Buscar

RESUMO AV1

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

PROCESSO I – AVI
SUJEITOS PROCESSUAIS
De acordo com José Miguel Garcia, Sujeitos Processuais são aqueles que participam do processo e/ou procedimento da tutela jurisdicional.
A relação processual compõe-se de no mínimo 3 pessoas: o autor, que formula o pedido; o réu, contra o qual o pedido se dirige; e o juiz, a quem se faz o pedido 
Fredie Didier diz que os sujeitos são gêneros, divididos em duas formas:
Sujeitos Parciais: Possuem interesse direto na demanda. O autor, réu e terceiro interessado.
Sujeitos Imparciais: Já os imparciais não apresentam interesse direto na demanda, mas sim institucionalmente. O juiz, as testemunhas, peritos, oficiais de justiça, etc...
Existem processos sem réu ou autor?
Em caso de autoria pode ocorrer excepcionalmente. O antigo CPC autorizava ao juiz iniciar de ofício o inventário, caso as pessoas legitimadas não requererem no prazo legal (art. 989 do CPC).
Assim como podem ocorrer processos sem parte ré. É o caso dos processos objetivos de controle de constitucionalidade (ADI, ADC e ADPF). Neles não há identificação de réus ou de partes contrárias.
Fora isso o CPC prevê que o indeferimento da petição inicial acarreta a extinção do processo sem resolução de mérito (art. 298)
1.1 SUJEITOS PROCESSUAIS X SUJEITOS DA DEMANDA
É importante não confundir essas duas nomenclaturas. Sujeitos da Demanda são todos aqueles que participam do processo diretamente (ou parcialmente), possuem relação intrínseca material com o objeto do processo, a lide.
Já os sujeitos do processo não possuem participação intrínseca no processo, pois imparciais. Como é o caso dos juízes, testemunhas e etc...
Nem todo sujeito do processo é sujeito da demanda, mas todo sujeito da demanda é sujeito do processo.
1.2 CAPACIDADE DO SUJEITO
É a capacidade de estar em meio a um processo, de forma parcial ou imparcial. Segundo o novo CPC, Art. 70. “Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade para estar em juízo. ”
Segundo Marcelo Abelha, é um requisito intrínseco do sujeito, subjetivo e de índole definitiva.
A capacidade possui 3 formas principais:
Capacidade de ser Parte: É simplesmente a capacidade de ser parte em processo, como autor, réu ou interveniente, essa é a chamada personalidade jurídica. Para alguns entes despersonalizados é reconhecido a capacidade de estar em juízo através de uma representação, e assim eles podem se tornar parte de um processo.
EX: Massa falida, síndicos de condomínio de apartamentos, sociedades sem personalidade jurídica, órgãos públicos com prerrogativas próprias (como câmaras legislativas, ministério público etc).
Capacidade de Direito: Está atrelado a possibilidade de contrair direitos e deveres no âmbito civil, a chamada “capacidade de ato ou fato” ou capacidade jurídica, que em regra se estabelece aos 18 anos. A sua ausência causa incapacidade relativa ou absoluta.
OBS: Não confundir capacidade jurídica com personalidade jurídica. A personalidade é adquirida ao nascer, já a capacidade se inicia em regra a partir da maioridade.
Capacidade Processual: É a capacidade de estar em juízo, de atuar como parte em sua plenitude.  Significa que a parte é apta para praticar atos processuais independentemente de assistência (relativamente incapaz) ou representação (absolutamente incapaz). 
* Capacidade Postulatória: É a aptidão para a prática de atos dentro do processo, que é conferida aos advogados e membros do Ministério Público e Defensoria. Segundo Nelson Nery Jr. e Rosa Nery que “a capacidade processual não se confunde com a capacidade postulatória, que é a aptidão que se tem para procurar em juízo”. 
No que tange aos pressupostos processuais podemos classificar a capacidade no processo civil da seguinte forma:
1.2.1 INCAPACIDADE PROCESUAL 
a) Ausência da Capacidade Processual: Se houver a ausência da capacidade processual, o art. 76 do CPC/15 diz que “Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício. ”
Ou seja, o juiz deve dar um prazo estipulado judicialmente para que o problema seja sanado. Se não ocorrer dentro do prazo as consequências virão por depender da posição da parte:
	- Autor: Ocorre a extinção do processo sem análise do mérito.
	- Réu: Ocorre a revelia.
b) Integração de Capacidade: Está relacionado ao Direito Real Imobiliário, o art. 73 dp CPC/15 diz que “O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. ”
Em resumo, é a necessidade de complementação das partes em uma propositura de ação de direito real imobiliário, desde que o regime do casal seja de comunhão parcial de bens. Caso haja falta de consentimento, o processo é invalidado (art. 74 CPC)
1.3 LEGITIMIDADE
A legitimidade está relacionada a ligação dos sujeitos com o direito material discutido. Isso significa que apenas o sujeito da relação de direito material também tem que ser as partes no processo. 
Por exemplo: se existe um contrato celebrado entre A e B, então apenas A e B podem entrar em juízo para discutir o contrato, seja no polo ativo (como autor) ou no polo passivo (réu).
