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Direito
2
5Unidade 5
Das sociedades empresariais 
especiais
Para iniciar seus estudos
Prezado aluno, seja bem-vindo à Unidade de Estudo 5. Na presente uni-
dade, estudaremos algumas das sociedades empresariais, dentre elas, 
EIRELI, microempresarial, entre outras, visualizando para tanto as suas 
principais peculiaridades. Bons estudos.
Objetivos de Aprendizagem
• EIRELI. 
• Microempresa. 
• Sociedade unipessoal. 
• Sociedade cooperativa. 
• Sociedade advocatícia.
3
Direito | Unidade 5 - Das sociedades empresariais especiais
5. Das sociedades empresariais especiais
Inicialmente, como já abordado nas demais unidades, a Sociedade Empresária abrange vários tipos de sociedade, 
podendo, em síntese, ser denominada como a reunião de pessoas com o objetivo de exercer profissionalmente 
atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços, visando ao lucro, que deve 
ser compartilhado. 
Nesta unidade, veremos as sociedades empresariais que possuem características peculiares, tais como: socie-
dade advocatícia, EIRELI, dentre outras.
5.1 Sociedade unipessoal
Sociedade unipessoal, em síntese, pode ser definida como a possibilidade de uma única pessoa constituir uma 
sociedade, sob a forma limitada ou anônima, para explorar individualmente uma atividade econômica. 
Esse tipo societário é subdividido em duas hipóteses: (I) subsidiária integral e (II) Empresa Individual de Respon-
sabilidade Limitada (EIRELI). 
O primeiro caso decorre da Lei nº 6.404/76, que regra a sociedade por ações, mas que não é um instrumento de 
efetiva limitação da responsabilidade, uma vez que não é possível separar o patrimônio individual do patrimônio 
do empresário.
A subsidiária integral é constituída por escritura pública, ou seja, não pode ser constituída por instrumento par-
ticular; ou pode ser constituída por conversão de uma sociedade anônima em subsidiária integral em duas hipó-
teses: (a) aquisição da totalidade das ações da companhia e (b) incorporações de ações.
O segundo caso – a possibilidade da constituição de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) – 
surgiu com a promulgação da Lei nº 12.441/2011, autorizando a constituição desse tipo societário.
Outrossim, a empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) pode ser constituída de duas formas: (I) ori-
ginária e (II) superveniente (derivada). A primeira existe desde 1976, mas, por suas características, não pode ser vista 
como instrumento de efetiva limitação da responsabilidade de um empreendedor isolado. Por sua vez, a segunda 
forma surgiu em 2011, por meio de alteração introduzida no Código Civil, conforme será melhor elucidado.
Nesse sentido, sociedade unipessoal originária é aquela que desde a sua constituição apresenta apenas um 
único sócio; por sua vez, a sociedade unipessoal superveniente ou derivada constitui uma pluralidade de sócios 
que foi reduzida a apenas um sócio em razão de diversas situações, tais como: retirada, falecimento, expulsão do 
sócio etc. Importante mencionar que quando estivermos diante de uma sociedade unipessoal superveniente, a 
própria Lei instaurará prazos para a nomeação de novo sócio, de modo a retomar a pluralidade de sócios.
4
Direito | Unidade 5 - Das sociedades empresariais especiais
Figura 5.1 – Sociedade unipessoal 
Legenda: Sociedade unipessoal.
Fonte: 37352506 (123RF)
Importa mencionar que a EIRELI se sujeita às regras dos tipos societários e pode ser constituída tanto por sócio 
único pessoa física como por jurídica. Caso seja pessoa física, só pode ser titular de apenas uma EIRELI, conforme 
o artigo 980-A, § 2º, do Código Civil.
O artigo 44, do Código Civil, informa que: “São pessoas jurídicas de direito privado: I - as 
associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; V - os parti-
dos políticos. VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada” (BRASIL, 2002). 
