Buscar

Caso concreto Proc.PenalII

Prévia do material em texto

Caso 1 
Na tentativa de identificar a autoria de vários arrombamentos em residências 
agrupadas 
em região de veraneio, a polícia detém um suspeito, que perambulava pelas 
redondezas. 
Após alguns solavancos e tortura físico-psicológica, o suspeito, de apelido 
Alfredinho, 
acabou por admitir a autoria de alguns dos crimes, inclusive de um roubo praticado 
mediante sevícia consubstanciada em beliscões e cusparadas na cara da pessoa 
moradora. 
Além de admitir a autoria, Alfredinho delatou um comparsa, alcunhado Chumbinho, 
que 
foi logo localizado e indiciado no inquérito policial instaurado. A vítima do roubo, na 
delegacia, reconheceu os meliantes, notadamente Chumbinho como aquele que mais 
a 
agrediu, apesar de ter ele mudado o corte de cabelo e raspado um ralo cavanhaque. 
Deflagrada a ação penal, o advogado dos imputados impetrou habeas corpus, com o 
propósito de trancar a persecução criminal, ao argumento de ilicitude da prova de 
autoria. 
Solucione a questão, fundamentadamente, com referência necessária aos princípios 
constitucionais pertinentes​. 
Resposta 
R. Não assiste razão à defesa tendo em vista que a vítima do roubo reconheceu os autores 
do fato em sede policial. Logo, trata-se de fonte independente, ou seja, a prova foi obtida 
por meio lícito. 
 
Caso 2 
O Padre José Roberto ouviu, em confissão, Maria admitir que mantém por conta 
própria 
estabelecimento onde ocorre exploração sexual, com intuito de lucro. No local, 
admitiu 
Maria ao Vigário que garotas de programa atendem clientes para satisfazer seus 
diversos 
desejos sexuais mediante o pagamento de entrada no valor de R$100,00 no 
estabelecimento, e o valor de R$500,00 para a atendente. Maria, efetivamente, 
responde a 
processo crime onde lhe foi imputada a conduta descrita no art. 229 do CP. O 
Ministério 
Público arrolou o Padre José Roberto como testemunha da acusação e pretende 
ouvi-lo na 
AIJ, já que trata-se de testemunha com alto grau de idoneidade. Pergunta-se: Pode o 
magistrado obrigar o Padre a depor em juízo, sob pena de cometer o crime do art. 342 
do 
CP? A prova produzida em juízo nesse caso seria considerada válida? 
Resposta 
a) não, uma vez que por força do ART 207cpp, o padre está proibido de depor. 
B) não, tendo em vista que o art207cpp dispõe sobre as pessoas proibidas de depor, e caso 
tal prova fosse produzida seria considerada prova ilegítima, devendo ser considerada nula e 
desentranhada dos autos do processo. 
 
Caso 3 
O MP ofereceu denúncia contra Caio por, em tese, o mesmo ter subtraído o aparelho 
de 
telefone celular de Maria, na Av. Rio Branco, na altura do nº 23, pugnando pela 
condenação do acusado nas penas do art. 155, inciso II do CP (furto qualificado pela 
destreza). No entanto, ao longo da instrução probatória, nas declarações prestadas 
pela 
vítima e pelo depoimento de uma testemunha arrolada pela acusação, constatou-se 
que 
Caio teria, na ocasião dos fatos, dado um forte tapa no rosto da vítima no momento 
em 
que arrebatou o aparelho celular. Assim sendo, diante das provas colhidas na 
instrução 
probatória, o magistrado prolatou sentença condenatória contra Caio, fixando a pena 
de 4 
anos e 6 meses, a ser cumprida em regime semi-aberto, diante da primariedade e da 
ausência de antecedentes criminais do acusado, como incurso no art. 157 do CP. 
Pergunta-se: Agiu corretamente o magistrado? Indique na resposta todos os 
fundamentos 
cabíveis ao caso. 
Resposta 
O magistrado não agiu corretamente tendo em vista o princípio da correlação, pois o réu se 
defendeu da imputação contida na denuncia, ou seja, crime de furto; foi na instrução 
processual que se verificou a elementar violência não contida na denuncia, logo nos termos 
do ART 384cpp(mutatio libere) deveria o MP aditar a denuncia para incluir a elementar 
violência, o que não ocorreu. 
 
Caso 4 
Huguinho, Zezinho e Luizinho praticaram um roubo na Agência do Banco do Brasil, 
no 
centro do Rio de Janeiro. Os três comparsas, ao se evadirem do local, seguiram em 
direções diferentes. Luizinho foi alcançado pela polícia e preso em flagrante e 
encontra- 
se preso no Complexo de Bangu, na cidade do Rio. Os outros dois conseguiram 
escapar. 
Huguinho, para não ser encontrado vive se ocultando e Zezinho encontra-se em local 
incerto e não sabido. Ao receber a denúncia, o juiz da 10ª vara Criminal da Comarca 
do 
Rio de Janeiro, determinou, diante da situação descrita, que fosse realizada a citação 
por 
edital, de acordo com o art. 363, § 1º, CPP dos três acusados. Foi correta a decisão do 
magistrado? Justifique sua resposta. 
Resposta 
O réu que está preso deve ser citado pessoalmente nos termos do ART 360cpp. O réu que 
está se ocultando deve ser citado com hora certa nos termos do ART 362cpp, já o réu que 
se encontra em local incerto e não sabido deve ser citado por meio de edital. 
 