É separada em dois tipos de legitimidade:
Legitimidade Processual (ad processum): Está atrelada a legitimidade de estar em juízo no processo, a todos os sujeitos processuais.
Legitimidade da Demanda (ad causam): Está ligada apenas aos sujeitos da demanda. Esta possui subgêneros: 
i) Legitimidade Ordinária: É o sujeito do processo estando em juízo em nome próprio sobre direito próprio, ou seja, é coincidir o sujeito como titular do processo. Esta é a regra geral, não é autorizado a outro pleitear em juízo próprio sobre direito alheio.
ii) Legitimidade Extraordinária: Estar em juízo em nome próprio sob direito alheio. Isto ocorre com pessoas específicas de representação adequada.
Ex: Sindicato entrando em nome próprio representando uma classe.
OBS: A legitimidade para a causa não se confunde com a legitimidade para o processo, pois aquela é condição da ação, enquanto esta é pressuposto processual que se relaciona com a capacidade para estar em juízo. 
Ou seja, o menor de 16 anos tem legitimidade ad causam para propor ação contra seu suposto pai, mas não tem legitimidade ad processum, por não ter capacidade para estar em juízo, devendo ser representado.
SUCESSÃO PROCESSUAL
A Sucessão Processual significa substituição de partes (autor ou réu), significa alguém passar a ocupar, sucessivamente no tempo, o lugar de outrem. Na sucessão processual um sujeito assume a posição jurídica que até então era ocupada por outro.
ATENÇÃO! Não se deve confundir sucessão processual com substituição processual. A substituição ocorre em casos de legitimidade extraordinária, ou seja, quando alguém em juízo entra para pleitear direito alheio em nome próprio (ex: síndicos de condomínio). 
Já na sucessão há transferência de partes, onde estes passam a ocupar o lugar daquele na titularidade com todos seus direitos e obrigações
A sucessão da parte pode dar-se por força de falecimento (sucessão causa mortis) ou por força da transferência negocial do bem jurídico-material que é objeto do processo
(sucessão inter vivos).
Sucessão causa mortis: A sucessão da parte irá ocorrer quando houver morte no curso do processo. A transmissão dos direitos do de cujus irá importar a legitimidade para aquele que assumir a titularidade de sucessão no processo, sendo herdeiro ou espólio.
Sucessão inter vivos: Essa sucessão resulta da cessão ou alienação da coisa (bem ou objeto do litigio) litigiosa a um terceiro. Quando este terceiro, com a autorização do autor da demanda, ingressa em juízo para tutelar seu “novo” direito, ocorrerá a sucessão processual.
Algumas situações podem ocorrer em sucessão inter vivos:
João (autor) abre demanda de alienação de coisa litigiosa (imóvel)
a Maria (réu). No percurso do processo, Maria vende o imóvel a Pedro (terceiro). 
Com todos os direitos passados à Pedro, Maria pede a entrada dele ao processo para atuar como réu. Consentida a troca por João, ocorrerá a sucessão processual de réus, Maria então sairá do processo e Pedro irá sucede-la, tornando-se réu.
Em alguns casos necessariamente o réu originário não precisa se retirar do processo, pois o mesmo tem interesse no resultado da demanda, já que os efeitos podem decair diretamente ou reflexamente. Neste caso o Maria (réu originário) terá legitimidade extraordinária ulterior, já que os direitos do bem materiais não são mais seus. Pedro (terceiro) por outro lado terá legitimidade ordinária superveniente, pois agora se torna réu e titular da demanda e dos direitos materiais, agindo em nome próprio sob bem próprio. 
	
Legitimidade Extraordinária Ulterior
Demanda de coisa litigiosa
Maria
João
Legitimidade Ordinária Superveniente
Pedro
Se a parte contrária não aceitar o pedido de entrada de terceiro como réu, o terceiro ainda poderá ingressar na demanda como assistente litisconsorcial (uma espécie de intervenção de terceiros).
DEVERES E RESPONSABILIDADES
São deveres de conduta que as partes e sujeitos processuais devem seguir num processo.
	i) Todos os sujeitos processuais devem se comportar de acordo com os liames da boa-fé objetiva:
		- Conduta Dolosa: É nada mais que fugir do padrão de conduta esperada da boa-fé. Falta de boa-fé aquele que não falar a verdade no processo por consciência própria.
		- Venire contra factum proprium: Ninguém pode agir contra os próprios atos. A parte que deu causa ao ato não pode em momento futuro negar ou contrariar o próprio ato iniciado por ela mesma.
 		- Supressio: É a perda de um direito por conta da inércia em exercer certos direitos no momento determinado. 
ii) Deve haver uma cooperação entre as partes para que se alcance em t empo razoável o curso do processo, sem morosidade. Além da busca por uma sentença de mérito sendo justa e efetiva.
Uma vez que se contraria os deveres e responsabilidades fundamentais surgem os chamados ilícitos processuais, e suas sanções serão aplicadas de acordo com a decisão judicial. Marcelo Abelha separa em duas partes:
De conteúdo: Atrelado a um dever de veracidade dos sujeitos, todos devem agir com verdade durante o procedimento do processo.
Formalidade: Está atrelado a um dever formal de como um procedimento deve seguir corretamente. Não está ligado ao conteúdo.