Segundo os ensinamentos de Negrão (2014), aplica-se à EIRELI as regras previstas para as sociedades limitadas, 
no que lhe couber, sendo compatíveis, entre outras:
[...] as regras relativas à estimação dos bens conferidos ao capital social (art. 1.055, § 1º); o 
aumento e a redução do capital (arts. 1.081, caput, e 1.082); a dissolução (art. 1.087, c/c arts. 
1.033, I, V, e 1.044). (NEGRÃO, 2014. p. 55).
Podemos, ainda, destacar como requisitos para a constituição de uma EIRELI os seguintes: o primeiro refere-se ao 
capital social, que deverá ser devidamente integralizado no momento da constituição e que represente o mínimo 
de 100 vezes o maior salário mínimo vigente no país, segundo dispõe o próprio art. 980-A, do CC, in verbis:
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única 
pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 
100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. (BRASIL, 2002).
5
Direito | Unidade 5 - Das sociedades empresariais especiais
O segundo é referente à unipessoalidade, pois ela terá um único titular (pessoa jurídica ou física), que terá res-
ponsabilidade limitada ao capital integralizado. Salienta-se que o § 2º do Art. 980-A, do CC, dispõe que a pessoa 
natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única 
empresa dessa modalidade.
O terceiro se refere ao nome empresarial, assim, a EIRELI pode adotar tanto denominação quanto firma, con-
forme dispõe o § 1º do artigo supracitado, vejamos:
Art. 980-A, § 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão «EIRELI” 
após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada”. 
(BRASIL, 2002).
Importa mencionar que o registro serve para dar garantia, publicidade, segurança, autenticidade e eficácia aos 
atos jurídicos das empresas, sendo que, para tanto, os órgãos de registro cadastram todos aqueles que exercem 
atividade econômica no país.
Assim, tendo em vista que se aplicam à EIRELI as regras previstas para as sociedades limitadas, esta poderá ser 
registrada tanto na Junta Comercial quanto no Registro Civil de Pessoas Jurídicas (RCPJ), por força do disposto na 
Nota da Coordenação-Geral de Tributação (Cosit) nº 446/2011, item 20, expedida pela Receita Federal do Brasil.
O Departamento Nacional de Registro de Comércio (órgão federal) é responsável pela expe-
dição das normas técnicas de comando das Juntas Comerciais, sendo estas os órgãos esta-
duais de execução dessas normas. Por sua vez, o Registro Público de Empresas Mercantis 
(RPEM) é exercido em todo o território nacional, por órgãos estaduais e federais. 
5.1.1 A sociedade unipessoal e a desconsideração da personalidade jurídica
Um dos principais obstáculos para a implementação do regime da sociedade unipessoal se refere à possibilidade 
de fraude pelo empresário individual, uma vez que existe nesse tipo societário a separação do patrimônio da 
empresa e do empresário.
O argumento da utilização da pessoa jurídica para a prática de atos desonestos – transferindo a responsabilidade 
dos atos dos sócios para as empresas – é bastante difundido, sendo esse tipo de atuação, fraudulenta ou com 
abuso de direito, já praticada pelos sócios ou acionistas das sociedades limitadas e pelas companhias.
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Direito | Unidade 5 - Das sociedades empresariais especiais
Figura 5.2 – Fraude empresarial
Legenda: Fraude empresarial.
Fonte: 52409981 (123RF)
Conclui-se, assim, que o intuito da desconsideração da personalidade jurídica é proteger os credores e todos 
aqueles que mantinham relações com as pessoas jurídicas que praticavam atos de forma ilícita, escondendo o 
verdadeiro responsável pela prática de tais atos, dentre eles, os sócios, usando, assim, a pessoa jurídica como um 
obstáculo para a reparação da fraude. 
A teoria da desconsideraçãoda personalidade pode ser definida como o afastamento da personalidade jurí-
dica com o objetivo de dar efetividade à possibilidade de correção de manobras fraudulentas de um ou mais dos 
seus sócios.
Cumpre-nos ainda destacar que trata-se de uma suspensão episódica da eficácia do ato, sendo que a decisão 
judicial não invalida e não desfaz o seu ato constitutivo, não importando a sua dissolução. 