Caso 5 
Marcílio responde a processo crime como incurso nas penas do art. 213 do CP pois, 
em 
tese, teria constrangido Lucilha, mediante emprego de arma de fogo, a manter com 
ele 
relações sexuais. O Juiz designou Audiência de Instrução e Julgamento onde ouviu 
primeiramente Gumercindo, testemunha arrolada pela defesa, uma vez que as 
testemunhas arroladas pelo MP ainda não tinham chegado ao Fórum. Posteriormente, 
o 
Magistrado ouviu as demais testemunhas da acusação e da defesa e, por fim, 
interrogou 
Marcilio. Pergunta-se: Você, Defensor Público, argüiria qual tese defensiva em favor 
do 
seu assistido Marcílio? 
Resposta. 
Na presente hipótese ocorreu violação ao ART 400 CPP, pois houve inversão na ordem de 
inquirição de testemunhas. Nesse sentido, na qualidade de defesa deve-se arguir a 
nulidade absoluta da audiência por violação ao devido processo legal. 
 
Caso 7 
Juninho Boca, jovem de classe média da zona sul do Rio de Janeiro, está 
respondendo a 
processo criminal como incurso nas penas do art. 33 da lei 11.343/06 pois, em tese, 
seria 
o responsável pela distribuição de cocaína em um conhecido bar em Copacabana. 
Realizada a AIJ, na forma do art. 56 do mesmo diploma legal, em sede de alegações 
finais a defesa pugnou pela nulidade do feito, uma vez que o perito que havia 
subscrito o 
laudo definitivo de constatação da substância entorpecente também havia funcionado 
na 
elaboração do laudo prévio. Pergunta-se: Assiste razão a defesa de Juninho Boca? 
Resposta 
Não assiste razão a defesa, tendo em vista em vista que o art.50 parágrafo 2 da lei 
11343/06 determina que o perito que subscrever laudo prévio não ficará impedido de 
participar da elaboração do laudo definitivo. 
 
Caso 8 
(OAB) Caio, professor do curso de segurança no trânsito, motorista extremamente 
qualificado, guiava seu automóvel tendo Madalena, sua namorada, no banco do 
carona. 
Durante o trajeto, o casal começa a discutir asperamente, o que faz com que Caio 
empreenda altíssima velocidade ao automóvel. Muito assustada, Madalena pede 
insistentemente para Caio reduzir a marcha do veículo, pois àquela velocidade não 
seria 
possível controlar o automóvel. Caio, entretanto, respondeu aos pedidos dizendo ser 
perito em direção e refutando qualquer possibilidade de perder o controle do carro. 
Todavia, o automóvel atinge um buraco e, em razão da velocidade empreendida, 
acaba se 
desgovernando, vindo a atropelar três pessoas que estavam na calçada, vitimando-as 
fatalmente. Realizada perícia de local, que constatou o excesso de velocidade, e 
ouvidos 
Caio e Madalena, que relataram à autoridade policial o diálogo travado entre o casal, 
Caio foi denunciado pelo Ministério Público pela prática do crime de homicídio na 
modalidade de dolo eventual, três vezes em concurso formal. Realizada Audiência de 
Instrução e Julgamento e colhida a prova, o Ministério Público pugnou pela pronúncia 
de 
Caio, nos exatos termos da inicial. 
Na qualidade de advogado de Caio, chamado aos debater orais,responda aos itens a 
seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal 
pertinente ao caso: 
a) Qual (is) argumento (s) poderia (m) ser deduzidos em favor de seu 
constituinte? ; 
b) Qual pedido deveria ser realizado? ; c) Caso Caio fosse pronunciado, 
qual recurso poderia ser interposto e a quem a peça de interposição deveria ser 
dirigida? 
 
Resposta A 
O argumento seria de culpa consciente, uma vez que Caio refutou qualquer possibilidade de 
perder o controle do carro, ou seja , jamais aquiesceu com o resultado morte. 
 
Resposta B 
O pedido deve ser de desclassificação nos termos do ART 419 do CPP , pois se a defesa 
entende que o fato ocorrido é culpa consciente não se trata de crime doloso contra a vida,, 
mais sim crime culposo. 
 
Resposta C 
O recurso cabível é o recurso em sentido strito senso conforme o art.581 inc.IV do CPP, 
devendo que tal recurso ser dirigido ao juízo que proferiu a decisão.

Continue navegando