3.1 DEVERES DAS PARTES E DOS PROCURADORES (contempt at court)
O novo CPC/15 fragmenta no art. 77 e em seus incisos “deveres das partes, dos procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo”. Haverá sansões previstas em lei caso haja descumprimento destes deveres.
Inciso I- Expor os fatos em juízo conforme a verdade;
Os sujeitos processuais devem agir com veracidade durante o procedimento do processo.
Inciso II- Não formular pretensão ou apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento;
Não formular tentativa apresentar defesa sem fundamento.
Inciso III- Não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito;
Não produzir provar ou atos inúteis e/ou desnecessárias.
Inciso IV- Cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação;
Cumprir as decisões dadas em juízo e não atrapalhar a efetivação dessas decisões.
Inciso V- Declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva;
Não apresentar o endereço residencial ou profissional e suas atualizações.
Inciso VI- Não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.
Provocar alteração de situação de fato ou de direito no fato litigioso. Por exemplo: Durante uma ação que versa sobre uso capião em imóvel, a parte faz obras (inovação ilegal) no estado do bem litigioso.
ATENÇÃO! § 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, se houver descumprimentos desses deveres, o juiz advertirá qualquer das pessoas mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato atentatório à dignidade da justiça.
Quais são as sanções aplicadas no ato atentatório à dignidade da justiça?
Diante destes ilícitos, será atribuída multa de até 20% sob o valor da causa, como especifica o parágrafo 2 do art.
§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta.
 As sanções dadas ao atentado à dignidade a justiça podem conviver com outras multas, como multa diária.
§ 4º A multa estabelecida no § 2º poderá ser fixada independentemente da incidência das previstas nos arts. 523, § 1º, e 536, § 1º.
 Em alguns casos a multa pode ser convertida a salário mínimo.
§ 5º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista no § 2º poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
 Os advogados públicos e privados não serão sancionados pelo atentado à dignidade da justiça, a sanção será feita pelo órgão responsável, como OAB, MP, Defensoria pública.
§ 6º Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2º a 5º, devendo eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará.
OBS: A advertência da multa é facultada ao juiz, ou seja, ele poderá comunicar ou não à parte.
3.2 LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
É quando uma das partes age em completa desconformidade com a lealdade processual. Diferente do contempt of cout que é aplicado a todos os sujeitos processuais, a litigância só é relacionada às partes da demanda.
O art. 80 mostra as hipóteses da litigância de má-fé:
Inciso I - Deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
Propor ação contra texto expresso de lei ou fato incontroverso.
Inciso II - Alterar a verdade dos fatos;
Inciso III - Usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
Inciso IV - Opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
Inciso V - Proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
É agir afoitamente, de forma precipitada tendo consciência de que o ato é injusto.
Inciso VI - Provocar incidente manifestamente infundado;
É provocar incidentes destituídos de fundamentação, como exemplo: a parte em uma ação que versa sobre direitos trabalhistas alega incompetência absoluta de matéria pedindo para que a ação seja levada à justiça comum, porém, a competência é de fato da justiça do trabalho. 
Inciso VII - Interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
É quando a parte tem consciência de que não tem razão na ação, e utiliza todos os recursos no intuito de postergar a decisão final que será dada em juízo.
Quais são as sanções aplicadas na litigância de má-fé?
A multa aplicada a parte que agiu de má-fé deve ser maior que 1% e menor que 10% do valor da causa, além de uma indenização sem valor prescrito e todas as despesas da parte contrária.
De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
Em alguns casos o valor pode ser convertido em salários mínimos§ 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
LITIÂNCIA DE MÁ
FÉdfkdkfdkdfkdfkdfkfdkfd
O dano é à parte contrária
Multa de 1 a 10% do valor da causa ou por até 10 salários mínimos caso irrisório/inestimável o valor da causa.
Hipóteses: a) contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; b) alterar a verdade; c) objetivo ilegal; d) resistência injustificada; e) proceder de modo temerário; f) provocar incidente manifestamente infundado; g) recurso manifestamente protelatório
Revertido para a parte que sofreu o dano
ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA
O dano é ao poder judiciário
Multa de até 20% do valor da causa ou por até 10 salários mínimos caso irrisório/inestimável o valor da causa
Hipóteses: a) não cumprir decisões jurisdicionais; b) criar embaraços à efetivação do processo; c) inovação ilegal no estado de fato de bem litigioso
Revertido para o poder Judiciário
LITISCONSÓRCIO
Litisconsórcio é a pluralidade de sujeitos em um dos polos de uma relação processual unidas contra a parte contrária, ou seja, quando houver mais de um autor ou mais réu, por exemplo.
Admite-se litisconsórcio em qualquer processo ou procedimento, inclusive nas causas da competência dos Juizados Especiais.
Existem 3 requisitos para a formação de um litisconsórcio. Eles são excludentes um do outro, ou seja, deve-se encaixar apenas em um dos requisitos:
	i) Por comunhão: Os sujeitos possuem as mesmas obrigações e direitos. O interesse é comum, ou seja, discutem o mesmo interesse. 
		Ex: Litisconsórcio entre credores solidários.
	ii) Por afinidade: Possuem os mesmos sujeitos que possuem situações jurídicas similares. (os interesses são parecidos, mas distintos).