Especificamente com relação à sociedade unipessoal, destaca-se que a teoria da desconsideração é plenamente 
aplicável, sendo a sua aplicabilidade, ou melhor, a sua responsabilização, semelhante à do empresário individual, 
que tem a sua responsabilidade limitada.
A teoria da desconsideração da personalidade pode ser subdividida em: (i) teoria maior e (ii) teoria menor, con-
forme escreve Coelho (2007):
Há duas formulações para a teoria da desconsideração: a maior, pela qual o juiz é autorizado a 
ignorar a autonomia patrimonial das pessoas jurídicas, como forma de coibir fraudes e abusos 
praticados através dela, e a menor, em que o simples prejuízo do credor já possibilita afastar a 
autonomia patrimonial. (COELHO, 2007, p. 35).
Melhor elucidando, explicamos o que vem a ser a teoria menor e a teoria maior. A primeira (Teoria Menor), aplicável, 
por exemplo no Direito do Trabalho e Direito do Consumidor, é menos elaborada, refletindo uma minoração no prin-
cípio da separação patrimonial. Por sua vez, a segunda (Teoria Maior) é a mais elaborada, necessitando, para a sua 
aplicação, de requisitos específicos, sendo necessária a caracterização da abusividade e manipulação fraudulenta.
7
Direito | Unidade 5 - Das sociedades empresariais especiais
Ressalvamos que iremos abordar de forma mais aprofundada a figura da desconsideração da personalidade na 
Unidade 7.
Ainda, não deve se confundir a desconsideração com responsabilização, posto que o sócio unipessoal é o res-
ponsável pelos atos de má gestão, e a responsabilização desses atos é pessoal, não dependendo de trâmite em 
juízo e prova de abusividade nem de fraude, mas apenas o prejuízo.
Podemos concluir que a possiblidade de constituição de uma sociedade unipessoal é um avanço, uma vez que 
possibilita a regularização e efetividade do empresário junto ao mercado de trabalho e, havendo a constatação 
de fraude, existem meios processuais para punir o empresário infrator.
5.2. Microempresa e Empresa de Pequeno Porte
A Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, instituiu o Estatuto Nacional da Microempresa e da 
Empresa de Pequeno Porte. A Microempresa (ME) e a Empresa de Pequeno Porte (EPP) são empreendimentos que 
deveriam ter um tratamento simplificado por determinação constitucional (art. 179 da CF/88), podendo resumi-
-las como sendo empresas de pequena dimensão.
Além disso, devemos frisar que Microempresa e Empresa de Pequeno Porte são sociedades distintas. A Lei Com-
plementar nº 123/2006, alterada pela Lei Complementar nº 128/2008, conceitua essas sociedades com base 
em suas receitas brutas anuais, conforme o art. 3º da LC nº 123/2006, vejamos:
• Microempresa: a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade 
limitada e o empresário, devidamente registrados nos órgãos competentes, que aufira em cada ano-
-calendário a receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00.
• Empresa de Pequeno Porte: será aquela que possuir receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e 
sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais).
Receita bruta é o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços pres-
tados e o resultado nas operações em conta alheia não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondi-
cionais concedidos (§ 1º da LC nº 123/2006).
O enquadramento da empresa como Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte visa a possibilitar a simplifica-
ção de seu funcionamento, motivo pelo qual estas podem optar por se inscrever no SIMPLES Nacional.
O SIMPLES Nacional é uma forma simplificada e englobada de recolhimento de tributos e contribuições, o qual 
tem como base de apuração a receita bruta, tendo sido instituído em 1º de julho de 2006, pela Lei Complementar 
nº 123/2006.
As pessoas jurídicas que se enquadram na condição de Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte poderão 
optar pela inscrição no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e 
Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES.
Quando a empresa opta pelo enquadramento no SIMPLES Nacional, considera-se a receita 
bruta de qual ano-calendário? 
