua resposta. 
(CESPE ? adaptada) 
 
RESPOSTA 
A assertiva está correta, Segundo a Convenção de Montego Bay, Estados sem 
litoral podem usufruir do direito de acesso ao mar pelo território dos Estados 
vizinhos que tenham litoral. 
 
 
CASO CONCRETO 16 - CESPE - 2013 - Polícia Federal - Delegado de Polícia 
Após o reconhecimento de pleito formulado perante a Comissão de Delimitação 
de Plataformas Continentais da Organização das Nações Unidas, o Brasil 
passou a exercer, na plataforma continental que excede as 200 milhas náuticas, 
até o limite de 350 milhas náuticas, competências equivalentes às exercidas no 
mar territorial. Julgue fundamentadamente. (CESPE ? adaptada) 
 
RESPOSTA 
A assertiva está errada. 
O Brasil não teve seu pleito reconhecido pela referida comissão da ONU. 
Em 2004, o Brasil formulou pleito pedindo a extensão da plataforma continental 
de 200 milhas marítimas para 350 milhas marítimas, o que é permitido pela 
Convenção de Montego Bay sobre o direito do Mar. Entretanto, em 2007, por 
oposição dos Estados Unidos, o pleito brasileiro foi rejeitado na ONU. 
Mais tarde, o Brasil reformulou o pleito e ainda aguarda resposta. Grande parte 
do Pré-Sal se encontra além das 200 milhas marítimas, o que explica a 
importância de o Brasil poder exercer soberania econômica sobre a plataforma 
continental estendida.

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