		Ex: Causas repetitivas
	iii) Por conexão: Quando dois ou mais sujeitos possuem sob a mesma demanda, identidade de pedido ou causa de pedir. Os interesses são distintos, mas ligados entre si. 
		Ex: Investigação de paternidade e a mãe quer indenização pelas despesas do parto.
Mas afinal, quais são as vantagens de um litisconsórcio?
O litisconsórcio gera uma economia processual, de custos; duração razoável do processo; segurança jurídica, pois evita decisões conflitantes.
4.1 CLASSIFICAÇÕES DO LITISCONSÓRCIO
Para a identificação de um litisconsórcio é preciso saber as suas classificações no caso concreto.
Quanto ao sujeito:
a) Ativo: Quando há uma pluralidade de autores.
b) Passivo: Quando há uma pluralidade de réus.
c) Misto: Quando há pluralidade de ambos.	
Quanto ao momento de formação:
a) Inicial: É aquele que se forma no momento de propositura do processo (inclusive recursal) na petição inicial.
b) Ulterior: É aquele que surge após o procedimento se ter formado. Não é a regra, é algo excepcional, pois pode acabar tumultuando o procedimento do processo.
	Ex: Intervenção de terceiros, a sucessão processual, a alienação de coisa litigiosa.
Quanto ao regime de resultado:
a) Simples (ou comum): É aquele que a decisão judicial pode ser diferente para os litisconsortes que entraram em juízo, ou seja, não será a mesma para todas. A mera possibilidade de decisão ser diferente já torna simples o litisconsórcio.
Dica: Todo litisconsórcio por afinidade será simples; 
b) Unitário: É aquele que a decisão judicial é uniforme, ou seja, será a mesma para todos os litisconsortes que entraram em juízo. Essa ideia se dá pelo entendimento do CPC da pluralidade: vários são considerados como um.
	OBS: (Fredie Didier) Para que possamos identificar um litisconsórcio simples devemos nos fazer duas perguntas (nesta ordem):
- Os litisconsortes discutem uma única relação jurídica? 
- A relação jurídica é divisível ou indivisível?
Se a resposta da primeira pergunta for sim, se eles possuem uma única relação jurídica (como litisconsórcio por comunhão) em regra será unitária. Porém se a relação for divisível o litisconsórcio será simples. [mesmo em casos de solidariedade]
Em resumo: O litisconsórcio unitário será quando houver a discussão de uma única relação jurídica sendo que a mesma seja indivisível
Quanto a sua obrigatoriedade de formação:
b) Facultativo: É quando a formação do litisconsórcio fica condicionado à vontade das partes.
	Ex: Várias pessoas se unem para ajuizar uma ação contra a Gol em razão de um atraso de voo.
b) Necessário: É aquele que a sua formação é obrigatória, tanto pela natureza jurídica da relação ou por força de lei. Em regra, se dá no polo passivo.
	Ex: Ministério Público ajuizando uma ação de anulação de casamento. 
	Apesar de não existir força de lei obrigando o autor o marido e a esposa serem réus litisconsortes, a natureza jurídica (casamento) da ação faz com que os dois sejam colocados no polo passivo. Logo é uma formação obrigatória, necessária, pois o casamento é uma natureza jurídica única, indivisível.
OBS: Nem todo litisconsórcio necessário será unitário, ele poderá ser simples, basicamente se o litisconsórcio for necessário por força de lei. Como exemplo: litisconsórcio entre conjugues (art. 73); usucapião de imóvel (art. 246); demarcação de terras (art. 574).
O litisconsórcio possui algumas regras gerais como:
O litisconsórcio que é facultativo terá resultado simples.
O litisconsórcio que é necessário terá resultado unitário.
4.2 LITISCONSÓRCIO MULTITUDINARIO
É o litisconsórcio formado por multidão, está atrelado a um número excessivo de sujeitos. Este tipo de litisconsórcio pode ser reconhecido em qualquer fase do processo.
Cabe tanto as partes quanto o juiz (inclusive de ofício) analisar a viabilidade do litisconsórcio multitudinário no caso concreto, e, se for o caso, determinar o desmembramento.
O que é desmembramento?
É a separação por grupos pequenos de litisconsortes se assim o juiz achar necessário.
Por exemplo: 100 pessoas se juntam para ajuizar uma ação contra um banco, o juiz ao perceber que o litisconsórcio causaria certa morosidade, separa em grupos menores de 20 litisconsortes em 5 grupos.
O desmembramento só poderá ocorrer em casos de litisconsórcio facultativo (a pedido do réu ou de oficio do juiz), em casos de litisconsórcio necessário o juiz não pode determinar o desmembramento.
Após o pedido de desmembramento, o prazo de defesa será interrompido (não suspenso).
OBS: O Desmembramento não é causa de quebra da perpetuação da jurisdição, pois o mesmo mante-se no mesmo juízo prevento.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
É um incidente processual* pelo qual um terceiro venha se tornar parte da demanda. Ou seja, é um sujeito que não estava no início do processo, mas intervém por meio de requerimento próprio ou das partes por meio de decisão judicial.