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Direito | Unidade 5 - Das sociedades empresariais especiais
Ressalta-se ainda que a lei traz aspectos inerentes às licitações públicas, ao estímulo ao crédito, às relações de 
trabalho, à capitalização, ao acesso à justiça e à inovação, dentre outros. Outrossim, ela determina normas gerais 
para as Empresas de Pequeno Porte e Microempresas, entre elas, o regime tributário diferenciado (SIMPLES 
Nacional), no âmbito dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
É importante mencionar que o artigo 17, da Lei Complementar nº 123/2006, informa quais são as Microempre-
sas e Empresas de Pequeno Porte que não poderão optar pela forma de recolhimento simplificada, vejamos:
I - que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, 
gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento 
de ativos (asset management), compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a 
prazo ou de prestação de serviços (factoring); II - que tenha sócio domiciliado no exterior; III - de 
cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou 
municipal; IV - (REVOGADO), V - que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - 
INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja 
suspensa; VI - que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros, 
exceto quando na modalidade fluvial ou quando possuir características de transporte urbano ou 
metropolitano ou realizar-se sob fretamento contínuo em área metropolitana para o transporte 
de estudantes ou trabalhadores; VII - que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercia-
lizadora de energia elétrica; VIII - que exerça atividade de importação ou fabricação de automó-
veis e motocicletas; IX - que exerça atividade de importação de combustíveis; X - que exerça ativi-
dade de produção ou venda no atacado de: a) cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, 
armas de fogo, munições e pólvoras, explosivos e detonantes; b) bebidas não alcoólicas a seguir 
descritas: 1 - alcoólicas; 2 - refrigerantes, inclusive águas saborizadas gaseificadas; (Revogado); 
3 - preparações compostas, não alcoólicas (extratos concentrados ou sabores concentrados), 
para elaboração de bebida refrigerante, com capacidade de diluição de até 10 (dez) partes da 
bebida para cada parte do concentrado; (Revogado); 4 - cervejas sem álcool; c) bebidas alcoóli-
cas, exceto aquelas produzidas ou vendidas no atacado por: 1. Micro e pequenas cervejarias; 2. 
Micro e pequenas vinícolas; 3. Produtores de licores; 4. Micro e pequenas destilarias; Produção 
de efeito XI (Revogado); XII - que realize cessão ou locação de mão-de-obra; XIII - (Revogado); 
XIV - que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis. XV - que realize atividade de 
locação de imóveis próprios, exceto quando se referir a prestação de serviços tributados pelo ISS. 
XVI – com ausência de inscrição ou com irregularidade em cadastro fiscal federal, municipal ou 
estadual, quando exigível. § 1º As vedações relativas a exercício de atividades previstas no caput 
deste artigo não se aplicam às pessoas jurídicas que se dediquem exclusivamenteàs atividades 
referidas nos §§ 5o-B a 5o-E do art. 18 desta Lei Complementar, ou as exerçam em conjunto com 
outras atividades que não tenham sido objeto de vedação no caput deste artigo. (BRASIL, 2006).
Assim sendo, respeitadas as exclusões legais, será possível sua opção, que permitirá o recolhimento mensal e 
unificado de diversas contribuições, dentre elas, CPP, PIS/PASEP, entre outras.
A simplificação buscada para as empresas que se enquadram como Microempresas e Empresas de Pequeno Porte 
também ocorre nas questões relacionadas à abertura e fechamento, uma vez que, dentre outras, é estabelecida 
a impossibilidade de que outros órgãos envolvidos com o registro da atividade determinem mais documentos do 
que os pedidos pela Junta Comercial.
Ademais, não é necessária a assinatura de advogado no contrato social, o que facilmente se verifica nos regra-
mentos elencados nos arts. 8º, 9º e 10 da Lei Complementar nº 123/2006.
Podemos verificar ainda no art. 56 da LC nº 123/2006, como o incentivo à associação, que as ME e EPP têm maior 
força de contratação, podendo adquirir bens numa quantidade maior e negociar as condições de pagamento em 
virtude da quantidade de compra.