* Não cria processo autônomo, não gera outro processo pois ocorre dentro de um processo em curso.
5.1 FUNDAMENTOS DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NO PROCESSO
Todo processo de certa forma afeta a um terceiro, de forma econômica, emocional ou jurídica.
Essas são as situações previstas que legitimam a intervenção do terceiro no processo.
Legitimidade Extraordinária: Onde o terceiro não é titular do direito litigioso, porém tem legitimidade para discuti-lo. Este substituído processual pode intervir a qualquer momento no processo.
Relações Jurídicas: O terceiro pode intervir no processo caso perceba que pode sofrer os efeitos de forma direta ou reflexa. O juiz pode não aceitar a entrada do terceiro caso perceba que o interesse do mesmo seja apenas por relação econômica.
Ações Conexas: O terceiro pode intervir caso tenha fundamento em parte do mesmo pedido ou mesma causa de pedir.
Mas afinal, por quais razões existe a intervenção de terceiros?
Assim como o litisconsórcio, ele gera segurança jurídica, economia processuais e duração razoável do processo. Além de garantir o contraditório ao 3º que seria atingido pelo processo.
5.2. EFEITOS DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
Com a intervenção de terceiros, ocorrem efeitos na demanda de duas formas:
Forma Subjetiva: Com a entrada do terceiro irá ocorrer a ampliação (aumento do número de sujeitos) ou alteração (substituição do sujeito) dos sujeitos da demanda.
Forma Objetiva: Do ponto de
vista objetivo, por muitas vezes poderá ocorrer a ampliação do objeto da demanda.
5.3 MOMENTO DA INTERVENÇÃO
Em regra geral, a intervenção de terceiros pode deve ocorrer até o saneamento da intervenção do processo.
O que é saneamento da intervenção do processo?
Saneamento do processo é a providência tomada pelo juiz, a fim de eliminar os vícios, irregularidades ou nulidades processuais e preparar o processo para receber a sentença. Tal providência é tomada entre a fase postulatória e a instrução do processo, mediante um despacho saneador.
Porém, o momento de intervenção do terceiro é variável dependendo da modalidade de intervenção que estiver em questão. Ou seja, é específico de cada modalidade.
ATENÇÃO: Toda intervenção de terceiros pode ser controlada pelo magistrado, caso perceba que possa tumultuar a demanda.
5.4 CABIMENTO DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
Como regra, em todos os processos ordinários (comuns) cabem intervenção de terceiros. Porém, alguns casos não cabem nenhuma modalidade de intervenção de terceiros, como:
Ações em Juizados Especiais: De acordo com a lei n. 9.099/1995 de juizados especiais, não se admite intervenção de terceiros pois não há um grau grande de complexidade. 
* O art. 1062 do CPC alterou um pouco essa regra, permitindo o incidente de desconsideração da personalidade jurídica no âmbito dos juizados especiais cíveis. 	
 Ações de Controle de Constitucionalidade: (ADI, ADO, ADC), São excluídos da regra pois estas ações não estão atreladas ao interesse específico da parte. 
ASSISTÊNCIA
A assistência é uma modalidade de intervenção de terceiros, em que o mesmo prestará auxílio jurídico ao assistido (ao auxiliado) porque tem interesse que a decisão do processo seja favorável; O próprio terceiro irá requerer a entrada no processo. 
A assistência pode ocorrer em qualquer grau de jurisdição, inclusive em fase recursal, assumindo o terceiro o processo no estado em que encontrar. A assistência é admissível em qualquer procedimento (art. 119, CPC).
Qual o interesse jurídico do terceiro assistente? 
O terceiro só irá requerer a entrada se estiver alguma relação jurídica com o assistido, seja ela por ser titular do interesse jurídico discutido no processo, ou por ser legitimado extraordinário e quiser discutir em juízo.
Quais os efeitos causados com a entrada do terceiro assistente?
Haverá apenas efeito subjetivo, ou seja, não há ampliação do objeto da demanda em litígio, apenas do sujeito.
6.1. PROCEDIMENTO DA ASSISTÊNCIA
A assistência é intervenção de terceiro espontânea, então, o terceiro irá peticionar ao juiz a sua entrada relatando as suas razões de interesse jurídico. As partes então serão intimadas ao juiz para se manifestar sobre a entrada do terceiro.
	- Havendo liberação das partes dentro de 15 dias, o pedido de assistência será deferido (aceito), se o juiz reconhecer legitimidade dele pra intervir no processo.
	- Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo. Se o juiz deferir, ele irá entrar no processo, se o juiz recusar a entrada cabe agravo de instrumento (recurso) pela parte terceira.
6.2. ASSISTÊNCIA SIMPLES
Existem dois tipos de assistência de terceiros, uma delas é a assistência simples.
Na assistência simples, o terceiro ingressa afirmando ser titular de uma relação jurídica conexa a que está sendo discutida, ou seja, ele não sofrerá os efeitos diretos da decisão, mas sim os efeitos reflexos. Em resumo, o assistente tem um interesse jurídico próprio, que não está diretamente sendo discutido em processo, mas que pode ser preservado na medida que a sentença seja favorável ao assistido.
Exemplo: Contrato de Locação.
Quais os atos este terceiro assistente poderá fazer?
O terceiro assistente irá se limitar a auxiliar a parte principal (assistido) utilizando-se dos meios processuais que são postos em disposição a ela:
- O assistente poderá alegar, produzir provas e recorrer.
- O assistente não poderá reconhecer procedência de pedido, desistir da ação, transigir ou renunciar o direito sobre a ação. Pois o assistente simples fica submetido a vontade do assistido.
Então o assistente contará com todos os efeitos e ônus direcionado ao assistido.
Marcelo Abelha denomina o assistente como legitimado extraordinário, pois ele está preso ao assistido e não poderá prejudicar atos que prejudiquem a situação jurídica do assistido. Ele deverá agir apenas caso haja omissão do assistido, de forma plena. 
6.3. ASSISTENCIA LITISCONSORCIAL
Na assistência litisconsorcial, diferente da assistência simples, o terceiro ingressa afirmando ser titular da relação jurídica principal a que está sendo discutida, ou seja, ele sofrerá os efeitos diretos da decisão. Em resumo, o assistente tem um interesse jurídico próprio, que está diretamente sendo discutido em processo por uma outra pessoa, como um legitimado extraordinário. 
Exemplo: Herdeiro decide entrar em juízo como assistente e criar litisconsorte com o espólio, parte que estaria o representando no processo até então.
Ele também poderá entrar como legitimado extraordinário, se não for titular da relação jurídica discutida, mas poderá defender extraordinariamente. 
Assim que o juiz deferir a entrada do 3º, ele se tornará litisconsorte do assistido. Garantindo todos os poderes e ônus recebidos pelo assistido.
	OBS: Com a entrada do assistente litisconsorte, irá ser formado um litisconsórcio ulterior, facultativo e unitário. Essa assistência costuma-se dar no polo ativo.
DENUNCIAÇÃO DA LIDE
É mais uma modalidade de intervenção de terceiros, porém diferente da assistência onde o terceiro requere a própria entrada no processo, na denunciação da lide a entrada do terceiro é provocada: o terceiro é chamado a integrar o processo, porque uma demanda lhe é dirigida diretamente. 
A denunciação pode ser promovida pelo autor ou pelo réu. A parte que chamar o terceiro será denominado de denunciante, já o terceiro que foi chamado será denominado de denunciado.
A denunciação da lide pode ser feita em casos envolvendo evicção. A evicção acontece quando o indivíduo perde a propriedade do bem devido a uma sentença judicial.
Ex: Vinicius comprou um automóvel em uma feira de carros, acontece que ele não sabia que o carro era roubado, e nunca pertenceu ao vendedor da feira. Pouco tempo depois Vinicius sofreu uma ação do verdadeiro dono do carro, Joaquim, e por sentença judicial Vinicius então perdeu a propriedade do bem.
Vinicius então através da denunciação da lide, denuncia o vendedor da feira de carros, chamando-o ao processo como verdadeiro responsável.
A denunciação da lide também pode ser feita quando o terceiro estiver obrigado a ressarcir em face de ocorrência da lei ou de contrato.
Ex: A Unijorge é processada por queda de elevador causando lesões a pessoas que estavam ali dentro. Então, a instituição faz a denunciação da empresa responsável pela manutenção do elevador, para que ela possa responder e ressarcir em face dos lesionados, já que o mesmo era responsável pelo elevador através de um negócio contratual.
7.1. CARACTERÍDISTICAS DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE
A denunciação da lide é uma demanda; por meio dela, exercita-se o direito de ação.
Ela é uma demanda incidente, regressiva, eventual e antecipada.
Demanda Incidente:
A denunciação é demanda nova em processo já existente, ou seja, é um incidente processual, pois não gera processo novo, apenas ampliação da demanda. É um incidente que acrescenta ao processo um novo pedido.
Aqui há ampliação objetiva ulterior do processo. O processo passa a ter duas demandas: a principal e a incidental (gerada pela denunciação da lide)
Demanda Regressiva:
A denunciação da lide é demanda que veicula pretensão regressiva ou de garantia.
O denunciante então visa o ressarcimento pelo denunciado de eventuais prejuízos que porventura venha a sofrer em razão do processo principal pendente. Como citado no exemplo do elevador da Unijorge acima.
Demanda Eventual:
A demanda regressa só será examinada se o denunciante, afinal, for derrotado em demanda principal. A primeira demanda (a principal) é preliminar em relação a demanda da denunciação, pois se o denunciante for vitorioso na ação principal, a ação regressiva não será sequer analisada. 
De acordo com José Moreira, é como se o denunciante formulasse este pedido: “Se eu, afinal, acabar vencido, peço desde já que o denunciado seja condenado a pagar-me a indenização a que eu porventura tenha direito.”
O CPC deixa claro, se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará o julgamento da denunciação para o denunciado. Se o denunciante for o vencedor da ação principal, o processo de denunciação sequer será analisado, pois ele já foi vencedor.
Demanda Antecipada:
A denunciação é antecipada pois o denunciante se antecipa, e antes de sofrer qualquer prejuízo, propõe demanda em face de terceiro, com objetivo de imputar-lhe a responsabilidade pelo ressarcimento.