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Direito | Unidade 5 - Das sociedades empresariais especiais
Por fim, para encerrarmos o presente tópico, a ME e a EPP estão liberadas do pagamento de grande parte dos 
emolumentos, permitindo-se, assim, o pagamento no cartório com o cheque, sem a exigência de que este seja 
administrativo ou visado (art. 73, da Lei Complementar nº 123/2006).
O artigo 2º, da LC nº 123/2006, informa o tratamento diferenciado e favorecido a ser dis-
pensado às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, de que trata o art. 1o dessa Lei 
Complementar. 
Para finalizarmos o estudo sobre as Microempresas, não podemos deixar de abordar os órgãos vinculados a estas, 
que lhes concedem um tratamento diferenciado e favorecido. São eles:
• Comitê Gestor do Simples Nacional, que é composto por quatro representantes da Secretaria da Receita 
Federal do Brasil (como representantes da União), dois dos estados e do Distrito Federal, bem como dois 
dos municípios, para tratar dos aspectos tributários, sendo vinculado ao Ministério da Fazenda.
• Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, que trata dos demais aspec-
tos, contando com a participação dos órgãos federais competentes e das entidades vinculadas ao setor.
• Comitê para Gestão da Rede Nacional para Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas 
e Negócios (CGSIM), que tem o objetivo de tratar do processo de registro e de legalização de empresários 
e de pessoas jurídicas, sendo este vinculado à Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da 
República, composto, na forma definida pelo Poder Executivo, por representantes da União, dos estados e 
do Distrito Federal, dos municípios e demais órgãos de apoio e de registro empresarial.
5.3 Sociedade cooperativa
A sociedade cooperativa está regulada na Lei nº 5.764/71, que define a Política Nacional de Cooperativismo e 
instituiu o regime jurídico das cooperativas.
A cooperativa pode ser conceituada como sendo uma associação de pessoas organizada para a prestação de 
serviços sem fins lucrativos. Para Coelho (2011, p. 38):
As cooperativas, normalmente, dedicam-se às mesmas atividades dos empresários e costumam 
atender aos requisitos legais de caracterização destes (profissionalismo, atividade econômica organi-
zada e produção ou circulação de bens ou serviços), mas, por expressa disposição do legislador, que data 
de 1971, não se submetem ao regime jurídico-empresarial. Quer dizer, não estão sujeitas à falência 
e não podem requerer a recuperação judicial. Sua disciplina legal específica encontra-se na Lei n. 
5.764/71 e nos arts. 1.093 a 1.096 do CC, e seu estudo cabe ao Direito Civil. (grifo do autor).
A sociedade cooperativa deve adotar denominação como espécie de nome empresarial (art. 1.155, § único, do 
CC), sendo obrigatória a expressão “Cooperativa”. Ademais, os atos constitutivos devem ser arquivados na Junta 
Comercial do estado, por força do art. 18 da Lei nº 5.764/71.
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Direito | Unidade 5 - Das sociedades empresariais especiais
Importa entender que nesse tipo societário o ingresso é livre para todos os que desejam prestar os serviços ofe-
recidos pela cooperativa, desde que preencham as condições no estatuto constitutivo da sociedade.
Além disso, a sociedade cooperativa possui características que lhe são peculiares e que são autoexplicativas, 
conforme previsão do artigo 1.094, do Código Civil, vejamos:
Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa: I – variabilidade, ou dispensa do capi-
tal social; II – concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a administração da 
sociedade, sem limitação de número máximo; III – limitação do valor da soma de quotas do capi-
tal social que cada sócio poderá tomar; IV – intransferibilidade das quotas do capital a terceiros 
estranhos à sociedade, ainda que por herança; V – quorum, para a assembléia geral funcionar e 
deliberar, fundado no número de sócios presentes à reunião, e não no capital social representado; 
VI – direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não capital a sociedade, e qual-
quer que seja o valor de sua participação; VII – distribuição dos resultados, proporcionalmente 
ao valor das operações efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao 
capital realizado; VIII – indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de 
dissolução da sociedade. (BRASIL, 2002).
O artigo 982, do Código Civil, em seu parágrafo único informa que: “Independentemente de 
seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa empre-
sária” (BRASIL, 2002). 
Dessa maneira, observa-se que esse tipo societário possui peculiaridades que o distinguem dos demais tipos 
societários, realizando atividades comerciais sem fins lucrativos em prol do interesse comum da sociedade.
A cooperativa pode exercer qualquer tipo de atividade comercial, sendo que as principais são de: (i) crédito, (ii) 
consumo, (iii) produção, (iv) habitação e (v) trabalho. Nesse sentido, as cooperativas de crédito são, em sen-
tido amplo, associações que visam a eliminar o intermediário, obtendo para seus sócios as vantagens do auxílio 
mútuo e de gestão direta.
No caso das cooperativas de consumo, o objetivo é afastar a figura do intermediário, de modo a conseguir melho-
res condições na aquisição de bens e serviços essenciais. As de produção, por seu turno, fazem a intermediação 
entre o produtor e o consumidor. Nos casos da cooperativa de habitação, seu objetivo e propiciar melhores con-
dições para a solução de moradia de seus associados. Por fim, nas cooperativas de ensino, propicia-se um ensino 
de qualidade aos seus associados, enquanto na cooperativa de trabalho busca-se aprimorar as condições eco-
nômicas de seus cooperados.
5.4. Sociedade advocatícia
Para encerrarmos a presente unidade de estudo, veremos um pouco sobre o que vem a ser uma sociedade advo-
catícia e algumas de suas peculiaridades.
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Direito | Unidade 5 - Das sociedades empresariais especiais
Em síntese, advogados inscritos na OAB poderão reunir-se para colaboração profissional, visando à soma de 
esforços e conhecimentos técnicos em sociedade de prestação de serviços de advocacia, sendo esta regida por 
legislação especial, qual seja, a Lei nº 8.906/94, pelo Regulamento da advocacia, bem como Provimentos nº 
112/2006 e 169/2015, do Conselho Federal da OAB, o que faz com que as regras inerentes à sociedade empre-
sária não se apliquem às sociedades de advogados.
Figura 5.3 – Sociedade advocatícia
Legenda: Sociedade advocatícia.
Fonte: 41650844 (123RF)
Com a alteração do Estatuto da Advocacia pela Lei nº 13.247/16, passou-se a admitir que advogadosconstituam 
sociedade unipessoal de única pessoa, com as mesmas exigências disciplinadas pela sociedade de advogados 
já disciplinadas pelo Estatuto, Regulamento da Advocacia, Código de Ética e Disciplina da OAB, e Provimento e 
Resoluções do Conselho Federal da OAB.
O artigo 15, da Lei nº 8.906/94, Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, estabelece que “[...] 
os advogados podem reunir-se em sociedade civil de prestação de serviço de advocacia, na forma disciplinada 
nesta lei e no regulamento geral” (BRASIL, 1994). Nesse contexto, a sociedade de advogados visa a facilitar os 
advogados quanto às questões financeiras e administrativas do escritório, facilitando o exercício da advocacia.
É importante mencionar que a sociedade de advogados somente poderá ser constituída por pessoas habilitadas 
para o exercício da advocacia (advogado), autorizada a participação de advogados estrangeiros como consul-
tores estrangeiros. Deve, ainda, estar presente o affectio societatis (vontade de constituir sociedade) e o intuitu 
personae (prestação dos serviços de forma personalíssima).
O objetivo da sociedade de advogados é a prestação exclusiva de serviços advocatícios, sendo vedada a cumula-
ção de outras atividades comercias, conforme o artigo 16, da Lei nº 8.906/94, vejamos:
Art. 16 Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de sociedades de 
advogados que apresentem forma ou características de sociedade empresária, que adotem deno-
minação de fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam como sócio ou 
titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou totalmente 
proibida de advogar. (BRASIL, 1994).
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Direito | Unidade 5 - Das sociedades empresariais especiais
Outro ponto importante é o de que a denominação da sociedade deve ser obrigatoriamente formada pelo nome 
do seu titular, completo ou parcial, com a expressão “Sociedade Individual de Advocacia”.
Ainda, o Estatuto estabelece que, com relação à responsabilidade, o titular da sociedade individual de advocacia 
responde subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados no exercício da profissão.
O Provimento nº 112/2006 revogou o Provimento nº 92/2000, ambos do Conselho Federal 
da OAB, e regra a constituição e regularidade das sociedades de advogados. Para mais infor-
mações, acesse: <http://www.oab.org.br/leisnormas/legislacao/provimentos>. 
Não podemos deixar de mencionar que, como já estudado, diferentemente das demais, as sociedades de advo-
gados e a sociedade unipessoal de advocacia serão registradas quando o registro dos seus atos constitutivos for 
aprovado no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede (§ 1º, do art. 15, da Lei nº 8.906/94).
Para tanto, deve-se realizar o pagamento da contribuição equivalente ao número de sócios e da taxa de registro.
Após o procedimento administrativo para a aprovação de seu contrato social, que pode ser celebrado por ins-
trumento público ou particular, a sociedade advocatícia adquire personalidade jurídica, sendo necessária uma 
prévia deliberação do próprio Conselho Seccional da OAB ou de órgão a que delegar essas atribuições, na forma 
do respectivo Regimento Interno. 
Outro ponto que merece destaque é o fato de que nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de 
advogados, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional.
Outrossim, com o objetivo de incentivar a colaboração entre os escritórios, os ajustes entre as sociedades de 
advogados visam a suprir determinada especialização, devendo esta ser também averbada na Seccional da OAB 
à margem do registro da sociedade. 
 Ademais, não podem funcionar as sociedades que adotem denominação de fantasia, que realizem atividades 
estranhas à advocacia, bem como não são admitidas a registro as que apresentem forma ou características mer-
cantis, ou incluam sócio não inscrito como advogado ou totalmente proibido de advogar.
Pode-se ainda especificar no contrato social o ramo de direito que a sociedade se dedicará, sendo vedado o registro 
de sociedades em que não conste que o objeto único é a prestação de serviços de advocacia. Para maior compre-
ensão do tema, transcreveremos o artigo 2º, do Provimento nº 112/2006, do Conselho Federal da OAB, vejamos:
Art. 2º O Contrato Social deve conter os elementos e atender aos requisitos e diretrizes indicados a 
seguir: I - a razão social, constituída pelo nome completo, nome social ou patronímico, dos sócios 
ou, pelo menos, de um deles, responsáveis pela administração, assim como a previsão de sua alte-
ração ou manutenção, por falecimento de sócio que lhe tenha dado o nome, observado, ainda, o 
disposto no parágrafo único deste artigo; (NR. Ver Provimento n. 172/2016), II - o objeto social, que 
consistirá, exclusivamente, no exercício da advocacia, podendo especificar o ramo do direito a que a 
sociedade se dedicará; III - o prazo de duração; IV - o endereço em que irá atuar; V - o valor do capi-
tal social, sua subscrição por todos os sócios, com a especificação da participação de cada qual, e a 
forma de sua integralização; VI - o critério de distribuição dos resultados e dos prejuízos verificados 
nos períodos que indicar; VII - a forma de cálculo e o modo de pagamento dos haveres e de eventu-
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Direito | Unidade 5 - Das sociedades empresariais especiais
ais honorários pendentes, devidos ao sócio falecido, assim como ao que se retirar da sociedade ou 
que dela for excluído; VIII - a possibilidade, ou não, de o sócio exercer a advocacia autonomamente e 
de auferir, ou não, os respectivos honorários como receita pessoal; IX - é permitido o uso do símbolo 
“&”, como conjuntivo dos nomes ou nomes sociais de sócios que constarem da denominação social; 
(NR. Ver Provimento n. 172/2016) X - não são admitidas a registro, nem podem funcionar, Socie-
dades de Advogados que revistam a forma de sociedade empresária ou cooperativa, ou qualquer 
outra modalidade de cunho mercantil; XI - é imprescindível a adoção de cláusula com a previsão 
expressa de que, além da sociedade, o sócio ou associado responderá subsidiária e ilimitadamente 
pelos danos causados aos clientes, por ação ou omissão, no exercício da advocacia; (NR. Ver Provi-
mento n. 147/2012) XII - será admitida cláusula de mediação, conciliação e arbitragem, inclusive 
com a indicação do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB; XIII - não se admitirá o registro e arquiva-
mento de Contrato Social, e de suas alterações, com cláusulas que suprimam o direito de voto de 
qualquer dos sócios, podendo, entretanto, estabelecer quotas de serviço ou quotas com direitos 
diferenciados, vedado o fracionamento de quotas; XIV - (Revogado). (Ver Provimento n. 169/2015). 
XV - é permitida a constituição de Sociedades de Advogados entre cônjuges, qualquer que seja o 
regime de bens, desde que ambos sejam advogados regularmente inscritos no Conselho Seccional 
da OAB em que se deva promover o registro e arquivamento; XVI - o Contrato Social pode deter-
minar a apresentação de balanços mensais, com a efetiva distribuição dos resultados aos sócios a 
cada mês; XVII - as alterações do Contrato Social podem ser decididas por maioria do capital social, 
salvo se o Contrato Social determinar a necessidade de quorum especial para deliberação; XVIII - o 
Contrato Social pode prever a cessão total ou parcial de quotas, desde que se opere por intermédio 
de alteração aprovada pela maioria do capital social. 1º Da razão social não poderá constar sigla ou 
expressão de fantasia ou das características mercantis, devendo vir acompanhada de expressão que 
indique tratar-se de Sociedade de Advogados, vedada a referência a “Sociedade Civil” ou “S.C.”; (NR. 
Ver Provimento n. 147/2012) § 2º As obrigações não oriundas de danos causados aos clientes, por 
ação ou omissão, no exercício da advocacia, devem receber tratamentoprevisto no art. 1.023 do 
Código Civil. (NR. Ver Provimento n. 147/2012). (OAB, 2006).
Ademais, no caso da sociedade de advogados, exige-se o controle das atividades da sociedade por documentos 
idôneos, tais como livros contábeis, com o objetivo de conferir eficácia perante terceiros e que serão arquivados 
no Conselho Seccional da OAB, nos termos do artigo 9º, do Provimento nº 112/2006, do Conselho Federal da 
OAB, abaixo transcrito:
Art. 9º Os documentos e livros contábeis que venham a ser adotados pela Sociedade de Advoga-
dos, para conferir, em face de terceiros, eficácia ao respectivo conteúdo ou aos lançamentos neles 
realizados, podem ser registrados e autenticados no Conselho Seccional competente. Parágrafo 
único. Os Conselhos Seccionais devem manter o controle dos registros de que trata este artigo 
mediante numeração sucessiva, conjugada ao número do registro de constituição da sociedade, 
anotando-os nos respectivos requerimentos de registro, averbados na forma do art. 8º, caput, 
inciso V. (OAB, 2006).
Por fim, mas não menos importante, a sociedade de advogados é responsável pelas obrigações que resultem do 
exercício de sua atividade comercial. Importa mencionar que na hipótese da ocorrência de danos aos clientes, 
por ação ou omissão, a sociedade de advogados, o sócio e o titular da sociedade individual respondem de forma 
subsidiária e ilimitada, conforme rege o disposto no artigo 17 da Lei nº 8.906/94, vejamos:
Art. 17. Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de advocacia respondem sub-
sidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da 
advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer. (BRASIL, 1994).
Assim, na atividade comercial da sociedade de advogados que gere danos ao cliente, responderá por esses danos 
a sociedade e os próprios profissionais que atuam na sociedade, sendo assegurado o direito de regresso da socie-
dade em face do agente causador do dano.
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