Em resumo, denunciar a líder em uma visão antecipada é trazer o denunciado para o processo como uma forma de garantia, para que ele possa arcar com os prejuízos se o denunciante for assim vencido na demanda principal.
7.2. DENUNCIAÇÃO DA LIDE SUCESSIVA E PER SALTUM
Denunciação da lide sucessiva é em português sem juridiquês, a denunciação da denunciação.
Como disposto em exemplo acima, seria o caso em que a empresa de elevadores que a Unijorge denunciou, denunciasse uma outra empresa que fosse responsável pela criação de peças de elevadores.
Ou seja, é a “transmissão de responsabilidade” do denunciado para um outro denunciado.
Mas isso é permitido? SIM! De acordo com o CPC de 2015, só será permitido a denunciação sucessiva apenas uma vez. 
Denunciação per saltum é a modalidade em que o denunciante denuncia aquele que não possui uma relação jurídica direta com o mesmo. O CPC proíbe essa prática, não se pode “pular” o alienante da coisa.
Como exemplo, seria o caso da Unijorge denunciar diretamente a empresa que fabricava as peças para a construção dos elevadores. Ela estaria “pulando” o alienante, que deveria ser a empresa que faz a colocação e a manutenção dos elevadores no estabelecimento.
7.3. PROCEDIMENTOS
Como disposto anteriormente, a denunciação da lide pode ser feita tanto pela parte autora quanto à parte réu. Isso trará mudanças procedimentais de acordo com o polo denunciante.
Se a denunciação for feita pela parte autora, deverá ser disposta na petição inicial. Após a denunciação, o denunciado será chamado ao processo, e só então o réu será citado. Se não for feita nessa fase, haverá preclusão.
Se a denunciação for feita pela parte ré, deverá ser disposta na fase de contestação. Se não for feita nessa fase, haverá preclusão.
Se não for feita nessas etapas só poderá serem feitas por ação autônoma.
A doutrina diz que o denunciado poderá contestar a denunciação da lide, alegando não ser cabível a contestação de regresso. (ressarcimento).
7.4. SENTENÇA
O mesmo ato decisório (sentença) que julgar o processo julgará as duas demandas, tanto a demanda principal quando a demanda de denunciação da lide.
E nesta mesma sentença, caso o denunciante vença o processo, será condenado pelas custas do denunciado.
CHAMAMENTO AO PROCESSO
O chamamento ao processo é uma das modalidades de intervenção de terceiros, onde em uma relação solidária, o réu requer a entrada de seus codevedores ou cofiadores para que junto com ele, forme um litisconsórcio em polo passivo. O chamamento ao processo nunca poderá ser no polo ativo.
Em resumo, é quando o credor entra com uma ação em face ao devedor 1. O devedor 1 (denominado de chamante) poderá chamar ao processo o devedor 2 (denominado de chamado), pessoa com quem ele tem acordo solidário.
Essa hipótese de intervenção é forçada, pois o terceiro é forçado a entrar no processo pelo réu, tornando-se litisconsorte passivo.
Aqui há apenas efeito subjetivo, ou seja, só há ampliação dos sujeitos da demanda, não do objeto de litígio.
	8.1. HIPÓTESES DE CABIMENTO
O CPC/15 em seu art. 130 cita 3 exemplos em cada um dos incisos de apenas uma hipótese de cabimento.
Será cabível o chamamento ao processo quando o credor interpor ação contra fiador.
Existe uma regra onde o credor só poderá interpor ação contra o fiador caso o devedor não tenha como pagar a sua dívida. O devedor não poderá pular esta etapa e demandar diretamente ao fiador, pois a relação de devedor e fiador não é solidária, e sim subsidiária.
Porém, se o devedor renunciar o seu benefício de ordem, eles se tornarão solidários. O credor poderá demandar diretamente ao fiador. 
Quando existirem dois ou mais cofiadores em regime de solidariedade, e o credor resolve cobrar a dívida apenas a um fiador, este poderá chamar ao processo seu cofiador. Poderá também chamar o devedor principal.
Em resumo, os fiadores que renunciarem seu benefício de ordem e estiverem sendo demandados como réu, poderão fazer o chamamento de outros fiadores e/ou outros colaboradores.
Os devedores e fiadores em demanda, poderão chamar apenas os seus codevedores e cofiadores respectivos. 
8.2. MOMENTO E PRAZO DO CHAMAMENTO AO PROCESSO
O réu deverá requerer o ingresso do chamado na contestação. Se não houver o chamamento na contestação, haverá preclusão e não poderá ser feito em momento posterior.
A citação do chamado deve ser viabilizada no prazo máximo de 15 dias. Se o chamado morar em comarca circunvizinha o prazo será ampliado para 2 meses.
8.3. SENTENÇA
Como regra, a sentença será feita de forma unitária entre o chamante e o chamado se o bem jurídico for indivisível, ou simples se o bem jurídico for divisível.
Se não houver chamamento ao processo, e apenas um devedor solidário pagar toda a dívida sozinho, ele poderá a titulo executivo cobrar do outro devedor solidário sua parte pertencente do total.
INCIDENTES DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
A desconsideração da personalidade jurídica é instituto que autoriza imputar ao patrimônio particular dos sócios, obrigações assumidas pela sociedade, quando e se a pessoa jurídica houver sido utilizada abusivamente, como no caso de desvio de finalidade, confusão patrimonial, liquidação irregular, dentre outros.
Em regra geral, o patrimônio das pessoas físicas não se confunde com o patrimônio das pessoas jurídicas, não se misturam. O novo CPC decidiu criar essa nova modalidade por relação a pessoas criavam pessoas jurídicas para agir de má-fé fraudando terceiros para não serem sentenciados, já que era prevista proteção a eles por personalidade jurídica.
Nada mais é que a autorização do judiciário, para no caso concreto, possa afastar a autonomia da personalidade jurídica da pessoa jurídica, atingindo o patrimônio dos sócios que a compõe. Esse instituto afasta a personalidade jurídica, ou seja, “retira o véu”, mas não extingue.
O juiz só irá desconsiderar a personalidade jurídica daquele sócio que agiu irregularmente de má-fé.
Maior: É a teoria adotada amplamente pela jurisprudência brasileira. Nessa teoria, para haver desconsideração da personalidade jurídica deve ser preenchido certos pressupostos. Estes se dividem em duas subespécies.
Objetivo: É quando há insolvência ou desvio de finalidade.
Insolvência é a confusão patrimonial da pessoa jurídica com a física, os bens do sócio estão em nome da empresa.
Desvio de finalidade é quando a empresa acaba tendo uma funcionalidade distinta da que lhe é proposta, como exemplo de uma sapataria que funciona como restaurante para beneficiar alguns credores.
Subjetivo: Intenção de fraudar a lei ou terceiros.
Menor: É a teoria que o Brasil adota apenas em relações de consumo ou as relações protegidas pelo direito ambiental.
Nesta teoria basta haver prejuízo ao credor para que se haja desconsideração da personalidade jurídica
9.1. DESONSIDERAÇÃO INVERSA DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Nesta hipótese, o sócio se utiliza da pessoa jurídica para ocultar seu patrimônio pessoal. Então inverte-se a regra tradicional, o juiz irá buscar na pessoa jurídica
todos os bens pessoais do sócio que agiu de má-fé.
9.2. MOMENTO E PRAZO
Cabe a desconsideração da personalidade jurídica em todas as fases do processo, seja de conhecimento, no cumprimento da sentença e na execução de título extrajudicial.
OBS: O requerimento pode ser formulado já na petição inicial. O autor formula um pedido contra a pessoa jurídica e eventualmente o pedido de desconsideração da pessoa jurídica. Porém, não será considerado como intervenção de terceiros, mas sim litisconsórcio inicial.
Ao se pedir a consideração, é preciso que a parte descreva a conduta ilícita cometida pelo sócio, é precisa que ela esteja descrita no requerimento para que o sujeito possa se defender dessa acusação.
Após instaurado o incidente, o terceiro será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis em 15 dias. A instauração do incidente suspende o processo, salvo quando for requerida pela parte autora na petição inicial.
Não poderá ser determinada de oficio pelo juiz, a desconsideração da pessoa jurídica deve ser instaurada a pedido da parte ou do ministério público, que será intimado em até 30 dias quando lhe couber intervir.
AMICUS CURIAE
É uma nova modalidade de intervenção de terceiro trazida pelo CPC de 2015, onde um terceiro sem nenhum interesse jurídico na relação é trazido ao processo como forma de ampliar o debate do contraditório. O amicus curiae pode ser pessoa física ou jurídica, sendo pessoa física, é preciso a presença de um advogado para postulação.
Ele pode intervir de forma espontânea, ou por chamamento das partes, ou até mesmo por ofício do juiz. Apesar disso o amicus curiae não poderá ser considerado parte da demanda, pois ele não tem interesse pessoal no processo. 
10.1. PRESSUPOSTOS DO AMICUS CURIAE
É preciso ter relevância da matéria, deve ser analisado o caso concreto para saber se o amicus curiae terá importância no debate do processo.
Em geral, somente se admite um amicus curiae nos processos que terão uma repercussão mais abrangente. Como exemplo de vários recursos em comum ao caso concreto sendo julgado no STF.
Somente podem participar como amicus curiae entidades representativas da classe de pessoas que serão afetadas pelo resultado daquele processo. Ou seja, é preciso que o amicus curiae tenha especialidade no tema discutido na demanda.
10.2. REQUERIMENTOS
Como dito anteriormente, ele pode intervir de forma espontânea, por vontade das partes ou do próprio juiz. Após o chamamento ele deve fornecer parecer em até 15 dias e poderá entrar em qualquer momento do processo. O prazo começa a contar a partir da intimação.
Nada impede que possas haver mais de um amicus curiae no processo, pois a pluralidade de visões sobre o mesmo tema irá enriquecer o debate.
10.3 COMPETÊNCIA E PODERES
Antes só era permitido a entrada do amicus curiae em instância do STF, mas atualmente poderá ser feito em qualquer grau de jurisdição. A intervenção do ambicus curiae não gera incompetência do juízo. Por exemplo, uma autarquia federal poderá entrar no processo em juizado estadual.
Os poderes processuais cabidos ao amicus curiae serão definidas pelo juiz ou relator. Como contestação, produção de provas e etc.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando